Buscar

Trabalho Alexandre Completo

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 15 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

O trabalho a seguir trata-se dos seguintes artigos: 
Art. 155 - Sem violência ou grave ameaça: Furto
Art. 157 - Com violência ou grave ameaça: Roubo 
Art. 158 – Extorsão
Art. 159 – Extorsão mediante sequestro
Art. 168 – Apropriação inébita
Art. 171 - Estelionato
 Damos inicio ao Art. 155, sem considerado violência ou grave ameaça: Furto.
Furto é o crime contra o patrimônio consistente em subtrair, para si ou para outrem, coisa alheia móvel. O crime de furto é punível com reclusão, de um a quatro anos, e multa, sendo que, se o criminoso for primário e for de pequeno valor a coisa furtada, poderá o magistrado substituir a pena de reclusão pela de detenção, diminuí-la de um a dois terços ou aplicar somente a pena de multa.
 Coisa a alheia: É o ato de tomar para si aquilo que não está sob a sua legítima posse ou de que não seja de sua propriedade, Ou seja não é seu.
 Nas grandes doutrinas tem se falado muito de furto sem violência e grave ameaça, ou seja se o no furto existir essas duas classificação está o furto desqualificados pois se existir essas duas possibilidades o furto passa de um simples furto para roubo.
 Alguns doutrinadores que falam sobre o furto:
 JOSÉ H. PIERANGELI: 
Afirma que na doutrina há três correntes sobre a tutela jurídica no delito de furto [. A primeira defende que a tutela é apenas em relação à propriedade da coisa. A segunda, que a tutela é apenas em relação àposse da coisa. E a terceira: a tutela jurídica se refere tanto à posse como à propriedade. Há ainda, a nosso ver, uma quarta corrente, a qual admite que a tutela jurídica abarca a posse, a propriedade e a detenção da coisa. 
Palavras, BITENCOURT:
Que além da posse e da propriedade da coisa, admite-se também "a própria detenção como objeto da tutela penal, na medida em que usá-lo, portá-lo ou simplesmente retê-lo representa um bem para o possuidor ou detentor da coisa.
Segundo Bitencourt:
Acolhemos a quarta corrente, e entendemos que o crime se consumará mediante a subtração e consequente posse, direta ou indireta, propriedade ou detenção da coisa. Há doutrina que afirma que a consumação se dará mediante a presença de dois elementos: subtração e posse mansa e tranquila da coisa.
Para Rogério Greco: 
 O furto só e existente quando consumado. “Quando o bem, após ser retirado da esfera de disponibilidade da vítima, vier a ingressar na posse tranquila do agente, mesmo que por um curto espaço de tempo. O agente, portanto, deve ter tido tempo suficiente para dispor da coisa, pois caso contrário, se isso não aconteceu, estaremos diante da tentativa “
Guilherme de Souza Nucci, “O furto está consumado tão logo a coisa subtraída saia da esfera de proteção e disponibilidade da vítima, ingressando na do agente. É imprescindível, por tratar – se de crime material, que o bem seja tomado do ofendido, estando, ainda que por breve tempo, em posse mansa e tranquila do agente”
 Com opiniões de grandes doutrinadores, chego a conclusão de que, para que haja crime de furto devem ser seguidas dois tipos penais sem violência e grave ameaça. Pois, se existir esses dois elementos penais, o furto se desqualifica e passa a ser roubo ou outro tipo penal. Para se ter o crime de furto o bem alheio tem que ser um bem movível ou seja você consiga mover. Exemplo:
Celular
Bicicleta
Computador 
TJ-PA - APELAÇÃO : APL 201230037281 PA
Data da publicação: 13/02/2014
Ementa
APELAÇÃO PENAL. ROUBO SIMPLES. Autoria e materialidade comprovadas. Da ABSOLVIÇÃO por insuficiência de provas. Incabível. DESCLASSIFICAÇÃO para o delito de FRUTO simples. Art. 155, CP. Não cabimento. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA CONDENATÓRIA. RECURSO CONHECIDO E NÃO PROVIDO. DECISÃO UNÂNIME.
1- A defesa entende como insuficientes as provas constantes nos autos para que se enseje a condenação do acusado. No entanto, este não é o entendimento deste E. Tribunal, posto que as provas instruídas neste processo são suficientes e claras para que a condenação do Apelante seja tida como medida acertada para reprimir a prática de delitos de tal natureza. Assim, o édito condenatório encontra-se devidamente amparado, sendo a sua manutenção imperiosa e necessária.
