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Page 382 O DIREITO COLETIVO DO TRABALHO 1. As relações individuais e coletivas do trabalho 2. Movimento associativista 3. A organização sindical 4. O sindicato: definição, características e finalidades 5. Entidades sindicais 6. Unidade e pluralidade sindical 7. Enquadramento e contribuições sindicais 8. A negociação coletiva 9. Os conflitos coletivos do trabalho 10. Formas de solução dos conflitos coletivos 11. As convenções e acordos coletivos do trabalho A GREVE 1. Conceito e natureza jurídica 2. Tipos e finalidade da greve 3. Lockout Page 383 INTRODUÇÃO Antes de começarmos... Uma pequena reflexão: É Direito Coletivo ou Direito Sindical? (CORREIRA, 2016, CERS) Page 384 INTRODUÇÃO DIREITO SINDICAL Utilizada por Amauri Mascaro Nascimento Leva em conta o SUJEITO Leva em consideração uma perspectiva subjetiva da disciplina, na medida em que toma por referencial a entidade sindical e sua organização estrutural. DIREITO COLETIVO DO TRABALHO Utilizada por Maurício Godinho Delgado Leva em conta a MATÉRIA Baseia-se em uma perspectiva objetiva, tendo por referencial o resultado da atuação das entidades sindicais, notadamente o estudo dos instrumentos que põem fim nos conflitos coletivos e nos efeitos deles emergentes. (MARTINEZ, 2016) Page 385 INTRODUÇÃO Sim... Mas... É direito Coletivo ou Sindical? Existem relações coletivas em que o sindicato não está envolvido, como as que envolvem o MPT, por exemplo. (CORREIRA, 2016, CERS) Page 386 INTRODUÇÃO Assim, a nomenclatura mais indicada, é DIREITO COLETIVO DO TRABALHO (CORREIRA, 2016, CERS) Page 387 INTRODUÇÃO É UM RAMO AUTÔNOMO? NÃO! ESTÁ DENTRO DO DIREITO DO TRABALHO (CORREIRA, 2016, CERS) Page 388 INTRODUÇÃO Relação Empregado x Empregador ≠ Relação Sindicato x Empregador (CORREIRA, 2016, CERS) Page 389 INTRODUÇÃO Empregado Empregador Quem é mais forte? Quem pesa mais? O capital. O empregador. Há hipossuficiência do empregado em relação ao empregado. Sindicato dos Empregados Sindicato dos Empregadores Quem é mais forte? Quem pesa mais? Em condição de igualdade. Não há hipossuficiência. Direito Individual Direito Coletivo (CORREIRA, 2016, CERS) Page 390 INTRODUÇÃO A união faz a força! Não se aplica no Direito Coletivo: O PRINCÍPIO DE PROTEÇÃO AO TRABALHADOR O PRINCÍPIO DA CONDIÇÃO MAIS BENÉFICA (CORREIRA, 2016, CERS) Page 391 INTRODUÇÃO Direito Coletivo Organização Sindical Negociação Coletiva Acordos Coletivos Convenções Coletivas Greve (CORREIRA, 2016, CERS) Page 392 ORGANIZAÇÃO SINDICAL Confederações (nacional) Federações (estadual) Sindicatos Sistema Confederativo Centrais Sindicais Entidades de grau superior (CORREIRA, 2016, CERS) Page 393 SINDICATOS Pra que serve? Art. 8º, CR/88: É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: III - ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, inclusive em questões judiciais ou administrativas; (CORREIRA, 2016, CERS) Page 394 SINDICATOS PERGUNTA: CRA, OAB, CREA, CRM (E DEMAIS ASSOCIAÇÕES CIVIS) SÃO SINDICATOS? (CORREIRA, 2016, CERS) Page 395 SINDICATOS SINDICATO ≠ ASSOCIAÇÃO As associações também são criadas para a defesa de determinada categoria, assim como o sindicato. Os membros da associação não gozam de estabilidade; não têm poderes para firmar acordos coletivos e convenções coletivas; não têm poderes para fazer homologações contratuais. (CORREIRA, 2016, CERS) Page 396 SINDICATOS: CONCEITO A CLT não conceitua. Prof. Henrique Correia: Sindicato é a pessoa encarregada de representar uma coletividade, e, ainda, é quem representa e materializa a categoria em âmbito judicial e extrajudicial (CORREIRA, 