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METODOLOGIA CIENTÍFICA
AULA 1
Objetivos da aula:
1) Identificar os tipos de conhecimentos;
2) Distinguir os conceitos de senso comum, conhecimento filosófico, científico e discurso religioso.
Introdução
A todo momento nos interrogamos sobre o significado e a função da Metodologia Científica, bem como seu ponto de partida, que recai sobre atitudes que não são espontâneas à existência humana.
Porém, dominar a linguagem não depende do desenvolvimento natural dos sujeitos, mas de habilidades e competências para uma postura reflexiva e crítica.
Veja agora como esta disciplina está dividida:
A metodologia científica está dentro de duas grandes áreas, e essas duas áreas se completam.
Epistemologia: a ciência sem epistemologia é primitiva e confusa (Einstein).
Epistemologia vem de episteme = termo grego que designa ciência; logia/logos = estudo. Também conhecida como Filosofia da Ciência, a área se ocupa da fundamentação da ciência.
Metodologia Científica Aplicada: está destinada à pesquisa e à elaboração de trabalhos acadêmicos e científicos.
Se considerarmos o conhecimento e a verdade como algo dinâmico e histórico, encontraremos o ser humano como razão e fundamento desse saber. 
Assim, não será preciso mais fazer perguntas do tipo: por que tenho que estudar? Já que a resposta está na célebre frase de Descartes, “penso, logo existo”. Porque essa é a nossa essência.
Aliás, muitos são os motivos para estudar Metodologia Científica. Vamos ver alguns deles:
1 - Porque o conhecimento científico não existe sem método, sem uma linguagem específica, ou um rigor próprio.
2 - Porque o maior desafio da Instituições de Ensino Superior está em desenvolver a postura de um pesquisador ao longo do processo educacional.
3 - Porque é preciso desenvolver a autonomia do pensamento, muito presente no meio acadêmico. No exercício profissional, o sucesso está intimamente relacionado à capacidade de planejar e de organizar o pensamento, muitas vezes adquirida por meio da busca do conhecimento, através das práticas de leitura e da participação das atividades acadêmicas.
Ao ler as definições sugeridas para Metodologia Científica podemos perceber que todas mencionam a palavra conhecimento (capacidade de conhecer).
Conhecer - Significa incorporar um conceito novo, ou original, sobre um fato ou fenômeno qualquer.
Valor do Conhecimento - É o resultado das experiências que acumulamos em nossa vida cotidiana.
O conhecimento pode ser obtido de diversos modos, através do método científico, das hipóteses, das leis e teorias científicas, bem como por meio da pesquisa científica e da elaboração de trabalhos acadêmicos.
Há muitas maneiras de estudar a realidade...
No mundo acadêmico os modos de conhecer são classificados em:
 - Senso comum ou conhecimento empírico;
 - Conhecimento Científico;
 - Conhecimento Filosófico;
 - Discurso Religioso ou Conhecimento teológico.
Senso Comum
É aquilo que assimilamos por tradição. Ideias que nos ajudam a interpretar a vida e julgar certas situações.
Na verdade estamos mergulhados no senso comum, que geralmente se apresenta como um saber ingênuo, fragmentado e por vezes conservador.
O senso comum pode ser caracterizado em:
 - Espontâneo: primário, simples, elementar, que nasce da tentativa do homem de resolver seus problemas no dia a dia.
 - Ametódico: porque não possui um método, ou seja, um procedimento, uma técnica.
 - Empírico: que se baseia na experiência cotidiana comum.
 - Ingênuo ou Acrítico: não é crítico, não se coloca como problema e não se questiona enquanto saber.
 - Subjetivo: relativo ao sujeito do conhecimento. É formado por juízos pessoais a respeito das coisas, ocorrendo o envolvimento emocional e valorativo de quem observa.
AULA 2
Objetivos da aula:
1) Avaliar a importância do método para a prática científica;
2) Descrever a classificação das ciências.
Conhecimento
Depois de estudarmos os diferentes tipos de conhecimento, podemos destacar que o conhecimento científico se caracteriza como racional, sistemático e metódico. 
Quando pensamos em conhecimento racional, estamos tomando como ponto de partida a possibilidade de pensar a realidade, formulando indagações sobre o mundo e sobre a nossa própria existência, a fim de encontrarmos algumas respostas que se aproximem da realidade.
