Buscar

APOSTILA DE GENÉTICA

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 52 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Centro de Educação Superior do Oeste - CEO 
 
Disciplina: GENÉTICA HUMANA Prof.: Geisa Percio do Prado 
 
 
Tópico I - A ÁREA DA SAÚDE E A GENÉTICA 
 
Atualmente, vivenciamos o "admirável mundo novo" da Revolução Genética. Mas será 
que, realmente, as aplicações éticas advindas do domínio das novas técnicas dela decorrentes 
minorarão o sofrimento gerado com o nascimento de uma criança portadora de doença 
genética? Esperamos que sim. 
Para a Medicina, a Genética viabiliza a possibilidade de maior controle sobre as 
conseqüências causadas por mutações no DNA ou cromossomos. Representa a melhor 
metodologia de esclarecimento causal na área das deficiências, pois suas técnicas, quando bem 
aplicadas, no nível clínico, genealógico ou laboratorial, revelam claramente o fato endógeno 
gerador da condição clínica e, por outro lado, ao negarem o envolvimento de genes ou 
cromossomos, possibilitam uma avaliação mais dirigida ao fator não-genético (ambiental), 
estimulando melhor avaliação, entendimento e controle. 
Segundo o Unicef, uma em cada 10 crianças é deficiente e 190 milhões de crianças no 
mundo estão nessa situação, das quais cerca de 150 milhões nos países não-desenvolvidos. 
Considerando-se o envolvimento do fator genético em torno de 50% das deficiências mentais 
severas e que o fator ambiental é o de maior importância na geração dos deficientes leves - para 
os quais há freqüentemente um risco aumentado de que tal condição se repita nos seus 
descendentes -, amplia-se a responsabilidade dos profissionais de saúde. Não mais se admite 
que mesmo nas instituições que promovem as prevenções terciárias programas de detecção das 
causas de deficiências e o necessário esclarecimento e educação sobre medidas preventivas 
primárias e secundárias não estejam englobados no atendimento às crianças, adolescentes ou 
adultos deficientes e suas famílias - medidas necessárias não apenas para esse público, mas 
para toda a população em fase reprodutiva. 
O relatório final da Comissão Mista de Especialidades Médicas criada pelo Conselho 
Federal de Medicina, Associação Médica Brasileira e Comissão Nacional de Residência Médica 
referendou a Genética Médica como especialidade. Este fato, além de consolidar os programas 
de formação de profissionais geneticistas, certamente contribuirá para que os formandos da área 
sintam-se mais estimulados a dedicarem-se às deficiências e doenças mentais, e a se 
engajarem em sua prevenção e tratamento. 
O que o Brasil precisa é que suas autoridades e profissionais de saúde efetivamente 
discutam os novos conhecimentos e orientações trazidos pelas ciências que estudam os 
deficientes, para aplicação imediata, tais como: 
 
 
 
 
 
 
1. Necessidade de campanhas educacionais sobre os fatores de risco para 
deficiências. Por exemplo, controle do uso de álcool por mulheres gestantes; 
vacinação, contra a rubéola, das mulheres em período fértil e o controle, nas 
mesmas, do uso de teratógenos como Talidomida, Misoprostol e Tretinoína; 
2. Conscientização do fato de que 2% a 3% dos nascimentos geram crianças com 
defeitos congênitos; que no Sul-Sudeste as malformações congênitas representam as 
primeiras causas de mortalidade infantil (como nos países desenvolvidos); 
3. Apoio às instituições de atenção aos deficientes, para o correto estabelecimento do 
diagnóstico etiológico e realização adequada do aconselhamento genético não-
diretivo (não-eugênico); 
4. Apoio para que o Brasil adicione ácido fólico na farinha de trigo (pão), visando ao 
controle das malformações congênitas, principalmente os defeitos abertos do tubo 
neural; 
5. Maior sensibilidade das autoridades municipais para disponibilização dos exames 
ultra-sonográficos a todas as gestantes da rede SUS, principalmente um exame entre 
a 11ª e 14ª semanas, para medir a translucência nucal, e um exame morfológico na 
20ª semana; 
6. Incentivo para que todas as crianças com defeitos congênitos recebam avaliação 
genética, e exames necroscópicos e genéticos naquelas que vão a óbito; 
7. Avaliação genética de todos os casais com perdas reprodutivas e/ou dificuldades 
de fertilização; 
8. Orientação, às clínicas de reprodução humana, sobre os riscos que a injeção 
intracitoplasmática de espermatozóide (ICSI) representa na transmissão de doenças 
genéticas; 
9. Maior sensibilização do Congresso Nacional sobre as leis referentes à interrupção 
da gestação por doenças fetais graves; 
10. Orientação sobre a influência da idade dos pais na gestação de crianças com 
doenças genéticas; e que as mulheres com mais de 35 anos e os homens acima dos 
50 busquem aconselhamento genético antes de terem filhos; 
11. Orientação para que todos os casais parentes entre si (primos, etc.) procurem 
aconselhamento genético e façam exame ultra-sonográfico morfológico na gestação, 
bem como teste do pezinho ampliado e avaliação genético-clínica da criança, quando 
do nascimento; 
12. Universalização do teste do pezinho; 
13. Estímulo para que todas as faculdades de saúde possuam a disciplina de 
Genética Médica em seus currículos; 
14. Instalação de um Serviço de Genética Médica em cada hospital universitário 
(recomenda-se um para cada 2 milhões de população-alvo). 
 
Vários destes conhecimentos são há muito conhecidos, mas alguns são recentes, como o 
uso de ácido fólico, a translucência nucal, os riscos da ICSI. A introdução destas práticas nos 
 
serviços de saúde pode evitar mais um importante índice de descaso com a saúde pública: o 1o 
lugar na prevalência de deficiências congênitas. 
As aplicações éticas e práticas dos progressos da Genética estão estendendo-se para 
além da área das doenças genéticas clássicas - provindas do processo de reprodução humana, 
concretizadas em abortos espontâneos, natimortalidade ou nativivos com doenças genéticas. 
Recentemente, outros avanços foram incorporados, tais como novos tratamentos na genética 
médica clássica, geralmente o uso de enzimas modificadas para os erros inatos do metabolismo. 
Na área de Oncogenética, o exame citogenético tornou-se essencial no diagnóstico e 
seguimento do tratamento das leucemias. 
Com o prosseguimento dos estudos clínico-genealógicos, mapeamento do genoma 
humano, técnicas de transferência celular de genes e terapia gênica, cultivo de células 
embrionárias e processos envolvidos com diferenciação/desdiferenciação nuclear e 
citoplasmática, e a clonagem, avanços outros ajudarão o diagnóstico, tratamento e prevenção 
das doenças genéticas tanto na Genética Médica clássica como na Oncogenética e 
Neuropsiquiatria Genética. 
Hoje, não mais se questiona se a Genética é ou não uma disciplina da área da saúde. O 
importante é a incorporação das novas tecnologias, a habilitação de profissionais (geneticistas) 
para atuarem neste campo e a adequação de nossas leis para o correto controle do seu uso 
técnico e ético. 
 
Fonte: Publicação do Conselho Federal de Medicina com artigo do Prof. Dr João Monteiro de Pina Neto. 
USP - Ribeirão Preto. 
http://www.portalmedico.org.br/jornal/jornais2002/setembro/pag_24.htm 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópico II – ÁCIDOS NUCLÉICOS 
1.1 Ácido desoxirribonucléico - DNA 
 Um dos momentos mais excitantes na história da biologia ocorreu em 1953 quando 
James Watson e Francis Crick deduziram a estrutura correta do DNA e publicaram na Revista 
Nature. Essa estrutura foi baseada no resultados de experimentos prévios de Erwin Chargaff e 
colaboradores em relação à composição química do DNA e informações obtidas por Rosalind 
Franklin e Maurice Wilkins. 
 As moléculas de DNA têm estrutura em forma de dupla hélice, semelhante a uma escada 
retorcida. Cada fita é formada por uma seqüência de nucleotídeos (dNTP). Cada dNTP écomposto de uma base nitrogenada ligada à uma molécula de açúcar (desoxirribose) e um grupo 
fosfato. As bases nitrogenadas ligadas a desoxirribose são quatro: adenina (A), citosina (C), 
guanina (G) e timina (T). Uma ligação fosfodiéster unindo o grupo fosfato de um dNTP e o açúcar 
desoxirribose de outro dNTP forma o esqueleto da fita (strand), como se fosse uma das laterais 
da escada. A outra fita (ou a outra lateral da escada) é formada da mesma maneira, mas com 
orientação da ligação fosfodiéster contrária, o que impõe a característica de antiparalelismo às 
duas fitas. Cada fita tem uma orientação (5'-3') em função da natureza da ligação fosfodiéster 
entre o carbono 3' e o 5' da desoxirribose, sendo que um nucleotídeo só pode ser incluído na 
cadeia através da ligação do fosfato com o carbono 3'OH da desoxirribose. Por isto, a orientação 
da cadeia é 5'-3', pois haverá sempre o carbono 3' numa das extremidade da fita. 
 Estas duas fitas são complementares, pois quando existir adenina de um lado, somente 
timina é encontrada na mesma posição na outra fita. O mesmo acontece com citosina e guanina. 
Como conseqüência o número de adeninas será igual ao número de timinas num organismo. O 
mesmo vale para C e G. Entretanto a quantidade de purinas (A e G) é característica de cada 
espécie. 
 Entre as bases nitrogenadas existem pontes de hidrogênio, duas entre A e T e três entre 
C e G. Tais pontes juntamente com outras forças, mantêm as duas fitas unidas. Cada par de 
base é análogo a um degrau desta escada. O DNA funciona como um modelo para a síntese de 
novas fitas de DNA. O DNA é a molécula responsável pelo armazenamento e perpetuação do 
código genético. 
Enquanto nos procariotos praticamente quase todo o DNA carrega informações 
necessárias para a síntese de proteínas e RNAs, a maior parte da seqüência de bases dos 
eucariotos não codifica para produto algum. Assim apenas 3% (aproximadamente) do genoma 
humano é formado por genes (estimados em 30 mil) sendo que a função do restante 
(precocemente tratado como “DNA lixo” ou “junk DNA”) ainda não está suficientemente 
compreendida. A maior parte deste DNA sem função conhecida é composto por seqüências 
repetidas, de onde se originou o nome de DNA repetitivo (selfish, nos anos 80). 
 Quando esticada uma molécula de DNA de qualquer célula humana mediria 1,80 m e 
teria a espessura de um trilionésimo de um centímetro (1 micrômetro = 1 milésimo de milímetro). 
 
