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DESENV MOTOR E ATENÇÃO 2011

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http://www.efdeportes.com/ Revista Digital - Buenos Aires - Año 10 - N° 78 - Noviembre de 2004 
 
Dr. Alexandro Andrade - Prof. LAPE/CEFID/UDESC 
Prof ª Caroline di Bernardi Luft - Aluna especial do Mestrado em Ciências do Movimento Humano/UDESC e 
bolsista rede CENESP/UDESC 
Prof ª Martina Kieling Sebold Barros Rolim - Aluna especial do Mestrado em Ciências do Movimento 
Humano/UDESC 
Resumo 
Este estudo teve como objetivo fazer uma análise da literatura visando relacionar o 
desenvolvimento motor, os aspectos maturacionais das áreas corticais cerebrais, a atenção e a 
aprendizagem motora. O desenvolvimento motor é viabilizado tanto pelo processo evolutivo 
biológico como social. A região pré-frontal é a área que mais demora em ser mielinizada e tem 
um papel importante no aprendizado. A análise da bibliografia revelou a importância da atenção 
na aprendizagem motora, sugerindo que o professor de Educação Física prepare as suas aulas de 
acordo com o grau maturacional e a motivação das crianças para a aprendizagem. 
Unitermos: Desenvolvimento motor. Bainha de mielina. Atenção. Aprendizagem motora. 
 
Resumen 
El propósito de este estudio es repasar la literatura para relacionar el desarrollo motor, los aspectos de 
maduración de las áreas corticales del cerebro, la atención y el aprendizaje motor. El desarrollo motor es 
producto tanto de un proceso evolutivo biológico como procesos sociales. La región pre-frontal es la 
última área del cerebro en la maduración y desempeña un papel importante en el proceso de aprendizaje. 
El análisis bibliográfico demostró la importancia de la atención en el aprendizaje motor, sugiriendo que el 
profesorado de Educación Física prepare sus clases según la etapa maduracional y por la motivación de 
los niños para aprender. Palabras claves: Desarrollo motor. Mielinización. Atención. Aprendizaje 
motora. 
 
Abstract 
The purpose of this study is to review the literature in order to relate the motor development, the 
maturational aspects of the brain cortical areas, the attention and the motor learning. The motor 
development is feasible as by the biological evolutive as the social processes. The pre-frontal region is the 
last brain area to be mielinized and play an important role on the learning process. The literature analysis 
showed the importance of attention on the motor learning, suggesting that the Physical Educator should 
prepare his lessons according to the maturational stage and the children motivation to learning. 
Keywords: Motor development. Myelin sheath. Attention. Motor learning. 
 
1. Introdução 
O desenvolvimento motor é uma contínua alteração no comportamento ao longo da vida que 
acontece por meio das necessidades de tarefa, da biologia do indivíduo e o ambiente em que 
vive. Ele é viabilizado tanto pelo processo evolutivo biológico quanto pelo social. Desta forma, 
considera-se que uma evolução neural proporciona uma evolução ou integração sensório-motora 
que acontece por meio do sistema nervoso central (SNC) em operações cada vez mais 
complexas (Fonseca, 1988). 
Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de 
determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da 
criança. Cada aquisição influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através 
da experiência e troca com o meio (Fonseca, 1988). 
Todo o comportamento envolve processos neurais específicos, que ocorrem desde a percepção 
do estímulo até a efetivação da resposta selecionada. Esses processos neurais possibilitam o 
O desenvolvimento motor, a maturação das áreas corticais e a atenção na 
aprendizagem motora 
comportamento e o aprendizado, que acontecem de maneiras diferentes no cérebro. Desde que 
nascemos, a maturação do sistema nervoso possibilita o aprendizado progressivo de habilidades. 
À medida que uma determinada área cerebral amadurece, a pessoa exibe comportamentos 
correspondentes àquela área madura, desde que tal função seja estimulada. 
Desta forma, o desenvolvimento comportamental é restringido pela maturação das células 
cerebrais, como exemplo, considera-se que embora os bebês e as crianças sejam capazes de 
fazer movimentos complexos, os níveis de coordenação e controle motor fino só serão 
alcançados após o término da formação da mielina, na adolescência (Kolb e Whishaw, 2002). 
