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CAPÍTULO 3 A CRISE AMBIENTAL A partir da perspectiva do saber fazer, neste capítulo, você terá os seguintes objetivos de aprendizagem: Compreender as múltiplas razões da crise ambiental da atualidade, associadas às inter-relações das condições socioespaciais, políticas, econômicas e culturais. Conhecer a amplitude da crise ambiental através dos problemas ambientais globais. Verifi car a urgência da Educação Ambiental como uma ação e/ou medida para amenizar os problemas ambientais. 64 Fundamentos da Educação Ambiental 64 65 A CRISE AMBIENTAL 65 Capítulo 3 CONTEXTUALIZAÇÃO Grande parte da degradação ambiental e, consequentemente, da crise ambiental que estamos vivenciando estão diretamente relacionadas ao desrespeito às leis, à falta de conscientização e de punição para quem comete algum crime ambiental e à maneira irresponsável com que o ser humano vem utilizando os recursos naturais. Como, enfi m, poderemos nos comportar para conseguirmos viver em harmonia e equilíbrio em prol de um mundo “sustentável”? Pensando no planeta como um organismo vivo, onde os diversos ecossistemas vivem e têm a necessidade de serem equilibrados, como você percebe a atual crise ambiental? Que atitudes devem ser adotadas para alcançarmos um estágio onde as sociedades possam ser ditas sustentáveis? Assim, ao longo deste capítulo, estudaremos as confi gurações da crise ambiental na atualidade e as razões que levaram a este confronto entre meio ambiente e desenvolvimento. Vamos conhecer a amplitude desta crise através dos problemas ambientais globais e verifi car a urgência de um processo contínuo de Educação Ambiental (EA) envolvendo todos os atores sociais. Ao término deste estudo, veremos que este processo deve ser globalizado e tem papel fundamental na tomada de ações e/ou medidas para amenizar os problemas ambientais já instalados, bem como promover uma transformação profunda no modo de pensar e agir da humanidade. CONFIGURAÇÕES DA CRISE AMBIENTAL NA ATUALIDADE No capítulo 2, você pôde compreender o processo evolutivo das relações entre sociedade e natureza, verifi cando que o conceito de natureza foi sendo produzido, principalmente, a partir dos avanços da ciência, resultando em signifi cativas rupturas nas relações sociais e na relação sociedade- natureza. Observamos também, neste estudo, a relação existente entre o desenvolvimento industrial, o crescimento exponencial do uso dos recursos naturais e a degradação ambiental. Traçadas essas relações, percebemos que a crise ambiental tem suas origens na ilusão de domínio sobre a natureza e na cultura exacerbada do ter sobre o ser. Foi baseada nesta concepção que a humanidade conduziu sua relação com o meio ambiente e com seus próprios semelhantes. O conhecimento adquirido pelos homens ao longo dos tempos certamente trouxe Traçadas essas relações, percebemos que a crise ambiental tem suas origens na ilusão de domínio sobre a natureza e na cultura exacerbada do ter sobre o ser. Foi baseada nesta concep- ção que a humanidade conduziu sua relação com o meio ambiente e com seus próprios seme-lhantes. 66 Fundamentos da Educação Ambiental 66 importantes avanços científi cos, tecnológicos e econômicos. Porém, ao mesmo tempo, ocorreu o aumento dos problemas socioambientais, resultantes do uso irracional e inconsequente dos recursos naturais. Em Santos e Machado (2004, p. 81) lemos: Indubitavelmente a sociedade atual caracteriza-se pelo avanço técnico-científi co e informacional que lhe confere peculiaridades nunca antes imaginadas. É predominantemente urbana, da comunicação instantânea, das distâncias reduzidas, da robótica, da cibernética. Em contrapartida, é a sociedade do ter em detrimento do ser, da rapidez frenética, da competição acirrada, e, porque não dizer, marcada por profundas crises. A crise ambiental, foco de nossa conversa, repercute e se impõe de forma cada vez mais concreta perante a sociedade que, aos poucos, vem se conscientizando deste grave problema que põe em risco a sobrevivência de todas as espécies. Franco (2005, p. 25) relata que: o mundo desperta, repentinamente, assustado diante de alarmantes catástrofes naturais e de previsões ainda mais assustadoras. Toma consciência de que o desenvolvimento, a todo custo perseguido, apresenta efeitos colaterais distintos daqueles conhecidos. Você já observou que algumas catástrofes naturais não ocorrem mais tão longe de nós? Procure lembrar-se de eventos que até pouco tempo nunca ocorriam na sua região e que começaram a se tornar frequentes. Para quem é de Santa Catarina, o início pode ser o Furacão Catarina que atingiu o Sul do Estado em março de 2004 e deixou um rastro de destruição em 40 cidades catarinenses. Franco (2005) traz uma nota interessante a respeito de como nossa Civilização percebe o desenvolvimento. Observe: o termo “desenvolvimento”, em nossa Civilização, costuma ser tradicionalmente utilizado sob um enfoque eminentemente capitalista, cujo indicador normalmente está vinculado ao crescimento econômico ou, quando muito, tecnológico; e mesmo neste, considerado somente se estiver voltado à produção de riquezas. Assim, veiculados por todos os meios de comunicação, os problemas ambientais e as agressões ao meio ambiente tornaram-se cada vez mais frequentes e visíveis nas últimas décadas, o que pode ter contribuído para este processo aparente de conscientização da “questão ambiental”. Desmatamentos, queimadas, descarte de lixo (doméstico, hospitalar, industrial, entre outros), diariamente depositados em locais impróprios e sem qualquer tipo de tratamento, uso excessivo de agrotóxicos, são alguns exemplos Franco (2005, p. 25) relata que “o mundo desperta, repentinamente, assustado diante de alarmantes catástrofes naturais e de previsões ainda mais assustadoras. Toma consciência de que o desenvolvimento, a todo custo perseguido, apresenta efeitos colaterais distintos daqueles conhecidos”. 67 A CRISE AMBIENTAL 67 Capítulo 3 de como o homem vem se relacionando, ao longo da história, com o meio ambiente. E por falar em lixo...veja a seguinte manchete: Brasil investiga contêineres de lixo enviados da Grã-Bretanha. Parece mentira, mas não é! A solução para o excesso de lixo produzido pelos países “ricos” e a falta de gerenciamento ambiental adequado para seus resíduos sólidos é a exportação! Leia a reportagem no site da BBC Brasil. Nele você encontrará outras reportagens relacionadas. Acesse: http://www.bbc.co.uk/portuguese/ noticias/2009/07/090717_lixotoxicobrasilbg.shtml Se fi zéssemos uma analogia das relações que acontecem entre os organismos, nos ecossistemas, com a relação do homem e o meio ambiente, poderíamos dizer que o homem, ao longo de sua história, estabeleceu com o meio ambiente uma relação desarmônica de parasitismo, na qual atua como parasita. Extrai dele o que deseja sem se preocupar com a saúde de seu hospedeiro, ou seja, do sistema que sustenta a sua vida (ODUM; BARRET, 2007). Como vimos em outros momentos, no decorrer desta disciplina, a crise ambiental não surgiu de uma hora para outra e, sim, há muito tempo. E se agravou especialmente no período da Revolução Industrial, quando começaram de fato as agressões ao meio ambiente. Este quadro de degradação ambiental, que caracteriza a crise, nada mais é do que o conjunto de ações danosas que nós mesmos viemos cometendo ao longo de nossa