Uma célula humana não comportaria tal estrutura. Dentro de uma célula as moléculas de DNA 
estão ligadas a proteínas e são retorcidas ou enroladas (supercoil). Quando completamente 
compactadas são possíveis de serem visualizadas no microscópio ótico e recebem a 
denominação de cromossomos. A compactação pode alcançar um fator de 7000 vezes. Vírus e 
bactérias contém apenas um cromossomo. Já os eucariotos (fungos, plantas, animais) têm dois 
ou mais cromossomos que em geral, variam de tamanho. 
 Assim, nos eucariontes, as várias moléculas de DNA nuclear encontram-se associadas à 
proteínas formando a cromatina. Entende-se por cromatina o material genético descondensado 
que ocorre nos núcleos interfásicos. Tal material condensa-se durante as divisões celulares para 
possibilitar sua movimentação e separação para as células filhas. 
 
Genoma e gene 
 A seqüência de pares de bases que formam o DNA pode ser chamado de genoma. O 
genoma pode ser circular como nos vírus, bactérias, mitocôndria, cloroplasto e plasmídeos ou 
linear como nos cromossomos dos organismos eucariotos e alguns procariotos. O genoma da 
maioria absoluta dos organismos é de DNA. Poucos vírus são de RNA, como Influenza, HIV, 
TMV, poliomielite. A grande maioria também apresenta fita dupla. Exceção a alguns vírus como 
(x174, M13 e f1), cujos genomas são constituídos de apenas uma fita de DNA. Todas as 
características de um indivíduo são determinadas por um conjunto limitado de pares de bases 
contidas no DNA – os genes. 
O conceito de gene evoluiu tanto quanto a biologia. Uma das primeiras observações 
sobre o tema foi feita por Leonardo da Vinci. Observando a cor dos filhos de mulheres brancas 
com homens pretos, ele sugeriu que a semente da mãe tinha o mesmo vigor que a do pai 
(Wallace, 1992). Mas foi Mendel em 1865 quem utilizou pela primeira vez a expressão fator para 
os componentes hereditários parentais responsáveis pelas características nas progênies. Só 
mais tarde (1908), Johannsen sugeriu o termo gene para designar os fatores hereditários. 
 Por gene entende-se a unidade de herança. Contudo, os diferentes textos de genética 
apresentam diferentes conceitos para gene. Em 1940, Beadle e Tatum propuseram a teoria "um 
gene uma enzima. Posteriormente, segundo vários autores, adotou-se um conceito mais geral 
“um gene uma proteína, ou seja, o conceito de gene foi associado à proteína que codifica, que foi 
em seguido substituído por ma definição bioquimicamente mais precisa: “um gene um 
polipetídeo. Neste caso, define-se gene como sendo um segmento de DNA, que através da 
intermediação de uma molécula mensageira de RNA, é responsável pela especificação de uma 
cadeia peptídica (Wallace, 1992). 
 Ocorre que essa teoria tem exceções pois nem todo gene forma um polipeptídeo, como é o 
caso dos genes que determinam a formação dos RNAs e dos genes cujos produtos têm funções 
regulatórias. Lewin (1994) propôs a definição de gene como sendo um segmento de DNA 
responsável pela produção de um produto difusível. 
 
 Outros autores sugerem utilizar o nome de "genes estruturais", para as sequências que 
codificam polipeptídeos e RNA's e "sequências regulatórias", para os demais sítios do DNA que 
participam de regulação. 
1.2 Ácido ribonucléico - RNA 
 Apesar de ser também um ácido nucléico, o RNA têm muitas diferenças em relação ao 
DNA. Em primeiro lugar, todos os RNAs são formados por apenas uma fita (unifilamentar). Uma 
consequência disto é o fato de o RNA poder formar uma variedade muito maior de formas 
moleculares tridimensionais do que o DNA. Ao invés de desoxirribose como no DNA, o açúcar do 
RNA é uma ribose (uma oxidrila a mais em relação a desoxirribose do DNA). A terceira principal 
diferença é a presença de uracil (U) ao invés de timina (T). Podem ocorrer pelo menos quatro 
tipos de RNA: mRNA (1-3%), rRNA (>90%), tRNA (1-2%) e sRNA (?%), denominados de 
mensageiro, ribossomal, transportador e small RNAs, respectivamente. Cada um deles 
desempenha funções específicas. Dentro do último grupo, são incluídos um grande grupo de 
RNAs, muitos dos quais ainda sem função conhecida. Outros estão envolvidos na regulação 
gênica. 
RNA de informação ou RNA mensageiro 
 Resultam da transcrição de um gene. São os RNA mensageiros (mRNA), aqueles que 
serão decodificados pelos ribossomos e contém informações para a produção de uma proteína. 
RNA ribossomal 
 O RNA ribossomal (rRNA) também é resultante da transcrição de genes de uma região do 
DNA, neste caso denominada de rDNA. Os rRNAs juntamente com proteínas vão formar os 
ribossomos e executar a função específica, que é a produção de proteínas. 
RNA transportador ou de transferência 
 Denominada de adaptadores por Francis Crick, o tRNA (RNA transportador ou de 
transferência) é um RNA que tem a função específica de transportar os aminoácidos até o 
ribossomo durante a síntese de uma proteína. São moléculas relativamente pequenas, contendo 
de 73 a 93 nucleotídeos. 
1.3. Funções do material genético: 
 - Replicação ou duplicação do DNA 
 - Transcrição – formação dos RNAs 
- Tradução – produção de cadeias polipeptídicas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópico III - MUTAÇÕES GÊNICAS 
Mutações são mudanças herdáveis que representam as bases genéticas davariação, e 
portanto servem como matéria-prima aos processos de melhoramento genético e evolução. Se 
as mutações ocorrerem no gene, são produzidas novas formas alternativas deste gene, 
denominada de alelo. Mutante é o fenótipo resultante da mutação. As mutações podem ser 
causadas por erros de replicação do DNA e alterações do DNA por deleção, duplicação ou 
rearranjos. 
 Tipos principais de alterações mutacionais: 1. Substituição de base: são mutações nas 
quais um par de bases é substituído por outro; 2. Adição ou deleção em pares de nucleotídeos 
Em função da região do corpo do indivíduo em que a célula sofre uma mutação, ela é 
denominada de somática, se ocorrer em qualquer célula, de forma que não é herdável. Já a 
mutação que ocorrer nas células da linhagem germinativa ou no gameta, sendo portanto 
herdável, é denominada de mutação germinal ou gamética (Ramalho, Santos e Pinto, 2000). 
 As mutações são caracterizadas como espontâneas ou induzidas. As mutações induzidas 
são definidas como as que surgem após um tratamento proposital com mutágenos, agentes 
conhecidos por aumentar a taxa de mutação. As mutações espontâneas são as que surgem na 
ausência de um tratamento com um mutágeno conhecido. Elas contribuem para “taxa ambiental” 
de mutação, e supostamente, são a fonte natural da variação genética que é vista nas 
populações (Griffiths et al., 2001). 
 A freqüência com a qual ocorrem as mutações espontâneas é baixa, em geral na faixa de 
uma célula em 105 a 108. Portanto, se um grande número de mutantes é necessário para análise 
genética, as mutações devem ser induzidas. A indução é feita tratando as células com 
mutágenos. Os mutágenos comumente utilizados são energia de alta radiação ou substâncias 
químicas específicas (Griffiths et al., 2001). 
 Mutágenos comumente encontrados: 
Mutágeno Fonte 
Aflatoxina B Toxina produzida por alguns fungos 
 em grãos (ex. amendoim) 
2- amino 5-nitrofenol Componente de tintura para cabelos 
2,4 e 2,5 diaminoanisol Componente de tintura para cabelos 
2,4 diaminotolueno Componente de tintura para cabelos 
p-fenilenodiamina Componente de tintura para cabelos 
Furilfuramida Aditivo de alimentos 
Nitrosaminas Pesticidas, herbidicas, fumo 
Proflavina Antiséptico usado em medicina veterinária 
Nitrito de sódio Alimentos defumados 
Tris (2,3 dibromopropil fosfato) retardante de incêndio em roupas 
Fonte: Lewis (2004) 
 
 O número de mutações que ocorre num organismo é relativamente muito grande. 
Entretanto, os seres vivos dispõem de vários sistemas de reparo, que corrigem a maioria dos 
erros ocorridos. Outros erros, quando não corrigidos, podem causar enormes problemas tanto na 
sobrevivência como na reprodução do organismo. Neste caso atua a seleção natural, ou 
eliminado este indivíduo ou fazendo com que ele deixe um menor número de descendentes. O 
acúmulo de mutações em diferentes populações pode provocar, a longo prazo (prazo em termos 
de evolução), a diminuição da freqüência de cruzamentos com o conseqüente início da 
especiação, processo que pode culminar com a origem de uma nova espécie. 
 
