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DIREITO TRIBUTÁRIO CRÉDITO TRIBUTÁRIO CONSIDERAÇÕES INICIAIS � � � � Formalização da obrigação tributária; “direito subjetivo de que é portador o sujeito ativo de uma obrigação tributária e que lhe permite exigir o objeto prestacional, representado por uma importância em dinheiro” – Paulo de Barros Carvalho Representa o momento de exigibilidade da relação jurídico-tributária; Na hipótese de inadimplemento, o Fisco pode encaminhar o crédito já formalizado para inscrição em dívida ativa, de modo a produzir o título executivo; � � � � Segundo o Art. 139 do CTN, “O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta”, mas com vida própria. Assim, caso exista uma obrigação tributária, mas o crédito dela decorrente seja considerado formalmente inválido, não impedirá que a Autoridade Administrativa proceda a um novo lançamento e constitua um novo crédito tributário. Ainda de acordo com o CTN (art. 141), o crédito devidamente constituído somente será extinto, modificado ou suspenso ou excluído nas hipóteses previstas em lei. CRÉDITO TRIBUTÁRIO crédito do Fisco e dívida do contribuinte. CONSTITUIÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO � � � Será materializado por meio do LANÇAMENTO tributário. A Autoridade Administrativa formaliza a existência e a liquidez do crédito tributário por meio do lançamento. Com essa formalização, notifica o contribuinte para pagá-lo ou impugná-lo. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional A AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, AO VERIFICAR A OCORRÊNCIA DO FATO GERADOR, NÃO PODERÁ DEIXAR DE CONSTITUIR O CRÉDITO. MODALIDADES DE LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO M od al id ad es d e la nç am en to Direto ou de ofício Art. 149, I do CTN Por declaração ou misto Art. 147 do CTN Por homologação ou auto lançamento Art. 150 do CTN � � � � LANÇAMENTO DE OFÍCIO Realizado pela autoridade administrativa, independentemente de qualquer atuação ou participação do sujeito passivo. É a própria administração quem verifica a ocorrência do fato gerador, determina a matéria tributável, calcula o montante do tributo devido, identifica os sujeitos, e, sendo o caso, propõe a aplicação da penalidade. Ex: IPTU, IPVA. � � � � � � LANÇAMENTO POR DECLARAÇÃO OU MISTO É realizado pela autoridade administrativa com base em informações prestadas pelo sujeito passivo sobre a ocorrência do fato gerador. Se o SP em sua declaração relatar fatos verdadeiros e não omitir fatos que deva declarar, o SA terá todos os elementos necessários à efetivação do lançamento. O contribuinte pode retificar a declaração. Após o lançamento, o SP verificar erro seu ou da autoridade, que implique na redução ou exclusão do mesmo, poderá impugnar o lançamento tributário EX: ITBI, II. � � � � LANÇAMENTO POR HOMOLOGAÇÃO Ocorre quando o sujeito passivo verifica a ocorrência do fato gerador, calcula o tributo e realiza o pagamento, independentemente de qualquer atuação prévia da autoridade administrativa. Esta apenas irá verificar posteriormente se o pagamento foi realizado corretamente, momento em que irá efetivar a homologação do lançamento tributário. O SP antecipa o pagamento do tributo (art. 150, CTN). EX: ICMS, IPI, IR, ITCMD. ATIVIDADE DE ARBITRAMENTO � � � De acordo com o Art. 148 do CTN, a Autoridade Administrativa poderá arbitrar valor ou preço de bens, direitos e serviços, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo; ATIVIDADE DE ARBITRAMENTO TÉCNICA DE TRIBUTAÇÃO O SP pode apresentar elementos contestatórios, de forma a demonstrar os valores que entender devidos. ALTERAÇÃO DO LANÇAMENTO TRIBUTÁRIO 1. 2. 3. Ainda que o SP tenha sido notificado do lançamento, conforme o Art. 145 do CTN, ele poderá ser alterado em 3 situações: POR IMPUGNAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO o contribuinte recebe a notificação do lançamento mas não concorda com os valores apurados, apresentando impugnação administrativa ou judicial. MEDIANTE RECURSO DE OFÍCIO interposto pela autoridade competente da primeira instância, sempre que a decisão exonerar o SP do pagamento do tributo e das multas POR INICIATIVA DE OFÍCIO DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA, NOS CASOS PREVISTOS NO ARTIGO 149 possibilidade de o Fisco realizar o lançamento de ofício e à revisão de ofício do lançamento tributário. CRÉDITO TRIBUTÁRIO E DECADÊNCIA � � � � O crédito tributário representa o momento da exigibilidade da relação jurídico-tributária. Assim, quando o SP pratica o fato gerador, o Fisco somente poderá exigir o cumprimento da obrigação se constituir o crédito por meio do lançamento. A constituição desse crédito deve ocorrer no prazo de 5 anos. Após isso, o Fisco perde o direito de lançar, ocorrendo a decadência, prevista nos artigos 173 e 150 do CTN. Art.173 marco inicial o primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido efetuado. Art. 150 a contagem se inicia na data da ocorrência do fato gerador. � � Os tributos sujeitos ao lançamento por homologação respeitam a regra do art. 150, §4° do CTN, assim: Se o SP recolhe um valor inferior de ICMS, cujo fato gerador ocorreu no dia 05 de maio de 2013, o Fisco terá 5 anos para constituir o crédito tributário, contados a partir dessa data, assim a decadência se consuma em 05 de maio de 2018. Os tributos sujeitos ao lançamento de ofício e declaração, bem como os casos que houver fraude, dolo, simulação ou ausência de pagamento (dos tributos sujeitos à homologação), sujeitam-se à regra