2016, CERS) Page 397 SINDICATOS: CONCEITO O sindicato é a única pessoa legitimada a representar a categoria. Excepcionalmente pode passar à federação, confederação ou grupo de empregados. Deverá haver voluntariedade para o funcionamento do sindicato. Ou seja, será livre a filiação ao sindicato. Também haverá independência. Ou seja, não poderá haver ingerência estatal e tampouco empresarial. (CORREIRA, 2016, CERS) Page 398 SINDICATOS ORGANIZADOS EM CATEGORIAS Categoria Econômica Categoria Profissional Categoria Profissional Diferenciada Page 399 SINDICATOS CATEGORIA ECONÔMICA Solidariedade de interesses econômicos dos que empreendem atividade idênticas, similares ou conexas EMPREGADORES Page 400 SINDICATOS CATEGORIA PROFISSIONAL Similitude de condições de vida oriunda da profissão ou trabalho comum, em situação de emprego na mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas EMPREGADOS OBS: Para identificar a categoria profissional, é necessário, primeiro, verificar a categoria econômica. Por exemplo, um pedreiro que trabalha em uma escola não pertence à categoria da construção civil, mas à dos estabelecimentos de ensino. Page 401 SINDICATOS CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA Entende-se por categoria profissional diferenciada o agrupamento daqueles que, pelo exercício de profissões ou funções extremamente singulares, mantêm, na forma do § 3º do art. 511 da CLT, um vínculo social básico pautado na solidariedade de interesses laborais. Assim, serão integrantes de uma categoria profissional diferenciada não apenas os trabalhadores que tenham uma lei que regulamente sua profissão (por exemplo, os advogados, os médicos, os engenheiros, os vendedores viajantes), mas também aqueles que, embora não tendo estatuto profissional especial, têm uma vida laboral distinta da de outros trabalhadores ordinários (por exemplo, os motoristas rodoviários). EMPREGADOS Page 402 SINDICATOS CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA Quem define é a lei. Decisão Judicial e Instrumento coletivo não são lei, não podem definir categoria diferenciada! Artigo 577, anexo, da CLT prevê exemplos: Músicos; Ascensoristas; Telefonistas; Etc.... Advogados e Bancários, por exemplo, não estão neste rol mas são considerados como categoria profissional diferenciada. Page 403 SINDICATOS CATEGORIA PROFISSIONAL DIFERENCIADA Participação na negociação: A empresa só tem obrigação de cumprir as determinações da categoria profissional diferenciada se tiver participado das negociações. UMA VEZ FIRMADAS ENTRE SINDICATOS, APLICA-SE A TODO O SETOR – CCT. Súmula nº 374 do TST: NORMA COLETIVA. CATEGORIA DIFERENCIADA. ABRANGÊNCIA. Empregado integrante de categoria profissional diferenciada não tem o direito de haver de seu empregador vantagens previstas em instrumento coletivo no qual a empresa não foi representada por órgão de classe de sua categoria. (ex-OJ nº 55 da SBDI-1 - inserida em 25.11.1996). Page 404 SINDICATOS SINDICATO DOS EMPREGADOS TERCEIRIZADOS Como não são empregados do TOMADOR, não possuem direitos ligados à esta atividade. A categoria destes empregados será o da emprega fornecedora de mão-de-obra, da empresa intermediadora. CRÍTICA GODINHO: Pulveriza os empregados e atividades – reduz o poder destes empregados – Possui entendimento isolado que precisava ser ligado à tomadora de serviços. Exemplo: sindicatos dos terceirizados em educação, sindicato dos terceirizados em supermercados, etc. Page 405 SINDICATOS SINDICATO DOS EMPREGADOS EM SINDICATOS Antigamente, o sindicato de determinada categoria quando conquistava vantagens/direitos, os seus empregados