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CURSO ON-LINE – ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA EM EXERCÍCIOS – AFRFB 
PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS 
Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 1 
Aula Demonstrativa 
Olá, Pessoal! 
Saiu o edital para o concurso de Auditor Fiscal da Receita Federal do Brasil. 
São 250 vagas e a hora de dar um gás nos estudos é agora!!! 
Esta é a aula demonstrativa do curso de Administração Pública em Exercícios. 
O objetivo principal será revisar o conteúdo da disciplina e treinar a resolução 
de exercícios. 
O curso será composto de oito aulas, além desta aula demonstrativa. Nas cinco 
primeiras, os exercícios serão organizados de acordo com o conteúdo, de for-
ma a facilitar o aprendizado. Em alguns casos as questões serão analisadas da 
forma como apareceram na prova, em outros serão analisadas as alternativas 
individualmente. Nas três últimas aulas é que os exercícios serão dispostos de 
acordo com a prova da ESAF, na forma de simulados. 
Os comentários serão bem breves, para que possamos ver o maior número 
possível de questões. Serão usadas tanto questões da ESAF quanto de outras 
bancas. Não entendo que isso seja ruim para vocês, que deveriam ver apenas 
questões da banca organizadora do concurso, pois normalmente eles copiam 
as questões dos mesmos textos e autores. Acho que só irá contribuir, pois 
procurarei usar questões que possuem algum ponto diferente, que exijam al-
gum raciocínio a mais do aluno. O cronograma será o seguinte: 
Aula Demonstrativa: 2. Modelos teóricos de Administração Pública: patrimonia-
lista e burocrático. Simulado – Prova de AFRFB 2009 
Aula 01 – 20/07: 2. Modelos teóricos de Administração Pública: gerencial. 5. 
Evolução dos modelos/paradigmas de gestão: a nova gestão 
pública. 10. Gestão Pública empreendedora. 6. Governabilida-
de, governança e accountability. 
Aula 02 – 27/07: 3. Experiências de reformas administrativas. 4. O processo de 
modernização da Administração Pública. 
Aula 03 – 03/08: 1. Organização do Estado e da Administração Pública. 7. Go-
verno eletrônico e transparência. 9. Novas tecnologias geren-
ciais e organizacionais e sua aplicação na Administração 
Pública. 
Aula 04 – 10/08: 8. Qualidade na Administração Pública. 12. Controle da Admi-
nistração Pública. 13. Ética no exercício da função pública. 
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PROFESSOR: RAFAEL ENCINAS 
Prof. Rafael Encinas www.pontodosconcursos.com.br 2 
Aula 05 – 17/08: 11. Ciclo de Gestão do Governo Federal. 14. Orçamento pú-
blico e os parâmetros da política fiscal. 15. Ciclo orçamentá-
rio. 16. Orçamento e gestão das organizações do setor 
público; características básicas de sistemas orçamentários 
modernos: estrutura programática, econômica e organizacio-
nal para alocação de recursos (classificações orçamentárias); 
mensuração de desempenho e controle orçamentário. 17. E-
laboração, Gestão e Avaliação Anual do PPA. 18. Modelo de 
gestão do PPA – Decreto nº 5.233, de 06/10/04. 
Aula 06 – 24/08: Simulados 
Aula 07 – 31/08: Simulados 
Aula 08 – 06/09: Simulados 
Agora, vou me apresentar. Sou Auditor Federal de Controle Externo do Tribu-
nal de Contas da União. Já fui Analista Tributário da Receita Federal do Brasil e 
escriturário da Caixa Econômica Federal, além de ter trabalhado em outras 
instituições financeiras da iniciativa privada. Sou formado em jornalismo e 
tenho formação também em economia. Possuo especialização em Orçamento 
Público e sou professor de cursinhos para concursos desde 2008, tendo dado 
aulas em cursinhos de Brasília, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Cuiabá. 
Também dou aula em cursos de pós-graduação. 
Nesta aula demonstrativa, vocês poderão ter uma ideia de como será nosso 
curso. Espero que gostem e que possamos ter uma jornada proveitosa pela 
frente. 
Boa Aula! 
Sumário 
1. QUESTÕES COMENTADAS ..................................................................................... 3
1.1. LISTA DAS QUESTÕES ........................................................................................ 50
1.2. GABARITO ...................................................................................................... 64
2. PONTOS IMPORTANTES DA AULA ....................................................................... 65
3. LEITURA SUGERIDA ........................................................................................... 65
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11. . QQuueessttõõe ess CCoommeennttaaddaass 
1. (FCC/SAEB/2004) A Max Weber pode ser atribuída a seguinte frase: 
(A) “Onde está a sociedade está o direito”. 
(B) “O homem é um animal político”. 
(C) “O homem é o lobo do próprio homem”. 
(D) “A burocracia constitui o tipo tecnicamente mais puro de dominação legal”. 
(E) “O direito é uma forma de torcer e ajeitar o homem da natureza em prol da 
sociedade”. 
Max Weber é o grande teórico do modelo burocrático. Não foi ele que criou o 
modelo, ele apenas o estudou, buscou entender algo que vinha sendo obser-
vado na sociedade. O autor analisou a burocracia como uma forma de domina-
ção. Vamos ver dois conceitos de Weber: 
Poder significa toda probabilidade de impor a própria vontade numa rela-
ção social, mesmo contra resistências, seja qual for o fundamento desta 
probabilidade. 
Dominação é a probabilidade de encontrar obediência a uma ordem de 
determinado conteúdo, entre determinadas pessoas indicáveis. 
Enquanto o poder representa a imposição mesmo contra resistências, a domi-
nação necessita da obediência, é preciso certa legitimidade de quem dá a or-
dem. Weber fala que “há três tipos puros de dominação legítima”. Quando ele 
fala em “puros”, ele se refere a “tipos-ideais”. Trata-se de uma abstração cria-
da pelos cientistas para reunir as características principais de um objeto de 
estudo. Nenhuma organização corresponde ao tipo puro de organização buro-
crática. Só tomem cuidado, pois em alguns textos o poder é usado como do-
minação. Vamos ver uma questão da ESAF. 
Gabarito: D. 
2. (ESAF/APO-MPOG/2010) A burocracia é o tipo tecnicamente mais puro 
de poder legal. 
A questão é certa, apesar de falar em poder. Ela foi copiada do texto “Os três 
tipos puros de poder legítimo”: 
http://www.lusosofia.net/textos/weber_3_tipos_poder_morao.pdf
Segundo Weber, nesse texto: 
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A burocracia é o tipo tecnicamente mais puro de poder legal. Mas nenhum 
poder é só burocrático, isto é, gerido apenas mediante funcionários contra-
tualmente recrutados e nomeados. Tal não é possível. As cúpulas mais altas 
das associações políticas são ou “monarcas” (governantes carismáticos por 
herança, cf. adiante) ou “presidentes” eleitos pelo povo (portanto, senhores 
carismáticos plebiscitários, cf. adiante) ou eleitos por uma corporação par-
lamentar, onde, em seguida, os seus membros ou, melhor, os líderes, mais 
carismáticos ou mais notáveis (cf. adiante), dos seus partidos predominan-
tes, são os senhores efectivos. 
Gabarito: C. 
3. (CESPE/SEAD/2001) O modelo burocrático weberiano é denominado um 
tipo ideal porque Weber, um entusiasta e otimista do progresso e da tecnologi-
a, o prescrevia como melhor forma de organização do Estado e dos negócios 
privados. 
A questão é errada. Como vimos na primeira questão, quando Weber fala em 
tipos puros, ou tipos ideais, não significa que é o melhor, mas sim que se situa 
no mundo das ideias, ou seja, é uma abstração. Ele coloca num modelo as 
características principais, sem que esse extremo exista na prática. 
Gabarito: E. 
4. (ESAF/APO-MPOG/2010) O funcionalismo por turnos, por sorte e por 
escolha, a administraçãoparlamentar e por comissões e todas as espécies de 
corpos colegiais de governo e administração não podem ser considerados um 
tipo legal, ainda que a sua competência se baseie em regras estatutárias e o 
exercício do direito governativo correspondente. 
A burocracia não é o único tipo de dominação-racional-legal, existem outros. 
Segundo Weber, no mesmo texto da questão 2: 
A burocracia não é o único tipo de poder legal. O funcionalismo por turnos, 
por sorte e por escolha, a administração parlamentar e por comissões e to-
das as espécies de corpos colegiais de governo e administração aqui se ins-
crevem, na suposição de que a sua competência se baseia em regras 
estatutárias e o exercício do direito governativo corresponde ao tipo da ad-
ministração legal. 
A questão é errada, pois eles podem sim ser considerados tipos legais. 
Gabarito: E. 
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5. (CESPE/MDS/2006) Max Weber considera a existência de três tipos puros 
de dominação legítima: a tradicional, a racional-legal e a gerencial. 
Weber descreve os tipos puros de dominação com base na origem de sua legi-
timidade, ou seja, com base no porquê das pessoas aceitarem as ordens. São 
três tipos: dominação tradicional, carismática e racional-legal. 
Tipos puros de dominação legítima 
ƒ Na Dominação Tradicional o critério para a aceitação da dominação é 
a tradição, ou seja, os valores e crenças que se perpetuam ao longo de 
gerações. Existe legitimidade porque as coisas sempre foram assim. O 
Rei governa o Estado porque seu pai era rei, assim como seu avô, seu 
bisavô, etc. 