A aprendizagem é a mudança de comportamento viabilizada pela plasticidade dos processos 
neurais cognitivos. Considerando que a aprendizagem motora é complexa e envolve 
praticamente todas as áreas corticais de associação, é necessário compreender o funcionamento 
neurofisiológico na maturação a fim de fornecer bases teóricas para a estruturação de um plano 
de ensino que considere as fases de desenvolvimento neural da criança, maximizando assim o 
aprendizado. 
Segundo Romanelli (2003), a noção de maturação nervosa é uma das mais fundamentais para se 
explicar o processo de aprendizagem. Os psicólogos acreditam que os comportamentos não 
podem ser externados até que seu mecanismo neural tenha se desenvolvido (Kolb e Whishaw, 
2002). 
O conhecimento da célula nervosa é essencial para entender o funcionamento do sistema 
nervoso e seus processos maturacionais, pois os neurônios são dotados de extensa plasticidade e 
adaptabilidade, o que lhes permite serem os grandes responsáveis pelos sistemas de informação 
e comunicação dos seres vivos. Os neurônios são compostos por 3 partes: dendritos, axônio e 
corpo celular. Quando o corpo celular envia uma mensagem, cabe ao axônio conduzi-la até o 
dendrito do próximo neurônio para fazer a sinapse. Para que o axônio consiga transmitir a 
mensagem ele precisa estar maduro. Torna-se maduro quando é envolvida por uma camada de 
gordura e proteína denominada mielina. O processo de mielinização acontece no tempo, de 
modo que diferentes neurônios se mielinizam em épocas distintas do desenvolvimento do 
organismo. Esse fato fornece embasamento para a compreensão das teorias que descrevem as 
fases evolutivas da criança, como os estágios de Jean Piaget. 
Para melhor compreender a aprendizagem sob a ótica da maturação nervosa, é necessário saber 
como o comportamento acontece a fim de investigar os processos neurais de mudança dele. De 
maneira geral, existem duas abordagens básicas pra explicar o comportamento. A primeira é a 
abordagem comportamental, ou de estímulo resposta, desenvolvida por Skinner, que acredita ser 
possível a redução de todo comportamento a um modelo matemático de conexões de estímulo-
resposta, de forma que conhecimento do estímulo permite predizer a resposta. Este modelo 
funciona com animais, mas com humanos parece muito simplista. 
Para suprir esta lacuna entre estimulo e resposta, Magill (2001) desenvolveu o "Modelo de 
processamento de informação" que envolve o estímulo, a percepção, o processamento central, a 
decisão da resposta e a sua efetivação (que é o comportamento) (Cox, 1994). 
Dentro do modelo de Magill pode-se encaixar outras variáveis como atenção, memória e 
ansiedade. Cada fase do processamento de informação depende de muitas variáveis (Schimidt e 
Wrisberg, 2001), como da atenção e percepção do estímulo e do resgate da memória no 
processamento central, que é a busca das informações necessárias para a decisão da resposta. 
Muitos fatores podem influenciar no processamento de informações, entre eles a ansiedade. Esta 
é uma variável que atua prejudicando no resgate de informação, promovendo um aumento 
excessivo na ativação do sistema límbico, que é fundamental para um bom funcionamento da 
memória. 
Desta forma, outros problemas como déficit de atenção e distúrbios da ansiedade podem estar 
prejudicando o processamento de informação e conseqüentemente a aprendizagem motora de 
crianças em fase de desenvolvimento. Em um estudo com crianças com problemas de atenção,realizado por Piek et al. (1999), apenas 2 das 16 crianças diagnosticadas com déficit de atenção 
por hiperatividade já sabiam que apresentavam o distúrbio. Esse resultado alerta para a falta de 
cuidado dos pais e professores com relação ao comportamento da criança. 
Ao desconhecer os problemas e as conseqüências do excesso de ansiedade e da falta de atenção 
apresentada por crianças hiperativas, corre-se o risco de ocorrerem falhas no aprendizado que 
poderiam ser resolvidas com o tratamento médico e com a adaptação das aulas e maior atenção 
para estas crianças pelos profissionais do ensino. 
