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CURSO ONLINE - DIREITO COMERCIAL(EMPRESARIAL) AFRFB/AFT 2013 
PROFESSORES LUCIANO OLIVEIRA E CADU CARRILHO – AULA 04 
 
 
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Olá, amigo(a) concurseiro(a)! Iniciaremos agora a Aula 04 de Direito 
Comercial(Empresarial) para AFRFB e AFT 2013. A aula de hoje versará 
sobre o item 7 do edital: 
 
7. Nota promissória. Cheque. Duplicata. 
 
Trata-se de matéria referente ao chamado Direito Cambial. Vamos à 
aula! Não perca o foco, continue na luta. Vamos estudar bastante. 
 
1 – TÍTULOS DE CRÉDITO 
 
 A nota promissória, o cheque e a duplicata, assim como a letra de 
câmbio, são títulos de crédito, documentos criados para facilitar a 
circulação de riqueza em uma economia e sujeitos a um regime especial que 
facilita essa circulação: as regras do Direito Cambial. São títulos 
representativos de uma prestação futura (crédito), a qual é devida àquele 
que possuir o respectivo documento comprobatório da obrigação (o título). 
 
Muitas pessoas nunca tiveram contato no dia a dia com alguns desses 
títulos que veremos, esse era o meu caso...(risos). Vou tentar facilitar o 
entendimento de vocês sobre o assunto. O melhor exemplo é o CHEQUE. 
Infelizmente, hoje em dia, é muito difícil fazer negócio onde os 
compromissos sejam cumpridos só com as palavras, essa realidade nos 
mostra a importância do título de crédito e de sua regulamentação. 
Exemplo: eu compro uma mercadoria em uma loja e peço para parcelar no 
cheque em 3 vezes. Eu poderia dizer para o vendedor que daqui a um mês 
eu volto para pagar uma parcela, mas e aí será que ele aceitaria? Acho que 
não. É preciso que na hora da compra você entregue os 3 cheques. E 
também se eu não entregasse o cheque ao vendedor e fizesse a negociação 
só de “boca”, ele não poderia usar esse crédito que tem comigo para outras 
negociações. O vendedor não pode chegar pro seu fornecedor e dizer que 
tem um crédito com o Cadu e pedir pro fornecedor cobrar de mim algum 
valor. É para isso que serve o título de crédito. Para que juridicamente o 
credor tenha algum documento que garanta aquela dívida e com isso esse 
crédito que está circulando pelo mercado tem valor, pois a lei dá essa 
garantia. Será que deu pra ter uma noção? Porque agora vamos ver a parte 
normativa desse assunto e que é cobrado em prova. Vamos lá... 
 
 Segundo o jurista italiano Cesare Vivante, o título de crédito é o 
documento necessário para o exercício de um direito literal e autônomo, 
nele mencionado. O art. 887 do Código Civil de 2002 (CC/2002) 
expressamente adotou essa definição: 
 
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Art. 887. O título de crédito, documento necessário ao exercício do direito 
literal e autônomo nele contido, somente produz efeito quando preencha os 
requisitos da lei. 
 
 Dessa definição, retiram-se os princípios fundamentais dos títulos de 
crédito: a cartularidade (ou incorporação), a literalidade e a 
autonomia. Desse último decorrem dois subprincípios: o da abstração e o 
da inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé. 
Veremos também que são esses princípios que conferem duas características 
marcantes aos títulos de crédito: a negociabilidade e a executividade. 
 
PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS DOS TÍTULOS DE CRÉDITO: 
 
-CARTULARIDADE 
-LITERALIDADE 
-AUTONOMIA -----ABSTRAÇÃO 
-----INOPONIBILIDADE DAS EXCEÇÕES PESSOAIS 
 AOS TERCEIROS DE BOA-FÉ 
 
Cartularidade 
 
 O princípio da cartularidade ou da incorporação significa que a 
obrigação representada pelo título de crédito materializa-se necessariamente 
em um documento ou cártula, isto é, está incorporada nesse documento. 
Assim, o crédito existe na medida em que está contido expressamente na 
cártula, a qual se torna o documento necessário ao exercício do direito 
nela mencionado. Somente quem detém o título de crédito original possui o 
direito de exigir a obrigação nele expressa. Sem a apresentação desse 
documento, a cobrança do crédito não pode ser exercida com as facilidades 
proporcionadas pelo Direito Cambial, ainda que o credor realmente tenha 
direito à prestação. Daí dizer-se que os títulos de crédito são documentos 
de apresentação. 
 
Por exemplo, se fulano recebe um cheque de beltrano e, no dia do 
pagamento, este não tem saldo em sua conta corrente, fulano terá o direito 
de cobrar a dívida judicialmente de beltrano. Se, no entanto, ele perder o 
cheque, não terá como ajuizar a ação executiva de cobrança, em função do 
princípio da cartularidade. 
 
Não se admite, tampouco, a prova do crédito por meio de cópia 
reprográfica do título, ainda que autenticada. A cobrança judicial do crédito 
em processo de execução exige a apresentação do original do título nos 
autos (salvo se ele estiver juntado a outro processo judicial, quando se 
admite a certidão do cartório da vara onde se encontra o processo, 
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atestando o fato). Pode-se dizer, na verdade, que o direito não existe sem o 
título, nem pode ser exigido sem sua exibição. 
 
Além disso, a transferência do direito de crédito a terceiros exige a 
tradição (entrega) da cártula. Se eu quiser pagar uma dívida com uma nota 
promissória, o meu credor só terá direito ao valor constante do título se 
estiver efetivamente na posse do documento. 
 
Não obstante, costuma-se discutir, atualmente, a mitigação 
(flexibilização) do princípio da cartularidade, diante do surgimento de alguns 
títulos não-cartularizados, elaborados em meio magnético, em função do 
avanço dos recursos de tecnologia da informação. A esse fenômeno a 
doutrina chama de desmaterialização dos títulos de crédito. Outra 
exceção à cartularidade é a possibilidade de execução em juízo de um 
crédito representado por uma duplicata sem a apresentação da respectiva 
cártula, em situações especiais, que serão estudadas adiante (art. 15, § 2.º, 
da Lei 5.474/1968 – Lei das Duplicatas). 
 
Veja esta questão sobre o princípio da cartularidade: 
 
1 - (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SENADO FEDERAL/2002) 
Quanto ao princípio da cartularidade, aplicável aos títulos de crédito, 
exige-se que o credor apresente o título – cártula – a fim de que possa 
obrigar o devedor a efetuar o pagamento de sua dívida. Não se 
admite, assim, que se inicie a ação cambial sem que a petição inicial 
esteja acompanhada do respectivo título de crédito. 
 
O item foi considerado certo porque apresentou a correta definição do 
princípio da cartularidade e suas implicações. A ação cambial é a 
processo de execução fundado em título de crédito. Todavia, uma 
crítica que fazemos à questão é que ela não contemplou a hipótese de 
o título já estar juntado a outro processo judicial. 
 
Gabarito: Certo 
 
Literalidade 
 
 O princípio da literalidade reza que só se deve levar em conta a 
obrigação expressamente constante do título de crédito e na exata medida 
do que estiver consignado na cártula. Por exemplo, se uma nota promissória 
diz que o devedor pagará o valor de R$ 10.000, no dia 15/12/2009 (a 
promissória é uma promessa de pagamento feita pelo devedor, conforme 
veremos adiante), não pode o portador do título exigir que lhe seja pago 
valor maior ou em data anterior. Assim, o devedor tem a segurança de que 
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nada lhe poderá ser cobrado além do valor constante da nota promissóriaou 
antes da data nela registrada. Do mesmo modo, o credor sabe que poderá 
exigir do devedor a exata quantia que consta do título e na data nele 
expressa. 
 
 Ainda que efetivamente a obrigação que deu origem ao título (por 
exemplo: uma operação de compra e venda de um veículo) seja de maior 
valor, o credor só poderá executar o devedor judicialmente, por meio do 
título, até o valor nele consignado. Outros documentos que revelem o 
excedente da dívida, se não se revestirem da condição de título de crédito, 
não permitirão o ajuizamento direto da ação de execução do título, devendo 
ser promovida a competente ação de conhecimento. 
 
Vamos lembrar que o processo de execução é a ação utilizada para 
a cobrança judicial de dívidas e outras obrigações, quando o devedor não as 
cumpre espontaneamente, com a penhora (apreensão) e alienação judicial 
dos seus bens, para subsequente pagamento ao credor com o valor apurado 
com a venda do patrimônio do devedor. Para iniciar uma ação de execução, 
o credor deve ter um título executivo que comprove de forma líquida e 
certa seu direito (o título de crédito possui essa qualidade). Não havendo 
essa prova, o credor deverá inicialmente discutir a existência e extensão da 
dívida em juízo, em um processo de conhecimento, e somente após a 
sentença do juiz nesse processo, ele poderá prosseguir com a execução 
judicial, pois a sentença no processo de conhecimento é considerada um 
título executivo. 
 
 Por exemplo, se eu possuir um cheque sem a assinatura do devedor, 
não poderei ajuizar a ação de execução contra ele, pois a assinatura do 
emitente é requisito necessário para a caracterização do título de crédito. 
Mas eu poderei ingressar na Justiça com uma ação de conhecimento, 
valendo-me do cheque não assinado e de outras provas, inclusive 
testemunhas, para provar que o devedor realmente me deve aquele valor. 
Obtida a sentença nesse processo, poderei promover a execução judicial da 
dívida. 
 
 Em função da literalidade, não são consideradas informações 
expressas em folhas apartadas da cártula, com exceção da chamada folha 
de alongamento, justaposta aos títulos de créditos para permitir a 
continuação da cadeia de endossos (o endosso é uma das formas de 
transmissão da titularidade do título, por meio da assinatura do atual 
portador no documento, conforme veremos adiante). 
 
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Ou seja, cartularidade = vale o que está escrito... Você me pergunta, 
mas e o cheque pré-datado, pode ser depositado antes da data nele escrita? 
Pode, o porquê falaremos mais a frente, fique um pouco curioso... kkk 
Autonomia 
 
 O princípio da autonomia é fundamental para garantir a livre 
circulação de um título de crédito no mercado e assegurar que seu portador 
receberá o valor nele mencionado. Segundo esse preceito, o direito do 
portador do título é autônomo em relação aos direitos que tinham os 
portadores anteriores (e não um direito derivado dos direitos dos titulares 
anteriores). Em outras palavras, as diversas obrigações representadas por 
um mesmo título de crédito são independentes umas das outras. O 
portador do título possui um direito próprio, caracterizado pela posse do 
documento, não influenciado por eventuais nulidades existentes nas relações 
anteriores. 
 
 Por exemplo, imagine que João compre de Pedro um equipamento, 
entregando-lhe uma nota promissória, na qual afirma que pagará a Pedro o 
valor de R$ 1.000 em trinta dias. Em seguida, Pedro paga uma dívida que 
possuía com Jorge, entregando a este a promissória. No dia do vencimento, 
Jorge apresenta o título a João, para que este pague o valor constante da 
cártula. Ocorre que, anteriormente, João havia percebido que o equipamento 
que comprara não funcionava, razão pela qual tentou invalidar o negócio 
junto a Pedro, que, no entanto, se negou a fazê-lo. Diante disso, João diz a 
Jorge que não pagará o valor da nota promissória. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pergunta-se? Pode João se negar a honrar o título? A resposta é não. 
Jorge nada tem a ver com a relação jurídica travada entre João e Pedro. A 
relação entre Jorge e João é independente da relação inicial entre os dois 
primeiros. Embora o negócio de compra e venda possa ser invalidado por 
vício redibitório (vício oculto do equipamento), ainda assim Jorge tem direito 
ao recebimento da promissória, em função da autonomia entre as relações 
jurídicas representadas pelo título. A João restará, posteriormente, investir 
judicialmente contra Pedro, para reaver seu prejuízo. 
 
JOÃO PEDRO 
JORGE 
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Note a importância do princípio da autonomia. Sem ele, não haveria 
segurança nas relações cambiais e os títulos deixariam de possuir ampla 
negociabilidade e circulabilidade. No exemplo dado, se João pudesse se 
negar a pagar a promissória, em função da nulidade do negócio realizado 
com Pedro, Jorge seria prejudicado em seu direito de crédito. A autonomia, 
assim, protege o possuidor de boa-fé e proporciona segurança na circulação 
do título no mercado. Provavelmente, sem essa garantia, Jorge não aceitaria 
como pagamento da dívida a “nota promissória”. Entendeu direitinho? 
 
Eis uma questão de concurso sobre os princípios acima: 
 
2 - (CESPE/ADVOGADO/HEMOBRAS/2008) Segundo a doutrina 
dominante, são princípios gerais do direito cambiário a cartularidade, 
literalidade e autonomia das obrigações. 
 
 O item é certo, pois apresenta os três princípios do direito cambial, 
citados acima. 
 
Gabarito: Certo 
 
Abstração 
 
Esse é um subprincípio que deriva do princípio da autonomia. 
O princípio da abstração reza que o título de crédito, uma vez posto em 
circulação, desvincula-se da relação jurídica que o originou. Assim, por 
exemplo, se um locatário paga ao locador o valor do aluguel por meio de um 
cheque, e o locador, posteriormente, repassa esse cheque na praça a 
terceiro, aquele que apresentar o cheque para pagamento terá direito de 
recebê-lo, independentemente da validade da relação jurídica entre o 
locatário e o locador. Caso, por exemplo, o locatário já tivesse pago o 
aluguel daquele mês, o novo pagamento por meio do cheque seria indevido. 
Não obstante, o cheque apresentado por terceiro que o tenha recebido de 
boa-fé deve ser honrado assim mesmo, pois se tornou abstrato, isto é, 
desvinculou-se da relação jurídica inicial. Ao locatário, restará pleitear junto 
ao locador a devolução do que pagou a mais. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LOCATÁRIO LOCADOR 
 TERCEIRO 
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Note que a abstração é apenas outra forma de se enxergar a 
autonomia dos títulos de crédito, razão pela qual se entende que a abstração 
é tão-somente um subprincípio, uma decorrência lógica da autonomia. A 
abstração, porém, não é absoluta. Caso o recebedor do título tenha 
conhecimento da nulidade do negócio que lhe deu origem, esse fato poderá 
ser levantado por aquele que deva honrar o título, como exceção (defesa) 
contra o recebedor, que será considerado portador de má-fé do título. 
 
Frise-se, por fim, que a abstração só surge quando o título é colocado 
em circulação. Assim, no exemplo acima, se o próprio locador quisesse 
descontar o cheque e este não tivesse fundos, o locatário poderia opor o 
pagamento anterior como justificativa para impedir o novo pagamento, caso 
o locadorviesse cobrá-lo na justiça. 
 
Eis uma questão da Esaf sobre os princípios cambiais vistos até agora: 
 
3 - (ESAF/DEFENSOR PÚBLICO/CE/2002) “Título de crédito é o 
documento necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele 
mencionado” (César Vivante). Na expressão documento necessário do 
conceito transcrito é identificável o princípio da: 
a) literalidade; 
b) abstração; 
c) autonomia; 
d) incorporação. 
 
A letra D é o gabarito porque o princípio da incorporação ou da 
cartularidade reza que a obrigação representada pelo título de crédito 
materializa-se na cártula, a qual é, assim, o documento necessário 
ao exercício do direito nela mencionado. A literalidade (letra A) 
significa que a obrigação a ser considerada é a que consta 
expressamente do título de crédito. O princípio da autonomia (letra C) 
prescreve que o direito do portador do título é autônomo em relação 
aos direitos que tinham os portadores anteriores. Por fim, a abstração 
(letra B) é um aspecto da autonomia que dispõe que o título de 
crédito, uma vez posto em circulação, desvincula-se da relação jurídica 
que o originou. 
 
Gabarito: D 
 
 
 
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Inoponibilidade das Exceções Pessoais aos Terceiros de Boa-fé 
 
Esse é outro subprincípio que deriva do princípio da autonomia. Esse 
princípio é apenas a faceta processual da autonomia dos títulos de crédito. 
Uma vez que as relações cambiais são autônomas entre si, não pode o 
devedor original do título opor (alegar em juízo) ao portador de boa-fé as 
exceções (defesas) pessoais que possui contra o credor original. Ainda no 
exemplo do contrato de aluguel, o locatário não poderá alegar, em um 
processo judicial de execução movido pelo atual portador do cheque, o fato 
de que já tinha pago anteriormente o aluguel do respectivo mês ao locador, 
salvo se o portador sabia do fato e mesmo assim recebeu o cheque, quando 
então estará caracterizada a sua má-fé. Nesse sentido, dispõe o art. 916 do 
CC/2002: 
 
Art. 916. As exceções, fundadas em relação do devedor com os portadores 
precedentes, somente poderão ser por ele opostas ao portador, se este, ao 
adquirir o título, tiver agido de má-fé. 
 
No entanto, conforme dito acima, o locatário poderia opor o primeiro 
pagamento como exceção ao locador que resolvesse executar ele mesmo o 
cheque em juízo, caso o devedor não o tivesse honrado na data do 
pagamento. Neste caso, o título não terá entrado em circulação (o que lhe 
daria abstração), nem o locador pode ser considerado de boa-fé, uma vez 
que sabia que já tinha recebido o pagamento pelo aluguel. 
 
Contra o terceiro de boa-fé, o devedor original, para se eximir do 
pagamento, só poderia alegar as defesas relativas à relação direta entre 
eles (exceção pessoal contra o atual portador), como a prescrição para a 
cobrança do crédito, ou a presença de algum vício formal da própria 
cártula, como falsidade de assinatura, incapacidade do subscritor do título, 
ausência de algum dado essencial à formação do título, etc., ou, ainda, 
ausência de requisito para a ação de execução, como a não-
apresentação do original do título. 
 
Eis uma questão de prova sobre os assuntos até agora abordados: 
 
4 - (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SENADO FEDERAL/2002) Se 
Renato emitir determinado cheque em favor de André, e este o 
endossar em favor de Aldo, sustando-o em seguida, caso o título não 
seja pago, em decorrência do princípio da literalidade, Renato não 
poderá, em regra, opor contra Aldo a causa que o levou a sustar o 
pagamento do cheque. 
 