ƒ Na Dominação Carismática, a legitimidade tem origem no “carisma” 
do líder. As pessoas aceitam suas ordens e são leais ao senhor porque 
ele possui uma qualidade extraordinária. 
ƒ A Dominação Racional-Legal tem sua legitimidade na lei, o estatuto 
criado com base na razão. Obedece-se às regras e não à pessoa. 
Segundo Weber, “obedece-se à ordem impessoal, objetiva e legalmente 
estatuída e aos superiores por ela determinados, em virtude da 
legalidade formal de suas disposições e dentro do âmbito de vigência 
destas”. 
A questão é errada porque os três tipos puros de dominação são: racional-
legal, tradicional e carismático. A administração gerencial não é uma forma de 
dominação e, inclusive, nem existia na época de Weber. E a administração 
gerencial utilizaria que tipo de dominação? Vamos ver na próxima questão. 
Gabarito: E. 
6. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Acerca do modelo de administração pública 
gerencial, é correto afirmar que é orientada, predominantemente, pelo poder 
racional-legal. 
A questão foi dada como errada. Mas se não é uma forma de dominação 
racional-legal, qual seria: tradicional ou carismática? Aqui temos que tomar 
muito cuidado. Eu entendo que esse gabarito é equivocado, que ainda hoje 
utilizamos a dominação racional-legal. Isso inclusive foi colocado pela ESAF no 
enunciado de uma questão. Vamos vê-la: 
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1. (ESAF/AFC/2001) Segundo Max Weber, a autoridade ou domina-
ção baseia-se na legitimidade que, por sua vez, pode ser de três tipos. 
Um deles, a dominação legal de caráter racional, típica do Estado con-
temporâneo, não apresenta a característica de: 
a) impessoalidade das normas e de sua aplicação 
b) hierarquia oficial 
c) direito consuetudinário 
d) exercício contínuo de funções segundo competências fixas 
e) regras técnicas e normas aplicadas por profissionais especializados 
Vejam que o enunciado fala que a dominação racional-legal é típica do Estado 
Contemporâneo. E é mesmo: a legitimidade nos dias atuais também tem ori-
gem na lei e na razão. A resposta da questão é a letra “C”, o direito consuetu-
dinário é direito que surge dos costumes, da tradição, ou seja, refere-se à 
dominação tradicional e não à racional-legal, que exigem normas escritas. 
Voltando para a nossa questão, porque ela foi considerada errada? Existem 
duas possibilidades: ou o formulador considerou equivocadamente dominação 
racional-legal como sinônimo de burocracia, ou ele considerou que a adminis-
tração gerencial se baseia na dominação carismática. Para Vasconcelos: 
No início deste artigo mostramos como a autoridade racional-legal fornece o 
fundamento de legitimidade da burocracia. No caso de um modelo pós-
burocrático, qual o fundamento de legitimidade? A resposta mais plausível a 
esta questão é que o modelo pós-burocrático se baseia na recuperação da 
autoridade carismática e na sua inserção limitada dentro de contextos 
burocráticos, visando dinamizá-los. Esta hipótese explicaria por que organi-
zações puramente pós-burocráticas não existem (por não ser possível cons-
truir duravelmente organizações de grande porte baseadas exclusivamente 
em padrões de autoridade carismática). 
O autor afirma que a base dentro das organizações pós-burocráticas é a lide-
rança carismática porque são organizações em que a liderança não é resultan-
te de normas e estatutos, mas sim com base na capacidade de motivar os 
funcionários, de passar um sentido de visão de futuro, fazendo com que todos 
busquem o desenvolvimento próprio e da organização. Tanto que uma das 
teorias contemporâneas da liderança é a da Liderança Carismática. 
Mas Vasconcelos deixa claro que isso é uma “inserção limitada”, ou seja, é 
aplicada de forma específica dentro das organizações, em grupos flexíveis. Não 
se pode aplicar a dominação carismática na sociedade como um todo, pois a 
legitimidade ainda provém das leis. 
Mas fiquem de olho, pois esse tipo de equívoco é muito comum, nas diversas 
bancas. Vejam mais algumas questões: 
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2. (CESPE/CORREIOS/2011) O modelo racional-legal de administra-
ção pública confere eficiência, qualidade e baixo custo aos serviços 
prestados pelo Estado aos cidadãos. 
3. (FCC/TRT-9/2010) Sobre as características da administração pú-
blica gerencial, tem como princípios orientadores do seu desenvolvi-
mento o poder racional-legal. 
Ambas as questões são erradas. A primeira porque consideraram o modelo 
racional-legal como sinônimo de burocracia, por isso ele não seria eficiente, 
nem teria qualidade ou baixo custo. A questão da FCC provavelmente foi copi-
ada da ESAF que estamos analisando, eles vivem fazendo isso. 
Gabarito: E. 
7. (ESAF/MPOG-EPPGG/2003) A dominação tradicional refere-se ao coman-
do exercido por senhores que gozam de autoridade pessoal em virtude do sta-
tus herdado, e cujas ordens são legítimas tanto por se conformarem aos 
costumes como por expressarem a arbitrariedade pessoal. 
Para Weber, na dominação tradicional as ordens são legítimas de dois modos: 
→ Em parte em virtude da tradição que determina inequivocamente o 
conteúdo das ordens, e da crença no sentido e alcance destas, cujo 
abalo por transgressão dos limites tradicionais poderia pôr em perigo a 
posição tradicional do próprio senhor. 
→ Em parte em virtude do arbítrio do senhor, ao qual a tradição deixa 
espaço correspondente. 
Assim, o senhor tem uma ampla liberdade para tomar decisões, de forma arbi-
trária. Porém, essa liberdade é limitada pela própria tradição, já que ele não 
pode infringir aquilo que lhe dá legitimidade. 
Gabarito: C. 
8. (CESPE/MPE-TO/2006) Quanto a liderança, assinale a opção incorreta. 
a) Segundo Max Weber, existem três tipos de liderança ou de dominação: a 
patrimonial, a carismática e a racional-legal. 
b) A liderança tradicional, que está alicerçada no poder do patrimônio do líder, 
permitiu a estruturação dos Estados patrimoniaisda antiguidade. 
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c) A liderança carismática funda-se no carisma, característica que é herdada 
ou aprendida pelo líder. 
d) A liderança racional-legal calca-se na impessoalidade das normas racionais 
e escritas. 
e) A liderança carismática, quando se rotiniza, pode transformar-se em 
tradicional ou em racional-legal. 
A letra “A” foi dada como certa, mas é claramente errada. As bancas de 
concursos cometem muito esses tipos de absurdos. O patrimonialismo é uma 
forma de dominação, mas não pode ser colocada como uma das três princi-
pais, é uma espécie de dominação tradicional. Na realidade, é mais específico, 
é um tipo de dominação patriarcal, que é um tipo de dominação tradicional. 
Na dominação patriarcal, todo um grupo de pessoas está sujeito às ordens do 
senhor, dentro de uma autoridade doméstica. Não se incluem aqui apenas os 
filhos de sangue do senhor, mas toda a comunidade, que de alguma forma 
vive a seu redor e depende dele. Quando há uma evolução dessas comunida-
des, aumentando a complexidade das tarefas que são desempenhadas, e tem 
início a descentralização do poder patriarcal, em que alguns grupos passam a 
ter maior responsabilidade, surge a dominação patrimonial. Para Weber: 
A este caso especial da estrutura de dominação patriarcal: o poder domésti-
co descentralizado mediante a cessão de terras e eventualmente de utensí-
lios a filhos ou outros dependentes da comunidade doméstica, queremos 
chamar de dominação patrimonial. 
A letra “B” é certa, a dominação tradicional é a base do patrimonialismo. 
A letra “C” é errada. Weber define carisma como: 
Uma qualidade pessoal considerada extracotidiana e em virtude da qual se 
atribuem a uma pessoa poderes ou qualidades sobrenaturais, sobre-
humanos ou, pelo menos, extracotidianos específicos ou então se a toma 
como enviada por Deus, como exemplar e, portanto, como líder. 
O carisma é uma qualidade pessoal, por isso ele só pode ser “despertado” e 
“provado”, e não “aprendido” ou “transferido” de uma pessoa para outra. A 
pessoa tem carisma com algum ato extraordinário, quando demonstra aos 
demais possuir qualidades superiores. E isso não é passado para outros. 
A letra “D” é certa, a dominação racional-legal tem sua legitimidade na lei. 
A letra “E” é certa. Uma palavra importante na definição de carisma de We-
ber é “extracotidiano”. O carisma é algo que não existe no dia-a-dia, na roti-
na, ele surge com uma situação extraordinária. A dominação carismática é um 
poder sem base racional. É instável, arbitrário e facilmente adquire caracterís-
ticas revolucionárias. O líder carismático mantém seu poder enquanto seus 
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seguidores reconhecem nele forças extraordinárias. Mas este reconhecimento 
pode desaparecer. Com o passar do tempo, essa dominação perde sua carac-
terística efêmera, assumindo o caráter de uma relação permanente. A domina-
ção carismática não sobrevive na rotina, ela tem de modificar, transformando-
se em tradicional ou racional. 
Gabarito: C. 
