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Princípios e Formação de Contratos

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Contratos
>> Conceito: Acordo de vontades destinadas a criar, extinguir ou modifica relações jurídicas.
Principio da Autonomia da Vontade: Liberdade contratual, sinônimo de liberdade contratual, burguesia ascende em um poder de ESTADO Monárquico e se contrapõe dizendo que a liberdade individual existe e necessita ser livre e deve levar em conta este principio, pois nos da a liberdade contratual.
Principio do Pacta Sun Servanda: Forças obrigatórias dos contratos, sendo o fundamento deste principiam a autonomia entre as partes. 
Principio da Relatividade: relatividade dos efeitos contratuais - O contrato só interessa aos contratantes, onde ninguém além das partes poderá intervir. É uma ficção jurídica, pois o contrato pode impactar a vida de terceiros.
Regus Sic Standibus: Significado - No mesmo estado das coisas. O contrato é um organismo que deve se adaptara realidade social (organismo vivo), com aspectos de equilíbrio, justiça, equidade. A parte clama a atuação do Estado para que seja concedido em equilíbrio algo mais bonato e mais justo do que havia sido estabelecido no contrato.
Principio da Boa-fé: Possui grande força dentro do contrato independentemente da vontade das partes. Cumprir a boa-fé entre as partes é uma imposição legal, incidindo antes, durante e depois da vida contratual. Exemplo: Guardar sigilo após a quebra contratual. 
Boa-fé subjetiva: Visa investigar o íntimo e psique do agente,no momento que fez ou deixou de fazer algo. Presume-se que há a boa-fé, relativamente, se não há, necessita ter provas para que comprove ao contrário. 
Boa-fé objetiva: Análise da conduta do sujeito interessa o que fez ou deixou de fazer, não interessa nas intenções. Presume-se a boa-fé, mas é mais fácil provar ao contrário. A boa-fé objetiva exige 4 deveres de conduta, sendo: informar, cooperar, lealdade, segurança e confiança. 
A conduta reiterada gera legitima expectativa, que gera deveres segundo o principio da boa-fé objetiva, o direito subjetivo passa a ter mais força que uma cláusula contratual. Exemplo: O pagamento segundo o contrato, é sempre realizado até o dia 10 de cada mês, mas o devedor ocasionalmente adianta o pagamento e mantém nova datar de pagamento como padrão. Dessa forma, após determinado tempo o credor possuirá o direito de receber a quantia na nova data estabelecida, podendo exigir juros caso não receba. 
O principio da Boa-fé trás QUATRO deveres de conduta: 
- Informar
- Cooperar
- Lealdade
- Segurança e confiança
- Legitima expectativa
Funções da Boa-fé Objetiva: 
- Hermenêutica: Interpretação do contrato de forma mais favorável a execução dos deveres presentes na relação jurídica
- Deveres: Cumprimento de obrigação
- Limitadora: Pode limitar determinada obrigação sempre que se diz uma proibição, mas não se apresenta a consequência, o ato poderá gerar uma nulidade se for cometido. 
Principio da Função Social: A liberdade de contratar será exercida nos limites da razão social (art. 421 CC). A função social é obter-se de promover externalidades negativas no aspecto: social, econômica e ambiental. 
- Cumprir obrigação de não fazer.
- O particular não possui o dever de promover o bem comum.
- Promover o bem comum é função do ESTADO.
- Incide de forma retroativa.
- Questão de ordem pública.
>> Formação do Contrato
Negociação: A negociação é uma fase que as vezes não acontecem nos contratos, ela é uma negociação preliminar. A etapa da negociação é residual, pois é preliminar. A negociação que gera a assinatura do contrato possui um caráter residual, o objetivo foi concretizado a partir da assinatura das partes
- Execução: Não há direito de execução especifica – não se pode obrigar a parte à contratar. 
- Responsabilização objetiva: Quando a parte opta pela quebra do contrato, possível que a outra parte entre com uma ação de perdas e danos pela quebra contratual. Entretanto, será necessário preencher três requisitos para o dano de reparação civil, sendo eles:
a) Dano ( Art 402), divididos em: 
Material: Dano Emergente (tudo o que deixou de lucrar) e os lucros cessantes (tudo o que deixou de lucrar) e a perda de uma chance (chance que perdeu de fechar contrato com outros empresários).
Moral: psíquico, físico.
b) Nexo Causual: relação de causa e efeito
c) Culpa: necessita comprovar a culpa, infração a boa-fé objetiva, divididos em: 
Dolo: Direito ou Eventual
Culpa: Negligencia, imperícia e imprudência. 
**Sem os requisitos acima descritos não tem responsabilidade civil, portanto não há dever de indenizar.
Policitação: Etapa na qual se faz propostas de contrato
Partes:
- Policitante ou proponente: Quem faz a proposta.