Lista de exercícios: 
1. Faça a distinção entre mutação somática e germinativa. Qual provavelmente é mais grave e 
por que? 
2. Pesquise e descreva como pode surgir uma mutação espontânea. 
3. As doenças relacionadas abaixo resultam de mutações gênicas. Consulte bibliografias na 
área de genética humana e liste os principais sinais/ sintomas das mesmas. Acrescente uma 
figura ilustrativa de cada caso. 
a. Osteoartrite; 
b. Doença ou mal de Alzheimer 
c. Fibrose cística 
d. Distrofia muscular de Duchenne 
e. Hipercolesterolemia familiar 
f. Hemofilia 
g. Síndrome de Marfan 
h. Doença do rim policístico 
i. Retinoblastoma 
 
4. Há muito tempo os geneticistas vem estudando e testando o potencial genotóxico 
(mutagênico) de muitos componentes da dieta alimentar. Uma série de produtos e 
substâncias utilizadas na alimentação humana têm ação comprovadamente mutagênica. 
Consulte livros de genética e de toxicologia em alimentos e relacione-as 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópico IV – GENÉTICA DO CÂNCER 
O câncer é a segunda causa principal de óbitos no mundo, sendo responsável por mais 
de 60 milhões de mortes anualmente. Essa patologia representa um dos principais problemas de 
saúde no mundo. Com o aumento da expectativa de vida nos países desenvolvidos, como a 
recente diminuição do consumo de tabaco nos EUA, as estimativas recentes da União 
Internacional de Combate ao Câncer indicam que o câncer irá acometer principalmente 
pacientes de países em desenvolvimento. No Brasil, o câncer já é a segunda principal causa de 
morte por doenças, acometendo, anualmente, cerca de 100 mil indivíduos, com ligeira 
predominância do sexo masculino. Diversos tipos de câncer tiveram sua incidência aumentada 
nos últimos anos, como o câncer de mama, que registrou aumento de quase 50% de casos 
durante as últimas décadas (www.inca.br, PINTO E FELZENSWALB, 2003). 
A noção de que o câncer resulta do descontrole dos mecanismos de divisão celular é 
relativamente recente - tem cerca de 20 anos (COTRIN, 2003). O câncer é a designação dada ao 
conjunto de manifestações patológicas que caracterizam-se pela perda de controle da 
proliferação celular e ganho de capacidade de invadir tecidos adjacentes ou de sofrer 
metástases para tecidos distantes. Esta perda de controle da proliferação celular é conseqüência 
direta de danos nos mecanismos de regulação do ciclo celular e deste modo, podemos afirmar, 
embora, simplisticamente, que o câncer caracteriza-se por ser, em última instância, uma doença 
que resulta dos danos ocorridos nos genes que controlam o ciclo celular (PINTO E 
FELZENSWALB, 2003). 
Quadro 1- Características das células cancerosas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O câncer aborda uma doença que possui mais de 100 formas diferentes - praticamente 
todo tecido do corpo pode originar células cancerosas. Contudo, existem processos similares 
envolvidos no crescimento tumoral que permitem agrupar todas estas doenças sob a 
denominação de Câncer - fatores como o comprometimento dos mecanismos de reparo do DNA, 
a transformação de um gene normal em um oncogene e o mal-funcionamento de um gene 
supressor tumoral. É pouco provável que uma única alteração genética ou um único agente 
solitário explique esta doença. Estudos sobre os aspectos envolvidos no crescimento e divisão 
- Aspecto diferente 
- Perda do controle do ciclo celular 
- Herdabilidade 
- Tranplantabilidade 
- Desdiferenciação 
- Habilidade em induzir a formação local de vasos 
sangüíneos (angiogênese) 
- Invasividade 
- Aumento da taxa de mutação 
- Habilidade em se espalhar (metástase) 
 
celular estão oferecendo pistas valiosas dos fatores que podem desencadear um câncer 
(COTRIN, 2003). 
Os mecanismos de mutagênese e carcinogênese parecem estar intrinsicamente ligados. 
A mutação, como visto no tópico anterior, é uma conseqüência de dano(s) no DNA e este pode 
ser o estágio inicial no processo pelo qual a maioria dos carcinógenos inicia a formação do 
tumor. A literatura tem mostrado que mutações em vários genes críticos têm sido encontrados 
nas neoplasias (RIBEIRO E MARQUES, 2003). 
Os conceitos de iniciação, promoção, progressão e manifestação do tumor foram 
resultantes de estudos realizados em carcinogênese química (RIBEIRO E MARQUES, 2003). 
. Os primeiros eventos no processo de carcinogênese química incluem a exposição ao 
carcinógeno, seu transporte à célula alvo, sua ativação a metabólitos ativos (caso o agente seja 
um procarcinógeno) e o dano no DNA, levando a mudanças que resultam em uma célulainiciada. O homem é exposto repetidamente a misturas químicas variáves e complexas. Essas 
misturas ambientais contêm tanto agentes iniciadores como promotores, como por exemplo, 
fumaça de cigarro, e carcinógenos completos, tendo tanto atividade iniciante como promotoras 
(VENITT E PHILLIPS, 1995). 
As causas do câncer são variadas, podendo ser endógenas ou exógenas, estando, no 
entanto, interrelacionadas. As causas exógenas relacionam-se ao meio ambiente e aos hábitos 
ou costumes próprios de um ambiente social e cultural. As causas endógenas são, na maioria 
das vezes, geneticamente pré-determinadas, e estão ligadas à capacidade do organismos de se 
defender das agressões externas. Esses fatores causais podem interagir de várias formas, 
aumentando a probabilidade de transformações malignas nas células normais (RIBEIRO E 
MARQUES, 2003). 
De todos os casos de câncer, 80 a 90% estão associados a fatores ambientais. Alguns 
deles são bem conhecidos; como é o caso do cigarro e câncer de pulmão, a exposição excessiva 
ao sol e o câncer de pele, e alguns vírus e leucemia; outros estão sendo avaliados como alguns 
componentes alimentares; outros, ainda são completamente desconhecidos (RIBEIRO E 
MARQUES, 2003). 
Assim, com base nas pesquisas atuais, é possível separar os genes participantes deste 
distúrbio em três classes: Oncogenes, Genes de Supressão Tumoral (GST) e Genes de Reparo 
do DNA. 
Oncogenes 
Os oncogenes são formas mutantes de proto-oncogenes. Os proto-ocongenes atuam na 
promoção do crescimento e divisão celulares normais. A multiplicação celular excessiva resulta 
da mutação e da transformação carcinogênica dos proto-ocongenes (COTRIN, 2003). 
 
 
Genes de Supressão Tumoral 
Os genes de supressão tumoral (GST) normalmente atuam inibindo o crescimento celular 
e o ciclo de divisão, prevenindo o desenvolvimento de neoplasias. Mutações nos GSTs fazem 
com que a célula ignore um ou mais componentes da rede de sinais inibitórios, removendo as 
amarras do ciclo celular e resultando em um ritmo descontrolado de crescimento - ou seja, 
câncer (COTRIN, 2003). 
Tabela 1 – Oncogenes, genes de supressão tumoral e aspectos relacionados 
Oncogenes Aspectos Relacionados 
Erb-B  Codifica um fator de crescimento epidermal. 
 Envolvido com glioblastoma, no câncer cerebral e no câncer de 
mama. 
Erb-B2  Envolvido com cânceres de mama, ovários e das glândulas 
salivares. 
Ki-ras  Codifica uma proteína que retransmite sinais estimuladores. 
 Envolvido com cânceres de pulmão, ovários, cólon e pâncreas. 
N-ras  Envolvido com leucemias. 
c-Myc, N-myc, L-myc  Ativam genes promotores do crescimento. 
 Envolvidos com leucemias, cânceres de mama, estômago e 
pulmão (c-Myc e L-myc) e neuroblastoma (N-myc). 
Bcl-1  Codifica a ciclina D1, um componente do relógio do ciclo celular. 
 Envolvido com cânceres de mama, cabeça e pescoço 
TCL1  Parece evitar a apoptose 
 Envolvido com Linfoma não-Hodgkin em pacientes com AIDS 
Exemplos Genes de 
Supressão Tumoral 
Aspectos Relacionados 
DPC-4  Envolvido com câncer pancreático. 
 Participa da via citoplasmática de inibição da divisão celular. 
NF-1  Envolvido com os neurofibromas, feocromocitomas e 
leucemia mielóide. 
 Codifica uma proteína que inibe a Ras, uma proteína 
citoplasmática inibidora da divisão celular. 
NF-2  Envolvido com meningioma, schwanoma e ependioma. 
 Codifica uma proteína nuclear. 
RB  Envolvido com retinoblastoma e em cânceres ósseos, 
vesicais, pulmonares e da mama. 
 Codifica a proteína pRB, uma proteína nuclear bastante 
atuante na inibição do ciclo celular. 
p53  Envolvida com uma grande variedade de cânceres e 
associada à síndrome de Li-Fraumeni. 
 Inativa ou perdida em mais de 50% das células cancerosas. 
 Codifica a proteína citoplasmática p53, que regula a divisão 
celular e pode induzir a apoptose. 
WT1  Envolvido com o tumor de Wilms 
BRCA1  Envolvido com o câncer de ovário e de mama 
BRCA2  Envolvido com o câncer de mama 
 
Genes de Reparo do DNA 
Além dos proto-oncogenes e dos GST, um terceiro grupo de genes participa do 
desenvolvimento dos cânceres: os genes de reparo do DNA. Estes genes atuam assegurando 
 
que cada informação genética seja corretamente copiada durante a divisão celular. Mutações 
nestes genes levam a um aumento na freqüência de outras mutações (COTRIN, 2003). 
 
Lista de exercícios 
1. Consulte a página www.inca.gov.br (selecione na busca: vá direto para: Atlas de mortalidade 
por câncer) e observe os dados de mortalidade por câncer para homens e mulheres no país, 
escolha o período. Faça uma análise descritiva sobre os dados do País e do Estado, 
separadamente. Posteriormente, faça uma análise descritiva comparativa entre os dados 
país-Estado. 
2. Faça uma descrição dos dois tipos de câncer com maior incidência no Estado de SC. 
3. Defina o que é câncer. 
4. Porque o câncer é uma doença genética? 
5. O câncer é hereditário? Explique. 
6. Explique a influência do componente ambiental na determinação do câncer. Cite exemplos 
para elucidar. 
7. Existem dois procedimentos usualmente utilizados no tratamento do câncer: quimioterapia e 
radioterapia. Descreva-os. 
8. Apresente um esquema que demonstre a evolução do câncer. 
9. Explique o mecanismo genético de desenvolvimento do câncer 
10. Qual a contribuição do profissional da sua área nas equipes multidisciplinares de 
atendimento aos pacientes de câncer? (Se necessário converse com um profissional atuante) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópico V - HEREDOGRAMAS E PADRÕES DE HERANÇA MONOGÊNCA 
 
Heredogramas (genogramas) 
1.Definição de heredogramas/genogramas 
2. Aplicações 
3. Principais símbolos utilizados para montagem de heredogramas 
Modos de herança 
Modos de Herança são regras que explicam os padrões comuns que as características 
herdadas seguem quando são passadas através de gerações. O modo pelo qual as leis afetam 
os modos de herança dependem se a característica é transmitida por um autossomo 
(cromossomo não sexual) ou por um alossomo (cromossomos sexuais, X ou Y). Autossômico 
dominante e autossômico recessivo são dois modos de herança derivados diretamente das leis 
de Mendel. Uma extensão das leis de Mendel se aplica às heranças ligadas aos cromossomos X 
e Y. A herança ligada ao Y é muito rara, porque este cromossomo possui muitos genes raros. 
 