A Razão
O Sistemático
O Método
O que é o Método Científico?
“Trata-se de um conjunto de procedimentos por intermédio dos quais se propõe problemas científicos e colocam-se à prova as hipóteses científicas.” (BUNGE apud LAKATOS, 2000, p. 44)
No sentido literal, a Metodologia representa o estudo dos métodos e, especialmente, do método da ciência, que se supõe universal. 
Mas você já analisou por que o método é tão importante? 
 
Veja, então, a sua utilidade:
• Ajuda a compreender o processo de investigação;
• Possibilita a demonstração;
• Disciplina suas ações;
• Ajuda a perceber erros;
• Auxilia as decisões do cientista.
O método é, então, um plano de ação, em que a técnica utilizada é o modo ou a maneira de realizar a atividade pretendida, permitindo que o procedimento escolhido ocorra de maneira hábil e, se possível, perfeita.
O método científico pode se sustentar em dois procedimentos:
Método Dedutivo: O cão estava desolado, o seu sofrimento por amor estava lhe consumindo. Não havia reciprocidade de sentimentos. A cadela nem sabia da sua existência e vivia no seu mundo paralelo. Tudo era triste até o momento em que o cão escutou algo que mudou a sua vida. “Pesquisas comprovam a existência  de coração em todos os mamíferos.” Todo mamífero tem um coração; Todos os cães são mamíferos; Todos os cães têm coração.
Logo, todos os cães têm um coração.
Método Indutivo: Durante a manutenção de um poste de energia, o eletricista, ainda novo no ramo, notou que existia uma instalação irregular, feita com cobre, zinco e cobalto e pensou... O cobre conduz energia. O zinco conduz energia. O cobalto conduz energia, logo, todo metal conduz energia.
Observe que o Eletricista passa por 3 etapas:
• Observação dos fenômenos;
• Descoberta da relação entre eles;
• Generalização da relação.
Características que distinguem os argumentos
Até aqui estudamos duas abordagens importantes para o método científico: a abordagem dedutiva (dependente da lógica) e a indutiva (dependente da experiência empírica). 
Se por um lado podemos criticar o método dedutivo por não ampliar o conhecimento, por outro podemos apontar que ele nos traz um conhecimento provável, pois somente um exame de todos os elementos garantiria uma indução perfeita.  
Neste caso, se algumas induções não se confirmam, deve-se buscar os elementos que resultaram em erro, não abandonando a investigação. Assim, encontramos duas características que distinguem os argumentos:
Um pesquisador decide estudar determinada planta. Ele parte de conhecimentos prévios sobre o objeto escolhido. 
Em certo momento ele percebe que as folhas cobertas por pelos (tricomas) não foram atacadas por lagartas de borboletas. Fato que ocorre frequentemente com as folhas sem pelos. 
O pesquisador, então, faz o seguinte questionamento: é possível afirmar que a presença de pelos nas folhas da planta dificulta a predação? 
Em seguida, apresenta a hipótese: a presença de pelos em folhas de plantas dificulta a predação por lagartas de borboletas. 
Neste ponto, o cientista realiza a testagem de sua hipótese. Separa algumas folhas com pelos e outras sem pelos e verifica a predação para observar a hipótese formulada.
Método Hipotético-Dedutivo
Karl Popper (1922-1996) criticou o método indutivo e lançou as bases do método chamado hipotético-dedutivo que consiste na construção de hipóteses, cujas predições devem se submeter ao critério da falseabilidade.
Popper dizia que qualquer enunciado que só tenha termos observacionais poderia dizer mais do que se pode ver.
Se o cientista seguir rigorosamente cada fase desse método e, ao final, constatarque sua hipótese deve ser refutada, como no caso do líquido do copo que deixa de ser água, poderá encontrar argumentos científicos suficientes para formular críticas às teorias existentes e seus paradigmas. Essas teorias foram consideradas como ponto de partida para novas pesquisas.
Toda hipótese contém uma predição, ou seja, uma suposição e precisa passar pelo falseamento. O cientista testará sua hipótese, analisará os resultados para alcançar a confirmação de sua suposição ou refutá-la. Se a hipótese não for corroborada, poderá, a partir dos dados obtidos, construir nova hipótese.
Atenção: as hipóteses científicas não podem ser vistas como verdades absolutas, mas, sim, como explicações plausíveis.