- Oblato: sujeito a quem é o destinatário da proposta.
Requisitos para a proposta:
1- Proposta precisa ser dirigida, com um destinatário, portanto, o oblato precisa ser determinado para cumprir este requisito.
2- Deve preencher os elementos mínimos do futuro contrato.
3- Clareza, precisa a proposta ser clara e evidente, revelando uma intenção de modo claro.
4- Tem que ser séria, precisa respeitar a boa-fé objetiva.
Presenção: Pode ser feita com pessoas presentes e ausentes a negociação contratual.
- Presentes: Na qual é possível a aceitação direta e imediata. Ex: Pessoalmente\telefone.
- Ausentes: Quando não é possível a aceitação direta e imediata. Ex: Carta\e-mail.
* Para preencher os requisitos da presenção de Presentes, deve haver de forma IMEDIATA e DIRETA.
Prazo: A proposta poderá ser feita COM ou SEM prazo, deve se estipular um dia, um momento para haver o prazo.
Vinculação: De regra a proposta de contrato vincula o proponente, para tanto o oblato tem direito de pedir, obrigar, salvo no art. 427 CC.
Termos: Colocar no final da proposta termos como asteriscos * escrito ‘não vinculante’, somente se for relação civil, não valendo para consumo, direito do consumidor. 
Circunstâncias: Previstas no art. 428 CC, deixando de ser obrigatórias algumas propostas limitadas neste artigo. 
Hipóteses:
I- Presentes SEM prazo: ou ela é imediatamente aceita ou não há mais proposta, não há mais vinculação ao proponente, não se obrigando mais – art 428, inciso I.
II- Presentes COM prazo: O proponente se vincula até o fim do prazo, portanto, até o prazo durar estabelecido no contrato.
III- Ausentes COM prazo: A proposta esta vinculada ao proponente enquanto durar o prazo e a aceitação precisa estar recebida dentro do prazo correto e estipulado.
IV- Ausente SEM prazo: Quando não se estipula o prazo não é viável ser obrigado o proponente por tempo determinado, nesta questão deve se prevalecer a boa-fé objetiva – art. 428 CC.
Retratação: Art 428, inciso IV – Desvinculação do proponente. Entre presentes não é possível haver retratação, apenas entre ausentes. 
Ex: Envio uma carta, oferecendo meu carro, mas me arrependo e escrevo outra carta de retratação, falando para desconsiderar a proposta. Quando a carta de retratação chega antes, é uma retratação eficaz, e deixa de haver vinculação. Se a carta de retratação chegar depois da oferta, existe a vinculação, pois a pessoa já criou certa expectativa. 
Contra Proposta: Art 431 – A aceitação fora do prazo com adições, restrições ou modificações, importará nova proposta.
Ex: Oferto meu carro por R$30.000,00, mas a pessoa faz uma proposta dizendo que comprará por R$28.000,00. Assim, desvincula-se o proponente originário para o oblato. 
*A aceitação chegada fora do prazo, faz com que a aceitação seja uma nova proposta, portanto, se é uma nova proposta, isto significa que o proponente originário se desvincula. 
Oferta ao Público: Para oblatos indeterminados. Pode se dá, de três formas:
1- Expressa: Significa inequívoco, não necessariamente escrito. O oblato aceita de forma expressa (forma mais comum\regra).
2- Tácita: silenciar + agir, silêncio circunstanciado, ou seja, silencia, porém, age. Não é costume, somente acontece nos contratos que nasce por expressão tácita. 
Ex: Sou professora e pego na sala dos professores os copinhos de água, estes estão lá por doação,e no momento que eu pego, aceito o contrato de doação, somente pelo meu agir, sendo assim, o contrato nasce por meio de aceitação tácita. 
Esse meio somente é possível em contratos mais banais, em que o costume é a aceitação tácita, pois é uma exceção.
3- Dispensada: É quando o proponente expressamente despreza a aceitação, e se o oblato não recusar, permanecendo em silencio, pode se caracterizar como um contrato firmado. 
É possível quando há uma parte reinterada prévia entre as partes. 
Ex: Saio para almoçar com uma amiga de infância, onde toda terça feira há anos almoçamos no mesmo restaurante. Eu mando uma mensagem convidando-a e confirmando nosso almoço, pedindo para me avisar caso não vá. Neste sentindo, a ausência de recusa já formou um contrato. 
Neste caso dispensa a aceitação expressa pelo proponente, e é excepcional, existe quando há vinculo entre as partes normalmente.
Esse modelo parte da doutrina diz que não existe na pratica. Colide com o principio de boa-fé, pois o contrato nasce só porque a parte deixou de negar. 
