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III Curso de Aperfeiçoamento em Enfermagem em Terapia Intensiva Neonatal - ME/UFRJ “Atualidades e Boas Práticas no Contexto da Assistência de Enfermagem em Neonatologia” Aleitamento Materno no recém-nascido prematuro: atualidades e evidências para a prática de enfermagem Enfª Laura Johanson da Silva Doutora em Enfermagem – EEAN/UFRJ Tutora do Método Canguru ALEITAMENTO EXCLUSIVO Somente leite materno ALEITAMENTO MATERNO PREDOMINANTE Além do leite materno, água, chás ou sucos ALEITAMENTO MATERNO Qualquer quantidade diária de leite materno, independente de estarem recebendo ou não outros alimentos DESMAME Aleitamento materno interrompido ao longo do seguimento CATEGORIAS DO ALEITAMENTO MATERNO (OMS/OPAS,1991) Relevância epidemiológica • Estudo brasileiro constatou a prevalência de aleitamento materno exclusivo de 36% na alta hospitalar, aumentando para 54,7% após a implantação da IHAC. • Estudo constatou a prevalência de AME na alta hospitalar de 58,3% e de 22,2% aos seis meses de vida. Bicalho-Mancini PG, Velásquez-Meléndez G. Aleitamento materno exclusivo na alta de recém-nascidos internados em berçário de alto risco e os fatores associados a essa prática. J Pediatr (Rio J). 2004;80(3):241-8. Czechowski AE, Fujinaga CI. Seguimento ambulatorial de um grupo de prematuros e a prevalência do aleitamento na alta hospitalar e ao sexto mês de vida: contribuições da Fonoaudiologia; Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2010;15(4):572-7. ALEITAMENTO MATERNO BENEFÍCIOS PARA O PREMATURO • Papel imunológico • Maturação gastrointestinal • Desempenho neurocomportamental • Vínculo mãe-filho • Maturação da coordenação sucção/deglutição • Saturação de oxigênio • Temperatura corporal Fatores imunológicos Fatores de Proteção Imunológica: específicos e não-específicos. o Específicos: IgA, IgG, IgM e IgE. o Não-específicos: fator bífidus (lactobacilo), fator de resistência, lisozima, lactoferrina, interferon. o Fatores não-solúveis: neutrófilos, macrófagos e linfócitos. O leite materno é o mais indicado para o prematuro, pois, nas primeiras quatro semanas, contém alta concentração de nitrogênio, proteínas com funções imunológicas, lipídeos totais, ácidos graxos, vitaminas A, D e E, cálcio e energia, quando comparado ao leite de mães de neonatos a termo. Leite materno prematuro • Estudo que mediu a pressão arterial de 216 crianças entre 13 a 16 anos que ao nascerem prematuras receberam leite materno doado de banco ou fórmula concluiu que o consumo de leite materno foi associado com menor pressão arterial mais tarde em crianças nascidas prematuramente. Há evidência de efeitos benéficos a longo prazo do leite materno e a dieta do início da vida está relacionada à programação de um fator de risco cardiovascular. Singhal A, Cole TJ, Lucas A. Early nutrition in preterm infants and later blood pressure: two cohorts after randomised trials. Lancet. 2001, 357(9254):413-9 Efeitos a longo prazo do leite humano Leite materno prematuro Os macronutrintes, cálcio, fósforo, magnésio, zinco e sódio são mais abundantes. Contém nutrientes importantes para o crescimento do tecido nervoso: taurina, ácidos graxos de cadeia longa, ácido docosa-hexaenóico, araquidônico. Possui ácidos graxos ômega 3, essenciais para que haja o desenvolvimento normal da retina, juntamente com outras substâncias antioxidantes, como a vit. E, betacaroteno e taurina. Possui fator antiinflamatório: interleucina IL-10. Contém mais anticorpos e mais células brancas que o leite maduro. Contém mais proteína, IgA e lactoferrina que o leite maduro, portanto, com maior capacidade antiinfecciosa, o que o torna mais adequado às necessidades de