AULA 3
Objetivos da aula:
1) Reconhecer a importância da pesquisa e seus benefícios na construção científica;
2) Listar as classificações da pesquisa para fins de aplicabilidade;
3) Estabelecer os benefícios e riscos de se pesquisar na internet.
Metodologia Aplicada à Pesquisa
Você sabia que brasileiros adoram reality shows?
Ficou comprovado que 2687 brasileiros adoram reality shows. E a maioria dos telespectadores dos chamados “shows da vida” são mulheres entre 18 e 35 anos.
O texto acima nos dá margem para alguns questionamentos:
• De onde ou de quem parte a motivação para saber a relação entre brasileiros e reality shows?
• Como é feito esse levantamento?
Como vimos nas aulas passadas, tudo surge do conhecimento que se tem e do desejo e/ou necessidade de desvendar e provar coisas novas. E é da sede de conhecimento que nascem as pesquisas.
Essas pesquisas começam com ideias, ou seja, experiências individuais, teorias, observações de fatos, leitura de artigos etc. Na tela anterior, por exemplo, dissemos que brasileiros adoram reality shows e indagamos: De onde ou de quem parte essa motivação para saber sobre relação entre brasileiros e reality shows? Já pensou que a motivação para essa pesquisa pode partir das próprias emissoras interessadas no tipo de programa que atrai mais os telespectadores ou mesmo da área de humanas interessada em saber a influência desses programas na vida das pessoas? São muitos os tipos de interesse nesses dados.
Como é feito esse levantamento? Como mostra o site Web2engagebrasil, ele é feito através de um painel online, em que os telespectadores preenchem suas considerações. Assim, o levantamento desses dados serve para comprovar a adoração dos brasileiros pelo estilo de programa em questão.
Pesquisa
É uma atividade voltada para a solução de problemas por meio dos processos do método científico.
Segundo Eva Maria Lakatos (1992, p. 43), a pesquisa pode ser considerada um procedimento formal com método de pensamento reflexivo que requer um tratamento científico e se constitui no caminho para se conhecer a realidade ou para descobrir verdades parciais. Significa muito mais do que apenas procurar a verdade: é encontrar respostas para questões propostas, utilizando métodos científicos.
Podemos, assim, indicar três elementos que caracterizam a pesquisa:
• o levantamento de algum problema;
• a solução à qual se chega; 
• os meios escolhidos para chegar a essa solução, como os instrumentos científicos e os procedimentos adequados.
Exemplo: “Pesquisa revela que custo para cultivar morango orgânico é menor do que o do convencional”
Através de:
 - Levantamento do problema (por que o custo do convencional é maior que o do orgânico?);
 - Meios escolhidos pra chegar a essa conclusão (coleta de dados);
 - Solução a qual se chega (diminuir custos com produção e usar embalagens mais econômicas).
E quanto ao termo pesquisa científica, do que se trata?
Se trata do tipo de pesquisa que objetiva contribuir para o desenvolvimento do conhecimento humano em todas as áreas, sendo sistematicamente planejada e executada segundo critérios rigorosos de processamento das informações. 
Uma pesquisa será considerada científica, se for objeto de investigação planejada, desenvolvida e redigida conforme as normas metodológicas consagradas pela ciência.  
Quanto ao Pesquisador
É importante destacar que a possibilidade de êxito na tarefa de pesquisa depende das razões e motivações do pesquisador.
Curiosidade, criatividade, integridade intelectual, atitude autocorretiva, sensibilidade social, imaginação disciplinada, perseverança, paciência e confiança na experiência são ações e atitudes que devem ser incorporadas à pessoa que for ou estiver no papel de pesquisador.
Classificação – está relacionada à sua natureza, ou seja, àquilo que compõe a essência da pesquisa.
 - Pesquisa pura: conhecida também por básica ou teórica, objetiva gerar novos conhecimentos úteis para o avanço da ciência sem aplicação prática prevista.
 - Pesquisa aplicada: objetiva gerar conhecimentos para a aplicação prática, dirigidos à solução de problemas específicos. Envolve verdades e interesses locais.
Objetivo da Pesquisa
 - Descritiva
A pesquisa descritiva tem como objetivo principal descrever as características de algum fenômeno observado, descobrir a frequência com que ocorre, sua relação e sua conexão com outros fenômenos. 
Esta modalidade é típica das ciências humanas e sociais.
