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trabalho - resenha Apologia da historia (fmu - historia)

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Introdução 
Marc Bloch, historiador francês e um dos fundadores da Escola de Annales, movimento historiográfico que se proponha a ir além da visão positivista sobre a história, considerado um dos maiores intelectuais do século XXI. Que com seus artigos, trabalhos e pesquisas, que foram publicados na sua revista, a revista Annales, entre os anos de 1929 e 1938, com seus artigos mais impactantes e importantes como "O problema do ouro na Idade Média" e "Aparecimento e conquista do moinho d'água”, lá, junto de Lucien Febvre, houve a ampliação do quadro das pesquisas históricas, isso ao abrir o campo da História para o estudo de atividades humanas, fazendo o diálogo da história com as ciências sociais, assim abrindo novos horizontes para o estudo da história. Mas com a eclosão da segunda guerra ele deixou de publicar na Annales. 
Contudo ainda temos seus livros que se tornaram clássicos da historiografia. Bloch, como um grande medievalista, renovou o pensamento e a compreensão sobre o feudalismo. O abandono do estudo tradicional e positivista da história, que era baseada em uma sequencias de fatos, datas e nomes foi trocado por uma análise mais profunda e mais complexa, compreendendo a relação entre os homens e suas ações. Podemos ver esse novo método de se estudar história em seus livros, por exemplo, no último livro publicado “A Sociedade Feudal” (1939), e em outra das suas obras, como no seu primeiro livro “Os Reis Taumaturgos” (1924) e na sua obra mais importante “Os caracteres originais da história rural francesa” (1931).
Com seu livro “Apologia da história, ou o oficio de historiador” - publicado pela primeira vez em 1949 por Febvre, e que é um dos mais importantes livros sobre historiografia do século XXI, tratara de uma discussão teórica sobre a utilidade da história, discutindo a complexidade do tempo histórico, a relação entre passado e presente, e a exigência de uma ética e a clareza em objetivos e suas práticas no estudo da história pelo historiador, ou seja, um oficio do historiador, mas Bloch que participou da primeira guerra mundial, militou na segunda guerra mundial na resistência francesa em 1943, e foi capturado e morto em 16 de junho de 1944, sendo mais uma vítima de Klaus Barbie, um oficial da SS que era famoso por sua brutalidade com que torturava seus prisioneiros, e com isso sua obra ficou incompleta. E ainda foram lançados mais alguns outros livros após sua morte, este por exemplo, traz o texto integral com algumas anotações por seu filho primogênito Etiénne. 
“Este livro inacabado é um ato completo de história. ” (BLOCH: 2001, p. 34). Uma frase retirada do prefacio que foi escrito por Jacques Le Goff, um grande historiador e medievalista, que já nos introduz a vida, a obra e visão de Bloch sobre a história como ciência. 
Esta obra que retrata de forma clara, direta e consistente a postura e a atuação do historiador diante do seu papel na sociedade, e suas responsabilidades.
O livro
Nesse primeiro capitulo, Bloch, explica a escolha do historiador, o seu tempo histórico e o homem presente em todas as eras. Além disso, trata inicialmente da relação entre as palavras (história, os homens e o tempo), e seus conceitos, livro em si tem como objetivo abordar questões metodológicas, mas o autor frisa que também é necessário entender a origem dessas palavras. Além disso, ele expõe o quão antigo elas são, e também trata da concepção que os sociólogos, da escola de Durkheim, as colocaram. Assim como na introdução e no primeiro capítulo, temos uma dúvida em mente; o que é história e como estudá-la? Bloch, discordava da ideia de a história ser o estudo do passado, que para ele, era muito vago e amplo. “[pois, em primeiro lugar, ] a própria ideia de que o passado, enquanto tal, possa ser objeto de ciência é absurda. ” (p. 52). Com isso dentro desse capitulo também temos outro questionamento inicial proposto por ele; O que é, com efeito, o presente e sua relação com o passado? Por exemplo, se nós nos atermos apenas ao passado, sem nos envolver e compreender o mesmo, estaremos num campo perigoso. Buscar o que se passou, com suas causas, quando queremos compreender nossa realidade, é imprescindível a educação da sensibilidade histórica e a compreensão do passado.
