Procedimentos no Processo Penal

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Direito Processual Penal 
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maio/2017 
PROCEDIMENTOS NO PROCESSO PENAL BRASILEIRO: 
 
Esquema geral: 
 
 
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
 
- Aplicação: quando tiver por objeto crime cuja sanção máxima cominada for igual ou 
superior a 4 (quatro) anos de pena privativa de liberdade; 
 
A) OFER. DENÚNCIA: REJEIÇÃO (ART. 395, CPP); 
Obs. Art. 41, CPP 
Obs: Hipóteses de rejeição da denúncia (395): 
I - for manifestamente inepta; 
Inépcia Formal: não preenchimento dos requisitos obrigatórios do art. 41, CPP. 
Inépcia Material: não há justa causa para a ação penal (falta de lastro probatório 
mínimo). 
II - faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal; ou 
III - faltar justa causa para o exercício da ação penal. 
Obs. Em caso de rejeição, cabe RSE: art. 581, I, CPP. 
 
Procedimento
Comum
Ordinário PPLM: += 4 anos
Sumário PPLM: - 4anos
Sumaríssimo
Inf. Menor Pot. Ofen: 
Cont. Penal + Crime 
PPLM -= 2anos
Especial
Tribunal do Júri
Lei de drogas
( ... )
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B) NÃO REJEITADA, RECEBE E DETERMINA A CITAÇÃO PARA 
“RESPOSTA À ACUSAÇÃO”, POR ESCRITO, EM 10 DIAS (ART. 396, 
CPP); 
Obs. Se não couber o sursis processual (art. 89. L. 9.099/95). 
Obs. Se não apresentar defesa, art. 396-A, §2º: 
Art. 396-A, § 2o Não apresentada a resposta no prazo legal, ou se o acusado, 
citado, não constituir defensor, o juiz nomeará defensor para oferecê-la, 
concedendo-lhe vista dos autos por 10 (dez) dias. . 
Obs. A Resposta a acusação tem que alegar fatos, preliminares, justificações, 
arrolar testemunhas, etc. visando a sentença de absolvição sumária do art. 397, 
CPP 
Obs. A defesa tem ônus: prova testemunhal e incompetência relativa. Esse é o 
momento, sob pena de preclusão. 
Obs. Número de testemunhas (máximo de 8: art. 401, CPP).ABSOLVIÇÃO 
SUMÁRIA (ART. 397, CPP) 
Obs. Hipóteses taxativas! 
 
C) AUDIÊNCIA DE INSTRUÇÃO E JULGAMENTO (60 DIAS). ART. 399, 
ART. 400, CPP 
Obs. Momento de produção de prova, efetivamente! 
 
D) SENTENÇA (Art. 386 e 287, CPP)
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Oferecimento 
da Denúncia 
 
Juízo de Admissibilidade 
da acusação: rejeição ou 
recebimento 
 
Citação do réu para 
Responder à 
Acusação (10 dias) 
 Resposta à Acusação Absolvição Sumária 
Art. 41, CPP: A 
denúncia ou 
queixa conterá a 
exposição do fato 
criminoso, com 
todas as suas 
circunstâncias, a 
qualificação do 
acusado ou 
esclarecimentos 
pelos quais se 
possa identificá-
lo, a classificação 
do crime e, 
quando 
necessário, o rol 
das 
testemunhas. 
Obs. Número de 
testemunhas: 8 
(art. 401) 
Art. 395, CPP: 
I - for manifestamente inepta; 
II - faltar pressuposto processual 
ou condição para o exercício da 
ação penal; ou 
III - faltar justa causa para o 
exercício da ação penal. 
Obs. Momento de recebimento 
(art. 396 vs art. 399): para fins de 
interrupção da prescrição (art. 
117,I, CP), considera-se o 396, até 
porque a norma diz em citação, 
sendo que já estaria estabelecida a 
relação jurídica processual, no 
caso. 
Obs. A rejeição enseja SER (art. 
581, I, CPP) 
Art. 396, CPP. 
Obs. Não apresentação, aplica-
se o art. 366, CPP (suspensão do 
processo e prescrição). 
Obs. Se for de propósito, pode 
ser citado por hora certa e 
nomeado advogado dativo (art. 
362, CPP). 
 Art. 396-A: Na resposta, o 
acusado poderá argüir 
preliminares e alegar tudo o que 
interesse à sua defesa, oferecer 
documentos e justificações, 
especificar as provas pretendidas 
e arrolar testemunhas, 
qualificando-as e requerendo sua 
intimação, quando necessário. 
Obs. Visa a absolvição sumária 
(art. 397, CPP) 
Obs. Não é defesa preliminar 
(que existe na Lei de Drogas, 
JECRIM, Improbidade, etc.) 
Obs. Número de testemunhas: 8 
(art. 401) 
 Art. 397: 
I - a existência manifesta de causa 
excludente da ilicitude do fato; 
II - a existência manifesta de 
causa excludente da 
culpabilidade do agente, salvo 
inimputabilidade; 
III - que o fato narrado 
evidentemente não constitui 
crime; ou 
IV - extinta a punibilidade do 
agente. 
 