Embora existam muitas crianças com falhas no aprendizado em função de transtornos de 
atenção, não se sabe ao certo quando elas realmente apresentam o problema. Ao compreender 
como a atenção se desenvolve dentro dos processos de maturação neural, pode-se verificar se o 
nível de atenção é normal ou não de acordo com a maturação da criança naquela faixa etária e 
também se a aula está adequada a capacidade e desenvolvimento cerebral da criança. 
Este estudo tem o objetivo de discutir a aprendizagem motora, sob a ótica dos processos neurais 
no processamento de informação viabilizado pela atenção nas diferentes etapas de 
desenvolvimento motor e maturação cerebral. 
 
2. Áreas cerebrais e maturação na aprendizagem 
A aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio ambiente e os 
diferentes centros nervosos (Romanelli, 2003). Desta forma, a aprendizagem inicia com um 
estímulo de natureza físico-química advindo do ambiente que é transformado em impulso 
nervoso pelos órgãos dos sentidos. 
O impulso, transportado pela inervação sensitiva, passa pelo tronco cerebral, via tálamo, e chega 
até um centro nervoso do córtex cerebral correspondente a natureza do estímulo. Desta forma, o 
estímulo visual termina no lobo occipital, o auditivo no temporal, o táctil ou somestésico no 
lobo parietal (Bear et al, 2001). 
Estas áreas aonde chegam os estímulos são chamadas de "zonas de projeção" ou "primárias". O 
estímulo projetado nestas áreas primárias é chamado de "sensação", que se trata da informação 
na sua forma elementar e incompleta sem conhecimento nem elaboração de significado, 
constituindo-se de uma passagem obrigatória para a percepção. Ao estimular eletricamente as 
áreas primárias o sujeito vivencia sensações vagas como escutar um "zunido" ou ver estrelinhas, 
sentir um formigamento, sem identificação de significado. (Romanelli, 2003). 
Por meio dos neurônios associativos, a informação que chegou a área primária é transmitida 
para a área secundária. A decodificação da informação na área secundária proporciona a 
"percepção" que consiste na formação de imagens sensoriais correspondentes ao estímulo. Na 
percepção, as imagens (auditivas, visuais e tácteis) recebem significados, de forma que 
permitem que a pessoa veja e reconheça, por exemplo, esse é o rosto de minha mãe, essa voz é 
do meu amigo, etc (Bittencourt, 1985). 
A sensação é comum no recém nato, pois suas áreas secundárias ainda não amadureceram, no 
entanto, os adultos dificilmente vivenciam sensação devido a informação passar para as áreas 
mais complexas assim que chega, de forma que estamos sempre questionando: o que é isso? De 
quem é essa voz? O que está encostando-se a mim? 
A percepção requer um ótimo estado de atenção. Pense em uma pessoa acordando com o 
despertador. Primeiro ela escuta ruídos vagos e depois de um pequeno tempo identifica que é o 
despertador, que precisa desliga-lo e acordar (Romanelli, 2003). 
Das áreas secundárias ou de associação passa-se às terciárias ou de integração onde ocorre a 
adição e combinação de todos os aspectos do estímulo. Nas áreas terciárias o sujeito faz 
associações entre os sentidos, por exemplo, este é o meu amigo, cuja voz me é agradável, a pele 
é macia e tem um cheiro agradável. 
Todos esses processos acontecem no cérebro em milésimos de segundo e envolvem outras 
estruturas sub corticais que não foram mencionadas aqui. É importante lembrar que a divisão 
funcional de áreas primárias, secundárias e terciárias acontece no lobo occipital, parietal e 
temporal, não funcionando da mesma maneira para o lobo frontal (Bittencourt, 1985). 
A linguagem e a memória tornam possível uma série de outros aprendizados, sendo que 
começam juntas, se desenvolvem juntas e uma sempre apoiará a outra. A linguagem é que fixa a 
aprendizagem (não a motora) e a memória trará a tona seus conteúdos através da fala. A 
primeira zona responsável pelo desenvolvimento da linguagem é a área de compreensão da fala, 
ou área de Weirnicke, localizada no lobo temporal (área da audição). Ligada a esta área está a 
área motora da fala (localizada no lobo frontal esquerdo) ou área de Broca. Esta área está 
relacionada a capacidade de emitir sons cada vez mais próximos daqueles percebidos 
(Romanelli, 2003; Goldberg, 2002). 