existência. Indiscutivelmente, não se trata somente de uma crise ambiental, mas de uma crise da sociedade no ambiente, uma crise de valores, de percepção. Para Santos e Machado (2004), a sociedade do século XXI tem dois grandes desafi os: o primeirodeles é conseguir produzir de forma sustentável, lembrando que existe o dever ético de garantir o abastecimento para as futuras gerações; neste caso, trata-se de investir em pesquisas e novas tecnologias, colocando-as a serviço da conservação, recuperação e preservação dos recursos naturais. O segundo desafi o consiste em distribuir de forma equitativa a produção, tendo a necessidade de desenvolver mecanismos efi cientes para acabar com a miséria de cerca de 20% da população mundial. Observe a comparação que Miller (apud BRAGA et al., 2002, p. 2) faz a respeito de nosso planeta: Nosso planeta pode ser comparado a uma astronave, deslocando-se a cem mil quilômetros por hora pelo espaço sideral, sem possibilidade de parada para reabastecimento, mas dispondo de um efi ciente sistema de aproveitamento de energia solar e de reciclagem de matéria. Existem Se fi zéssemos uma analogia das relações que acontecem entre os organismos, nos ecos-sistemas, com a relação do homem e o meio ambiente, poderíamos dizer que o homem, ao longo de sua história, estabeleceu com o meio ambiente uma relação desarmônica de parasitismo, na qual atua como parasita. Indiscutivelmente, não se trata somente de uma crise ambiental, mas de uma crise da sociedade no ambiente, uma crise de valores, de percepção. 68 Fundamentos da Educação Ambiental 68 atualmente, na astronave, ar, água e comida sufi cientes para manter seus passageiros. Tento em vista o progressivo aumento do número desses passageiros, em forma exponencial, e a ausência de portos para reabastecimento, pode-se vislumbrar, a médio e longo prazos, problemas sérios para a manutenção de sua população. Atividade de estudo: Qual a sua opinião frente a esta comparação de Miller? Refl ita sobre isso! ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ Esta analogia proposta por Miller parece bastante pertinente, tendo em vista os dados que temos a respeito do crescimento populacional. No entanto, deixaremos este assunto para o próximo tópico, no qual o aumento da população é apontado como um dos problemas ambientais globais. Para Braga et al. (2002), os principais componentes da crise ambiental estão representados na fi gura 18. São eles: população, recursos naturais e poluição. População Recursos Naturais Poluição Figura 18 – Relação entre os principais componentes da crise ambiental. Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002) 69 A CRISE AMBIENTAL 69 Capítulo 3 Desta forma, o nível da qualidade de vida que temos depende, diretamente, do equilíbrio entre os vértices do triângulo que acabamos de observar. Um aumento na população, sem qualquer tipo de controle, por exemplo, certamente causará um desequilíbrio neste sistema. A demanda por recursos naturais será maior para suprir as necessidades vitais dessa população que, inevitavelmente, acabará gerando algum tipo de poluição. Como seres integrantes do meio ambiente que somos, temos o dever de utilizar todo o avanço tecnológico e científi co que conquistamos ao longo das gerações e aproveitar esta era da informação globalizada em que vivemos para criar formas efetivas de promover um meio ambiente equilibrado. Superar a crise ambiental implica não somente conciliar desenvolvimento econômico e social com a proteção do meio ambiente. É necessário, acima de tudo, mudança verdadeira no modo de pensar e agir da humanidade. No próximo tópico abordaremos, de forma isolada, alguns dos problemas ambientais que se apresentam em escala global. Dica de leitura! Escrito por Jean Dorst, a obra “Antes que a natureza morra”, lançada em 1998, continua a ser uma leitura básica para os que querem compreender as causas da crise ambiental do século XX. Trata do meio de vida e de como a sociedade foi educada para o trabalho e para a super-produção, resquícios da Revolução Industrial, afl orando a preocupação com a preservação do meio ambiente e a discussão sobre a qualidade de vida, e os efeitos causados pelas políticas de industrialização e produção de bens, adotados pelos países da Europa . DORST, J. Antes que a natureza morra. São Paulo: Edgard Blucher, 1998. Atividade de estudo: Como você descreveria a relação entre os componentes apresentados na fi gura 18: população, poluição e recursos naturais? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 70 Fundamentos da Educação Ambiental 70 PROBLEMAS AMBIENTAIS GLOBAIS Como vimos no tópico anterior, começamos a perceber que a crise ambiental tem suas origens no modo de vida que adotamos, no qual, valorizamos o ter em relação ao ser. Essa mudança do modo de vida e de valores adotados é muito bem relatada por Franco (2005, p. 27): O modo de vida e valores adotados encontram clara explicação diante da história da Civilização Ocidental, remontando a eras mais remotas, quando o homem via- se como parte da natureza, adotando outras formas de relacionamento com esta, considerando-a, em alguns casos, como sagrada e sua transição para uma concepção eminentemente antropocêntrica, onde o homem passa a entender-se como elemento externo e mais, para o qual tudo foi criado. A partir desse momento, em que passamos a não nos enxergarmos mais como parte integrante da natureza, inicia-se um processo de degradação ambiental e cultural. Cabe dizer nesse momento que, embora essa percepção das origens da crise comece a ser compreendida pela humanidade, a crise ambiental que estamos vivendo normalmente é atribuída a fatores externos, como: [...] excesso de emissões gasosas, poluição das águas e do solo por efl uentes e por resíduos provenientes, dentre outros, do crescente processo de produção e de consumo, poluição do ar pela emissão excessiva de poluentes gasosos, [...] explosão demográfi ca e da necessidade de aumento de áreas urbanas e rurais – para plantio ou pecuária – bem como da crescente demanda de matéria-prima necessariamente extraída da natureza, acarretando, portanto, dizimação de grandes áreas de vegetação nativa e o desaparecimento de grande quantidade de animais e vegetais (FRANCO, 2005, p. 27). Conscientes do processo histórico que levou à crise ambiental que hoje vivemos,vamos analisar alguns aspectos causais relevantes que contribuíram e vem contribuindo para aumentar a crise. Os vértices do triângulo que você acabou de ver no tópico anterior, como causas da crise ambiental, serão tratados isoladamente agora. Além, é claro, das “mudanças climáticas” que temos presenciado em todo planeta. 