4- Tardia: Art 430 – Um prazo do dia 30\08 chega a aceitação do oblato no dia 02\09, mas o oblato fez o envio no dia 15\08, agindo de forma antecipada, cautelosa e dirigente, mas a causa imprevisível, fez com que chegasse somente no dia 02\09, depois do prazo estabelecido para o proponente. Nesses casos, impõe-se o dever da boa-fé. O proponente deverá comunicar o oblato, sob pena de responder por perdas e danos. Se o proponente conseguir saber caso de imprevisão, o proponente é obrigado a avisar o oblato sobre o atraso, e não fizer, não cumprindo com o dever de boa-fé, a consequência será perdas e danos. Deixa de ser obrigatória, se não chega a obrigação dentro do prazo, não vinculando mais o proponente.
Momento: Neste caso, entre presentes, não há duvidas de quando nasce o contrato, é imediata, logo após a aceitação. Entretanto, entre ausentes há uma certa dúvida de quando irá surgir o contrato, e por isso partimos da premissa de 4 teorias, sendo elas:
1) Teoria da Informação: (Não adotada pelo nosso código). O contrato só nasce no momento em que o proponente toma conhecimento da aceitação. Se esta teoria fosse adotada, permitiria que se a carta fosse extraviada ou lida um tempo depois, o contrato não nascesse. 
*Esta teoria da muito poder ao proponente e prejudica o oblato.
2) Teoria da Declaração: 
a) Própria: O contrato nasce no momento da aceitação. (Não é aceita pelo nosso código).
b) Expedição: O contrato nasce na data do envio da aceitação. (Adotada pelo nosso código).
c) Recepção: O contrato só nasce no momento da chegada da aceitação. (Aceita pelo nosso código).
* As duas são adotadas pelo Legislador, sendo uma regra e a outra exceção. 
* A Regra é a teoria da expedição, desde que, a aceitação seja expedida. 
* A Exceção é a teoria da recepção, em casos exceto:
Termo 1º- Se o proponente se houver comprometido a esperar resposta (só nasce se você confirmar a resposta, só nasce quando chegar a resposta). Art. 434, inciso II CC.
Retratação 2º- Caso de retratação, quando antes de chegar a carta com o sim, o oblato liga para o proponente e se retrata. O contrato não nasceu, pois houve a retratação. Art. 434, inciso I CC.
Prazo 3º- Se ela não chegar no prazo convencionado, não nasce o contrato. Art. 434, inciso III CC.
REGRA: A regra só se faz valer quando eu envio e chega a aceitação dentro do prazo, quando não acontece nenhuma exceção, tudo ocorre bem, o contrato nasce no momento o envio, utiliza a regra, no momento da expedição vige a regra, que é no envio. 
Local de nascimento: Qual a importância de saber o local de nascimento de um contrato¿
Para os contratos internos, nacionais, tem finalidade de mera curiosidade teórica. 
- Para os contratos internacionais é relevante: Foro e Lei aplicável (que são duas consequências práticas e diretas). 
Contratos internacionais: quando o fluxo de riqueza para além das fronteiras nacionais, e este fluxo, motivado pelo próprio contrato, este, precisa ser fonte do fluxo de riquezas (pode ser entre dois brasileiros, e um deles mora fora do país). Se estamos diante de um contrato internacional, o local é INDISPENSÁVEL, é fundamental definir o foro enquanto norma supletiva. Portanto, se as partes firmaram um contrato e não estipularam eleição de foro, ela se dará pelo local de nascimento do contrato. Enquanto a lei aplicável, é qual lei indicará para resolver as controvérsias do contrato, restando dúvida, eu aplico a lei do local do nascimento do contrato. A lei aplicável, é do local do nascimento do contrato, e NÃO DO FORO. 
Muitas vezes as partes elegem o foro arbitral, pois nesta há maior autonomia da vontade para a escolha da lei que será aplicável a este contrato. 
Aonde nasce o contrato¿ Art. 435 CC – no lugar onde foi proposto. 
Classificação: 
Obrigações: Como se distribuem o feixe obrigacional. Sendo possível em 4 espécies diferentes:
1) Bilateral: Há obrigações para ambas as partes, sendo necessário haver sinalagma e equivalência. Ex: compra e venda. 
- Sinalagma: Condição – relação de causa e efeito – Ex: somente paga R$30.000,00 se for receber o carro. 
- Equivalência: Equilíbrio dos feixes obrigacionais, equivalência entre as partes. 
2) Obrigacional: Há obrigação para apenas uma das partes – Ex: contrato de doação, somente uma parte se vincula a obrigação contratual. Esta obrigação NÃO É PURISTA, pois a outra parte tem a obrigação de boa-fé, função social, não ser ingrata. 
Somente é classificada unilateral, quando nas clausulas do contrato só propõe obrigação de uma parte. 