Assim como a linguagem, a aprendizagem motora depende de processos complexos. Como foi 
visto anteriormente, a maturação acontece progressivamente das áreas primárias até as 
terciárias. Na região frontal, que está diretamente associada ao planejamento, controle e 
execução dos movimentos voluntários, a maturação ocorre de forma um pouco diferente. 
Na região anterior do cérebro (lobos frontais) é que acontece o planejamento, organização e 
execução do movimento. Outras áreas também participam da ação motora, enviando mensagens, 
dosando a força, a agilidade, fornecendo feedback visual, táctil e auditivo, permitindo desta 
forma o ajuste constante do movimento (Kolb e Whishaw, 2001). Na região frontal, o 
movimento se acontece da seguinte forma: primeiramente há uma intenção de movimento, um 
planejamento elaborado no córtex pré-frontal; em seguida essa informação passa para a área 
pré-motora (que fica entre o lobo pré-frontal e a área motora) que é responsável por organizar a 
seqüência motora; posteriormente esta é projetada na área motora primária (que fica no giro pré-
central) que enviará os impulsos (via medula) para a musculatura a fim de executar o 
movimento planejado. Esse processo é dosado por muitas outras estruturas que dosam a força, a 
velocidade, e dão feedback constante ao movimento (Kolb e Whishaw, 2002). 
A primeira área mielinizada no lobo frontal é a área motora primária, que permite a execução de 
movimentos voluntários, sem muita elaboração. Após, há a maturação da área pré-motora que 
permite uma melhor organização do movimento. A última área a ser mielinizada na região 
frontal é o córtex pré-frontal que é necessário no planejamento do movimento (Kolb e 
Whishaw, 2002). 
A região pré-frontal é conhecida como um centro executivo, responsável pelas nossas vontades 
e desejos e pelo comportamento social. É a região que permite a consciência do eu, a 
subjetividade, os valores, as motivações, ou seja, é a área mais humana do cérebro (Goldberg, 
2002). Talvez por esses atributos, está seja a região que tem a sua maturação mais lenta, sendo 
que a mielinização completa desta área só aconteça por volta dos 18 anos de idade. 
 
2.1. O Desenvolvimento Motor e a Maturação 
Em cada idade o movimento toma características significativas e a aquisição ou aparição de 
determinados comportamentos motores tem repercussões importantes no desenvolvimento da 
criança. Cada aquisição influencia na anterior, tanto no domínio mental como no motor, através 
da experiência e troca com o meio (Fonseca, 1988). 
De acordo com Gallahue e Ozmun (2003) o movimento observável pode ser dividido em 3 
categorias: movimentos estabilizadores (equilíbrio e sustentação), movimentos locomotores 
(mudança de localização) e movimentos manipulativos (apreensão e recepção de objetos). De 
acordo com cada faixa etária, estes movimentos estarão em estágios e fases diferentes. 
As crianças da primeira infância, ou seja, de 2 a 6 anos, apresentamas habilidades percepto-
motoras em pleno desenvolvimento, mas ainda confundem direção, esquema corporal, temporal 
e espacial. A variabilidade das habilidades fundamentais está se desenvolvendo, de forma que 
movimentos bilaterais, como pular, não apresentam tanta consistência as atividades unilaterais. 
O controle motor refinado ainda não está totalmente estabelecido, embora esteja desenvolvendo-
se rapidamente. Os olhos ainda não estão aptos a períodos extensos de trabalhos minuciosos. 
Para Piaget, nesta idade as crianças deveriam estar no período pré-operacional, ou seja, 
percepção aguçada, comportamento auto-satisfatório e social rudimentar (Gallahue e Ozmun, 
2003). 
Nesta fase, a maturação das áreas terciárias (de associação) ainda não está completa. Nas áreas 
executivas do cérebro (lobos frontais), a principal região envolvida com o planejamento e com a 
execução das tarefas ainda não está totalmente mielinizada, o que além de prejudicar na 
organização e no planejamento das tarefas também prejudica a capacidade de concentração 
(pois a área pré-frontal é importante para a atenção). A área pré-frontal imatura dificulta a 
manutenção da atenção de forma que não consegue realizar uma de suas funções principais que 
é a inibição de estímulos irrelevantes. Ao não conseguir inibir estímulos irrelevantes a criança 
acaba se tornando distraída (Booth et al., 2003). 