Neste tipo de pesquisa, o estudante deve observar, registrar, analisar e correlacionar fatos ou fenômenos variáveis, sem manipulá-los.
Veja alguns exemplos: 
• características de um grupo social; 
• nível de atendimento de determinada empresa prestadora de serviço;
• levantamento de opiniões, atitudes e crenças de um segmento da sociedade; 
• pesquisas eleitorais que apontam a preferência político-partidária de determinados grupos etc.
 - Exploratória
A pesquisa exploratória é considerada o passo inicial de qualquer pesquisa. 
Trata-se de uma observação, ou seja, consiste em recolher e registrar os fatos da realidade, com o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o problema para torná-lo mais explícito ou viabilizar a construção de uma hipótese. 
Neste modelo temos a possibilidade do aprimoramento de ideias. Geralmente, neste tipo de pesquisa, há o levantamento bibliográfico, entrevistas com pessoas que experimentaram situações que estejam sendo pesquisadas e análise de exemplos. 
A pesquisa bibliográfica e o estudo de caso são exemplos de pesquisas exploratórias.
 - Explicativa
Aqui o objeto é identificar os fatores que determinam ou contribuem para a ocorrência dos fenômenos.  
Neste modelo temos um efetivo aprofundamento de conhecimentos, porque se busca entender ou explicar as razões das coisas ― fato que amplia o entendimento.  
Nada impede que uma pesquisa explicativa seja a continuação de uma pesquisa descritiva ou exploratória.  
Nas ciências naturais, por exemplo, utiliza-se o método experimental. Nas ciências sociais utilizam-se outros métodos, tais como o fenomenológico e dialético, além de exigir elevado grau de controle.
AULA 4
Objetivos da aula:
1) Reconhecer a leitura como principal fonte de matéria-prima para o desenvolvimento do conhecimento;
2) Comparar técnicas de estudo;
3) Diferenciar as funções da Resenha e do Resumo na produção científica.
Diferentes Técnicas de Estudo
Leitura e Atividade Acadêmicas
Acostumamo-nos a ouvir que as tecnologias invadiram nossa experiência cotidiana, não é mesmo? 
Muitos acreditam que os jovens se afastaram da leitura em razão de um suposto excesso de tecnologias. Esse afastamento, consequentemente, teria provocado um empobrecimento da linguagem. 
Há quem diga também que não tem paciência para ler um livro, que ver um filme é muito melhor. Ou, ainda, saem com frases do tipo: “o que não tenho é tempo!”
Será que isso é verdade? Ou estamos diante de alguém que não criou o hábito de ler? 
É natural não termos tempo para certas coisas. Ninguém tem tempo, no final das contas, mas todos querem saber tudo, não é?
Vamos descobrir nesta aula que a leitura não foi deixada de lado e que ela é o primeiro passo para colocar em prática as técnicas deestudo e desenvolver as atividades acadêmicas.
“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer, mas, por incrível que pareça, a quase totalidade não sente esta sede”. 
(Carlos Drummond de Andrade)
“A leitura após certa idade distrai excessivamente o espírito humano das suas reflexões criadoras. Todo o homem que lê demais e usa o cérebro de menos adquire a preguiça de pensar”.
(Albert Einstein)
“A leitura de todos os bons livros é uma conversação com as mais honestas pessoas dos séculos passados”. 
(René Descartes)
“A leitura traz ao homem plenitude, ao discurso segurança e à escrita exatidão”. 
(Francis Bacon)
Durante a leitura, experimentamos um mundo totalmente novo ou melhoramos o nosso.
E isso é muito gratificante, não é mesmo? 
Saber ler de maneira eficiente nos ajuda a descobrir novos caminhos, fertiliza a inteligência, nos ajuda a compreender a vida e a viver melhor ao lado do outro. 
Uma mente fertilizada tem mais chance diante da crise.
Tudo bem que agora não é necessário adquirir um livro para ler um bom texto, já que as mídias eletrônicas possibilitam a leitura em telas. 
Porém, mesmo com essa tecnologia, as principais fontes de pesquisa e conhecimento ainda são os bons e velhos livros, principalmente no meio acadêmico.
Por isso, vamos começar com a escolha deles.
O que você faz quando chega numa livraria?
Vamos ver um passo a passo de como escolher um livro...