3) Imperfeito: Um tipo especifico de contrato – doação com encargo, esta doação nunca será Sinalagma, nem pode haver equivalência. A causa da doação é sempre uma deliberalidade. 
4) Pluralidade: Há vários feixes obrigacionais que tem por característica final o fim comum. Não há sinalagma e não há equivalência – Ex: um contrato social do qual visa o fim comum, o objetivo da empresa. 
Efeitos: 
a) Cláusula resolutória Implícita ou Tácita: Não precisa estar escrita no contrato. Se uma das partes inadimplir seu feixe obrigacional a outra parte pode extinguir o contrato e acabar com a relação contratual. Este é um direito que protege o contratante mas apenas nos contratos bilaterais e imperfeitos. Nos contratos unilaterais e plurilaterais não pode extinguir o contrato.
b) Exceptio Non Adimplete Contratus: Exceção do contrato não cumprido, podendo ser usado nos contratos bilaterais e imperfeito, onde diz que ninguém pode cobrar do outro antes de fazer a sua parte. Este modelo conduz para o adimplemento perfeito, onde, primeiro tenho que fazer o que me cabe depois cobrar do outro. 
Vantagens: 
a) Oneroso: aquele que da vantagem para ambas as partes. Ex: bilateral – compra e venda. 
b) Gratuito: Da vantagem para apenas uma das partes. Ex: unilateral – doação. 
> Todo contrato bilateral é oneroso¿ Sim, pois para ser bilateral precisa haver equivalência. Quando as duas partes tem obrigações necessariamente irá haver uma onerosidade equivalente. 
> Todo contrato oneroso é bilateral¿ Não necessariamente, pois não há problemas quando duas pessoas ganham mesmo tendo uma só a obrigação. Portanto, existe contrato unilateral e oneroso. 
> Todo contrato unilateral é gratuito¿ Não, pois há unilateral oneroso.
> Todo contrato gratuito é unilateral¿ Sim, se somente uma parte ganha, significa necessariamente que somente um teve a obrigação, pois se for bilateral teria que haver equivalência. 
Efeitos: Gratuito e Oneroso
a) Hermenêutico: No contrato oneroso a interpretação extensiva tem que ser á luz da boa-fé, e no contrato gratuito não comporta interpretação extensiva, é literal, restritiva. 
Art. 112, 113 do CC – oneroso e Art. 114 do CC- gratuito. 
b) Vicio evicção: Vicio redibitório e da evicção, são dois institutos poderosos, que podem ser usados nos contratos onerosos. Nos gratuitos não incidem estes dois institutos. 
Vício redibitório: da o direito ao adquirente, quando compra algo com defeito físico,diminuindo seu valor. Nos contratos gratuitos não existe direito algum. 
Evicção: é quando acontece a perda por defeito jurídico, ou seja, quando adquiro algo e perco essa coisa por defeito jurídico, a partir da perda você possui direitos. Ex: furto um celular e vendo para outra pessoa o celular do qual eu furtei, esta pessoa que está com o objeto furtado sem consciência, perderá este por um defeito jurídico. Nos contratos gratuito não tem direito algum. 
Exceção: Presente de casamento – doação, é gratuito, você pode usar o instituto da evicção, entretanto, to vicio redibitório não. 
c) Concilium Fraude: Fraude contra credores. Pode-se anula um negocio jurídico por fraude quando o devedor fica insolvente, ficando insolvente através de negocio jurídico oneroso ou gratuito, e considera-se fraude dos dois jeitos. Para anular este negocio jurídico por fraude chamasse ação Pauliana, sendo diferente para cada negócio, sendo:
- Oneroso: se for anular quem comprou realmente perde, no oneroso eu só anulo o negocio jurídico se eu provar o Concilium Fraude – Só se o terceiro sabia ou deveria saber da fraude – quem vendeu irá ficar insolvente se realmente estava de boa-fé, e não sabia, não anula o negócio jurídico.
- Gratuito: quem ganha, não perde só deixa de lucrar. Anula independente se estava de boa-fé ou não, se sabia ou não da fraude. Basta provar insolvência já anula. 
Formação:
Consensual: Regra – meu contrato nasce do acordo de vontades, encontro de vontades. 
