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Veja 13 Set 2017 - Prêmio pela Incompetência

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ESPECIAL CORRUPÇÃO
SÃO MUITAS EMOÇÕES Pezão e Maia selam o projeto de resgate: 
malandragem, finanças estouradas e socorro federal
PRÊMIO À 
INCOMPETÊNCIA
Acordo libera 11 bilhões de reais para o governo do Rio 
quitar as despesas e os salários atrasados. Quem vai pagar 
essa conta? Todos os brasileiros b ia n c a a lva r en g a
113
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ESPECIAL CORRUPÇÃO
ATOLADO EM DIVIDAS, o Rio
de Janeiro está prestes a ser resga­
tado. Em um acordo oficializado 
nesta semana por Rodrigo Maia, 
que cumpria o seu último dia co­
mo presidente em exercício duran­
te a viagem de Michel Temer à 
China, o governo federal deu um 
afago bilionário e para lá de gene­
roso ao estado quebrado. Até 
2020,41 bilhões de reais deverão 
reforçar o caixa fluminense, por 
meio do alívio provisório de dívi­
das e novas concessões de em­
préstimos. Combinado ao espera­
do ajuste nas despesas e aumento 
nas receitas, o aporte poderá che­
gar a 63 bilhões de reais nos pró­
ximos anos. Assim o estado con­
seguirá honrar a folha de paga­
mentos, qu itar aposentadorias 
atrasadas e pagar a fornecedores. 
Maia, presidente da Câmara, de­
putado federal pelo Rio de Janeiro 
e possível candidato ao governo
estadual em 2018, verteu lágrimas
*
durante a assinatura do acordo: “E 
uma emoção muito grande poder 
participar deste momento, na de­
fesa do nosso estado. Sabemos a 
d ificu ldade que tivem os para 
aprovar o projeto na Câmara”.
Tensas, as negociações dura­
ram sete meses. Apesar de tam ­
bém estar em uma situação fiscal 
de aperto, o governo federal re­
solveu abrir mão da cobrança da 
dívida do governo flum inense 
com o Tesouro por até seis anos. 
Pelo menos 30 bilhões de reais 
deixarão de en trar no caixa da 
União. Para liberar dinheiro de 
um lado, o governo precisa tomar 
em prestado de outro: todos os 
brasileiros darão a sua contribui­
ção para o resgate do Rio, estado 
que adm inistrou com imprevi- 
dência bru tal as suas finanças 
nos governos de Sérgio Cabral e 
Luiz Fernando Pezão. O BNDES 
contribuirá com um empréstimo 
de 3,5 bilhões de reais, parte dos 
11 bilhões previstos, montante a 
ser usado para quitar as despesas 
mais urgentes do estado. Só mes­
mo as artimanhas da política pa­
ra justificar a participação nessa 
transação de um banco público 
cuja função deveria ser o finan­
ciamento de empresas e projetos 
de infraestrutura. Como garantia, 
o banco contará com ações em 
bolsa da Cedae, com panhia de 
água e esgoto do Rio, o que só foi 
possível depois da aprovação da 
privatização da estatal.
O caos financeiro do Rio nas­
ceu do aum ento explosivo do
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ESPECIAL CORRUPÇÃO
gasto com folha de pagamento de 
pessoal, tanto de servidores da 
a tiva com o de aposen tados e 
pensionistas. Entre 2009 e 2015, 
os recursos destinados ao funcio­
nalismo quase triplicaram. O es­
tado cobriu o aumento astronô­
mico do custo salarial com as re­
ceitas extraordinárias da explo­
ração do pré-sal. Quando o preço 
do barril do petróleo caiu e os 
royalties encolheram , o rombo 
apareceu. Atualm ente, 70% da 
arrecadação estadual está com­
prometida com o salário do fun­
cionalismo, patam ar acima dos 
60% permitidos pela Lei de Res­
ponsabilidade Fiscal, sancionada 
em 2000. O Tribunal de Contas 
do Estado (TCE) deveria ser o 
responsável por não permitir que
tal limite fosse ultrapassado, mas 
na prática até ajudou o governo a 
adotar uma metodologia malan­
dra para ocultar o estrago. Com 
a perm issão do TCE, o estado 
abatia o valor arrecadado com 
royalties do montante gasto com 
funcionalismo — não há, obvia­
mente, nenhuma justificativa fis­
cal ou lógica para ta l método. 
Mas, aqui, a pedalada fiscal, em 
vez de punida, agora está sendo 
premiada. Caso a União não es­
tendesse a mão ao governo flu­
m inense, o Rio continuaria no 
vermelho até pelo menos 2023. 
O efeito seria mais atraso de pa­
gamento de salários, aposenta­
dorias e contratos. Um caos. Sem 
ajustes, entretanto, o socorro fi­
nanceiro terá vida curta. ■
S|S

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