1. Título
Observe o título e o subtítulo, se houver. Na maioria das vezes, ele indica o assunto e, às vezes, até a intenção do autor.
2. Orelha
Se o livro apresentar “orelhas”, faça a leitura da informação trazida nelas. 
Na que acompanha a capa,  geralmente encontramos uma apreciação da obra feita por alguém de prestígio.
3. Ficha Catalográfica
Em seguida, leia a ficha catalográfica e verifique as qualificações da obra e do autor. Atente-se para a data da publicação e certifique-se de que é a versão mais atualizada.
4. Sumário
Verifique o sumário. Nesta parte você encontrará uma divisão em tópicos de como o livro foi organizado.
Muitas vezes é ele que nos dá a dica de que o livro traz exatamente o assunto que estamos pesquisando.
5. Prefácio
Se possível, leia a introdução ou o prefácio, se houver. Neste, o autor apresenta a metodologia usada e os objetivos do trabalho realizado ou até mesmo um resumo do livro.
6. Orelha (contracapa)
Na “orelha” que acompanha a contracapa é comum encontramos informações sobre o autor do livro e suas obras publicadas.
7. Contracapa
A contracapa ajuda muito na nossa escolha. Ela costuma conter um texto de apresentação, a sinopse, ou mesmo um trecho do livro, dando uma espécie de amostra do que vamos encontrar nele. 
Agora a leitura nos levará às técnicas de estudo
Bem, já sabemos a importância da leitura, já sabemos identificar as partes do livro que nos ajudam a escolhê-lo, agora vamos aprender algumas técnicas de estudo, baseadas obviamente na leitura, que nos ajudarão a organizar as ideias encontradas nos textos e, melhor ainda, nos ajudarão a recuperar essas ideias quando mais precisarmos delas.
Você lembra que na aula 3 vimos que a pesquisa bibliográfica é a etapa fundamental do trabalho científico? É ela que influenciará toda pesquisa, na medida em que dá o alicerce teórico que servirá de base ao trabalho. 
Pois bem, essa é a fase que consiste no levantamento, seleção, fichamento e arquivamento de informações relacionadas ao que se pretende estudar. O fichamento, por exemplo, configura um aperfeiçoamento da pesquisa bibliográfica, porque contém comentários pessoais sobre a leitura e algumas citações-chave. Ou seja, trata-se de uma técnica de estudo que ajuda na organização do conhecimento. 
Agora, você terá a oportunidade de conhecer, através do Banco Internacional de objetos educacionais do MEC, tudo sobre fichamento. 
Vamos lá?
Fichamento
Quando utilizar e como elaborar?
Apresenta sobre como e quando se devem utilizar os fichamentos. Mostra como elaborar os fichamentos de forma adequada para cada tipo de documento ou trabalho a ser representado. Aborda de forma simples como confeccionar os textos em fichamentos. 
Quando utilizar?
O fichamento é uma prática de redação que ajuda organizar estudos e pesquisas de forma mais efetiva. Agrega em suas características o resumo do documento ou texto consultado, sua referência, sua localização física e metodologia de arquivamento para posterior recuperação de todas estas informações. 
O fichamento é um meio de desenvolver as técnicas de redação como resumo e resenha dependendo de sua finalidade. Auxilia a treinar a elaboração de referências, redação científica (resumo e resenha), identificação de assuntos, pesquisa em centros de informação e bibliotecas e práticas de arquivamento. 
Os fichamentos feitos em meio acadêmico e em sala de aula, não necessitam da metodologia para armazenamento, sendo assim não precisam conter o local da obra (a não ser que seja pedido) e o espaço para identificação da ficha. 
As técnicas empregadas para o fichamento científico utilizado em meio acadêmico é muito semelhante à redação de resumos e resenhas científicas.
Já os fichamentos para fins de pesquisa e estudo levam mais em consideração identificar o assunto do que foi fichado logo no início da ficha, assim como seu código de armazenamento que pode ser numérico, alfabético ou alfanumérico e a localização física da obra original. O meio mais utilizado para armazenagem das fichas é em papel, porém existem programas que auxiliam na confecção e armazenagem eletrônica de fichamentos. Neste módulo não vamos focar no meio físico utilizado para a armazenagem do fichamento e sim nas suas técnicas e regras de elaboração.