2- No que se refere à desclassificação para o furto simples (art. 155, CP), não entende-se como pertinente o pedido alternativo, posto que em que pese o Apelante não estivesse de fato armado, a grave ameaça foi consumada; característica esta que é medida caracterizadora do delito de Roubo (art. 157, CP).
3- Desta forma, em não havendo outros motivos para que haja a reforma da decisão do Magistrado de Primeiro Grau, mantenham-se os termos da sentença.
4- Recurso conhecido e não provido.
 Em seguida temos o Artigo 157. Com violência ou grave ameaça: Roubo
O crime de roubo é a subtração de coisa alheia móvel, para si e para outrem, que caracteriza o furto, mediante violência ou grave ameaça.
 Trata-se de crime contra o patrimônio em que é atingida, também, a integridade física ou psíquica da vítima. O roubo divide-se em:
Roubo próprio (caput);b) roubo impróprio (§ 1º);
Roubo qualificado pelas circunstâncias (§ 2º);
Roubo qualificado pelo resultado lesão corporal (§ 3º, 1ª parte);
Latrocínio ou roubo qualificado pelo resultado morte (§ 3º, 2ª parte).
 Os objetos jurídicos são o patrimônio, a integridade corporal, a liberdade individual, integridade física e, no latrocínio, a vida do ser humano, sujeito passivo. 
 Sujeito ativo qualquer pessoa (crime comum), menos o proprietário do bem. Sujeito passivo é o proprietário, o possuidor e eventualmente até o detentor, ou mesmo a terceira pessoa que sofra a violência, embora não tenha prejuízo patrimonial.
 Nessa hipótese haverá dois sujeitos passivos: um em relação ao patrimônio e outro em relação à violência.
 O roubo distingue-se do furto porque nele a violência, real ou ficta, é praticada contra pessoa (lesões corporais, ou vias de fato), enquanto no furto qualificado ela é empregada contra a coisa.
 No roubo próprio (art. 157 caput), a violência e a grave são cometidas, praticadas contra a pessoa para a subtração da coisa, ou por qualquer meio, é reduzida a impossibilidade de defesa, para subtração da coisa. Os meios violentos são empregados antes ou durante a execução da subtração, pois são os meios utilizados para a sua efetivação. Roubo impróprio (§ 1º), a violência ou grave ameaça são empregadas logo depois da subtração, a fim de assegurar a detenção do bem, para si ou para outrem, ou assegurar a impunidade do crime, isto é, evitar a prisão em flagrante ou a sua identificação. Ainda, que nem toda violência ou grave ameaça empregada logo depois de subtraída a coisa configurará o crime de roubo impróprio. Roubo qualificado pela lesão corporal de natureza grave é um crime qualificado pelo resultado. O resultado agravador pode advir de culpa ou dolo. O roubo qualificado pelas lesões corporais de natureza grave não se inclui no dos crimes hediondos.
 Consideram-se como tais a lesão grave e a gravíssima. Pode ser produzida em pessoa diversa da vítima que sofre o dano patrimonial. A lesão leve é absorvida pelo crime de roubo. O agravamento da pena aplica-se tanto ao roubo próprio quanto ao impróprio.
 O agravamento da pena aplica-se tanto ao roubo próprio quanto ao impróprio. A consumação ocorre com a subtração da coisa e a produção das lesões corporais graves. Nas hipóteses em que o roubo qualificado é preterdoloso a tentativa é impossível. Já no resultado agravador pretendido a título de dolo, será perfeitamente possível a tentativa, pois o mais grave também era almejado pelo agente.
 Causas de aumento de pena do § 2º: inclui causas de aumento de pena, de 1/3 (um terço) até 1/2 (metade) aplicados ao roubo próprio e ao impróprio. As causas de aumento do § 2º não incidem sobre as formas qualificadas do § 3º, mas somente sobre o roubo na sua forma simples.