71 A CRISE AMBIENTAL 71 Capítulo 3 O AUMENTO DA POPULAÇÃO No topo do triângulo, como um dos componentes da crise ambiental, está a população. Como dissemos anteriormente, o crescimento populacional está diretamente relacionado ao aumento da demanda de recursos naturais e à geração de resíduos lançados no meio ambiente. De acordo com dados da ONU (apud BRAGA et al., 2002, p. 2), “a população mundial cresceu de 2,5 bilhões em 1950 para 6 bilhões no ano 2000 e, atualmente, a taxa de crescimento está em aproximadamente 1,3 por cento ao ano”. Lembrando a analogia da astronave que vimos anteriormente, isso signifi ca que, a cada ano, milhões de novos passageiros embarcam nela e, como você lembra, não há paradas para reabastecimento, o que torna esse aumento populacional preocupante. Os dados da ONU, apresentados no parágrafo anterior, são do documento Revison of the World Population Estimates and Projections. Acesse o endereço eletrônico http://www.undp.org/ e veja outras informações do United Nations Development Programme (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento). A ONU tem ainda o PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente), responsável por catalisar a ação internacional e nacional para a proteção do meio ambiente no contexto do desenvolvimento sustentável. Acesse o site e leia mais sobre este programa: http://www.onu- brasil.org.br/agencias_pnuma.php Desastres ecológicos, extinções de espécies, perda irreparável da biodiversidade, surgimento de novas doenças, mudanças climáticas, poluição do ar, água e solo, escassez de alimentos, ecossistemas em desequilíbrio, são fatores que levam à diminuição da qualidade de vida. Os fatores que o Leo acabou de nos mostrar podem se agravar com o crescimento exponencial da população. Dados da ONU (apud SANTOS; MACHADO, 2004, p. 82) revelam que: [...] a população mundial, em 2050, poderá atingir 10,9 bilhões de pessoas, ou seja, um aumento real de 78% sobre o número atual de habitantes. Além disso, o número de pessoas com mais de 60 anos deve triplicar nesse mesmo período, chegando a 25% da população mundial. Este crescimento populacional é maior nos países menos desenvolvidos, os chamados países em desenvolvimento ou subdesenvolvidos. Devido às altas taxas de crescimento nessas nações, a situação de desequilíbrio tende a se agravar ainda mais (BRAGA et al., 2002). Como dissemos anteriormente, o crescimento populacional está diretamente relacionado ao au- mento da demanda de recursos naturais e à geração de resíduos lançados no meio ambiente. 72 Fundamentos da Educação Ambiental 72 Para calcularmos o aumento da população, observamos a diferença entre a taxa de natalidade e a taxa de mortalidade. Um fator muito importante relacionado ao aumento populacional observado ao longo dos últimos tempos é, justamente, a redução considerável das taxas de mortalidade. Para Braga et al. (2002, p. 3): A partir da Revolução Industrial, a tecnologia proporcionou uma redução da taxa de mortalidade, responsável pelo aumento da taxa de crescimento populacional anual, apesar de a taxa de natalidade estar se reduzindo desde aquela época até os dias atuais. Se traçarmos uma linha, ao longo da história das civilizações, perceberemos que as pressões exercidas sobre o meio ambiente se intensifi caram, tornando-o cada vez mais frágil. Diante desses dados e dessa perspectiva de crescimento populacional, a situação pode se agravar ainda mais. Será que os recursos naturais disponíveis serão sufi cientes para garantir a sobrevivência dos “passageiros da astronave” que aumentam a cada ano? Se pensarmos a longo prazo, a redução da taxa de crescimento populacional é imprescindível para garantir a sobrevivência e restabelecer o equilíbrio necessário. A EXPLORAÇÃO DOS RECURSOS NATURAIS Vamos ver agora alguns aspectos relacionados à exploração dos recursos naturais. Ao longo de todo estudo, você leu muitas vezes esta expressão: “uso inadequado dos recursos naturais”, “preservação dos recursos naturais”, “disponibilidade dos recursos naturais”. Mas o que isto signifi ca realmente? Braga et al. (2002, p. 4) defi nem recurso natural como “[...] qualquer insumo de que os organismos, populações e ecossistemas necessitam para sua manutenção. Portanto, recurso natural é algo útil”. Assim, o termo está diretamente relacionado a desenvolvimento e economia, como concebidos pelo sistema sócio-econômico. Quando algo é chamado de recurso é porque pensamos na sua utilidade e não na sua importância intrínseca (como natureza, ser vivo, entre outros). Sendo assim, água, ar, minerais, biomassa, vento, combustíveis, entre outros, são exemplos de recursos naturais. Relembrando novamente o capítulo 2, você pode compreender o processo evolutivo das relações entre sociedade e natureza e as rupturas que aconteceram nessas relações ao longo da história. O homem deixou de ser A partir da Revolução Industrial, a tecnologia proporcionou uma redução da taxa de mortalidade, responsável pelo aumento da taxa de crescimento populacional anual, apesar de a taxa de natalidade estar se reduzindo desde aquela época até os dias atuais. Recurso natural como “[...] qualquer insumo de que os organismos, populações e ecossistemas necessitam para sua manutenção. Portanto, recurso natural é algo útil”. 73 A CRISE AMBIENTAL 73 Capítulo 3 nômade para tornar-se sedentário e, a partir disso, aprendeu a cultivar a terra e passou a acumular uma quantidade cada vez maior de riquezas e de bens. Esta cultura do acúmulo de riqueza e de um consumo cada vez maior de bens e serviços hoje faz parte dos costumes de qualquer sociedade e economia no mundo. Acompanhando o aumento da produção e o crescimento econômico, vieram os impactos negativos da humanidade sobre o meio ambiente. Se conseguirmos transpor nosso pensamento imediatista e projetarmos essa situação para algumas décadas à frente, estes impactos negativos podem levar a uma deterioração irreversível das reservas de recursos naturais, prejudicando desta forma o desempenho e a prosperidade das economias. Porém, isso não quer dizer que não possa existir “harmonia” entre os recursos naturais e o desenvolvimento econômico. Recursos naturais e economia interagem de modo bastante evidente, uma vez que algo é recurso na medida em que sua exploração é economicamente viável. Exemplo dessa situação é o álcool, que antes da crise do petróleo de 1973 apresentava custos de produção extremamente elevados ante os custos de exploração de petróleo. Hoje, no Brasil, apesar da diminuição do Proálcool, o álcool ainda pode ser considerado um importante combustível para automóveis e um recurso natural estratégico e de alta signifi cância, devido a sua possibilidade de renovação e consequente disponibilidade. Sua utilização efetiva depende de análises políticas e econômicas que poderão ser revistas sempre que necessário. (BRAGA et al., 2002, p. 5). Assim, podemos dizer que atrás do conceito de recurso natural temos intrinsecamente relacionados o meio ambiente, a economia e a tecnologia. A questão ambiental reside no fato de que, nas últimas décadas, o uso irracional e inadequado desses recursos provocou uma série de problemas ambientais agravando a atual crise. É por isso que o nível de degradação dos recursos naturais e o nível de crescimentoeconômico de uma nação estão intimamente relacionados. Na disciplina de Gestão Ambiental, você verá, no capítulo 4, os principais problemas associados à exploração dos recursos naturais frente aos modelos econômicos tradicionais e perceberá que a conservação de recursos naturais envolve várias questões políticas, econômicas, culturais, entre outras. Neste mesmo capítulo, o autor abordará a questão da Pegada Ecológica, através da qual é possível mensurar a quantidade de recursos naturais que precisamos para sustentar nosso estilo de vida, o que inclui a cidade e a casa onde moramos, os móveis que temos, as roupas que usamos, o transporte que utilizamos, aquilo que comemos, o que fazemos nas horas de lazer, os produtos que compramos, e assim por diante. Impactos negativos podem levar a uma deterioração irreversível das reservas de recursos naturais, prejudicando desta forma o desempenho e a prosperidade das economias. O homem deixou de ser nômade para tornar-se sedentário e, a partir disso, aprendeu a cultivar a terra e passou a acumular uma quantidade cada vez maior de riquezas e de bens. A questão ambiental reside no fato de que, nas últimas décadas, o uso irracional e inadequado desses recursos provocou uma série de problemas ambientais agravando a atual crise. 