 
 
 
 
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Designação de 
audiência de Instrução 
e Julgamento 
 
Audiência de Instrução 
e Julgamento 
 
Diligências Alegações Finais Sentença (10 dias) 
Art. 399, CPP 
Obs. Deverá acontecer em até 
60 dias (art. 400). 
Art. 400, CPP: 
1) Oitiva do ofendido; 
2) Testemunhas da acusação; 
3) Testemunhas de defesa; 
4) Esclarecimentos dos 
Peritos; 
5) Acareações; 
6) Reconhecimento de 
pessoas; 
7) Interrogatório do réu; 
Art. 402, CPP: 
 
 
 
 
 
 
 Art. 403, CPP: 20 min 
+ 10 min. 
Obs. Considerada a 
complexidade ou 
número de acusados, 
pode converter em 
memoriais escritos, que 
devem ser apresentados 
em 5 dias (art. 403, §3º, 
CPP) 
 RELATÓRIO+ 
FUNDAMENTAÇÃO+ 
PARTE DISPOSITIVA 
 
a) Absolvição: art. 386, CPP 
I - estar provada a inexistência do fato; 
II - não haver prova da existência do fato; 
III - não constituir o fato infração penal; 
IV – estar provado que o réu não concorreu 
para a infração penal; 
V – não existir prova de ter o réu concorrido 
para a infração penal; 
VI – existirem circunstâncias que excluam o 
crime ou isentem o réu de pena (arts. 20, 21, 
22, 23, 26 e § 1º do art. 28, todos do Código 
Penal), ou mesmo se houver fundada dúvida 
sobre sua existência; 
VII – não existir prova suficiente para a 
condenação. 
 
Condenação: art. 387, CPP (sistema 
trifásico, imposição de pena, etc.) 
 
 
 
PROCEDIMENTO COMUM ORDINÁRIO 
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PROCEDIMENTO COMUM SUMÁRIO (art. 531-538, CPP): 
- Aplica-se subsidiariamente o procedimento comum ordinário. Logo, o rito processual é 
praticamente o mesmo, com algumas exceções. 
- O Proc. Comum Sumário será aplicado também quando nos casos da competência do 
JECRIM: (i) o acusado não for encontrado para citação, já que não admite citação por 
edital (art. 66, par. Único, 9.099); (ii) quando os crimes forem mais complexos (art. 77, 
§2º, 9.099). 
 
- Peculiaridades do Proc. Comum Sumário: 
1) Audiência de instrução e julgamento (não sendo caso de absolvição sumária) será 
marcada em até 30 dias (art. 531, CPP). 
2) Número máximo de testemunhas: 5 (art. 535, CPP); ATENÇÃO: Art. 536, CPP. 
3) Não há previsão de diligências complementares (402 do PCO). 
4) Não há previsão para conversão das alegações finais em memorias escritos, mas na 
prática acaba acontecendo. 
 
 
PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO (LEI 9.099/95) 
 
- Modelo de justiça criminal consensual; 
- Art. 98, I, CF: A União, no Distrito Federal e nos Territórios, e os Estados criarão: I - 
juizados especiais, providos por juízes togados, ou togados e leigos, competentes para a 
conciliação, o julgamento e a execução de causas cíveis de menor complexidade e 
infrações penais de menor potencial ofensivo, mediante os procedimentos oral e 
sumariíssimo, permitidos, nas hipóteses previstas em lei, a transação e o julgamento de 
recursos por turmas de juízes de primeiro grau; 
 
Atenção: 
Súmula 723 STF: Não se admite a suspensão condicionaldo processo por crime 
continuado, se a soma da pena mínima da infração mais grave com o aumento mínimo de 
um sexto for superior a um ano. 
 