também conquistavam de forma automática Art. 10, Lei 4.725/65(Lei do Processo dos Dissídios Coletivos). Os ajustamentos de salário fixados em decisões da Justiça do Trabalho, aprovados em julgamento de dissídios coletivos ou em acordos homologados, serão aplicados, automaticamente, nas mesmas condições estabelecidas para os integrantes das categorias profissionais litigantes ou interessadas, aos empregados das próprias entidades suscitantes e suscitadas, observadas as peculiaridades que lhes sejam inerentes, ficando, desde logo, autorizado o reajustamento das respectivas verbas orçamentárias. Ocorre que, atualmente, precisa-se de um sindicato de categoria econômica para um sindicato profissional. Começou-se a falar, e então, em um sindicato para trabalhadores de sindicatos. Nas localidades onde não houver sindicatos dos trabalhadores em sindicatos, continua como era antes. Page 406 SINDICATOS FUNDAÇÃO E REGISTRO PJ JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO PERSONALIDADE JURÍDICA: REGISTRO NO CRCPJ PERSONALIDADE SINDICAL: REGISTRO NO MTE Art. 8º, CR/88 É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; Page 407 SINDICATOS SINDICATOS E OIT Nº 87 PRINCÍPIO DA UNICIDADE SINDICAL Art. 8º, CR/88 É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: II - é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município; DECORRE DA NÃO RATIFICAÇÃO PELO BRASIL DA CONVENÇÃO INTERNACIONAL Nº 87 DA OIT Page 408 SINDICATOS FILIAÇÃO GARANTIA DA LIVRE FILIAÇÃO TAMBÉM AOS APOSENTADOS (QUE PODEM, INCLUSIVE, CANDIDATAR-SE) NULIDADE CAS CLAUSULAS DE ACORDO OU CONVENÇÃO QUE PREVEJAM A FILIAÇÃO AUTOMÁTICA, QUE PROIBAM OU DIFICULTEM A DESFILIAÇÃO Art. 8º, CR/88 É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: V - ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato; Page 409 SINDICATOS ORGANIZAÇÃO CONFORME PREVISÃO DO SEU ESTATUTO VEDADA A INTERFERÊNCIA E A INTERVENÇÃO ESTATAL Art. 8º, CR/88 É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: I - a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização sindical; Page 410 SINDICATOS ORGÃOS ASSEMBLÉIA GERAL: É o órgão responsável pela criação da própria entidade sindical e que, em última análise, delibera sobre todas as mais importantes matérias da vida associativa. A rigor, apesar da sua força constituinte, o mencionado órgão está submetido a um estatuto que delimita todo o procedimento necessário às apurações dos votos e à formalização das decisões. Quórum para votação é o do Estatuto, não o da CLT (vedação da intervenção estatal). Page 411 SINDICATOS ORGÃOS ASSEMBLÉIA GERAL: Publicidade (convocação): Precisa ser feito em jornal de circulação nos municípios da base territorial do sindicato ou em forma prevista do Estatuto (não bastando a publicação em meios oficiais). em cada um dos Municípios componentes da base territorial. Evidentemente, se a base territorial for de apenas um Município, unicamente nele há de circular o edital de convocação. Necessidade da real participação dos membros nas deliberações do sindicato. Page 412 SINDICATOS ORGÃOS DIRETORIA Incumbida da administração, da chefia, do controle ou da gerência de assuntos atinentes à entidade sindical. FINALIDADE: Administração e Representação da categoria ESCOLHA DOS MEMBROS: Feita por eleição secreta e direta via Assembléia Geral. MANDATO: Art. 522 da CLT – 03 anos – Existe discussão se são válidos ou não – NA PRÁTICA: não são cumpridos. NÚMERO DE MEMBROS: no mínimo 3 – no máximo 7. Page 413 SINDICATOS ORGÃOS CONSELHO FISCAL Responsável pela fiscalização da gestão financeira da entidade sindical. Formado por 3 membros eleitos