74 Fundamentos da Educação Ambiental 74 Assim, a pegada ecológica corresponde ao tamanho das áreas produtivas de terra e de mar, necessárias para gerar produtos, bens e serviços que sustentam determinados estilos de vida (mas também para dar conta dos descartes). E, como podemos perceber, a demanda e, consequentemente, o consumo dos recursos naturais podem variar muito entre países, cidades, e, até mesmo, entre pessoas. Acesse o site da WWF – Brasil, e leia mais sobre a pegada ecológica: http://www.wwf.org.br/wwf_brasil/pegada_ecologica/. Os recursos naturais podem ser classifi cados em renováveis e não- renováveis, como você pode observar na fi gura 19. Figura 19 – Classifi cação dos recursos naturais Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002) Um fato interessante a ser ressaltado, neste momento, é que o uso inadequado desses recursos pode tornar um recurso renovável em não- renovável, “[...] quando a taxa de utilização supera a máxima capacidade de sustentação do sistema”. (BRAGA et al., 2002, p. 5). É nesse momento que a exploração destes recursos naturais se torna um dos problemas ambientais globais, tratados nesse tópico: quando o homem não respeita o tempo natural e necessário de renovação dos recursos na natureza. 75 A CRISE AMBIENTAL 75 Capítulo 3 Em várias ocasiões deste estudo, você leu a expressão “questão ambiental”. O que você entende por essa expressão? A questão ambiental são os problemas relacionados ao intenso processo de degradação do meio ambiente e dos recursos naturais. Estes problemas e situações estão, em grande parte, atrelados às atividades humanas, devido à intensifi cação do desenvolvimento econômico e crescimento populacional observados nos últimos tempos. Atividade de estudo: 1 Com relação aos recursos naturais, que acabamos de estudar no tópico anterior, faça uma pesquisa, a fi m de identifi car e relacionar as vantagens e desvantagens na utilização de dois tipos de recursos naturais: o petróleo (recurso natural não-renovável) e o álcool combustível (recurso natural renovável). ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 2 Faça uma pesquisa sobre os recursos naturais que são usados como fontes de energia limpa. Conceitue o termo energia limpa, apresente quais são os principais tipos existentes e de que forma é utilizada. Através desta pesquisa, faça uma análise sobre a utilização dessas fontes de energia, apontando seus prós e contras. Como dica, construa uma tabela, organizando essas informações. ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 76 Fundamentos da Educação Ambiental 76 A POLUIÇÃO AMBIENTAL Ao passo que fazemos uso dos recursos naturais, automaticamente geramos algum tipo de poluente. Ao escutar ou ler o termo “poluição”, o que lhe vem à mente? Quais são as imagens que você automaticamente produz ao pensar em um ambiente poluído? A poluição pode ser conceituada como alterações, de ordem antrópica, nas características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera. Essas alterações causam ou podem causar prejuízos à saúde, afetar a sobrevivência ou as atividades dos seres humanos e outras espécies (BRAGA et al., 2002). Mas, como essa poluição é quantifi cada? A poluição está ligada à quantidade ou à concentração de um determinado poluente. Assim, são estabelecidos padrões e indicadores de qualidade do ar, água e solo, para que seja possível o controle da poluição de acordo com a legislação ambiental. Figura 20 – Classifi cação das fontes poluidoras Fonte: Adaptado de Braga et al. (2002) Como podemos perceber, a partir da análise da fi gura 20, os efeitos da poluição podem ser localizados, regionais ou globais. Os mais conhecidos e fáceis de serem percebidos são os de efeito local ou regional, que normalmente ocorrem em lugares onde a concentração de pessoas é maior, ou então, em áreas com grande atividade industrial. A poluição pode ser conceituada como alterações, de ordem antrópica, nas características físicas, químicas ou biológicas da atmosfera, litosfera ou hidrosfera. A poluição está ligada à quantidade ou à concentração de um determinado poluente. Assim, são estabelecidos padrões e indicadores de qualidade do ar, água e solo, para que seja possível o controle da poluição de acordo com a legislação ambiental. Os efeitos da poluição mais conhecidos e fáceis de serem percebidos são os de efeito local ou regional, que normalmente ocorrem em lugares onde a concentração de pessoas é maior, ou então, em áreas com grande atividade industrial. 77 A CRISE AMBIENTAL 77 Capítulo 3 Veremos agora alguns efeitos globais em virtude do excesso de poluição no ambiente. a) Chuvas Ácidas As chuvas ácidas são um dos maiores problemas ambientais da atualidade. Desde a Revolução Industrial, com o aumento da emissão de gases poluentes na atmosfera, este fenômeno vem aumentando devido à solubilização de alguns gases cuja hidrólise seja ácida. Vale lembrar que as chuvas normais possuem um pH levemente ácido, em torno de 5,6 unidades. Essa acidez é causada pela dissociação do CO2 em água, formando um ácido fraco, conhecido comoácido carbônico, mas também de outros gases. Assim, chuva ácida é toda chuva que possui um valor de pH abaixo de 4,5 unidades (BENETTI, 2009). Este fenômeno provoca o desequilíbrio nos ecossistemas. Um exemplo disso é o aumento do pH da água, modifi cado pelas chuvas ácidas. Esta alteração do meio aquático é nociva às mais diversas formas de vida, sendo que algumas espécies de peixe, por exemplo, não são tolerantes a esta diminuição do pH. Vegetais também sofrem as consequências da chuva ácida e muitos microrganismos, presentes no solo e responsáveis pela sua fertilidade, são destruídos em virtude do aumento da acidez, além de problemas econômicos e sociais. b) Destruição da Camada de Ozônio A camada de ozônio é um escudo natural da Terra que nos protege dos efeitos nocivos dos raios solares, em especial os raios ultravioleta (UV). Situada entre 10 e 50 km de altitude, a camada de ozônio é uma região onde se concentra o ozônio molecular (O3). A redução acelerada desta área da atmosfera fi cou conhecida como “buraco na camada de ozônio”. O gás CFC (Cloro Flúor Carbono) é o grande responsável pela degradação do ambiente em escala global e pela destruição da camada de ozônio. Ao atingir a faixa de concentração da camada de ozônio, as moléculas de CFC rompem-se sob a ação dos raios ultravioleta e liberam cloro, que reage com o ozônio, formando oxigênio comum. Acesse o site http://videoseducacionais.cptec.inpe.br/ e assista a um vídeo que mostra como ocorre a destruição da camada de ozônio. Este vídeo é um dos que estão na lista do tema Mudanças Climáticas. Navegue neste site e assista a outros vídeos relacionados às mudanças ambientais globais. A camada de ozônio é um escudo natural da Terra que nos protege dos efeitos nocivos dos raios solares, em especial os raios ultravioleta (UV). O gás CFC (Cloro Flúor Carbono) é o grande responsável pela degradação do ambiente em escala global e pela destruição da camada de ozônio. Ao atingir a faixa de concentração da camada de ozônio, as moléculas de CFC rompem-se sob a ação dos raios ultravioleta e liberam cloro, que reage com o ozônio, formando oxigênio comum. 