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O item está errado porque a regra não se refere ao princípio da 
literalidade, mas ao da autonomia (ou ao subprincípio da 
inoponibilidade das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé). 
 
Gabarito: Errado 
 
Veja agora esta questão da Esaf, que explora o preceito da inoponibilidade 
das exceções pessoais aos terceiros de boa-fé: 
 
5 - (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Considere-se um título de crédito 
emitido parcialmente em branco, devendo ser preenchido pelo 
portador segundo os termos de um pacto adjecto. Nesse caso, 
a) o devedor poderá impugnar perante terceiro, em qualquer situação, 
o seu preenchimento em desconformidade com os ajustes realizados. 
b) se o preenchimento se deu em desconformidade com os ajustes e 
depois foi assim endossado a terceiro, o devedor poderá impugnar o 
pagamento apenas em relação ao favorecido original. 
c) o portador do título, preenchido indevidamente e objeto de uma 
série regular de endossos, poderá sofrer oposição do devedor, pois as 
transmissões ficaram contaminadas pelo vício referido. 
d) se o pacto adjecto não acompanhar a circulação do título, jamais 
qualquer credor poderá sofrer impugnação por parte do devedor diante 
do descumprimento indevido. 
e) a emissão de um título incompleto é risco absoluto que o emitente 
assume ao fazê-lo. 
 
 
Pacto adjecto ou adjeto é o acordo acessório firmado juntamente 
com um ajuste principal. No caso do enunciado, é o acordo que o 
emitente do título celebrou com o beneficiário, para o preenchimento 
futuro do título, nas condições acordadas. Caso o beneficiário preencha 
o título em desacordo com o pactuado, estará agindo de má-fé e o 
emitente do título poderá acioná-lo judicialmente por isso. Já o terceiro 
que receba o título de boa-fé terá direito ao recebimento do crédito 
nas condições em que ele foi preenchido na cártula, em função do 
princípio da autonomia das obrigações cambiais. 
Assim, a letra A é errada porque o devedor não poderá impugnar o 
teor do título perante o terceiro de boa-fé. A letra B é o gabarito, pois 
o favorecido original, ao preencher o título em desacordo com o 
pactuado, agiu de má-fé, podendo responder por isso. A letra C é 
falsa, já que o devedor não poderá opor a exceção pessoal que tem 
contra o favorecido original ao terceiro de boa-fé. A letra D é incorreta 
porque o credor original pode sofrer impugnação por parte do devedor 
diante do descumprimento indevido, por ter agido de má-fé no 
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preenchimento do título. Por fim, a letra E é errada, pois a emissão de 
um título incompleto não é risco absoluto do emitente, que pode 
impugná-lo perante o credor inicial que agiu de má-fé e também 
reaver posteriormente o que pagou ao terceiro de boa-fé, por meio de 
ação própria contra o favorecido inicial. 
 
Gabarito: B 
 
Negociabilidade 
 
Em função dos princípios acima, nota-se que o portador de um título 
de crédito possui uma grande garantia quanto ao recebimento do seu valor. 
Assim, o título de crédito proporciona segurança no mercado e é aceito 
livremente nas transações comerciais, daí ser dotado de grande 
negociabilidade, isto é, facilidade de negociação. Na verdade, o emissor de 
um título de crédito não assegura o pagamento exclusivamente ao credor 
inicial, mas a pessoa indeterminada, que venha a apresentar o título. A 
função do título de crédito, assim, é circular no mercado, promover a 
circulação da riqueza. 
 
Executividade 
 
Tendo em vista a cartularidade, a literalidade e a autonomia dos títulos 
de crédito, o portador da cártula possui um direito próprio, líquido e certo, 
consignado expressamente no documento. Em função disso, os títulos de 
crédito são considerados pela lei como títulos executivos extrajudiciais, 
isto é,servem de documento hábil para dar início a um processo judicial 
de execução. Em outras palavras, são dotados de executividade. 
 
Título executivo é o documento indicado em lei dotado de eficácia 
para tornar possível a tutela executiva em relação ao direito a que se refere. 
Em outras palavras, é o documento que o credor deve apresentar ao órgão 
judicial para dar início ao processo de execução, como se depreende da 
leitura dos artigos 580 e 586 do Código de Processo Civil (CPC): 
 
Art. 580. A execução pode ser instaurada caso o devedor não satisfaça a 
obrigação certa, líquida e exigível, consubstanciada em título executivo. 
 
Art. 586. A execução para cobrança de crédito fundar-se-á sempre em título 
de obrigação certa, líquida e exigível. 
 
 Apenas para reforçar, lembramos novamente que o processo de 
execução é aquele destinado a satisfazer o direito do autor, que pode ter 
sido reconhecido em uma sentença judicial anterior, em um processo de 
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conhecimento (neste caso, a sentença é o título executivo judicial) ou 
estar consubstanciado em um título executivo extrajudicial (que não 
provenha do Judiciário), que comprove o direito do autor, como é o caso de 
um título de crédito ou de uma escritura pública. Toda execução, assim, tem 
por base um título executivo judicial ou extrajudicial. Sem esse título não há 
execução. O art. 585, I, do CPC qualifica como título executivo extrajudicial 
os seguintes títulos de crédito: letra de câmbio, nota promissória, duplicata, 
debênture e cheque. As leis que dispõem sobre outros títulos de créditos 
(cédulas de crédito, letras imobiliárias, certificados de depósito bancário, 
etc.) também lhes atribuem a qualidade de título executivo extrajudicial. 
 
Note, assim, a vantagem de se possuir uma dívida garantida por um 
título de crédito. Sendo um título executivo, ele permite que o credor ajuíze 
diretamente um processo de execução contra o devedor, sem a necessidade 
de um prévio processo de conhecimento, em que se venha a reconhecer a 
existência do crédito. 
 
Ressalte-se, por fim, uma vez mais, que um documento que não 
contenha as formalidades de um título de crédito pode servir de prova da 
dívida do devedor ao credor em um processo de conhecimento (como no 
exemplo do cheque sem assinatura apresentado anteriormente). Apenas não 
será instrumento hábil a dar início diretamente ao processo de execução. 
Tudo bem em relação aos princípios? Foi só a introdução do assunto, 
ainda veremos muitas coisas... 
 
 
Legislação Cambial 
 
 A legislação aplicável aos títulos de crédito varia conforme a espécie 
do título. No caso da letra de câmbio e da nota promissória, aplica-se o 
Decreto 57.663/1966, que incorporou ao ordenamento pátrio a chamada 
Lei Uniforme de Genebra (LUG) sobre esses títulos (suas regras foram 
acordadas na Convenção de Genebra de 1930). Se houver lacuna nessa Lei 
ou se o Brasil não aplicar alguma de suas normas, por ter manifestado 
reserva expressa no momento da ratificação do seu texto, deve ser utilizado, 
para suprir a lacuna, o Decreto 2.044/1908 (Lei Saraiva), que também 
versa sobre a letra de câmbio e a nota promissória. 
 
 Quanto ao cheque, deve ser aplicada a Lei 7.357/1985 (Lei do 
Cheque) e, de forma subsidiária, o Decreto 57.595/1966, que incorporou 
ao ordenamento brasileiro a Lei Uniforme de Genebra sobre cheques 
(Convenção de Genebra de 1931). Já a duplicata é regida pela Lei 
5.474/1968 (Lei da Duplicata) e, no que couber, pela legislação 
referente à letra de câmbio (art. 25 da Lei 5.474/1968). 
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 Por fim, o Código Civil de 2002 trouxe um título próprio com normas 
gerais sobre títulos de crédito (arts. 887 a 926), que, no entanto, só se 
aplicam aos títulos que possuem lei própria de forma subsidiária (art. 903 do 
CC/2002). 
 
 
Classificação dos Títulos de Crédito 
 
Os títulos de crédito podem ser classificados segundo vários critérios. 
Vejamos os principais. 
 
QUANTO AO MODELO, eles se classificam em títulos de modelo 
livre e títulos de modelo vinculado. Os primeiros não possuem uma forma 
específica, bastando que contenham os elementos mínimos exigidos por lei 
para a validade do título, independentemente da sua apresentação formal. 
Ex.: letra de câmbio e nota promissória. 
 
Os de modelo vinculado, por sua vez, têm um formato específico 
definido em lei, para que sejam considerados válidos. Ainda que contenham 
todos os dados exigidos por lei para a respectiva espécie, se não se 
apresentarem no formato exigido, não serão considerados títulos de crédito. 
Ex.: cheque e duplicata. 
 
QUANTO AO PRAZO, os títulos de crédito podem ser classificados em 
títulos à vista, títulos a certo prazo da vista, títulos a data certa e títulos 
a certo prazo da data. 
Os títulos à vista devem ser pagos no momento de sua apresentação 
ao devedor, ou seja, seu vencimento ocorre no momento da apresentação 
(ex.: cheque). Caso a obrigação não seja honrada na apresentação, o 
protesto do título valerá como prova do vencimento. 
 
Protesto é o ato formal e solene pelo qual se prova a inadimplência e 
o descumprimento de obrigação originada em títulos e outros documentos 
de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997). Deve ser feito no Cartório de 
Protesto de Títulos. O protesto dá publicidade ao título e prova a 
impontualidade do devedor, constituindo-o em mora (atraso). Falaremos 
mais do protesto adiante. 
 
Os títulos a certo prazo da vista devem ser pagos até um prazo 
máximo, contado da apresentação (ex.: 30 dias após a apresentação do 
título ao devedor). 
 
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Os títulos a data certa ou a dia certo devem ser pagos na data neles 
prevista. 
 
Por fim, os títulos a certo prazo da data devem ser honrados em um 
prazo máximo, contado da data do saque (emissão) do título (ex.: 30 dias a 
partir de hoje). Essa classificação é mais bem visualizada quando aplicada 
na questão. 
 
QUANTO À CIRCULAÇÃO, os títulos de créditos classificam-se em 
títulos ao portador e títulos nominais. 
 
Os títulos ao portador são os que não indicam o nome do 
beneficiário na cártula e, por isso, seu titular é aquele que o possui em 
determinado momento (portador). A transferência da propriedade de um 
título ao portador se dá por mera tradição (entrega) da cártula (art. 904 do 
CC/2002). 
 
Os títulos nominais são os que indicam o beneficiário no próprio 
documento e, por isso, a transferência de seu domínio exige um ato formal 
(que pode variar em função da espécie de título nominal), além da simples 
tradição. Os títulos nominais subdividem-se em títulos à ordem, não à 
ordem e nominativos. 
 
Título nominal à ordem é aquele que traz o nome do beneficiário, 
mas permite que este o transfira por meio de endosso, que é a 
transferência por meio da assinatura do titular no documento. Estudaremos 
o endosso adiante. 
 
O título nominal não à ordem é aquele que traz o nome do 
beneficiário, mas não permite que este o transfira por meio de endosso, 
justamente por trazer expressa a cláusula “não à ordem”. Neste caso, a 
transferência do título só pode ser feita por cessão civil de crédito, forma 
de transferência do direito regido pelas regras do Direito Civil e, portanto, 
sem as garantias do Direito Cambial. Adianteveremos as diferenças entre o 
endosso e a cessão ordinária (ou civil) de crédito. 
 
Por fim, o título nominativo é aquele cujo nome do beneficiário 
consta de registro próprio do emitente do título (art. 921 do CC/2002). A 
transferência, neste caso, deve ser feita por meio de termo no referido 
registro, assinado pelo alienante e pelo adquirente do título (art. 922 do 
CC/2002) (lembre-se das ações nominativas das sociedades anônimas). 
Caso o título nominativo seja transferido por endosso em preto, a 
transferência só terá eficácia perante o emitente depois de feita a 
competente averbação em seu registro (art. 923 do CC/2002). 
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6 - (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2012)O título que for emitido 
em favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente e que 
for transferido mediante termo assinado pelo proprietário e pelo 
adquirente constituirá título à ordem. 
 
Os títulos de crédito podem ser classificados quanto à FORMA DE 
TRANSFERÊNCIA em: 
- Ao portador 
- Nominal 
- Nominativo. 
AO PORTADOR - ocorre quando o título circula com a simples tradição, 
ou seja, entrega do título do dono para o outro. 
Código Civil - Art. 904. A transferência de título ao portador se faz por 
simples tradição. 
NOMINAL À ORDEM - ocorre quando no próprio título está escrito o 
nome do titular, ou seja, a quem pertence o título e sua transferência 
só acontece quando o titular assina passando o título a outra pessoa e 
essa assinatura chama-se ENDOSSO. 
Art. 910. O endosso deve ser lançado pelo endossante no verso ou 
anverso do próprio título. 
NOMINATIVO - ocorre quando o título é emitido em favro de uma 
pessoa determinada e o nome dessa pessoa fica escrito no registro de 
quem emite o título. E a transferência ocorre mediante termo assinado 
pelo proprietário e pelo adquirente. 
Art. 921. É título nominativo o emitido em favor de pessoa cujo nome 
conste no registro do emitente. 
Art. 922. Transfere-se o título nominativo mediante termo, em registro 
do emitente, assinado pelo proprietário e pelo adquirente. 
Pela classificação acima descrita podemos constatar que a questão 
define o que é um título de crédito NOMINATIVO e não o À ORDEM. 
 
Gabarito: Errada 
 
QUANTO À ESTRUTURA, os títulos de crédito podem ser de dois 
tipos: ordem de pagamento ou promessa de pagamento. 
 
Na ordem de pagamento, o saque (emissão) do título dá origem a 
três sujeitos cambiais: 
 
- o emitente, sacador ou subscritor, que dá a ordem a alguém 
(devedor ou sacado) para pagar o título a outra pessoa (tomador ou 
beneficiário); 
- o devedor ou sacado, que recebe a ordem de pagar a obrigação; e 
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- o beneficiário ou tomador do título, que é a pessoa descrita no 
documento como detentora do direito de receber o crédito. 
 
 São exemplos de ordem de pagamento a letra de câmbio, o cheque 
e a duplicata. No cheque, o sacador é a pessoa que passa o cheque na 
praça; o sacado é o banco, que deve pagar a obrigação a quem apresentar-
lhe o cheque; e o beneficiário é a pessoa constante do cheque ou a que 
atualmente o possua, em virtude de endosso, cessão civil ou tradição do 
título. Note ainda que o sacador e o tomador podem ser a mesma pessoa 
(posso emitir um cheque em meu próprio nome e descontá-lo no banco). 
 
Na ordem de pagamento, há o instituto do aceite, que consiste no 
reconhecimento expresso da dívida, por escrito, feito pelo sacado no próprio 
título. Na letra de câmbio, por exemplo, o sacador subscreve o título, 
dando ordem ao sacado para que pague certo valor ao tomador. Ora, o 
sacado pode nem saber da existência do título, razão pela qual o credor 
deve apresentar o documento ao devedor, para que este verifique a 
existência da dívida e aceite honrar a obrigação no prazo previsto. 
Estudaremos o aceite em maiores detalhes quando do estudo da duplicata, 
uma vez que a matéria referente à letra de câmbio não consta do edital de 
AFRFB 2012 e nem do AFT 2010 (provavelmente porque a letra de câmbio é 
título raramente usado no Brasil). 
 
Já na promessa de pagamento, temos apenas duas figuras 
jurídicas: 
 
- o promitente ou devedor, que emite o título; e 
- o beneficiário ou tomador do título, que é o credor. 
 
 A nota promissória é uma promessa de pagamento, em que o 
emitente declara expressamente que pagará no futuro determinada quantia 
ao tomador. 
 
Eis uma questão de prova: 
 
7 - (CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE RIO BRANCO/2007) 
Assim como o cheque, a nota promissória é uma ordem de 
pagamento. 
 
O item é errado porque a nota promissória é uma promessa de 
pagamento. 
 
Gabarito: Errado 
 
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QUANTO À NATUREZA, os títulos de crédito podem ser causais ou 
abstratos (não-causais). Os causais são aqueles cuja obrigação que lhes 
deu origem consta expressamente da cártula, só podendo ser emitidos 
quando ocorre tal obrigação. Um exemplo é a duplicata, que só pode ser 
emitida quando ocorre uma venda de mercadorias ou uma prestação de 
serviços (lembre-se da conta “duplicatas a receber”, sinônima de “clientes”, 
que estudamos na Contabilidade Geral). 
 
Ressalte-se que um título causal só o é na origem, pois, a partir do 
momento em que entra em circulação (é transferido a terceiros), ele se 
torna abstrato, conforme o princípio da abstração. Mas atenção: como os 
títulos podem originalmente não ser abstratos, algumas questões de prova 
costumam dizer que o princípio da abstração não é aplicável a todos os 
títulos de crédito (não se aplica aos títulos causais que não entram em 
circulação). Eis um exemplo: 
 
8 - (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF 1.ª REGIÃO/2009) A abstração – 
princípio absoluto dos títulos de crédito – é característica que serve à 
autonomia desses títulos e que é fundamental para a sua circulação. 
 
O item é errado porque a abstração não é princípio absoluto dos títulos 
de crédito, tendo em vista a possibilidade de haver títulos causais que 
não entram em circulação. 
 
Gabarito: Errado 
 
Os títulos abstratos são os que não mencionam a causa que lhes 
originou, podendo, em função disso, ser emitidos em qualquer situação, 
independentemente da relação jurídica extracambial, sendo, portanto, 
abstratos desde sua emissão. O direito inscrito na cártula vale 
independentemente do que tenha ocorrido no mundo fático. São exemplos a 
letra de câmbio, a nota promissória e o cheque. Por exemplo, posso 
emitir um cheque para pagar um almoço, comprar um carro, alugar um 
apartamento ou para saldar qualquer outra obrigação, não havendo 
necessidade de consignar no título a razão de sua emissão. 
 
Endosso 
 
O endosso é a transferência da propriedade do título de crédito 
nominal à ordem por meio da assinatura do atual portador (endossante) 
na própria cártula, que pode ocorrer com a indicação do nome do novo 
beneficiário (endossatário), o chamado endosso em preto, ou sem essa 
indicação, o denominado endosso em branco. Note que um título à ordem 
endossado em branco transforma-se em um título ao portador, por deixar de 
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conter o nome do beneficiário. A matéria referente ao endosso é tratada nosarts. 11 a 20 da LUG. 
 