um bebê prematuro do que qualquer leite infantil industrializado. • Estudo realizado com 1.433 bebês de extremo baixo peso comparou a incidência de broncodisplasia pulmonar e morte entre crianças que não receberam ou receberam leite humano nos primeiros 28 dias de vida. Houve uma redução na incidência de broncodisplasia pulmonar ou morte com a ingestão de leite humano, diretamente relacionado com o volume de consumo desse leite. Programas de lactação destinados a aumentar a disponibilidade de leite humano para bebês com extremo baixo peso devem ser incentivados. Duara S. et al. Human Milk as Protection Against Bronchopulmonary Dysplasia (BPD) in Extremely Low Birth Weight Infants (ELBW). NICHD Neonatal Research Network. 2004. Broncodisplasia e leite humano PROTEÇÃO CONTRA INFECÇÕES 1 Mãe se infecta 2 As células brancas da mãe produzem anticorpos para protegê-la 3 Alguns leucócitos vão ao seio e ali produzem anticorpos 4 Os anticorpos contra a infecção materna são secretados no leite para proteger o bebê. OMS/CDR/93.6 22 Elo broncoenteromamário Prolactina: Prolactina: Chave para Chave para ativar o ativar o mecanismo da mecanismo da lactalactaçção. ão. ÉÉ responsresponsáável vel pela pela PRODUPRODUÇÇÃO.ÃO. Ocitocina: Ocitocina: Chave para Chave para ativar o ativar o mecanismo da mecanismo da ejeejeçção. ão. ÉÉ responsresponsáável vel pela pela LIBERALIBERAÇÇÃO/ ÃO/ DESCIDA DO DESCIDA DO LEITE.LEITE. REFLEXO DE OCITOCINAREFLEXO DE OCITOCINA AJUDAMAJUDAM o reflexo! PreocupaPreocupaçção, dão, dúúvidas vidas Dor , vergonhaDor , vergonha Ansiedade, stressAnsiedade, stress CansaCansaçço o ÁÁlcool, fumolcool, fumo INIBEMINIBEM o reflexo! Pensar no bebê Pensar no bebê com carinho.com carinho. Ouvir os sons do Ouvir os sons do bebê.bebê. Olhar o bebê.Olhar o bebê. CONFIANCONFIANÇÇA!A! Aspectos importantes do posicionamento Posição confortável para mãe e bebê; Mãe relaxada; Não pinçar o mamilo entre os dedos, se a mama for volumosa, a mãe pode segurar a mama em posição de oferta; Não é necessário limpar a aréola; No início, para estimular a descida do leite, pode-se massagear as mamas. Em seguida pode-se extrair algumas gotas de leite, para a aréola ficar mais macia e facilitar a protusão do mamilo; O bebê deve estar calmo e alerta; não estar chorando; Se o bebê estiver sonolento, estimulá-lo com delicadeza, se estiver chorando, acalentá-lo antes da mamada; Levar o bebê ao peito e não o peito ao bebê. • O corpo do bebê deve ficar inteiramente virado, de frente, e bem próximo ao corpo da mãe. • A cabeça e a coluna do bebê devem estar alinhadas. • As nádegas (se o bebê for pequeno) devem estar apoiadas pela mão da mãe • O queixo deve tocar a mama e a boca de frente para a região aréolo-mamilar 1. O posicionamento do bebê abocanhamento do mabocanhamento do mááximo ximo posspossíível da arvel da arééola e ordenha ola e ordenha do seio por compressão da do seio por compressão da llííngua contra o pngua contra o páálatolato Pega corretaPega correta Aspectos importantes da boa pega Numa boa pega, a língua está sobre a gengiva e as bordas dos lábios viradas para fora, “boca de peixe”. Lábios apertados indicam pega inadequada. Para corrigir: com as pontas dos dedos desvirar suavemente os lábios para fora; Mama parece arredondada, não repuxada; Se a pega for correta, não é necessário continuar a apoiar o peito. Não é necessário a mãe pressionar a mama para baixo tentando facilitar a respiração (‘dedos em tesoura’). Bebê bem posicionado e com boa pega mantém as narinas livres. • A boca do bebê está bem aberta • Os lábios estão virados para fora • A língua do bebê está acoplada em torno da região aréolo-mamilar • As bochechas permanecem arredondadas. • Pode-se observar mais aréola acima do que abaixo da boca do bebê. • Pode-se ouvira deglutição do bebê. 2. A pega 17 SINAIS DE UMA PEGA INCORRETA • O queixo do bebê não toca o seio. • A boca não está bem aberta. • O lábio inferior está apontando para frente ou virado para dentro. • Vê-se a mesma quantidade de aréola acima e abaixo da boca do bebê. • Nota-se esforço das bochechas durante a mamada. • Pode-se ouvir estalidos agudos durante a mamada ("beijinhos"). Que diferenças você nota entre essas figuras? 