78 Fundamentos da Educação Ambiental 78 Ainda sobre a camada de ozônio: O buraco na camada de ozônio sobre a Antártida estabilizou-se desde 2000, mas ainda demorará décadas para se regenerar e fechar, o que pode ocorrer a partir de 2065. Apesar da estabilização, ainda não há sinais de uma recuperação sobre o pólo sul, embora o climatólogo americano David J. Hofmann, da Administração Nacional de Oceanos e Atmosfera dos EUA (NOAA), afi rme que, caso continue a tendência atual, o buraco poderia começar a se fechar a partir do ano 2030. (FOLHA ONLINE, 2009). Com o objetivo de amenizar este problema ambiental global, diversos países, inclusive o Brasil, assinaram o Protocolo de Montreal, em que todos se comprometeram em reduzir e deixarem de produzir e consumir os CFCs, em um determinado prazo pré-estipulado (COIMBRA; TIBURCIO, 2006). Este protocolo surgiu diante do aumento do buraco na camada de ozônio e suas consequências para a vida na Terra. Assim, a humanidade vai tentando, ao longo de sua existência, remediar os problemas ambientais que ela mesma cria. Sugestão de leitura! O Instituto Brasil PNUMA, como Comitê Brasileiro do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente, tem como uma de suas atividades a promoção e participação em atividades de educação e conscientização ambiental. Leia o texto Camada de Ozônio, escrito por Ricardo Daher - Secretário Executivo do PNUMA. Basta acessar: http://www. brasilpnuma.org.br/pordentro/saibamais_ozonio.htm. c) Mudanças Climáticas - Aquecimento Global Para iniciarmos nosso diálogo, precisamos entender que o clima é um conjunto de condições meteorológicas (temperatura, umidade, chuvas, pressão e ventos) que mantêm características comuns em uma determinada região. Além disso, as variações no clima fazem parte da dinâmica ambiental do planeta. As causas reais das mudanças climáticas não são unanimidade perante a comunidade científi ca. Embora não haja unicidade entre os discursos, estudos apontam a ação antrópica, associada às variações cíclicas naturais, como um dos principais fatores relacionados às mudanças climáticas. Segundo Souza e Camargo (2006), as mudanças climáticas já afetam o cotidiano de bilhões de pessoas de forma impossível de ser ignorada: Com o objetivo de amenizar este problema ambiental global, diversos países, inclusive o Brasil, assinaram o Protocolo de Montreal, em que todos se comprometeram em reduzir e deixa-rem de produzir e consumir os CFCs, em um determinado prazo pré- estipulado (COIMBRA; TI-BURCIO, 2006). Para iniciarmos nosso diálogo, precisamos entender que o clima é um conjunto de condi- ções meteorológicas (temperatura, umidade, chuvas, pressão e ventos) que mantêm característi-cas comuns em uma determinada região. Além disso, as variações no clima fazem parte da dinâ- mica ambiental do planeta. 79 A CRISE AMBIENTAL 79 Capítulo 3 Pela primeira vez desde que começaram as medições, no século XIX, o termômetro chegou aos 40 graus em diversas regiões temperadas da Europa e dos Estados Unidos. A Somália foi castigada pelas enchentes mais devastadoras do último meio século. A calota gelada do Ártico fi cou 60 400 quilômetros quadrados menor – ou seja, uma área equivalente a duas vezes o estado de Alagoas virou água e ajudou a elevar o nível dos oceanos. Na China, segundo o relatório, a pior temporada de ciclones em uma década resultou em 1 000 mortes e 10 bilhões de dólares em prejuízos. Na Austrália, o décimo ano seguido de seca impiedosa agravou o processo de desertifi cação do solo e desencadeou incêndios fl orestais com virulência nunca vista. Sabe-se que o relatório fi nal da Organização Meteorológica Mundial, a ser divulgado em fevereiro, prevê o desaparecimento total do gelo no Ártico durante os meses de verão já a partir de 2040. Isso pode signifi car a extinção do urso-polar em seu habitat. Se pensarmos que todas essas catástrofes acontecem em decorrência do aumento de apenas 1 grau na temperatura média do planeta, nos últimos 100 anos, é, no mínimo, assustador imaginarmos as consequências do aumento previsto para o ano de 2100, que, segundo o relatório do Intergovernmental Panel on Global Climate, fi nanciado pelas Nações Unidas, terá um acréscimo de até 5,8ºC (KERR apud KRÜGER, 2001). Se analisarmos a história da vida de nosso planeta, realmente veremos que em 4,5 bilhões de anos ocorreram mudanças climáticas radicais, com períodos de estabilidade seguidos de glaciações. Assim, essas mudanças climáticas de causas geológicas são normais e cíclicas. Porém, não podemos esquecer que a composição química da atmosfera também infl uencia o clima e que, desde a Revolução Industrial, a emissão de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global, vem aumentando consideravelmente, como já vimos em outros momentos desta disciplina. Veja o que diz Eerola (2003, p. 7): Os dados de medições meterológicas de temperaturas existentes cobrem um período de apenas aproximadamente cem anos, ou seja, parte do período industrial. Porém, cem anos é um período completamente desprezível do ponto de vista geológico. Vivemos atualmente em um período posterior à glaciação que terminou somente há 10.000 anos. Estamos caminhando rumo a uma nova glaciação que ocorrerá daqui a 23.000 anos. Portanto, estamos em um período interglacial, quando as temperaturas podem oscilar ciclicamente entre mais altas e mais baixas. Esta alternância é completamente natural. Porém, levando-se em conta estas medições,existem dois fatos sobre as mudanças climáticas: a temperatura média e o teor de dióxido de carbono estão em ascensão mundialmente. [...] Ao não se conhecer Se analisarmos a história da vida de nosso planeta, realmente veremos que em 4,5 bilhões de anos ocorreram mudanças climáticas radicais, com períodos de estabilidade seguidos de gla-ciações. 80 Fundamentos da Educação Ambiental 80 outras fontes naturais de dióxido de carbono ativas ao mesmo tempo, a conclusão lógica ao que os pesquisadores chegaram, foi que estes aumentos dever ser provocados pelo homem. [...] Mesmo assim, existem evidências de que estes teores em ascensão não são devidos apenas à atividade antrópica. Existe uma correlação forte com algumas outras fontes de dióxido de carbono e o aumento de temperaturas globais, como oceanos e atividade vulcânica, por exemplo. Nos últimos tempos temos ouvido muito sobre o aumento da temperatura média mundial, aumento do efeito estufa e a expressão “aquecimento global”. Na certa, você já deve ter lido alguma manchete ou reportagem a respeito deste fenômeno. Este aumento da temperatura da atmosfera é causado pela excessiva emissão de gases poluentes, principalmente dióxido de carbono, que formam uma espécie da “capa” em torno da Terra. Esses gases absorvem parte da radiação solar; consequentemente, o calor fi ca retido, não sendo liberado para o espaço, ocasionando o chamado efeito estufa. Não podemos nos esquecer de que o efeito estufa é um fenômeno natural e vital para a manutenção da vida na Terra. Ele é responsável por temperaturas mais amenas e adequadas que permitem esta grande biodiversidade do nosso Planeta. Se não fosse ele, a Terra seria aproximadamente 33ºC mais fria! Os gases de estufa, assim chamados por serem os intensifi cadores deste fenômeno são, principalmente: dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), CFC`s (clorofl uorcarbonetos). Dessa forma, medidas de preservação dos ecossistemas e uso de energias que não poluam o meio ambiente devem fazer parte dos programas de desenvolvimento de todas as Nações. Acesse o site: http://www.wwf.org.br/natureza_brasileira/meio_ ambiente_brasil/clima/painel_intergovernamental_de_mudancas_climaticas/ e leia os relatórios divulgados sobre as mudanças climáticas. O Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC – sigla em inglês) é o órgão das Nações Unidas responsável por produzir informações científi cas sobre as mudanças climáticas. Este aumento da temperatura da atmosfera é causado pela excessiva emissão de gases poluentes, principalmente dióxido de carbono. Medidas de preservação dos ecossistemas e uso de energias que não poluam o meio ambiente devem fazer parte dos programas de desenvolvimento de todas as Nações. 