pela assembleia geral NÃO TEM ESTABILIDADE PROVISÓRIA DE EMPREGO: pois não representam nem atuam na defesa de direitos da categoria, tendo a sua competência limitada à fiscalização da gestão financeira. Page 414 SINDICATOS ORGÃOS DELEGACIA SINDICAL Delegados sindicais não são eleitos – São indicados. Não é órgão obrigatório no sindicato. NÃO POSSUI ESTABILIDADE. NÃO TEM ESTABILIDADE PROVISÓRIA DE EMPREGO Page 415 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO SISTEMA DE CUSTEIO OU FINANCIAMENTO Para a sobrevivência do Sindicato. Financiado pela própria categoria. Page 416 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA Antigamente chamada de IMPOSTO SINDICAL Art. 8º, IV, CRFB/88 c/c Ars. 578 a 610, CLT. Art. 8º, IV, CRFB/88 - a assembleia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei. Quem deve contribuir? T-O-D-O-S-!-!-! Empregados (filiados ou não); Empregadores (filiados ou não); Profissionais liberais e autônomos; servidores públicos; avulsos. Page 417 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA OAB – ORDEM DOS ADVOGADOS DO BRASIL Lei nº 8906/1994 Isentos da Contribuição Obrigatória Previsão expressa na Lei (Estatuto da Ordem) ADIn 2522/2001 PROFISSIONAIS LIBERAIS: Art. 584 da CLT Com base em lista de contribuintes feita pelos sindicatos No mês de fevereiro ATIVIDADES SEM SINDICATO: Recolhimento será feito com base em lista de Federação ou Confederação sindical Page 418 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA EMPREGADOS: 1 dia de trabalho Descontada no mês de março e repassada em abril Quem estiver desempregado, vai ser descontado no mês que se empregar, salvo se comprovar que já recolheu EMPREGADORES: Com base no capital social da empresa No mês de janeiro Não há repasse para as centrais sindicais Page 419 SINDICATOS CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - EMPREGADOS Page 420 SINDICATOS CONTRIBUIÇÃO SINDICAL - EMPREGADORES 5% 15% 60% 20% Confederações - 5% Federações - 15% Sindicato - 60% Conta Especial de Emprego e Salário - FAT - 10% Page 421 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Isentas de recolher para o SINDICATO PATRONAL a contribuição sindical A contribuição dos seus empregadores, para o sindicato da categoria profissional, continua sendo obrigatória EMPRESA SEM EMPREGADO: Julgado do TST Neste caso, não há recolhimento para o sindicato da CATEGORIA ECONÔMICA Page 422 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO CONTRIBUIÇÃO SINDICAL OBRIGATÓRIA MICRO E PEQUENAS EMPRESAS Isentas de recolher para o SINDICATO PATRONAL a contribuição sindical A contribuição dos seus empregadores, para o sindicato da categoria profissional, continua sendo obrigatória EMPRESA SEM EMPREGADO: Julgado do TST Neste caso, não há recolhimento para o sindicato da CATEGORIA ECONÔMICA Page 423 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO CONTRIBUIÇÃO CONFEDERATIVA Previsão no art. 8º, IV, CRFB/88 FINALIDADE Custear o sistema confederativo COMO ELA É FIXADA? Fixada em Assembléia Geral QUEM DEVE CONTRIBUIR? Somente o filiado ao sindicatoNa prática: cobra de todo mundo – É ERRADO!!!! Page 424 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL OU ASSOCIATIVA Previsão no art. 513, CLT e em norma coletiva FINALIDADE Cobrir os custos que o sindicato teve durante o processo de negociação (carros de som, assessoria jurídica, viagens, etc.) QUEM DEVE CONTRIBUIR? Somente o filiado ao sindicato Page 425 SINDICATOS CUSTEIO DO SINDICATO MENSALIDADE SINDICAL Previsão no art. 548, CLT e em norma coletiva FINALIDADE Financiar as atividades do sindicato: colônia de