Para diferenciar as regras de um fichamento científico e o utilizado para estudo e pesquisas veremos como elaborar a redação de cada um e como estruturar a apresentação e disposição das informações em um fichamento.
É importante na prática de fichamentos seguir os conselhos de Medeiros (2000) que diz:
"... a prática eficaz do fichamento assusta o estudante que depara pela primeira vez com a metodologia; a prática contínua, no entanto, poderá levá-lo a alterar ponto de vista e julgamento, fazendo-o perceber que o pequeno trabalho inicial reverte-se em ganho de tempo futuro, quando precisar escrever sobre determinado assunto. Não se recomenda, porém o armazenamento de assuntos pelos quais não se tem nenhum interesse." (MEDEIROS, 2000, p. 97)
Como elaborar?
 - Elaboração do Texto
A montagem e elaboração do texto de um fichamento dependerão do seu tipo. Para cada tipo de fichamento é necessário empregar diferentes regras devido a suas características.
O fichamento inicia com a escolha do seu tipo que pode ser: de transcrição ou citação, de resumo ou conteúdo e de comentário ou crítico.
Após escolher o tipo de fichamento deve-se inserir o assunto geral do fichamento e caso deseje o assunto mais específico também de forma que facilite o aprendizado e a localização posterior do livro ou documento.
Identificado o tipo de fichamento e os assuntos da ficha é inserida a referência bibliográfica. As regras para elaboração de referências se encontram na norma NBR/ABNT 6023 (2002). Basicamente os itens que compõem a referência bibliográfica são: • Autor • Título • Local da edição • Editora • Data e número de páginas
O fichamento de resumos ou conteúdo utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto geral, assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem ser revisadas no módulo Resumo: quando utilizar e como elaborar.
O fichamento de comentário ou crítico utiliza as mesmas regras para início de uma ficha: tipo, assunto geral, assunto específico e referência. Seu texto utiliza as mesmas regras e normas de um resumo que podem ser revisadas no módulo Resenha: quando utilizar e como elaborar.
Terminado o texto do fichamento, caso a finalidade deste seja para estudo ou pesquisa utiliza a identificação da ficha que podeser alfabético, numérico ou alfanumérico, conforme facilitar a busca posterior pelas fichas.
Geralmente os fichamentos acadêmicos não necessitam da identificação de tipo, assunto geral e assunto específico. O tipo de fichamento mais utilizado em sala de aula é o de comentário ou crítico.
Para averiguar o modo correto em que estes elementos são dispostos na referência e possíveis informações adicionais, deve ser consultada a norma NBR/ABNT 6023 (2002).
Para o fichamento de transcrição ou citação utilizam-se no início e no final do texto as aspas, pois o fichamento de transcrição é a passagem do texto original diretamente para a ficha.
Segundo Medeiros (2000) de três formas é realizado o fichamento de transcrição que são os seguintes:
• Fichamento de transcrição sem cortes
• Fichamento de transcrição com corte intermediário de algumas palavras (utiliza reticências "..." para indicar a omissão das palavras);
• Fichamento de transcrição com corte de parágrafo intermediário (utiliza um traço contínuo, ou pontilhados para indicar a omissão dos parágrafos)
Bibliografia
MEDEIROS, João Bosco, Redação científica: A pratica de fichamentos, resumos
resenhas. 4.ED. São Paulo: Atlas, 2000. 237 p. ISBN 8522423536
SIMÕES, Darcilia. A produção de textos acadêmicos. Disponível em:
http://www.darciliasimoes.pro.br/textos/docs/textos12.pdf. Acesso em: 3 jan. 2011.
WEG, Rosana Morais. Fichamento. São Paulo: Paulistana, 2006. 67 p.
Créditos
Autor: Suellen Viriato Leite da Silva
Design gráfico: Auyme Sumihara;
Desenvolvedor Web: Gabriel de Oliveira
Colaboradores: Cespe/UnB (Maria da Conceição L. Afonso (Coord.); Aline Jacob; Thiago G. Eirão; Faura Andrade; Ana Goulart)
Termos de Uso
É PERMITIDO:
Copiar, distribuir, exibir, traduzir, executar as obras e ainda criar obras derivadas.
SOB AS SEGUINTES CONDIÇÕES:
Deve-se dar crédito ao autor original, da forma especificada pelo autor ou licenciante;
Proibido utilizar esta obra com finalidades comerciais;
Para cada novo uso ou distribuição, devem-se deixar claras as licenças de uso desta obra.