13 Que diferenças você nota entre essas figuras? 12 Os reflexos do bebê de busca ou procura (abertura da boca de forma ampla desencadeado pelo estímulo com os lábios); de extrusão (colocação da língua sobre a gengiva inferior); de sucção (movimento de ondulação rítmico da língua para comprimir o tecido mamário contra o palato duro); preensão reflexa (fechamento rítmico da mandíbula em resposta ao estímulo das gengivas para criação de um gradiente de pressão); deglutição (movimento do leite da faringe para o esôfago, coordenado com a respiração em ciclos de cerca de 1 segundo). 3. Os reflexos do bebê 19 A freqüência e a duração do aleitamento materno são mais baixas nos recém-nascidos pré-termo (RNPT) do que nos a termo. Dois principais fatores: • A dificuldade no estabelecimento e na manutenção de uma produção eficiente de leite por parte da mãe do pré-termo, (estresse, afastamento do seu bebê); e, • A maneira como é realizada a transição da alimentação. Amamentação diante da prematuridade Importantes necessidades do bebê prematuro essenciais para a alimentação oral: • Maturação do sistema gastrintestinal, • Sincronia entre sucção, deglutição e respiração. A sucção e a deglutição, também imaturas, requerem a integração das atividades musculares dos lábios, bochechas, mandíbula, língua, palato, faringe e laringe. Enquanto não houver essa integração a alimentação é feita por gavagem. Amamentação diante da prematuridade Principais Dificuldades • Profissionais da saúde (orientações incorretas ou falta de estímulo, insegurança em relação ao volume ingerido e ganho de peso) • Características do prematuro (imaturidade neurológica, fisiológica, hipotonia muscular e períodos curtos de alerta) • Aspectos sócio-culturais (insegurança materna, dificuldades financeiras e rede de apoio) Cuidados na UTI Neonatal AJUDAR AS MÃES NOS CUIDADOS E NAS MAMADAS • Possibilitar que mãe e bebê se aproximem e estabeleçam contato pele-a-pele • Estimular a ordenha precoce e periódica com armazenamento no Banco de Leite ou oferta imediata na UTIN; • Explicar que mamadas freqüentes e ordenha manual estimulam a produção do leite; • Ajudar a mãe a responder às necessidades do bebê (identificar sinais de fome, desconforto, desejo de contato, etc); • Observar o vínculo mãe-bebê-família; • Orientar e acompanhar a mãe no reconhecimento dos sinais de alerta (bradicardia, apnéia, palidez, cianose, engasgos, hipotonia, etc); • Orientar que alivie as mamas quando estiverem cheias; • Oferecer apoio freqüente nas estimulações e nas mamadas; • Se o bebê estiver sonolento para mamar, massagear suavemente seu corpo, falar com ele, tentar outras posições ou tentar mais tarde. • Orientar a mãe quanto ao cuidado com as mamas (não usar sabonetes e loções nos mamilos, lavar somente no banho, uso de sutiãs confortáveis que não apertem, aplicar leite no final da mamada nos mamilos se estiverem doloridos, ar e sol são benéficos). ESTRATÉGIAS NA AMAMENTAÇÃO DO PREMATURO • Sensibilizar e capacitar equipe • Informar a mãe – vantagens do LM p/ PT • Ordenhar precocemente • Favorecer SNN – seio vazio e dedo enluvado • Proporcionar contato pele-pele – Método Canguru • Acompanhar a evolução diária