A possibilidade de alienação do título à ordem por endosso é 
representada justamente pela presença da expressão “à ordem” ou “à sua 
ordem” no corpo do título (examine uma folha do seu talão de cheques e 
você verá essa expressão ao final da linha destinada ao nome do 
beneficiário). Na ausência de cláusula expressa, presume-se que o título é à 
ordem. Vejamos alguns exemplos de endosso: 
 
Endosso em preto a João da Silva, feito por Pedro de Souza: 
 
Endosso a João da Silva. 
Pedro de Souza 
 
Endosso em branco, feito por Pedro de Souza: 
 
Pedro de Souza 
 
No endosso em branco, basta a assinatura do beneficiário. O endosso 
é geralmente feito no verso do título. Se feito no anverso (parte frontal) da 
cártula, deve constar expressamente alguma expressão que demonstre que 
se trata de um endosso, não bastando a simples assinatura. 
 
A letra de câmbio, a nota promissória, o cheque e a duplicata são 
títulos nominais à ordem. No caso do cheque, admite-se sua emissão ao 
portador, até o limite de R$ 100 (cem reais) (art. 69 da Lei 9.069/1995). 
Nada impede, ainda, que o possuidor de um título endossado em branco 
aponha seu nome no título, tornando o endosso em preto. 
 
Resolva agora esta questão da Esaf: 
 
9 - (ESAF/AGENTE AUXILIAR E ARRECADADOR TRIBUTÁRIO/SEFAZ-
PI/2001) Títulos de créditos são: 
a) documentos públicos 
b) documentos que legitimam o exercício de direitos cartulares 
c) instrumentos de dívida 
d) únicos instrumentos cuja circulação se faz por tradição 
e) instrumentos que só podem ser endossados em preto 
 
A letra A é errada porque os títulos de crédito podem ser emitidos por 
particulares. A letra B é correta, pois os direitos decorrentes dos títulos 
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de crédito exigem a presença da cártula para seu exercício (princípio 
da cartularidade). A letra C é incorreta porque o título de crédito só 
será instrumento de dívida quando não for emitido à vista, situação 
em que representará uma dívida a ser paga futuramente. Todavia, os 
títulos de crédito podem ser emitidos à vista, quando representarão 
um instrumento de pagamento. A letra D é falsa, já que vários outros 
instrumentos podem circular por tradição, como no caso dos negócios 
jurídicos que envolvem bens móveis, cuja propriedade se transfere 
pela tradição. Por fim, a letra E é errada porque os títulos de crédito 
podem ser endossados em branco ou em preto. 
 
Gabarito: B 
 
 
Um título pode ser endossado inúmeras vezes, gerando o que se 
denomina cadeia de endossos. Se não houver mais espaço no documento 
para novos endossos, pode ser anexada uma folha à cártula, para que sejam 
colocadas novas assinaturas. É a chamada folha de alongamento ou de 
alongue. Considera-se legítimo possuidor do título aquele que prova seu 
direito por meio de uma série ininterrupta de endossos em preto, ainda que 
o último seja em branco, pois, nessa hipótese, o portador poderá 
acrescentar seu próprio nome ao título, tornando o endosso em preto. Se o 
único endosso existente for em branco, o portador do título será seu legítimo 
titular. Os endossos riscados consideram-se, para efeito da cadeia de 
endossos, como não-escritos. Veja este exemplo de cadeia de endossos: 
 
Endossei a Luiz Carlos 
Pedro José 
Luiz Carlos 
Endossado a Mário Sérgio 
Carlos Magno 
Cedo por endosso a Carlos Silva 
Mário Sérgio 
Cedo por endosso a Carlos Oliveira 
Mário Sérgio 
 
No exemplo acima, o beneficiário original do título era Pedro José. Já o 
atual beneficiário é Carlos Oliveira, único legitimado a apresentar o 
documento ao devedor original para cobrança, segundo a cadeia de 
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endossos. Note ainda que Luiz Carlos endossou o título em branco, mas logo 
depois há um endosso em preto de Carlos Magno a Mário Sérgio. Com isso, 
presume-se que o título, após o endosso de Luiz Carlos, circulou como título 
ao portador até chegar a Carlos Magno, que, naquele momento, se tornou 
seu legítimo possuidor, até endossá-lo novamente (em preto) a Mário 
Sérgio. 
 
O endosso deve ser puro e simples. Qualquer condição a que ele seja 
subordinado (ex.: endosso a fulano, desde que ele aceite cumprir tal 
obrigação) considera-se como não-escrita. Da mesma forma, o endosso 
parcial é nulo, isto é, o crédito inteiro constante do título deve ser 
transmitido pelo endosso. 
 
A transferência do título por endosso acarreta a responsabilidade 
solidária do endossante não só pela existência, mas pela própria solvência 
do crédito (se o devedor principal for insolvente, isto é, não puder pagar a 
obrigação, o endossante responde por isso). Lembre-se de que a 
solidariedade permite que a dívida seja cobrada na integralidade de qualquer 
dos devedores solidários. Assim, o portador de boa-fé, futuramente, pode 
acionar judicialmente tanto o devedor original como qualquer endossante 
constante da cadeia de endossos para honrar a obrigação. Para acionar os 
coobrigados, contudo, o atual titular do direito deverá provar que não 
conseguiu receber do devedor original, conforme veremos adiante. 
 
Veja o seguinte exemplo: A emite um cheque em favor de B, que o 
endossa em preto a C. C endossa em branco a D, que, por sua vez, o 
entrega a E por simples tradição (sem endosso). Com isso, E será o legítimo 
proprietário do título, pois o último endosso foi em branco, o que tornou o 
cheque ao portador. Note ainda que, como D não figura na cadeia de 
endossos, não terá responsabilidade alguma pelo pagamento da obrigação. 
 
 emissão endosso em preto endosso em branco tradição 
A ��� B ��� C ��� D ��� E 
emitente beneficiário endossatário 1 portador 
 endossante 1 endossante 2 
 
Caso E não consiga receber o cheque, por exemplo, por insuficiência 
de fundos na conta de A, poderá acionar um, alguns ou todos os demais 
coobrigados da cadeia de endossos (em qualquer ordem) para honrar o 
cheque. Se um deles quitar o título, passará a ter direito de regresso 
contra os anteriores a ele na cadeia. Assim, E poderá cobrar a dívida de C, 
B ou A (lembre que D não figura na cadeia de endossos, não tendo 
responsabilidade pelo crédito). Se C quitar a dívida, poderá cobrá-la de B ou 
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A. Obviamente, se o cheque é honrado pelo próprio devedor inicial (A), não 
há que se falar em direito de regresso. 
 
Além disso, se um dos coobrigados paga a dívida, ele exonera os 
responsáveis posteriores a ele na cadeia de endossos. Assim, se B paga o 
título a E, C fica liberado da dívida, mas A poderá ser acionado por B. 
 
Ressalte-se ainda que o art. 914 do CC/2002 estabelece que o 
endossante só responde solidariamente pelo cumprimento da prestação 
constante do título se houver cláusula expressa no próprio endosso nesse 
sentido. Todavia, tal regra não é aplicável aos títulos que possuem lei 
especial de regência que disponham em sentido contrário (art. 903 do 
CC/2002), como é o caso da nota promissória, do cheque e da duplicata, 
como veremos à frente. 
 
Existem diferenças fundamentais entre a transferência do título por 
endosso e por cessão civil de crédito. O endosso, alémde transferir a 
propriedade do título ao endossatário, vincula o endossante ao pagamento 
do título, na qualidade de coobrigado do devedor original, respondendo 
tanto pela existência, como pela solvência do crédito. 
 
Não obstante, o endossante pode proibir um novo endosso, o que 
não veda efetivamente o endosso posterior, mas faz com que o endossante 
que fez a proibição seja excluído de responsabilidade pelo pagamento do 
crédito aos que figurarem na cadeia de endossos após seu endossatário. 
Veja este exemplo: 
 
Endossei a André Luiz 
Daniel Paulo 
Endossado a Mauro Silva, com proibição de novo endosso 
André Luiz 
Endosso a José Oliveira 
Mauro Silva 
Endosso a Carlos Lima 
José Oliveira 
 
No presente exemplo, José Oliveira, se precisar acionar os coobrigados 
do título, não poderá demandar André Luiz, que proibiu novo endosso. 
Todavia, André Luiz será responsável junto a Mauro Silva, caso este venha a 
acioná-lo em juízo. 
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Veja esta questão de concurso sobre o endosso: 
 
10 - (CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE RIO 
BRANCO/2007) O endosso lançado em uma duplicata, em regra, 
acarreta a condição de coobrigado do respectivo endossante. 
 
O item é correto, pois o endossante, como regra, é responsável 
solidário pela solvência do título de crédito, só se exonerando dessa 
responsabilidade se, ao endossar, incluir expressamente a cláusula 
“proibido novo endosso”. 
 
Gabarito: Certo 
 
Já a cessão civil de crédito responsabiliza o cedente apenas pela 
existência do crédito, não pela sua solvência (arts. 295 e 296 do CC/2002). 
Por exemplo, se o devedor de um título de crédito endossado não o honra, o 
portador pode executar o endossante. Já o indivíduo que recebe o título por 
cessão civil só pode executar o cedente se o crédito não existir, e não se o 
devedor se tornar insolvente (incapaz de pagar a dívida). 
 
Outra diferença é que o devedor pode opor ao portador do título 
recebido por cessão civil as exceções pessoais que tinha contra o cedente 
(art. 294 do CC/2002), o que não ocorre em caso de endosso, em função do 
princípio da autonomia e do subprincípio da inoponibilidade das exceções 
pessoais aos terceiros de boa-fé, estudados acima. 
 
Destaque-se ainda que, se um título com a cláusula “não à ordem” 
for endossado, o endosso terá os efeitos de uma cessão civil de crédito, com 
as características acima citadas. 
 
O endosso pode ser próprio ou impróprio. O endosso próprio é o 
visto acima, que transfere a propriedade do título e acarreta a 
responsabilidade solidária do endossante pelo pagamento do crédito. O 
endosso impróprio é o que não transfere o domínio da cártula, mas 
apenas permite que o endossatário exerça alguns direitos relativos ao título. 
O endosso impróprio possui duas espécies: o endosso-mandato e o 
endosso-caução. 
 
 Endosso-mandato ou endosso-procuração é o que apenas permite 
ao endossatário representar o endossante quanto aos direitos referentes ao 
título (ex.: cobrar o título do devedor). Exemplo: 
 
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Endosso por procuração a Carlos Lima 
José Oliveira 
 
 
O endossatário de endosso-mandato só pode endossar novamente o 
título na qualidade de procurador, com os mesmos poderes que recebeu. 
Além disso, se houver morte ou superveniente incapacidade civil do 
endossante, o endosso-mandato não perde eficácia. Ademais, como o 
endossatário é mero representante do endossante, o devedor do título pode 
opor ao endossatário as exceções pessoais que tiver contra o endossante 
(art. 18 da LUG e art. 917 do CC/2002). 
 
 Endosso-caução, endosso-garantia ou, ainda endosso-
pignoratício (o termo vem de penhor) é aquele em que o endossante 
entrega o título ao endossatário como garantia de uma dívida que aquele 
tenha com este. Exemplo: 
 
Endossado em garantia ao Banco Cruzeiro S.A. 
Carlos Barbosa 
 
O endosso-caução confere ao endossatário o exercício dos direitos 
inerentes ao título, mas ele só poderá realizar novo endosso na qualidade de 
procurador. O devedor do título não pode opor ao endossatário de endosso-
penhor as exceções que tinha contra o endossante, salvo se aquele 
(endossatário) tiver agido de má-fé, em detrimento do devedor (ex.: o 
endossatário recebe o título sabendo que o valor já havia sido pago ao 
endossante e mesmo assim promove sua cobrança) (art. 19 da LUG e art. 
918 do CC/2002). 
 
 O título endossado em garantia permanece empenhado com o 
endossatário até que o endossante lhe pague a dívida que há entre ambos. 
Havendo inadimplemento do endossante, o endossatário terá direito à 
efetiva propriedade do título. 
 
É possível que o endosso seja feito após o vencimento do título. 
Nesse caso, ele terá os mesmos efeitos que o endosso anterior ao 
vencimento. Por outro lado, se o endosso for feito após o protesto por 
falta de pagamento ou após a expiração do prazo para protestar 
(endosso póstumo ou tardio) produzirá apenas os efeitos de uma cessão 
ordinária (civil) de créditos. Se o endosso for feito sem data, presume-se, 
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salvo prova em contrário, que ele foi feito antes de expirado o prazo fixado 
para se fazer o protesto (art. 20 da LUG). 
 
Veja esta questão da Esaf sobre o endosso: 
 
11 - (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/PA/2002) O endosso é 
instituto de direito cambiário que 
a) se aplica apenas para representar a transferência de titularidade. 
b) serve para determinar a legitimação cambiária. 
c) impõe ao endossante o dever de garantir a legitimidade dos 
endossos anteriores. 
d) deve ser em preto para garantir a formação da cadeia de regresso. 
e) serve para indicar que alguém deixa de ser titular do direito 
cambiário. 
 
A letra A é errada, pois o endosso pode transferir a titularidade do 
título de crédito (endosso próprio) ou não (endosso impróprio). A letra 
B é o gabarito porque, por meio da análise da cadeia de endossos do 
título, pode-se determinar quem é o seu legítimo titular. A letra C é 
falsa, já que o endossante não garante a legitimidade dos endossos 
anteriores. Ele não responde, por exemplo, pela autenticidade das 
demais assinaturas. A letra D é incorreta porque o endosso pode ser 
em branco ou em preto. E a letra E é errada, pois o endosso impróprio 
não faz com que o endossante deixe de ser o titular do crédito. 
 
Gabarito: B 
 
E aí aprendeu tudo sobre endosso? É um assunto interessante e que 
costuma ser cobrado em prova, assim como o próximo assunto, o aval... 
Então bastante atenção e vamos juntos... 
 
Aval 
 
O aval é uma garantia cambial firmado por uma pessoa, chamada 
avalista ou dador do aval, por meio da qual ela garante o pagamento do 
título. A pessoa por quem o avalista se obriga é o avalizado, a qual pode 
ser o sacador, o devedor original ou um dos endossantes do título. O 
avalista pode ser um terceiro ou mesmo um dos signatários do título (art. 30 
da LUG). 
 
O aval deve ser escrito na própria cártula ou na folha de alongamento. 
Exprime-se pelas palavras “bom para aval”, “avalizo” ou por qualquer outra 
fórmula equivalente e deve ser assinado pelo avalista. Se aposto na face 
anterior do título (anverso), basta a simples assinatura do avalista, salvo se 
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se tratar das assinaturas do sacado ou do sacador. Inserido no verso, deve 
haver indicação expressa de que se trata de um aval (art. 31 da LUG). 
 
O aval, como regra, deve indicar a pessoa do avalizado (aval em 
preto). Na falta de indicação (aval em branco), a definição de quem será o 
avalizado dependerá da legislação específica de cada título. No caso da nota 
promissória, por exemplo, será o subscritor do título (arts. 31 e 77 da 
LUG). No cheque, será o seu emitente (art. 30, par. único, da Lei 
7.357/1985). Na duplicata, vai depender do caso concreto, conforme 
veremos adiante. Veja estes exemplos: 
 
Aval em preto a João da Silva, feito por Pedro de Souza: 
 
Avalizo João da Silva. 
Pedro de Souza 
 
Aval em branco, feito por Pedro de Souza (na frente do título): 
 
Pedro de Souza 
 
O avalista, assim como os demais coobrigados, são responsáveis 
solidários pelo pagamento do crédito. Na cadeia de endossos, o avalista se 
posiciona imediatamente após o seu avalizado. Além disso, a obrigação 
do avalista mantém-se mesmo no caso de a obrigação garantida pelo aval 
ser nula por qualquer razão, salvo se em razão de um vício de forma do 
título (art. 32 da LUG). Isso se deve ao princípio da autonomia, isto é, 
entende-se que a obrigação do avalista é autônoma em relação à do 
avalizado e às demais constantes do título, devendo ser por ele honrada 
ainda que haja alguma nulidade na obrigação garantida (ex.: falsidade da 
assinatura do avalizado). 
 
Veja como a questão já foi cobrada pela Esaf: 
 
12 - (ESAF/AFTN/TRIBUTAÇÃO E JULGAMENTO/1996/ADAPTADA) Nos 
títulos de crédito, o aval é uma garantia acessória do pagamento do 
título. 
 
O item é errado porque a obrigação do avalista é autônoma, e não 
acessória, em relação à do avalizado. 
 
Gabarito: Errado 
 
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Se o avalista pagar a obrigação, ficará sub-rogado nos direitos 
emergentes desse título contra o avalizado e os demais coobrigados 
anteriores a ele na cadeia de endossos (art. 32 da LUG). O aval 
cancelado deve ser considerado como não-escrito (art. 898, § 2.º, do 
CC/2002). 
 
O aval pode ser total ou parcial (art. 30 da LUG). Embora o Código 
Civil vede o aval parcial (art. 897, par. único), tal regra não prevalece para 
os títulos que possuem lei especial dispondo diversamente (art. 903 do 
CC/2002), como a letra de câmbio e a nota promissória (LUG), o cheque 
(art. 29 da Lei 7.357/1985) e a duplicata (art. 25 da Lei 5.474/1968). Caso 
o aval seja dado após o vencimento do título, ele produzirá os mesmos 
efeitos do anteriormente dado (art. 900 do CC/2002). 
 
O aval pode ser dado também a outro avalista. Imagine que Fulano é o 
devedor principal de um título de crédito e tem Beltrano por seu avalista. 
Ocorre que Beltrano, por sua vez, é avalizado por Sicrano, que se torna, 
desse modo, avalista do avalista. Neste caso, os avais são chamados de 
sucessivos. Por outro lado, é possível que o devedor possua dois avalistas 
garantindo a sua dívida, quando teremos avais simultâneos. 
 