 
Padrões de herança monogênica 
Herança Autossômica Dominante 
Na herança autossômica dominante um fenótipo é expressado da mesma maneira em 
homozigotos e heterozigotos. Toda pessoa afetada em um heredograma possui um genitor 
afetado, que por sua vez possui um genitor afetado, e assim por diante, como no heredograma 
abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Nos casamentos que produzem filhos com uma doença autossômica dominante, um genitor 
geralmente é heterozigotico para a mutação e o outro genitor é homozigótico para o alelo normal. 
Pode-se escrever os genótipos dos pais como: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cada filho desse casamento tem uma chance de 50% de receber o alelo anormal (A) do 
genitor afetado e, portanto ser afetado (A/a), e uma chance de 50% de receber o alelo normal (a) 
e, assim não ser afetado (a/a). 
Critérios da Herança Autossômica Dominante 
1. O fenótipo aparece em todas as gerações, e toda pessoa afetada tem um genitor afetado. 
2. Qualquer filho de genitor afetado tem um risco de 50% de herdar o fenótipo. 
3. Familiares fenotipicamente normais não transmitem o fenótipo para seus filhos. 
4. Homens e Mulheres têm a mesma probabilidade de transmitir o fenótipo aos filhos de 
ambos os sexos. 
Exemplosde Herança Autossômica Dominante 
 Doença de Huntington (DHq) 
É uma doença neurodegenerativa fatal de herança autossômica dominante caracterizada 
por movimentos involutários e demência progressiva. O aparecimento da doença se dá 
entre os 30-50 anos de idade sendo 38 a idade média de aparecimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Heredograma de uma família com Doença de Huntington 
O gene foi mapeado no cromossomo 4p16 em 1981 por técnicas de genética molecular. 
É possível identificar os indivíduos portadores do gene. 
 Neurofibromatose de Von Recklinghausen (NF1) 
É um distúrbio comum do sistema nervoso caracterizado por manchas café-com-leite e 
tumores cutâneos fibromatosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O gene é clinicamente observado em praticamente todas as pessoas (penetrância 
completa). Cerca de metade dos casos de NF1 resulta de uma mutação nova e no heredograma 
acima, o probando (indicado por uma seta) parece ser um alelo mutante novo, pois seus pais e 
avós não são afetados. 
Herança Autossômica Recessiva 
Os distúrbios autossômicos recessivos expressam-se apenas em homozigotos, que, 
portanto, devem ter herdado um alelo mutante de cada genitor. Desse modo: 
 
 
 
 
 
 
O risco de seus filhos receberem o alelo recessivo de cada genitor, e serem afetados é de 
1/4. A maioria dos genes dos distúrbios autossômicos recessivos está presente em portadores 
dos genes. Eles podem ser transmitidos nas famílias por numerosas gerações sem jamais 
aparecer na forma homozigótica. A chance de isto acontecer é aumentada se os pais forem 
aparentados. A consanguinidade dos genitores de um paciente com um distúrbio genético é uma 
forte evidência em favor da herança autossômica recessiva daquela afecção. 
 
 
Critérios da Herança Autossômica Recessiva 
 
 
1. O fenótipo é encontrado tipicamente apenas na irmandade do probando e o fenótipo salta 
gerações. 
2. Os pais do índivíduo afetado em alguns casos são consanguíneos. 
3. Ambos os sexos têm a mesma probabilidade se serem afetados. 
Exemplos de Herança Autossômica Recessiva 
 Fibrose Cística 
Doença autossômica recessiva caracterizada por doença pulmonar crônica, insuficiência 
pancreática exócrina, aumento da concentração de cloreto no suor. 
O defeito básico é uma mutação do gene que codifica a proteína reguladora da fibrose 
cística, provavelmente envolvida no transporte de ânions através da membrana celular. 
 Doença de TAY-SACHS 
Distúrbio neurológico degenerativo, autossômico recessivo, que se desenvolve quando a 
criança tem 6 meses de idade. Há uma deterioração mental e física intensa desde a 
lactância, a morte ocorre entre 2 e 3 anos de idade. O defeito básico são mutações no 
lócus da subunidade a da hexosaminidase A. A deficiência ou ausência da subunidade a 
da hexosaminidase A leva ao acúmulo do gangliosídeo GM2, principalmente nos 
neurônios. 
 
Herança Dominante Ligada ao X 
Um fenótipo ligado ao X é descrito como dominante se ele se expressar regularmente em 
heterozigotos. 
Em um heredograma dominante ligado ao X, todas as filhas e nenhum filho de homens 
afetados são afetados; se alguma filha não for afetada ou algum filho for afetado, a herança deve 
ser autossômica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Critérios da Herança Dominante Ligada ao X 
1. Os homens afetados com companheiras normais não têm nenhum filho afetado e 
nenhuma filha normal. 
2. Os filhos de ambos os sexos de portadores possuem um risco de 50% de herdar o 
fenótipo. 
Exemplos de Herança Dominante Ligada ao X 
 Raquitismo Hipofosfatêmico 
Distúrbio dominante ligado ao X. Caracteriza-se por capacidade reduzida de reabsorção 
tubular renal do fosfato filtrado. 
 
 
 Síndrome de Rett 
Distúrbio dominante ligado ao X caracterizado por uma síndrome de retardamento mental 
acentuado. 
 
Herança Recessiva Ligada ao X 
Uma mutação ligada ao X expressa-se fenotipicamente em todos os homens que a recebem, 
mas apenas nas mulheres que são homozigóticas para a mutação. Mulheres heterozigotas 
podem expressar o fenótipo (considerando a Hipótese de Lyon). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O gene de um distúrbio ligado ao X às vezes está presente num pai e numa mãe 
portadora e, então, as filhas podem ser homozigóticas afetadas. 
Critérios da Herança Recessiva Ligada ao X 
1. A incidência do fenótipo é muito mais alta em homens do que em mulheres. 
2. O gene responsável pela afecção é transmitido de um homem afetado para todas as suas 
filhas. 
3. O gene jamais se transmite diretamente do pai para o filho, mas sim de um homem 
afetado para todas as suas filhas. 
4. As mulheres heterozigóticas geralmente não são afetadas, mas algumas expressam a 
afecção com intensidade variável. 
Exemplos de Herança Recessiva Ligada ao X 
 Hemofilia A 
Distúrbio recessivo ligado ao X clássico. É um distúrbio da coagulação caracterizado por 
tempo de sangramento prolongado. Causado por mutações no gene que codifica o fator 
VIII, componente da cascata da coagulação. A deficiência do fator VIII resulta numa 
formação defeituosa de fibrina, comprometendo a capacidade de coagulação. 
Padrão de heredograma demonstrando a Hemofilia A 
 Distrofia Muscular de Duchene (DMD) 
Distúrbio recessivo ligado ao X caracterizado por uma Fraqueza Muscular Progressiva. O 
defeito básico é uma anormalidade do gene estrutural da proteína distrofina causando 
níveis nulos ou bastante reduzidos de distrofina no músculo. Normalmente, a distrofina é 
ligada à membrana muscular e ajuda a manter a integridade da fibra muscular; na 
ausência , a fibra muscular degenera. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DOENÇAS GÊNICAS 
 
1. Introdução 
 Por não serem quantitativamente significantes, as doenças de base genética aparentam não ter 
muita importância, porém são responsáveis pelo sofrimento de inúmeras pessoas afetadas por anomalias 
que tem algum componente genético. 
A importância das doenças genéticas é relativa a população, afetando essa com problemas de 
saúde pública, atingindo diferentes etnias e apresentando grande variação regional na incidência de várias 
doenças genéticas. 
 As doenças ligadas a genética são muitas e bastante variadas, e o objetivo deste trabalho e fazer 
um breve comentário, tentando destacar aspectos importantes que possam caracterizar, ou pelo menos dar 
uma idéia sobre algumas dessas desordens mendelianas, visando torná-las mais conhecidas pela 
população em geral. 
 
2. Doenças autossômicas dominantes 
Acondroplasia 
 Várias condrodistrofias foram erroneamente classificadas como acondroplasia "classica" no 
passado, de modo que se deve ter cuidado em confirmar o diagnóstico antes do aconselhamento genético. 
 O indivíduo apresenta distribuição sexual igual; nanismo acentuado; inteligência normal; cabeça 
grande com fronte proeminente e nariz em sela, podendo ocorrer megalocefalia; lordose lombar; asas 
ilíacas pequenas e curva sacroilíaca reduzida; mão curta em forma de tridente. A prreviewência é 1:10.000, 
sendo cerca de 85% mutações novas. Tratamento é sintomático e de apoio; alívio da compressão da 
medula espinhal, caso ocorra. 
 
Acrocefalossindactilia (síndrome de apert) 
Pode ou não ocorrer uma deficiência mental intensa; baixa estatura em certo grau; cabeça com 
fronte alta, diâmetro ântero-posterior curto, estrabismo; orelhas de implantação baixa; boca com palato 
estreito e muito arqueado; aparelho cardiovascular com lesões congênitas raras, incluindo coarctação da 
aorta; prreviewência é 1:160.000, com a maioria dos pacientes apresentando mutações novas. Tratamento 
é um alívio cirúrgico precoce da craniossinostose; mobilização cirúrgica do polegar; intervenção cirúrgicadas malformações cardiovasculares; escolar especiais para o retardo. 
 
