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ProdFono Roteiro para AV1 e AV2

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Pequeno resumo dos temas e tópicos abordados
1- História do registro sonoro:
Em 1887 dois homens em continentes diferentes vislumbram a mesma solução para resolver a questão da gravação e reprodução do som. O poeta francês citado acima, Charles Cross, cujo projeto baseava-se na máquina do outro francês Leon Scott (Phonoautograph) e o americano Thomas A. Edison, que criou o phonographo por acidente durante experiências com o “Speaking Telegraph” (ou o Telégrafo Falante), abordado anteriormente. 
	Charles Cross concebeu uma máquina capaz de reproduzir sons fixando as vibrações sonoras em sulcos através de um processo de fotogravação. Chamou sua máquina de Paleophone. Apesar do interesse despertado não conseguiu financiamento e não foi possível demonstrar na prática seu invento.
	Edison percebeu que ao tentar transferir automaticamente os caracteres em código Morse gravados em um papel perfurado para outros circuitos aumentando a velocidade, na passagem dos furos do papel pela agulha gravadora os contatos se conectavam de tal forma que produzia um som rítmico e musical semelhante ao da voz humana. Tal percepção levou Edison a adaptar um diafragma à máquina e tentar registrar a voz humana por meios mecânicos.
Em novembro de 1877 estava inventado o Phonographo. Edison substituiu o papel do telégrafo por papel estanhado envolvido num cilindro montado numa base onde um estilete não só gravava e fixava no papel as vibrações sonoras como também conseguia reproduzir o que estava gravado ao passar novamente pelas ranhuras ou sulcos. O estilete se deslocava lateralmente enquanto o cilindro girava. A gravação era feita através de um megafone ao contrário onde a pessoa tinha que gritar para fazer vibrar o diafragma e conseqüentemente excitar o estilete a ele preso. Para tocar a gravação recolocava-se o estilete no início do sulco feito no papel e girava a manivela. Quando Edison entregou os desenhos para seu maquinista John Kruesi, este achou absurdo o que Edison propunha. Depois de pronta a máquina, Edison colocou a boca perto do diafragma e gritou a primeira coisa que lhe veio à cabeça; “Mary Had a Little Lamb”, quando voltou o estilete deixou todos os seus empregados completamente pasmos com sua voz saindo fraca de dentro da máquina. Segundo testemunhas Edison decepcionou-se inicialmente com sua primeira tentativa, por causa de sua surdez não percebeu que a experiência tinha sido um sucesso. Edison demonstrou seu invento por todo o país e fez uma apresentação numa seção especial no congresso e outra ao presidente Rutheford Hayes na Casa Branca. O fonógrafo valeu a Edison o apelido de “O Mago de Menlo Park” que era o local onde estava instalado seu laboratório e oficina. Apesar do som obtido ser muito ruim e não ser possível manter o cilindro girando numa velocidade constante, o Tin Foil (fonógrafo de papel de estanho) causou grande impacto e depois foi perdendo gradativamente parte do interesse.
	Graham Bell (o consagrado inventor do telefone) e seu primo Chichester Bell projetaram e desenvolveram em 1881 uma outra máquina destinada à gravação e reprodução do som, fruto de pesquisas que vinha desenvolvendo ao longo do tempo nesta área. O Graphophone de Bell também possuía um cilindro só que ao invés do papel de estanho o cilindro era coberto de cera, onde eram gravados os sulcos por intermédio de um diafragma e também um estilete. Em 1885 Chichester Bell e Charles S. Tainter introduziram os cilindros removíveis. Estavam aí lançadas as bases para o nascimento de uma grande e próspera indústria. A partir deste momento era possível gravar os cilindros e comercializá-los em larga escala independentemente do aparelho gravador e reprodutor. Uma das primeiras aplicações para o invento foram os ditafones, máquinas destinadas a gravar ditados para secretárias em escritórios, tarefa até então executada por secretárias estenografas. Outra grande vantagem deste sistema de cilindros é que a cera podia ser raspada e os cilindros reaproveitados. 
	Em 1888, diante do lançamento comercial dos ditafones, Edison resolve retomar seu projeto abandonado. Utilizando cera de carnaúba e o sistema de agulha flutuante, como no Graphophone, acaba infringindo patentes de Bell e Tainter e vai parar na justiça.
Fred Figner – Tcheco naturalizado americano que introduziu o fonógrafo no Brasil e também gravou os primeiros registros sonoros de músicas brasileiras. Chegou ao Brasil pelo Nordeste e veio descendo até o Rio de Janeiro, onde fundou as Casas Edison, em homenagem ao inventor do Phonographo. Depois de grande sucesso comercializando Phonographos, Gramophones e fonogramas no Rio, naturalizou-se brasileiro e aceitou o convite para ser sócio da patente do disco de dupla face, recente tecnologia de prensagem de discos recém desenvolvida na Europa. Montou na Tijuca a primeira fábrica de discos de dupla face no Brasil e ficou milionário, pois ninguém podia fabricar e/ou comercializar discos em toda a América do Sul sem pagar Royalts a ele. 