9. (CESPE/STM/2011) A administração pública gerencial, a administração 
pública burocrática e a administração pública histórica constituem os principais 
modelos para a gestão do Estado. 
A questão é errada. Na questão anterior temos os tipos de dominação, por 
isso falei que o patrimonialismo na se encaixava lá. Aqui, temos os três mode-
los de gestão: patrimonialismo, burocracia e gerencialismo. São três modelos 
que se sucederam ao longo do tempo, tendo cada um prevalecido em épocas 
diferentes, mas isso não significa que foram deixando de existir à medida que 
outro surgia, o patrimonialismo e a burocracia ainda estão presentes. 
Gabarito: E. 
10. (ESAF/AFRFB/2009) Considerando os modelos teóricos de Administração 
Pública em nosso país, o maior trunfo do gerencialismo foi fazer com que o 
modelo burocrático incorporasse valores de eficiência, eficácia e competitivida-
de. 
A questão é errada. O erro NÃO está em dizer que o gerencialismo valoriza 
princípios como eficiência, eficácia e competitividade, isto está certo. Já vi alu-
nos acharem que o erro está em falar em competitividade ao invés de efetivi-
dade, já que esta última seria a terceira dimensão do desempenho, junto com 
a eficiência e a eficácia. Porém, o gerencialismo fala muito em competitividade. 
O erro está em dizer que esses valores são incorporados ao modelo burocráti-
co, quando,na realidade, este é substituído pelo gerencial. Não podemos dizer 
que o modelo burocrático foi melhorado ou aperfeiçoado pelo gerencial, pois há 
uma quebra de paradigma, em que um modelo é substituído pelo outro. TO-
DAVIA, apesar desta quebra de paradigma, não são abandonados todos os 
princípios do modelo burocrático, muitos aspectos são mantidos. 
Gabarito: E. 
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11. (CESPE/TCU/2008) Na administração pública gerencial, ao contrário do 
que ocorre na administração pública burocrática, a flexibilização de procedi-
mentos e a alteração da forma de controle implicam redução da importância e, 
em alguns casos, o próprio abandono de princípios tradicionais, tais como a 
admissão segundo critérios de mérito, a existência de organização em carreira 
e sistemas estruturados de remuneração. 
A questão é errada, foi copiada do Plano Diretor, segundo o qual: 
A administração pública gerencial constitui um 
avanço e até um certo ponto um rompimento
com a administração pública burocrática. Isto 
não significa, entretanto, que negue todos os 
seus princípios. Pelo contrário, a administração 
pública gerencial está apoiada na anterior, da 
qual conserva, embora flexibilizando, alguns dos 
seus princípios fundamentais, como a admissão 
segundo rígidos critérios de mérito, a existência 
de um sistema estruturado e universal de remu-
neração, as carreiras, a avaliação constante de 
desempenho, o treinamento sistemático. A dife-
rença fundamental está na forma de controle, 
que deixa de basear-se nos processos para con-
centrar-se nos resultados, e não na rigorosa pro-
fissionalização da administração pública, que 
continua um princípio fundamental. 
Gabarito: E. 
12. (CESPE/TRE-BA/2009) Instrumentos praticados pela administração públi-
ca, como a divisão do trabalho, a hierarquia de autoridade, a racionalidade, as 
regras e os padrões e a impessoalidade, foram restringidos com o surgimento 
da administração pública gerencial, que substituiu o modelo burocrático até 
então adotado pelo governo brasileiro. 
Essa questão foi dada como errada, mas poderíamos questionar. Como 
vimos na questão anterior, os princípios são mantidos, mas são flexibilizados. 
Assim, poderíamos entender que essa flexibilização seria uma forma de restri-
ção. Porém, o formulador considerou que os princípios como impessoalidade, 
racionalidade, etc. ainda permanecem na administração gerencial. 
Gabarito: E. 
Plano diretor da Reforma 
do Aparelho do Estado: 
É um documento do Gover-
no FHC, lançado em 1995, 
e que trazia a base da 
reforma gerencial que seria 
promovida. Veremo-lo na 
Aula 02, mas ele também é 
importante porque traz um 
histórico da administração 
pública no mundo e no 
Brasil, e as bancas copiam 
muitas questões de seu 
texto. É praticamente de 
leitura obrigatória. Está 
disponível no site: 
http://www.bresserpereira.
org.br/Documents/MARE/Pl
anoDiretor/planodiretor.pdf 
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13. (ESAF/ISS-RJ/2010) No Brasil, o modelo de administração burocrática foi 
completamente substituído pelo gerencial, implantado ao final do século XX. 
A questão é errada porque fala que o modelo burocrático foi COMPLETAMEN-
TE substituído. Isso realmente é errado, ele permanece em diversos pontos, 
inclusive o Plano Diretor defende a permanência da administração burocrática 
no núcleo estratégico do Estado, como veremos na Aula 02. Mais questões. 
4. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) A administração gerencial nega todos 
os princípios da administração pública patrimonialista e da administra-
ção pública burocrática. 
5. (ESAF/SUSEP/2010) De certa forma, patrimonialismo, burocracia 
e gerencialismo convivem em nossa administração contemporânea. 
6. (ESAF/APO-MPOG/2010) Com o gerencialismo, a ordem adminis-
trativa se reestrutura, porém sem abolir o patrimonialismo e a buro-
cracia que, a seu modo e com nova roupagem, continuam existindo. 
Questões errada, certa e certa. 
Gabarito: E. 
14. (ESAF/EPPGG-MPOG/2008) Os tipos primários de dominação tradicional 
são os casos em que falta um quadro administrativo pessoal do senhor. Quan-
do esse quadro administrativo puramente pessoal do senhor surge, a domina-
ção tradicional tende ao patrimonialismo, a partir de cujas características 
formulou-se o modelo de administração patrimonialista. Examine os enuncia-
dos a seguir, sobre tal modelo de administração, e marque a resposta correta. 
1. O modelo de administração patrimonialista caracteriza-se pela ausência de 
salários ou prebendas, vivendo os “servidores” em camaradagem com o senhor 
a partir de meios obtidos de fontes mecânicas. 
2. Entre as fontes de sustento dos “servidores” no modelo de administração 
patrimonialista incluem-se tanto a apropriação individual privada de bens e 
oportunidades quanto a degeneração do direito a taxas não regulamentado. 
3. O modelo caracteriza-se pela ausência de uma clara demarcação entre as 
esferas pública e privada e entre política e administração; e pelo amplo espaço 
à arbitrariedade material e vontade puramente pessoal do senhor. 
4. Os “servidores” não possuem formação profissional especializada, mas, por 
serem selecionados segundo critérios de dependência doméstica e pessoal, 
obedecem a formas específicas de hierarquia patrimonial. 
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a) Estão corretos os enunciados 2, 3 e 4. 
b) Estão corretos os enunciados 1, 2 e 3. 
c) Estão corretos somente os enunciados 2 e 3. 
d) Estão corretos somente os enunciados 1 e 3. 
e) Todos os enunciados estão corretos. 
O Patrimonialismo é uma forma de exercício da dominação por uma autorida-
de. A Base de sua legitimidade é a tradição, cujas características principais 
repousam no poder individual do governante que, amparado por seu aparato 
administrativo recrutado com base em critérios pessoais, exerce o poder políti-
co sob um determinado território. Weber cita algumas características que NÃO 
estavam presentes no quadro administrativo da dominação tradicional: 
Características AUSENTES no patrimonialismo 
ƒ A competência fixa segundo regras objetivas; 
ƒ A hierarquia racional fixa; 
ƒ A nomeação regulada por contrato livre e ascenso regulado; 
ƒ A formação profissional (como norma); 
ƒ (muitas vezes) o salário fixo e (ainda mais frequentemente) o 
salário pago em dinheiro. 
Esse quadro administrativo não possui um salário fixo, mas recebe “sinecuras” 
e “prebendas”. “Sinecura” significa “sem cuidado”, ou seja, “sem esforço”. 
“Prebenda” significa “ocupação rendosa de pouco trabalho”. Portanto, a pri-
meira afirmação é errada, já que existem sim prebendas. O restante da 
alternativa está certo. Segundo Weber, o salário fixo é o “normal” na domina-
ção racional-legal. Já o servidor patrimonial obtém seu sustento por: 
ƒ Alimentação na mesa do senhor; 
ƒ Emolumentos provenientes de bens e dinheiros do senhor; 
ƒ Terras funcionais; 
ƒ Oportunidades apropriadas de rendas, taxas ou impostos; 
ƒ Feudos. 
A segunda afirmação fala em “degeneração do direito a taxas não regulamen-
tado”. Isso significa que os servidores se apropriam dos tributos que são cole-
tados junto à sociedade. A segunda afirmação é certa. 
A principal característica do patrimonialismo é a confusão entre o patrimônio 
público e o privado. A administração política é tratada pelo senhor como as-
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sunto puramente pessoal. Os bens adquiridos por meio dos tributos não se 
diferenciam dos bens privados do senhor, tudo faz parte do mesmo patrimô-
nio. Por tal razão, o príncipe lida com os assuntos da corte – que seriam consi-
derados públicos na acepção atual – de forma eminentemente privada, posto 
que o patrimônio pessoal do governante e a coisa pública são misturados como 
se fossem apenas uma esfera. A terceira afirmação é correta. 