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Súmula 243 STJ: O benefício da suspensão do processo não é aplicável em relação às 
infrações penais cometidas em concurso material, concurso formal ou continuidade 
delitiva, quando a pena mínima cominada, seja pelo somatório, seja pela incidência da 
majorante, ultrapassar o limite de um (01) ano. 
 
PRINCÍPIOS (ART. 2, JECRIM): 
a) Oralidade; 
b) Simplicidade; 
c) Informalidade; 
d) Economia e celeridade processual 
 
FLAGRANTE NO JECRIM: 
Art. 69, par. único, 9.099: lavrando o TCO e sendo encaminhado ao juizado ou assumir 
o compromisso de comparecer, não será preso em flagrante, nem exigirá fiança. 
 
COMPOSIÇÃO CIVIL DOS DANOS (art. 74, JECRIM) 
- É a oportunidade das partes chegarem a um acordo sobre os danos e negociarem um 
valor justo para reparação. 
- Uma vez acordado por ambas as partes e homologado pelo juiz (irrecorrível), torna-se 
título executivo cível (art. 74, JECRIM). 
- O principal efeito é a renúncia ao direito de queixa (APPrivada) e representação (APPub. 
Cond). Contudo, se for APPúb.Inc., não gera esse efeito pela própria natureza da forma 
de iniciativa do direito de ação (pública incondicionada), logo, o MP dará seguimento 
com ou sem composição civil. 
 
 
TRANSAÇÃO PENAL (art. 76, JECRIM) 
- Trata-se de direito subjetivo do réu! A discricionariedade (art. 76, JECRIM) está 
relacionada com a pena a ser proposta. 
- Via de regra, quem oferece é o MP! É discutível no caso das APPrivada. (STF - HC 
83.412/GO e STJ – HC 187.090/MG). 
- Condições: 
a) não ter sido autor condenado, pela prática de crime (não cabe Contr. Penal, portanto), 
à pena privativa de liberdade, por sentença definitiva. 
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b) não ter sido beneficiado por transação nos últimos 5 anos. 
c) não ter maus antecedentes, e sua conduta social e personalidade indicarem a 
possibilidade da transação. 
 
Obs. A aceitação da pena (transação penal) não implica em admissão da culpa, nem outro 
efeito, que não o de impedir o mesmo benefício dentro de 5 anos. 
 
CP - Art. 43. As penas restritivas de direitos são: 
I - prestação pecuniária; 
II - perda de bens e valores; 
III - limitação de fim de semana; 
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; 
V - interdição temporária de direitos; 
VI - limitação de fim de semana; 
 
 
SUSPENSÃO CONDICIONAL DO PROCESSO (SURSIS PROCESSUAL) – art. 
89, JECRIM 
 
Lei 9.099/95 - Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior 
a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, 
poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos, desde que o acusado 
não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, presentes 
os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. 
 
CP - Art. 77 - A execução da pena privativa de liberdade, não superior a 2 (dois) anos, 
poderá ser suspensa, por 2 (dois) a 4 (quatro) anos, desde que: 
I - o condenado não seja reincidente em crime doloso; 
II - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e personalidade do agente, bem 
como os motivos e as circunstâncias autorizem a concessão do benefício; 
III - Não seja indicada ou cabível a substituição prevista no art. 44 deste Código. 
 
Súmula 696 STF - Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão 
condicional do processo, mas se recusando o promotor de justiça a propô-la, o juiz, 
dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 
do Código de Processo Penal. 
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- Período de Prova: 2 a 4 anos; 
- Condições: a) reparação do dano; b) proibição de frequentar determinados ligares; c) 
proibição de ausentar da comarca; d) comparecimento pessoal e obrigatório em juízo 
(mensalmente); e) outras condições que julgar necessário; 
- Acabado o período de prova, será declarada a extinção da punibilidade (art. 89, 5º, 
JECRIM). 
 