férias, clube, barbearia, dentista, etc. Finalidade recreativa QUEM DEVE CONTRIBUIR? Somente o filiado ao sindicato Page 426 SINDICATOS REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO SINDICALISTA Nos termos do § 2º do art. 543 da CLT, o tempo em que o empregado ausentar-se do trabalho no desempenho das funções sindicais é considerado de licença não remunerada. Durante esse ínterim o dirigente ou o representante sindical não receberá salário do empregador, e sim honorários de atuação pagos pela própria entidade sindical, conforme previsão constante do parágrafo único do art. 521 da CLT. Page 427 SINDICATOS REMUNERAÇÃO DO EMPREGADO SINDICALISTA Há, entretanto, situações em que o próprio empregador oferece espontaneamente licença remunerada ou a tanto é obrigado por norma coletiva. Nesses casos, que, em regra, beneficiam os principais diretores (o diretor-presidente, por exemplo), o trabalhador ficará integralmente à disposição da entidade sindical. Page 428 ENTIDADES DE GRAU SUPERIOR SÃO AS FEDERAÇÕES E CONFEDERAÇÕES Defendem categorias específicas: Art. 533 CLT Se organizam em categorias rígidas, tal qual o sindicato Confederações (nacional) Federações (estadual) Sindicatos Sistema Confederativo Centrais Sindicais Entidades de grau superior Page 429 ENTIDADES DE GRAU SUPERIOR FEDERAÇÃO Art. 534, CLT: É facultado aos Sindicatos, quando em número não inferior a 5 (cinco), desde que representem a maioria absoluta de um grupo de atividades ou profissões idênticas, similares ou conexas, organizarem-se em federação. NO MÍNIMO 05 SINDICATOS DAQUELA CATEGORIA TÊM ÂMBITO ESTADUAL, POSSUINDO SEDE NA CAPITAL DOS ESTADOS OBJETIVO: COORDENAR INTERESSES E REUNIR OS SINDICATOS. SUA CONSTITUIÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA, MAS APENAS FACULTATIVA. Page 430 ENTIDADES DE GRAU SUPERIOR CONFEDERAÇÃO Art. 535, CLT: As Confederações organizar-se-ão com o mínimo de 3 (três) federações e terão sede na Capital da República. NO MÍNIMO 03 FEDERAÇÕES DAQUELA CATEGORIA TÊM ÂMBITO FEDERAL, POSSUINDO SEDE EM BRASÍLIA OBJETIVO: COORDENAR AS FEDERAÇÕES E SINDICATOS DO SEU SETOR SUA CONSTITUIÇÃO NÃO É OBRIGATÓRIA, MAS APENAS FACULTATIVA. AS CONFEDERAÇÕES SÃO LEGITIMADOS ESPECIAIS PARA PROPOR ADIn – Art. 103, IX, CRFB/88 – Necessário demonstrar a Pertinência Temática (Legitimidade + Interesse) – Não havendo confederação, sindicatos nacionais e federações não possuem legitimidade para ADIn. Page 431 ENTIDADES DE GRAU SUPERIOR 1. CONSELHO DE REPRESENTANTES (ASSEMBLÉIA GERAL) Administrar a entidade Mínimo de 03 membros – não possui máximo representante sindical e suplente eleitos para o conselho de representantes de federação ou confederação possuem estabilidade provisória de emprego de dirigente sindical 2. DIRETORIA: Administrar a entidade Mínimo de 03 membros – não possui máximo NÃO POSSUEM ESTABILIDADE DE DIRIGENTE SINDICAL 3. CONSELHO FISCAL 03 membros NÃO POSSUEM ESTABILIDADE DE DIRIGENTE SINDICAL Page 432 CENTRAIS SINDICAIS SURGIMENTO E PREVISÃO LEGAL Década de 60 – Visibilidade nas greves na década 80 Antes – Portaria MTE 3.100/85 (Ex. CUT) Atual – Lei nº 11.648/2008 PROTEÇÃO AOS TRABALHADORES Única e exclusivamente para defender os trabalhadores Não há paralelismo – Não existe centrais sindicais de empregadores (classe econômica) Sindicais são, na verdade, redes de organizações sindicais OPERÁRIAS NÃO TEM LEGITIMIDADE PARA FIRMAR ACORDOS E CONVENÇÕES Page 433 CENTRAIS SINDICAIS FILIAÇÃO Sindicatos Federações Confederações DAS MAIS DIVERSAS CATEGORIAS – NÃO HÁ SISTEMA RÍGIDO DE CATEGORIAS ATRIBUIÇÃO Art. 1o A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, constituída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas: I - coordenar a representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais a ela filiadas; e II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores. Coordenar e participar de negociações coletivas Page 434 CENTRAIS SINDICAIS ESTABILIDADE CENTRAIS SINDICAIS A LEI DAS CENTRAIS SINDICAIS É OMISSA JULGADO TST (GODINHO): DIRIGENTES POSSUEM ESTABILIDADE PROVISÓRIA DE EMPREGO DE DIRIGENTE SINDICAL CONTRIBUIÇÃO CENTRAIS SINDICAIS DIREITO A 10% DA CONTRIBUIÇÃO DOS EMPREGADOS NÃO RECEBEM A PARTE DOS EMPREGADORES Page 435 NEGOCIAÇÃO COLETIVA Arts. 611 a 625 da CLT Súmula 277 do TST OJ’s nº 05, 16, 20, 26, 30 e 31 da SDC do TST PRINCÍPIO DA AUTORREGULAMENTAÇÃO OU DA CRIATIVIDADE JURÍDICA – Instrumento coletivo é a lei entre as partes – Possui força de norma jurídica PREVISÃO CONSTITUCIONAL: Art. 7º, XXVI, e Art. 8º, VI. Tá no acordo ou convenção? Tem força de Lei! ACT | CCT Page 436 NEGOCIAÇÃO COLETIVA Art. 7º, CR/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição social: XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho. Art. 8º, CR/88 - É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte: VI - é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho. Page 437 NEGOCIAÇÃO COLETIVA INSTRUMENTOS COLETIVOS ACORDO COLETIVO - firmado pelo sindicato da categoria profissional (trabalhadores) com uma ou mais empresas. O alcance das normas firmadas no acordo serão aplicáveis no âmbito da empresa ou empresas acordantes, ou seja, aplicação a todos os empregados, independentemente de filiação ao sindicato. CONVENÇÃO COLETIVA - firmado pelos sindicatos da categoria profissional (trabalhadores) e sindicato da categoria econômica (empregadores). O alcance das normas coletivas, firmada na convenção, não se limita aos filiados, mas a todo o âmbito das respectivas representações. Page 438 NEGOCIAÇÃO COLETIVA INSTRUMENTOS COLETIVOS ACORDO COLETIVO CONVENÇÃO COLETIVA Fixadas condições de trabalho que serão aplicadas aos contratos individuais de trabalho Fixadas condições de trabalho que serão aplicadas aos contratos individuais de trabalho Aplicável a todos os trabalhadores, filiados e não filiados ao sindicato Aplicável a todos os trabalhadores, filiados e não filiados ao sindicato Mais restrito (apenas aos empregados da empresa negociante) Mais abrangente (todos os empregados da categoria) Page 439 NEGOCIAÇÃO COLETIVA INSTRUMENTOS COLETIVOS ACORDO COLETIVO: Art. 611, §1º, CLT SINDICATO DOS TRABALHADORES + EMPRESA(S) CONVENÇÃO COLETIVA: Art. 611, caput, CLT SINDICATO DOS TRABALHADORES + SINDICATO DOS EMPREGADORES Page 440 NEGOCIAÇÃO COLETIVA UM ACORDO E UMA CONVENÇÃO PODEM TER VIGÊNCIA SIMULTÂNEA DENTRO DE UMA MESMA EMPRESA? SIM!!!!! Neste caso, aplica-se o instrumento mais favorável ao trabalhador, no seu todo. Não se pode ter o melhor dos dois mundos. Teoria do Conglobamento – Adotada pelo TST Page 441 NEGOCIAÇÃOCOLETIVA PRAZO DE VIGÊNCIA Art. 614, § 3º, CLT: Não será permitido estipular duração de Convenção ou Acordo superior a 2 (dois) anos. Prazo máximo de 02 (dois anos) Não existe, no Brasil, prorrogação automática Não tem prazo mínimo Não pode ser por prazo indeterminado. ADERÊNCIA LIMITADA POR REVOGAÇÃO OU ULTRATIVIDADE RELATIVA – Uma vez firmado o ACT ou CCT, somente pode ser modificado por uma nova negociação (pode viger além dos dois anos). Súmula nº 277 do TST: CONVENÇÃO COLETIVA DE TRABALHO OU ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. EFICÁCIA. ULTRATIVIDADE. As cláusulas normativas dos acordos coletivos ou convenções coletivas integram os contratos individuais de