O fichamento de leitura ajuda na construção de análises textuais como os resumos e resenhas. 
Vamos agora conhecer um pouco mais sobre essas análises que diversificam a atividade de estudo e propiciam informações e novos conhecimentos.
Resenha x Resumo
Etapas para elaborar uma resenha
•Situar as ideias do autor no contexto geral de seu próprio pensamento;
•Situar o autor em um contexto mais amplo, mostrando o sentido de sua perspectiva e destacando os pontos importantes ou originais de seu pensamento;
•Desvelar os pressupostos  que aparecem e que justificam a posição assumida pelo autor;
•Comparar as ideias do texto com ideias afins;
•Crítica: formular um juízo crítico, uma avaliação, uma tomada de posição.
No caso da técnica de estudo da resenha, elaboramos uma análise interpretativa.
Como você já percebeu, o resenhista precisa ter conhecimentos na área. Você deve iniciar-se na prática, começando pela elaboração de resumos para, pouco a pouco, adquirir habilidades para vir a elaborar uma resenha.                    
Quando elaboramos um resumo, produzimos uma análise temática do texto lido. É o momento da compreensão do texto, entendendo as ideias do autor.
Segundo Severino (2007), ao elaborar um resumo, o leitor deve fazer as seguintes perguntas: 
• Qual é o tema?  
• Qual a perspectiva da abordagem? 
• Como o assunto foi problematizado?
• Como o autor responde ao problema? 
• Que posição assume? 
• Que ideia defende? 
• O que quer demonstrar? 
• Como o autor comprova sua tese?
AULA 5
Objetivos da aula:
1) Relacionar os tipos de trabalho científico;
2) Relacionar o planejamento como fonte primordial para o desenvolvimento de um trabalho científico;
3) Listar os tipos de trabalhos acadêmicos mais comuns, suas funções e particularidades.
Planejamento e Tipo de Trabalho Científico
Você sabe por onde começar um trabalho acadêmico?
A primeira fase de qualquer trabalho de pesquisa é a definição do que será estudado.  
Se o tema da pesquisa não for estabelecido pelo professor, você terá liberdade para fazê-lo. Porém, você deve ter cautela ao escolher o assunto que pretende investigar, porque essa flexibilidade pode te colocar em uma enrascada. 
Pensamos logo em escolher um tema de nosso interesse pelo nosso gosto, não é mesmo? Algo sobre o qual queremos saber mais e achamos atraente. Mas isso pode não ser nada produtivo.
Ao escolher um tema, devemos levar em consideração, por exemplo, se há uma bibliografia considerável sobre o assunto, se esta é fácil de ser encontrada, se estamos seguros para desenvolver os argumentos etc.
Não podemos escolher algo sobre o qual não conseguiremos falar, não é verdade? Isso, sem dúvida, comprometerá o desenvolvimento do trabalho.
Escolha o tema
O que vou pesquisar? 
A inspiração para o tema pode vir de um aspecto ou uma área de interesse de um assunto que se deseja provar ou desenvolver. 
A vivência diária, as questões polêmicas, reflexão, leituras, debates, discussões também nos servem como fontes de assuntos.
Originalidade
Precisa ser original? 
Originalidade não é pré-requisito. Você pode pesquisar um tema mesmo que este não seja inédito.
Revisão de Leitura
Se o tema não é inédito, quem já pesquisou algo semelhante? 
É importante saber quem já pesquisou o assunto escolhido e que contribuição deu para o seu desenvolvimento/conclusão.
Para isso, procure trabalhos semelhantes ou idênticos e pesquise publicações na área. 
Depois liste os argumentos e veja quais textos você poderá utilizar para apoiar suas ideias. Essa revisão da literatura o ajudará até mesmo a organizar a estrutura do trabalho.
Justificativa
 • Por que estudar esse tema? 
• Que vantagens e benefícios a pesquisa proporcionará? 
• Qual a importância profissional e cultural da pesquisa? 
As respostas dessas questões são as razões que o levarão a estudar o tema escolhido.
Formulação do problema: levantamento das questões norteadoras
Que questões estou disposto a responder? 
Deve-se definir claramente o problema, apresentá-lo no formato de perguntas e delimitá-lo em termos de tempo e espaço.