No segundo capítulo o autor aborda a observação histórica, explicando a ideia e a importância dos métodos de pesquisa. “O historiador, por definição, está na impossibilidade de ele próprio constatar os fatos que estuda. Nenhum egiptólogo viu Ramsés; nenhum especialista das guerras napoleônicas ouviu o canhão de Austerlitz. Das eras que nos precederam, só poderíamos, portanto, falar segundo testemunhas. [...] Que haja nessas observações uma parte de verdade, ninguém pensará em negá-lo. Elas exigem, no entanto, serem sensivelmente nuançadas” (p. 69). Não basta ter os documentos para a conclusão da pesquisa, segundo Bloch, é fundamental que saiba os fazê-los “falar”, interrogando-os para a extrair pontos que não se encontram tão evidentes num determinado fato. “Pois os textos ou os documentos arqueológicos, mesmo os aparentemente mais claros e mais complacentes, não falam senão quando sabemos interroga-los (…) Em outros termos, toda investigação histórica supõe, desde seus primeiros passos, que a busca tenha uma direção (…) ” (p. 79).
Com base no segundo capitulo, que trata de documentos e a utilização deles, no terceiro, Bloch explica ser necessário para que o estudioso não acredite em tudo que lhe for oferecido como fonte. Pois caso o mesmo a use em seus trabalhos essas fontes, que em muitas vezes podem não ser verdadeiras, ele pode cair em descrédito. Bloch, chama atenção para a criticidade. Vestígios materiais podem ser falsificados, assim como outros documentos, como relatos, que também podem ser falsos. “Assim, a crítica move-se entre esses dois extremos: a similitude que justifica e a que desacredita. ” (p. 112). Como ele explica, ao entender a sociedade em concerto social, vemos um tecido de uma malha, complexa, a crítica assim como dita, vai investigar e descobrir a verdade, ou tentar se aproximar o máximo dela, dos fatos.
E assim começamos o quarto capitulo, e neste o autor falara sobre a análise histórica em vários aspectos, dividindo o capitulo em três partes. Na primeira, sobre imparcialidade “Existem duas maneiras de ser imparcial: a do cientista e a do juiz. Elas têm uma raiz comum” (p. 125). Ao definir estas duas maneiras de imparcialidade ele coloca o historiador entre elas. Por fim, nos, fazemos o papel de juízes e também de cientistas. Nossa finalidade é a compreensão dos fatos ou acontecimentos que compõem uma história, e a aproximação da verdade com base nessa análise profunda. Além disso, o autor na segunda para a terceira parte do capitulo, também trata da constante evolução da linguagem, tal evolução que pode transformar a realidade. “Para fazer ciência, será sempre preciso duas coisas: uma realidade, mas também um homem. A realidade humana, como a do mundo físico, é enorme e variegada” (p. 128). Na última parte do capitulo, ele explica alguns termos como “servo” com base em outro assunto que ele também trata, que seria a periodicidade das gerações. Que sempre são bem irregulares, e das as eventualidades humanas que são diversas. Além das vivências de cada ser, que em modo geral, são únicas. 
O último, sem título especifico e bem curto, mas com muita importância. Nesse capitulo Bloch fala sobre a necessidade do entendimento de causa e efeito, e ele como um grande crítico ao positivismo, já começa o capitulo assim “ Em vão o positivismo pretendeu eliminar da ciência a ideia de causa. Querendo ou não, todo físico, todo biólogo pensa através de ‘por quê? ’ E de ‘porque’. Os historiadores não podem escapar a essa lei comum do espírito” (p. 155). No final deste capítulo, ele reforça que as causas são buscadas, deixando uma mensagem para que o historiador não se acomode diante, segundo Bloch, este deverá ir além, dos fatos que lhe são visíveis, e a pesquisa é o caminho. “A partir do momento em que uma reaçãoda inteligência ou da sensibilidade não for natural, ela exige, por sua vez, caso se produza, que nos esforcemos por descobrir suas razões. Resumindo tudo, as causas, em história como em outros domínios, não são postulados. São buscadas” (p.159).
Conclusões finais

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