 Estenose supravalvar aórtica como ou sem facies de elfo (síndrome de William-beuren) 
 A doença era particularmente ocorrente na Inglaterra, onde se empregavam doses excessivas de 
suplementação de vitamina D durante a década de 50. A facies "de elfo" e outras características não-
cardiovasculares dessa síndrome foram reconhecidas em pacientes que tiveram hipercalcemia do lactente. 
Verificou-se mais tarde que pacientes com hipercalcemia do lactente e pacientes com estenoses aórtica 
supravalvar sofriam da mesma doença. 
Indivíduo com retardo mental; crescimento moderado; peso baixo ao nascimento; fácies "de elfo", 
isto é, face cheia, boca larga; nariz arrebitado, mandíbula pequena e orelhas proeminentes; estenose 
aórtica supravalvar; hipercalcemia, que geralmente não é detectada no recém-nascido. Tratamento pode 
ser feito com restrição de vitamina D e se necessário intervenção cirúrgica para a estenose aórtica 
supravalvar. 
 
 Displasia brânquio-oto-renal (síndrome Bor) 
 Depressões pré-auriculares e fendas branquiais, que em associação à surdez e anomalias renais, 
constituem a síndrome BOR, onde pode ocorrer perda auditiva. Quatro em oito probandos com depressões 
pré-auriculares numa escola para surdez tiveram síndrome BOR. Não foi demonstrado convincentemente a 
existência de um gene mutante separado produzindo depressões, fendas e surdez sem anomalias renais. 
 
 Disostose cleidocraniana 
 A antiguidade dessa malformação é ilustrada pelo fato de que foi observada num crânio de 
Neanderthal. 
 Inteligência normal; suturas cranianas abertas; boca com palato muito arqueado, denticão tardia; 
aplasia parcial ou completa das clavículas, que permite que o paciente aponha os ombros. O nascimento 
dos dentes permanentes pode ser atrasado, e esses geralmente são anormais. A pelve estreita na mulher 
pode impossibilitar um parto normal. Tratamento de apoio 
 
Disostose craniofacial (doença de Crouzon) 
 Apresenta uma facies típica; pode haver braquidactilia; suscetibilidade de lesões do nervo óptico; 
nariz em bico; lábio superior curto; boca com palato curto e muito arqueado. Retardo mental é uma 
 
característica eventual, bem como coarctação da aorta e estenose aórtica. Ocorre comprometimento visual 
progressivo em muitos pacientes e uma neurocirurgia pode estar indicada. 
 
Displasia ectodérmica 
 A displasia ectodérmica existe sob várias formas, que podem mostrar herança autossômica 
dominante, autossômica recessiva ou ligada ao X. 
 Displasia ectodérmica, hidrótica ( tipo de Clouston) : esses pacientes têm uma alopecia que é 
amiúde total, distrofia intensa das unhas, hiperpigmentação da pele, sobretudo sobre articulações, e 
disceratose palmar. Cataratas, subnormalidade mental e baixa estatura foram eventualmente descritas. 
Dentes, glândulas sudoríparas e sebáceas são normais. 
 Displasia ectodérmica (tipo de Robinson): caracteriza-se por unhas distróficas, dentes em forma de 
cavilha, anodontia parcial, surdez neurossensitiva moderada. As vezes ocorrem sindactilia e polidactilia. 
 
Epidermólise bolhosa 
 Há várias formas genéticas dessa doença. A forma dominante simples pode ser observada ao 
nascimento, como bolhas superficiais ou somente quando as lesões forem produzidas por traumatismo leve. 
As lesões são intra-epidérmicas e não são seguidas de cicatrizes. A forma dominante distrófica, na qual as 
unhas são afetadas, pode levar a cicatrizes e contraturas. Os tornozelos e dedos são particularmente 
vulneráveis. Há vários tipos diferentes, com expressividade variável dentro e entre os tipos. 
 
Doença de Huntington (dh) 
 Pode manifestar-se na infância, mas geralmente e reconhecida na terceira e quarta década de vida. 
A manifestação inicial é um distúrbio emocional seguido de movimentos coréicos, convulsões e demência 
progressiva. Em geral a morte prevém entre 4 e 20 anos após o início dos sintomas. Essa doença continua 
sendo trasmitida de geração para geração porque seu início tardio resulta numa redução relativamente 
pequena da adaptabilidade reprodutiva e também dificulta o aconselhamento genético. 
 
Síndrome de Marfan (aracnodactilia, dolicostenomelia) 
 Cerca de 15% dos casos têm genitores normais: nestes, a idade paterna média aumentada sugere 
que são mutações novas. Os portadores do gene podem apresentar desde nenhum sinal da doença à 
síndrome plena. Estatura maior do que irmãos que não foram afetados; distribuição sexual normal; cabeça 
longa; apresentam miopia, deslocamento espontâneo da retina; membros longos e delgados, frouxidão 
articular, tórax em funil, envergadura dos braços maior que a altura. A doença cardiovascular esta presente 
em 60 a 80% dos pacientes com a síndrome. A prevalência é 1:60.000. O tratamento e sintomático e de 
apoio, intervenção cirúrgica para o aneurisma de aorta e 
doença da valva aórtica e mitral. 
 
Distrofia muscular, dominante 
 Distrofia facioescapuloumeral, de Landouzy-Dejérine: O início se dá na adolescência ou início da 
idade adulta, mas pode ser bem mais tarde. Os múculos da face e ombros são afetados. 
Distrofia muscular oculofaríngea: Essa desordem também surge numa época posterior da vida e 
caracteriza-se por ptose e disfagia e, em algumas famílias, emaciação de vários grupos musculares. 
 
Síndrome da unha-patela 
 As unhas, especialmente do polegar, são hipoplásticas ou às vezes ausentes; as patelas também. 
Pode haver hipoplasia da cabeça da fíbula, côndilo lateral, cotovelos e escápulas. Esporões ilíacos são 
comuns. Uma nefropatia resultando em proteinúria ou em doença renal franca (30%) com patologia 
glomerulonefrítica pode ser fatal. As principais incapacidades são a limitação da mobilidade articular e a 
complicação de osteoartrite. 
 
Neurofibromatose (doença de Von Recklinghausen nf-1) 
Geralmente uma doença leve, mas às vezes bastante incapacitante. Debilitação mental em 10%; 
manchas café-com-leite na pele; tumores neurofibromatosos ocorrem subcutaneamente ao longo dos 
nervos; ocorre descolamento da retina, glaucoma, opacidade da córnea; tumores no cérebro, nervos 
cranianos e medula espinhal; escoliose, arqueamento dos membros inferiores, fusão das costelas; eventual 
neurofibroma do rim, estômago, língua; precocidade sexual. Prevalência é de 1:4.000, e cerca de 50% dos 
pacientes representam mutações novas. Tratamento é feito com alívio cirúrgico da compressão tumoral, 
excisão do feocromocitoma e assistência de apoio em geral. 
 
Síndrome óculo-aurículo-vertebral (síndrome de Goldenhar) 
 Muito similar a síndrome de Treacher Collins. Orelhas malformadas, surdez e hipoplasia mandibular 
e malar; cistos dermóides epibulbares e incisuras da pálpebra superior; má oclusão dentária é frequente; 
 
fenda labial e palatina e cardiopatias congênitas são eventuais. A inteligência e normal e, se o 
desenvolvimento da fala estiver atrasado, perda auditiva deve ser a primeira consideração etiológica. 
Embora os defeitos faciais possam ser profundos, a cirúrgia plástica propicia uma restauração 
razoavelmente satisfatória. 
 
Osteogênese imperfeita 
 Inteligência normal e distribuição sexual igual. Baixa estatura a intensas malformações e nanismo. 
Taxa metabólica aumentada, hipertemia, sudorose excessiva. Calota craniana delgada e saliente, 
fontanelas abertas; dentes translúcidos e predisposição a cáries; megalocórnea; surdez na idade adulta; 
fraturas frequentes, arqueamento dos membros inferiores; ossos longos possuem córtex fino; osteoporose. 
Apresentam problemas cardiovasculares como insuficiência aórtica e regurgitação mitral. Pele fina e 
translúcida; fragilidade capilar. Prevalência é de 1:60.000. O tratamento é sintomático e de apoio. 
 
Síndrome de Waardenburg 
Indivíduo com inteligência normal, proporção sexual igual, crescimento normal. Pele com áreas de 
vitiligo. Topetebranco e agrisalhamento precoce; nariz com ponte alta e larga; perda auditiva 
neurossensitiva não-progressiva congênita. Prevalência de 1:40.000 na Holanda, 1:20.000 no Quênia. O 
topete branco pode estar presente ao nascimento, aparecer no início da segunda infância ou somente na 
idade adulta, e pode até desaparecer. O tratamento e feito com o reconhecimento precoce e uso de 
aparelhos auditivos. 
 
Polipose do cólon (polipose intestinal i) 
 Nessa desordem, as manifestações se restringem ao cólon. Pode ocorrer transformação maligna já 
na segunda década. Hemorragia digestiva e diarréia podem ser queixas de apresentação. Há necessidade 
de colectomia. Os parentes em primeiro grau de indivíduos afetados devem ter exames regulares. 
 
Polipose jejunal (síndrome de Peutz-Jeghers; polipose intestinal ii) 
Manchas pigmentadas aparecem na lactância ou início da segunda infância e tendem a 
desvanecer-se no adulto. Tais manchas, situadas nos lábios, área perioral, mucosa da boca e dedos das 
mãos, servem como sinais-sentinelas da síndrome. Dor abdominal em cólica, hemorragia digestiva e 
intussuscepção, que são complicações da doença, geralmente aparecem na infância. A transformação 
maligna dos pólipos ocorre menos comumente nesse tipo do que nos tipos I e III. 
 
Polipose com osteomas e tumores cutâneos (síndromes de Gardner; polipose intestinal iii) 
 Cistos de inclusão sebáceaos e epidérmicos da face, couro cabeludo e dorso e osteomas da face, 
mandíbulas e calota craniana são as lesões associadas aos pólipos intestinais dessa síndrome. Os pólipos 
adenomatosos costumam encontrar-se no cólon ou reto, mas eventualmente estão presentes no estômago 
ou intestino delgado. Quase metade dos indivíduos com essa síndrome desenvolvem carcinoma. 
 
Atrofia muscular fibular(doença de Charcot-Marie-Tooth) 
 Essa doença genética relativamente comum manifesta-se como fraqueza e atrofia dos músculos 
fibulares e avança insidiosamente para envolver outros músculos nos membros superiores e inferiores. Os 
reflexos tendíneos profundos estão diminuídos; pé cavo é comum. Ocorrem alterações sensitivas e tróficas. 
Há velocidade reduzida da condução nervoso periférica e desmielinização em algumas famílias. Ocorre 
heterogeneidade genética; há também formas autossômica recessiva e ligada ao X. 
 