81 A CRISE AMBIENTAL 81 Capítulo 3 Benetti (2009) relata algumas consequências do aquecimento global: • derretimento das calotas polares, acarretando o aumento do nível dos oceanos, o que causará inundações em cidades litorâneas; • alterações no regime das chuvas (menor pluviosidade em determinadas regiões e maior em outras); • doenças que hoje são típicas de uma determinada região, como a malária e a febre amarela, poderão atingir regiões onde hoje não são encontradas; • desertifi cação de áreas que hoje são campos ou fl orestas; • extinção de espécies; • grandes incêndios. Torna-se evidente que, para não piorar ainda mais a situação, precisaríamos parar de lançar na atmosfera gases como dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, resultantes da atividade humana. Cabe à intensifi cação do efeito estufa a maior responsabilidade pelo aumento da temperatura global. Nesta batalha pela redução da emissão de gases poluentes temos, de um lado, países desenvolvidos e altamente industrializados, detentores de um grande poderio econômico; porém, os maiores poluidores. Do outro lado, países em desenvolvimento, que poluem em uma escala menor, mas sofrem igualmente as consequências da emissão excessiva de gases poluentes. Você verá, no capítulo 4 desta disciplina, detalhes sobre o Tratado de Quioto, que propôs a redução das emissões de gases causadores da intensifi cação do efeito estufa. Segundo Coimbra e Tiburcio (2006, p.163): O Tratado de Quioto entrou em vigor em fevereiro de 2005, reconhecido por 55 países industrializados. Porém, o maior poluidor do mundo, os Estados Unidos, fi cou fora do tratado, alegando que teria consequências negativas em seu desempenho econômico caso diminuísse suas emissões em 7%. Essa postura é uma prova de que, embora exista uma"frágil"consciência da humanidade sobre a crise ambiental instalada no planeta, indicando que iniciamos o processo de mudança de pensamento, verdadeiramente ainda não mudamos nossa forma de agir. Precisamos consolidar a ideia de que o desenvolvimento econômico está altamente ligado às políticas de preservação do meio ambiente e a uma gestão planejada de nossos recursos naturais. 82 Fundamentos da Educação Ambiental 82 Sessão de cinema! Assista ao fi lme "Uma Verdade Inconveniente", de Albert Gore. Neste fi lme, o ex-vice-presidente dos Estados Unidos, Al Gore, apresenta uma análise da questão do aquecimento global, mostrando os mitos e equívocos existentes em torno do tema e também possíveis saídas para que o planeta não passe por uma catástrofe climática nas próximas décadas. Atividade de estudo: “Uma Verdade Inconveniente, o documentário protagonizado pelo ex-vice- presidente dos EUA se agarra a clichês e pouco acrescenta ao debate sobre aquecimento global. Diante desse problema, que perturba, incomoda e preocupa, entrar no cinema para assistir a Uma verdade inconveniente, do diretor Davis Guggenheim, gera expectativas de que o fi lme contribua para ampliar a questão, multiplicar suas nuances e produzir novas percepções e sensibilidades. Mas as opções de Uma verdade inconveniente pouco contribuem nessa direção. Um fi lme-palestra, repleto de clichês, tais como a ideia de que o aquecimento global é um problema moral e não político; a apresentação da ciência como conhecimento superior a outras formas de conhecimento, que nos oferecerá sempre as alternativas certas; o mito da natureza intocada; e a noção de consenso sobre o problema. Ao repetir esses chavões, que há mais de dez anos povoam as discussões ambientais sem acrescentar muito, aproveita pouco do que a arte do cinema possibilita. O fi lme provocou reações de cientistas, que o consideram pouco confi ável e alarmante; de cineastas, especialmente documentaristas, que o avaliaram como pobre, nas relações entre realidade-fi cção-verdade, além de fi carem indignados com o Oscar da Academia de Artes e Ciências Cinematográfi cas de Hollywood que o documentário recebeu; e ambientalistas que atacaram a visão reducionista, que o fi lme apresenta, da complexidade sociopolítica da questão”. Fonte: DIAS, Susana. Uma verdade inconveniente. Revista Eletrônica de Jornalismo Científi co. Disponível em: <http://www.comciencia.br/comciencia/handler.php?sec tion=8&edicao=22&tipo=resenha>.Acesso em: 17 set. 2009. 1 Você concorda com a crítica apresentada? Refl ita e expresse a sua opinião sobre o fi lme! ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ 83A CRISE AMBIENTAL 83 Capítulo 3 2 O que é e como acontece o chamado "efeito estufa"? Qual a relação entre efeito estufa e aquecimento global? ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ ______________________________________________________________ O meio ambiente em debate. Nesta obra, o autor aborda vários assuntos pertinentes ao nosso estudo, como por exemplo: ecologia, meio ambiente, poluição, chuva ácida, efeito estufa, buraco na camada de ozônio, poluição urbana, impactos sociais e culturais, entre outros. Veja a referência completa: BRANCO, S. M. O Meio Ambiente em Debate. São Paulo: Moderna, 1999. É inegável a contribuição do homem no aumento dos níveis de dióxido de carbono e outros gases poluentes na atmosfera. Sabemos que, ao longo da história, ocorreram muitas mudanças no meio ambiente, na paisagem e no clima, e, em decorrência dessa evolução, a paisagem que vemos hoje não será a mesma do futuro. Assim também o nível de desenvolvimento, com uma economia baseada no uso de combustíveis fósseis e outros recursos não renováveis, não será mais possível. É bastante arriscado continuarmos com nossos hábitos, sem preocupação com as consequências de nossas ações sobre o meio ambiente. Enquanto vivemos e "aguardamos" novas transformações ambientais globais, temos o dever de usar toda inteligência e tecnologia alcançadas ao longo de nossa evolução, para atenuar nossa infl uência sobre essas mudanças climáticas. De que forma poderemos fazer isso? Aprendendo a reciclar, reduzindo o consumo de combustíveis fósseis, buscando fontes alternativas de energias, aproveitando recursos naturais renováveis, como a energia eólica, respeitando o meio ambiente e promovendo Educação Ambiental para todos de forma interdisciplinar, como veremos no próximo tópico. Acesse o site http://veja.abril.com.br/301206/p_138.html e leia a reportagem 7 megassoluções para um megaproblema. Boa leitura! É inegável a contribuição do homem no aumento dos níveis de dióxido de carbono e outros gases poluentes na atmosfera. É bastante arriscado continuarmos com nossos hábitos, sem preocupação com as con-sequências de nossas ações sobre o meio ambiente. Enquanto vivemos e “aguardamos” novas transformações ambientais globais, temos o de-ver de usar toda inteligência e tecnologia alcançadas ao longo de nossa evolução, para atenuar nossa infl uência sobre essas mudanças climáticas. 