Determinação de objetivos 
O que pretendo alcançar com a pesquisa? 
É importante formular um único objetivo geral que apresente o propósito da pesquisa. 
Os objetivos específicos representam a divisão do objetivo geral em outros menores.
Planejar e pesquisar são o lema
Seguindo os passos que acabamos de analisar fica fácil perceber como é importante fazer um planejamento do trabalho, não é mesmo?
Então, antes de iniciar qualquer trabalho acadêmico, dedique-se ao planejamento, procure traçar o caminho mais eficiente para ficar claro o que se pretende com ele. 
Esse planejamento o ajudará a encontrar um tema interessante e sem obstáculos que comprometam a sua pesquisa. Assim, você caminhará com mais segurança ao realizar o trabalho, aumentando inclusive as chances de terminá-lo no prazo sem passar apertos, já que tem uma boa ideia de quanto tempo precisará dedicar a cada fase da pesquisa. Vale o esforço!  
O planejamento ainda contribui para a escolha de um tema que pode levar seu trabalho a ter uma aplicação prática. O que é uma bela recompensa, não é mesmo?  
Prepare-se bem e você economizará tempo mais tarde e não terá a chance de escolher um tema improdutivo. Tenha certeza!
Depois de escolhido o tema, deve-se pensar no problema a ser estudado. 
Sabemos que o mais comum ao ouvirmos a palavra problema é pensarmos em obstáculo, contratempo, situação difícil, conflito, não é? 
Mas, no nosso caso, o problema é científico e significa assunto controverso, isto é, refletir sobre um assunto que ainda não foi satisfatoriamente respondido, em qualquer campo de conhecimento. 
Este problema, então, faz de um tema um objeto de pesquisas científicas ou discussões acadêmicas, em qualquer domínio do conhecimento. 
A clareza na formulação do problema científicorefletirá na formulação dos objetivos e, consequentemente, no sucesso de sua pesquisa.
Por que elaborar problemas científicos?
Problematizar consiste em formular questões sobre o tema, ou seja, apresentar um questionamento que envolve o tema da pesquisa. 
É preciso esclarecer, portanto, que não se trata de uma simples pergunta, mas de um enunciado construído pela observação e investigação a partir de leituras aprofundadas sobre o tema escolhido. 
Essa tarefa envolve habilidades do pesquisador, o domínio do assunto, bem como a bibliografia disponível. 
Veja estes três exemplos:
Problema de engenharia: Como fazer algo de maneira eficiente? “Como fazer para melhorar os transportes urbanos?”
Problema de valor: Aqueles que indagam se algo é bom ou mau, desejável ou indesejável, certo ou errado, melhor ou pior, se algo deve ou não ser feito. “Os pais devem dar palmadas nos filhos?”
Problema científico: Um problema é considerado de natureza científica quando envolve variáveis que podem ser tidas como testáveis, podem ser observadas e manipuladas. O termo variável é o dos mais empregados na linguagem dos pesquisadores. Seu objetivo é o de conferir maior precisão aos enunciados científicos, sejam hipóteses, teorias, leis, princípios ou generalizações. O conceito de variável refere-se a tudo aquilo que pode assumir diferentes valores ou diferentes aspectos, segundo os casos particulares ou as circunstâncias (GIL, 2002, p.36). “Em que medida a escolaridade determina a preferência político-partidária?”
TCC - Significa “Trabalho de Conclusão de Curso”.
Trata-se de um documento que representa o resultado de um estudo, devendo expressar conhecimento do assunto escolhido e elaborado sob a coordenação de um orientador.
Dissertação
A Dissertação é um tipo de trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação stricto sensu, visando obter o título de mestre. Este tipo de trabalho acadêmico requer defesa pública.
Como estudo teórico, de natureza reflexiva, a dissertação requer sistematização, ordenação e interpretação dos dados. (RAMPAZZO, 2005)
Tese
Tese é o trabalho científico, escrito, original, sobre um tema específico, cuja contribuição amplia os conhecimentos do tema escolhido.
Representa, portanto, um avanço na área científica em que se situa.
Possui a mesma estrutura da monografia e da dissertação, mas distingue-se no que concerne à profundidade, à originalidade, extensão e objetividade (RAMPAZZO, 2005).
Também é um tipo trabalho apresentado no final do curso de pós-graduação stricto sensu e confere ao seu escritor o título de doutor.

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