REPRESENTAÇÃO NOS CRIMES DE LESÃO CORPORAL LEVE E 
CULPOSA 
A Lei 9.099/95 acrescenta no art. 88 a possibilidade de que os crimes de lesão corporal 
culposa e os crimes culposos dependerão de representação (APPC). Exceto, é claro, 
quando houver vedação expressa (Ex. Lei Maria da Penha). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Caso Penal 
 
TCO 
(Termo 
Circunstanciado 
de Ocorrência) 
 
Audiência Preliminar 
Oferecimento da 
Denúncia/Queixa 
(oral, na 
Audiência 
Preliminar) 
 
Audiência de Instrução de 
Julgamento 
Infração de menor 
potencial ofensivo: 
Todas as 
contravenções 
penais (Dec-lei 
3.688/1941) e os 
crimes com 
p.p.l.máx. =- 2 anos. 
(art. 61, JECRIM) 
Art. 69, JECRIM. 
- Tomado 
conhecimento da INF. 
MEN. POT. OF., a 
autoridade lavrará o 
TCO e encaminha para 
o JECRIM. 
Obs. Se o acusado se 
comprometer em 
comparecer, assinando 
o termo, NÃO 
acontecerá flagrante e 
NÃO será exigida 
fiança! 
Obs. Será intimado a 
comparecer em 
audiência preliminar! 
Art. 72, JECRIM. 
1º) Possibilidade de Composição 
Civil dos danos; 
Obs. Homologada, será título 
executivo no cível (art. 74, 
JECRIM) 
Obs. Sendo APPrivada ou 
APPublCondic., a composição 
homologada acarreta renúncia 
ao direito de queixa ou de 
representação (art. 74, par. 
único, JECRIM). 
- Não tendo composição, a 
vítima poderá representar contra 
o réu. (Se for APPI também!) 
Obs. Se não arquivar, o MP pode 
oferecer a transação penal (pena 
restritiva de direito ou multa) – 
art. 76, JECRIM; 
Obs. Vedação da Transação: art. 
76, §2º, JECRIM; 
Obs. Efeitos da Trans. Penal: 
não importa em reincidência, 
não terá efeitos civis (art. 76, 
§§4º e 6º, JECRIM); 
Obs. A Trans. Penal precisa da 
aceitação do acusado!! 
 Art. 77, JECRIM. 
- Se não houver acordo 
de composição, nem de 
transação penal, com 
representação no caso 
de APPC ou na 
hipótese. 
 
 Art. 81, JECRIM 
- Proposta de novo acordo (conciliação). 
1º) Palavra do defensor para responder à 
acusação; 
2º) Recebimento ou não da Denúncia/queixa; 
3º) Oitiva da vítima; 
4º) Oitiva das testemunhas de acusação (nº 
máx. = 3 – art. 34, JEC); 
5º) Oitiva das testemunhas de defesa (nº máx. 
= 3); 
6º) Interrogatório do réu; 
7º) Debates orais (alegações finais); 
8º) Sentença; 
Obs. Todas as provas são produzidas na AIJ; 
Obs. Na sentença, dispensa-se o relatório; 
Obs. Recurso cabível: Apelação (recurso 
inominado), no prazo de 10 dias (interposição 
e razões) – art. 82, §§1º a 5º, JECRIM. 
Obs. Embargos de declaração: 5 dias 
(interrompem o prazo da apelação) – art. 83, 
§2º, JECRIM 
PROCEDIMENTO COMUM SUMARÍSSIMO (LEI 9.099/95) 
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PROCEDIMENTO ESPECIAL DO TRIBUNAL DO JÚRI (ART. 406 -497, CPP) 
 
- Competência: crimes dolosos contra a vida. 
CF/88 - Art. 5º, XXXVIII - é reconhecida a instituição do júri, com a organização que 
lhe der a lei, assegurados: a) a plenitude de defesa; b) o sigilo das votações; c) a soberania 
dos veredictos;d) a competência para o julgamento dos crimes dolosos contra a vida; 
 
CPP - Art. 74. A competência pela natureza da infração será regulada pelas leis de 
organização judiciária, salvo a competência privativa do Tribunal do Júri. 
§ 1º Compete ao Tribunal do Júri o julgamento dos crimes previstos nos arts. 121, 
§§ 1º e 2º, 122, parágrafo único, 123, 124, 125, 126 e 127 do Código Penal, 
consumados ou tentados. (Homicídio simples; Homicídio “privilegiado”; Homicídio 
qualificado; Induzimento, instigação ou auxílio ao suicídio; Infanticídio; Aborto provado 
pela gestante; Aborto provado por terceiro;) 
 
Art. 78. Na determinação da competência por conexão ou continência, serão observadas 
as seguintes regras: 
I - no concurso entre a competência do júri e a de outro órgão da jurisdição comum, 
prevalecerá a competência do júri; 
 
- Trata-se de um procedimento que tem como característica principal a divisão em duas 
partes: 
1ª) Fase – Formação da culpa (judicium accusationis) – Instrução Preliminar: 
- Juízo prévio de admissibilidade. Se não, quem entenderia que seria a competência do 
Tribunal do Júri? Delegado? MP? 
- Pretende apenas examinar a existência provável de um crime doloso contra a vida. 
- Quem julga: juiz de direito; 
- O procedimento é muito parecido com o Proc. Comum Ordinário. 
 