DIFERENÇA FUNDAMENTAL PARA O CONHECIMENTO: Não se confunde 
o aval com a fiança (arts. 818 a 826 do CC/2002). A FIANÇA é um instituto 
de garantia regulado pelo Direito Civil, O AVAL uma garantia regida pelo 
Direito Cambial (é muito comum o contrato de fiança vinculado a um 
contrato de aluguel de imóvel, quando o locador exige que o locatário 
apresente um fiador). A obrigação do avalista é autônoma e solidária em 
relação à do avalizado, como visto acima. Já a do fiador é acessória e 
subsidiária, de modo que uma nulidade na obrigação do afiançado 
contamina a obrigação do fiador. Além disso, este só pode ser cobrado após 
a impossibilidade de pagamento da dívida pelo afiançado (benefício de 
ordem). Já o avalista, por ser solidário com o avalizado, não possui tal 
benefício, podendo ser acionado diretamente pelo credor do título. 
 
Outra diferença é que o aval deve estar contido na cártula, em atenção 
ao princípio da literalidade. Já a fiança pode estar no próprio contrato da 
respectiva obrigação ou em instrumento separado. Além disso, tendo em 
vista o princípio da autonomia, não pode o avalista opor as exceções 
pessoais do avalizado para se defender do credor de boa-fé (ex.: avalizado 
que já tenha pago a obrigação). Na fiança, as exceções pessoais do 
afiançado podem ser alegadas pelo fiador. 
 
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Por fim, destaque-se que um cônjuge não pode prestar fiança ou aval 
sem a autorização do outro, exceto se o regime do casamento for o de 
separação absoluta de bens (art. 1.647, III, do CC/2002). 
 
Veja como essa questão já foi cobrada: 
 
13 - (CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE RIO 
BRANCO/2007) Depois do novo Código Civil, conforme sucede com a 
fiança, em regra, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do 
outro, prestar aval. 
 
O item é correto, já que, com visto acima, o CC/2002 estabelece que 
um cônjuge só poderá prestar fiança ou aval sem a autorização do 
outro, se o regime do casamento for o de separação absoluta de bens. 
 
Gabarito: Certo 
 
Vencimento e Pagamento 
 
 Vencimento é a data em que a obrigação constante do título pode ser 
exigida do devedor, para que este efetue o respectivo pagamento da 
dívida. Somente com o vencimento o título se torna exigível. O vencimento 
pode ser ordinário ou extraordinário. O primeiro decorre da regra 
prevista no próprio título, que, como vimos, pode ser à vista, a certo prazo 
da vista, a data certa e a certo prazo da data. O segundo surge com a 
ocorrência de algum fato anormal antes do vencimento ordinário (ex.: 
falência do devedor), devendo haver o protesto do título para 
reconhecimento do vencimento antecipado (art. 19, II, do Decreto 
2.044/1908). 
 
 Na data do vencimento, para que a obrigação seja exigida, deve o 
título ser apresentado pelo portador ao devedor, em função do princípio da 
cartularidade. O título de crédito representa uma dívida quesível 
(quérable), isto é, em que o credor deve ir até o devedor para receber o 
respectivo valor, e não o contrário (dívida portável ou portable). A 
apresentação deve se dar no lugar de pagamento do título. A nota 
promissória à vista vence no momento da apresentação ao devedor, o que 
deve ocorrer até um ano, a contar da data de emissão (art. 34 da LUG). No 
cheque, o vencimento é sempre à vista e o prazo de apresentação para 
pagamento é de 30 ou 60 dias, conforme o caso (veremos isso quando 
estudarmos o cheque). 
 
Aquele que paga o título no vencimento fica validamente desobrigado, 
salvo se tiver agido de má-fé. É seu dever verificar a regularidade da 
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sucessão dos endossos, mas não a veracidade das assinaturas dos 
endossantes (art. 40 da LUG e art. 39 da Lei 7.357/1985). 
 
Antes do vencimento, o credor não é obrigado a aceitar o pagamento, 
nem o devedor pode ser obrigado a honrá-lo. Vencido o título, porém, o 
credor não pode recusar o pagamento, ainda que parcial (art. 902, § 1.º, 
do CC/2002). Sendo o pagamento parcial, o portador não entregará o título 
ao devedor, mas apenas dará quitação em separado da parte paga e a 
firmará também no próprio título, que se tornará exigível apenas pelo 
restante, inclusive dosdemais coobrigados (art. 902, § 2.º, do CC/2002). 
 
Ao pagar o título, o devedor deve exigir que lhe seja entregue a 
cártula, cuja posse presume o pagamento da dívida cambial (princípio da 
cartularidade). Se o devedor não se apossar do título, este poderá ser 
endossado a terceiro de boa-fé, que terá o direito de cobrar novamente a 
obrigação do devedor, sem que este possa opor a exceção pessoal de já ter 
realizado o pagamento, conforme já comentado antes (inoponibilidade das 
exceções pessoais aos terceiros de boa-fé). 
 
Se o devedor original não pagar a obrigação, o credor poderá se voltar 
contra os demais coobrigados. Para isso, deverá antes efetuar o protesto 
do título. 
 
Protesto 
 
Protesto, como dito antes, é o ato formal e solene pelo qual se prova 
a inadimplência e o descumprimento de obrigação originada em títulos e 
outros documentos de dívida (art. 1.º da Lei 9.492/1997). Deve ser feito no 
Cartório de Protesto de Títulos. O protesto dá publicidade ao título e prova a 
impontualidade do devedor, constituindo-o em mora (atraso). Por meio dele, 
o portador faz prova aos coobrigados do título de que o devedor original não 
honrou sua obrigação. 
 
Não é necessário protestar o título para cobrar a dívida do devedor 
principal (emitente da nota promissória ou do cheque e aceitante da 
duplicata) e seu respectivo avalista, mas para que os demais coobrigados 
(endossantes do título e respectivos avalistas) sejam demandados, o 
protesto é requisito prévio fundamental. Por isso, costuma-se dizer que 
o protesto é facultativo em relação ao devedor original e seu avalista e 
obrigatório quanto aos demais responsáveis solidários e seus respectivos 
avalistas. A perda do prazo para protesto, assim, acarreta a perda do direito 
de regresso do credor contra os demais coobrigados no título. 
 
 
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Veja como a questão já foi cobrada pela Esaf: 
 
14 - (ESAF/AFTN/TRIBUTAÇÃO E JULGAMENTO/1996/ADAPTADA) Nos 
títulos de crédito, a falta do protesto necessário, nos prazos legais, 
exonera os coobrigados. 
 
O item é correto porque a execução dos coobrigados nos títulos de 
crédito depende da prévia realização do protesto. 
 
Gabarito: Certo 
 
O protesto por falta de pagamento só pode ser feito após o 
vencimento (art. 21, § 2.º, da Lei 9.492/1997), e deve ocorrer: 
 
- nos dois dias úteis seguintes àquele em que o título for pagável, 
para a nota promissória (art. 44 da LUG). Há autores, contudo, que 
entendem que deve ser seguida a regra do art. 28 do Decreto 
2.044/1908, que estabelece que o título deve ser entregue ao tabelião 
no primeiro dia útil após o vencimento; 
- antes de expirado o prazo de apresentação ou, se esta ocorrer 
no último dia do prazo, no primeiro dia útil seguinte, para o 
cheque (art. 48 da Lei 7.357/1985); 
- em 30 dias, contados do vencimento, para a duplicata (art. 13, § 
4.º, da Lei 5.474/1968). 
 
O sacador do título pode inserir a cláusula “sem protesto” ou “sem 
despesas” no título, o que permitirá que o portador fique dispensado de 
fazer o protesto para poder exercer seu direito de ação contra os 
coobrigados. Se a cláusula for inserida por um endossante ou avalista, ela só 
produzirá efeito em relação a esse endossante ou avalista (art. 46 da LUG e 
art. 50 da Lei 7.357/1985). 
 
O portador do título deve avisar que houve a falta de pagamento ao 
seu endossante e ao sacador dentro dos quatro dias úteis que se seguirem 
ao dia do protesto ou da apresentação, no caso de o título conter a cláusula 
“sem despesas”. Cada um dos endossantes deve, por sua vez, dentro dos 
dois dias úteis que se seguirem ao da recepção do aviso, informar o seu 
endossante do aviso que recebeu, e assim sucessivamente até se chegar ao 
emitente. Os prazos acima indicados contam-se a partir da recepção do 
aviso precedente. O respectivo avalista deve ser avisado dentro do mesmo 
prazo de tempo. A pessoa que não der o aviso dentro do prazo acima não 
perde os seus direitos, mas será responsável pelo eventual prejuízo 
decorrente de sua negligência, limitada a indenização à importância do título 
(art. 45 da LUG e art. 49 da Lei 7.357/1985). 
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15 - (FCC/JUIZ ESTADUAL/TJ-GO/2012) No tocante ao título de 
crédito, é correto afirmar que: 
a) quando não indicado, considera-se lugar de sua emissão e de 
pagamento o domicílio do credor. 
b) sua transferência não implica a de todos os direitos que lhe são 
inerentes. 
c) pode-se reivindicá-lo do portador que o adquiriu de boa-fé e na 
conformidade das normas que disciplinam sua circulação. 
d) não tendo ele indicação de vencimento, entende-se que o prazo de 
pagamento é o de sessenta dias. 
e) enquanto estiver em circulação, só ele poderá ser dado em 
garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os 
direitos ou mercadorias que representa. 
 
 
Letra a) INCORRETA – Não é domicílio do credor e sim do emitente do 
título. 
CC - Art.889 - § 2o Considera-se lugar de emissão e de pagamento, 
quando não indicado no título, o domicílio do emitente. 
Letra b) INCORRETA – A transferência do título implica sim na 
transferência de todos os direitos inerentes ao título. 
Art. 893. A transferência do título de crédito implica a de todos os 
direitos que lhe são inerentes. 
Letra c) INCORRETA – Se o portador adquiriu o título de boa-fé não 
pode ser reivindicado esse título. 
Art. 896. O título de crédito não pode ser reivindicado do portador que 
o adquiriu de boa-fé e na conformidade das normas que disciplinam a 
sua circulação. 
Letra d) INCORRETA – Não havendo indicação de vencimento o título 
será à vista. 
Art. 889 - § 1o É à vista o título de crédito que não contenha indicação 
de vencimento. 
Letra e) CORRETA – - Os títulos de créditos por serem desvinculados 
do contrato que lhe deu origem só pode ser garantido por ele mesmo, 
como é o caso do aval e pelo princípio da cartularidade entendemos 
que só o título pode ser objeto de medidas judiciais. 
Art. 895. Enquanto o título de crédito estiver em circulação, só ele 
poderá ser dado em garantia, ou ser objeto de medidas judiciais, e 
não, separadamente, os direitos ou mercadorias que representa. 
 
Gabarito: E 
 
 
 
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2 – NOTA PROMISSÓRIA 
 
 Muitas das características da nota promissória já foram 
referenciadas acima, quando do estudo da matéria geral de títulos de 
crédito. Agora serão tratados alguns aspectos particulares deste título. Veja 
abaixo um modelo possível de nota promissória: 
 
 
 
 A nota promissória, como já foi dito, é uma promessa de 
pagamento. Por meio dela, o promitente declara que pagará, no futuro, 
determinada valor expressa no título. A figura apresentada é apenas um 
possível modelo, porque a promissória é um título de forma livre, bastando, 
para sua validade, que contenha os elementos essenciais citados em lei, 
quais sejam (art. 75 da LUG): 
 
- a denominação “nota promissória” inserta no próprio texto do título e 
expressa na língua empregada para a redação desse título; 
- a promessa pura e simples de pagar uma quantia determinada; 
- a época do pagamento; 
- a indicação do lugar em que se efetuar o pagamento; 
- o nome da pessoa a quem ou à ordem de quem deve ser paga (a 
nota promissória não pode ser emitida ao portador); 
- a indicação da dataem que e do lugar onde a nota promissória é 
passada; 
- a assinatura de quem passa a nota promissória (subscritor). 
 
O título em que faltar algum dos requisitos acima não produzirá efeito 
como nota promissória, salvo nos casos seguintes (art. 76 da LUG): 
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- a nota promissória em que não se indique a época do pagamento 
será considerada à vista. 
- na falta de indicação especial, o lugar onde o título foi passado 
considera-se como sendo o lugar do pagamento e, ao mesmo tempo, o 
lugar do domicílio do subscritor da nota promissória. 
- a nota promissória que não contenha indicação do lugar onde foi 
passada considera-se como o tendo sido no lugar designado ao lado do 
nome do subscritor. 
 
Veja esta questão sobre os requisitos da nota promissória: 
 
16 - (CESPE/EXAME DE ORDEM/OAB/2008.2) Os títulos de crédito são 
tradicionalmente concebidos como documentos que apresentam 
requisitos formais de existência e validade, de acordo com o regulado 
para cada espécie. Quanto aos seus requisitos essenciais, a nota 
promissória: 
a) poderá não indicar o nome do sacado, permitindo-se, nesse caso, 
saque ao portador. 
b) precisa ser denominada, com sua espécie identificada no texto do 
título. 
c) poderá ser firmada por assinatura a rogo, se o sacador não puder 
ou não souber assiná-la. 
d) conterá mandato puro e simples de pagar quantia determinada. 
 
A letra A é errada porque a promissória é título à ordem, não podendo 
ser emitida ao portador. A letra B é correta, pois a denominação “nota 
promissória” inserta no próprio texto do título é requisito essencial à 
sua validade. A letra C é falsa, já que a nota promissória deve conter a 
assinatura de quem a passou (subscritor). E a letra D é incorreta 
porque a promissória não é uma ordem de pagamento, é uma 
promessa de pagamento. 
 
Gabarito: B 
 
Quanto ao prazo, a nota promissória pode ser à vista, a dia certo ou 
a tempo certo da data (art. 55 do Decreto 2.044/1908). O emitente pode 
estipular que a nota promissória pagável à vista não deverá ser apresentada 
a pagamento antes de uma certa data. Nesse caso, o prazo para 
apresentação conta-se dessa data (art. 34 da LUG). 
 
Existe uma importante exceção ao princípio da autonomia, no caso 
da nota promissória. Uma prática muito comum dos bancos era a exigência 
de que o tomador de empréstimo bancário emitisse uma nota promissória 
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em favor do banco, como garantia de pagamento da quantia liberada. Com 
isso, os bancos pretendiam ter mais facilidade para cobrar seu crédito, em 
caso de inadimplência do devedor. Todavia, o contrato de abertura de 
crédito bancário não goza de liquidez, pois seu valor não é previamente 
definido, dependendo da quantia efetivamente tomada e dos juros que 
incidam no período. Em função disso, o STJ decidiu que: “A nota promissória 
vinculada a contrato de abertura de crédito não goza de autonomia em 
razão da iliquidez do título que a originou” (Súmula 258). 
 
 Aplicam-se à nota promissória as regras vistas sobre endosso, aval, 
vencimento, pagamento e protesto. 
 
Eis uma questão da Esaf sobre a nota promissória: 
 
17 - (ESAF/DEFENSOR PÚBLICO/CE/2002) A nota promissória: 
a) pode ser emitida ao portador; 
b) deve, obrigatoriamente, conter o nome da pessoa a quem ou à 
ordem de quem deve ser paga; 
c) não pode ser endossada; 
d) precisa, necessariamente, ser avalizada. 
 
 
A letra A é errada, pois a nota promissória não pode ser emitida ao 
portador, devendo, obrigatoriamente, conter o nome da pessoa a 
quem ou à ordem de quem deve ser paga. Em função disso, a letra B 
está certa. Nada impede, contudo, o endosso em branco da nota, o 
que a transformará em um título ao portador. Aliás, a letra C é 
incorreta, ao dizer que a promissória não pode ser endossada, já que 
esse título pode ser objeto de endosso normalmente. E a letra D é 
falsa, pois não é obrigatória a existência de aval na nota promissória. 
 
Gabarito: B 
 
Ação Cambial 
 
Como os demais títulos de crédito, a nota promissória é um título 
executivo extrajudicial (art. 585, I, do CPC). Assim, para sua cobrança, não 
é necessário um processo de conhecimento, podendo o credor ajuizar 
diretamente a ação de execução. A ação contra o devedor principal e seu 
avalista é chamada de direta e contra os endossantes e seus avalistas é 
denominada de regressiva, lembrando que a ação contra estes exige o 
prévio protesto do título. Em função do princípio da cartularidade, o título 
original deve acompanhar a petição inicial (salvo se estiver juntado a outro 
processo judicial, conforme visto antes). 
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Os embargos do devedor (espécie de defesa processual) só poderão 
versar sobre defeito formal do título (ex.: ausência do nome do título, 
indefinição da quantia a ser paga, rasura, etc.), direito pessoal contra o 
exequente (ex.: pagamento anterior ao exequente, dolo do exequente) ou 
ausência de requisito para o exercício da ação executiva (ex.: falta de 
protesto). O que não se admite é o executado alegar contra o credor de boa-
fé alguma exceção pessoal que tiver contra o beneficiário original, 
conforme já estudado (ex.: pagamento anterior ao credor inicial, dolo do 
credor inicial, etc.). 
 
Segundo o STJ, a execução pode ser fundada em mais de um título 
executivo extrajudicial relativo ao mesmo negócio (Súmula 27). Assim, nada 
impede que o exequente promova a execução da dívida com base em um 
cheque e uma nota promissória, ambos utilizados pelo executado para pagar 
determinada transação comercial. 
 
Prescrição 
 
A prescrição é a perda da pretensão de exigir a reparação de um 
direito violado, em função do decurso de um prazo legal. Na prática, é a 
perda do direito do interessado de entrar com uma ação judicial, para fazer 
valer seu direito. Todas as ações contra o emitente e seu avalista 
relativas à nota promissória prescrevem em três anos a contar do seu 
vencimento. As ações do portador contra os endossantes e respectivos 
avalistas prescrevem em um ano, a contar da data do protesto feito em 
tempo útil ou da data do vencimento, se se tratar de título que contenha a 
cláusula “sem despesas”. As ações dos endossantes uns contra os 
outros e respectivos avalistas prescrevem em seis meses, a contar do 
dia em que o endossante pagou a letra ou em que ele próprio foi acionado 
(art. 70 da LUG). 
 
As causas que interrompem a prescrição só produzem efeito em 
relação à pessoa para quem a interrupção foi feita (art. 71 da LUG). Além 
disso, segundo a Súmula 153 do STF: “Simples protesto cambiário não 
interrompe a prescrição”. Esta súmula vale para os títulos de crédito em 
geral. 
 
