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O compressor é uma das ferramentas de processamento dinâmico mais utilizadas atualmente, porém muito pouco compreendida especialmente para iniciantes em produção musical. Embora conhecida por fornecer mais 'Punch e Glue' aos instrumentos. Às vezes pode fazer mais mal do que bem se não for aplicada de forma correta. A compressão multibanda, embora consideravelmente mais sofisticada do que a compressão habitual que estamos mais acostumados a utilizar, ela também possuirá o mesmo conceito, porém utilizada de maneira inadequada pode render resultados inferiores aos ideais, entretanto se utilizada de maneira correta, irá gerar resultados fantásticos. O que é compressão? Talvez a maneira mais fácil de compreender a compressão seja imaginar uma ferramenta que realiza um controle automático de volume, encarregado de um único trabalho: sempre que um som ficar muito alto, ele irá encarregar de abaixar o volume para tornar as coisas mais suaves; isto é, "comprimir" o som para que as seções mais altas, não seja tão alta quando comparado as seções mais baixas da mixagem. O resultado: a faixa sorará mais natural evitando mudanças exageradas de volume de uma sessão para outra. Quando o som estará alto demais? Isto é determinado pela configuração do threshold; sempre que o sinal excede a configuração que você definiu o threshold, ocorre a atenuação do volume (ou seja, podemos imaginar como se o fader estivesse se movendo para baixo automaticamente). E quanta atenuação é necessária? Isto é determinado pelo ratio. Esta opção é necessário para você definir quanto de compressão, ou seja, quanto de volume será reduzido após exceder o threshold. Esta função requer muita delicadeza em seu uso, pois, em configurações extremas o compressor passará a trabalhar como um limitador, cortando o sinal de forma muito agressiva. Em uma proporção de 2: 1, se o sinal de entrada ultrapassar o threshold em 2 dB, isto vai fazer com que a saída seja reduzida em 1db; na proporção de 3: 1, a saída será reduzida em 1 dB para cada 3 dB de entrada acima do threshold; e assim por diante. Em outras palavras, quanto mais baixo for o threshold e maior o ratio, mais compressão será aplicada. Agora teremos os envelopes de compressão. Retomando novamente em nossa metáfora, seria basicamente em qual velocidade o controle automático de volume demora para atuar, e também o tempo em que ele demora para parar de atuar. Para isso teremos duas funções que são attack e release. E diferentemente do threshold e ratio que são trabalhados em dB (volume), o attack e release são trabalhados em milissegundos (tempo). O attack é o tempo que o compressor demora para atuar após exceder o limite definido pelo threshold, porém o release ao contrário do que muitos pensam será o tempo que o compressor irá para de atuar após o sinal estiver abaixo do threshold. Estas configurações são importante pois é através delas que você irá deixar o som mais uniforme, preservando os transitórios e evitando que o mesmo perca impacto ou fique sem definição. Sem estes atributos importantes o som tende a ficar menos percebido em uma mixagem. Dica: Alguns compressores oferecem um analisador que se chama gain reduction (redução de ganho) que mostra em tempo real o quanto de sinal está sendo atenuado no momento da compressão. Observe o comportamento do analisador, quanto mais rápido ele atuar imagine como se fosse o attack, e de forma inversa entenda como se fosse o release. Mas lembre-se, sempre confie em seus ouvidos primeiramente, isto é fundamental para qualquer bom resultado de uma compressão. O que é compressão multibanda? Todos estes quatro controles principais - threshold, ratio, attack, release - são fornecidos por padrão em qualquer ferramenta de compressão e compressores multibanda. Então qual é a diferença? Simples: Compressores convencionais afetam todo o espectro de freqüência de um sinal, enquanto os compressores multibanda afetam apenas áreas específicas de frequência do sinal. Isso é feito roteando o sinal de áudio de entrada para um número de filtros de "crossovers" que o dividem em várias áreas de frequência. Com o compressor multibanda, você pode alterar as baixas frequências deixando as altas frequências intactas ou vice-versa. Desta forma você pode ser mais específico em sua aplicação. Uma das grandes vantagens neste tipo de compressão é que ela evita os problemas inerentes à compressão padrão, como artefatos de "bombeamento" ou "respiração", por este motivo a compressão multibanda é uma ferramente excelente para aplicar em vocais. Dica: Fique atento nas configurações de attack e release para obter bons resultados, geralmente as frequências menores exigem uma configuração mais lenta e nas frequências maiores configurações mais rápidas, mas sinta-se livre para experimentar. Uma outra dica é em relação ao ratio, procure não adicionar configurações muito diferente uma das outras, procure mante-las o mais próximo possível caso comprima várias bandas em simultâneo, caso contrário, isto irá gerar um desequilíbrio tonal. Sessão de compressão multibanda ''Izotope Ozone''. Exemplos de situações em que a compressão multibanda seria útil na masterização: Uma mixagem com uma linha de baixo que não foi executada de forma consistente pode se beneficiar da compressão multibanda na região dos graves, onde o compressor vai trabalhar reduzindo o alcance dinâmico dos graves, ajudando a mix a ter uma resposta de graves mais linear sem afetar as regiões dos médios e agudos, ao contrário de um compressor tradicional, onde todo o material seria afetado pela compressão. Uma mix onde o volume da voz oscila demais ao longo do material. Nesse caso a compressão multibanda poderia ser utilizada na região dos médios para ajudar a voz a se encaixar com a música. É importante tomar cuidado com compressão multibanda, pois os ajustes que são feitos em uma região do espectro podem afetar a percepção das outras regiões, por mais que elas não estejam sendo diretamente afetadas pelo processo. Assim como a maioria dos outros processos de masterização, é prudente tentar fazer o processamento de forma sutil. Exemplos de compressores Multibanda: FABFILTER PRO-MB WAVES C6 UAD PRECISION MULTIBAND IZOTOPE OZONE 7 VENGEANCE MULTIBAND COMPRESSOR A conclusão é que os compressores multibanda podem fazer algo que os compressores padrão não podem: reagir de maneira diferente ao conteúdo de frequência diferente. Eles fornecem um meio preciso para afetar seletivamente apenas as partes do sinal de áudio que precisam de compressão, deixando o restante do som intocado, o que os torna extremamente úteis quando você deseja afetar apenas uma área problemática em um vocal, um instrumento ou uma mixagem completa.
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