A quarta afirmação fala em “dependência doméstica e pessoal”. Para Weber: 
A este caso especial de estrutura de dominação patriarcal: o poder domésti-
co descentralizado mediante a cessão de terras e eventualmente de utensí-
lios a filhos ou outros dependentes da comunidade doméstica queremos 
chamar de dominação patrimonial. 
Contudo, vimos acima que, para Weber, na dominação tradicional falta “a hie-
rarquia racional fixa”. Já a questão fala que “obedecem a formas específicas de 
hierarquia patrimonial”. A quarta afirmação é errada, não haveria hierar-
quia no patrimonialismo. O conceito de hierarquia supõe vários níveis hierár-
quicos, um controlando o outro. Uma das definições de “hierarquia” do 
dicionário Houaiss é a seguinte: 
organização social em que se estabelecem relações de subordinação e graus 
sucessivos de poderes, de situação e de responsabilidades. 
É o modelo burocrático que trará o princípio da hierarquia. 
Gabarito: C. 
15. (CESPE/MCT/2004) A principal característica do estado patrimonial é a 
apropriação privada da coisa pública. 
A questão é certa. Segundo Luis Carlos Bresser Pereira: 
A característica que definia o governo nas sociedades pré-capitalistas e pré-
democráticas era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos 
patrimônios público e privado. ‘Patrimonialismo’ significa a incapacidade ou 
a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens 
privados. A administração do Estado pré-capitalista era uma administração 
patrimonialista. 
Gabarito: C. 
16. (FCC/TRF-4/2004) O termo burocracia, que tem sido utilizado para de-
signar uma administração eficiente, pode também ser entendido como 
(A) um conjunto de ordens, documentos e hierarquia. 
(B) poder, contra poder e controle. 
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(C) divisão de saberes e práticas e organização documental. 
(D) alienação, luta e organização racional. 
(E) poder, controle e alienação. 
O termo burocracia possui diferentes conceitos e é usado para designar uma 
gama enorme de coisas diferentes. Vamos ver aqui os principais significados: 
ƒ Forma de governo; 
ƒ Conjunto de funcionários públicos; 
ƒ Racionalidade; 
ƒ Ineficiência. 
Aristóteles classificou as formas de governo em: monarquia, democracia e 
aristocracia. Podemos ver que duas delas terminam em “cracia”, o mesmo 
sufixo da palavra “burocracia”. Qual é o significado de “democracia”? Vem da 
Grécia e significa e significa “governo pelo povo”, em contraste com as outras 
formas de governo enumeradas por Aristóteles: monarquia (governo de um 
só) e aristocracia (governo dos melhores). Mas então, como o sufixo “cracia” 
se encaixaem burocracia, como ela constitui uma forma de governo? 
O primeiro registro do uso do termo “burocracia” é atribuído a Seigneur de 
Gournay (1712-1759). Ele o usou como uma quarta forma de governo, na 
classificação de Aristóteles, de forma pejorativa, criticando o fato de estar o-
correndo na França um crescimento do quadro administrativo e da normatiza-
ção, fazendo com que os funcionários públicos tomassem as decisões em 
detrimento da sociedade. Ao invés de um governo do povo, surgia um governo 
de escritório. A burocracia representava, no caso, uma ameaça à própria de-
mocracia, e é assim que vários autores vão ver a burocracia a partir daí. 
Outra acepção do termo burocracia é como o conjunto de agentes públicos, 
o aparelho do Estado, que age de forma racional. Segundo Bresser Pereira e 
Fernando Prestes Motta: 
Alguns autores restringem o conceito de burocracia a um tipo de sistema soci-
al rígido, centralizado, que se amolda quase perfeitamente ao tipo ideal de bu-
rocracia descrito por Max Weber. Para esses autores bastaria que o sistema 
social se afastasse um pouco desse modelo, que se descentralizasse, que se 
flexibilizasse para deixar de ser uma organização burocrática. 
Todo sistema social administrado segundo critérios racionais e hierárquicos é 
uma organização burocrática. Haverá organizações burocráticas mais flexíveis 
ou mais rígidas, mais formalizadas ou menos, mais ou menos autoritárias. 
Portanto, mesmo que se criem organizações mais descentralizadas e flexíveis, 
ainda assim serão burocracias. 
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A terceira visão da burocracia é como racionalidade. Vimos que Weber asso-
ciou a burocracia com a dominação racional-legal, ou seja, a burocracia seria a 
busca dos meios mais eficientes para se alcançar determinado objetivo. 
A quarta visão, que é contrária à segunda, vê a burocracia como sinônimo de 
ineficiência. O excesso de regras, de normas, a necessidade de executar pro-
cedimentos que na maioria das vezes parecem desnecessários fez com que as 
pessoas vissem essa rigidez como lentidão e desperdício. 
As bancas normalmente restringem o conceito a estes dois últimos aspectos. 
Essa questão foi copiada de Fernando Prestes Motta, do livro “o que é burocra-
cia”. Segundo o autor: 
Qual o verdadeiro significado da palavra burocracia? A quem ela serve? O 
termo burocracia tem sido usado em vários sentidos: para designar uma 
administração racional e eficiente, para designar o seu contrário, para de-
signar o governo de altos funcionários ou ainda para designar organização. 
Neste livro, as várias facetas da burocracia: poder, controle e alienação. 
Segundo o Autor, burocracia é poder na medida em que transfere, ainda que 
de maneira impessoal e racional, a autoridade concedida pela sociedade ao 
Estado para que este gerencie e detenha o poder de dirimir conflitos, ou no 
caso de uma organização privada, transfere a autoridade para exarar decisões 
a uma estrutura de normas e regulamentos e burocratas. O poder de gerir a 
vida da sociedade ou de gerir uma organização, constitui-se na autoridade e 
legitimidade de legislar sobre a vida dos cidadãos (delimitando a liberdade 
individual), o poder de dirimir conflitos (dizendo o direito a litígios) e gerenci-
ando a res publica. Na verdade, exercendo os poderes delimitados aos Estados 
modernos posteriormente à revolução francesa, quais sejam os poderes legis-
lativos, executivo e judiciário. 
A burocracia é controle, é dominação. É a técnica organizacional que visa à 
dominação. Burocracia pode ser entendida como a arte de dominar indivíduos 
de maneira impessoal e igualitária, retirando a autoridade de um único indiví-
duo e dotando autoridade à estrutura, a um sistema normativo. 
Burocracia é alienação, numa interpretação marxista focada no engessamento 
de ideias e estruturas, pois que o sistema burocrático administrativo ou social 
impede o desenvolvimento criativo e inovador de uma sociedade. 
Gabarito: E. 
17. (CESPE/TCE-PE/2004) A burocracia patrimonialista era o modelo clássico 
de administração presente nas monarquias europeias do século XIX. 
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A questão é certa. Muitos se confundem nessa questão porque ela fala em 
“burocracia patrimonialista”, daí marcam errada porque o modelo característico 
das monarquias europeias do Século XIX era o patrimonialismo, e não a buro-
cracia. Porém, como vimos na questão anterior, o termo burocracia tem vários 
significados, entre eles o de quadro administrativo. 
Assim, em alguns casos, quando for usado o termo “burocracia” nas questões, 
poder-se-á estar se referindo à administração pública e seus agentes, e não ao 
modelo racional-legal. TODAVIA, em outros casos (na maioria das vezes), eles 
usam o termo “burocracia” se referindo sim ao sistema social rígido, centrali-
zado, que se amolda ao tipo ideal de burocracia descrito por Max Weber. To-
mem cuidado. 
Gabarito: C. 
18. (CESPE/MCT/2004) O estamento burocrático é uma forma de burocracia 
patrimonial. 
A questão é certa. Vimos que o termo burocracia não é sempre uma referên-
cia ao modelo racional-legal de Weber. Ele já era usado para designar as re-
partições públicas, os administradores públicos. A expressão “estamento 
burocrático” é usada para designar o grupo de pessoas que se apropriava do 
Estado em virtude de sua posição dentro da administração pública no período 
patrimonialista. Ela também é usada para se referir a grupos que mantiveram 
práticas patrimonialistas mesmo no período do modelo burocrático. 
Gabarito: C. 
19. (CESPE/STM/2004) Burocracia é um sistema social racional, ou um sis-
tema social em que a divisão do trabalho é racionalmente realizada tendo em 
vista os fins visados. 
Essa questão é certa, é cópia da definição de Bresser Pereira e Motta: 
Se adotarmos uma definição curta e perfeitamente enquadrada dentro dos 
moldes da filosofia aristotélica, diremos que uma organização ou burocracia 
é um sistema social racional, ou um sistema social em que a divisão do tra-
balho é racionalmente realizada tendo em vista os fins visados. 
Muitos alunos se confundem com esta definição por causa do final “fins visa-
dos”, já que associam com o fato de a burocracia se preocupar apenas em 
controlar os procedimentos, os “meios”, e não olhar para resultados. Porém, é 
preciso separar a teoria da prática. Na teoria, a burocracia é racional porque 
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adota os procedimentos mais eficientes para se chegar a determinado resulta-
do. Na prática, ela é extremamente rígida com os procedimentos, só se preo-
cupa com a sua obediência, esquecendo-se do resultado. 
Gabarito: C. 