trabalho e somente poderão ser modificadas ou suprimidas mediante negociação coletiva de trabalho. Page 442 NEGOCIAÇÃO COLETIVA SENTENÇA NORMATIVA Uma vez provocado o Judiciário, mediante o Dissídio Coletivo (matéria de Processo Coletivo do Trabalho, e não de Direito do Trabalho), ele se manifesta através da Sentença Normativa Poder Normativo da Justiça do Trabalho: decide questões novas, criando novas condições de trabalho para aquela categoria. Tem por finalidade colocar fim a um conflito coletivo Prazo Máximo de 04 anos – Não ocorre a Ultratividade! A súmula 277 do TST se aplica aos ACT e CCT, não à Sentença Normativa. Entendimento minoritário do Prof. Maurício Godinho Delgado: As sentenças normativas também gozam de Ultratividade, aplicando a súmula 277 do TST. Page 443 GREVE FUNDAMENTOS JURÍDICOS Art. 9º CRFB É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender. § 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei. Lei 7.783/1989 (Lei de Greve – Iniciativa Privada) OJs 10, 11 e 38 da SDC CONCEITO: É um direito coletivo, que consiste em paralização dos empregado temporária e pacífica da prestação dos serviços. Page 444 GREVE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO Prevista no art. 37, VII, CRFB (dispositivo constitucional de Eficácia Limitada) Mandados de Injunção com efeito erga omnes: Diante da falta de lei para regular a greve no serviço público, o Supremo Tribunal Federal decidiu que, enquanto não for elaborada tal regulamentação, valem as regras previstas para o setor privado (Lei nº 7.783/89). Não se aplica na integralidade: Tem que contemplar a continuidade do serviço público Comunicação com 72 horas antes do movimento Page 445 GREVE GREVE NO SERVIÇO PÚBLICO PARA OS EMPREGADOS PÚBLICOS: Aplica-se na integralidade a Lei 7783/89 PARA OS MILITARES: Vedação expressa de sindicalização e greve Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem. IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve; Page 446 GREVE MODALIDADES GREVE BRANCA: Os empregados permanecem nos postos de trabalho sem comunicar a greve – GREVE ABUSIVA OPERAÇÃO TARTARUGA: Não há uma paralização oficial. Os empregados dizem que vão ser “mais criteriosos” e atrasam todo o trabalho – GREVE ABUSIVA – Ex.: Greve da PF na expedição de passaportes. GREVE TROMBOSE: Paralisam um setor estratégico da empresa, sufocando os demais – GREVE ABUSIVA GREVE POLÍTICA: Greve com cunho político. Não possui viés de melhorar condições de vida da classe – GREVE ABUSIVA Dissídio coletivo. Greve. Nomeação para reitor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC. Protesto com motivação política. Abusividade material da paralisação. Embora a Constituição da República, em seu art. 9º, assegure o direito de greve de forma ampla, os interesses suscetíveis de serem defendidos por meio do movimento paredista dizem respeito a condições próprias de trabalho profissional ou de normas de higiene, saúde e segurança no ambiente de trabalho. (...) Page 447 GREVE MODALIDADES GREVE SOLIDÁRIA: Os empregados iniciam a greve em solidariedade a outros colegas – GREVE ABUSIVA – Ex.: funcionários da Volkswagen de outros estrados começaram a ser dispensados em massa, então os funcionários de são Paulo iniciaram uma greve. RESCISÃO DOS CONTRATOS E NOVAS CONTRATAÇÕES Durante a greve, o contrato de trabalho fica SUSPENSO Não há pagamento de salário Não há possibilidade de rescisão Não há possibilidade de novas contratações Exceção: Atividades essenciais da empresa que não podem ser paralisadas (como caldeiras em uma refinaria, por exemplo) Page 448 GREVE PAGAMENTO DE SALÁRIO REGRA GERAL (TST): NÃO HÁ (inclusive no serviço público Quando se inicia um movimento paredista, assume-se o risco de não receber salário, uma vez que o contrato fica SUSPENSO Se, ao final, for feito um acordo coletivo, poderá haver pagamento de salário TEM QUE TER PAGAMENTO DE SALÁRIO QUANDO: A GREVE FOR POR FALTA DE PAGAMENTO DE SALÁRIO QUANDO A PARALISAÇÃO FOR ENCABEÇADA PELO EMPREGADOR (LOCKOUT ) Page 449 GREVE LOCKOUT Paralisação das atividades por parte do empregador com a finalidade precípua de frustrar o movimento paredista por parte dos empregados NÃO É PERMITIDO NO BRASIL Page 450 GREVE GREVE ABUSIVA É AQUELA QUE DESCUMPRE OU QUE EXCEDE OS DIREITOS BÁSICOS PREVISTOS NA LEI DE GREVE ATENDIMENTO MÍNIMO: serviços essenciais OJ nº 38 da SDC/TST: GREVE. SERVIÇOS ESSENCIAIS. GARANTIA DAS NECESSIDADES INADIÁVEIS DA POPULAÇÃO USUÁRIA. FATOR DETERMINANTE DA QUALIFICAÇÃO JURÍDICA DO MOVIMENTO. É abusiva a greve que se realiza em setores que a lei define como sendo essenciais à comunidade, se não é assegurado o atendimento básico das necessidades inadiáveis dos usuários do serviço, na forma prevista na Lei nº 7.783/89. PRÉVIA NEGOCIAÇÃO: a greve deve ser o último recurso OJ nº 11 da SDC/TST: GREVE. IMPRESCINDIBILIDADE DE TENTATIVA DIRETA E PACÍFICA DA SOLUÇÃO DO CONFLITO. ETAPA NEGOCIAL PRÉVIA. É abusiva a greve levada a efeito sem que as partes hajam tentado, direta e pacificamente, solucionar o conflito que lhe constitui o objeto CONTINUIDADE DO MOVIMENTO Art. 14 da Lei de Greve: Constitui abuso do direito de greve a inobservância das normas contidas na presente Lei, bem como a manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da Justiça do Trabalho. Page 451 GREVE GREVE ABUSIVA É AQUELA QUE DESCUMPRE OU QUE EXCEDE OS DIREITOS BÁSICOS PREVISTOS NA LEI DE GREVE Se a greve for considerada abusiva pela Justiça, cabe: Novas contratações Dispensa POR JUSTA CAUSA INTERESSES DEFENDIDOS DURANTE A GREVE SÃO OS TRATADOS PELA ASSEMBLÉIA QUE DEFLAGRA O MOVIMENTO PAREDISTA Page 452 GREVE GREVE SEM LIDERANÇA SINDICAL OU GREVE DOS DISSIDENTES Atualmente, a Justiça do Trabalho considera abusiva Ex.: Greve dos coletores de lixo do Rio de Janeiro, durante o carnaval – Mesmo após a negociação coletiva, os lixeiros decidiram que o sindicato não os representava e continuou o movimento paredista Page 453 GREVE DIREITOS E DEVERES DA GRAVE Art. 6º, Lei de Greve: São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos: I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve; II - a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento. § 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores poderão violar ou constrangeros direitos e garantias fundamentais de outrem. § 2º É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento. § 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa. Page 454 GREVE SERVIÇOS ESSENCIAIS Art. 10, Lei de Greve: São considerados serviços ou atividades essenciais: I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis; II - assistência médica e hospitalar; III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos; IV - funerários; V - transporte coletivo; VI - captação e tratamento de esgoto e lixo; VII - telecomunicações; VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares; IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais; X - controle de tráfego aéreo; XI - compensação bancária. Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade. Page 455 GREVE REQUISITOS MÍNIMOS Comunicação com antecedência de: 72 horas para serviços essenciais 48 horas para os demais serviços
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