3. Doenças autossômicas recessivas 
 Acrodermatite enteropática 
 Diarréia, dermatite bolhosa e retardo do crescimento são as características da doença. Também se 
descrevem hipoplasia tímica e hiperplasia de células das ilhotas pancreáticas. A ausência de um fator de 
ligação ao zinco de baixo peso molecular produzido pelo pâncreas pode ser o mecanismo subjacente da 
deficiência de zinco. A doença é tratada e essencialmente curada pela suplementação de zinco. O fator de 
ligação está presente no leite materno humano, que melhora a condição clínica. 
 
Homocistinúria 
 O defeito básico é a ausência de cistadionina beta-sintetase, e verifica-se uma heterogeneidade 
nessa doença. Retardo mental frequente; distribuição sexual igual e estatura variável de normal a alta. Nos 
olhos apresenta subluxação do cristalino, miopia e cataratas. Dedos longos e finos; tórax em funil; 
cifoscoliose; frouxidão articular. Presença de doenças cardiovasculares como infarto miocardio e acidente 
vascular cerebral; convulsões; osteoporose. Prreviewência na faixa de 1:150.000 a 300.000.O tratamento 
com vitamina B6 para aqueles sensíveis a ela parece reduzir a maioria das complicações, do retardo mental 
às complicações vasculares. 
 
 
Doença de tay-sachs (GM2-gangliosidose tipo I) 
 O início é na lactância, retardo do desenvolvimento intenso progredindo para demência, cequeira, 
paralisia e morte dos dois aos três anos de idade. Uma mancha "vermelho-cereja" ao exame de fundo-de-
olho é típica dessa doença. A taxa de prevalência e de 1:5.000 entre judeus Ashkenazi, enquanto em 
populações não-judaicas esta na ordem de 1:400.000, à exceção dos franco-canadenses de Quebec que 
tem uma taxa próxima aos judeus Ashkenazi. A enzima deficiente é a hexosaminidase. 
 
 Síndrome de Laurence-Moon 
Essa síndrome foi reconhecida por sua anormalidade oftalmológica e defeitos associados mais de 
100 anos atrás. Retinite pigmentosa está presente em cerca de dois terços dos pacientes, obesidade, 
retardo mental, polidactilia pós-axial e sindactlia são ainda mais comuns. Encontram-se hipogonadismo e 
hipoplasia genital em mais de metade desses indivíduos. Essa síndrome deve ser distinguida com base em 
critérios clínicos das síndromes de Prader-Willi e Biedl-Bardet. 
 
 Síndrome de Meckel 
 Meningoencefalocele occiptal, polidactilia e displasia cística dos rins são as características 
clássicas, mas ocorrem muitas outras anomalias. A displasia renal é a única característica constante. Um 
defeito cerebral - meningocele occipital (67%) e/ou anencefalia (27%) ou hidrocefalia (12%) - ocorre em 
90%, cistos e/ou fibrose hepáticos em 70% e, com menores frequências, anomalias penianas, cardíacas e 
esplênicas, fenda labial e microftalmia. Quase todos os pacientes têm pelo menos três dessas anomalias, 
mas nem sempre as mesmas 
 
 Mucopolissacaridose tipo ih (síndrome de Hurler) 
O paciente parece normal ao nascimento e durante o desenvolvimento inicial. Nos primeiros meses 
ocorre uma corcunda, e o retardamento mental raramente é reconhecido antes dos seis meses de idade. 
Nanismo e morte geralmente na primeira década. Cabeça grande com feições faciais grosseiras; córneas 
turvas; surdez eventual; nariz largo, rinite mucóide; lábios cheios; pescoço curto; mãos largas com dedos 
atarracados; cifose; abdome protuberante. Deposição de mucopolissacarídios em valvas cardíacas e nas 
artérias coronárias, levando à insuficiência cardíaca congestiva e oclusão coronariana; irregularidades 
diafisárias, falanges curtas e malformadas. Prreviewência de 1:40.000. Tratamento é sintomático. 
 
 Alcaptonúria 
 A alcaptonúria é uma desordem rara como uma incidência de cerca de 1:200.000. O defeito básico 
na atividade de uma enzima é demonstrado como uma ausência da oxidase do ácido homogentísico. 
Ocorre uma parada no catabolismo da tirosina e grandes quantidades de ácido homogentísico são 
excretadas na urina. A urina fica com coloração preta, permitindo o diagnóstico na lactância pela coloração 
negra da frauda. O acúmulo do polímero de ácido homogentísico no tecido mesenquimátoso, como 
cartilagem, é responsável pela coloração preto-azulada das orelhas, nariz, bochechas e escleras. A artrite, 
que ocorre em cerca de metade dos pacientes de mais idade, resulta de degeneração da cartilagem 
pigmentada. De outro modo, o paciente está livre de sintomas. Nenhum tratamento bem-sucedido é 
conhecido. 
 
 Nanismo distrófico 
 Os pacientes com essa desordem podem parecer-se com anões acondroplásticos ao nascimento 
por causa dos membros curtos. Entretanto, há es tigmas clássicos que distinguem o nanismo distrófico de 
outras formas de nanismo detectáveis ao nascimento. Um é a tumefação cística da orelha externa, 
semelhante à "orelha de couve-flor" do boxeador, sequida de calcificação da lesão. Outras características 
distintivas são pés tortos e primeiros metacarpos curtos associados a polegares pequenos e colocados 
proximalmente. A inteligência e a saúde geral são satisfatórias. A correção ortopédica da deformidade dos 
pés e da escoliose progressiva não se mostrou inteiramente satisfatória. 
 
 Distrofia torácica, asfixiante ( síndrome de Jeune ) 
Essa doença frequentemente termina em êxito letal na lactância. A caixa torácica é bastante 
constringida por costelas encurtadas e a constrição impede excursões respiratórias e produz asfixia. Há 
membros relativamente curtos, asas ilíacas quadradas hipoplásticas, acetábulo deformado e epífises e 
metáfises irregulares. Polidactilia pode estar presente. Os pacientes que sobrevivem à lactância melhoramcom o relativo crescimento do gradil costal e respiração satisfatória, mas uma doença renal progressiva se 
manifesta. 
 
 Adrenoleucodistrofias 
 
 A adrenoleucodistoria neonatal caracteriza-se pelo início no recém-nato de desmielinização, 
hipotonia intensa, convulsões, atrofia adrenal e fibrose hepática. Há acúmulo de ácidos graxos de cadeia 
muito longa, acidúria pipecólica e um modo de herança autossômica resessiva. A adrenoleucodistrofia 
ligada ao X é uma doença deslmielinizante progressiva do sexo masculino que começa na infância e leva à 
demência e insuficiência adrenal. 
 
 Síndrome de Zellweger ( cérebro-hepatorrenal ) 
 Geralmente é letal no início da lactância e caracteriza-se por defeitos grosseiros no 
desenvolvimento do cérebro, facies incomum, hipotonia, digenesia hepática, cistos renais, problemas 
respiratórios e anomalias cardiovasculares. A calcificação condral, mais acentuada nas áreas patelares. 
Cinco defeitos enzimáticos foram encontrados em pacientes de Zellweger. 
 
 Síndrome de refsum 
 As características cardinais dessa síndrome são ataxia, polineurite crônica, retinite pigmentosa, 
defeitos da condução cardíaca e surdez. A condução atrioventricular pode estar completamente bloqueada, 
exigindo a implantação de marcapasso. O defeito é uma deficiência de fitânico-oxidase nos peroxissomos 
levando ao acúmulo de ácido fitânico de cadeia ramificada, que é na sua maior parte obtido exogenamente 
através de alimentos que contém fitol. Uma dieta sem clorofila e compostos afins e plasmaférese produzem 
melhora clínica. 
 
 Poiquilodermia congênita de Rothmund 
Os indivíduos com essa desordem da pele e olhos a princípio parecem ter uma displasia 
ectodérmica ou uma desordem de aparência senil. Entre 3 e 12 meses a pele começa a mostrar um padrão 
d superfície marmórea produzido por um eritema que progride para telangiectasia, cicatriz e atrofia. O 
paciente típico é baixo e tem cataratas, cabelos ralos e prematuramente grisalhos, deficiências dos dentes e 
distrofia das unhas. A pele exibe áreas pontilhadas de atrofia, telangiectasia e hiperpigmentação. 
 
Progeria (síndrome de Hutchinson-Gilford) 
 O lactante geralmente aparece normal ao nascimento, mas pode haver uma pele esclerodermatosa 
e cianose mediofacial, e é por diversos meses até os 2 anos que surge a suspeita de desenvolvimento 
anormal, amiúde devido a um retardo progressivo no ganho ponderal e crescimento. A inteligência parece 
não ser comprometida e a calvície e de início precoce. O crescimento atinge um platô aos 18 meses e a 
estatura final pode ser a de uma criança de 5 anos. Há perda de gordura, fibrose periarticular com 
enrijecimento das articulações e anormalidades equeléticas, como hipoplasia, displasia e uma degenaração 
típica da clavícula e falanges distais. Uma aterosclerose generalizada progride desde os 5 anos até a época 
da morte na segunda década. 
 
4. Doenças recessivas ligadas ao x 
Hemofilia A (hemofilia A, deficiência de GAH ou de fator VII ) 
 A hemofilia mostra uma herança recessiva ligada ao X com transmissão aos homens afetados por 
mulheres portadoras geralmente assintomáticas que possuem níveis moderados a normais de globulina 
anti-hemofílica. A frequência é entre 1:25.000 e 1:10.000 nativivos do sexo masculino . 
 Caracteriza-se por episódios recorrentes de sangramento que surgem espontaneamente ou após 
um traumatismo pequeno. As hemoragias são típicas e podem ocorrer em qualquer área : mucosa, 
subcutânea, intramuscular, retroperitoneal ou no interior de um órgão . O sangramento é uma sequela 
notória das extrações dentarias . 
 O tratamento consiste em pressão local, se possível, e correção temporária do defeito da 
coagulação por transfusão de plasma ou frações de plasma ricas em GAH . Cuidados especiais para 
hemartrose a fim de prevenir lesão permanente, administração de GHA antes de procedimentos cirúrgicos e 
o estímulo para um desenvolvimento emocional e intelectual normal são aspectos importantes da 
assistência médica .Infelizmente os benefícios do GAH de derivados sanguíneos humanos foram 
acompanhados de hepatite e síndrome de imunodeficiência adquirida ( AIDS) . 
 