2ª) Fase – Julgamento da Causa (judicium causae) – Acusação em Plenário: 
julgamento pelo Conselho de Sentença (7 jurados); 
- Desaforamento (art. 427 e 428, CPP): O julgamento da causa poderá ser feito em outra 
comarca quando houver dúvida sobre a imparcialidade do Conselho de Sentença, quando 
for melhor para a ordem pública ou por excesso de serviço (impossibilidade de realização 
em 6 meses). 
- Ordem de Pauta para julgamento (art. 429, CPP): a) acusados presos; b) entre os presos, 
o que estiver mais tempo preso; c) em iguais condições, aquele que tiver sido pronunciado 
primeiro. 
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- Assistente de acusação só poderá participar se habilitar 5 dias antes do plenário (art. 
430, CPP). 
- Jurados: 
a) Serão alistados anualmente (art. 425 e 426, CPP); 
b) Funções dos Jurados: art. 436 a 446, CPP; 
c) Serão convocados 25 na reunião periódica, que deverão comparecer nas sessões por 
um determinado período (art. 433, CPP); 
d) O Conselho de Sentença será formado por 7 jurados entre os 25 convocados (os demais 
serão dispensados daquela sessão) – art. 447, CPP; 
e) Impedimentos: art. 448 e 449, CPP; 
f) A sessão de julgamento terá início se estiverem presentes, pelo menos, 15 jurados (art. 
463, CPP); 
g) Os jurados não poderão comunicar-se entre si, nem manifestar sua opinião sobre o 
processo (art. 466, §1º, CPP). 
h) Na sessão, as partes (primeiro defesa, depois MP) poderão recusar imotivadamente até 
3 jurados (art. 467 e 468, CPP). 
i) Formado o Conselho de Sentença, o juiz deverá declarar aos jurados: “Em nome da lei, 
concito-vos a examinar esta causa com imparcialidade e a proferir a vossa decisão de 
acordo com a vossa consciência e os ditames da justiça.” Os jurados deverão responder: 
“Assim o prometo!”. (art. 472, CPP) 
 
- Se o réu estiver solto, não é obrigado a estar presente na sessão de julgamento (art. 457, 
CPP). O réu preso, via de regra, será conduzido para a sessão, mas caso não ocorra, poderá 
a defesa e o mesmo (de forma escrita) abrirem mão da presença do réu (art. 457, §2º, 
CPP). 
- Antes do início, todas testemunhas que serão inquiridas serão recolhidas para que umas 
não ouçam o depoimento das outras (art. 460, CPP). 
- Não é permitido o uso de algemas no réu, salvo se absolutamente necessário (art. 474, 
§3º, CPP). 
- Debates em Audiência (art. 476 e 477, CPP): 
1º) MP: 1h30min. (2h30min se forem vários acusados) 
2º) Defesa: 1h30min. (2h30min se forem vários acusados) 
3º) Réplica (MP): 1h. (2h se forem vários acusados) 
4º Tréplica (Defesa): 1h. (2h se forem vários acusados) 
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Obs. Mais de um defensor, será dividido o tempo entre eles. 
- Nulidade em Plenário (Art. 478, CPP): as partes não poderão mencionar a) decisão de 
pronúncia; b) ao uso de algemas; c) ao silêncio do acusado; 
- Tudo o que for utilizado em plenário (leituras, exibições, etc) deverão ser juntados no 
prazo de 3 dias úteis antes do julgamento (art. 479, CPP). 
- Quesitos (art. 483 a , : Serão proposições afirmativas, simples e distintas, e nessa ordem: 
1º) Materialidade do fato; 
2º) Autoria ou participação; 
(Se tiver tese de desclassificação, pode ser colocada entre o 2º e o 3º quesito.) 
3º) Se o acusado deve ser absolvido; (O jurado deve ser absolvido?) 
4º) Se existe causa de diminuição de pena; 
5º) Se existe circunstância qualificadora ou causa de aumento de pena 
Obs. A resposta negativa de mais de 3 jurados aos quesitos 1º e 2º, implica a absolvição 
do acusado (art. 483, §1º, CPP). 
 