TJ-RJ - APELAÇÃO APL 00237434320148190002 RJ0023743-43.2014.8.19.0002 (TJ-RJ)
Data de publicação: 21/01/2015
Ementa: APELAÇÃO. SENTENÇA DE PARCIAL PROCEDÊNCIA. CONDENAÇÃO.ROUBO SIMPLES. ARTIGO 157, CAPUT, DO CÓDIGO PENAL. ABSOLVIÇÃO. FALSA IDENTIDADE. ARTIGO 307 DO CP. RECURSO DO MINISTÉRIO PÚBLICO: a) condenação pelo delito de falsa identidade. IRRESIGNAÇÃO DEFENSIVA QUE PLEITEIA: a) estabelecimento de regime inicial mais brando. DELITO DE FALSA IDENTIDADE. ABSOLVIÇÃO PELO JUÍZO A QUO. MANUTENÇÃO DO JULGADO. ATIPICIDADE DA CONDUTA. DOSIMETRIA. ESTABELECIMENTO DO REGIME PRISIONAL ABERTO PARA INÍCIO DO CUMPRIMENTO DA PENA AFLITIVA, DIANTE DO QUANTUM DA PENA ESTABELECIDO. SENTENÇA QUE SE REFORMA EM PARTE. Absolvição pelo crime de falsa identidade. Possibilidade. Acerto do magistrado sentenciante. A conduta do agente de atribuir nome falso perante a autoridade policial ou judicial, constitui um comportamento acobertado pelo princípio da ampla defesa, consubstanciado na autodefesa e na ideia de não autoincriminação, razão pela qual a absolvição do recorrente, nesse particular, deve ser prestigiada também em sede recursal. Dosimetria. Manutenção da resposta penal no mínimo legal, eis que aplicada pelo juízo de 1º grau de forma razoável e proporcional à espécie. Regime inicial aberto ora estabelecido, diante do quantum da pena aplicado ao sentenciado, réu primário, ex vi legis o art. 33, § 2º, ¿c¿ do CP. CONHECIMENTO DE AMBOS OS RECURSOS. DESPROVIMENTO DO APELO MINISTERIAL. PROVIMENTO DO APELO DEFENSIVO. EXPEÇA-SE OFÍCIO À SEAP.
Finalizando o Artigo 157, vem a seguir o Artigo 158. Que relata o crime de extorsão.
ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa, lucro
 O crime de extorsão é basicamente o fato de o agente coagir a vitima a fazer, não fazer, ou tolerar que se faça algo, mediante emprego de violência ou grave ameaça, com a finalidade de obter vantagem econômica. Trata-se de ação penal publica incondicionada.
 O objeto jurídico protegido é o patrimônio, a integridade física e a liberdade pessoal, que também são tutelados mesmo que de uma forma indireta. O objeto material do crime está contido na expressão “fazer, tolerar que se faça ou deixar de fazer alguma coisa”. Assim, não só a coisa móvel ou imóvel objeto da extorsão, como também a pessoa contra a qual recai o crime. 
 O crime previsto no artigo 158 do Código Penal é um crime comum, de dano, doloso, formal, comissivo ou omissivo (se estiver presente a figura do garantidor), de forma livre, instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente, transeunte ou não transeunte.
 Qualquer pessoa pode ser sujeito ativo. Tratando-se de funcionário público, com a simples exigência de vantagem indevida em razão da função, praticará o crime será de concussão. (art. 316, do CP) Logo, se o crime for praticado sem violência ou grave ameaça restará confirmada o crime de concussão, porém se for praticado com violência ou grave ameaça restará configurado o crime de extorsão.
 Sujeito passivo pode ser: 
Aquele que sofre a violência ou grave ameaça; 
Aquele que faz, deixa de fazer ou tolera que se faça algo; 
Aquele que sofre o prejuízo econômico.
 O elemento subjetivo é o dolo, consubstanciado na vontade de constranger outrem, mediante o emprego de violência ou grave ameaça. É necessário também um especial fim de agir consistente na intenção de obter vantagem econômica. O código não prevê modalidade culposa para este crime.
Momento consumativo tem duas correntes:
1 - Como se trata de crime formal ou crime de consumação antecipada, o tipo penal não exige a produção do resultado naturalístico para a consumação do crime embora seja possível a sua ocorrência. Basta que a vítima, constrangida  pelo emprego da violência ou grave ameaça, faça, tolere que se faça ou deixe de fazer alguma coisa para que o crime se consume; não é exigida a obtenção da indevida vantagem econômica pelo agente. Nesse ínterim observa-se a súmula 96, do STJ “O crime de extorsão consuma-se independentemente da obtenção da vantagem econômica”.
2- A extorsão é crime material. Consuma-se com a produção do resultado — a obtenção da indevida vantagem econômica. Essa posição é minoritária e vencida. A primeira posição é a mais correta, pois o verbo do tipo não é obter vantagem econômica, mas constranger a vítima com essa finalidade. A obtenção da vantagem indevida, por isso, constitui mero exaurimento do crime.
 Tentativa é admissível, haverá tentativa se, praticada a violência ou grave ameaça, a vitima não realizar o comportamento exigido pelo agente. A extorsão é crime formal e plurissubsistente, e, assim, comporta um iter criminis que pode não confirmar-se por circunstâncias alheias a vontade do agente, é necessário que para a configuração da tentativa que o meio de coação empregado seja capaz de intimidar e/ou constranger a vitima, de modo a levá-lo á realização do comportamento almejado pelo agente. Se inidôneo, não iremos falar em tentativa. A extorsão simples vem contida no caput, e prevê pena de reclusão, de 4 a 10 anos e multa.