20. (ESAF/APO-MPOG/2010) Na época da emergência do Estado moderno, as 
corporações colegiais contribuíram de modo muito essencial para o desenvol-
vimento da forma legal de poder, e a elas deve o seu aparecimento, sobretudo 
o conceito de “autoridade”. 
Essa questão foi copiada do mesmo texto das questões 2 e 4. Segundo Weber: 
Na época da emergência do Estado moderno, as corporações colegiais con-
tribuíram de modo muito essencial para o desenvolvimento da forma legal 
de poder, e a elas deve o seu aparecimento sobretudo o conceito de “auto-
ridade”. Por outro lado, o funcionalismo por eleição desempenha um grande 
papel na pré-história da moderna administração por funcionários (e também 
hoje nas democracias). 
Esse surgimento da burocracia a parti de corporações colegiais é algo específi-
co da Alemanha, país de Weber. O país possuía, noSéculo XVII, um modelo de 
administração chamado de Collegium, em que o corpo de oficiais era encarre-
gado de aconselhar o governante e ficava responsável por uma determinada 
função de governo, como as finanças ou a justiça. Esta responsabilidade era 
coletiva e havia espaço considerável dentro do colegiado para a discussão de 
ideias e interesses. 
Em 1806 a Prússia foi derrotada pela França de Napoleão, gerando uma insa-
tisfação grande em relação ao modelo colegiado, que seria muito lento. Ele foi 
substituído por aquilo que era chamado de Bureau, ou Einheitssystem, no qual 
a responsabilidade era designada para um indivíduo com um nível semelhante 
ao de ministro. Segundo a Enciclopédia Blockhaus, de 1819: 
Em todos os ramos administrativos as repartições e escritórios se multipli-
caram, e receberam um poder tão grande sobre os cidadãos, que em mui-
tos países uma verdadeira burocracia se desenvolveu. Esta burocracia se 
torna crescentemente perigosa na medida em que o antigo sistema de cole-
giado cai em desuso. Os diretores das repartições, além da sua autoridade 
sobre seus funcionários, adquiriram uma grande quantidade de poder ilegí-
timo sobre os cidadãos. 
Portanto, a burocracia tem origem a partir do sistema de colegiado, mas se 
contrapõe a ele, por apresentar a autoridade monocrática, ou seja, única, ca-
racterística essencial da burocracia. Segundo Weber: 
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A administração puramente burocrática, portanto, a administração burocrá-
tico-monocrática mediante documentação, considerada do ponto de vista 
formal, é, segundo toda a experiência, a forma mais racional de exercício de 
dominação. 
Isso já havia sido cobrado antes pela ESAF: 
7. (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) Entre as formas institucionais abaixo, 
selecione aquela que deu origem à burocracia ocidental moderna. 
d) Os órgãos colegiados, que deliberavam em sessão contínua, e cujo 
núcleo era constituído por funcionários e ex-funcionários, que domina-
vam o conhecimento especializado e que formaram estruturas dura-
douras, independentes da pessoa. 
Gabarito: C. 
21. (CESPE/SEGER/2007) No entendimento de Bresser Pereira, a administra-
ção do Estado pré-capitalista era do tipo patrimonialista; a associação entre o 
capitalismo e a democracia fez emergir uma administração pública burocrática, 
o modelo racional-legal, ao passo que a administração pública gerencial está 
mais orientada para as necessidades do cidadão e para a obtenção de resulta-
dos. 
Segundo Bresser Pereira: 
A administração pública burocrática foi adotada para substituir a adminis-
tração patrimonialista, que definiu as monarquias absolutas, na qual o pa-
trimônio público e o privado eram confundidos. Nesse tipo de administração 
o Estado era entendido como propriedade do rei. O nepotismo e o empre-
guismo, senão a corrupção, eram a norma. Esse tipo de administração reve-
lar-se-á incompatível com o capitalismo industrial e as democracias 
parlamentares, que surgem no século XIX. É essencial para o capitalismo a 
clara separação entre o Estado e o mercado; a democracia só pode existir 
quando a sociedade civil, formada por cidadãos, distingue-se do Estado ao 
mesmo tempo em que o controla. 
Assim, a maior complexidade da sociedade, decorrente do surgimento do capi-
talismo industrial e do fortalecimento da democracia, tornou necessária uma 
administração mais racional e impessoal. 
Vimos que no patrimonialismo não havia regras claras na economia, esta era 
administrada de acordo com os interesses de alguns grupos. Contudo, o de-
senvolvimento do capitalismo e a industrialização passam a exigir um Estado 
impessoal, que não governe caso a caso, mas que obedeça ao princípio do 
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universalismo de procedimentos, que defenda o tratamento igualitário perante 
a lei. A administração pública não deve fazer discriminações positivas ou nega-
tivas no atendimento aos administrados. É preciso que a administração siga 
critérios legais, racionais, e não pessoais. 
Gabarito: C. 
22. (ESAF/EPPGG-MPOG/2005) Com base no pensamento de Max Weber, 
julgue as sentenças sobre a burocracia atribuindo (V) para a afirmativa verda-
deira e (F) para a afirmativa falsa, assinalando ao final a opção correta. 
( ) A constituição prévia de uma economia monetária é condição sine qua non 
para o surgimento da organização burocrática. 
( ) O Estado moderno depende completamente da organização burocrática 
para continuar a existir. 
( ) A burocracia é elemento exclusivo do Estado moderno capitalista, não sen-
do verificável em outros momentos da história. 
( ) O modelo burocrático é a única forma de organização apta a desempenhar 
as tarefas necessárias para o bom funcionamento do capitalismo. 
a) V, F, F, V 
b) V, V, F, F 
c) F, F, V, V 
d) F, V, F, V 
e) F, F, F, V 
“Sine qua non” significa “sem o qual não pode ser”, ou seja, trata-se de uma 
condição indispensável e essencial. Segundo Weber, o desenvolvimento da 
economia monetária é um dos pressupostos da forma moderna de cargo, exer-
cido com profissionalismo e que tem direito a uma remuneração, mas Weber 
afirma que: 
Esta é de grande importância para os hábitos gerais da burocracia, mas de 
modo algum é o único fator decisivo para sua existência. Os exemplos his-
tóricos quantitativamente mais importantes de um burocratismo claramente 
desenvolvido até certo grau são os seguintes: o Egito da época do Novo 
Império, porém com tendências fortemente patrimoniais, o principado ro-
mano tardio, a Igreja Católica Romana, a China, desde os tempos de Shi 
Hoang Ti até o presente, o Estado europeu moderno, a grande empresa ca-
pitalista moderna. 
Portanto, a economia monetária não é indispensável para o aparecimento das 
organizações burocráticas, ou seja, a primeira afirmação é falsa. Contudo, 
apesar de ser dispensável, Weber afirma que certo grau de desenvolvimento 
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de uma economia monetária é o pressuposto normal, senão para sua criação, 
pelo menos para a subsistência inalterada das administrações puramente bu-
rocráticas, pois sem ela dificilmente pode ser evitado que a estrutura burocrá-
tica mude fortemente em sua natureza interna ou até seja substituída por 
outra. 
Por esta citação, já podemos ver que a terceira afirmação também é falsa, 
já que em épocas anteriores ao Estado moderno capitalista existiram organiza-
ções burocráticas. Weber afirma que: 
É óbvio que o Estado Moderno depende tecnicamente, com o decorrer do 
tempo, cada vez mais, de uma base burocrática, e isto tanto mais quanto 
maior é sua extensão, particularmente quando é uma grande potência ou 
está a caminho de sê-lo. 
A ESAF vai um pouco além, dizendo que depende completamente, mas ainda 
assim a segunda afirmação é verdadeira. O Estado moderno, devido a sua 
complexidade, precisa da racionalidade e da impessoalidade. Na visão de We-
ber, não há como o Estado crescer sem manter uma base burocrática, isso por 
que o modelo burocrático é a única forma de organização apta a desempenhar 
as tarefas necessárias para o bom funcionamento do capitalismo. Por isso a 
segunda e a quarta afirmações são corretas. 
Gabarito: D. 
23. (ESAF/ENAP/2006) Assinale a opção incorreta. 
a) No modelo patrimonialista de administração pública existe uma interperme-
abilidade dos patrimônios público e privado. 
b) Um dos princípios do modelo burocrático de administração pública é um 
sistema administrativo impessoal, formal e racional. 
c) Um dos princípiosdo modelo patrimonialista de administração pública é o 
acesso por concurso ao serviço público. 
d) O modelo gerencial de administração pública tem como um dos seus objeti-
vos garantir a propriedade e o contrato. 
e) O modelo burocrático de administração pública se baseia no serviço público 
profissional. 
Essa questão foi copiada do texto “A administração pública gerencial: estraté-
gia e estrutura para um novo Estado”, de Luiz Carlos Bresser Pereira, disponí-
vel em: 
http://www.enap.gov.br/index.php?option=com_docman&task=doc_view&gid
=2751
A letra “A” é certa. Segundo Luis Carlos Bresser Pereira: 
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A característica que definia o governo nas sociedades pré-capitalistas e pré-
democráticas era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos 
patrimônios público e privado. ‘Patrimonialismo’ significa a incapacidade ou 
a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens 
privados. A administração do Estado pré-capitalista era uma administração 
patrimonialista. 