Na segunda infância, que é a faixa etária que vai dos 6 aos 10 anos, as crianças apresentam a 
preferência manual e os mecanismos perceptivos visuais firmemente estabelecidos. No início 
desta etapa do crescimento, o tempo de reação ainda é lento, o que causa dificuldades com a 
coordenação visuo-manual/pedal não estando aptas para extensos períodos de trabalho 
minucioso. Para Piaget, nesta idade as crianças estão na fase de operações concretas, onde as 
associações, a identidade, a razão dedutiva, os relacionamentos e as classificações já estão bem 
desenvolvidas (Gallahue e Ozmun, 2003). 
Nesta idade, a maioria das habilidades motoras fundamentais tem potencial para estarem bem 
definidas, mas as atividades que envolvem os olhos e os membros desenvolvem-se lentamente. 
Este período marca a transição do refinamento das habilidades motoras fundamentais para as 
refinadas que propiciam o estabelecimento de jogos de liderança e o desenvolvimento de 
habilidades atléticas (Gallahue e Ozmun, 2003). 
O desenvolvimento de habilidades motoras mais complexas é proporcionado nesta fase pelo 
aprendizado motor proporcionado pela maturação da área pré-frontal associado às experiências 
da criança (Kolb e Whishaw, 2002). Nesta idade, há uma maturação progressiva da região pré-
frontal, o que permite melhor planejamento do movimento, permitindo associar de forma 
consciente dois ou mais movimentos. Essa associação de movimentos, planejada no córtex pré-
frontal se torna cada vez mais refinadas, e a estimulação de movimentos associados é essencial 
para o desenvolvimento normal das áreas corticais que possibilita uma aprendizagem motora 
mais eficiente. Embora a mielinização da área pré-frontal ocorra nesta fase, ela não é completa e 
continua a acontecer durante as próximas fases, até aproximadamente aos 18 anos. 
Na adolescência, idade compreendida entre os 10 até os 20 anos ou mais, o comportamento 
motor esperado é caracterizado pela fase de habilidades motoras especializadas. Depois que 
crianças alcançam o estágio maduro de um padrão motor fundamental, poucas alterações 
ocorrem. As mudanças ocorrem na precisão, na exatidão e no controle motor, porém não no 
padrão motor. O início da adolescência é marcado pela transição e a combinação dos padrões 
motores maduros. Nesta fase as crianças começam a enfatizar a precisão e a habilidade de 
desempenho em jogos e movimentos relacionados aos esportes. A habilidade e a competência 
são limitadas. A segunda fase da adolescência é marcada pela autoconsciência dos recursos 
físicos e pessoais e suas limitações, e por isso concentra-se em determinados esportes. A ênfase 
está na melhora da competência. 
A maturação progressiva da área pré-frontal continua a ocorrer. A região pré-frontal também 
está associada aos valores e significados que continuam a ser construídos durante todo o 
desenvolvimento humano. 
Considerando que a região que planeja o movimento, também é aquela que controla os 
comportamentos sociais e os valores pessoais, a intenção do movimento e o seu significado 
farão diferença na construção do gesto. A motivação e a intencionalidade farão com que o 
planejamento motor ocorra de maneira diferente e também que a reação a determinado estímulo 
seja diferente dependendo do significado pessoal atribuído a ele. 
Na terceira fase, ou seja, o estágio de utilização permanente das habilidades adquiridas, os 
indivíduos reduzem a área de suas buscas atléticas e há uma maior especialização no 
refinamento de habilidades. 
Neste período, onde provavelmente as áreas corticais estão mielinizadas, maduras, as mudanças 
no comportamento motor são decorrentes da modulação da atividade neural em função da 
experiência. As vivências motoras modularão a atividade neural tornando-a mais sincronizada e 
eficiente caracterizando a aprendizagem motora do indivíduo. A atenção continua sendo 
importante para a aprendizagem motora, porém, o significado do estímulo passa ter ser cada vez 
mais determinante do que este indivíduo vai ou não aprender com eficiência. Gray et al. (2003) 
realizou um estudo que investigou o tempo de reação neural (P300) a estímulos relevantes e 
irrelevantes com a utilização de nomes conhecidos ou não pelo indivíduo. Os resultados 
indicaram que ao escutar nomes conhecidos o cérebro reagia mais rápido, quando comparados a 
audição de nomes desconhecidos. 