 Aumento de pena é previsto no § 1º. Embora se trate de causa especial de aumento de pena, é denominada extorsão ‘qualificada’, logo, é conhecida também como qualificadora. As qualificadoras são duas e aumentam a pena em até um terço, são elas:
Cometimento do crime por duas ou mais pessoas. É necessário que os envolvidos sejam coagentes, e não meros participantes, e é exigido que hajam com o mesmo vinculo subjetivo, praticando, juntos, todos os atos executórios do crime.
Com emprego de arma. Pode ser tanto a arma própria, como imprópria. A demonstração de estar armado é suficiente. 
 A extorsão qualificada vem prevista no § 2, e aplica-se á ela o disposto no § 3 do art. 157, ou seja, a mesma sanção (a pena passa a ser de 7 a 15 anos de reclusão, se resultar lesão corporal grave, em virtude da alteração promovida pela Lei n. 9.426/96). É importante saber que para incidir tal qualificadora é exigido que a lesão tenha sido ocasionada por circunstâncias do crime.
 Ao tipo de extorsão qualificada pelo resultado morte será aplicado o preceito sancionatório do latrocínio, reclusão de 20 a 30 anos, sem prejuízo de multa, e foi erigida á categoria de crime hediondo (art. 1, III, da Lei n. 8.072/90), e por se tratar de crime hediondo, o agente estará sujeito a todas as regras mais severas do art. 2 da Lei n. 8.072/90.
 A pena prevista para o “Sequestro relâmpago”, art.158, §3, do CP, é de reclusão, de 6 a 12 anos, além de multa, portanto, maior que a estabelecida para o delito de roubo na forma agravada (em decorrência da privação de liberdade da vitima). Do mesmo modo, o §3 do art. 158 determina a incidência das penas previstas no art. 159, § 2 e § 3, se do crime resultar lesão corporal grave (reclusão, de 16 a 24 anos) ou morte (reclusão, de 24 a 30 anos), portanto, superiores as sanções cominadas no art. 157, § 3, o qual prescreve que, se da violência resulta lesão corporal grave, a pena é de reclusão de 20 a 30 anos, Sem prejuízo de multa.
TJ-MG - Apelação Criminal APR 10707130108921001 MG (TJ-MG)
Data de publicação: 28/02/2014
Ementa: APELAÇÃO CRIMINAL - DELITO DE EXTORSÃO - ART. 158 , CAPUT, DOCP - AUTORIA E MATERIALIDADE - COMPROVAÇÃO SATISFATÓRIA - OITIVA DA VÍTIMA - POSSIBILIDADE - DEMAIS TESTEMUNHOS - DESNECESSIDADE DE RECEBIMENTO DO NUMERÁRIO EXIGIDO - VÍTIMA QUE FOI CONSTRANGIDA - GRAVE AMEAÇA - CRIME CONSUMADO - CONDENAÇÃO ACERTADA - PENA IMPOSTA - REINCIDÊNCIA COMPROVADA - REGIME PRISIONAL INICIAL - ABRANDAMENTO - ART. 33 , §§ 2º E 3º DO CP . Tendo restado suficientemente demonstradas a materialidade e autoria do delito de extorsão, correta se afigura a condenação imposta. teor das disposições contidas no art. 33, §§ 2º e 3º do CPB, possível o abrandamento do regime prisional, isso porque, a pena-base tendo sido fixada no mínimo legal, significa que as circunstâncias judiciais são favoráveis. E mais, a reincidência por si só,não permite que o regime prisional seja automaticamente o fechado.
Prosseguindo com o raciocínio do trabalho, apresento o Artigo 159.  Extorsão mediante sequestro.
Ato de obrigar alguém a fazer ou deixar de fazer alguma coisa, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa, lucro.
 Para conceituar darei inicio observando que o crime de extorsão com a privação da liberdade da vítima tem por fim especial de agir com vantagem, ou seja, ao seqüestrar um indivíduo, obter vantagens sobre esse fato ocorrido, estipulando preço de resgate ou qualquer outra condição que seja. Esse tipo de crime, podemos encontrar na lista dos crimes considerados complexos, sendo, pois, um resultado da fusão de várias figuras típicas, como exemplo mais simples e objetivo, a do sequestro, que é utilizado como um meio de prática de extorsão.
 Sobre os objetos: Material e Jurídico.