Real: Exceção – Nasce o contrato com a entrega do objeto, com a tradição da coisa, sendo de quatro formas:
a) Comodato: Art. 579 do CC – Empréstimo gratuito de bem infungível. Empresto sem cobrar nada algo que é insubstituível – Ex: empresto a chave da casa da praia para meu cunhado no fim de semana. Necessita ser gratuito para ser comodato. O contrato só nasce quando entrego a chave, antes disso é apenas uma promessa. É gratuito e infungível. 
b) Mútuo: Espécie do gênero empréstimo. Empréstimo de coisa fungível, gratuito ou oneroso – Ex: Empresto cinquenta reais à João, para fazer o que ele quiser, daqui um mês ele me entrega outra nota de cinquenta reais, assim será gratuito, vantagem para uma das partes. Ou ele me devolve cinquenta reais e mais juros remuneratórios, sendo oneroso, pois ambos ganham. Só irá nascer o contrato quando entro a quantia de dinheiro, ou coisa mutua, empréstimo de dinheiro a juros. 
c) Estimatório: Ex: Compra de bebidas em consignação – pego 15 engradados de cerveja, uso 13 e devolvo 2, pagando somente pelos 13 engradados. O contrato só nasce quando pego os 15 engradados.
d) Depósito necessário: Ex: Quando deixam as bagagens sob responsabilidade do hotel, em depósito necessário, deve ser devolvidos no check out
Efeitos: Os contratos reais são unilaterais, mas conferem obrigação para uma das partes. Já nasce, sem nenhuma obrigação para o “ante”, comodante, depositante, depositário, mutuário. 
Existe unilateral oneroso mais mutuo feneratício, obrigação para uma parte e vantajoso para ambas as partes – ganhos e juros\empréstimo. 
Previsibilidade: Posso ou não prever o conteúdo das obrigações¿
Comutativo: Posso prever o conteúdo obrigacional. 
Aleatórios: Firmo o contrato sem que eu possa prever um dos feixes obrigacionais.
- Naturalmente aleatório\Material: Pela própria essência\natureza do contrato, trás a aleatoriedade. Ex: Contrato de aposta\jogo. São aleatórios por sua natureza
- Acidentalmente aleatório\Acidental: O acidente é a vontade das partes, onde as partes podem transformar um contrato comutativo em aleatório. Podendo transformar em duas formas:
Recair sobre coisas futuras ou expostas a riscos. 
1) Futuras: Art. 458 do CC
a) Emptio Spei: Aceitar o risco pela existência. Ex: pedir ao pescador que fosse pescar camarão, independente da quantidade, pagaria o valor de R$500,00, portanto, assumiria o risco. Só não pago a quantia acertada se não tiver pescado nada, por dolo ou culpa do pescador. Caso o pescador tenha ido pescar, e não conseguiu nenhum camarão, necessito pagar a quantia combinada, pois assumi o risco total. 
b) Emptio Rei Sperote: Art. 459 do CC - Risco pela quantidade. Ex: pescador pesca camarão, desde que venha 1kg de camarão eu pago R$500 reais, se vier 10kg pago R$500,00. Somente irei pagar a quantidade que assumi, se houver por parte do pescador conduta dolosa ou culposa exclui o dever de pagar. 
2) Risco parcial
a) Exposta à risco a não virem a existir: Assumo o risco de a coisa deixar de existir. Não tem como limitar, sempre irá assumir o risco total, não há como assumir apenas o risco parcial. 
Efeitos:
a) Vicio redibitório e evicção: Não incidem nos aleatórios, pois no contrato aleatório eu já assumi o risco de não receber nada, pago e já assumo o pior dos resultados, independente do que venha, se não veio nada, ou se veio com defeito, não tenho direito de reclamar, redibir, quanti minorar. 
b) Lesão: Não se aplica em contratos aleatórios. 
c) Imprevisão: De regra, não se aplica em contratos aleatórios. Quando o fato imprevisível recair sobre um elemento certo e previsto em contrato, há previsão para incidir no contrato aleatório, sendo esta uma exceção. Pois, em REGRA, não incide nos contratos aleatórios a teoria da imprevisão. Apenas se o evento cair sobre elemento comutativo posso aplicar a teoria da imprevisão. 
Tempo de execução: Tempo de cumprimento obrigacional, podendo ser em três espécies: 
a) Instantânea: Será instantânea quando não há lapso de tempo entre o nascimento do contrato e o cumprimento da obrigação. Ex: comprar um salgado na cantina.
b) Diferida: Quando for estabelecida o lapso de tempo no contrato, designando um momento\tempo entre o nascimento do contrato e seu cumprimento. Portanto, designamos um tempo futuro para o cumprimento do contrato.
c) Continuada: Obrigações entre as partes de forma continua. Ex: contrato de prestação de serviços advocatícios. 
Efeitos: 
a) Imprevisão: Art. 317, 478 e 479 do CC – Nos contratos de execução instantânea não existe teoria da imprevisão. Na teoria da imprevisão, prevê que o contrato seja diferido ou continuado. 
b) Sentença resolutória: Os efeitos da sentença resolutória serão retroativos (ex tunc), nos contratos instantâneos, diferidos e não retroativos (ex nunc), nos de execução continuada. 