 
 
2.2. A atenção, aprendizagem motora e a maturação 
A atenção foi descrita por Magill (2000) como sendo a "focalização, concentração da 
consciência" e quando se refere ao desempenho humano é associada a atividades perceptivas, 
cognitivas e motoras de habilidades. É um dos requisitos básicos para a coordenação e o 
controle motor. A falta ou déficit de atenção implica em danos a aprendizagem da linguagem, 
da escrita e das habilidades motoras. 
Estudos como os de Danckert, Saoud e Maruff (2004), Pereira et al (2001) e Piek, (1999) com 
crianças portadoras de distúrbios leves no sistema nervoso central (déficit de atenção e/ou 
hiperatividade) e também com portadores de psicoses mais graves, (esquizofrenia), demonstram 
que a atenção afeta significativamente o desempenho motor de controle fino e global. 
A coordenação motora de um simples movimento de agarrar um objeto, levantá-lo e colocá-lo 
de volta a mesa pode representar um árduo trabalho do sistema nervoso central (SNC). É 
necessário a participação de diferentes centros nervosos motores e sensoriais para a organização 
de programas motores e para intervenção de diversas sensações oriundas dos receptores 
sensoriais, articulares e cutâneos do membro requerido. As atividades necessárias para a 
execução do movimento incluem "ler" as propriedades físicas do objeto, buscar antigas 
referências sobre ele, mandar impulsos para os músculos aplicarem uma força determinada, 
contrair os músculos, parar de contrair vagarosamente, soltar o objeto no momento certo para 
ele não cair nem bater com muita força na mesa. Na criança, o êxito das atividades 
coordenativas em cada uma de suas etapas varia conforme o nível de aprendizado e a evolução 
do seu desenvolvimento motor (Rosa Neto, 2001). 
Falhas na comunicação, causadas tanto por estímulos externos concorrentes quanto por 
distúrbios neuroquímicos, dos neurônios ligados à aprendizagem e à memória de longa duração, 
são as principais causas para os distúrbios motores em crianças compulsivas obsessivas e 
hiperativas (Carlsson, 2001). Estas falhas de comunicação dos neurônios causadaspor estímulos 
externos concorrentes sugerem que, desde o planejamento até a execução de uma habilidade 
motora, um alto grau de atenção é requerido para que não ocorram influências negativas na 
realização da tarefa. 
O controle motor fino está entre as habilidades que requerem mais atenção e concentração 
durante a execução, a precisão do movimento implica num aumento da preparação para o 
movimento. Prejuízo na prontidão contribui e fatores emocionais negativos interferem na 
resposta prejudicando o grau de atenção da pessoa (Magill, 2001). 
Pereira et al (2001) mostrou que crianças hiperativas com alto grau de desatenção sofrem 
maiores danos no controle motor fino que crianças com menor grau de desatenção, estas, 
apresentando maior déficit na motricidade global, enquanto Goode (2002) mostrou o mesmo 
com os portadores de esquizofrenia comparados a um grupo controle. 
A sinestesia corporal, que é a noção do próprio corpo em relação ao ambiente, está diretamente 
ligada ao controle motor fino. No entanto, no estudo realizado por Piek et al (1999), apesar das 
crianças hiperativas terem apresentado déficit geral nas habilidades motoras, não apresentaram 
diferenças sinestésicas significativas quando comparadas ao grupo controle. Foi sugerido com 
base nestes resultados que a atenção dificulta na execução das habilidades motoras mas não 
influencia na noção do corpo em relação ao ambiente. Ao analisar o resultado deste estudo, que 
foi realizado com crianças com idade entre 6 e 9 anos, sugere-se que o maior problema pode ter 
estar associado ao processo de maturação e ao distúrbio na área pré-frontal, pois os sistemas 
sensoriais não foram afetados, o que implicou em boa sinestesia, porém as crianças têm 
problemas de atenção e aprendizado motor que está relacionado a região frontal. 
