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História da América I A expansão marítima espanhola Conteúdos trabalhados - A formação do Estado moderno na Península Ibérica. - A expansão marítima espanhola. - As transformações na cultura europeia moderna após a invenção da América. Argumento fundamental da aula - A crise do feudalismo no século XIV provocou a reorganização social e política da Europa. Após essa crise, surgiram no continente novas estruturas de poder, como a monarquia centralizada e a sedentarização da nobreza. O ethos aristocrático foi mantido, ainda que às custas da subordinação à autoridade real. - Nesse sentido, foi o Estado centralizado quem dirigiu os esforços de recuperação da crise, como, por exemplo, a expansão marítima, que teve, portanto, dimensão aristocrática. Essa dimensão aristocrática foi especialmente clara no caso da expansão marítima ibérica, já que no direito espanhol e português existia o morgadio. - Bibliografia - THOMAZ, Luis Filipe. De Ceuta a Timor. Lisboa: DIFEL, 2007. - KOSELLECK, Reinhart. Estratos do tempo: estudos sobre história. Rio de Janeiro: ContraPonto, 2014. (Cap. 05) As reações ibéricas à Crise - A expansão marítima e comercial europeia é marcada por um paradoxo: a vanguarda do movimento foi ocupada por países que sob nenhum aspecto tinham posição de vanguarda no continente europeu. - Nesse sentido, surge a questão: o que explica o pioneirismo ibérico na Expansão marítima? - Desenvolvimento da Marinha. - Posição geográfica privilegiada. - A cultura cruzadística. - A centralização política. - O estatuto jurídico do morgadio. A inversão da pirâmide de Antigo Regime na Península Ibérica - De acordo com Luiz Felipe Tomaz, ao longo do século XVI, alguns censos demonstram que as sociedades ibéricas possuíam uma característica peculiar, algo que o autor chama de “inversão da pirâmide produtiva de Antigo Regime”. - O autor argumenta que nas outras sociedades europeias de Antigo Regime, cerca de ¾ da população estava diretamente envolvida com atividades produtivas, o que não acontecia na Península Ibérica, onde esse índice é de apenas 1/3, o que torna esses países mais suscetíveis às crises de produção. - Portanto, o Sistema de Dominação Colonial Mercantilista foi fundamental para a manutenção dos Estados modernos ibéricos, que se transformaram em uma espécie de entreposto entre os seus impérios e o restante da Europa. A fundação do Estado moderno espanhol - A criação do Estado Moderno espanhol foi marcada pelo casamento entre Fernando, rei de Aragão, e Isabel, Rainha de Castela. Fernando, Rei de Aragão. Isabel, Rainha de Castela (1452-1516) (1451-1504) - No antigo regime, o casamento significa estratégia no campo das relações internacionais. Dessa forma, os reinos espanhóis avistaram uma solução para a crise: a formação de um império. - Com a junção de Castela e Aragão, aconteceu a retomada da reconquista. Isso significou, o esforço de buscar na expansão as alternativas para a crise das rendas senhoriais, oriundas da crise do século XIV. - Aragão tinha uma vocação mediterrânica e Castela uma vocação eminentemente atlântica. A partir de então, através da eminente ação de Aragão (expansão para o Mediterrâneo) vai se formar um Império na Europa. Por outro lado, Castela em sua expansão atlântica, vai ter importante atuação na conquista da América. As rotas da expansão marítima ibérica A América no imaginário europeu moderno - Quando aconteceu o contato entre os sistemas culturais europeus e os ameríndios, aconteceu uma das maiores transformações da história humana. Essas transformações foram recíprocas e se manifestaram em todas as esferas da cultura europeia. - O historiador alemão Reinhart Koselleck afirma que o “descobrimento da América” marcou profundamente a cultura europeia naquilo que se refere à temporalização da utopia. - “As possibilidades espaciais de situar as utopias na finitude da superfície da nossa terra haviam se esgotado. Os espaços utópicos haviam sido ultrapassados pela experiência. A melhor solução para escapar dessa pressão experiencial acumulada era simples, mas precisava ser encontrada. Se a utopia não podia mais ser estabelecida nem na nossa terra presente nem no além, era preciso recuar para o futuro.” (KOSELECK; 2014, p. 124). E nas sociedades Ameríndias? Como as estruturas sociais, políticas, culturais e econômicas foram transformadas pelo contato com a Europa, que se traduziu na forma da conquista e da colonização? Como a América se inseriu nas redes do sistema de dominação colonial mercantilista?
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