- Sentença (art. 492 a 493, CPP: 
a) Condenatória: juiz-presidente irá fixar a pena base, considerar as circunstancias 
agravantes e atenuantes alegadas nos debates, aumento e diminuição consideradas pelos 
jurados, decidir sobre a prisão, efeitos genéricos e específicos da condenação. 
b) Absolvição: colocar o réu em liberdade, revogar medidas restritivas, impor medida de 
segurança, se for cabível. 
c) Desclassificação: o próprio juiz julga e impõe a pena. 
- Atribuições do Presidente do Tribunal do Júri: art. 497, CPP. 
 
 
 
 
 
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Of. Denúncia 
 
Resp. à Acusação 
 
Audiência de Instrução e 
Julgamento 
 Decisão 
Art. 41, CPP 
Obs. Se não for 
rejeitada, o juiz irá 
citar o réu para 
apresentar a 
resposta à acusação 
em 10 dias (art. 406, 
CPP). 
 
- Voltado para a defesa do 
réu, nos moldes do Proc. 
Com. Ordin.. (art. 406, §3º, 
CPP) 
- Segue a ordem do art. 411, CPP. 
1º) Ofendido (se houver); 
2º) Test. Acusação; 
3º) Test. Defesa; 
4º) Peritos (...); 
5º) Interrogatório do réu; 
6º) Alegações finais; (art. 411, §4º, 
CPP); 
 
 a) Pronúncia (art. 413, CPP; 
- Existência de materialidade e indícios suficientes de autoria. 
- Essa decisão irá remeter para o julgamento em plenário; 
 
b) Impronúncia (art. 414, CPP); 
- Inexistência de indícios suficientes de autoria ou materialidade. 
 
c) Absolvição (art. 415, CPP); 
- Quando diante de: prova da inexistência do fato; provado não ser o 
réu o autor/partícipe; fato não é infração penal; presente causa 
isenção de pena ou exclusão de crime. 
 
d) Desclassificação (art. 419, CPP); 
- Magistrado conclui que se trata de infração que não é da 
competência do tribunal do júri. 
- Nesse caso, irá remeter para o juízo competente. 
 
Obs. O procedimento da primeira fase deve ser encerrado em 90 dias 
(art. 412, CPP); 
Obs. Preclusa a decisão de pronúncia, os autos são encaminhados 
para o juiz-presidente do Tribunal do Júri. 
PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI (1ª FASE - judicium accusationis) 
Direito Processual Penal 
Prof. Caíque Ribeiro Galícia (caiquerg@hotmail.com) 
14 
maio/2017 
 
Preparação 
para Plenário 
 
Composição do 
Conselho de 
Sentença 
 
Instrução em 
Plenário 
 Votação pelos jurados Sentença 
Obs. Intimação das 
partes para 
arrolarem 
testemunhas, juntar 
documentos e 
requerer diligências, 
em 5 dias (nº máx: 5 
– art. 422, CPP); 
Obs. Cumpridas 
diligências, juiz-
presidente fará 
Relatório sucinto do 
casoe coloca o caso 
em pauta. 
- Sorteio dos jurados: 7 
para compor o 
Conselho (art. 467, 
CPP). 
- Cada parte (primeiro 
defesa, depois MP) 
poderá recusar, 
imotivadamente, 3 
jurados (art. 468, CPP). 
Obs. Se forem mais 
acusados, somente um 
defensor poderá fazer a 
recusa. 
- Inquirição do 
ofendido e das 
testemunhas; 
- Debates orais 
(acusação e defesa) 
pelo prazo de 
1h30min; réplica e 
tréplica em 1h; 
 
 - Acontece na sala secreta; 
- Somente juiz, defesa, MP, escrivão e 
jurados estão presentes (réu, não!). 
- Leitura dos quesitos; 
- Cada jurado deposita uma ficha 
(SIM/NÃO) na urna, que será contada 
depois. 
- Quando atingir 4 votos, para a 
votação (pois já atingiu a maioria); 
 
 a) Absolutória; 
b) Condenatória; 
c) Desclassificação; 
 
- Encerrada a sessão; 
 
 
 
PROCEDIMENTO DO TRIBUNAL DO JÚRI (2ª FASE - judicium causae)