para a amamentação • Organizar grupo de mães • Usar galactogos- quando necessário 6 Propicie a presença constante e a participação dos pais no cuidado do bebê de baixo peso (Método canguru) 4 a 7 • O Método Canguru contribui com a efetividade da amamentação do recém nascido prematuro pela redução dos sinais de estresse e organização dos estados comportamentais, o que melhora o desempenho da sucção. • Estudo revelou baixos índices de desmame precoce (27,3%) entre bebês que participaram do Método Canguru quando comparados aos percentuais observados em pesquisas realizadas no âmbito nacional. Alves AML, Silva EHAA, Oliveira AC. Desmame precoce em prematuros participantes do Método Mãe Canguru. Rev Soc Bras Fonoaudiol. 2007;12(1):23-8. Método Canguru e Aleitamento Musicoterapia e Aleitamento • Estudo controlado randomizado com 94 mães de RNPT concluiu que a musicoterapia teve efeito significativo no aumento do índice de aleitamento materno. Vianna MN; Barbosa AP; Carvalhaes AS; Cunha AJ. Music therapy may increase breastfeeding rates among mothers of premature newborns: a randomized controlled Trial. J Pediatr. 2011;87(3):206-12. ESTRATÉGIAS NA AMAMENTAÇÃO DO PREMATURO • Antes de iniciar a mamada, inspecionar as mamas (fluxo e congestão) • Orientar a mãe a despertar o bebê delicadamente • Ordenhar o leite anterior • Posturar adequadamente a mãe e o bebê • Estimular o reflexo de busca • Auxiliar na pega • Mamada do leite posterior • Acompanhar a evolução da díade • Atentar para sinais de fadiga, estresse fisiológico O que se observa no corpo... Meu leite é fraco ou insuficiente... Muitas mulheres associam a cor e a consistência do leite com a “força” de seus nutrientes e a capacidade de alimentar, saciar e nutrir seu bebê. Mathur NB, Dhingra D. Perceived breast milk insufficiency in mothers of neonates hospitalized in neonatal intensive care unit. Indian J Pediatr. 2009;76(10):1003-6. Técnicas para facilitar a sucção do prematuro • Posição invertida Apoiado no braço da mãe- mamando do lado oposto Rego,JD.2002 Posição elevada Rego,JD.2002 Técnicas para facilitar a sucção do prematuro • Mão de bailarina POSIÇÃO DE BAILARINA Ajuda um bebê prematuro a mamar 10 11 Técnicas para facilitar a sucção do prematuro Estimulação intra-oral com gotas de leite /dedo enluvado Técnicas para facilitar a sucção do prematuro Estimulação intra-oral com gotas de leite /dedo enluvado ESTIMULAÇÃO MOTORA-ORAL • Está indicada para os RNPT que ainda não estejam sendo alimentados por VO • Seio vazio – dedo enluvado • Reduz o tempo de introdução da VO • Estimula o desenvolvimento motor-oral Sucção não nutritiva • Os reflexos de sucção e deglutição estão presentes a partir da 17ª semana de gestação. • A coordenação de sugar, deglutir e respirar é observada a partir da 32ª - 34ª semana de gestação. • A sucção não nutritiva pode ser observada nos prematuros por volta da 27ª a 28ª semana de gestação. O que é sucção não nutritiva ? É descrita como um padrão organizado e repetitivo de sugadas curtas e estáveis, com pausas longas ou irregulares. Nessa sucção, o bebê faz os movimentos, sem ter a introdução de líquido na cavidade oral. Geralmente realizada com o dedo enluvado durante a gavagem da dieta. • Os parâmetros e indicações, bem como a frequência e duração do estímulo à sucção não nutritiva em bebês prematuros não são unânimes e precisos. • A sucção não nutritiva, associada a estimulação oral, pode contribuir para a melhoria das taxas de amamentação em prematuros de muito baixo peso ao nascer. (Pimenta HP et al. 2008. J Pediatr). • A sucção não nutritiva tem mostrado efeitos benéficos em recém-nascidos menores que 1.500 g, e o comportamento alimentar tem sido associado