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Compare o conceito de estágios de desenvolvimento com o de atraso relativo. Exemplifique se achar necessário. Estágios de desenvolvimento Conceito criado por Rostow O processo de crescimento de um país possui três etapas distintas e, dentre elas, há uma etapa especial, denominada “decolagem”. 1ª fase: Estabelecimento das condições para a decolagem Completando os pré-requisitos 2ª fase: A decolagem propriamente dita Aumento da taxa de investimento produtivo 3ª fase: A pós-decolagem e seus desafios Período de crescimento “normal e automático” Atraso relativo Conceito criado por Gershenkron Para o autor, há uma maneira comum de pensar que o processo de desenvolvimento dos países mais adiantados determina a forma de desenvolvimento dos países mais atrasados. Essa generalização é uma meia-verdade O objetivo do texto é demonstrar que tal generalização não passa de uma meia verdade, no sentido de que, embora possam ser encontrados diversos aspectos semelhantes nos processos de industrialização de vários países, também é possível enxergar, especialmente na industrialização de países atrasados, elementos importantes que diferem significativamente dos encontrados em países mais adiantados. Gershenkron defende que a direção que tende a ser seguida por certos aspectos da industrialização de um país vai variar de acordo com: o nível de atraso daquele país. França: desenvolvimento do setor bancário Rússia: forte papel do Estado Diferenças entre os conceitos A ideia de divisão em períodos não é a melhor A estrutura produtiva dos países é muito diferente, muito embora o processo de industrialização fosse parecido Grandes diferenças entre os países (democracia, tipo de formação do Estado) Diferença dos instrumentos Ideologia (a estrutura de ideias que suportam o processo de industrialização é muito distinta) Rússia: socialismo ortodoxo do Marx França: socialismo saint-simoniano Debate acerca do itens indispensáveis (“check list”) Itens Território unificado Sistema legal minimamente funcional Certo desenvolvimento tecnológico Disponibilidade de mão-de-obra Disponibilidade de capital Desenvolvimento dos mercados (condição mínima para que as trocas aconteçam) Problemas com os itens Como distinguir quais itens são essenciais e quais podem se desenvolver ao longo do processo Uma lista de itens eleva o nível de abstração fato que torna a descrição muito genérica, perdendo sua utilidade prática O problema da acumulação primitiva (no caso da China, voltar quantos anos?) A história dos países europeus não pode ser vista como réplicas do processo inicial (Inglaterra), e sim variações desse processo. Discorra sobre os pontos de convergência e de divergência entre as análises de Rosentein-Rodan e Hirschman sobre o subdesenvolvimento. Rosentein-Rodan: teoria do desenvolvimento equilibrado Objetivo: apresentar uma estratégia de desenvolvimento para os países da Europa Oriental, porém sua teoria poderia ser aplicada em qualquer país subdesenvolvido Constatação: enorme mão-de-obra desempregada que causa Excesso de pessoas na agricultura Desemprego disfarçado ou sobra de mão-de-obra Pequena produção per capita Baixa produtividade Mercado consumidor restrito Baixo potencial de crescimento Ideia: transferir as pessoas para a indústria Aumento da produtividade Aumento da renda per capita Aumento do mercado consumidor Expansão do mercado A proposta: coordenar investimentos industriais garantindo a complementariedade e reduzindo a descontinuidade, de modo que à medida que tais objetivos vão sendo alcançados, há externalidades no processo de desenvolvimento que são benéficos e sentido em toda a economia, culminando num processo cumulativo de desenvolvimento. Dois caminhos para implantar a industrialização Autônoma (como modelo Russo), sem investimento internacional, objetivando o desenvolvimento autossuficiente e com verticalização da indústria: pior; mais demorado; mais sacrifícios; reduz a DIT. Integrada com os demais países: baseada em investimento externo e empréstimos: preserva as vantagens da DIT; processo mais rápido, mais benéfico; maior nível e rentabilidade do emprego; possibilidade de desenvolvimento de indústrias leves ao invés de indústrias pesadas (não precisa começar da base, como no caso autônomo). Hirschman: teoria