Síndrome de feminização testicular 
 Os pacientes com essa síndrome são trazidos a um médico como adolescentes devido a atraso na 
menstruação, ou são descobertos no início da segunda infância em decorrência de "hérnias inguinais", que 
são hérnias mas testículos no canal inguinal. Um exame minucioso revela vagina curta e ausência de útero 
e anexos. O esfregaço bucal é negativo e o cariótipo é de um homem normal: 46, XY. As dosagens 
hormonais são normais. A transmissão familiar da desordem ajusta-se à expectativa para uma herança 
recessiva ligada ao X. 
 
Hemofilia B ( doença de Christmas, deficiência ) 
 
 Essa doença é clinicamente semelhante à deficiência do GAH e é 1/10 a 1/5 tão frequente. A 
maioria dos casos tem uma molécula de fator IX imunologicamente detectável porém inativa ( positivo para 
MRC ) , mas também há um tipo negativo para MRC. É diferenciada da hemolfilia clássica pelo teste de 
geração de tromboplastina, ensaio específico da atividade de fator IX e por sondas gênicas, que permite um 
diagnóstico pré-natal. O tratamento consiste em concentração de fator CTP ou plasma armazenado . 
 
Hiperelastose cutânea, recessiva ligada ao x 
 Nesse tipo da síndrome de Ehlers-Danlos, há uma deficiência da enzima lisil-oxidase, que é 
responsável pela primeira etapa no entrelaçamento do colágeno . Pele hiperextensível e tendência a 
equimoses são as principais manifestações . 
 
Hidrocefalia , ligada ao x ( estenose aqueductal ) 
 A hidrocefalia na qual se demonstra claramente que o bloqueio é no aqueduto cerebral ( de Sylvius) 
pode mostrar heterogeneidade, mas o principal modo de herança é recessivo ligado ao X . Nosso 
aconselhamento é que metade da prole do sexo masculino está sobre risco. Pode-se oferecer 
amniocentese quando um irmão prévio teve estenose aqueductal . 
 
Síndrome dos cabelos encarapinhados (síndrome de Menkes ) 
 Essa doença cerebral progressiva, reconhecida primeiro por Menkes em 1962, caracteriza-se por 
cabelos retorcidos, alterações escorbúticas nas metáfises dos ossos longos, tortuosidade das artérias 
cerebrais e outras, o que acarretar oclusão vascular, hipotermia e morte dentro de três anos, com 
degeneração cerebral progressiva. A investigação dos cabelos encarapinhados, fragmentação de lámina 
elástica interna das artérias e alterações ósseas levou recentemente a um defeito na absorção intestinal de 
cobre. Os cabelos retorcidos podem surgir apenas depois de várias semanas e a doença pode ser mas 
comum do que atualmente considerada. 
 
 Síndrome de Lesch-Nyhan 
Lesch e Nyhan foram os primeiros a relatar essa desordem, como uma anormalidade do 
metabolismo do ácido úrico e função nervosa central. Os pacientes descritos até o presente são do sexo 
masculino. O paciente parece normal ao nascimento, mas durante o início da lactância observa-se que ela 
torna-se hiperirritável e lento no desenvolvimento motor. A espasticidade e movimentos coreoatetóides 
surgem no final da lactância . Após a erupção de dentes o paciente começa a multilar os próprios lábios e 
dedos mastigando-os. Observam-se ranger de dentes, balançar dos braços e retardo mental e motor. Os 
níveis séricos de ácido úricos estão intensamente elevados. Hematúria e lesão e insuficiência renal 
progressiva é comum. O tratamento é feito com Alopurinol para reduzir os níveis de ácido úrico. A morte na 
infância após lesão neurológica e renal progressiva é comum. 
 
 Diabetes insipidus 
 São conhecidos dois tipos de diabetes insipidus ligados ao X: nefrogênica e neuro-hipofisário. Na 
forma neufrogênica, há uma falha da resposta tubular renal ao hormónio antidiurético ( resistente à 
pitressina) no homem e defeito parcial na mulher. Pode ocorrer retardomental e físico, talvez secundário a 
desidratação. A reposição de água é necessária; as tiazidas podem reduzir o fluxo urinário. Um 
comprometimento parcial da concentração esta presente em algumas heterozigotas. 
 O tipo neuro-hipofisário responde à pitressina e pode seguir um padrão ligada ao X ou 
eventualmente autossômico dominante. Demonstrou-se deficiência nos núcleos hipotalâmicos em alguns 
desses pacientes. 
 
 Síndrome de Wiskott - Aldrich 
 Essa síndrome de eczemia, trombocitopenia e infecções frequentes foi descrita em três irmãos por 
Wisklott em 1937. Aldrich definiu o modo de herança recessivo ligado ao X em 1954. Eczema e diaréia 
sanguinolenta (com trombocitopenia) são as manifestações habituais no início da lactância. Numa época 
posterior da lactância, as infecções, sobretudo da pele, ouvidos médios e pulmões, tornam-se um problema 
proeminente. A deficiência imunologica é um pouco variável e pode envolver as imunidades celular e 
humoral. A IgM e iso-hemaglutininas geralmente estão diminuídas. Há amiúde , linfopenia e hipoplasia 
tímica. Ocorrem neoplasias malignas, como leucemia e linfoma. A morte é habitual na lactância ou início da 
segunda infância. 
 
5. Doenças dominantes ligadas ao x 
 Raquitismo hipofosfatêmico (raquitismo resistente à vitamina D ) 
 Essa desordem é transmitida diretamente de uma mulher afetada para metade de seus filhos e 
filhas, e de um homem afetado para a todas as suas filhas e nenhum de seus filhos. As mulheres afetadas 
parece ter uma forma mais leve da doença que os homens. O crescimento na lactância é normal até que o 
 
fósfora sérico caia a um nível baixo quando a criança tem 6 meses de idade. As evidências clínicas e 
radiológicas de raquitismo tornam-se gradualmente visíveis. Os membros inferiores arqueiam-se com a 
sustentação do peso. O crescimento é lento e a estatura final diminuída. A marcha pode torna-se 
bamboleante . Dolicocefalia , pseudofraturas e hipoplasia do esmalte às vezes são observados. O controle 
cuidadoso dos níveis séricos de fósroto pode permitir um crescimento normal. 
 
Incontinência pigmentar 
 Acredita-se que essa desordem seja ligada ao X com letalidade no sexo masculino. Todos os 
pacientes são do sexo feminino e há uma proporção de 2:1 de meninas para meninos nativivos nas famílias 
afetadas. As características constantes são lesões da pele, que podem ser vesiculares, inflamatórias, 
atróficas ou verrucosas, porém são mais tipicamente um efeito de "remoinho de sorvete de chocolate" no 
tronco e membros, e geralmente desaparecem antes dos vinte anos de idade. Dentição incompleta com 
dentes malformados, estrabismo, ceratite, cataratas, escleras azuis, sindactilia, hemivértebras, microcefalia 
e doença cardíaca são achados frequentes. Hipertensão pulmonar primária pode limitar intensamente a 
duração da vida. Um problema sério para o indivíduo afetado e o envolvimento do sistema nervoso central. 
O aconselhamento aborda os problemas clínicos para os pacientes e os riscos que podem ser previstos 
para sua prole futura. 
 
Síndrome orofaciodigital (ofd i) 
 Essa síndrome é encontrada apenas no sexo feminino. A proporção aproximada de meninas para 
meninos é de 2:1, sugerindo que essa doença é letal no sexo masculino. A explicação mais sensata da 
causa do modo da herança é um gene mutante dominante ligado ao X. As características diagnósticas são 
fendas parciais na língua, lábio superior, crista alveolar e palato; irregularidades da dentição (ausência de 
dentes, dentes supranumerários); membranas entre a mucosa bucal e crista alveolar; ângulos mediais dos 
olhos situados lateralmente; hipoplasia das cartilagens alares; hipoplasia malar; encurtamento assimétrico 
dos dedos, sindactilia parcial e polidactilia unilateral; retardo moderado e tremores. 
 
 Síndrome de hipoplasia dérmica focal ( de Goltz) 
 Essa síndrome parece ser dominante ligada ao X com letalidade no sexo masculino. Uma 
característica diagnóstica é a atrofia da pele que permite herniação de gordura. Pode haver também 
papilomas múltiplos da pele e mucosas. As anomalias oculares incluem coloboma da íris e coróide, 
estrabismo e microftalmia. Encontraram-se anomalias digitais, como sindactilia, polidactilia, camptodactilia e 
deformidades de ausência. As anomalias cardiovasculares em 5 a 10% dos pacientes incluem estenose 
aórtica e comunicação interatrial. 
 
6. Referências 
 FIGUEIREDO, A. Doenças gênicas. Disponível em http://www.ufv.br/dbg/BIO240/dg02.htm 
 NORA , James J. , FRASER, F. Clarke . Genética Médica . 3ª ed. . RJ : Guanabara 
Koogan , 1991 . 
 