 Gostaria de ser breve em afirmar que, segundo as minhas pesquisas, pude compreender que, o objeto jurídico, por exemplo, tutela-se a liberdade patrimonial e a liberdade de locomoção, e que podemos entender ou subentender, secundariamente, também a tutela da integridade física, diante da previsão das formas qualificadas pelo resultado “lesão corporal grave ou morte”. Enquanto que, já no objeto material, é privada de sua liberdade mediante ao seqüestro.
 Quanto a classificação doutrinária, podemos tratar aqui de um crime comum, doloso, formal, permanente, de forma livre, comissivo ou omissio, plurissubsistente, monossubjetivo, transeunte ou não transeunte.
 Podemos ainda, classificar o sujeito como passivo ou ativo. No caso do sujeito passivo, o crime é comum, logo, pode ser praticado por qualquer pessoa, mas devemos observar que tanto a pessoa que sofre a lesão patrimonial, quanto a pessoa que é seqüestrada, são sujeitos passivos deste crime. No caso do sujeito ser ativo, podemos dizer que é crime comum, logo, qualquer pessoa poderia praticá-lo. O sujeito ativo de um crime não é apena aquele que realiza o seqüestro, mas também aquele que vigia a vítima no local do crime, para que a mesma, não fuja, e também para aquele que leva a mensagem para a família.
 Devemos levar em consideração aspectos como, o momento consumativo, o elemento subjetivo, a tentativa. No elemento subjetivo, podemos ver que é o dolo, com especial fim de agir consistente na intenção livre e consistente de seqüestrar a vítima, acrescido da finalidade especial de obter, para si ou para outrem, qualquer vantagem, como condição ou preço de resgate. Apesar de a lei se referir a qualquer vantagem, somente a vantagem econômica pode ser objeto desse crime. Pois não foi prevista pelo código, segundo os doutrinadores aos quais pesquisei, a modalidade culposa.
 Sobre o momento consumativo, se trata de um crime formal, ou de cosumação antecipada, logo o crime se consuma com o seqüestro, ou seja, com a privação da liberdade da vítima independente de vantagem econômica, portanto, não interessa obter vantagem econômica. Trata-se de um crime permanente, cujo momento da consumação prolonga-se no tempo, fazendo com que a vítima permaneça em cativeiro.
 Quanto a tentativa: É possível, pois se trata de crime plurissubsistente, logo se o agente não conseguir privar a vítima de sua liberdade de locomoção por circunstâncias alheias as de suas vontades, provada a sua intenção de obter vantagem econômica haverá o crime de tentativa de extorsão mediante ao seqüestro. 
 Extorsão mediante sequestro simples.
Vêm prevista no caput, art.159 e prevê pena de reclusão, de 8 a 15 anos. Trata-se, aqui de crime hediondo.
 Qualificadoras.
Está prevista no §1 e prevê pena, de reclusão de 12 a 20 anos
Sequestro dura mais de 24 horas
A contagem do prazo tem inicio a partir do momento em que a vítima se vê efetivamente privada de 
sua liberdade.
II) Sequestro de menor de 18 ou maior de 60 anos
Merece registro o fato de que a idade da vítima deverá ser conhecida, pois, caso contrário poderá ser alegado erro de tipo
III) Sequestro praticado por bando ou quadrilha.
Reunião de três ou mais pessoas para o fim de cometer crimes, não se configurando, pois, essa majorante se a reunião for ocasional. 
 Extorsão mediante sequestro qualificada por lesões corporais graves:
Vêm contida no §2, art.159 e prevê pena, de reclusão de 16 a 24 anos. Trata-se de crime qualificado pelo resultado, o evento posterior agravado tanto pode ter sido ocasionado de forma dolosa quanto culposa. E somente qualificará o delito se o próprio sequestrado for a vítima das lesões corporais graves, e não outras pessoas.Ressaltamos ainda que somente incidirá a qualificadora se as lesões resultarem do fato do sequestro. 
 Extorsão mediante sequestro qualificado pelo resultado morte:
Pena de reclusão de 24 a 30 ano. É a pena mais elevada do Código Penal, a morte da vítima deve ocorrer dos maus- tratos dispensados ao sequestrado. Ressalvamos que: I) Somente terá aplicação se ocorrer a morte da vítima do sequestro, II) A morte pode ter sido provocada dolosa ou culposamente, III) Não será aplicada se a morte provier de caso fortuito ou força maior.
 Delação eficaz ou premiada.
 Vêm contida no §4, art.159, do CP onde prevê a redução da pena de um a dois terços. Fernando Capez institui requisitos para a delação eficaz, sendo elas; 
a) Prática de um crime de extorsão mediante sequestro: 
b) Cometido em concurso; 
c) Delação feita por um dos coautores ou partícipes á autoridade; 
d) Eficácia da delação.