a melhora no neurodesenvolvimento durante o primeiro ano de vida. (Medoff- Cooper B. 2005, J Perinat Neonatal Nurs). • No estudo randomizadode Rocha et al (2007) o grupo estimulado atingiu capacidade de estar alimentado por sucção 8,2 dias mais cedo que o grupo nao estimulado. (Rocha AD et al. Early Hum Dev. 2007). Sucção não nutritiva Estratégia de estimulação • Estudo de caso-controle com 80 RNPT cuja intervenção foi a exposição ao odor do leite materno durante 3 alimentações diariamente até passar para a alimentação oral. A estimulação com odor do leite materno levou à maturação precoce do RNPT e da sucção. Além disso, contribui para a evolução da sucção que leva à tolerância precoce da alimentação oral com a amamentação. Yildiz A; Arikan D; Gözüm S; Tastekin A; Budancamanak I. The Effect of the Odor of Breast Milk on the Time Needed for Transition From Gavage to Total Oral Feeding in Preterm Infants. J Nurs Scholarsh; 2011;43(3):265-73. AM AO SEIO: QUANDO INICIAR ? Indicadores tradicionais • Estabilidade fisiológica • P ≥ 1500g • IG ≥ 34 sem • Ingestão do volume prescrito Avaliação individual • Estabilidade fisiológica • Reflexo de busca • Sucção presente • Traz a mão até a boca • Estado – alerta , sonolência • Iniciar com peito vazio • IG : 32-33 sem – boa coordenação sucção-deglutição • Posicionamento correto Meier PP Pediatr Ann 2003 Nascimento MBR, Issler H. Aleitamento materno em prematuros: manejo clínico hospitalar. J Pediatr (Rio J). 2004;80(5 Supl):S163-S172. Processo de Alimentação Interação mãe-filho Estado comportamental Desenvolvimento neurológico Maturação fisiológica Mecanismo Oromotor Não sendo o bebê capaz de mamar no peito, faz- se necessária a utilização de métodos alternativos para alimentação. É necessária a realização de mais estudos acerca dos métodos de transição da sonda para o peito em bebês prematuros, quanto às vantagens e desvantagens e a influência nos resultados do aleitamento materno. Amamentação diante da prematuridade • Estudo prospectivo randomizado, controlado com 84 bebês prematuros cujo peso ao nascer foi 1000 a 2500 g concluiu que a utilização de suplementação por sonda nasogástrica durante a transição para a alimentação por via oral aumenta a probabilidade de amamentação na alta, após 3 dias, 3 meses e 6 meses. Kliethermes PA, Cross ML, Lanese MG, Johnson KM, Simon SD. Transitioning preterm infants with nasogastric tube supplementation: increased likelihood of breastfeeding. Journal of obstetric, gynecologic, and neonatal nursing : JOGNN / NAACOG. 1999; 28(3):264-73. Transição para alimentação oral Copo x mamadeira • Estudo controlado randomizado com 83 RNPT concluiu que aqueles que foram alimentados por copo mantiveram o aleitamento materno por maior tempo do que aqueles alimentados por mamadeira. • O uso do copo para a suplementação da amamentação foi associado a maior prevalência de aleitamento materno em prematuros na alta hospitalar. Rocha NM, Martinez FE, Jorge SM. Cup or bottle for preterm infants: effects on oxygen saturation, weight gain, and breastfeeding. J Hum Lact. 2002;18(2):132-8. Collins CT, Ryan P, Crowther CA, Mcphee AJ, Paterson S, Hiller JE. Effect of bottles, cups, and dummies on breast feeding in preterm infants: a randomised controlled trial. BMJ. 2004; 329: 193-8. Pedras CTPA, Pinto EALC, Mezzacappa MA. Uso do copo e da mamadeira e o aleitamento materno em recém-nascidos prematuros e a termo: uma revisão sistemática. Rev. Bras. Saúde Matern. Infant., Recife, 8 (2): 163-169, abr. / jun., 2008 Copo x mamadeira • Estudo que comparou o uso do copo x mamadeira em 56 prematuros (34 IGC) concluiu que os bebês que receberam mamadeira apresentaram mais períodos de queda de