As letras “B” e “E” são certas. Segundo Bresser: 
Burocracia é a instituição administrativa que usa como instrumento para 
combater o nepotismo e a corrupção — dois traços inerentes à administra-
ção patrimonialista —, os princípios de um serviço público profissional, e de 
um sistema administrativo impessoal, formal, legal e racional. 
A letra “C” é errada porque no patrimonialismo não havia concurso, esse é 
um instrumento impessoal da burocracia. 
A letra “D” foi dada como certa, mas discordo da ESAF. A administração 
gerencial garante sim a propriedade e os contratos, mas falar que esse é um 
objetivo dela é um pouco equivocado. Temos que tomar cuidado um ponto do 
texto do Bresser, que diferencia a administração gerencial do neoliberalismo. 
Segundo o autor: 
Aqui, o Estado não é visto como produtor — como prega o burocratismo —, 
nem como simples regulador que garanta os contratos e os direitos de pro-
priedade —, como reza o “credo” neoliberal —, mas, além disto, como “fi-
nanciador” ou (“subsidiador”) dos serviços não-exclusivos. 
Bresser gosta de deixar muito clara a distinção entre o neoliberalismo e o ge-
rencialismo. No setor de serviços não exclusivos, o neoliberalismo realizaria a 
privatização, enquanto a administração gerencial faz a publicização, transfor-
ma em entidades públicas não estatais, como as organizações sociais. 
O que estou querendo dizer não significa que a administração gerencial vá 
contra a propriedade e os contratos, pelo contrário, ela os garante sim. O que 
eu questiono na questão é afirmar que esse é um objetivo da administração 
gerencial, quando na realidade o Bresser defende que ela vai muito além disso, 
que essa é uma ótica neoliberal, e não gerencial. 
Gabarito: D. 
24. (ESAF/CGU/2004) Ao longo de sua história, a administração pública as-
sume formatos diferentes, sendo os mais característicos o patrimonialista, o 
burocrático e o gerencial. Assinale a opção que indica corretamente a descrição 
das características da administração pública feita no texto a seguir. 
O governo caracteriza-se pela interpermeabilidade dos patrimônios público e 
privado, o nepotismo e o clientelismo. A partir dos processos de democratiza-
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ção, institui-se uma administração que usa, como instrumentos, os princípios 
de um serviço público profissional e de um sistema administrativo impessoal, 
formal e racional. 
a) Patrimonialista e gerencial 
b) Patrimonialista e burocrático 
c) Burocrático e gerencial 
d) Patrimonialista, burocrático e gerencial 
e) Burocrático 
Segundo Luis Carlos Bresser Pereira: 
A característica que definia o governo nas sociedades pré-capitalistas e pré-
democráticas era a privatização do Estado, ou a interpermeabilidade dos 
patrimônios público e privado. ‘Patrimonialismo’ significa a incapacidade 
ou a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus 
bens privados. 
Burocracia é a instituição administrativa que usa como instrumento para 
combater o nepotismo e a corrupção — dois traços inerentes à administra-
ção patrimonialista —, os princípios de um serviço público profissional, e de 
um sistema administrativo impessoal, formal, legal e racional. 
Gabarito: B. 
25. (CESPE/STM/2004) Em relação às características básicas que traduzem o 
caráter racional da burocracia, é correto afirmar que esta é constituída por 
sistemas sociais formais, impessoais e dirigidos por administradores profissio-
nais, que tendem a controlá-los cada vez mais completamente. 
Mais uma questão copiada de Bresser e Motta, que afirmam que: 
São três as características básicas que traduzem o seu caráter racional: são 
sistemas sociais (1) formais, (2) impessoais, (3) dirigidos por administrado-
res profissionais, que tendem a controlá-los cada vez mais completamente. 
Podemos ver que a questão é cópia desse trecho. Ele fala em três característi-
cas principais podemos responder várias questões. Também podemos observar 
nesta definição uma quarta característica: a tendência de aumento do controle 
por parte dos administradores. Isso é a mesma coisa que o Weber diz quando 
menciona a usurpação do poder político pelos burocratas. Quanto mais as or-
ganizações crescem e complexas ficam, maior vai ser o controle pelos adminis-
tradores profissionais. Veremos isso mais a frente. 
Gabarito: C. 
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26. (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) O século XIX marca o surgimento de uma 
administração pública burocrática em substituição às formas patrimonialistas 
de administrar o Estado. O chamado “patrimonialismo” significa a incapacidade 
ou relutância do governante em distinguir entre o patrimônio público e seus 
bens privados. Assinale a opção que indica corretamente as características da 
administração pública burocrática. 
a) Serviço público profissional, flexibilidade organizacional e nepotismo. 
b) Serviço público profissional e um sistema administrativo fruto de um arranjo 
político, formal e racional. 
c) Serviço público profissional e um sistema administrativo impessoal, formal e 
racional. 
d) Serviço público fruto de um arranjo entre as forças políticas e um sistema 
administrativo seletivo de acordo com os diversos grupos de sustentação da 
base de governo. 
e) Serviço público orientado para o consumidor, ênfase nos resultados em 
detrimento dos métodos e flexibilidade organizacional. 
Vimos na questão anterior que Bresser Pereira enumera três características do 
modelo racional-legal: 
São três as características básicas que traduzem o seu caráter racional: são 
sistemas sociais (1) formais, (2) impessoais, (3) dirigidos por administrado-
res profissionais, que tendem a controlá-los cada vez mais completamente. 
É o que temos na letra “C”, a resposta da questão. Na letra “A” os erros são a 
flexibilidade e o nepotismo. Nas letras “B” e “D”, o erro é o arranjo político, 
quando na realidade é racional. Além disso, o serviço público não é seletivo, 
mas baseado no universalismo de procedimentos. A letra “E” traz característi-
cas do modelo gerencial. 
Gabarito: C. 
27. (ESAF/EPPGG-MPOG/2009) Ao identificar três tipos puros de dominação 
legítima, Max Weber afirmou que o tipo mais puro de dominação legal é aquele 
que se exerce por meio de um quadro administrativo burocrático. A seguir, são 
relacionadas algumas características da administração burocrática weberiana. 
Identifique a opção falsa. 
a) A totalidade dos integrantes doquadro administrativo é composta por fun-
cionários escolhidos de forma impessoal. 
b) Existe uma hierarquia administrativa rigorosa. 
c) A remuneração é em dinheiro, com salários fixos e em geral com direito a 
pensão. 
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d) As condições de trabalho são definidas mediante convenção coletiva entre 
os funcionários e a administração. 
e) Os funcionários estão submetidos a disciplina rigorosa e a vigilância 
administrativa. 
Segundo Weber: 
O tipo mais puro de dominação legal é aquele que se exerce por meio de 
um quadro administrativo burocrático. Somente o dirigente da associação 
possui sua posição de senhor, em virtude ou de apropriação ou de eleição 
ou de designação da sucessão. Mas suas competências senhoriais são tam-
bém competências legais. O conjunto do quadro administrativo se compõe, 
no tipo mais puro, de funcionários individuais (monocracia, em oposição à 
“colegialidade”), os quais: 
1. são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas 
de seu cargo; 
2. são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos; 
3. têm competências funcionais fixas; 
4. em virtude de um contrato, portanto, (em princípio) sobre a base de 
livre seleção segundo 
5. a qualificação profissional – no caso mais racional: qualificação 
verificada mediante prova e certificada por diploma; 
6. são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos 
casos com direito a aposentadoria; em certas circunstâncias 
(especialmente em empresas privadas), podem ser demitidos pelo 
patrão, porém sempre podem demitir-se por sua vez; seu salário está 
escalonado, em primeiro lugar, segundo a posição na hierarquia e, 
além disso, segundo a responsabilidade do cargo e o princípio da 
correspondência à posição social; 
7. exercem seu cargo como profissão única ou principal; 
8. têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por tempo de 
serviço ou eficiência, ou ambas as coisas, dependendo dos critérios 
dos superiores; 
9. trabalham em separação absoluta dos meios administrativos e sem 
apropriação do cargo; 
10. estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e 
controle do serviço. 
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A letra “A” está na característica 04; a “B” na 02; a “C” na 06; a “E” na 10. 
A letra “D” é errada porque as condições são estabelecidas na lei, e não em 
convenção coletiva. 
Gabarito: D. 
28. (ESAF/APO-MPOG/2008) O modelo de gestão pública burocrático, com 
base nos postulados weberianos, é constituído de funcionários individuais, cu-
jas características não incluem: 
a) liberdade pessoal e obediência estrita às obrigações objetivas do seu cargo, 
estando submetidos a um sistema homogêneo de disciplina e controle do ser-
viço. 
b) exercício do cargo como profissão única ou principal, com perspectiva de 
carreira: progressão por tempo de serviço ou mérito, ou ambas. 
c) competências funcionais fixas em contrato e segundo qualificações profis-
sionais verificadas em provas e certificadas por diplomas. 
d) apropriação dos poderes de mando inerentes ao cargo (exercício da autori-
dade), mas não dos meios materiais de administração, nem do próprio cargo. 
e) nomeação, numa hierarquia rigorosa dos cargos, sendo remunerados com 
salários fixos em dinheiro. 