 Cabe ainda ressaltar que, com base na Lei n.9.807/00, art.13 e 14, pode o juiz conceder perdão judicial se o acusado, primário, tiver colaborado, com eficiência, de maneira voluntária, com a investigação e o processo criminal, permitindo a identificação dos demais coautores ou participe, a localização da vítima, com a integridade física preservada ou a recuperação total ou parcial do produto do crime. O magistrado para conceder o perdão deve levar em conta a personalidade do beneficiado, a natureza, as circunstâncias, a gravidade e a repercussão social do fato criminoso. 
 Quanto à Ação penal:
A ação penal é de iniciativa pública incondicionada.
 A seguir, incluo como forma de exemplo, neste trabalho, a seguinte ementa, que se refere à:
TJ-RS - Apelação Crime : ACR 70057198012 RS
Publicação: Diário da Justiça do dia 17/12/2013
Ementa:
APELAÇÃO. CÓDIGO PENAL. ART. 168, § 1º, III. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. EXISTÊNCIA DO FATO E AUTORIA.
Existência do fato com suficiente demonstração nos autos. Comprovado que o réu apropriou-se da motocicleta Honda, uma vez que detinha a posse de tal veículo, em razão do seu emprego, pois a utilizava para efetuar a entrega de água. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Pena fixada com moderação. REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA. Inicial aberto, de acordo com a quantidade de pena. PENAS SUBSTITUTIVAS. Quantitativo que permite a substituição. Réu tecnicamente primário. APELO DEFENSIVO IMPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70057198012, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em 04/12/2013)
 
 Nessa ementa que, ao meu parecer,seja configurada o crime como consumado, e não como uma simples tentativa,pois, ainda que, como descrito acima, os policiais tenham encontrado os agentes transportando a vítima, temos base na qual a vítima encontra-se,digamos,já como refém, imobilizada.. propriamente descrito na ementa: “com as mãos e os pés atados com fita crepe e também amordaçada”. Além disso fica clara a intenção do ocorrido, sendo planejada e executada com emprego de violência física.
 Dando continuidade ao trabalho de tal forma, para que quase venhamos a concluir essa etapa, abaixo aprensento o artigo 168, trazendo o tema de Apropriação Indébita.
O que consiste no apoderamento de coisa alheia móvel, sem o consentimento do proprietário.
 No Código Penalé conceituado como apropriação indébita quem se apropria de caixa alheia móvel de que tem a posse ou a detenção. Neste tipo de crime não existe subtração ou fraude, porque o sujeito já tem a posse mansa e pacifica da coisa alheia e foi entregue a ele com espontaneidade pelo ofendido. Um dos pontos fundamentais para existir este crime é pelo abuso de confiança já que ao infrator foi lhe concedido a confiança já que ao infrator foi lhe considerado a confiança e boa-fé do ofendido.
 Segundo Damario:
Passa a configurar crime quando o sujeito se nega a devolver a coisa e comporta-se como se a coisa fosse sua. Mesmo com a recusa de devolve-la isto não configura furto, porque a coisa foi entregue ao sujeito por livre vontade.
A objetividade deste crime está em, apropriar-se que significa tomar para si.
O Sujeito Ativo – é quem tem a posse a detenção licita da coisa.
O Sujeito Passivo – é o dono, o possuidor da coisa mas nem sempre é fácil de identificar o sujeito passivo.
 Para Damario.E de Jesus defende muito do caso concreto. 
  No caso da modalidade deste crime a jurisprudência é dividida pois a o discurso que se antes da denúncia existindo a devolução ou acordo há de se fala em apropriação indébita.
   Há dois tipos de classificação de apropriação indébita:
Propriamente dita: que diz que o sujeito realiza atos a qual demostra que inverteu o título da posse.
Negativa de restrição: Que afirma que o título da posse não irá devolver o objeto.
Podemos encontrar algumas diferenças, tais como:
         No furto a posse é vigiada, ela não tem autorização para sair dali e se levar é furto e na apropriação indébita há uma quebra de confiança, quem recebe o bem não está fraudando, recebe o bem sem dolo e posteriormente não devolve a partir da não devolução está se caracterizando apropriação indébita. Também porque no furto a intenção do sujeito de apropriar da coisa é anterior a sua obtenção e na apropriação indébita o objeto chega voluntariamente nas mãos do sujeito e ele posteriormente resolve a ponderar-se do objeto ilicitamente.
