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* * Profª. Ma. Ângela Tâmara Lemos Souza CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS * * OBJETIVO DA AULA Fatores que influenciam na multiplicação de microrganismos; Poderes patogênicos dos microrganismos * * ALIMENTAÇÃO BOA APARENTEMENTE BOA ALTERADA Condições Adequadas: Microbiológicas Físico-químicas Nutricionais Sensoriais Contaminações Perigos DTA’s Deteriorado * * CONTAMINAÇÃO É a entrada de corpos estranhos nos alimentos : Microorganismos; Agentes Químicos; Agentes Físicos; * * Vias de Transmissão * * Vias de Transmissão * * Vias de Transmissão TRANSMISSÃO DIRETA Fezes – Maus hábitos de higiene. Bactéria patogênicas e parasitos ( ovos) , podem se depositar nas mãos e atingir os alimentos. Boca – Tossir, cantar, falar sobre os alimentos. Nariz – Coriza do espirro ou gotículas de saliva , milhares de bactérias e vírus penetram no ar e, daí no alimento. “Coçar” o nariz e depois manipular o alimento pode comprometer a sua sanidade. * * Vias de Transmissão Mãos – Quando sujas, mal lavadas, com cortes ou machucadas, com alergias e/ou unhas compridas, podem contaminar os alimentos. Secreção Vaginal – mulheres com problemas de secreção (corrimento); Urina – Pode transmitir M.O. patogênicos às mãos, por isso precisam ser bem higienizadas após usar o banheiro Ferimentos – Cortes, arranhões, presença de secreção purulenta nas mãos ou dedos, podem vir a comprometer a sanidade dos alimentos pela transmissão de M.O. patogênicos. * * Vias de Transmissão TRANSMISSÃO INDIRETA Transmissão de material humano por meio de “vetores”- moscas, baratas, ratos... Pousam ou passam sobre materiais como fezes, urina , escarro, etc., e levam os M.O. até o alimento propriamente dito ou a equipamentos , utensílios e bancadas... * * Vias de Transmissão TRANSMISSÃO AMBIENTAL Por meio de material ambiental (fezes, urina, pêlo e saliva de ratos , baratas, moscas, e ovos de moscas , etc.) que contaminam o ambiente (cozinha, utensílios, bancadas, piso, paredes. Esses materiais depositados nos alimentos. Animais contaminadas ainda antes da etapa do abate do mesmo Ou ainda em Ovos de galinha ou pata Frutas e Hortaliças contaminadas por M.O. presentes no solo e na água durante o cultivo. * * * * OS PERIGOS BIOLÓGICOS E A CONTAMINAÇÃO DOS ALIMENTOS * * Fatores que Interferem no Metabolismo dos Microrganismos Matriz quimicamente complexa Difícil prever a velocidade de crescimento microbiano Muitos fatores podem afetar o desenvolvimento microbiano : intrínsecos e extrínsecos * * Fatores Intrínsecos – Inerentes ao próprio alimento * * Aa ( Atividade de água ) BACTÉRIAS QUEREMOS ÁGUA !!! Os M.O. não se desenvolvem em alimentos desidratados (à maioria)... Aa = Umidade Relativa/100 Aa = 1 – água pura Aa = 0,9 – Já existe um mínimo de nutrientes Aa = 0,6 – Não existe mais água livre que favoreça o crescimento o metabolismo das bactérias. * * Aa x Umidade Relativa do Ar UR > Aa – haverá tendência para aumentar a umidade na superfície do produto, propiciando a multiplicação inicial dos M.O. com consequente alteração do produto. UR < Aa – o alimento perderá umidade com consequente dessecação da superfície. A escassez de água na superfície do alimento exerce uma ação conservadora importante. * * Aa ( Atividade de Água ) Alimentos Secos : Pão Bolores Alimentos com elevadas concentrações de açúcares: xaropes, melaço, caldas. Leveduras osmófilicas Carnes, Leite, Pescado e Ovos Bactérias * * Valores de Aa dos alimentos e a multiplicação dos M.O. * * pH É a medida de acidez ou alcalinidade de uma substância (ALIMENTO). >4,0 (MUITO ÁCIDOS) 4,0 – 4,5 ( ÁCIDOS) >4,5 ( POUCO ÁCIDOS ) LEITE CARNES PESCADO ALGUNS VEGETAIS FRUTAS HORTALIÇAS SUCOS DE FRUTAS REFRIGERANTES Silva Jr. Modificado (2005) * * Potencial de oxi-redução ou Tensão de O2 Oxigênio pode ser um fator determinante para o crescimento de alguns M.O. Aeróbios: necessitam de oxigênio para se desenvolverem. Pseudomonas sp. Algumas espécies de Bacillus e leveduras oxidativas Anaeróbios: necessitam da falta de oxigênio para se desenvolverem. Clostridium botulinum, Clostridium perfringens Facultativos: tanto faz a existência ou não de oxigênio para se desenvolverem. MAIORIA DOS PATÓGENOS * * Nutrientes São substâncias que existem na estrutura dos alimentos e são importantes para o desenvolvimento de todos os seres vivos principalmente o HOMEM, assim como os M.O. Açúcares Gorduras Proteínas Vitaminas Sais minerais * * Substâncias Inibidoras Presentes naturalmente na composição do