do desenvolvimento desequilibrado Objetivo: maximizar a utilização dos recursos muito escassos, tentando minimizar a participação do Estado Forma: investimentos sem evitar que haja desequilíbrios Divergências Papel do investimento: fenômeno econômico de maior dificuldade, sendo assim, sua utilização é incerta. Hirschman sugere até a sua divisão entre investimento autônomo e investimento induzido para melhorar a análise Temporalidade das decisões (tempo dos projetos) Provável que o bloco de investimento não seja necessário: foco em investimentos menores para maximizar a externalidade Praticamente impossível conduzir o bloco de investimento, isto é, um país que possa fazê-lo, provavelmente, não será subdesenvolvido. Sua aplicação exige justamente as características que são menos presentes nos países subdesenvolvidos: grana, mão de obra qualificada, projetos de qualidade, gestão, empreendedores etc. Disponibilidade de recursos Recursos internos escassos (no caso de se optar pela via autossuficiente) Recursos externos incertos (pois só viram se for de interesse dos donos do capital) Intervenção governamental Rodan: a favor, pois acredita no poder de coordenação do processo de investimentos pelo Estado Hirschman: cético quanto a esse papel Convergências Incapacidade dos empreendedores de planejar e coordenar investimentos Explorar as externalidades positivas Externalidades são a base do crescimento e elas são utilizadas como critério para a seleção dos melhores projetos de investimento Defina o conceito de causação circular cumulativa (CCC) de Myrdal. Apresente dois exemplos de “interação circular cumulativa”, um que resulte em um processo virtuoso e um que resulte e um processo vicioso, entre o que o autor consideraria fatores econômicos e não econômicos. Segundo Myrdal, a teoria econômica não possuía instrumentos adequados para lidar com os problemas das disparidades regionais, pois a hipótese do equilíbrio estável era insuficiente para explicar a complexidade do sistema econômico. A separação entre fatores econômicos e não econômicos limitava a análise, pois estes últimos podem ser relevantes para a explicação do processo. Assim, o autor desenvolveu uma teoria para explicar a dinâmica econômica regional, baseada em um processo de causação circular cumulativa (C.C. C), na qual o sistema econômico é algo eminentemente instável e desequilibrado. O objetivo da Teoria da Causação Circular Cumulativa seria então analisar as inter-relações causais de um sistema social enquanto o mesmo se movimenta sobre a influência de questões exógenas. Deve-se identificar os fatores que influenciam o processo, quantificar como os mesmos interagem e influenciam uns aos outros e como são influenciados por fatores exógenos, pois são justamente estes últimos que movem o sistema continuadamente, ao mesmo tempo em que mudam a estrutura das forças dentro do próprio sistema, o que justifica a intervenção pública. O autor recorre à noção de ciclo vicioso para explicar como um processo se torna circular e cumulativo, no qual um fator negativo é ao mesmo tempo causa e efeito de outros fatores negativos: Exemplo negativo (ciclo vicioso): perda de uma indústria em determinada região. Os efeitos imediatos desta perda são o desemprego e a diminuição da renda e da demanda locais. Estes por sua vez provocam uma queda da renda e da demanda nas demais atividades da região, o que já configura um processo de C.C. C em um ciclo vicioso. Se não ocorrerem mudanças exógenas nesta localidade a mesma se tornará cada vez menos atrativa, de tal forma que seus fatores de produção, capital e trabalho, migrarão em busca de novas oportunidades,provocando uma nova diminuição da renda e da demanda locais. Exemplo positivo (ciclo virtuoso): como a implantação de uma nova indústria ou a diminuição de impostos, que geram oportunidades de emprego, renda e demanda por bens e serviços, aumentando a atratividade local, a possibilidade de explorar novas atividades, a poupança e o investimento (economias externas). OBS: Myrdal destaca a importância de Estados Nacionais integrados e da organização social, visto que intervenções públicas podem contrabalançar/neutralizar a lei de funcionamento do sistema de C.C.C, minimizando as disparidades entre as regiões.
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