Diferenças de apropriação indébita de Estelionato: É que no estelionato antes do sujeito ter a posse já á o dolo, já há a fraude. E na apropriação indébita o dolo vai existir depois da posse. O ato ilícito só vem acontecer depois que o sujeito está na posse do objeto. No crime de apropriação indébita é relevante a distinção entre coisas fugiveis e infugiveis para efeito da existência do delito de apropriação indébita já que para haver esse delito a coisa tem que ser fugivel. Segundo a doutrina não existe apropriação indébita de uso ex: e se deixo um cachorro para ser tratado por terceiro e ele pega o cachorro e dá uma volta com ele não está constituído apropriação indébita.
   De acordo com a doutrina, para que haja a apropriação indébita a necessidade que a coisa móvel seja alheia esta qualidade se constitui um elemento normativo para que se constitui o crime. Elementos subjetivos: É o dolo ou seja, o sujeito ativo tem que ter a vontade livre e consciente de tomar para seu poder a coisa móvel que seja alheia, neste crime não tem a forma culposa. Na doutrina a apropriação indébita é qualificada como delito comum, simples, instantâneo, material e comissivo. 
       
 Quanto a tentativa é admissível pela doutrina más só na apropriação indébita propriamente dita a negatividade é impossível. O sujeito tem que se negar a devolver o objeto material, aí sim o delito está consumado se isto não acontece não há conduta típica e nem crime.
      Quanto a consumação: 
 Damario, afirma, que:
O momento de consumação a propriedade indébita propriamente dita e na hora da disposição do bem e para outros doutrinadores como Gonçalves o crime se consuma na pratica, no momento em que o agente absolve a atitude de dono dispondo da coisa ou negando devolve-la.
      A ação final e publica incondicionada conforme diz a Lei, para ser instaurado o inquérito não exige qualquer condição e nem denúncia. A pena para este crime e de reclusão de um a quatro anos de reclusão. 
Quando é apropriação indébita qualificada como diz o parágrafo único, a pena é aumentada de um terço, mas essa ação pública se torna condicionada excepcionalmente segundo Damario.E de Jesus, quando o crime for praticado contra cônjuge judicialmente seja errado no âmbito onde coabita tio, sobrinho e irmãos.
    
 Na apropriação indébita à o privilégio também se o criminoso for primário e for de pequeno valor a coisa apropriada. O poderá aplicar o dispositivo do art.155 parágrafo segundo. Neste crime cabe a suspenção condicional do processo só no caput. Neste crime existe a subtração ou fraude porque o agente já tem anteriormente a posse mansa e pacifica da coisa alheia espontaneamente entregue pelo ofendido, depois é que há a inversão de seu ânimo em relação ao objeto em vez de posseiro ou detentor para o dano.
Processo: ACR 70057198012 RS
Orgão Julgador: Quinta Câmara Criminal
Publicação: Diário da Justiça do dia 17/12/2013
Julgamento: 4 de Dezembro de 2013
Relator: Ivan Leomar Bruxel
Ementa
APELAÇÃO. CÓDIGO PENAL. ART. 168, § 1º, III. APROPRIAÇÃO INDÉBITA. EXISTÊNCIA DO FATO E AUTORIA.
Existência do fato com suficiente demonstração nos autos. Comprovado que o réu apropriou-se da motocicleta Honda, uma vez que detinha a posse de tal veículo, em razão do seu emprego, pois a utilizava para efetuar a entrega de água. PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE. Pena fixada com moderação. REGIME DE CUMPRIMENTO DE PENA. Inicial aberto, de acordo com a quantidade de pena. PENAS SUBSTITUTIVAS. Quantitativo que permite a substituição. Réu tecnicamente primário. APELO DEFENSIVO IMPROVIDO. UNÂNIME. (Apelação Crime Nº 70057198012, Quinta Câmara Criminal, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Ivan Leomar Bruxel, Julgado em 04/12/2013)
 Rumo a continuação e finalização desse trabalho, venho por agora apresentar o Art. 171. do Código Penal, no qual é relatado o crime de Estelionato.
 O estelionato é exposto no Código Penal Brasileiro (Título II, Capítulo VI, Artigo 171) como crime econômico, que é descrito como o ato de "obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento." A pena para a prática de estelionato pode ir de 1 a 5 anos, e multa.
 Dispõe o artigo da seguinte forma: 
Pelo dicionário, estelionato é: "Ato de obter, para si ou para outrem, vantagem patrimonial ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo em erro alguém mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento"
 O Estelionato é capitulado como crime contra o patrimônio, sendo definido como “obter, para si ou para outro, vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento.”
 Podemos ter exemplo de estelionato na seguinte frase popular:
 “O cara é mó 171.” Tendo a significância de que o sujeito ativo, leva os outros no papo, têm o dom da palavra, convencimento de forma imperceptível, levando a vítima a tal convencimento de algo ilícito, ferindo a índole do sujeito passivo.