saturação abaixo de 90% e de aumento da frequência cardíaca do que aqueles que receberam o alimento por meio do copo/xícara. O volume ingerido foi menor e a duração da alimentação foi maior durante o uso do copo/xícara. Os autores concluíram ser um método seguro para crianças prematuras que estão aprendendo a mamar no seio materno Marinelli KA, Burke GS, Dodd VL. A comparison of the safety of cupfeedings and bottlefeedings in premature infants whose mothers intend to breastfeed. J Perinatol 2001;21:350-5. Como oferecer o leite ordenhado? Como dar o leite com copo? Desperte o bebê, estimulando os seus pezinhos. Acomode o bebê sentado ou semi-sentado em seu colo, de forma que a cabeça em relação ao pescoço forme um ângulo de 90º. Encoste a borda do copo no lábio inferior do bebê, para que o leite toque os seus lábios. O bebê irá lamber e depois tomar o leite. Não despeje leite na boca do bebê. TUBO SUPLEMENTADOR COPO OU SERINGA COM LEITE FITA ADESIVA 10 Translactação ou Relactação - Aumentar a produção de leite ou relactar. Finger-feeding • Treino de sucção ou complemento após seio O que é Amamentação? A ideologia que influencia a A ideologia que influencia a assistência na amamentaassistência na amamentaçção ão éé influenciada pela visão influenciada pela visão biologicista que valoriza a biologicista que valoriza a mulher de acordo com seu mulher de acordo com seu potencial da lactapotencial da lactaçção e reduz o ão e reduz o complexo social e cultural da complexo social e cultural da experiência do ser em experiência do ser em amamentaamamentaçção, negando a ão, negando a singularidades.singularidades. A história ... As percepções da mulher sobre o amamentar não se restringem somente ao período de lactação, mas se apresentam desde a gestação, quando ela considera as possibilidades de como alimentar seu filho e se prepara assumindo posições em relação a essa situação futura. Decisão em amamentar PROCESSO: • Percepção • Interpretação • Atribuição de significados • Experiências anteriores • Tipo de ambiente Imaginário da amamentação X Realidade ao amamentar Confronto prático entre o que sonhou na gestação e o que acontece de fato no puerpério. Bebê sonhado X Bebê real. Desejo de alimentar bem seu filho depois do nascimento X Crenças de que o leite materno pode não alimentar suficientemente (choro do bebê, menor ganho ponderal, aspectos físicos indesejáveis – complicações da amamentação) As redes de apoio • Marido, companheiro, pai do bebê. • Mãe da mãe. • Outros familiares mais próximos. • Família extensiva (amigos, vizinhos, etc). • Profissionais de saúde. • Comunidade (igreja, associação,etc). • Amigos do trabalho/ Empregador/ Empresa. O corpo da mulher e do bebê na AmaMentAção Os sinais expressos pelo corpo do bebê em busca de aconchego, prazer, sucção e alimento (suas expressões e reflexos); A significação/identificação da mãe com as necessidades do bebê; A capacidade do bebê de se abandonar, aninhar e se confortar em seus braços; A forma de oferecer o seio ao bebê e ajudá-lo a abocanhar; A pega do bebê e a forma com que suga o seio; A expressão de saciedade do bebê e o enchimento/esvaziamento dos seios; OcitocinaProlactina Adrenérgicos Endorfinas Algumas repercussões na amamentação para a nutriz, mãe na UTIN • Medo e insegurança quanto à recuperação do filho • Culpa pela perda de peso • Desconfortos • Dor • Cansaço • Desgaste físico e emocional • Comprometimento da liberdade (cotidiano) • Restrição às atividades domésticas, etc. • Risco para individualidade e bem-estar • Vergonha de expor as mamas em público Principais Desafios (necessidades especiais) • Mães subnutridas/desnutridas vivendo em condições desfavoráveis; • Mães com