84 Fundamentos da Educação Ambiental 84 Do nicho ao lixo: ambiente, sociedade e educação. Este volume apresenta ampla discussão de um assunto de grande atualidade: a questão ambiental. Os autores fazem uma exposição dos problemas ambientais - chuva ácida, inversão térmica, camada de ozônio, efeito estufa, aterros sanitários, desmatamentos - e discutem a possibilidade do processo de evolução técnica, econômica e social que tantas modifi cações impõe à vida do planeta. SCARLATO, F. C.; PONTIN, J. A. Do nicho ao lixo: ambiente, sociedade e educação. São Paulo: Atual, 1992. d) A Perda da Biodiversidade O grande desequilíbrio ecológico gerado pelo homem, através de suas ações, afeta não somente a si, como às diversas outras formas de vida. A atual crise ambiental está diretamente relacionada também a uma crise da biodiversidade, uma vez que a harmonia entre os componentes bióticos e abióticos de um ecossistema é fundamental para permitir e manter a vida no nosso planeta. Os componentes bióticos e abióticos de um ecossistema foram estudados no capítulo 1 desta disciplina – Fundamentos da Ecologia. Se necessário, retorne a ele e relembre os conceitos. Segundo Franco (2005, p. 21): O grande desafi o, atualmente enfrentado, reside exatamente em proteger a diversidade da vida, através de adequada interpretação dos instrumentos legais existentes calcados nos conhecimentos científi cos disponíveis. Grande parte dessa diversidade concentra-se em áreas fl orestais, representando um dos principais focos de biodiversidade do planeta, tendo, portanto, sua proteção, especial importância na busca de uma solução para a crise ambiental. O termo biodiversidade pode ser entendido em vários níveis, desde gens até ecossistemas, assim como toda a diversidade biológica existente, ou seja, a diversidade da vida. Isso inclui todos os seres vivos, desde os organismos microscópicos mais simples, até os mais complexos, como os seres humanos. Segundo o Decreto 2.519/98, o termo biodiversidade está conceituado em seu art. 2º como: A variabilidade de organismos vivos de todas as origens, compreendendo, dentre outros, os ecossistemas terrestres, marinhos e outros ecossistemas aquáticos e os complexos A atual crise ambiental está diretamente relacionada também a uma crise da biodiversidade, uma vez que a harmonia entre os componentes bióticos e abióticos de um ecossistema é fundamental para permitir e manter a vida no nosso planeta. O grande desafi o, atualmente enfrentado, reside exatamente em proteger a diver-sidade da vida, através de adequada interpretação dos instrumentos legais exis-tentes. 85 A CRISE AMBIENTAL 85 Capítulo 3 ecológicos de que fazem parte; compreendendo ainda a diversidade dentro de espécies, entre espécies e de ecossistemas. Para entendermos a importância e o tempo do homem na história evolutiva da biodiversidade, precisamos fazer uma rápida análise, desde o surgimento da Terra há 4,5 bilhões de anos atrás até os dias atuais. Aproximadamente um bilhão de anos após o surgimento da Terra foi que gradualmente se estabeleceram as condições ambientais favoráveis ao surgimento das primeiras células, como pode ser observado na fi gura 21. Figura 21 – Eras geológicas condensadas em 24 horas. Fonte: Disponível em: <http://www.jornaljovem.com.br/edicao13/ images/13_eras_geologicas01_000.jpg>. Acesso em: 03 ago. 2009. Diante da análise desta fi gura e conforme você estudou no capítulo 2 desta disciplina, podemos perceber que a participação do homem na história, se pensarmos no tempo geológico, é praticamente insignifi cante em relação ao período e processo evolutivo da vida na Terra. Entretanto, não se pode dizer o mesmo em relação à sua participação para a rápida perda da biodiversidade, que presenciamos na atual crise. Dentre os fatores que se encontram diretamente relacionados à crise da biodiversidade, e que são causa direta de sua deterioração, podemos citar 86 Fundamentos da Educação Ambiental 86 ações antrópicas, como: poluição do solo, da água e da atmosfera; alterações climáticas; introdução de espécies exóticas; exploração de espécies vegetais e animais; devastação ou alteração de ambientes naturais; entre outros (FRANCO, 2005). Alguns problemas ambientais já estudados neste capítulo, como por exemplo, chuva ácida e aquecimento global, são consequências da ação danosa humana sobre o meio ambiente e responsáveis por parte da degradação da biodiversidade. A devastação e a fragmentação de fl orestas, por meio de desmatamentos e queimadas, também acarretam o desaparecimento de um grande número de espécies. Franco (2005, p. 38) ressalta que “A fragmentação dos habitats constitui, juntamente com a destruição destes, uma das principais causas da perdada biodiversidade no planeta, por tornar inviável a perpetuação, condenando à extinção um incontável número de espécies animais e vegetais”. Na disciplina de Gestão Ambiental, no capítulo 4, o professor autor abordará a questão da valoração ambiental como uma alternativa de preservação. Se forem atribuídos valores monetários aos recursos naturais, capazes de refl etir sua escassez, sua preservação será mais provável. O descaso com que o ser humano vem tratando do recurso natural água também é fator de preocupação e responsável pela perda da diversidade biológica. Interferências nos ciclos hidrológicos e, principalmente, inúmeras formas de poluição desse recurso, são ações que afetam não somente o ser humano, mas também todos os demais seres vivos, tendo em vista que a água é um elemento indispensável à sobrevivência de todas as espécies da biosfera. Quando se diz que água é essencial à vida, é porque sem ela não existe respiração, reprodução, fotossíntese, quimiossíntese, habitats e nichos ecológicos para a maioria das espécies existentes. A sua ausência ou contaminação implica (em) forma de poluição cujas consequências não são outras senão degradar diretamente a própria vida (FIORILLO; RODRIGUES apud FRANCO, 2005, p. 133). Dessa forma, a perda contínua da biodiversidade é um forte indicador do desequilíbrio existente entre as necessidades humanas e a capacidade de suporte da natureza. Como vimos em outro momento deste capítulo, o crescimento populacional e o uso proporcional e excessivo dos recursos naturais tornam evidentes os limites de sustentabilidade dos processos naturais. 