 Toda vez que o sujeito mente ou omite para alguém em troca de uma vantagem ilícita é considerado como estelionato. O crime pode ser seguido de consumação e tentativa, entende-se que o estelionato é delito material, ou seja , aquele cujo tipo descreve o comportamento e menciona o resultado, exigindo a sua produção. Deste modo, para que haja o crime de estelionato, é necessário que o sujeito obtenha vantagem ilícita em prejuízo da vítima. Há necessidade da afirmação do binômia vantagem ilícita e prejuízo alheio para a consumação. 
 Se depois de iniciados os atos de execução configurados na fraude empregada na prática do delito o agente não conseguir obter a vantagem ilícita em virtude de circunstâncias alheias à sua vontade, o crimerestará tentado.
Segundo Cezar Roberto Bitencourt:
“No estelionato, crime que requer a cooperação da vítima, o início de sua execução se dá com o engano da vítima. Quando o agente não consegue enganar a vítima, o simples emprego de artifício ou ardil caracteriza apenas a prática de atos preparatórios, não se podendo cogitar a tentativa.”
 Podemos identificá-lo por meio dos seguintes elementos que integram sua figura típica:
a) Conduta do agente dirigida finalísticamente à obtenção de vantagem ilícita, em prejuízo alheio;
b) Vantagem ilícita pode ser para o próprio agente ou para terceiro;
c) A vítima é induzida ou mantida em erro;
d) O agente se vale de um artifício, ardil ou qualquer outro meio fraudulento para a consecução do seu fim.
 A doutrina relata o Estelionato como crime próprio tanto no que diz respeito ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo, doloso, comissivo (podendo ser praticado via omissão imprópia, na hipótese de agente de o agente gozar do status de garantidor), formal , de forma livre, instantâneo, monossubjetivo, plurissubsistente, não transeunte.
STJ - RECURSO ESPECIAL : REsp 1101914 RJ 2008/0233983-0
Ementa
PENAL E PROCESSO PENAL. RECURSO ESPECIAL. DIVERGÊNCIAJURISPRUDENCIAL. VIOLAÇÃO AO ART. 171 DO CP. OCORRÊNCIA. ESTELIONATOJUDICIÁRIO. CONDUTA ATÍPICA. DESLEALDADE PROCESSUAL. PUNIÇÃO PELOCPC, ARTS. 14 A 18. RECURSO ESPECIAL A QUE SE DÁ PROVIMENTO.
1. Não configura "estelionato judicial" a conduta de quem obtém olevantamento indevido de valores em ação judicial, porque aConstituição da República assegura à parte o acesso ao PoderJudiciário. O processo tem natureza dialética, possibilitando oexercício do contraditório e a interposição dos recursos cabíveis,não se podendo falar, no caso, em "indução em erro" do magistrado.Eventual ilicitude de documentos que embasaram o pedido judicialpoderia, em tese, constituir crime autônomo, que não se confunde coma imputação de "estelionato judicial" e não foi descrito nadenúncia.
2. A deslealdade processual é combatida por meio do Código deProcesso Civil, que prevê a condenação do litigante de má-fé aopagamento de multa, e ainda passível de punição disciplinar noâmbito do Estatuto da Advocacia.
3. Recurso especial a que se dá provimento, para absolver asrecorrentes, restabelecendo-se a sentença.
Acordão:
Vistos, relatados e discutidos os autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça: "A Turma, por unanimidade, deu provimento ao recurso especial, nos termos do voto da Sra. Ministra Relatora." Os Srs. Ministros Sebastião Reis Júnior e Vasco Della Giustina (Desembargador convocado do TJ/RS) votaram com a Sra. Ministra Relatora. Ausente, justificadamente, o Sr. Ministro Og Fernandes. Presidiu o julgamento a Sra. Ministra Maria Thereza de Assis Moura.
Bibliografia:
GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal- Parte especial, v.3, 5ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2009.
CAPEZ, Fernando. Curso de Direito Penal, v.2.19ed. São Paulo: Saraiva, 2015. 
CAPEZ, Fernando. Curso de direito penal: parte especial. v. 2. 2 ed. São Paulo:Saraiva, 2003.
HUNGRIA, Nélson. Comentários ao código penal. v. VII (arts. 155 a 196). 2 ed. Rio de Janeiro: Forense, 1958.
PIERANGELI, José Henrique. Manual de direito penal brasileiro: parte especial (arts. 121 a 234). 1 ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2005. http://jus2.uol.com.br/doutrina/texto.asp?id=11435
NUNES,Nelson Fernandes. Direito e sua função social.V.VII.Rio de Janeiro:Editora Paris,2008.

Continue navegando