Assista aos vídeos demonstrando o Phonographo de Edison e o Graphophone de Bell no YouTube, clicando nos links abaixo:
a)- http://www.youtube.com/watch?v=uAXhclPS3AE
b)- http://www.youtube.com/watch?v=QEBs3WgmRMQ&feature=related
c)- http://www.youtube.com/watch?v=g_GvRKrkBX0&feature=related
d)- http://www.youtube.com/watch?v=Qn9Y6GEQHHQ 
e)- http://www.youtube.com/watch?v=167OSB1M7_U
f)- http://www.youtube.com/watch?v=em5M_gmM7fo&feature=related
g)- Graphophone - https://www.youtube.com/watch?v=z2HK2T1nul0
h)- Graphophone - https://www.youtube.com/watch?v=6byy4OfakX8
i)- Graphophone - https://www.youtube.com/watch?v=gfiTBu9x-UA
j)- http://www.youtube.com/watch?v=-136AImTDZw 
2 – Produção Fonográfica: envolve todos os processos relacionados à Indústria e ao mercado fonográfico. O produtor fonográfico pode ser uma gravadora, um selo fonográfico ou um produtor independente, responsável pela contratação de artistas, pela produção artístico-musical do produto fonográfico e pela divulgação, comercialização e distribuição do produto no mercado. Cabe também ao produtor fonográfico a responsabilidade pelos aspectos jurídicos envolvidos em todas as etapas do processo. Atualmente algumas destas etapas são terceirizadas ou mesmo subdivididas, entre empresas que utilizam diversos meios e diversas mídias oriundos das novas tecnologias de comunicação. O Produtor Fonográfico é o dono dos fonogramas.
3 – Conceito do Fonograma – Música fixada em suporte físico. Suporte físico pode ser cilindro de cera (Phonographo), vinil, fita magnética, plástico, etc.
4 – Impacto das novas tecnologias digitais – A digitalização do áudio e a internet implodem o conceito do fonograma, pois agora é possível distribuir e comercializar música sem suporte físico.
A partir dos anos 80, a facilidade ao acesso à tecnologia vem provocando uma revolução nos meios da produção fonográfica e no processamento do áudio. A manipulação do áudio por meios digitais e o custo cada vez mais acessível aos computadores, tornou possível o surgimento de inúmeros estúdios de gravação de pequeno porte, assim como democratizou o acesso aos meios de produção e divulgação musical. Até então a tecnologia e o know-how da produção fonográfica eram exclusividade dos grandes estúdios e das grandes gravadoras multinacionais. O acesso a esta tecnologia, que também atingiu a produção de instrumentos musicais eletrônicos e digitais, desenvolve-se e expande-se, visivelmente, num cenário crescente de produções independentes de CDs, selos fonográficos e atividades relacionadas à produção fonográfica como um todo, assim como na divulgação, distribuição e comercialização de música através da Internet.
O computador hoje, como workstation digital de áudio, centraliza e viabiliza ferramentas destinadas à criação e produção musical, ao processamento do áudio, à produção fonográfica e até mesmo, através da evolução da Internet e dos recursos agregados a ela, a divulgação, distribuição e comercialização do produto musical semfronteiras.
A digitalização do áudio também possibilitou o acesso aos equipamentos tradicionais destinados aos estúdios de gravação e mixagem, a ponto de oferecer alta tecnologia a uma relação de custo/benéfico extremamente vantajosa. Equipamentos que, há duas décadas atrás, eram completamente inacessíveis aos empreendedores independentes. Hoje é comum o surgimento de pequenos estúdios capazes de oferecer qualidade profissional, competitiva com estúdios de grande porte. O Universo da produção fonográfica pode hoje ser subdividido em áreas menores, mais especializadas, distribuídas e terceirizadas por pequenos estúdios, em serviços específicos, a serem somados e agregados ao produto final.
Por fim, a nova Indústria Fonográfica, que surge nos dias de hoje, é parte de um processo altamente globalizado, colocando o músico, o produtor, o técnico e o artista no centro deste processo e não mais como simples coadjuvantes.
5 - Direitos relacionados ao fonograma:
. Direito artístico – Direito do artista (cantor ou músico instrumentista contratado pelo produtor fonográfico.
. Direito autoral – Direito dos autores das músicas (compositores)
. Direito fonomecânico – Direito relacionado à fixação do som em suporte físico.
. Direito pago aos produtores musicais que produziram o fonograma (Royalts).
. Direitos conexos – Direitos relacionados à execução pública de música ou fonogramas (músicas executadas no rádio, TV, show, lojas comerciais, festas com ingressos ou com apoio patrocinado, etc). Os direitos conexos agregam o direito artístico, direito autoral, direito fonomecânico e o direito pago aos músicos acompanhantes, que participaram do fonograma.
6 – Os direitos conexos são arrecadados pelo ECAD – Escritório Central de Arrecadação e Distribuição. A arrecadação feita pelo ECAD é repassada às Sociedades Arrecadadoras, O ECAD presta serviço a estas sociedades (ex.: Socimpro, UBC, Abramus, Amar, etc). São sociedades que representam os autores, interpretes, músicos e produtores fonográficos.