alimento com características antimicrobianas. Lisozima – presente no ovo – destrói parede celular de bactérias Gram-positivas; Eugenol – cravo – efeito antibactericida contra Bacillus, Staphylococcus aureus, Aeromonas e Enterobactérias. Alicina – alho- atividade antimicrobiana ( diversas bactérias). * * n n * * Antagonismo Microbiano ALIMENTO MICROBIOTA EQUILIBRADA Diminui a população de alguns gêneros favorecendo ou dando melhores condições para outros se multiplicarem livremente * * Fatores Extrínsecos – Inerentes ao ambiente * * Temperatura * * Binômio Tempo x Temperatura Dois fatores mais pesquisados em todo mundo – eliminar ou diminuir o nº de M.O. durante o processamento , manipulação e distribuição dos alimentos para o consumo. M.O. – resistências específicas ao calor e ao tempo de exposição Silva Jr. modificado (2005) Valor de redução decimal Tempo necessário p/ exposição de m.o. em uma determinada TºC, para reduzir 90% dos m.o. viáveis * * Binômio Tempo x Temperatura 2 kg – aproximadamente 150.000 ( S. aureus) 65,5ºC – 2 minutos ( Valor D) 1D – 2’ elimina 90%= 135.000 ( restam 15.000) 2D – 4’ elimina 99% = 148.500 ( restam 1.500) 3D – 6’ elimina 99,9% = 149,850 ( restam 150) 4D – 8’ elimina 99,99% = 149,985 ( restam 15) 5D – 10’ elimina 99,999% = 149,988 ( resta 1 ) 6D – 12’ elimina 99,9999% = 150,000 ( não resta nenhum) * * Temperaturas no processamento de alimentos * * Temperatura de Refrigeração Baixas temperaturas podem inibir o metabolismo dos M.O. NÃO OCORRE EFEITO LETAL PARA TODOS OS M.O. Clostridium botulinum – 3ºC Listeria monocitogenes – 0ºC Salmonella sp – 6ºC Bacillus cereus – 5ºC * * Temperaturas Recomendadas * * Composição da atmosfera Atmosfera controlada ( CO2), retarda a ação de fungos; Estocagem de frutas ( pêras e maçãs ) Armazenamento de carnes Atmosfera de O3 (Ozônio) Alguns vegetais e frutas Carnes Não é recomendado para alimentos ricos em lipídios pois pode acelerar o processo de rancificação. * * * * “Poderes Patogênicos dos microrganismos” * * Os microrganismos podem causar doença por três mecanismos.... AGRESSIVIDADE TOXICIDADE HIPERSENSIBILIDADE * * AGRESSIVIDADE É a capacidade de um microrganismo de penetrar nos tecidos e se multiplicar causando lesões e invadindo outros tecidos, provocando sintomas típicos de infecção, como inflamação, dor, febre, rubor e formação de pus * * TOXICIDADE Capacidade de causar doença pela ação de produtos metabólicos produzidos em consequência do metabolismo microbiano ou de liberação de toxinas ou de suas estruturas em nosso organismo (intestino, pele, vísceras etc) Nos alimentos podem produzir pequenas cadeias protéicas que causam doenças através do poder tóxico, * * HIPERSENSIBILIDADE Quando penetram no organismo pela primeira vez, estimula o Sistema imunológico para produzir defesas chamadas de: humoral anticorpos (imediata) e celular linfócitos T (tardia) * * * * Qual a diferença?!!! * * Definições e Conceitos Vigilância da Saúde: Modelo assistencial voltado para a superação da dicotomia entre as chamadas práticas coletivas (vigilância epidemiológica e sanitária) e as práticas individuais (assistência ambulatorial e hospitalar); * * Definições e Conceitos Vigilância Sanitária: Conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde Intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e prestação de serviços de interesse da saúde; Exemplo: etapas e processos da produção ao consumo * * Definições e Conceitos Vigilância Epidemiológica: Conjunto de ações que proporcionam o conhecimento a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes de saúde individual ou coletivo; Finalidade de recomendar e adotar medidas de prevenção e controle das doenças e agravos; * * DTA’s São todas as ocorrências clínicas consequentes à ingestão de alimentos que possam estar contaminados com microrganismos patogênicos, substâncias químicas, objetos lesivos ou que contenham em sua constituição estruturas naturalmente tóxicas. Ou seja, são doenças consequentes à ingestão de perigos biológicos, químicos ou físicos presentes nos alimentos * * DTA’s, quando é...... SURTO ou CASOS?!! * * Caso de DTA’s Episódio em que UMA pessoa apresenta sinais e sintomas após ingerir alimento considerado contaminado por evidências clinica-epidemiológica e/ou laboratorial. * * SURTO DE DOENÇA TRANSMITIDA POR ALIMENTOS (DTA) Ocorrência de quadros clínicos gastrentéricos ou alérgicos em número superior às ocorrências endêmicas locais, consequentes à ingestão de alimentos em uma mesma comunidade ou coletividade, configurando