A letra “A” desta questão gerou muita polêmica nesse concurso do MPOG. Isso 
porque ela fala em liberdade pessoal. Muitos pensaram que no modelo buro-
crático o funcionário não tem liberdade pessoal, já que deve seguir procedi-
mentos rígidos. Contudo, esta liberdade pessoal não é liberdade de 
procedimentos, mas uma liberdade em relação aos superiores, uma liberdade 
de não interferência em sua vida privada. Estas características dos funcionários 
individuais foram tiradas de Weber, do texto que esta na questão anterior: 
1. são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de 
seu cargo; 
A letra “A” é correta, pois traz as características 1 e 10. A letra “B” é correta, 
pois traz a característica 7. A letra “C” é correta, pois traz as características 3, 
4 e 5. A letra “D” é incorreta, já que contraria a característica 9. A letra “E” é 
correta, traz as características 2 e 6. 
A resposta da questão é a letra “D”. Muitos alunos não marcam essa alternati-
va. Tomem cuidado, pois ela tenta justamente confundir o candidato. No mo-
delo burocrático não há apropriação de nada, nem dos poderes de mando, nem 
do cargo e nem dos meios materiais de administração. Apropriação significa 
“ação ou resultado de apropriar-se de algo, de tomar como próprio”. 
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Portanto, apropriar-se significa utilizar em benefício próprio, como se fosse de 
sua propriedade, o que é característica do patrimonialismo. 
Gabarito: D. 
29. (ESAF/AFC/2001) Entre as características listadas abaixo, marque a úni-
ca que não se aplica à burocracia weberiana: 
a) existência de regras abstratas às quais estão vinculadas o detentor do po-
der, o aparelho administrativo e os dominados. 
b) relações de autoridade entre posições ordenadas de modo hierárquico. 
c) obediência impessoal às obrigações objetivas do cargo exercido como obri-
gação única ou principal. 
d) divisão de trabalho flexível (multifuncionalidade), orientada para a busca de 
resultados. 
e) recompensa por meio de salário fixo em dinheiro e perspectiva de 
progressão por tempo de serviço, por mérito ou por ambos. 
A letra “A” é certa, a burocracia tem como maior premissa justamente o 
caráter racional-legal, a submissão à lei de todos, dominadores e dominados. 
A letra “B” é certa, a hierarquia é outro princípio importante da burocracia, a 
unidade de comando, ou autoridade monocrática. 
As letras “C” e “E” são certas, é sim uma característica da burocracia. Vi-
mos nas características descritas por Weber: 
1. são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas do cargo; 
6. são remunerados com salários fixos em dinheiro, na maioria dos casos com 
direito a aposentadoria; em certas circunstâncias (especialmente em empresas 
privadas), podem ser demitidos pelo patrão, porém sempre podem demitir-se 
por sua vez; seu salário está escalonado, em primeiro lugar, segundo a posição 
na hierarquia e, além disso, segundo a responsabilidade do cargo e o princípio 
da correspondência à posição social; 
7. exercem seu cargo como profissão única ou principal; 
8. têm a perspectiva de uma carreira: “progressão” por tempo de serviço ou 
eficiência, ou ambas as coisas, dependendo dos critérios dos superiores; 
A letra “D” é a resposta errada, não há flexibilidade na burocracia, nem 
orientação para resultados. 
Gabarito: D. 
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30. (CESPE/MDS/2008) A organização burocrática é embasada no modelo 
racional-legal de administração, exclusiva da área pública, sendo caracterizada 
pela racionalidade decorrente da objetividade das normas de julgamento; pela 
impessoalidade, que se revela nos métodos objetivos de selecionar e promover 
funcionários; e pelo grau de previsibilidade que proporciona aos dirigentes 
públicos. 
A organização burocrática é embasa no modelo racional-legal, mas ela não é 
exclusiva da área pública. Ela foi muito marcante nas empresas e em outras 
organizações ao longo da história, como a Igreja. Por isso a questão é erra-
da. Já os princípios colocados depois estão certos. Ela é caracterizadapela 
racionalidade, pela impessoalidade e pela previsibilidade. Segundo Weber: 
A administração puramente burocrática é, segundo toda a experiência, a 
forma mais racional de exercício de dominação, porque nela se alcança tec-
nicamente o máximo de rendimento em virtude de precisão, continuidade, 
disciplina, rigor e confiabilidade – isto é, calculabilidade tanto para o senhor 
quanto para os demais interessados –, intensidade e extensibilidade dos 
serviços e aplicabilidade formalmente universal a todas as espécies de tare-
fas. 
Gabarito: E. 
31. (CESPE/CNPq/2004) As organizações burocráticas são personalistas, 
valorizando o indivíduo e suas características particulares. 
O caráter impessoal da burocracia é claramente definido por Weber quando ele 
diz que obedece ao princípio da administração sine ira ac studio, “sem ódio 
ou paixão”. Segundo Weber: 
A burocracia é mais plenamente desenvolvida quando mais se desumaniza, 
quanto mais completamente alcança as características específicas que são 
consideradas como virtudes: a eliminação do amor, do ódio e de todos os 
elementos pessoais, emocionais e irracionais, que escapam ao cálculo. 
Portanto, a questão é errada, pois as organizações burocráticas são o contrá-
rio de personalistas. 
Gabarito: E. 
32. (ESAF/CGU/2008) Considerando a diferenciação conceitual para fins di-
dáticos dos modelos patrimonialista, burocrático e gerencial da administração 
pública no Brasil, selecione a opção que conceitua corretamente o modelo bu-
rocrático de gestão. 
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a) Estado centralizador, onipotente, intervencionista e espoliado por uma elite 
que enriquece e garante privilégios por meio de exclusão da maior parte da 
sociedade. 
b) Estado centralizador, profissional e impessoal que busca a incorporação de 
atores sociais emergentes e estabelece normas e regras de funcionamento. 
c) Estado desconcentrado que privilegia a delegação de competências para os 
municípios e foca o controle social de suas ações. 
d) Estado coordenador de políticas públicas nas três esferas da federação, vi-
sando à desburocratização dos processos governamentais. 
e) Estado descentralizado que tem como foco de suas ações o contribuinte, 
que é visto como cliente dos serviços públicos. 
Na primeira alternativa temos o Estado Absolutista patrimonialista, e não o 
modelo burocrático, já que ela fala em uma elite que enriquece retirando sua 
renda do Estado. Assim, a letra “A” é errada. 
No entanto, isto não quer dizer que, no modelo burocrático, o Estado não seja 
centralizador. A administração pública burocrática é autorreferida porque ela 
se interessa, primariamente, em afirmar o poder do Estado — o “poder extro-
verso” — sobre os cidadãos. Portanto, a letra “B” é certa, é a resposta da 
questão, já que no modelo burocrático o Estado é centralizador, profissional e 
impessoal. As decisões são tomadas apenas nos níveis mais altos das organi-
zações, restringindo a autonomia dos níveis mais baixos. Como o estado é 
centralizado, ele não será desconcentrado, o que torna a letra “C” errada. 
Se o modelo é burocrático, ele não vai buscar a desburocratização, mas sim a 
burocratização, ou seja, o estabelecimento de regras e controles. Por isso que 
a letra “D” é errada. 
Por fim, a letra “E” é errada porque descentralização e foco no contribuinte 
são características da administração gerencial e não da burocrática. 
Gabarito: B. 
(CESPE/MEC/2003) Uma organização ou burocracia é um sistema social racio-
nal, ou um sistema social em que a divisão do trabalho é racionalmente reali-
zada tendo em vista os fins a que se visa. O gênero próximo é o da 
organização como um tipo de sistema social, de conjunto de indivíduos que 
mantêm entre si relações sociais. Julgue os itens que se seguem, relativos às 
características das organizações burocráticas. 
33. A autoridade, em uma burocracia, deriva de normas tradicionais. 
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34. As normas são escritas, porém pouco detalhadas, para dar margem de 
decisão aos gerentes. 
35. Cada superior tem sob suas ordens determinado número de subordina-
dos, os quais, por sua vez, têm sob si outros subordinados, e assim por diante. 
36. A burocracia apresenta uma divisão horizontal do trabalho, em que as 
diferentes atividades são distribuídas de acordo com os objetivos a serem atin-
gidos. 
37. As organizações devem ser dirigidas por administradores politicamente 
indicados. 
38. O administrador burocrático normalmente possui os meios de adminis-
tração e produção. 
39. O mandato do administrador não tem tempo definido de duração. 
40. O administrador burocrático segue uma carreira, tendo direito, no final, à 
aposentadoria. 
A questão 33 é errada porque são normas racionais-legais. 
A questão 34 é errada porque as normas são escritas e exaustivas. A neces-
sidade de escrever as normas burocráticas, de formalizá-las, acentua-se ainda 
mais devido ao caráter exaustivo que elas tendem a ter. Elas procuram cobrir 
todas as áreas da organização, prever todas as ocorrências e enquadrá-las 
dentro de um comportamento definido. Desta forma, tanto a alta administra-
ção mantém mais firmemente o controle, reduzindo o âmbito de decisão dos 
administradores subordinados, como também facilita o trabalho destes, que 
não precisam estar a cada momento medindo as consequências vantajosas e 
desvantajosas de um ato antes de agir. 