 
Exercícios 
 
1. Construa um heredograma da sua família, a partir dos avós paternos e maternos, identifique 
todos os membros da família e assinale onde você está representado. 
2. Observe a sua família (pais e irmãos, e se tiver, esposo(a) e filhos (as)) quanto à capacidade 
de enrolar a língua (formar um tubo). Registre os dados sob a forma de heredograma. Escureça 
os símbolos das pessoas capazes de enrolar e deixe claro os das que não conseguem. 
3. No romance “The young and the restless”, várias pessoas sofriam de uma síndrome de 
envelhecimento rápido na qual uma criança pequena é mandada para uma escola e volta três 
meses depois como um adolescente. Na família Newman, os irmãos Nicholas e Victoria 
envelheceram dos seis e oito anos para dezesseis e dezoito anos dentro de poucos meses. Seus 
pais, Victor e Nikki, não são afetados. Desenhe um heredograma que represente esta parte da 
família Newman. 
4. Desenhe um heredograma que mostre a seguinte família: 
 
Um casal tem um filho e uma filha com pigmentação da pele normal. Outro casal tem um filho e 
duas filhas com pigmentação de pele normal. A filha do primeiro casal tem três filhos com o filho 
do segundo casal. Seu filho e uma filha tem albinismo. Sua outra filha tem pigmentação normal 
de pele. 
5. Numere no heredograma abaixo as gerações I, II, III e IV e os respectivos indivíduos: 
 
 
a) Quantos homens estão representados nessa genealogia? 
b) Quantas mulheres estão representadas? 
c) Quantos indivíduos estão aí representados? 
d) Quantos afetados? 
e) Indique (pelos respectivos números) que casais possuem maior número de descendentes. 
f) Faça uma seta indicando o indivíduo III.6 
 
6. Desenhe um heredograma representando os seguintes dados genéticos: 
Um casal normal para visão em cores teve quatro filhos: três mulheres e um homem, todos 
normais, nessa ordem de nascimento. A primeira filha casa-se com um homem normal e tem 
quatro crianças, todas normais, sendo duas mulheres um homem e uma mulher, nessa ordem. A 
segunda filha casa-se com um homem normal e também tem quatro crianças: uma menina 
normal, um menino daltônico, um menino normal e o último daltônico. Os demais filhos do casal 
ainda não têm descendentes. 
 
7. O heredograma abaixo apresenta uma família com indivíduos portadores de fibromatose 
gengival (aumento da gengiva devido a um tumor). 
 
 
 
a. Quantos indivíduos são afetados? Quantos são do sexo feminino e quantos masculinos? 
b. A doença ocorre em todas as gerações? 
 
8. No heredograma abaixo, uma mulher grávida (III.3) consultou seu médico sobre a 
probabilidade de dar à luz outro filho afetado com osteogênese imperfeita (doença em que os 
ossos são muito frágeis e sofrem fraturas muito facilmente). O médico afirmou-lhe que o padrão 
que seguiam seus filhos vivos era que um filho afetado era seguido de outro normal, e como seu 
 
último filho era afetado, o próximo seria com toda certeza normal. Consulte o heredograma e 
responda: 
 
a) Explique por que você estaria ou não de acordo com o médico. 
b) Qual o grau de parentesco de II.2 e II.3? E de III.2 e III.3? 
 
9. Baseado nos critérios estabelecidos dos padrões de segregação, responda: 
a) O heredograma abaixo representa uma genealogia na qualforam constatados muitos 
indivíduos com a Síndrome de Pierre Marie. Qual o padrão de herança dessa doença 
neurológica que é sugerido por esse heredograma? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
b) Um geneticista construiu o heredograma abaixo, depois de examinar a ocorrência de 
desvio acentuado do septo nasal nos indivíduos de uma genealogia. Qual o padrão de 
herança que esse heredograma sugere? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10. Na história familial de um propósito (probando) com distrofia muscular de Duchenne, 
verificou-se que ele é o terceiro filho de um casal que gerou uma irmandade consttiuída por 
quatro indivíduos. O primeiro filho do casal é do sexo masculino e o segundo do sexo feminino, 
ambos normais. O quarto filho do casal, do sexo masculino, também apresenta distrofia muscular 
do tipo Duchenne. A mãe do propósito é separada do marido tendo, após a separação, vivido 
maritalmente com dois outros homens. Com o primeiro deles teve um menino que manifestou 
distrofia muscular tipo Duchenne e com o segundo teve um casal de filhos normais, dois quais o 
mais novo é do sexo masculino. Os avós maternos do propósito são normais. O mesmo é 
Resposta:____________
____________________
_________________ 
 
 
Resposta:____________
____________________
_________________ 
 
verdadeiro em relação aos eu tio e à sua tia maternos, dos quais o primeiro é mais velho que sua 
mãe e a segunda é mais nova. Esses tios maternos são casados com pessoas normais e têm 
cada qual, um casal de filhos normais. Dentre os filhos do tio materno do propósito, o mais velho 
é do sexo masculino, o inverso ocorrendo entre o casal de filhos de sua tia materna. Construa o 
heredograma abreviado que represente a genealogia descrita. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Tópico VI – MUTAÇÕES CROMOSSÔMICAS 
1. Conceito: 
As mutações gênicas constituem uma fonte de variação genética. Entretanto, o genoma 
também pode ser remodelado em uma escala maior por alterações na estrutura dos 
cromossomos ou mudanças no número de cópias de um cromossomo em uma célula. Estas 
variações em grande escala são chamadas de mutações cromossômicas (GRIFFITHS et al., 
2001). 
As mutações cromossômicas podem ser detectadas por exames microscópicos 
(citogenética), análise genética ou ambos. As mutações gênicas não são detectadas 
microscopicamente. Um cromossomo portador de uma mutação gênica tem o mesmo aspecto ao 
microscópio de um cromossomo normal (GRIFFITHS et al., 2001). 
As mutações cromossômicas são importantes sob vários aspectos biológicos. Primeiro, elas 
podem ser fontes de compreensão do funcionamento gênico em uma escala genômica. 
Segundo, elas revelam várias características importantes da meiose e da arquitetura 
cromossômica. terceiro, elas constituem instrumentos úteis para manipulação genômica 
expreimental. Quarto, elas são fontes de compreensão dos processos evolutivos 
 Alguns autores optam por adotar a terminologia mutações cromossômicas, outros por 
aberrações cromossômicas e ainda há aqueles que se referem à variações cromossômicas. 
 Esta última condição é utilizada por Guerra (1988). Segundo o autor, essas variações 
podem ou não ser programadas geneticamente. No homem, por exemplo, o número 
cromossômico varia de 13 nos gametas, para 46 na maioria das células, mas também ocorrem 
92, 184 nos hepatócitos. Nas abelhas, o número cromossômico varia de n para machos para 2n 
nas fêmeas. Esta variação faz parte da programação genética da espécie e é encontrada em 
todos os indivíduos e populações dessa espécie. 
 As variações não-programadas é que são chamadas por Guerra (1988) de mutações 
cromossômicas. 
 
2. Causas 
Quando se trata de definir as causas das mutações cromossômicas, é preciso considerar os 
aspectos já vistos para as mutações gênicas, incluindo os mesmos agentes indutores. 
Entretanto, no caso das cromossômicas, o efeito resulta em alterações maiores no genoma, sob 
a forma de variações na estrutura ou no número de cromossomos. Assim, consideram-se ocorrer 
tanto alterações espontâneas quanto induzidas. 
Alterações espontâneas: são as que ocorrem sem causa sem causa conhecida, pois os 
cromossomos tem regiões mais suscetíveis à quebras e danos (gaps). 
Alterações induzidas: são as que resultam da exposição do organismo dos organismos a 
agentes físicos e químicos que causam mudanças no DNA. Tais agentes são chamados 
mutágenos (SNUSTAD e SIMMONS, 2001) 
 
a. Agentes físicos  induzem alterações resultantes da exposição dos organismos à 
radiação não ionizante (luz UV) e radiação ionizante (raios X, cósmico e partículas alfa, beta e 
gama de emissões atômicas de urânio, cobalto, césio, rádio, polônio que emitem prótons com 
alta carga energética). Nesse caso, É preciso considerar que a dosagem e tipo de tecido afetado 
são fundamentais sobre os efeitos no organismo. 
Radiação solar: Os raios UV naturais não são suficientes para penetrar nos tecidos e expor as 
gônadas aos seus efeitos mutagênicos, sendo portanto mutagênica apenas para células da pele. 
 
a. Agentes químicos  existem centenas de agentes químicos com efeitos leves e fortes. 
Exemplo: 
1. Análogos de bases: 5-bromouracila (análogo da timina) e 2-aminopurina (análogo da 
adenina); 
2. Agentes alquilantes: etilmetanosulfonato (EMS), metiletanosulfonato (MMS), 
etiletanosulfonato (EES), dietilsulfato, etilenoimina, nitrosoguanidina e nitrogênio 
mostarda ; 
3. Agentes intercalares: proflavina, brometo de etídio e acridine orange; 
4. Aflatoxina B1 (AFB1) 
5. Ácido nitroso (HNO2) 
6. Bissulfito de sódio (HSO3) 
7. Hidroxilamina (NH2OH) 
8. Diversos agroquímicos 
 
c. Idade dos pais: Em se tratando da espécie humana, a idade dos pais tem relação 
com a ocorrência de mutações cromossômicas, sendo consideradas idades de alerta para 
as mães, 35 anos e para os pais, 50 anos. As mutações resultam da não disjunção dos 
cromossomos durante a formação dos gametas. 
 
Classificação 
 Existem dois tipos principais de variações cromossômicas: numéricas, que compreendem 
as haploidias, poliploidias, aneuploidias, etc.; e estruturais, que incluem deleções, duplicações, 
inversões, translocações e etc. 
 As numéricas são mais fáceis de serem observadas, mesmo em espécies com 
cromossomos pequenos e numerosos e têm efeito geralmente mais drástico para o indivíduo 
(principalmente animais) e para a evolução da espécie. 
 
 
 
 
 
Variações Numéricas 
As mudanças numéricas surgem principalmente dos processos de não disjunção. Após a 
metáfase, os cromossomos migram para os polos opostos do fuso (disjunção), durante a 
anáfase. 
Não disjunção é uma falha na separação dos cromossomos bivalentes, na divisão 
mitótica ou na primeira ou segunda divisão meiótica. Se um cromossomo bivalente não sofrer 
disjunção, os dois cromossomos migrarão para o mesmo polo. Uma das células ficará 
desprovida de um dos cromossomos, enquanto a outra apresentará dois cromossomos. 
Retardo anafásico - quando os membros de um par de cromossomos deixam de fazer 
sinapse, eles não se separam corretamente no fuso. Êste é um tipo de não disjunção que pode 
fazer com que um ou ambos os membros do par não sejam incluidos em nenhuma das células 
filhas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não disjunção – mitose 
Retardo anafásico 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não disjunção - meiose 
 
 
 
 
 
A ocorrência da não disjunção leva às mudanças numéricas: aneuploidias e euploidias. 
 
1. Euploidia: O número cromossômico básico dos organismos euplóides é representado por n 
(haplóide). O símbolo n representa a metade do número

Outros materiais