 Tudo beleza até aqui? Podemos continuar? 
 
 
 
 
 
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3 – CHEQUE 
 
Esse título de crédito todo mundo conhece né? Talvez, por isso seja 
um pouco mais fácil aprender. Alguns vão aprender regras que nunca 
tinham visto, como o cheque administrativo, o cheque cruzado, a legalidade 
ou não do cheque pré-datado. Preparado? Vamos prosseguir pois a 
caminhada é longa. 
 
 O cheque é uma ordem de pagamento à vista, por meioda qual o 
emitente (sacador) ordena ao sacado (banco ou instituição financeira 
equiparada) que pague ao tomador (beneficiário) determinada quantia em 
dinheiro expressa na cártula, a qual deve estar depositada na conta corrente 
que o emitente possui junto ao sacado. O cheque deve ser emitido contra 
banco ou instituição financeira equiparada, sob pena de não valer como 
cheque (art. 3.º da Lei 7.357/1985 – Lei do Cheque). 
 
O emitente deve ter fundos disponíveis em poder do sacado e estar 
autorizado a emitir cheque sobre esses fundos, em virtude de contrato 
expresso ou tácito celebrado com o banco. A infração desses preceitos, 
contudo, não prejudica a validade do título como cheque. A existência de 
fundos disponíveis é verificada no momento da apresentação do cheque para 
pagamento (art. 4.º da Lei do Cheque – LC). O cheque é um título à vista 
(art. 32 da LC). Considera-se não-escrita qualquer estipulação de juros nele 
inserida (art. 10 da LC). 
 
O sacado (BANCO) não tem nenhuma obrigação cambial pelo 
pagamento do cheque, que dependerá de o sacador (quem emite o cheque) 
ter fundos suficientes em sua conta. Tanto é assim que o emitente garante o 
pagamento, considerando-se não-escrita a declaração pela qual ele se exima 
dessa garantia (art. 15 da LC). Em função disso, também, o cheque não 
admite aceite, considerando-se não-escrita qualquer declaração com esse 
sentido (art. 6.º da LC). Por fim, é vedado ao sacado endossar ou avalizar 
o cheque (arts. 18, § 1.º, e 29 da LC). 
 
O cheque é um título de modelo vinculado, que só pode ser emitido 
por um banco ou instituição financeira assemelhada, nos moldes definidos 
pelo Banco Central. Veja abaixo um modelo desse título: 
 
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Para sua validade, o cheque deve conter os seguintes elementos 
essenciais (art. 1.º da Lei 7.357/1985): 
 
- a denominação “cheque” inscrita no título, na língua em que este é 
redigido; 
- a ordem incondicional de pagar quantia determinada (quanto a este 
elemento e ao anterior, veja a frase: “pague por este cheque a 
quantia de”, antes do valor por extenso, na figura acima); 
- o nome do banco ou da instituição financeira que deve pagar 
(sacado); 
- a indicação do lugar de pagamento; 
- a indicação da data e do lugar de emissão; 
- a assinatura do emitente (sacador) ou de seu mandatário com 
poderes especiais para emitir o título. 
 
A assinatura do emitente ou a de seu mandatário com poderes 
especiais pode ser constituída, na forma de legislação específica, por 
chancela mecânica ou processo equivalente (art. 1.º, par. único, da LC). 
 
O título a que falte qualquer dos requisitos enumerados acima não vale 
como cheque, salvo nos seguintes casos (art. 2.º da LC): 
 
- na falta de indicação especial, é considerado lugar de pagamento o 
lugar designado junto ao nome do sacado. Se designados vários 
lugares, o cheque é pagável no primeiro deles. Não existindo qualquer 
indicação, o cheque é pagável no lugar de sua emissão; 
- não indicado o lugar de emissão, considera-se emitido o cheque no 
lugar indicado junto ao nome do emitente. 
 
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O cheque pode ser pagável no domicílio de terceiro, quer na localidade 
em que o sacado tenha domicílio, quer em outra, se esse terceiro for um 
banco (art. 11 da LC). Havendo indicação da quantia em algarismos e por 
extenso, prevalece esta, no caso de divergência. Se a quantia for indicada 
mais de uma vez, quer por extenso, quer por algarismos, prevalece, no caso 
de divergência, a indicação da menor quantia (art. 12 da LC). 
 
O cheque deve conter ainda o CPF ou CNPJ do titular, a data de 
abertura da respectiva conta de depósitos, bem como, no caso de titular 
pessoa física, o número de identidade do correntista (Resolução 
2.537/1998 do Banco Central). 
 
O cheque incompleto ou assinado em branco pode ser completado 
até o momento da apresentação. Contudo, se o portador completá-lo 
com inobservância do que houver sido convencionado com o emitente, este 
não poderá opor tal fato ao portador de boa-fé, que terá direito ao 
recebimento do título (art. 16 da LC). 
 
Por exemplo, imagine que Pedro entrega antecipadamente um cheque 
assinado em branco a João, mecânico, para pagamento do conserto de seu 
carro, cujo valor só será conhecido ao final de todo o trabalho. O serviço 
todo acaba ficando em R$ 500, preço com o qual Pedro concorda. João, 
todavia, sem o conhecimento de Pedro, preenche o cheque com o valor de 
R$ 1.000, repassando-o, em seguida, a Paulo, a quem João devia esse valor. 
Posteriormente, Paulo tenta descontar o cheque junto ao banco de Pedro, 
mas o título volta por insuficiência de fundos (Pedro deixara apenas R$ 500 
em conta para saldar o cheque). 
 
Neste caso, Paulo é portador de boa-fé do cheque e tem direito a 
receber os R$ 1.000 de Pedro. Este, após quitar o título, poderá se voltar 
judicialmente contra João, para reaver o prejuízo que sofreu (no caso, de R$ 
500, além de eventuais perdas e danos, inclusive danos morais). 
 
Quanto à sua circulação, o cheque pode ser emitido (art. 8.º da LC): 
 
- a pessoa nomeada (beneficiária), com ou sem a cláusula “à ordem”. 
Neste caso, o cheque é nominal à ordem e pode ser transmitido pelo 
beneficiário por endosso em branco ou em preto, no próprio 
cheque ou na folha de alongamento (arts. 17 e 19 da LC); 
- a pessoa nomeada, com a cláusula “não à ordem” ou equivalente. 
Será, nesta hipótese, um cheque nominal não à ordem, que só se 
transfere por cessão civil de crédito (art. 17, § 1.º, da LC); 
- ao portador, por não conter o nome do beneficiário ou por contê-lo 
juntamente com a expressão “ou ao portador” (ou equivalente). Sua 
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propriedade é transmitida, neste caso, por simples tradição. Note 
ainda que um cheque nominal à ordem, quando endossado em branco, 
transforma-se em um cheque ao portador. Somente cheques de valor 
até R$ 100 podem ser emitidos ao portador (art. 69 da Lei 
9.069/1995). 
 
18 - (FCC/JUIZ ESTADUAL/TJ-GO/2012)Em relação aos seguintes 
títulos de crédito é correto afirmar: 
I - Se o cheque pós-datado for apresentado em data anterior à 
indicada para pagamento, não poderá ser pago de imediato, pois se 
terá descaracterizado como ordem de pagamento à vista. 
II - Como regra, o sacado de um cheque não tem qualquer obrigação 
cambial; assim, o credor do cheque não pode responsabilizar o banco 
sacado pela inexistência ou insuficiência de fundos disponíveis. 
 
Item I - INCORRETA – O cheque deve ser pago quando apresentado 
independente se a data nele contida for posterior. 
Lei 7357 de 1985 – Lei do Cheque - Art . 32 O cheque é pagável à 
vista. Considera-se não-estrita qualquer menção em contrário. 
Parágrafo único - O cheque apresentado para pagamento antes do dia 
indicado como data de emissão é pagável no dia da apresentação. 
Item II - CORRETA – Regra geral o sacado (banco) não tem obrigação 
cambial e por isso o banco não pode ser responsabvilizado pela falta 
de fundos suficientes para pagar o cheque. 
Lei do cheque - Art . 4º O emitente deve ter fundos disponíveis em 
poder do sacado e estar autorizado a sobre eles emitir cheque, em 
virtude de contrato expresso ou tácito. A infração desses preceitos não 
prejudica a validade do título como cheque. 
§ 1º - A existênciade fundos disponíveis é verificada no momento da 
apresentação do cheque para pagamento. 
 
 
Endosso do Cheque 
 
O endosso do cheque deve ser puro e simples, reputando-se não-
escrita qualquer condição a que seja subordinado, e não pode ser parcial 
(art. 18, caput e § 1.º, da LC). Pode ser feito ao próprio emitente ou a outro 
obrigado, que podem novamente endossar o cheque (art. 17, § 2.º, da LC). 
O endosso transmite todos os direitos resultantes do cheque. 
 
Se o endosso é em branco, pode o portador (art. 20 da LC): 
 
- completá-lo com o seu nome ou com o de outra pessoa, tornando o 
endosso em preto; 
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- endossar novamente o cheque, em branco ou em preto. Se um 
endosso em branco for seguido de outro, entende-se que o signatário 
deste adquiriu o cheque pelo endosso em branco (art. 22, par. único, 
da LC). 
- transferir o cheque a um terceiro, sem completar o endosso e sem 
endossar novamente (mera tradição do cheque). 
 
O detentor de cheque “à ordem” é considerado portador legitimado, se 
provar seu direito por uma série ininterrupta de endossos, mesmo que o 
último seja em branco. Para esse efeito, os endossos cancelados são 
considerados não-escritos (art. 22 da LC). 
 
Destaque-se que a Lei 9.311/1996 (Lei da Contribuição Provisória 
sobre Movimentação Financeira – CPMF), enquanto esteve em vigor, 
dispunha, no art. 17, I, que somente era permitido um único endosso nos 
cheques pagáveis no País. Todavia, tal Lei vigorou apenas enquanto existiu a 
CPMF, isto é, até 31/12/2007, conforme o art. 90 do Ato das Disposições 
Constitucionais Transitórias – ADCT. 
 
Se o endosso for feito ao sacado, valerá apenas como quitação 
(declaração do endossante de que recebeu a quantia devida), salvo no caso 
de o sacado possuir vários estabelecimentos e o endosso ser feito em favor 
de estabelecimento diverso daquele contra o qual o cheque foi emitido (art. 
18, § 2.º, da LC). 
 
O endosso num cheque passado ao portador torna o endossante 
responsável, nos termos das disposições que regulam o direito de ação, mas 
nem por isso converte o título num cheque “à ordem”, isto é, o título 
continua sendo ao portador (art. 23 da LC). 
 
Se alguém for desapossado de um cheque, em virtude de qualquer 
evento (ex.: perda, extravio, furto, roubo), e um terceiro vier a se tornar 
seu novo portador de boa-fé (ex.: recebeu o cheque em pagamento de 
uma pessoa que o achou na rua ou o furtou do antigo dono), o terceiro não 
estará obrigado a restituir o cheque ao titular original. Todavia, este poderá 
promover a anulação e a substituição do título, conforme a legislação 
aplicável (art. 24 da LC). 
 
Apresentação e Pagamento 
 
O cheque deve ser apresentado para pagamento no prazo de 30 dias, 
a contar do dia da emissão, quando emitido no lugar onde deve ser pago, ou 
de 60 dias, quando emitido em outro lugar do país ou no exterior (art. 33 
da LC). Vale o local de emissão indicado no cheque, independentemente de 
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onde ele efetivamente foi emitido. O pagamento deve ser feito à medida que 
os cheques forem sendo apresentados ao sacado. Se dois ou mais cheques 
forem apresentados simultaneamente, sem que haja fundos disponíveis 
suficientes, terão preferência os cheques de emissão mais antiga e, se da 
mesma data, os de número inferior (art. 40 da LC). 
 
Segundo a Lei 7.357/1985, o cheque é título pagável à vista, 
considerando-se não-escrita qualquer menção em contrário, sendo que, se o 
cheque for apresentado para pagamento antes do dia indicado como data de 
emissão, ele será pagável no dia da apresentação (art. 32 da LC). 
 
Apesar da regra legal, o fato é que atualmente é costume mais do que 
arraigado em nossa sociedade a utilização do cheque como título a prazo, o 
chamado cheque pré-datado (ou pós-datado). Funda-se tal prática na 
confiança de uma parte de que a outra não apresentará o cheque ao sacado 
ante da data combinada, aposta no cheque. 
 
Trata-se de verdadeiro costume contra legem, que, apesar de 
contrariar texto expresso de lei, está definitivamente consolidado no 
ordenamento brasileiro e é plenamente aceito por nossos tribunais. 
Inclusive, o STJ possui entendimento sumulado de que a apresentação 
antecipada de cheque pré-datado caracteriza dano moral ao emitente do 
título (Súmula 370). 
 
Ou seja, você emite um cheque hoje, para uma loja, com uma data de 
dois meses à frente, a loja pode ir ao banco hoje mesmo e descontar o 
cheque e o banco vai pagar se tiver fundos. Por ser um título à vista 
considera-se emitido e posto em circulação a partir do momento que o 
emitente assina e entrega. Cabe uma indenização de dano moral, pois 
apesar de o cheque pré-datado ser contra a lei, quem o apresentou ao 
banco descumpriu o contrato anteriormente estipulado. Entendeu? Que bom! 
Espécies de Cheque 
 
A lei cita várias modalidades de cheque que podem ser emitidos: o 
cheque visado, o cheque cruzado, o cheque para ser creditado em 
conta, além do chamado cheque administrativo. 
 
Cheque Visado 
 
Cheque visado é o cheque nominal (não ao portador) e ainda não 
endossado, no qual o sacado (banco), a pedido do emitente ou do portador 
legitimado, atesta que existem fundos suficientes na conta do sacador para 
o pagamento da obrigação. Para isso, o banco faz o lançamento de visto, 
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certificação ou outra declaração equivalente no verso do cheque, com data, 
assinatura e referência a quantia igual à indicada no título (art. 7.º da LC). 
 
O visto do cheque obriga o sacado (banco) a debitar a quantia indicada 
à conta do emitente no cheque e a reservá-la em benefício do portador 
legitimado, durante o prazo de apresentação do título, sem que, no entanto, 
fiquem exonerados o emitente, os endossantes e os demais coobrigados 
(art. 7.º, § 1.º, da LC). Se o prazo de apresentação transcorrer sem que o 
cheque lhe seja apresentado para pagamento ou entregue para inutilização, 
o sacado creditará novamente a quantia reservada à conta do emitente (art. 
7.º, § 1.º, da LC). 
 
É isso. O possuidor do cheque vai ao banco e pede uma confirmação 
por escrito de que aquela conta tem fundo suficiente para quitar a dívida 
representada no cheque, o banco dá um VISTO, por isso cheque visado. O 
banco coloca essa confirmação (visto) no próprio cheque e separa o dinheiro 
durante o prazo que o detentor do título tem para apresentar, 30 ou 60 dias. 
 
Cheque Cruzado 
 
O emitente ou o portador podem cruzar o cheque, mediante a 
aposição de dois traços paralelos no anverso (frente) do título (art. 44 
da LC) (a figura do cheque dada como exemplo acima é um cheque 
cruzado). O cruzamento do cheque pode ser geral ou especial. Será geral 
se, entre os dois traços, não houver nenhuma indicação ou existir apenas a 
indicação “banco” ou outra equivalente. Será especial se, entre os dois 
traços, existir a indicação do nome do banco. O cruzamento do cheque 
permite a identificação da pessoa em favor de quem o título é liquidado. 
 
Pode-se converter um cruzamento geral em especial, inserindo-se o 
nome do banco entre os traços. Todavia, não se pode transformar um 
cruzamento especial em geral, reputando-se como não-existente a 
inutilização do nome do banco entre os traços ou mesmo a inutilização detodo o cruzamento (art. 44, §§ 1.º, 2.º e 3.º, da LC). 
 
O cheque cruzado não pode ser pago diretamente ao portador do 
título. O cheque com cruzamento geral só pode ser pago pelo sacado a um 
banco ou a um cliente do sacado, mediante crédito em conta. O cheque com 
cruzamento especial só pode ser pago pelo sacado ao banco indicado, ou, se 
este for o próprio sacado, a um cliente seu, mediante crédito em conta. 
Pode, entretanto, o banco designado incumbir outro da cobrança (art. 45 da 
LC). 
 
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Esse artifício é interessante, pois dá uma certa segurança ao emitente, 
em caso de roubo, extravio ou perda de um cheque. Um cheque que não 
está cruzado pode ser depositado na boca do caixa e o dinheiro é retirado na 
hora pelo portador do cheque mesmo que esse tenha sido encontrado no 
chão ou roubado. Agora, se o cheque estiver cruzado, a pessoa que tentar 
descontá-lo tem que depositar em uma conta de banco, ou seja, tem como 
identificar se quem descontou o cheque realmente é a pessoa que deveria 
fazê-lo. Visualizou? Então, tá... 
 
 
Cheque para Ser Creditado em Conta 
 
Outra forma de evitar o pagamento direto do valor do cheque, além do 
cheque cruzado, é o cheque para ser creditado em conta. Neste caso, o 
emitente (ou o próprio portador) proíbe que o cheque seja pago em 
dinheiro, mediante a inscrição da cláusula “para ser creditado em conta” 
ou outra equivalente, de forma transversal, no anverso do título. Neste 
caso, o sacado só poderá proceder a um lançamento contábil (crédito em 
conta, transferência ou compensação), que valerá como pagamento. A 
inutilização dessa cláusula, após inserida no título, é considerada 
inexistente (art. 46 da LC). 
 
Cheque Administrativo 
 
É o cheque emitido pelo banco contra si mesmo, em favor de 
terceiro. Neste caso, sacador e sacado confundem-se na mesma pessoa 
(banco) e o beneficiário deve ser identificado, isto é, o cheque não pode ser 
ao portador (art. 9.º, III, da LC). 
 