A questão 35 é certa. Um dos princípios da administração burocrática é a 
hierarquia. A organização passa a ser formada por diversos níveis hierárquicos, 
cada um exercendo o controle sobre os inferiores. O que resulta disso é uma 
estrutura organizacional extremamente verticalizada em que as decisões são 
centralizadas nos níveis mais altos, o que faz com que haja lentidão dentro da 
organização, inclusive nas comunicações, que precisam passar por diversas 
pessoas até chegar ao seu destino. 
A questão 36 é certa. Vimos na questão anterior que a administração buro-
crática apresenta uma estrutura organizacional verticalizada, ou seja, com 
muitos níveis hierárquicos. Já esta outra questão diz que apresenta também 
uma divisão horizontal do trabalho. Ela na realidade não está dizendo o contrá-
rio da anterior. As duas questões falam de coisas diferentes. 
A divisão do trabalho é um dos princípios da administração burocrática. Ela 
ocorre mediante a especialização das unidades em determinadas tarefas. Esta 
divisão ocorre no mesmo nível da organização, por isso é horizontal. Trata-se 
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da departamentalização, que, simplificando, podemos definir como a criação de 
departamentos. Enquanto a hierarquização, que vimos na questão anterior, é a 
especialização vertical, a departamentalização é a divisão horizontal. A admi-
nistração burocrática também realiza uma divisão horizontal do trabalho, mas 
isso não significa que sua estrutura será horizontal. Ela continuará extrema-
mente verticalizada. A questão fala apenas que ela apresenta uma divisão ho-
rizontal, não que é horizontalizada. 
A questão 37 é errada, os administradores são profissionais e seguem uma 
carreira. Porém, tomem cuidado, pois eles também não são eleitos, são nome-
ados. Weber afirmava que a eleição envolve critérios subjetivos e emocionais, 
e não racionais. 
A questão 38 é errada. Uma das diferenças da burocracia para o patrimonia-
lismo é que, neste, o quadro administrativo detinha a posse dos meios de ad-
ministração. Os grupos que representavam os estamentos,principalmente no 
feudalismo, detinham grande autonomia do monarca e eram responsáveis 
pelos meios administrativos. Com o absolutismo, o monarca irá centralizar o 
poder, separando o quadro administrativo dos meios de administração. Portan-
to, temos aqui o início de uma burocracia no sentido de corpo de funcionários 
públicos. 
A questão 39 foi dada como errada, mas é outro equívoco do CESPE, pois é 
claramente certa. Segundo Bresser e Motta, outra característica dos adminis-
tradores públicos na burocracia é que: 
O mandato do administrador é dado por tempo indefinido. Isso não significa 
que o cargo seja vitalício. O funcionário poderá ser promovido, despedido, 
transferido. Significa que não há, em regra, prazo para o seu cargo. Ao con-
trário dos administradores eleitos, que geralmente possuem um mandato fi-
xo, o mandato do administrador burocrático é indefinido no tempo. 
A questão 40 é certa. Já vimos as características apontadas Weber: 
O conjunto do quadro administrativo se compõe, no tipo mais puro, de fun-
cionários individuais (monocracia, em oposição à “colegialidade”), os quais 
são pessoalmente livres; obedecem somente às obrigações objetivas de seu 
cargo; são nomeados (e não eleitos) numa hierarquia rigorosa dos cargos; 
têm competências funcionais fixas; em virtude de um contrato, portanto, 
(em princípio) sobre a base de livre seleção segundo a qualificação profis-
sional – no caso mais racional: qualificação verificada mediante prova e cer-
tificada por diploma; são remunerados com salários fixos em dinheiro, na 
maioria dos casos com direito a aposentadoria; em certas circunstâncias 
(especialmente em empresas privadas), podem ser demitidos pelo patrão, 
porém sempre podem demitir-se por sua vez; seu salário está escalonado, 
em primeiro lugar, segundo a posição na hierarquia e, além disso, segundo 
a responsabilidade do cargo e o princípio da correspondência à posição so-
cial; exercem seu cargo como profissão única ou principal; têm a perspec-
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tiva de uma carreira: “progressão” por tempo de serviço ou eficiência, ou 
ambas as coisas, dependendo dos critérios dos superiores; trabalham em 
separação absoluta dos meios administrativos e sem apropriação do cargo; 
estão submetidos a um sistema rigoroso e homogêneo de disciplina e con-
trole do serviço. 
Gabarito: E, E, C, C, E, E, E, C. 
41. (ESAF/EPPGG-MPOG/2003) A administração burocrática clássica, basea-
da nos princípios da administração do Exército prussiano, foi implantada nos 
principais países europeus no final do século XIX. Ela foi adotada porque era 
uma alternativa muito superior à administração patrimonialista do Estado. 
Quais das seguintes características básicas pertencem ao conceito de burocra-
cia de Weber? 
I. Ligação entre os patrimônios público e privado. 
II. Autoridade funcional baseada no estatuto. 
III. Gestão voltada para resultados. 
IV. Caráter hierárquico das relações de trabalho. 
V. Caráter impessoal das relações profissionais, sem ódios ou paixões. 
VI. Critérios de mérito para atribuição de responsabilidades e evolução na car-
reira. 
VII. Autoridade derivada de normas racionais-legais. 
Estão corretos apenas os itens: 
a) III, VII 
b) II, VI, VII 
c) II, IV,V,VI, VII 
d) II, III, VII 
e) II , VI 
A ligação entre os patrimônios público e privado é uma característica do patri-
monialismo, e não da burocracia, que defende justamente o contrário, a sepa-
ração da res publica dos interesses privados. A afirmação I é incorreta. 
A autoridade segue o princípio das competências oficiais fixas, ordenadas me-
diante regras. O formalismo da burocracia se expressa no fato de que a autori-
dade deriva de um sistema de normas racionais, escritas e exaustivas, que 
definem com precisão as relações de mando e subordinação, distribuindo as 
atividades a serem executadas. Portanto, a afirmação II é correta. 
A afirmação III fala que a burocracia apresenta uma gestão voltada para resul-
tado. Vimos que Bresser define burocracia como um sistema social em que a 
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divisão do trabalho é racionalmente realizada tendo em vista os fins visados. O 
critério que diferencia o ato racional do irracional é sua coerência em relação 
aos fins visados. Portanto, na minha opinião, a afirmação III estaria correta. 
Contudo, a afirmação III foi dada como incorreta. O que ocorreu foi que a 
ESAF pensou nas disfunções da burocracia, e uma delas é que o modelo buro-
crático enfatiza demais o processo, esquecendo-se do resultado. A administra-
ção gerencial é que vem focar no resultado. Contudo, como a questão cobra o 
conceito de Weber, não poderíamos pensar em suas disfunções. Para Weber: 
A administração puramente burocrática, portanto, a administração burocrá-
tica-monocrática mediante documentação, considerada do ponto de vista 
formal, é, segundo toda a experiência, a forma mais racional de exercício de 
dominação, porque nela se alcança tecnicamente o máximo de rendimento 
em virtude de precisão, continuidade, disciplina, rigor e confiabilidade, in-
tensidade e esxtensibilidade dos serviços e aplicabilidade formalmente uni-
versal a todas as espécies de tarefas. 
Vimos que outro princípio que rege o modelo burocrático é o da hierarquia de 
cargos e da sequencia de instâncias. Este configura um sistema fixamente 
regulamentado de mando e subordinação das autoridades, com fiscalização 
das inferiores pelas superiores. Quando o tipo está plenamente desenvolvido, 
essa hierarquia de cargos está monocraticamente organizada, em uma se-
quencia de instâncias hierárquicas. A afirmação IV é correta. 
Para Weber o caráter impessoal da burocracia obedece ao princípio da adminis-
tração sine ira ac studio, sem ódio ou paixão. A afirmação V é correta. 
O funcionário, no modelo burocrático, de acordo com a ordem hierárquica das 
autoridades, percorre uma carreira, dos cargos inferiores, menos importantes 
e menos bem pagos, até os superiores. Os critérios de mérito são decorrência 
do caráter impessoal. A afirmação VI é correta. 
Por fim, a afirmação VII é correta, pois traz novamente a autoridade basea-
da no estatuto, no caráter racional-legal. 
Gabarito: C. 
42. (ESAF/TCE-ES/2001) O tipo de aparato administrativo característico das 
dominações racionais-legais, descrito por Max Weber no início do século XX, 
denominado burocracia, surgiu como um modelo capaz de combater as maze-
las da administração patrimonial. A partir da descrição de Weber sobre a buro-
cracia, assinale entre as opções abaixo aquela que reúne características 
descritas pelo autor para este tipo de aparato administrativo. 
a) disciplina; formalismo; hierarquia; mérito. 
b) lealdade; disciplina; formalismo; hierarquia. 
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c) disciplina; mérito; impessoalidade; descentralização. 
d) integração; hierarquia; mérito; formalismo. 
e) impessoalidade; descentralização; disciplina; integração. 
A letra “A” é certa, traz características da burocracia. 
A letra “B” é errada. A lealdade não é uma característica da burocracia por-
que ela insere um aspecto pessoal, a lealdade a uma pessoa. Na burocracia, as 
pessoas não são leais umas as outras, há a impessoalidade, obedece-se às leis 
e não às pessoas. 
A letra “C” é errada porque a burocracia é centralizadora, há quase nada de 
autonomia das unidades organizacionais. 
A letra “D” é errada porque na burocracia as unidades são separadas de 
acordo com as funções exercidas, e esse tipo

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