do art. 173, I, do CTN. Se o Fisco deixar de lançar o IPTU de 2013, o Município terá 5 anos para realizar o lançamento, contatos do dia 1º de janeiro de 2014. A decadência se consuma portanto em 1º de janeiro de 2019. � Existe ainda a decadência prevista no art. 173, II do CTN, que dá o direito de a Autoridade Administrativa proceder ao lançamento tributário em 5 anos, contados da decisão definitiva que houver anulado o lançamento anteriormente efetuado. Um SP praticou um fato gerador de IPI no dia 25 de maio de 2015. o Fisco teria 5 anos para constituir o crédito, decaindo o direito em 25 de maio de 2020. Ocorre que no dia 20 de maio de 2020, o lançamento foi feito, mas pela Autoridade incompetente. Tempestivamente, o SP impugnou o lançamento. A autoridade profere decisão anulando o lançamento. Assim, contato dessa data, a autoridade competente tem mais 5 anos para constituir o crédito. PRESCRIÇÃO � � � � Uma vez constituído o crédito tributário, a autoridade administrativa deverá cobrar o sujeito passivo no prazo de 5 anos, a contar da constituição definitiva para a Fazenda ajuizar a execução fiscal (art. 174, CTN). PERDA DO DIREITO DO FISCO DE COBRAR O CRÉDITO TRIBUTÁRIO, CONSTITUÍDO POR MEIO DO LANÇAMENTO. Por meio da notificação do lançamento, o Fisco confere ao SP um prazo para o pagamento amigável ou apresentar impugnação. Durante esse prazo não corre a prescrição. O CTN considera que o vencimento do prazo ocorre 30 dias depois de notificado o SP. Passado esse prazo, inicia-se o prazo prescricional. CAUSAS DE SUSPENSÃO � Uma vez constituído o crédito tributário, essepoderá ser exigido pelo SA. Assim, o SP deverá pagá-lo, sob pena de sofrer os efeitos da mora. No entanto, existem situações em que a Fazenda não poderá exigir determinado tributo, em virtude da existência de causas de suspensão da exigibilidade, previstas no art. 151, CTN. I - moratória; II - o depósito do seu montante integral; III - as reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo; IV - a concessão de medida liminar em mandado de segurança. V – a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; VI – o parcelamento. � MORATÓRIA (artigos 151, I, 152 a 155 do CTN) MORATÓRIA GERAL PRECISA APENAS DE LEI MORATÓRIA INDIVIDUAL PRECISA DE LEI E DESPACHO DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS PRINCIPAIS SOMENTE PODE SER CONCEDIDA PELO ENTE QUE DETÉM COMPETÊNCIA TRIBUTÁRIA NÃO GERA DIREITO ADQUIRIDO EXCEÇÃO: A União pode conceder moratória para tributos municipais e estaduais, desde que conceda simultaneamente para tributos federais. � � � � Depósito do montante integral faculdade do SP, utilizado em casos em que o contribuinte ingressa na esfera judicial, para suspender a exigibilidade e a fluência dos juros. Ao final da demanda, se o SP tiver razão, o dinheiro é devolvido. Caso seja vencido, o depósito é convertido em renda para o ente federativo. As reclamações e os recursos, nos termos das leis reguladoras do processo tributário administrativo menos custosa, pois discute o crédito na esfera administrativa. Concessão de medida liminar suspensão judicial da exigibilidade. Caso seja reconsiderada, o crédito voltará a ser exigido acrescido de juros. Parcelamento comportamento voluntário do SP em negociar o pagamento do tributo em aberto. EXTINÇÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO � Causas em que ocorrem a extinção do crédito. (Art. 156, CTN) I - o pagamento causa natural, deve ser integral. II - a compensação reciprocidade entre credor e devedor. Deve ocorrer entre o mesmo Ente, e deve ser previsão legal. III - a transação concessões mútuas, acordos com o Fisco dentro das possibilidades previstas na Lei IV – remissão perdão do crédito tributário, juros e multas. V - a prescrição e a decadência VI - a conversão de depósito em renda quando ocorre o depósito do montante integral, e há decisão desfavorável ao contribuinte. VII - o pagamento antecipado e a homologação do lançamento VIII - a consignação em pagamento (art. 164, CTN) IX – decisão administrativa irreformável refere-se à decisão administrativa favorável ao SP. X - a decisão judicial passada em julgado quando for favorável ao SP. XI – a dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei. EXCLUSÃO DO CRÉDITO TRIBUTÁRIO � � � � A isenção e a anistia consistem em causa de inibição do lançamento do tributo, previstas no art. 175, CTN. Ocorre o fato gerador, porém não haverá o lançamento. ISENÇÃO DISPENSA LEGAL DO PAGAMENTO DE TRIBUTOS ANISTIA PERDÃO, CONCEDIDO POR LEI, DAS PENALIDADES PECUNIÁRIAS GARANTIAS E PRIVILÉGIOS � � � GARANTIAS prerrogativas que a Fazenda Pública dispõe para fazer com que o sujeito passivo efetue o pagamento do tributo. PRIVILÉGIOS consistem em sua ordem de preferência, numa posição de vantagem quanto aos demais. Artigos 183 a 193 do CTN. � � � O Fisco apresenta inúmeras garantias para o recebimento da dívida tributária, pois praticamente a totalidade dos bens do sujeito passivo responde para a satisfação do crédito, com exceção dos ABSOLUTAMENTE impenhoráveis e os bens de família; Presume-se fraudulenta a alienação realizada por sujeito passivo regularmente inscrito em dívida ativa, que dilapidar o seu patrimônio de forma a não resguardar bens suficientes para o pagamento da dívida tributária. O artigo 186 do CTN deixa claro que o crédito tributário tem preferência a qualquer outro, independentemente de sua natureza, com exceção dos créditos de natureza trabalhista e de acidente de trabalho.
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