Sentença resolutória significa que houve inadimplemento por uma das partes, e outra entra com uma ação para findar o contrato. Quando a sentença retroage, é como se o contrato nunca tivesse existido. 
Ex1: Vendo meu carro para Joana, ela me paga e eu não entrego o carro, então, ela entra com uma ação para desfazer o contrato, a sentença sai de modo retroativo, para tanto, tenho que devolver o dinheiro que recebi. Portanto, desfaço tudo, para tudo voltar a ser como era antes do contrato. 
Ex2: Depois de pagar quatro meses de mensalidade, deixo de pagar dois meses, e quando vou pagar o próximo mês, a instituição por meu inadimplemento quer encerrar o contrato, como é de execução continuada, a sentença tem efeito NÃO retroativo, daqui para o futuro preserva o que aconteceu, até o inadimplemento. 
Prazos: Prazos de duração de um contrato.
a) Determinado: Está escrito no próprio contrato o prazo de duração.
b) Indeterminado: Em que há três circunstancias que nos levam a ele:
1- Quando no contrato está escrito prazo indeterminado. 
2- Quando não há no contrato prazo nenhum, não está estipulado nenhum tipo de prazo, presumindo-se então que é um prazo indeterminado.
3- Quando em um contrato com prazo determinado se renova tacitamente, gerando então um contrato com prazo indeterminado.
*Renovação tácita: Vence o prazo e nenhumas das partes acordam um novo prazo contratual, acontecendo-se então um prazo indeterminado. 
*Importante: Qualquer uma das partes, em qualquer momento, pode extinguir o contrato unilateralmente, pois ninguém pode ser eternamente obrigado. 
Efeito: 
a) Resilição unilateral: Art. 473 do CC – Por meio de denuncia, qualquer uma das partes a qualquer momento, pode resilir, extinguiro vinculo obrigacional. 
Negociação: Pode ou não negociar¿
Negociado: Há negociação.
Adesão: Bloco uno e inegociável. Não posso alterar o teor de todas as cláusulas do contrato. Não faz com que minha relação seja um contrato de consumo, apenas faz ser de consumo as partes quando há um fornecedor e um comprador. 
Efeito:
a) Hermenêutico: Contrato de adesão, já duas interpretações possíveis. A que prevalece é a interpretação que favorece o aderente, conforme art. 423 do CC – indubio pro aderente. 
b) Renuncia: Art. 424 do CC – Nos contratos de adesão são NULAS as clausulas que estipulem renuncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio. Somente pode colocar cláusula de renúncia em contratos que não são de adesão, ou seja, em contratos negociados, pois eu posso renunciar o vicio redibitório. Já no de adesão não é possível, pois não pode renunciar o direito nesse tipo de contrato. 
Definitividade: 
a) Definitivo: Está apto a produzir pelos efeitos. 
b) Preliminar: Não é negociação preliminar, neste instituto as partes já negociaram, e ao invés de firmar um definitivo contrato, firma um preliminar, para assegurar o consecutivo, sendo uma promessa de futuro contrato definitiva. Esse instituto é muito comum na compra e venda de imóveis, sendo caracterizado como um compromisso de compra e venda, ou, promessa de compra e venda, isto é um contrato preliminar. 
a) Requisitos: Art. 462 do CC – Precisa ter elementos mínimos de um futuro contrato, e este não pode haver clausulas de arrependimento, pois é de caráter irretroativo e irrevogável, o contrato preliminar da direito a execução específica. 
b) Execução especifica: Art. 463 do CC – Contrato preliminar da direito de execução especifica, ou seja, é obrigado as partes assinarem, pois realizam anteriormente um contrato preliminar, não da para voltar atrás. Eu portanto, posso obrigar a parte a assinar o contrato definitivo, caso esta se recuse, eu a notifico, esgotando-se o prazo para a parte assinar o contrato, o juiz supre o lugar da parte e “assina” por ela, ou seja, faz o contrato valer sem que a parte tenha assinado, isto é uma adjudicação compulsória. 
Vício Redibitório:
Conceito: Utiliza-se nos contratos onerosos e comutativos. Não incide nos contratos gratuitos e aleatórios. Vicio redibitório é quando a defeito na coisa. 
- Defeito: Entre particulares, para tanto o direito de redibir entre particulares necessita que o defeito seja oculto, se for aparente, entre particulares não rege este instituto, portanto, não possuo direitos. O defeito precisa ser preexistente, não pode apresentar pelo mau uso do adquirente. O defeito deve acarretar ou tornar o bem absolutamente impróprio para uso ou diminuir o seu valor em decorrência do defeito. Nasce então, ao adquirente alguns direitos se acaso vier ocorrer o vicio. Lembrando que para haver direito de redibir na presença de particulares, necessita o vicio ser NECESSARIMENTE OCULTO. 