Uma espécie de cheque administrativo é o cheque de viagem ou 
cheque de turismo (traveller’s check), que o banco emite contra um de 
seus estabelecimentos e é firmado pelo credor no momento da aquisição do 
título e quando da sua liquidação. O cheque de viagem confere segurança ao 
turista, que não precisa transportar grandes somas de dinheiro consigo. Em 
geral, é utilizado para viagens ao exterior, razão pela qual costuma estar 
vinculado a um contrato de câmbio. 
 
Para ilustrar vou dar mais um exemplo de cheque administrativo: 
Para pagamento do ITBI na Prefeitura do Rio de Janeiro, é preciso ter em 
mãos a guia do ITBI e pagá-la no Banco Santander, somente nesse banco. E 
aí? Se você tem que pagar R$ 10.000? Não vai ficar andando com esse 
dinheiro na mão, e eles não aceitam transferência bancária. A única forma 
de pagamento nesse caso é o cheque administrativo. Você vai ao seu banco 
pede para eles emitirem um cheque administrativo, no momento da emissão 
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o banco confere se na sua conta tem o valor correspondente e o separa para 
que seja usada somente para o pagamento desse cheque. Com o cheque em 
mãos, você vai ao Santander e faz o pagamento da guia do ITBI com o 
cheque administrativo emitido pelo outro banco. Ficou claro? 
 
Eis uma questão sobre as diversas modalidades de cheque: 
 
19 - (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/SP/2009) Considerando as espécies de 
cheques, assinale a definição correta. 
a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins 
de liquidez e tranquilidade do beneficiário, solicita do sacado que 
aponha visto ou certificado, bem como reserve o valor. 
b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que 
tiver o nome indicado e, por isso, não comporta endosso. 
c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em 
favor da pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do 
banco. 
d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois 
traços no anverso do título e escreve entre estes o dizer “banco”. 
e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na 
moeda do país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia. 
 
A letra A é errada porque traz a definição de cheque visado. A letra B é 
falsa, pois o conceito se refere ao cheque nominal não à ordem. A 
Letra C é incorreta, já que a definição apresentada se amolda ao 
conceito de cheque administrativo. A Letra D é errada porque o cheque 
cruzado especial possui, entre os dois traços, a indicação do nome do 
banco. A simples aposição da palavra “banco” entre os traços 
caracteriza um cruzamento geral. Por fim, a letra E está certa porque o 
cheque de viagem, em geral, é utilizado para viagens ao exterior, 
sendo pago na moeda do país de apresentação, conforme o câmbio do 
dia. 
 
Gabarito: E 
 
Sustação do Cheque 
 
Um cheque pode ser sustado por revogação ou por oposição. No 
primeiro caso, o emitente do cheque pagável no Brasil pode revogá-lo, por 
meio de contra-ordem dada por aviso epistolar (carta) ou por via judicial 
ou extrajudicial, com as razões motivadoras do ato (art. 35 da LC). A 
revogação ou contra-ordem só produz efeito depois de expirado o prazo 
de apresentação. Não sendo promovida pelo emitente, o sacado poderá 
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pagar o cheque até que decorra o prazo de prescrição para seu 
pagamento (esse prazo será visto adiante). 
 
Já a oposição pode ocorrer mesmo durante o prazo de 
apresentação. Por meio dela, o emitente ou o portador legitimado do 
cheque podem fazer sustar o pagamento, manifestando ao sacado, por 
escrito, oposição fundada em relevante razão de direito (art. 36 da LC). 
 
Em qualquer caso, não cabe ao sacado julgar a relevância da 
razão invocada pelo oponente, devendo limitar-se a cumprir a ordem 
(art. 36, § 2.º, da LC) (a regra é aplicável à revogação também). A oposição 
do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem reciprocamente 
(art. 36, § 1.º, da LC). 
 
 Veja uma questão da Esaf sobre o assunto: 
 
20 - (ESAF/DEFENSOR PÚBLICO/CE/2002) No cheque: 
a) contra-ordem e oposição ao pagamento têm o mesmo significado; 
b) a lei do cheque exige boletim de ocorrência para que seja dada a 
contra-ordem; 
c) a contra-ordem só pode ser dada pelo emitente e a oposição ao 
pagamento pode ser feita pelo emitente e pelo portador legitimado; 
d) a oposição ao pagamento e a contra-ordem não se excluem 
reciprocamente. 
 
A letra A é incorreta porque a contra-ordem (ou revogação) e a 
oposição, como visto, são duas formas distintas de se promover a 
sustação do cheque. A letra B é errada, pois não se pode exigir do 
emitente boletim de ocorrência para que seja dada a contra-ordem, 
devendo o sacado limitar-se a cumprir a ordem. A letra C está certa, 
pois a contra-ordem (revogação) só pode ser feita pelo emitente, 
enquanto a oposição pode ser feita pelo emitente ou pelo portador 
legitimado. Por fim, a letra D é errada, já que a Lei prevê que a 
oposição do emitente e a revogação ou contra-ordem se excluem 
reciprocamente. 
 
Gabarito: C 
 
Ação Cambial 
 
Pode o portador promover a ação cambial de execução do cheque 
contra o emitente e seu avalista ou contra os endossantes e seus 
respectivos avalistas (art. 47 da LC). A ação de execução contra o 
emitente e seu avalista pode ser ajuizada aindaque não apresentado o 
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cheque ao sacado no prazo legal, desde que não prescrita a ação cambial 
(Súmula 600 do STF). O prazo de prescrição da ação cambial será visto 
adiante. 
 
Para a execução dos endossantes e seus avalistas, a Lei exige que 
o cheque tenha sido apresentado em tempo hábil e tenha havido a recusa de 
pagamento, comprovada pelo protesto do título ou por declaração do 
sacado, escrita e datada sobre o cheque, com indicação do dia de 
apresentação, ou, ainda, por declaração escrita e datada por câmara de 
compensação. As citadas declarações dispensam o protesto e produzem os 
efeitos deste (art. 47, II e § 1.º, da LC). 
 
Se o portador não apresentar o cheque em tempo hábil ou não 
comprovar a recusa de pagamento na forma acima, perderá o direito de 
execução contra o emitente, caso se comprove que este tinha fundos 
disponíveis durante o prazo de apresentação e os deixou de ter, em razão de 
fato que não lhe seja imputável (art. 47, § 3.º, da LC) (ex.: um pacote 
econômico do governo que bloqueie parcela do saldo bancário). Todavia, a 
execução independerá do protesto e das declarações acima citadas, se a 
apresentação ou o pagamento do cheque forem obstados pelo fato de o 
sacado ter sido submetido a intervenção, liquidação extrajudicial ou 
falência (art. 47, § 3.º, da LC). 
 
O protesto ou as declarações devem ser feitos no lugar de pagamento 
ou do domicílio do emitente, antes da expiração do prazo de 
apresentação. Mas se a apresentação ocorrer no último dia do prazo, o 
protesto ou as declarações podem fazer-se no primeiro dia útil seguinte 
(art. 48 da LC). Se, após o protesto, o cheque for pago, o protesto poderá 
ser cancelado, a pedido de qualquer interessado, mediante arquivamento 
de cópia autenticada da quitação que contenha perfeita identificação do 
cheque no Cartório de Protesto de Títulos (art. 48, § 4.º, da LC). 
 
Prescrição 
 
Prescreve em seis meses, contados da expiração do prazo de 
apresentação (Lembra-se? 30 ou 60 dias), a ação cambial de execução 
assegurada ao portador do cheque para seu recebimento. A ação executiva 
de regresso de um obrigado ao pagamento do cheque contra outro 
também prescreve em seis meses, contados do dia em que o obrigado 
pagou o cheque ou do dia em que foi demandado em juízo (art. 59 da LC). 
 
Havendo alguma causa que promova a interrupção da prescrição 
(hipótese em que a contagem do tempo é zerada), esta produz efeito 
somente contra o obrigado em relação ao qual foi promovido o ato 
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interruptivo (art. 60 da LC). Por exemplo, se um dos devedores reconhecer 
expressamente a dívida, o prazo de prescrição será interrompido (art. 202, 
VI, do CC/2002), recomeçando a correr do zero. Todavia, a prescrição 
continuará a correr normalmente (não se interromperá) em relação aos 
demais coobrigados, em função da regra especial do art. 60 da LC. 
 
Após a prescrição do cheque, não mais será possível a sua execução, 
mas poderá ser promovida a chamada ação de enriquecimento ilícito ou 
ação de locupletamento, de natureza cognitiva (ação de conhecimento), 
contra o emitente ou outros obrigados que se tenham locupletado 
(enriquecido) injustamente com o não-pagamento do cheque. O prazo de 
prescrição dessa ação é de dois anos, contados do dia em que se consumar 
a prescrição da ação cambial de execução (art. 61 da LC). A ação de 
enriquecimento, embora seja de conhecimento, também tem natureza 
cambial, isto é, não se discute a relação causal que deu origem ao cheque, 
em função do princípio da autonomia dos títulos de crédito. 
 
Por fim, mesmo após prescrita a ação de locupletamento, o portador 
do cheque terá a possibilidade de ajuizar uma ação ordinária de 
cobrança, na qual terá, contudo, que provar a relação causal que deu 
origem ao título (compra e venda, pagamento de aluguel etc.). Nesse 
sentido, prevê a Lei que a emissão ou a transferência do cheque não exclui a 
ação fundada na relação causal, se for feita a prova do não-pagamento, 
salvo se tiver havido novação da dívida (substituição da dívida por outra, 
sob novas condições, extinguindo-se a primeira) (art. 62 da LC). 
 
Admite-se ainda o ajuizamento de ação monitória fundada em 
cheque prescrito (Súmula 299 do STJ). Esse tipo de ação, prevista nos arts. 
1.102-A a 1.102-C do CPC, começa como se fosse um processo de 
execução, mas, se o devedor alegar a prescrição do cheque ou alguma outra 
exceção, por meio do oferecimento de embargos (espécie de defesa 
processual), a ação perde sua força executiva e passa a ter seguimento 
como processo de conhecimento. 
 
Cuidado para não perder as contas: Prazo para apresentação, 30 ou 
60 dias; Prazo para prescrição para ação de execução, seis meses depois 
dos 30 ou 60 dias; Prazo para ação de enriquecimento ilícito, 2 anos, depois 
da prescrição; e depois disso existe a ação ordinária de cobrança. 
 
4 – DUPLICATA 
 
A duplicata é o último dos títulos de crédito que constam do programa 
de AFRFB e de AFT. Seu diploma de regência é a Lei 5.474/1968 (Lei da 
Duplicata – LD), aplicando-se subsidiariamente a legislação da letra de 
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câmbio (art. 25 da LD) (Decreto 57.663/1966 e Decreto 2.044/1908 – a 
mesma legislação da nota promissória). 
 
A duplicata é um título de natureza causal, pois só pode ser emitida 
quando da ocorrência de uma operação de compra e venda de mercadorias 
(duplicata mercantil) (art. 2.º da LD) ou de prestação de serviços 
(duplicata de serviços) (art. 20 da LD). Trata-se de uma ordem de 
pagamento. O sacador é o vendedor ou prestador de serviços, o sacado é o 
comprador ou recebedor dos serviços e o beneficiário é o próprio sacador. 
Como sacador e beneficiário se confundem na mesma pessoa, ele é 
necessariamente o primeiro endossante do título, quando da entrada da 
duplicata em circulação. 
 
Em todo o contrato de compra e venda mercantil entre partes 
domiciliadas no território brasileiro, com prazo não-inferior a trinta dias, 
contado da data da entrega ou do despacho das mercadorias, o vendedor 
deverá extrair a respectiva fatura para apresentação ao comprador (art. 
1.º da LD). A fatura deverá discriminar as mercadorias vendidas ou, quando 
convier ao vendedor, indicar somente os números e valores das notas 
parciais expedidas por ocasião das vendas, despachos ou entregas das 
mercadorias (art. 1.º, § 1.º, da LD). Note que a emissão da fatura só é 
obrigatória nas operações de venda a prazo de 30 ou mais dias, sendo 
facultativa nas operações a prazo inferior ou à vista. 
 
No ato da emissão da fatura, dela poderá ser extraída uma duplicata 
para circulação com efeito comercial, não sendo admitida qualquer outra 
espécie de título de crédito para documentar o saque do vendedor pela 
importância faturada ao comprador. Uma só duplicata não pode 
corresponder a mais de uma fatura (art. 2.º da LD). Veja que não é 
obrigatória a emissão da duplicata, mas ela é o único título de crédito que o 
vendedor pode emitir para documentar a operação (o que não impede o 
comprador de emitir um cheque ou uma nota promissória para pagar as 
mercadorias). 
 
Desde 1970, existe um convênio celebrado entre o Ministério da 
Fazenda e as Secretarias Estaduais de Fazenda por meio do qual foi adotada 
a emissão obrigatória de um único documentocom efeitos comerciais e 
tributários: a nota fiscal-fatura, que cumpre o papel tanto da fatura como 
da nota fiscal. Com isso, passou a ser comum a emissão de duplicatas em 
qualquer operação de compra e venda, independentemente de ser à vista ou 
a prazo, já que a nota fiscal-fatura deve ser obrigatoriamente emitida. 
 
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O empresário que emite duplicatas deve escriturar o Livro de 
Registro de Duplicatas, que deve ser conservado no próprio 
estabelecimento (art. 19 da LD). 
 
A duplicata é título de modelo vinculado. Seu formato é definido em 
norma do Conselho Monetário Nacional. Veja um exemplo: 
 
 
 
 
A duplicata deve conter os seguintes elementos (art. 2.º, § 1.º, da 
LD): 
 
- a denominação “duplicata”, a data de sua emissão e o número de 
ordem; 
- o número da fatura; 
- a data certa do vencimento ou a declaração de ser a duplicata à 
vista (veja que não se admite a duplicata a certo termo da vista ou a 
certo termo de data); 
- o nome e domicílio do vendedor e do comprador; 
- a importância a pagar, em algarismos e por extenso; 
- a praça de pagamento; 
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- a cláusula à ordem. A duplicata é, na origem, sempre um título 
nominal à ordem, transferível por endosso em branco ou em preto. 
Segundo Fábio Ulhoa Coelho, pode haver a inserção da cláusula “não 
à ordem” pelos endossantes, no momento da circulação; 
- a declaração do reconhecimento de sua exatidão e da obrigação de 
pagá-la, a ser assinada pelo comprador, como aceite cambial; 
- a assinatura do emitente. 
 
Não obstante, a Lei autoriza que constem da duplicata outras 
indicações, desde que não alterem sua feição característica (art. 24 da LD). 
 
Nos casos de venda para pagamento em parcelas, poderá ser emitida 
uma duplicata única, em que se discriminarão todas as prestações e seus 
vencimentos, ou uma série de duplicatas, uma para cada prestação, 
distinguindo-se a numeração de cada uma pelo acréscimo de letra do 
alfabeto, em sequência (art. 2.º, § 3.º, da LD). 
 
21 - (ESAF/FISCAL DE RENDAS/SMF-RJ/2010) Marque a opção que 
contém um título de crédito que não admite emissão com cláusula 
“não à ordem”. 
a) A letra de câmbio. 
b) A duplicata mercantil. 
c) A nota promissória. 
d) O cheque. 
e) A cédula de crédito bancário. 
 
Título à ordem é o que traz o nome do beneficiário (título nominal), 
mas permite que este o transfira por meio de endosso, isto é, por meio 
da sua assinatura no documento. Já o título não à ordem é o título 
nominal que não permite que o titular o transfira por meio de endosso, 
justamente por trazer expressa a cláusula “não à ordem”. Neste caso, 
a transferência do título só pode ser feita por cessão civil de crédito, 
forma de transferência do direito regido pelas regras do Direito Civil e, 
portanto, sem as garantias do Direito Cambial. 
As letras A e C são incorretas porque a letra de câmbio e a nota 
promissória podem ser títulos “à ordem” ou “não à ordem”, conforme 
dispõe os arts. 11 e 77 do Decreto 57.663/1966 (Lei Uniforme de 
Genebra – LUG). A letra B é o gabarito, pois o art. 2.º, § 1.º, VII, da 
Lei 5.474/1968 expressamente exige que a duplicata mercantil 
contenha a cláusula “à ordem”. A letra D é incorreta, pois o art. 8.º da 
Lei 7.357/1985 admite o cheque “à ordem” ou “não à ordem”. Por fim, 
a letra E é incorreta porque o art. 29, IV, da Lei 10.931/2004 
estabelece que a cédula de crédito bancário pode conter a cláusula “à 
ordem”. 
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Gabarito: B 
 
 
Aceite 
 
O aceite é o reconhecimento expresso da dívida pelo sacado 
(aceitante, geralmente quem compra), feito por escrito na própria 
cártula. Pode ser feito com a palavra “aceito” ou expressão equivalente (ex.: 
“reconheço a dívida”), seguida da assinatura do sacado. Ao contrário do que 
ocorre na letra de câmbio, o aceite na duplicata é obrigatório. O aceite 
deve ser puro e simples (sem o estabelecimento de condições) e é 
irretratável. 
 
Para que haja o aceite, a duplicata deve ser remetida ao sacado, no 
prazo de trinta dias de sua emissão, diretamente pelo vendedor ou seus 
representantes, por intermédio de instituições financeiras ou, ainda, por 
meio de procuradores que se incumbam de apresentá-la ao comprador. 
 
Os intermediários poderão devolver ao vendedor a duplicata assinada 
ou conservá-la em seu poder até o momento do resgate, segundo as 
instruções de quem lhes cometeu o encargo (art. 6.º da LD). Se a remessa 
for feita por meio de representantes, instituições financeiras, procuradores 
ou correspondentes, estes deverão apresentar o título ao comprador dentro 
de dez dias, contados da data de seu recebimento na praça de pagamento 
(art. 6.º, § 2.º, da LD). 
 
A duplicata, quando não for à vista, deverá ser devolvida pelo 
comprador ao apresentante dentro do prazo de dez dias, contados da data 
de sua apresentação, devidamente assinada ou acompanhada de declaração, 
por escrito, contendo as razões da falta do aceite (art. 7.º da LD). Por ser 
título de aceite obrigatório, a duplicata só pode ser recusada pelo sacado 
nas hipóteses legalmente previstas, que veremos adiante (art. 8.º da LD). O 
aceite feito normalmente pelo comprador, por meio da aposição de sua 
assinatura na duplicata, chama-se aceite ordinário. 
 