uma origem de fonte comum doença infecciosa que ocorre habitualmente e com incidência significativa em dada população e/ou região. * * Qual a diferença?!! * * “Doença que afeta repentinamente ao mesmo tempo dois ou mais indivíduos através da ingestão de um mesmo alimento”. Surto epidêmico de origem alimentar * * Diagnóstico dos Surtos de Toxinfecções Alimentares Diagnóstico dos fatores que levam ao surto Técnica de preparação utilizada para cada alimento Armazenamento (tempo e temperatura) Distribuição (tempo e temperatura) Condições ambientais (análise microbiológica de utensílios e equipamentos) Diagnóstico do agente etiológico Coleta de amostras (análise microbiológica) Quadro clínico (frequência de sintomas) Período de incubação e duração da doença Cardápio (alimentos envolvidos) Taxa de ataque (para cada alimento) Coprocultura - Surto de infecções intestinais (portadores) * * Procedimentos imediatos para o diagnóstico Laboratórios clínicos e microbiológicos: ▪ Atuam como o primeiro agente a detectar a causa infectante; ▪ O laboratório pode ajudar os médicos e epidemiologistas tentando diagnosticar o provável agente etiológico; ▪ As amostras podem incluir: soro, fezes, vômitos, sangue, conteúdo intestinal, “swab” nasal, faríngeo, alimentos suspeitos, “swab” de equipamentos, restos de alimentos crus. * * Mecanismos patogênicos envolvidos com a determinação das DTA’s Infecções: Causada pela ingestão de microrganismos patogênicos que desenvolvem-se e multiplicam-se ou produzem toxinas que provocam a sintomatologia apresentada pela doença: Provocado por microrg. ou invasivos, cujo mecanismo de ação é a invasão tecidual (Ex: Salmonella); Provocado também por microrg. Toxigênico (toxiinfecções), cujo quadro clínico é causado por toxinas liberadas quando estas se multiplicam, esporulam ou sofrem lise na luz intestinal (Ex: Bacilus cereus) * * Mecanismos patogênicos envolvidos com a determinação das DTA’s Intoxicações: Provocada pela ingestão de toxinas formadas em decorrência da intensa proliferação do microrganismo patogênico no alimento; Ex: S. aureus, Clostridium botulinum Não bacteriana – agentes não bacterianos estão envolvidos com DTA’s como nas intoxicações por metais pesados, agrotóxicos. * * Interpretação Clássica Infecção Alimentar Intoxicação Alimentar Toxinas bacterianas produzidas no alimento Contaminantes Químicos Micotoxinas Aminas biogênicas Multiplicação bacteriana no intestino ou nas células (vírus) Produção de toxinas diarreicas Agressão ao epitélio com ou sem invasão * * Interpretação Clássica Infecção Toxinose Toxinas produzidas no alimento De origem Intoxicação Química Adicionada Produzida INVASIVA NÃO INVASIVA Infestação Helmintos INVASIVA NÃO INVASIVA Protozoários INVASIVA NÃO INVASIVA Agressividade: Celular: destruição local Sistêmica: disseminação no sangue Toxicidade: Produção no intestino Liberação no intestino * * MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS CLÁSSICOS Conhecidos epidemiologicamente e clinicamente, que continuam causando surtos EMERGENTE Não eram conhecidos como causadores de toxinfecções alimentares e que estão sendo comprovados como novos agentes etiológicos. REEMERGENTES Microrganismos clássicos que já estavam controlados e que estão causando nova incidência clínica, alguns com maior severidade (gravidade do quadro clínico). * * MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS CLÁSSICOS Bactérias: Staphylococcus aureus; Bacillus cereus; clostridium botulinum e perfringens; salmonella enteritidis e typhi; Shigella spp; Yersinia enterocolítica; Escherichia coli enteropatogênica e enterotoxigênica; Vibrio cholerae O1 e não-O1; Víbrio parahae-molyticus Vírus: Hepatite A; Rotavirus Parasitos: Giardia lamblia; Entamoeba histolytica; Cryptosporidium parvum; Ascaris Lumbricoides; Trichuris trichura; Eustrongylides sp; Toxoplasma gondii * * MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS EMERGENTES Bactérias: Plesiomonas Shigelloides; Escherichia coli enteroevasiva; campylobacter jejuni; Listeria monocytogenes; Vibrio vulnificus; Aeromonas hydrophila; Pseudomonas aeruginosa; Streptococcus sp Vírus: Hepatite E; Novovirus (Norwalk) Parasitos:us; Cyclospora cayetanensis; Anisakis sp; Nanophyetus spp; Acanthamoeba * * MICRORGANISMOS PATOGÊNICOS EM ALIMENTOS REERMEGENTES Zoonoses: Micobacterium bovis (tubrculose); Taenia solium (cisticercose) Brucella abortus (brucelose) * * * * * * REFERÊNCIAS * * Por hoje é só pessoal ! *
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