Considerando que a noção espacial, o controle óculo-motor e a consciência corporal têm papel 
importante na elaboração do plano e na execução do movimento pelo SNC, a atenção pode 
influenciar no controle motor por estar associada ao estado de vigília e ao feedback constante do 
gesto. Desta forma, o déficit de atenção implica em insucessos e em respostas abaixo das 
esperadas (Danckert, Saoud e Maruff, 2004). Para Brunnia (1999), o comportamento 
antecipatório e a atenção para o movimento (preparação) são realizados pelos mesmos 
caminhos, enfatizando mais uma vez o papel da atenção no domínio motor. 
As habilidades de focalização nos estímulos sensoriais relevantes e de inibição daqueles 
irrelevantes ou interferentes são fatores críticos para a cognição. A atenção requer a habilidade 
de diferenciar entre estímulos relevantes e irrelevantes, de selecionar e focalizar apenas nas 
informações relevantes e de inibir as irrelevantes, dentro de determinado período de tempo 
(Määttä et al, 2004). Estudos como os de Booth et al. (2003) e Määtä et al, (2004) indicam que 
estes aspectos da cognição melhoram com a idade. 
Desta forma, é necessário estudar a atenção sob dois aspectos: a atenção seletiva e a inibição de 
resposta. Estes aspectos fazem com que o indivíduo consiga focalizar sob o que interessa e 
ignorar os estímulos que não são relevantes, evitando assim distrair-se. 
Mesulam et al. (1999) apud Booth et al. (2003) define atenção seletiva como uma alocação 
preferencial dos recursos limitados de processamento que se tornaram relevantes para o 
comportamento. O autor propõe um modelo neuro cognitivo para a atenção seletiva, onde três 
áreas corticais atuam em rede. O lobo parietal superior está envolvido na representação espacial 
exterior. O córtex pré-motor lateral atua nos movimentos de exploração e orientação (por 
exemplo, nos movimentos oculares). O giro cingulado anterior participa mais nos aspectos 
executivos da atenção seletiva, incluindo a monitoração da resposta (feedback). 
As falhas em responder apropriadamente aos estímulos podem resultar de um déficit de atenção 
sustentada, bem como o erro de inibir uma resposta potencial. O modelo neuro-cognitivo de 
inibição das respostas elaborado por Mesulam (1999) apud Booth (2003) coloca 3 processos 
associados a 3 estruturas cerebrais. O primeiro processo diz respeito a inibição de uma resposta 
inicial pré-potencial, onde o córtex pré-frontal atua protegendo as representações de 
informações relevantes das interferências externas. O segundo processo é o de retenção de uma 
resposta potencial, onde há a participação dos gânglios basais provendo a inibição de 
comportamentos inadequados, sendo que o núcleo caudado e o putamen recebem os sinais do 
córtex frontal e os enviam a resposta de volta ao córtex via globo pálido e tálamo. Está rede, 
conhecida como "Rede fronto-estriada" modula a atividade na área motora suplementar que tem 
um papel primário no planejamento, iniciação e momento do movimento (Booth et al., 2003). 
McCullagh e Weiss (2003) colocam que as crianças não estão completamente maduras na 
atenção seletiva, na velocidade de processamento visual e nos processos de controle antes dos 
12 anos. 
Com o objetivo de investigar o desenvolvimento da atenção seletiva, Määtä et al. (2004) 
compararam as diferenças entre adultos e crianças no processamento de atenção por meio dos 
potenciais relacionados ao evento. A amostra foi composta por crianças de 9 anos de idade e 
adultos. Os resultados indicaram que as crianças foram capazes de empregar os mecanismos de 
atenção seletiva quando processando um estímulo padrão, porém não conseguiram o mesmo 
com estímulos novos. A principal diferença observada foi que os adultos conseguiam manter a 
atenção por mais tempo que as crianças. Estas também se distraiam mais facilmente. 
