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SUGESTÃO DE GABARITO CARACTERÍSTICAS DA NORMA JURÍDICA

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Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos casos concretos, a saber:
 
Caso Concreto 1
Características da norma jurídica
Carlota Silveira, proprietária de imóvel alugado para Raimundo Honorato, já perdeu as esperanças de receber os aluguéis em atraso ou reaver seu imóvel . Isto porque Raimundo vive dando desculpas esfarrapadas, há mais de seis meses, para não pagar o aluguel ou deixar o imóvel.
Sem saber o que fazer, ela  procura Dr. Elesbão, famoso advogado do local, que a orienta a notificar Raimundo para pagar o que deve em determinado prazo, sob pena de despejo, e mostra a Carlota o art. 65 da lei 8.245/91 (Lei do Inquilinato) que assim dispõe:
 
 Art. 65. Findo o prazo assinado para a desocupação, contado da data da notificação, será efetuado o despejo, se necessário com emprego de força, inclusive arrombamento.
Pergunta-se:
 
Qual a principal característica da norma jurídica que se percebe no artigo acima citado? Justifique.
Gabarito sugerido: Coercibilidade: A norma jurídica tem, necessariamente, a chancela do Estado. Ela é impositiva, é imposta à sociedade (daí a expressão direito positivo!). Ela desfruta, então, de coercibilidade, o que implica dizer que seu cumprimento pode ser efetivado até mesmo com o emprego da violência! O descumprimento de uma norma jurídica de conduta pode ensejar a coerção contra o infrator, ou seja, o emprego da violência autorizado pelo próprio Estado. À pressão psicológica (vis compulsiva), contida nos dizeres de uma norma, se segue a imposição da força (vis corporalis ou materialis). 
 
Na lei n. 8245, de 18 de outubro de 1991, que dispõe sobre as locações dos imóveis urbanos e os procedimentos a elas pertinentes, é possível encontrar as demais características das normas jurídicas? Fundamente. 
Gabarito sugerido: Sim. 
A) abstratividade: a lei não trata de um contrato de aluguel em particular, mas impõe-se a qualquer um.
 
Generalidade: a Lei 8.245 impõe-se tanto aos locadores quanto aos locatários em geral.
Imperatividade: a Lei 8.245 é obrigatória, devendo ser obedecida.
Heteronomia: a Lei 8.245 foi elaborada pelo legislador para ser aplicada a cada um dos contratantes numa relação de locação.
Bilateralidade atributiva: Por conta do previsto nesta lei, a relação jurídica entre locador e locatário deve resultar na atribuição garantida de uma pretensão ou ação.
 
Caso Concreto 2 
Tema: Características da Norma
Mario dirigindo seu automóvel BMW/2005, em alta velocidade, atropelou Carla. Hospitalizada, Carla submeteu-se a duas cirurgias, ficando impossibilitada de exercer suas atividades laborativas pelo prazo de três meses. Tendo em vista os prejuízos que lhe foram causados, a vítima ajuizou ação de ressarcimento por danos morais e materiais sofridos, com pedido julgado procedente para condenar Mario ao pagamento de R$ 50.000,00. Mario deixou de cumprir a decisão, razão pela qual teve seu carro penhorado e alienado judicialmente para suportar a dívida.
O juiz, para fundamentar sua decisão, baseou-se nos artigos 186 e 927 do CC, que determinam o seguinte: Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito; Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Identifique, no caso, a partir da análise dos artigos de lei acima, as seguintes características da norma jurídica:
Abstração, generalidade, imperatividade, heteronomia, coercibilidade e bilateralidade atributiva.
Sugestão de Gabarito: Características da Norma Jurídica:
a)   Abstração: visando atingir o maior número possível de situações, a norma jurídica é abstrata, regulando os casos dentro do seu denominador comum, ou seja, como ocorrem via de regra. Se o método legislativo pretendesse abandonar a abstratividade em favor da casuística, para alcançar os fatos como ocorrem singularmente com todas as suas variações e matizes, além de se produzir leis e códigos muito mais extensos, o legislador não lograria o seu objetivo, pois a vida social é mais rica do que a imaginação do homem e cria sempre acontecimentos novos e de formas imprevisíveis. (NADER, p. 85). No caso: previsão legal das hipóteses.
b)   Generalidade: a norma jurídica é preceito de ordem legal que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. (NADER,p. 85) No caso: aplicação das normas jurídicas a Mario.
c)   Imperatividade: o caráter imperativo da norma significa imposição de vontade e não mero aconselhamento. (NADER, p. 85). No caso: as normas jurídicas citadas são obrigatórias, devendo ser obedecidas.
d)   Heteronomia: as normas de direito são postas pelo legislador, pelos juízes, pelos usos e costumes, sempre por terceiros, podendo coincidir ou não os seus mandamentos com as convicções que as pessoas têm sobre o assunto. Pode-se criticar as leis, mas deve-se agir de conformidade com elas, mesmo sem lhes dar adesão de nosso espírito. Isto significa que elas valem objetivamente, independentemente, e a despeito da opinião e do querer dos obrigados. Essa validade objetiva e transpessoal das normas jurídicas, as quais se põem acima das pretensões dos sujeitos de uma relação, superando-as na estrutura de um querer irredutível ao querer dos destinatários, é o que se denomina heteronomia. Foi Kant o primeiro pensador a trazer à luz essa norma diferenciadora, afirmando ser a moral autônoma e o direito heterônomo. O direito é heterônomo, visto ser posto por terceiros aquilo que juridicamente somos obrigados a cumprir. (REALE, p. 48/49). No caso: de nada adianta Mario querer furtar-se ao cumprimento da lei, uma vez que sua vontade não interfere na existência, vigência e validade das normas jurídicas.
e)    Coercibilidade: possibilidade do uso da coação; uso da força a serviço do direito. É a possibilidade de o mecanismo estatal utilizar a força a serviço das instituições jurídicas. (NADER, p. 86). No caso: penhora e alienação judicial do carro de Mario para reparação dos danos causados a Carla.
f)   Bilateralidade Atributiva: é uma proporção intersubjetiva, em função da qual os sujeitos de uma relação ficam autorizados a pretender, exigir, ou a fazer, garantidamente algo. Da relação jurídica entre duas ou mais pessoas deve resultar a atribuição garantida de uma pretensão ou ação, que pode se limitar aos sujeitos da relação ou estender-se a terceiros. (REALE, p. 51). No caso: o direito exercido por Carla de ver reparados os danos causados por Mario.
QUESTÃO 03
Fazer uma abordagem acerca do que vem a ser o ordenamento jurídico, apontando os componentes que o integram.
Sugestão de gabarito: Aqui o aluno deve mencionar as leis como integrantes do ordenamento jurídico e todas as demais espécies de fontes das quais o Poder Judiciário se utiliza para dar soluções aos casos concretos, a saber: jurisprudências, súmulas, doutrina, analogia etc. Cabe ao acadêmico elaborar sua própria resposta dentro de uma visão conceitual subjetiva, com base nas aulas ministradas.
QUESTÃO 04
No sentido restrito, de acordo com a doutrina de Salvo Venosa, qual s distinção se faz entre regra e norma?
Sugestão de gabarito: A regra, restritamente conceituada, diz respeito às ordens de conduta advindas da moral, da religião e dos usos sociais, enquanto a norma equivale à norma criada pelo legislador e imposta a toda sociedade como um comportamento obrigatório, cuja inobservância gera uma sanção para o indivíduo transgressor.

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