Direitos: Entre particulares, caso haja vicio há previsão para dois direitos, sendo eles: 
a) Redibir: Art. 441 do CC – O adquirente pode redibir, que significa enjeitar\devolver o objeto e consequentemente pedir o dinheiro novamente. É um direito em ambas as hipóteses acima, onde posso redibir caso o objeto seja totalmente impróprio a uso ou caso tenha havido diminuição de seu valor. Este instituto é aplicado em doações onerosas. 
- Má-fé do alienante: Art. 443 do CC – O alienante sabia o defeito\vício do objeto já antes da venda. Em casos de má-fé, o alienante terá que devolver a quantia paga e mais perdas e danos. 
- Boa-fé do alienante: O alienante não sabia do defeito no momento em que iria vender, para tanto neste caso somente irá restituir o valor recebido e mais as despesas do contrato, caso haja vicio redibitório sobre a coisa. 
* Se o adquirente sabia do defeito não pode redibir, pois o defeito não é caracterizado oculto. 
b) Quanti minoris: Art. 422 do CC - É o direito de pedir abatimento proporcional no preço, desconto, pegar de volta parte do que paguei a aquele objeto a fim de abater o custo que eu tive para arrumar\sanar o defeito. Portanto, ao invés de eu devolver a coisa, peço apenas o abatimento do preço com base no orçamento que tive para arrumar a coisa. Se o defeito acarreta perda total não tem sentindo utilizar o instituto de quanti minorar, somente redibir. 
c) Perecimento: Art. 444 do CC - Quando a coisa perece por conta do defeito oculto, não sobrando mais nada do objeto, posso redibir sem devolver o objeto, pois este pereceu. 
d) Hasta: Não incide o instituto do vício redibitório em objetos comprados por hasta pública, ou seja, leilões públicos. O instituto da evicção incide em hasta pública e leilões (qualidade jurídica), em leilões particulares incide o instituto do vicio redibitório. 
Cláusulas: Entre particulares é licito a clausula que exclui o instituto do vício, é fruto da vontade das partes, podendo-se colocar cláusula que afasta o vício. Em contrato de adesão não se pode colocar esta cláusula.
Prazos: Art. 445 do CC – em qual prazo posso redibir ou quanti minorar ¿ 
1) Regra: Art 445 caput do CC – São todos decadências. São prazos que se perde o direito em si e o direito de ação, sendo divididos em imóveis e móveis. 
- Móvel: Como regra em bens móveis o prazo para redibir é de 30 dias a partir\a contar da tradição\entrega do objeto. Passou o período de 30 dias perco meu direito de redibir. 
-Imóvel: Como regra em bens imóveis o prazo para redibir é de 1 Ano a partir\a contar da tradição\entrega do objeto. 
2) Posse – 1º exceção – Antes de comprar o sujeito já tem o contato com a coisa, e neste caso, já é possível verificar se há algum defeito com o objeto, o prazo então muda pela metade, e não se conta da entrega, pois já houve a posse prévia. 
- Móvel: Em bens móveis o prazo para redibir é de 15 dias, e o termo inicial é a assinatura do contrato de compra e venda. 
- Imóveis: Em bens imóveis o prazo para redibir é de 6 meses, e o termo inicial é a assinatura do contrato de compra e venda. 
* A doutrina critica esta posse prévia, pois o legislador deveria determinar o tempo de posse prévia. 
3) + Oculto – 2º Exceção: Art. 445, parágrafo 1º - É destinada a um tipo de defeito que por sua natureza só pode se conhecer mais tarde, caracterizado então, de vício mais oculto. Provo este, através de prova técnica, prova pericial. Ex: compro um apartamento, porém os canos de água são de ferro, e por sua natureza, irá enferrujar causando um prejuízo. 
REGRA: Sem posse prévia
- Móvel: Como regra para bens móveis o prazo para conhecer o defeito é de 180 dias a contar da tradição\entrega do objeto, sendo este o limite temporal máximo, e a partir da ciência, do meu conhecimento do vício, tenho o prazo de 30 dias para redibir o defeito. 
- Imóvel: Como regra para bens imóveis o prazo para conhecer o defeito é de 1 Ano a contar da tradição\entrega do objeto, sendo este o limite temporal máximo, e a partir da ciência, do meu conhecimento do vício, tenho o prazo de 1 Ano para redibir o defeito. 
EXCEÇÃO: Com posse prévia 
- Móvel: Como exceção para bens móveis o prazo para conhecer o defeito é de 90 dias a contar da assinatura do contrato, sendo este o limite temporal máximo, e a partir da ciência, do meu conhecimento do vício, tenho o prazo de 15 dias para redibir o defeito.
