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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA 99ª VARA DO TRABALHO DE BELÉM - PA RT nº: XX BANCO DINHEIRO BOM S.A., inscrito no CNPJ sob o nº..., com sede na Rua..., nº..., bairro..., CEP:..., Belém / PA, com endereço eletrônico Email..., vem por meio de seu advogado abaixo subscrito conforme preceitua o art. 106, 1 do CPC, com endereço na Rua..., nº..., bairro..., CEP:..., cidade..., Email..., nos termos do documento de outorga de mandato anexo, vem, com base no artigo 769 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), combinado com o artigo 335do Código de Processo Civil CPC, respeitosa e tempestivamente, perante Vossa Excelência, apresentar sua resposta em forma de CONTESTAÇÃO Na RECLAMAÇÃO TRABALHISTA que lhe move Paula, já qualificada na inicial, pelas razões de fato e de direito a seguir expostas. I - DA PRELIMINAR DE MÉRITO A inicial da reclamante é inepta na forma do art. 337, IV do CPC, pois o seu pedido de devolução dos descontos do seu plano de saúde e dos dependentes em sua folha de pagamento, não apresentam causa de pedir, portanto deverá V. Exa. Reconhecer da preliminar de mérito, com a extinção da presente reclamação trabalhista sem resolução do mérito na forma do art. 485, I do CPC. II - DO MÉRITO 1 - O NÃO CABIMENTO DA EQUIPARAÇAÕ SALARIAL A reclamante relata em sua inicial que foi admitida em xxx para exercer a função de gerente geral de agência de pequeno porte por 4 (quatro) anos, período em que trabalhou para a reclamada, sendo que informou que ganhava R$ 8.000,00 (oito mil reais) mensais, além da gratificação de função no percentual de 50% a mais que seu cargo efetivo, alegando que seu salário era inferior ao do funcionário João Petrônio, que percebia R$ 10.000,00 (dez mil reais), sendo gerente de agência de grande porte atendendo contas de pessoas físicas e jurídicas. Diante de tal fato, a reclamante esta requerendo a equiparação salarial com as diferenças salariais e seus reflexos durante todo o contrato de trabalho, o que não deve prosperar, pois as funções exercidas eram diferentes pois o funcionário paradigma informada é gerente geral de pessoa física e jurídica, enquanto a reclamante era gerente geral de uma agência de pequeno porte e que somente atendia pessoa física. Portanto o pedido de equiparação salarial, das diferenças e seus reflexos não devem prosperar, conforme preceitua o art. 461 da CLT. 2- DO CARGO DE CONFIANÇA/INAPLICABILIDADE DE HORAS EXTRAS É importante ressaltar que Reclamante exercia a função de gerente-geral de agência bancária, e por ocupar cargo de confiança ou sejacargo de gestão, inclusive acrescido de 50% (cinquenta por cento) como gratificação de função, não esta sujeito a controle de jornada de trabalho. Ocorre que são indevidas horas extraordinárias quando o empregado exerce cargo de gestão e recebe 40% ou mais como gratificação de função, enquadrando-se na situação prescrita no art. 62, II e paragrafo único, da CLT. Esta situação é ratificada pela Súmula 287 do Tribunal Superior do Trabalho TST, quando leciona que o gerente-geral de agência bancária presume-se em cargo de gestão, aplicando-se lhe o que prescreve o art. 62 da CLT, não cabendo, assim, o pagamento de horas extraordinárias. Portanto o pedido da Reclamante deve ser julgado improcedente, porque a mesma não faz jus ao pagamento das horas trabalhadas além da jornada normal de trabalho, por exercer cargo de confiança e receber 50% de gratificação de função, tampouco são devidos os seus reflexos. 3 - O NÃO CABIMENTO DO ADICIONAL DE TRANSFERÊNCIA A Reclamante alega em sua inicial que foi transferida de São Paulo para Belém, após um ano de serviço, tendo lá fixado sua residência com a família, e por conta disso requereu o adicional de transferência e seus reflexos. Vale destacar que há previsão de transferência para empregados que exercem cargo de confiança no art. 469, § 1º, e § 3º, da CLT. Porém, a Orientação Jurisprudencial 113 da Seção de Dissídios Individuais, Subseção 1 (OJ-113-SDI-1) do TST, aduz que esta transferência está apta a legitimar a percepção do adicional de transferência, se for de forma provisória, o que não é o caso da situação em tela. Sendo assim, o pedido da reclamante deve ser julgado improcedente, pois a transferência foi definitiva, onde não há pagamento para sessa modalidade, pois o referido adicional somente é devido quando da transferência provisória. 