muitos filhos pequenos em casa; • Mães com alta cobrança em relação às tarefas domésticas sem períodos de repouso; • Mães adolescentes que desejam voltar a estudar rapidamente ou mães autônomas que precisam retornar aotrabalho; • Mães que moram em regiões difíceis para deslocamento, acesso a transporte ou não possuem recursos para retornar à maternidade; • Mães com a auto-confiança abalada e sem rede de apoio; • Mães soropositivas para o HIV; • Mães com deficiências físicas; • Mães de outra cultura. • Bebês prematuros extremos e de baixo peso; • Gêmeos; • Bebês com fenda palatina; • Bebês com lesão neurológica; • Bebês com malformação ou cardiopatia; • Bebês com hospitalização prolongada. Principais Desafios (necessidades especiais) Compreensão da prática da amamentação na UTIN •• ExercExercíício multidisciplinar e interdisciplinarcio multidisciplinar e interdisciplinar •• PromoPromoçção e apoio ão e apoio ‘‘intensivointensivo’’ para a amamentapara a amamentaççãoão •• Desafios:Desafios: Identificar os reais motivos na decisão materna de Identificar os reais motivos na decisão materna de desmame ou de manutendesmame ou de manutençção da amamentaão da amamentaçção e identificar ão e identificar as potencialidades do bebê.as potencialidades do bebê. •• Tornar o ambiente (fTornar o ambiente (fíísico e relacional) da UTIN o mais sico e relacional) da UTIN o mais acolhedor possacolhedor possíívelvel •• InserInserçção da mãe/pai nos cuidados e no contexto da UTIN.ão da mãe/pai nos cuidados e no contexto da UTIN. Estou em casa e agora? “Meu bebê só chora, acho que agora não tenho mais leite!” “Está doendo muito... Acho que não vou conseguir.” “Tem que dar peito de madrugada? Estou morta, esse bebê só quer colo.” • Estudo controlado randomizado com 108 binômios mãe- filho concluiu que as mulheres que foram acompanhadas por um conselheiro em amamentação semanalmente por 6 semanas tiveram maior duração do aleitamento materno (em 12 semanas) quando comparadas ao grupo sem conselheiro. • Programas educativos sobre amamentação de prematuros realizados na internação e pós-alta são benéficos para a manutenção do aleitamento materno. Merewood A, Chamberlain LB, Cook JT, Philipp BL, Malone K, Bauchner H. The effect of peer counselors on breastfeeding rates in the neonatal intensive care unit: results of a randomized controlled trial. Arch Pediatr Adolesc Med. 2006;160(7):681-5. Ahmed AH. Breastfeeding preterm infants: an educational program to support mothers of preterm infants in Cairo, Egypt. Pediatr Nurs. 2008;34(2):125-30 A importância do aconselhamento Cuidados após a alta ... • Oferecer e reforçar orientações necessárias na alta (de preferência escrita, além da verbal, se possível com um acompanhante ou familiar). • Informar à mãe, os serviços de apoio disponíveis (grupos, consultas, banco de leite, etc). • Primeira Semana de Saúde Integral. • Na consulta: ouça as dúvidas, observe a mamada, avalie clinicamente o bebê, elogie, informe, sugira, compartilhe, aconselhe, demonstre seu interesse em apoiar a mãe. • Orientações importantes: alimentação da nutriz, ingesta hídrica, repouso freqüente, não uso de drogas, medicamentos, fumo, álcool e cafeína em excesso, cuidados com o bebê, vacinação e reconhecimento dos sinais de alerta. Quais são os maiores desafios para a Enfermagem em relação ao Aleitamento Materno na UTIN? • Educação Permanente; • Revisão de protocolos e fluxos assistenciais; • Garantia de resolutividade e qualidade no atendimento às mães e bebês com dificuldades nos diferentes contextos. • Garantia de continuidade dos cuidados, em nível ambulatorial, de apoio após a alta hospitalar.
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