O aceite pode se dar ainda por presunção, quando resultar do 
recebimento pacífico das mercadorias pelo comprador, sem que este aponha 
a sua assinatura na cártula, ainda que devolva o título ao apresentante. 
Neste caso, presume-se que o sacado concordou com a obrigação constante 
da duplicata. 
 
Havendo expressa concordância da instituição financeira cobradora, o 
sacado poderá reter a duplicata em seu poder até a data do vencimento, 
desde que comunique por escrito à apresentante o aceite e a retenção do 
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título. É o chamado aceite por comunicação. Tal comunicação substituirá 
a duplicata, se necessário, no ato do protesto ou na execução judicial (art. 
7.º, §§ 1.º e 2.º, da LD). Veremos adiante que é possível o protesto por 
simples indicação dos elementos da duplicata, quando o sacado não devolver 
o título (art. 13, § 1.º, in fine, da LD) e mesmo a execução cambial sem a 
presença do título, atendidas determinadas condições (art. 15, § 2.º, da LD). 
Trata-se de exceção ao princípio da cartularidade, conforme já citado 
anteriormente. 
 
IMPORTANTÍSSIMO: O comprador só poderá deixar de aceitar a 
duplicata pelos seguintes motivos (art. 8.º da LD): 
 
- avaria ou não recebimento das mercadorias, quando não expedidas 
ou não entregues por sua conta e risco; 
- vícios, defeitos e diferenças na qualidade ou na quantidade das 
mercadorias, devidamente comprovados; 
- divergência nos prazos ou nos preços ajustados. 
 
Fora dessas hipóteses, a recusa de aceite pelo sacado não o exonera 
da obrigação de honrar o título. 
 
Veja uma questão da Esaf sobre o aceite da duplicata: 
 
22 - (ESAF/AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFAZ-
PI/2001) Tendo sido enviada uma duplicata para aceite pelo sacado, 
a) o título não precisa ser devolvido, caso tenha sido sacado à vista. 
b) a remessaprecisa ser feita necessariamente por meio de instituição 
financeira. 
c) a recusa do aceite sem justa causa caracteriza uma das hipóteses 
da falência. 
d) ela deverá ser devolvida ao sacado em qualquer hipótese, com o 
aceite ou acompanhada de declaração contendo as razões de sua 
recusa. 
e) presume-se o aceite, caso não seja devolvida no prazo de dez dias 
do seu recebimento. 
 
A letra A é o gabarito porque a Lei só exige a devolução da duplicata 
pelo comprador quando a operação não for à vista, já que, neste caso, 
haverá uma obrigação a ser paga, que será comprovada pelo título. 
Nesse caso, o prazo legal para devolução da duplicata é de dez dias, 
contados da data da apresentação do documento ao sacado, como 
visto acima. A letra B é incorreta, pois a duplicata pode ser remetida 
ao sacado diretamente pelo vendedor ou seus representantes, por 
intermédio de instituições financeiras ou, ainda, por meio de 
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procuradores ou correspondentes que se incumbam de apresentá-la ao 
comprador. A letra C é falsa, já que a recusa do aceite da duplicata 
sem justa causa não acarreta a falência do devedor. Sendo 
injustificada a recusa, o sacado não se exonera do dever de honrar o 
título. 
A letra D é incorreta porque o sacado pode não devolver a duplicata, 
apenas recebendo sem oposição as mercadorias, quando se dará o 
aceite por presunção. Além disso, se houver concordância da 
instituição financeira cobradora, o sacado poderá reter a duplicata em 
seu poder até o vencimento, comunicando por escrito à apresentante o 
aceite e a retenção do título (aceite por comunicação). Por fim, a letra 
E é errada, pois, como dito, o aceite presumido ocorre quando o 
sacado recebe de bom grado as mercadorias, sem devolver a 
respectiva duplicata assinada, independentemente do decurso de um 
prazo fixo. 
 
Gabarito: A 
 
 
Aval 
 
O pagamento da duplicata poderá ser assegurado por aval, sendo o 
avalista equiparado àquele cujo nome indicar, isto é, ao avalizado (aval em 
preto). Na falta da indicação do avalizado (aval em branco), este será 
aquele abaixo de cuja firma o avalista lançar a sua. Fora desses casos, 
o aval em branco considera-se dado ao comprador. O aval dado 
posteriormente ao vencimento do título produzirá os mesmos efeitos que o 
prestado anteriormente a sua ocorrência (art. 12 da LD). Nada impede, 
ainda, que o aval seja dado antes mesmo do aceite do sacado. 
 
Na duplicata, pode surgir uma dúvida quando o título possuir dois 
avais em branco superpostos. Neste caso, o segundo aval seria em 
relação ao devedor inicial (avais simultâneos) ou ao seu avalista (avais 
sucessivos)? A dúvida é resolvida pela Súmula 189 do STF, que diz que: 
“Avais em branco e superpostos consideram-se simultâneos e não 
sucessivos”. 
 
No mais, aplicam-se ao aval das duplicatas as regras gerais do aval, 
vistas acima. 
 
Eis mais uma questão da Esaf sobre as duplicatas e os demais títulos 
de crédito vistos até agora: 
 
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23 - (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ/CE/2006) Em matéria de 
títulos de crédito, 
a) o aval em uma duplicata pode ser dado antes mesmo do seu aceite 
pelo sacado. 
b) o banco que desconta a duplicata em uma operação de crédito 
recebe-a tão-somente por meio de endosso-mandato. 
c) tendo em vista a criação das duplicatas para documentar as vendas 
a prazo no mercado interno, as letras de câmbio somente podem ser 
usadas no comércio internacional. 
d) o cheque não é um título de crédito, porque foi proibido por lei que 
seja endossado mais de uma vez. 
e) o padrão formal das notas promissórias é definido em lei. 
 
A letra A é correta, pois nada impede que o aval em uma duplicata 
seja dado antes do seu aceite pelo sacado. A letra B é errada porque o 
banco que efetua o desconto de duplicatas (lembra-se dessa operação, 
lá na Contabilidade Geral?) adquire a propriedade sobre os títulos, sem 
prejuízo, contudo, da responsabilidade do vendedor alienante pela 
solvência dos mesmos. A letra C é incorreta porque a utilização da 
duplicata para documentar as vendas a prazo não eliminou as letras de 
câmbio do mercado interno, já que estas podem ser usadas em outras 
transações econômicas. 
A letra D é flagrantemente errada, pois, como vimos, o cheque é uma 
das modalidades de título de crédito. Além disso, segundo o art. 90 do 
ADCT, não vigora mais a Lei 9.311/1996 (Lei da CPMF), que trazia, no 
art. 17, I, a regra do endosso único do cheque. Por fim, a letra E é 
falsa porque as notas promissórias são títulos de modelo livre. 
 
Gabarito: A 
 
Pagamento 
 
É lícito ao comprador, mediante pagamento, resgatar a duplicata antes 
de aceitá-la ou antes da data do vencimento. É o chamado pagamento 
antecipado da duplicata. A prova do pagamento é o recibo, passado pelo 
legítimo portador ou por seu representante com poderes especiais, no verso 
do próprio título ou em documento em separado, com referência expressa à 
duplicata. (art. 9.º da LD). Constituirá, igualmente, prova de pagamento 
total ou parcial da duplicata a liquidação de cheque a favor do endossatário, 
desde que conste, no verso do cheque, que o valor se destina a amortização 
ou liquidação da duplicata nele caracterizada (art. 9.º, § 2.º, da LD). 
 
Por exemplo, se o comerciante Huguinho emite uma duplicata contra 
seu cliente Zezinho e depois endossa a duplicata a seu fornecedor Luizinho, 
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pode ocorrer que, na data de pagamento, Luizinho apresente a duplicata a 
Zezinho, para que este a resgate, o que Zezinho prontamente faz, por meio 
da emissão de um cheque em favor de Luizinho (endossatário da duplicata). 
Zezinho, conhecedor da lei, faz constar no verso do cheque que ele se 
destina ao pagamento da duplicata. Com isso, a liquidação do cheque fará 
prova do pagamento da duplicata. 
 
No pagamento da duplicata poderão ser deduzidos quaisquer créditos 
a favor do devedor resultantes de devolução de mercadorias, diferenças de 
preço, enganos verificados, pagamentos por conta e outros motivos 
assemelhados, desde que devidamente autorizados (art. 10 da LD). 
 
Além disso, a duplicata admite reforma ou prorrogação do prazo 
de vencimento, mediante declaração em separado ou nela escrita, 
assinada pelo vendedor ou endossatário, ou por representante com poderes 
especiais. Contudo, a reforma ou prorrogação só mantém a coobrigação dos 
demais intervenientes por endosso ou aval se houver a anuência expressa 
destes (art. 11 da LD). 
 
Triplicata 
 
Caso haja perda ou extravio da duplicata a Lei determina ao 
vendedor que extraia uma cópia da duplicata, chamada triplicata, que terá 
os mesmos efeitos e requisitos e obedecerá às mesmas formalidades 
daquela (art. 25 da LD). Para isso, utilizam-se os dados constantes do Livro 
de Registro de Duplicatas. 
 
Note que os casos em que Lei determina a emissão de triplicata são 
apenas os de perda ou extravio da duplicata. Além desses, tem sido 
prática comum, já aceita pela jurisprudência, a emissão da triplicata quando 
o devedor retém o título em sua posse. Nesse caso, contudo, a emissão da 
triplicata é facultativa, conforme já decidiu o STJ (REsp 174.221/SP). 
 
24 - (FCC/JUIZ ESTADUAL/TJ-GO/2012) 
I - A duplicata mercantil é protestável somente por falta de 
pagamento e não admite ser garantida poraval, uma vez que se 
trata de título causal. 
II - A duplicata não permite reforma ou prorrogação de seu prazo de 
vencimento, que é imutável. 
 
Item I - INCORRETO – A duplicata é protestável por falta de aceite, 
por falta de devolução ou por falta de pagamento e pode ser 
garantida por aval. 
Lei 5474 de 1968 – Lei das Duplicatas - Art. 13. A duplicata é 
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protestável por falta de aceite de devolução ou pagamento. 
Item II - INCORRETO – O vencimento da duplicata não é imutável. 
Lei das duplicatas - Art . 11. A duplicata admite reforma ou 
prorrogação do prazo de vencimento, mediante declaração em 
separado ou nela escrita, assinada pelo vendedor ou endossatário, 
ou por representante com podêres especiais. 
 
Duplicata de Serviços 
 
A duplicata de prestação de serviços ou simplesmente duplicata 
de serviços também é prevista na Lei 5.474/1968. Segundo o art. 20 da 
Lei, as entidades que se dediquem à prestação de serviços podem também 
emitir fatura e duplicata. A fatura deverá discriminar a natureza dos serviços 
prestados, bem como a soma a pagar em dinheiro, que corresponderá ao 
preço dos serviços prestados. 
 
Aplicam-se à fatura e à duplicata ou triplicata de prestação de 
serviços, com as adaptações cabíveis, as disposições referentes à fatura e à 
duplicata ou triplicata de venda mercantil (art. 20, § 3.º, da LD). 
 
Quanto à possibilidade de recusa válida de aceite à duplicata de 
serviços, a Lei prescreve que o sacado poderá deixar de aceitar a duplicata 
de prestação de serviços por motivo de (art. 21 da LD): 
 
- não-correspondência com os serviços efetivamente contratados; 
- vícios ou defeitos na qualidade dos serviços prestados, devidamente 
comprovados; 
- divergência nos prazos ou nos preços ajustados. 
 
25 – (ESAF/AFRFB/2012) A respeito da nota promissória, do cheque e 
da duplicata, assinale a opção correta. 
a) O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como 
data de emissão é pagável no dia da apresentação. 
b) Enquanto o cheque é uma ordem de pagamento à vista, a duplicata 
e a nota promissória não podem ser emitidas à vista. 
c) A nota promissória, o cheque e a duplicata são títulos causais. 
d) Não é lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou 
antes da data do vencimento. 
e) Para ser admitido o endosso de uma nota promissória, é necessária 
a previsão expressa da cláusula “à ordem”. 
 
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Letra a) CORRETA - O cheque é uma ordem de pagamento à vista, 
ou seja, independente da data que esteja prevista nele o titular do 
cheque pode descontá-lo, é o chamado cheque ”pré-datado”, não há 
nenhuma previsão legal que impeça o dono do cheque de ir até ao 
banco e descontar o cheque mesmo que esteja com data posterior. O 
banco vai descontar normalmente, mas nesse caso o STJ decidiu que 
cabe indenização nesse caso por quebra de acordo (Súmula 370 do 
STJ) 
Letra b) INCORRETA – O cheque é uma ordem de pagamento à vista. 
A nota promissória e a duplicata podem ser emitidas à vista também, 
mas diferentemente do cheque há outras modalidades de emissão 
desses títulos. 
Letra c) INCORRETA – Título causal é aquele cuja obrigação que deu 
origem ao título consta expresso na cártula, só podendo ser emitidos 
quando ocorre esse tipo de obrigação. A nota promissáoria não é um 
título causal e sim um título abstrato, assim como o cheque, ou seja, 
podem ser emitidos independente de uma causa específica. A 
duplicata é um título causal, pois só pode ser emitida quando ocorre a 
venda de mercadoria ou a prestação de serviço. 
Letra d) INCORRETA – A Lei das duplicatas ( Lei 5474 de 1968) deixa 
claro que é lícito resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes da 
data do vencimento. 
Art . 9º É lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la 
ou antes da data do vencimento. 
Letra e) INCORRETA – Endosso é a transferência de propriedade de 
um título de crédito feito por meio da assinatura de quem é o dono do 
título. A nota promissória é um título à ordem e por isso para ser 
endossada não precisa vir com a cláusula à ordem. 
LUG - Art. 11. Toda letra de câmbio, mesmo que não envolva 
expressamente a cláusula à ordem, é transmissível por via de 
endosso. (Esse artigo refere-se à letra de câmbio porém aplica-se à 
nota promissória também) 
 
Gabarito: Letra A 
 
Protesto 
 
A duplicata pode ser protestada por falta de aceite, falta de 
devolução ou falta de pagamento (art. 13 da LD). O protesto pode ser 
tirado mediante apresentação da duplicata, da triplicata ou, ainda, por 
simples indicações do portador (protesto por indicações), na falta de 
devolução do título (art. 13, § 1.º, da LD) (exceção à cartularidade). Tais 
indicações podem ser retiradas do Livro de Registro de Duplicatas, onde 
constam todas as informações da duplicata, como número de ordem, data e 
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valor das faturas originárias, data de sua expedição, nome e domicílio do 
comprador, anotações das reformas e prorrogações, bem como outras 
circunstâncias necessárias (art. 19, § 1.º, da LD). O protesto será tirado na 
praça de pagamento constante do título. 
 
Uma questão interessante é saber se seria possível o protesto por 
indicações com base em simples boleto bancário, enviado para cobrança 
ao devedor. Não é incomum o vendedor deixar de emitir a duplicata, 
enviando tão somente um boleto para o comprador pagar a mercadoria na 
rede bancária. Em caso de inadimplência e retenção do boleto pelo cliente, o 
vendedor não poderá realizar o protesto por indicações, pois a Lei exige que 
este seja feito com base em duplicata ou triplicata não devolvida. Nesse 
sentido é a jurisprudência do STJ: 
 
COMERCIAL. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. PROTESTO POR 
INDICAÇÃO DE BOLETOS BANCÁRIOS. INADMISSIBILIDADE. 
I - A emissão de duplicatas, seu envio e a retenção injustificada pelo devedor 
são requisitos exigidos pelo art. 13, § 1º da Lei nº 5.474/68 para o protesto 
por indicação, sem os quais resta inadmissível o protesto de boletos 
bancários. 
II - Agravo regimental improvido. 
(AgRg no REsp 1.054.499/MG, Quarta Turma, Ministro Aldir Passarinho 
Junior, DJe 24/08/2009) 
 
Veja também como a questão já foi cobrada em prova: 
 
26 - (CESPE/TABELIÃO/TJDFT/2008) Havendo o saque de uma 
duplicata mercantil contra a sociedade em questão, relativa à compra 
de matéria-prima, sem a remessa à sacada para aceite, seria válido o 
protesto da duplicata por indicação, a ser realizado por meio de boleto 
bancário. 
 
O item é errado, já que não se admite o protesto por indicações com 
base em boleto bancário. 
 
Gabarito: Errado 
 
No caso de prestação de serviços, a ausência da duplicata ou triplicata 
pode ser suprida por qualquer documento que comprove a efetiva 
prestação dos serviços e o vínculo contratual que a autorizou, o qual 
constituirá documento hábil para a transcrição do instrumento de protesto 
(art. 20, § 3.º, 2.ª parte, da LD). 
 
Como dito acima, o vendedor tem preferido emitir a triplicata, em vez 
de realizar o protesto por indicações, quando a duplicata é retida pelo 
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comprador. A prática tem sido admitida, pois, embora não prevista em lei, 
não há prejuízo para as partes (obviamente o comprador, caso atue de má-
fé, não se pode valer da própria torpeza). 
 
O fato de não ter sido exercida a faculdade de protestar o título por 
falta de aceite ou de devolução não elide a possibilidade de protesto por 
falta de pagamento (art. 19, § 2.º, da LD). O portador que não tirar o 
protesto da duplicata, em forma regular e dentro do prazo de trinta dias, 
contado da data de seu vencimento, perderá o direito de regresso contra 
os endossantes e respectivos avalistas (art. 19, § 4.º, da LD). 
 
Ação Cambial 
 
A cobrança judicial de duplicata ou triplicata será efetuada de 
conformidade com as regras processuais aplicáveis aos títulos executivos 
extrajudiciais, previstas no Código de Processo Civil. Para executar o 
devedor, o credor pode se valer (art. 15 da LD): 
 
- de duplicata ou triplicata aceita, protestada ou não; 
- de duplicata ou triplicata não aceita, contanto que, 
cumulativamente: 
• haja sido protestada (inclusive por indicações, se for o caso); 
• esteja acompanhada de documento hábil comprobatório da 
entrega e do recebimento da mercadoria; e 
• o sacado não tenha, comprovadamente, recusado o aceite, no 
prazo, nas condições e pelos motivos autorizados pela Lei (arts. 
7.º e 8.º da LD – ver acima). 
 