Visando investigar se o problema de atenção das crianças está mais voltado ao sistema seletivo 
ou inibitório, Booth et al. (2003) investigou as diferenças na atividade cerebral entre 12 crianças 
(idade entre 9 e 12 anos) e 12 adultos (idade entre 20 a 30 anos). A atividade cerebral foi 
investigada durante duas tarefas diferentes, uma que permitia a avaliação da atenção seletiva e 
outra que avaliava a inibição de estímulos. Os resultados indicaram poucas diferenças entre 
adultos e crianças na atenção seletiva. Porém, foram encontradas grandes diferenças na inibição 
de crianças e adultos, sendo que as crianças apresentaram maior ativação na região fronto 
estriada, incluindo o giro médio, cingulado e frontal. As grandes diferenças em resposta a tarefa 
de inibição são consistentes com a maturação demorada ou prolongada da região fronto estriatal. 
Considerando o papel essencial das emoções e da memória na atenção, e a importância da 
atenção na aprendizagem, destaca-se aqui a importância do significado no processo de 
aprendizagem. A memória está associada ao sistema límbico que está fortemente ligado as 
emoções. Tendemos a armazenar o que nos é emocionalmente relevante, ou importante para a 
sobrevivência. Pela associação do lobo límbico com o córtex pré-frontal, tendemos a programar 
e planejar baseados no que sentimos e no que nos foi passado, pois essa região frontal é 
responsável pela nossa subjetividade, valores e significados. Por isso melhor aprendemos o que 
nos é relevante e tem um significado. Construímos e planejamos o movimento baseados nas 
nossas motivações e valores e o aprendizado, desde a primeira reação ao estímulo, depende 
disto. Como o aprendizado depende da atenção, e esta está associada com aquilo que nos é 
importante, o significado influenciará no grau de atenção (Gray et al., 2003). 
Qualquer distúrbio que venha a modificar o funcionamento normal do sistema límbico pode 
prejudicar a atenção, um deles é a ansiedade. Um estudo de Terelak (1990) encontrou relação 
entre a ansiedade e a aprendizagem motora. No caso da ansiedade traço, ou seja, a ansiedade 
que faz parte da personalidade da pessoa, ela foi relacionada como um dos indicadores para a 
eficiência datarefa psicomotora. Também foi encontrado que a ansiedade-estado, ou seja, a 
ansiedade momentânea, tem um efeito negativo na coordenação óculo-manual numa tarefa de 
aprendizado. 
De acordo com a teoria social cognitiva desenvolvida por Bandura, 4 processos governam o 
aprendizado: a atenção (seleção adequada), a retenção (representações cognitivas já existentes), 
a produção (escolha próxima ao modelo retido) e a motivação (regula a eficácia dos anteriores). 
Segundo Bandura (1997) apud McCullagh (2003) as crenças de auto eficácia fornecem a maior 
base para a ação e podem influenciar na escolha da resposta, no esforço e na persistência para 
atingir os objetivos. 
Uma percepção de competência baixa e a auto-estima abalada em crianças e adolescentes com 
déficit de coordenação também podem prejudicar a aprendizagem aumentando a ansiedade e 
reduzindo o estado de atenção (Skinner e Piek, 2001). 
 
3. Conclusão 
Os resultados encontrados neste estudo de revisão indicam que há uma estreita relação entre 
desenvolvimento motor e maturação cortical. 
Ao investigar as estruturas corticais, pode-se observar a relação entre sistema sensorial e motor, 
entre a maturação do córtex de associação e as etapas do desenvolvimento. 
Destacou-se neste estudo a relação entre atenção, maturação frontal, aprendizagem motora, de 
forma a evidenciar a importância do desenvolvimento do córtex pré-frontal na aprendizagem e 
eficiência motora. Considerando que o córtex pré-frontal é o grande responsável pela 
consciência do eu, pela estruturação social de valores e significados pessoais e está intimamente 
relacionado à história do indivíduo, destaca-se a participação e a importância da subjetividade 
no planejamento e execução dos movimentos. O desenvolvimento do movimento se diferenciará 
de acordo com a intencionalidade, que é equivalente ao planejamento do movimento estruturado 
no córtex pré-frontal, mediado pelos valores e história do sujeito. 
Dado o grau de complexidade, a área pré-frontal é a última a ser totalmente mielinizada, 
sofrendo assim um grande impacto das experiências pessoais na sua construção. A eficiência do 
movimento depende em grande parte desta estrutura, por isso os movimentos especializados e 
complexos que exigem muito desta função executiva, evoluem gradativamente conforme a 
maturação desta área e de acordo com a história do sujeito. 
 
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