.Site do ECAD: http://www.ecad.org.br/ViewController/Publico/Home.aspx
 
.Site da Abramus (associação brasileira de música e artes): http://www.abramus.org.br/home/ .
As sociedades arrecadadoras são as responsáveis por fornecer o software que gera o ISRC, que é o número que legaliza cada fonograma produzido. É através do ISRC que os direitos fonográficos e os direitos conexos são recolhidos pelo ECAD e distribuídos aos autores e produtores fonográficos. Um disco só pode ser fabricado com o ISRC, fonogramas comercializados ou distribuídos sem o ISRC podem ser tratados como pirataria. O ISRC é a identidade de um fonograma. Nenhum fonograma pode ser utilizado sem autorização do Produtor fonográfico e nenhuma música pode ser gravada sem autorização do(s) respectivo(s) autor(es). 
7 – Creative Commons – Conjunto de licenças flexíveis para obras intelectuais.
Com o conceito do fonograma em xeque, entram em debate as novas alternativas contratuais, que levam em consideração as novas mídias e as novas tecnologias de comunicação. Estamos presenciando uma grande mudança de paradigma na relação entre autores, músicos e artistas, com os produtores fonográficos. Surge o Creative Commons, como nova proposta de gestão do direito autoral, acompanhado de muita polêmica no meio Fonográfico tradicional. A produção independente é uma realidade em expansão, em contra partida com novas perspectivas de distribuição e comercialização da música.
Visite o site do Creative Commons: http://www.creativecommons.org.br/ .
8 – Elementos de concepção da Produção musical e sonora: Este tópico será abordado somente após a AV1 (para AV2).
Para compreender os elementos envolvidos na concepção da produção musical devemos desenvolver um ouvido crítico, onde a pura e simples emoção, gosto pessoal ou pré-disposição ao entretenimento devem se postos, provisoriamente, de lado. Normalmente ouvimos música para nos esquecer da vida, distrair, dançar, ou entrar em mundos virtuais (ou em outras realidades), onde não estejamos, mesmo que momentaneamente, comprometidos com o mundo físico real e factual. Para identificarmos e adentrarmos nas subjetividades do som dividimos a produção musical e 5 elementos que se seguem: 
a) - Composição: Melodia; Letra; Harmonia; Ritmo – Eventualmente alguns destes componentes podem ser mais simples ou mais primários que os outros, o importante é que interajam entre si a ponto de se completarem e se reforçarem esteticamente.
b) – Forma: Estrutura da música: Utilizamos a notação simbólica para mapear a forma da música. A notação simbólica é uma notação livre, onde atribuímos letras ou símbolos às partes da música, para caracterizar partes como introdução, 1ª parte, 2ª parte, refrão, etc. A única regra é que as mesmas letras ou símbolos sejam atribuídos as mesmas partes, à medida que estas partes ocorrem na música. Com a notação simbólica podemos também indicar e/ou destacar determinados instrumentos que fazem parte do arranjo musical, de acordo com objetivos específicos ou que, por alguma razão, devam ser explicitados.
c) – Intérprete: Como abordamos anteriormente o intérprete vai além do “cantor”. Um bom intérprete diz o que quer, além do que está escrito na letra. Uma mesma frase pode ser cantada com raiva, com doçura, com medo, com temor, com apreensão, de forma jocosa, debochada, etc. Um bom intérprete não depende necessariamente de voz “bonita” ou da “técnica”. Um bom intérprete valoriza sua emoção, proposta e exposta nas entrelinhas das intenções contidas nas inflexões e entonações da voz, na respiração, nas pausas e no ritmo.
d) – Arranjo: O arranjo é o “cenário” e a “paisagem” sonora/musical. Uma mesmo composição pode ter diversos arranjos diferentes. O arranjo é composto por frases melódicas e sonoras que se complementam e interagem com a melodia principal. Com os instrumentos musicais construímos diversos matizes de cores sonoras (timbres), com a harmonia desenhamos sentimentos e propomos intenções às frases melódicas.
e) – Sonoridade: São os ambientes e as ambiências sonoras. A sonoridade nos dá a sensação de lugar no espaço, onde a música e o som nos conduzem por dimensões que existem ou que são puramente imaginárias. Um mesmo arranjo soará diferente dependendo de onde esteja sendo executado, em um lugar fechado, em lugar aberto ou em lugares que não existem no mundo físico real. Dependendo da posição dos microfones podemos captar as características acústicas do lugar onde estamos gravando ou esculpir arquiteturas virtuais no ar.
9 – Produzir música como se fosse um filme: Podemos relacionar a letra da música com uma história a ser contada, a forma da música com o roteiro, o intérprete é o contador da história, narrador ou protagonista. Através do arranjo construímos cenários e paisagens, a sonoridade são os ambientes, reais ou imaginários, onde a história ou os sentimentos e emoções propostos pela história acontecem.

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