4 – DA DEVOLUÇÃO DOS DESCONTOS DOPLANO DE SAÚDE A reclamante assinou, em sua admissão, autorização de desconto relativo ao plano de saúde, tendo indicado dependentes. No entanto, na inicial, está requerendo a sua devolução. Deve-se esclarecer, entretanto, que os descontos salariais efetuados pelo empregador, autorizado pelo empregado por escrito, integrando planos de assistências médico-hospitalar, entre outros, aduzidos na Súmula 342 do TST, C/C OJ 160 SDI – 1 TST, em beneficio do empregado e de seus dependentes, não afrontam a disposição do art. 462 da CLT,salvo se demonstrada a coação ou outro defeito praticado pelo empregador, o que não foi o caso. Portanto, deve ser julgado improcedente o pedido de devolução dos descontos relativos ao plano de saúde. 5 – DO NÃO CABIMENTO DA MULTA DO ARTIGO 477, DA CLT Requer a Reclamante a multa do art. 477, § 8º, da CLT, tendo em vista que as verbas foram pagas no dia 16/02/2017, sendo que a dispensa se deu em 06/02/2017. Na ocasião do pagamento, se deu a homologação, segundo Paula, um dia após o prazo. Verifica-se que o prazo de dez dias prescrito no art. 477, § 6º, b, da CLT, contado da notificação da demissão, exclui o dia da notificação e inclui o dia do vencimento, de acordo com a OJ – SDI – 1 – 162 do TST. Desta forma, o prazo terminou exatamente no dia 16/02/2017. Portanto não pode prosperar o pedido da reclamante referente ao artigo 477 III- DA DOUTRINA E JURISPRUDÊNCIA Processo AIRR 9738420115010011 Orgão Julgador 3ª Turma Publicação DEJT 09/05/2014 Julgamento 30 de Abril de 2014 Relator Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira Ementa AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA - DESCABIMENTO. 1. BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA. FIDÚCIA ESPECIAL. CONFIGURAÇÃO. O recurso de revista se concentra na avaliação do direito posto em discussão. Assim, em tal via, já não são revolvidos fatos e provas, campo em que remanesce soberana a instância regional. Diante de tal peculiaridade, o deslinde do apelo considerará, apenas, a realidade que o acórdão atacado revelar. Esta é a inteligência da Súmula 126 do TST. Não há que se falar em pagamento, como extras, das horas trabalhadas além da 6ª diária, quando comprovado o exercício de cargo de confiança, em face da configuração de fidúcia especial bancária. 2. PARCELA VARIÁVEL -MY BEST-. ÔNUS DA PROVA. Nos termos dos arts. 818 da CLT e 333, I e II, do CPC, incumbe ao autor o ônus da prova dos fatos constitutivos de seu direito, e ao réu, a prova dos fatos impeditivos, modificativos ou extintivos do direito postulado . Não desincumbindo-sesatisfatoriamente o reclamante do ônus que lhe competia, indevidas as diferenças postuladas. Agravo de instrumento conhecido e desprovido. IV – DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS Com o advento da E C 45/2004, foi ampliada a competência da Justiça do Trabalho para outras demandas, portanto conforma preceitua o art. 23 da Lei nº 8906/94, os honorários sucumbenciaissão devidos ao Advogado. Súmulas 219 e 329 do TST. V - DOS PEDIDOS Diante do exposto requer a Vossa Excelência: 1 - O acolhimento da preliminar de mérito de inépcia da petição inicial, devendo a presente reclamação trabalhista ser extinta sem resolução de mérito; 2 – A improcedência total da presente reclamação trabalhista pelos fatos e fundamentos apresentados; 3 - A condenação da reclamante ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios. VI - DAS PROVAS Requer a produção de todos os meios de provas em direitos admitidos em especial documental, documental superveniente, testemunhal e depoimentopessoal das partes na forma do art. 369 do CPC Nestes termos, Pede deferimento Local e Data Advogado OAB/UF Nº
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