- Imóvel: Como exceção para bens imóveis o prazo para conhecer o defeito é de 6 meses a contar da assinatura do contrato, sendo este o limite temporal máximo, e a partir da ciência, do meu conhecimento do vício, tenho o prazo de 6 meses para redibir o defeito. Feito a ciência, começa a contar este prazo em dias corridos. 
Cláusula de garantia: Art. 446, 1º parte do CC – Entre particulares. A garantia que eu dou é de redibir ou quanti minorar, o numero da garantia contratual é as partes que estabelecem, e o prazo da garantia começa da assinatura do contrato. Ex: Venda de carro usado com cláusula. Esta cláusula de garantia é facultativa, portanto, ela existe somente se as partesestipularem. Há um benefício legal, pois a garantia contratual é complementar a garantia legal. A garantia contratual – aquela que as partes estabelecem – irá começar antes da garantia legal prevista no código, sendo assim,a garantia legal só ira começar a contar o prazo um dia depois do término do prazo da clausula de garantia estabelecida pelas partes. 
* Se o vício aparecer durante a garantia contratual o adquirente tem que avisar do vício em até 30 dias, para utilizar a garantia, tendo o direito de redibir ou quanti minorar se cumprido o dever com este dever de agir de boa-fé objetiva, sendo assim, irá fluir todo o resto do prazo + o prazo legal para garantir o direito. Porém, se o adquirente não agir de boa-fé e não cumprir com o aviso de 30 dias, o seu direito recai. 
A cláusula de garantia, portanto, é um beneficio opcional, e o adquirente deve avisar, informar agindo de boa-fé. 
Animais: O instituto do vício redibitório também incide na compra e venda de animais. Ex: posso comprar um cachorro com vício oculto ou vício que diminuirá seu valor ou impróprio para uso, sendo assim, eu posso utilizar meu direito de redibir e quanti minorar. 
Animal é classificado como semovente, conforme artigo 445 parágrafo 2º, portanto, os prazos de garantia devem ser estabelecidos no próprio contrato, pois não é estabelecido pelo código civil, e não existe lei especial. Caso não esteja estabelecido no contrato o prazo, o legislador ira ter que resolver com os prazos estabelecidos de bens móveis e imóveis de defeito + oculto. 
Evicção:
Conceito: Dar alguma qualidade para aquilo que se vende entre particulares e possui erro jurídico, perda por meio jurídico. Esta perda pode ser classificada como perda jurídica ou administrativa. 
Perda administrativa: Quando for ato de polícia. Ex: vendo para fulano um carro que eu roubei e falsifico os documentos. O adquirente do veículo, foi parado pela policia enquanto dirigia na estrada, tendo em vista do documento falsificado, o adquirente perde o carro na hora pela polícia. Portanto, a perda jurídica do veículo foi um ato de policia decorrente de um tipo penal – crime. 
Perda judicial: Maioria dos casos é por meio de uma sentença judicial que ocorre a perda do objeto, esta perda não advém necessariamente de um crime cometido pelo a gente, pode ocorrer de boa-fé.
* Quando acontece a Evicção, tenho três figuras diferentes neste processo, sendo:
- Adquirente = evicto (quem comprou)
- Alienante (quem vende)
- Terceiro Evictor (real titular) – Este entra com uma aça contra o adquirente, prova o defeito jurídico e o adquirente perde o objeto, o adquirente tem direito de pedir uma indenização para o alienante por meio do processo. 
Hasta pública: Incide em bens adquiridos em hasta pública, leilões. Conforme artigo 447 do CC.
Boa-fé: Boa ou má-fé do adquirente, se o adquirente sabe da evicção, ou seja, sabe do erro, este não poderá pedir indenização por conta de sua má-fé.
Cláusula: As partes podem ou não alterar a evicção mediante cláusula¿ Depende do que as partes querem. As partes podem por cláusula reforçar a evicção ou diminuir a garantia, conforme o art. 448 do CC, sendo necessariamente por cláusula expressa, artigo 499 do CC. Mesmo que tenha a cláusula, se acontecer evicção, o evicto recebe o valor que pagou pela coisa, não excluindo a responsabilidade por evicção. 
A cláusula não é forte o bastante para excluir a evicção, para tanto, ela só irá excluir se for muito especifica, sendo especifica, o evicto não recebe nem o valor que pagou.
Denunciação: Processualmente como o evicto cobra indenização¿
1º Passo: Denunciação da lide, não é obrigatória, mas é o melhor caminho.
2º Passo: Entrar com um novo processo para pleitear a indenização.
Prazo: O prazo para pedir indenização no instituto da evicção,não é especifico. Então se utiliza a regra de prescrição do art. 206 do CC, sendo três anos a contar da perda ou do trânsito em julgado da sentença. 
Perda parcial: O evicto além da indenização tem direito da perda parcial.

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