87 A CRISE AMBIENTAL 87 Capítulo 3 Estamos vivendo um momento de extrema importância diante da crise ambiental, quando temos a opção de seguir dois caminhos: podemos continuar a utilização desenfreada dos recursos naturais para atender nossas necessidades imediatas, acarretando danos talvez irreversíveis, ou podemos implementar medidas alternativas para a conservação da biodiversidade e utilizá-la de forma sustentável, o que pode ser alcançado através de um processo emergente de Educação Ambiental, como veremos no próximo tópico. A EMERGÊNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL Diante dos fatos apresentados e da crise ambiental abordada neste capítulo, quando falamos na emergência da Educação Ambiental (EA), estamos dando a esse processo de educação o grande desafi o de transformar cidadãos passivos e alheios à situação, em grandes defensores do meio ambiente. A mudança no modo de pensar e agir, fundamentais para reverter a desarmonia entre homem e meio ambiente, será, em grande parte, conseguida através de um processo efetivo de EA. Você terá a oportunidade de acompanhar, no capítulo 4, o surgimento da EA (como resposta à preocupação da sociedade com o futuro) e analisar as tendências deste processo educativo na busca da sustentabilidade, como uma nova perspectiva nas relações sociedade-natureza. Vendo a EA como uma das possíveis estratégias para o enfrentamento da crise social e cultural que estamos vivendo, Sorrentino et al. (2005, p. 287) relatam: A urgente transformação social de que trata a educação ambiental visa à superação das injustiças ambientais, da desigualdade social, da apropriação capitalista e funcionalista da natureza e da própria humanidade. [...] A educação ambiental, em específi co, ao educar para a cidadania, pode construir a possibilidade da ação política, no sentido de contribuir para formar uma coletividade que é responsável pelo mundo que habita. Essa emergência da conscientização “ecológica”, em que sociedade e natureza não sejam mais vistas como dissociáveis e sim, como partes intrinsecamente relacionadas do todo, e como responsabilidade de cada indivíduo perante o coletivo, é condição importante a ser alcançada através da EA. Diante dos fatos apresentados e da crise ambiental abordada neste capítulo, quando falamos na emergência da Educação Ambiental (EA), estamos dando a esse processo de educação o grande desafi o de transformar cidadãos passivos e alheios à situação, em grandes defensores do meio ambiente. A educação ambiental, em específi co, ao educar para a cidadania, pode construir a possibilidade da ação política, no sentido de contribuir para formar uma coletividade que é responsável pelo mundo que habita. 88 Fundamentos da Educação Ambiental 88 Dada a complexidade dos problemas socioambientais, a EA se apresenta como um grande desafi o, o que implica utilizar novas estratégias de ação e novos padrões de conduta, baseados em uma nova relação ética, com enfoque ambiental (BENETTI, 2009). Na disciplina de “A Inserção Curricular da EA e a Formação de Professores”, que você verá mais adiante, estudaremos a importância da EA dentro do contexto do ensino formal. Porém, seja a EA desenvolvida no âmbito dos currículos escolares, ou de maneira não-formal, através de ações de natureza educativa que visem à capacitação dos indivíduos, tornando-os aptos a agir em defesa da qualidade ambiental, nós a temos como uma arma importante a ser utilizada contra a crise ambiental. Neste momento, sugerimos que você faça a leitura da “Carta do Chefe Seattle”. Em 1854, "O Grande Chefe Branco" em Washington fez uma oferta por uma grande área de território indígena e prometeu uma "reserva" para os índios. A resposta do Chefe Seattle, reproduzida na íntegra neste endereço, tem sido considerada uma das declarações mais belas e profundas já feitas sobre o meio-ambiente. Acesse: http://boasaude.uol.com.br/lib/ShowDoc.cf m?LibDocID=3981&ReturnCatID=1773. Este documento estará disponível também no material de apoio da disciplina. Consulte-o! Em busca da dimensão ética da educação ambiental. Esse livro defende o resgate da humildade, do respeito e do diálogo com a Natureza, para a compreensão dos problemas ambientais que estamos vivenciando. Ao longo dos últimos 300 anos, a Natureza foi transformada em mero objeto de manipulação à disposição da razão humana. A visão das paisagens e dos lugares de modo mecânico e sem vida levaram a uma completa separação entre seres humanos e meio ambiente. Atento a esses problemas, o autor desenvolve nessa obra uma ética de parceria com a Natureza, em educação ambiental, uma simbiose na qual os elementos se combinam num regime de co-participação e integração. GRUN, M. Em busca da dimensão ética da educação ambiental. Campinas: Papirus, 2007. ALGUMAS CONSIDERAÇÕES Uma possibilidade real de reversão da crise ambiental consiste em promovermos uma profunda transformação no pensar e no agir da humanidade, sendo a Educação Ambiental a força propulsora desta transformação. Quando percebermos que os recursos naturais são parte integrante da nossa vida, e não apenas algo que utilizamos como mercadoria para satisfazer nossas necessidades, muitas vezes imediatistas, talvez consigamos reduzir em muito nossos impactos negativos sobre o meio ambiente. Temos como uma arma importante a ser utilizada contra a crise ambiental. 89 A CRISE AMBIENTAL 89 Capítulo 3 A espécie humana, pela primeira vez na história, pode ter o poder de contribuir de forma signifi cativa às mudanças globais. Independente dos causadores reais das mudanças climáticas, as consequências da crise ambiental, como aquecimento global, mudanças climáticas promovendo grandes períodos de estiagem ou chuva excessiva, aumento das doenças, o perigo eminente da falta de água potável, perda da biodiversidade, entre tantos outros, podem ser minimizadas. Para tanto, é necessário a mudança também globalizada de pensamento e atitude por parte da humanidade. Só assim será possível amenizar os problemas, a ponto de garantir a nossa sobrevivênciae assegurar para as gerações futuras um ambiente saudável. Para concluir nossa refl exão, reescrevemos algumas linhas extraídas da “Carta do chefe Seattle”: “[...] Tudo o que acontece à Terra – acontece aos fi lhos da Terra. O homem não teceu a teia da vida – ele é meramente um fi o dela. O que quer que ele faça à teia, ele faz a si mesmo [...]”. Pense nisso e seja um ator social consciente de suas responsabilidades perante o coletivo. REFERÊNCIAS CARTA do chefe Seattle”. Disponível em: <http://boasaude.uol.com.br/lib/ ShowDoc.cfm?LibDocID=3981&ReturnCatID=1773>. Acesso em: 17 set. 2009. BENETTI, L. B. Recursos naturais, meio ambiente e desenvolvimento. Indaial: Asselvi, 2009. BRAGA, B. et al. Introdução à engenharia ambiental. São Paulo: Prentice Hall, 2002. BRASIL. Decreto Lei n. 2.519, de 16 de março de 1998. Promulga a Convenção sobre Diversidade Biológica, assinada no Rio de Janeiro, em 05 de junho de 1992. Disponível em: <http://www.lei.adv.br/2519-98.htm>. Acesso em: 03 ago. 2009. BURACO da camada de ozônio pode fechar a partir de 2065. Folha Online, 21 abr. 2004. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/folha/ambiente/ ult10007u553819.shtml>. Acesso em: 01 jul. 2009. COIMBRA, P. J.; TIBÚRCIO J. A. M. Geografi a: uma análise do espaço geográfi co. 3. ed. São Paulo: Harbra, 2006. 90 Fundamentos da Educação Ambiental 90 EEROLA, T. T. Mudanças Climáticas Globais: passado, presente e futuro. 2003. Disponível em: <http://homologa.ambiente.sp.gov.br/proclima/artigos_ dissertacoes/artigos_portugues/mudancasclimaticasglobaispassadopresen teefuturo.pdf>. Acesso em: 30 jun. 2009. FRANCO, J. G. de O. Direito ambiental matas ciliares. Curitiba: Juruá, 2005. KRÜGER, E. L. Uma abordagem sistêmica da atual crise ambiental. Desenvolvimento e Meio Ambiente, n. 4, p. 37-43, jul./dez. 2001. 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