 Veja que, se a duplicata for aceita (aceite ordinário), o título poderá 
ser executado sem maiores problemas, pois terá se aperfeiçoado como título 
de crédito apto a fundamentar a execução. Não havendo aceite, porém, 
haverá necessidade de protesto (inclusive contra o devedor principal e seu 
avalista), prova da entrega da mercadoria (ou prova da execução do serviço, 
se for o caso) e prova de que o aceite não foi legitimamente recusado, nos 
termos da lei. 
 
 Frise-se que a dispensa de protesto para a execução da duplicata 
aceita vale apenas para a cobrança do título do sacado e de seu avalista. 
Para cobrar a dívida dos demais coobrigados e respectivos avalistas, é 
preciso haver o protesto (art. 15, § 1.º, da LD). Além disso, segundo Fábio 
Ulhoa Coelho, a comprovação da entrega e do recebimento da mercadoria 
para a execução de duplicata não-aceita é exigida apenas para a 
cobrança do sacado, não dos demais coobrigados. 
 
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No caso de aceite por comunicação, o comunicado do devedor 
substituirá a duplicata na execução judicial (art. 7.º, § 2.º, da LD). A 
execução de duplicata ou triplicata não aceita e não devolvida deve ser 
precedida do protesto por indicações (art. 15, § 2.º). Na prática, porém, 
como foi dito, o vendedor tem se valido da triplicata. 
 
 Caso o credor disponha de duplicata ou triplicata que não atenda aos 
requisitos acima para a ação de execução, ou pretenda refutar as razões 
invocadas pelo devedor para o não aceite do título (art. 8.º da LD), ele 
poderá ajuizar uma ação ordinária comum (processo de conhecimento) 
para fazer valer o seu direito (art. 16 da LD). Neste caso, uma vez obtida a 
sentença judicial, esta será o título executivo (judicial) que permitirá ao 
credor executar o devedor. 
 
O foro competente para a cobrança judicial da duplicata ou da 
triplicata é o da praça de pagamento constante do título, ou outra de 
domicílio do comprador e, no caso de ação regressiva, a dos sacadores, dos 
endossantes e respectivos avalistas (art. 17). 
 
Prescrição 
 
Os prazos de prescrição para ajuizar a ação cambial de execução da 
duplicata são os seguintes (art. 18): 
 
- três anos, para execução contra o sacado e respectivos 
avalistas, contados da data do vencimento do título; 
- um ano, para execução contra endossante e seus avalistas, 
contado da data do protesto; 
- um ano, para execução promovida por qualquer dos 
coobrigados contra os demais, contado da data em que haja sido 
efetuado o pagamento do título. 
 
Como já foi estudado antes, os coobrigados da duplicata (e dos demais 
títulos de crédito) respondem solidariamente pelo aceite e pelo pagamento. 
Assim, a cobrança judicial poderá ser proposta contra um ou contra todos os 
coobrigados, sem observância da ordem em que figurem no título (art. 18, 
§§ 1.º e 2.º da LD). 
 
27 - (ESAF/AFT/2010) Todos os títulos de crédito abaixo têm força 
executória, exceto: 
a) a duplicata de serviços aceita. 
b) o cheque administrativo. 
c) a nota promissória protestada. 
d) a duplicata mercantil, não aceita e sem protesto. 
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e) o cheque cruzado. 
 
A letra D é o gabarito, pois a duplicata, quando não expressamente 
aceita, só pode ser executada se estiver protestada e acompanhada do 
comprovante de entrega das mercadorias ou da prestação do serviço. 
Segundo o art. 1º da Lei 9.492/1997, protesto é o ato formal e solene 
pelo qual se prova a inadimplência e o descumprimento de obrigação 
originada em títulos e outros documentos de dívida. 
 
Gabarito: D 
 
Os títulos de crédito são considerados pela lei como títulos executivos 
extrajudiciais, isto é, servem de documento hábil para dar início a um 
processo judicial de execução. Em outras palavras, são dotados de 
executividade. O art. 585, I, do Código de Processo Civil (CPC) dispõe que 
são títulos executivos extrajudiciais: a letra de câmbio, a nota promissória, a 
duplicata, a debênture e o cheque. 
 
Para encerrar nosso encontro, resolva mais esta questão de concurso, 
envolvendo vários assuntos tratados nesta aula: 
 
28 - (OAB-RJ/28.º EXAME/2005) Quanto aos títulos de crédito, 
assinale a alternativa correta: 
a) Pode o portador promover a execução do cheque em até 6 meses, 
contados da expiração do prazo para apresentação para pagamento, 
que é de 15 dias; 
b) É de 10 dias o prazo para remessa da duplicata ao comprador, 
contado da data de sua emissão; 
c) O cheque se constitui numa ordem de pagamento à vista, sendo 
permitido o seu endosso total ou parcial; 
d) O endosso transmite a propriedade do título de crédito e se 
completa com a sua tradição. 
 
A letra A é errada, pois o cheque deve ser apresentado para 
pagamento no prazo de 30 dias, a contar do dia da emissão, quando 
emitido no lugar onde deve ser pago, ou de 60 dias, quando emitido 
em outro lugar do país ou no exterior. A letra B é incorreta porque o 
prazo de remessa da duplicata ao sacado, para aceite, é de trinta dias, 
contados da data de sua emissão. A letra C é falsa, já que não se 
admite o endosso parcial. Por fim, a letra D é o gabarito, pois a 
transferência da propriedade de um título de crédito à ordem exige 
não só o endosso, mas a efetiva tradição do título, em função do 
princípio da cartularidade. 
 
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Gabarito: D 
 
Bem, amigo(a) concurseiro(a), chegamos ao final de nossa Aula 04. 
Espero que tenha gostado. Já vimos bastante coisa até aqui, em relação ao 
conteúdo já vimos mais da metade da matéria. Estude bem para que na 
última aula, você possa acertar todos os exercícios que comentaremos. 
 
Em nosso próximo encontro, falaremos sobre recuperação judicial, 
recuperação extrajudicial e falência do empresário e da sociedade 
empresária (Lei 11.101/2005). 
 
Um grande abraço! 
 
Luciano Oliveira e Cadu Carrilho 
 
 
5 – RESUMO DESTA AULA 
 
 
TÍTULO DE CRÉDITO 
Documento necessário para o exercício 
de um direitoliteral e autônomo, nele 
mencionado. 
 
 
 
PRINCÍPIOS DO 
DIRETIO CAMBIAL 
Cartularidade (ou incorporação) 
Literalidade 
Autonomia: 
- abstração; 
- inoponibilidade das exceções pessoais 
aos terceiros de boa-fé. 
 
CARACTERÍSTICAS DO 
TÍTULO DE CRÉDITO 
Negociabilidade 
Executividade 
 
 
 
 
 
LEGISLAÇÃO CAMBIAL 
Nota Promissória: Decreto 57.663/1966 
(LUG) e Decreto 2.044/1908 (Lei 
Saraiva) 
Cheque: Lei 7.357/1985 e Decreto 
57.595/1966 (LUG) 
Duplicata: Lei 5.474/1968 e legislação 
da letra de câmbio (subsidiariamente) 
Regras Gerais: Código Civil de 2002 
(aplicam-se aos títulos que possuem lei 
própria apenas de forma subsidiária). 
 
 
 
 
Quanto ao modelo: 
- Modelo livre: letra de câmbio e nota 
promissória; 
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CLASSIFICAÇÃO DOS 
TÍTULOS DE CRÉDITO 
- Modelo vinculado: cheque e duplicata. 
Quanto ao prazo: 
- à vista; 
- a certo prazo da vista; 
- a data certa; 
- a certo prazo da data. 
Quanto à circulação: 
- Ao portador: circulam por tradição; 
- Nominais: 
• À ORDEM: circulam por endosso; 
• NÃO À ORDEM: circulam por cessão 
civil de crédito; 
• NOMINATIVOS: circulam por termo 
no registro do emitente. 
Quanto à estrutura: 
- ordem de pagamento: letra de câmbio, 
cheque e de duplicata 
- promessa de pagamento: nota 
promissória. 
Quanto à natureza: 
- Causais: duplicata; 
- Não-causais ou abstratos: letra de 
câmbio, nota promissória e cheque. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENDOSSO 
Transferência do título à ordem por 
meio de assinatura do titular na cártula 
ou na folha de alongamento. 
- Endosso em branco: não indica o novo 
titular do título. Torna o título ao 
portador; 
- Endosso em preto: indica o novo 
titular. 
Deve ser puro e simples e não pode ser 
parcial. 
O endosso torna o endossante 
responsável solidário pelo título. Se ele 
paga o título, tem direito de regresso 
contra os demais. 
Se o endossante proibir novo endosso, 
não responderá somente perante os que 
figurarem na cadeia de endossos após 
seu endossatário. 
- Endosso próprio: transfere a 
propriedade do título; 
- Endosso impróprio: não transfere a 
propriedade do título: 
• ENDOSSO-MANDATO: permite ao 
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endossatário representar o 
endossante quanto aos direitos 
referentes ao título; 
• ENDOSSO-CAUÇÃO: endossante 
entrega o título ao endossatário como 
garantia de uma dívida que aquele 
tem com este. 
O endosso após o vencimento tem os 
mesmos efeitos que o endosso feito 
anteriormente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ENDOSSO X CESSÃO CIVIL 
DE CRÉDITO 
Endosso: 
- Regulado pelo Direito Cambial; 
- Endossante responde pela existência e 
pela solvência do crédito; 
- Não permite oposição de exceções 
pessoais contra terceiros pelo devedor; 
- Endossos com efeito de cessão civil de 
crédito: 
• endosso de título não à ordem; 
• endosso após o protesto por falta de 
pagamento ou após a expiração do 
prazo para protestar (endosso 
póstumo ou tardio). 
Cessão civil de crédito: 
- Regulada pelo Direito Civil; 
- Cedente responde apenas pela 
existência do crédito; 
- Permite oposição de exceções pessoais 
pelo devedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVAL 
Garantia cambial por meio da qual o 
avalista garante o pagamento do título 
pelo avalizado. 
- Aval em preto: indica o avalizado 
- Aval em branco: não indica o 
avalizado. Neste caso, será considerado 
avalizado: 
• na nota promissória: o subscritor; 
• no cheque: o emitente; 
• na duplicata: a pessoa abaixo de 
cuja firma o avalista lançar a sua ou 
então o comprador. 
- Avais simultâneos: dois avalistas 
garantem o mesmo avalizado; 
- Avais sucessivos: outro avalista 
garante o avalista do avalizado. 
 O cônjuge só pode prestar aval com 
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autorização do outro, salvo se casados 
com separação absoluta de bens. 
 
 
 
 
 
 
 
 
AVAL X FIANÇA 
Aval: 
- Regulado pelo Direito Cambial; 
- A obrigação do avalista é autônoma e 
solidária; 
- O aval deve estar na cártula; 
- O avalista não pode opor exceções 
pessoais a terceiros de boa-fé. 
Fiança: 
- Regulada pelo Direito Civil; 
- A obrigação do fiador é acessória e 
subsidiária; 
- A fiança pode estar no contrato ou em 
instrumento separado; 
- O fiador pode opor exceções pessoais 
a terceiros de boa-fé. 
 
 
 
 
VENCIMENTO 
Data em que a obrigação constante do 
título se torna exigível. 
Pode ser ordinário (à vista, a dia certo, 
etc.) ou extraordinário (ocorrência de 
evento anormal, como a falência). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PAGAMENTO 
A apresentação do título deve se dar no 
dia do vencimento no lugar de seu 
pagamento. A obrigação é quesível. 
A nota promissória à vista deve ser 
apresentada para pagamento até um 
ano após sua emissão. 
O cheque deve ser apresentado para 
pagamento em 30 dias, a contar do dia 
da emissão, quando emitido no lugar 
onde deve ser pago, ou 60 dias, quando 
emitido em outro lugar do país ou no 
exterior. 
O pagamento da duplicata pode ser 
antecipado pelo comprador que a 
resgata antes do vencimento. 
Antes do vencimento, o credor não é 
obrigado a aceitar o pagamento, nem o 
devedor pode ser obrigado a honrá-lo. 
Vencido o título, o credor não pode 
recusar o pagamento, ainda que parcial. 
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Ao pagar o título, o devedor deve exigir 
que lhe seja entregue a cártula, cuja 
posse presume o pagamento da dívida 
cambial (princípio da cartularidade). 
Se o devedor original não pagar a 
obrigação, o credor poderá se voltar 
contra os demais coobrigados. Para isso, 
deverá antes efetuar o protesto do 
título. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROTESTO 
Ato formal e solene pelo qual se prova a 
inadimplência e o descumprimento de 
obrigação originada em títulos e outros 
documentos de dívida. 
O protesto é facultativo para cobrar a 
dívida do devedor original e seu avalista 
e obrigatório para cobrar dos demais 
coobrigados e seus avalistas, salvo, 
neste caso, se houver a cláusula “sem 
protesto”. 
O protesto por falta de pagamento só 
pode ser feito após o vencimento e deve 
ocorrer: 
- nos dois dias úteis seguintes àquele 
em que o título for pagável, para a nota 
promissória; 
- antes de expirado o prazo de 
apresentação para o cheque; 
- em 30 dias, contados do vencimento, 
para a duplicata. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOTA PROMISSÓRIA 
Título de forma livre. Seus requisitos 
essenciais são: 
- a denominação “nota promissória” 
inserta no próprio texto do título e 
expressa na língua empregada para a 
redação desse título; 
- a promessa pura e simples de pagar 
uma quantia determinada; 
- a época do pagamento; 
- a indicação do lugar em que se efetuar 
o pagamento; 
- o nome da pessoa a quem ou à ordem 
de quem deve ser paga (a nota 
promissória não pode ser emitida ao 
portador); 
- a indicação da data em que e do lugar 
onde a nota promissória é passada; 
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- a assinatura de quem passa a nota 
promissória (subscritor). 
Promessa de pagamento: o devedor é o 
emitente e o tomador é o beneficiário ou 
credor. 
Quanto ao prazo, a nota promissória 
pode ser à vista, a dia certo ou a tempo 
certo da data. 
Súmula STF 258: A nota promissória 
vinculada a contrato de abertura de 
crédito não goza de autonomia em 
razão da iliquidez do título que a 
originou. 
Aplicam-se à nota promissória as regras 
sobre endosso, aval, vencimento, 
pagamento e protesto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO CAMBIAL 
Ação de execução com base no título de 
crédito original, salvo se anexado a 
outro processo judicial, comprovado por 
certidão do cartório das respectiva vara. 
- Ação direta: contra o devedor principal 
e seu avalista; 
- Ação de regresso: contra os 
endossantes e seus avalistas. 
Embargos do devedor só poderão versar 
sobre: 
- defeito formal do título; 
- direito pessoal contra o exequente; 
- ausência de requisito para o exercício 
da ação executiva. 
A execução pode ser fundada em mais 
de um título executivo extrajudicial 
relativo ao mesmo negócio (Súmula STJ 
27). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO CAMBIAL 
DA NOTA PROMISSÓRIA 
Ações contra o emitente e seu avalista: 
três anos a contar do vencimento da 
nota. 
Ações do portador contra os 
endossantes e respectivos avalistas: um 
ano, a contar da data do protesto feito 
em tempo útil ou da data do 
vencimento, se se tratar de título que 
contenha a cláusula “sem despesas”. 
Ações dos endossantes uns contra os 
outros e respectivos avalistas: seis 
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meses, a contar do dia em que o 
endossante pagou a letra ou em que ele 
próprio foi acionado 
As causas que interrompem a prescrição 
só produzem efeito em relação à pessoa 
para quem a interrupção foi feita. 
Simples protesto cambiário não 
interrompe a prescrição (Súmula STF 
153 – válida para os demais títulos de 
crédito). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CHEQUE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ordem de pagamento à vista: 
- Sacador: titular da conta bancária; 
- Sacado: banco ou instituição financeira 
equiparada; 
- Tomador: beneficiário do cheque. 
Não admite aceite. Não admite endosso 
ou aval do sacado. 
Título de modelo vinculado. Seus 
elementos essenciais são: 
- a denominação “cheque” inscrita no 
título; 
- a ordem incondicional de pagar 
quantia determinada; 
- o nome do banco ou da instituição 
financeira que deve pagar; 
- a indicação do lugar de pagamento; 
- a indicação da data e do lugar de 
emissão; 
- a assinatura do emitente ou de seu 
mandatário com poderes especiais. 
Quanto à circulação, o cheque pode ser 
emitido: 
- a pessoa nomeada, com ou sem a 
cláusula “à ordem” (cheque nominal à 
ordem – transfere-se por endosso); 
- a pessoa nomeada, com a cláusula 
“não à ordem” (cheque nominal não à 
ordem – transfere-se por cessão civil de 
crédito); 
- ao portador (até R$ 100) (transfere-se 
por tradição). 
Embora seja título à vista, é admitido o 
cheque pré-datado. Diz a Súmula STJ 
370: “Caracteriza dano moral a 
apresentação antecipada de cheque pré-
datado”. 
 
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ESPÉCIES DE CHEQUE 
Cheque visado: 
- Nominal e não endossado; 
- Visto a pedido do emitente ou do 
portador legitimado; 
- Banco atesta que há fundos para o 
pagamento e reserva a quantia. 
Cheque cruzado: 
- Dois traços paralelos no anverso do 
cheque; 
- Cruzamento geral: apenas os dois 
traços ou dois traços com a palavra 
“banco”; 
- Cruzamento especial: indicação do 
nome do banco entre os traços; 
- Pode-se converter um cruzamento 
geral em especial, mas não o inverso; 
- O cheque cruzado só pode ser pago a 
um banco ou a um cliente do sacado, 
mediante crédito em conta. 
Cheque para ser creditado em conta: 
- Inscrição da cláusula “para ser 
creditado em conta” no anverso do 
título; 
- O sacado só pode proceder a um 
lançamento contábil (crédito em conta, 
transferência ou compensação), que 
vale como pagamento. 
Cheque administrativo: 
- cheque emitido pelo banco contra si 
mesmo, em favor de terceiro; 
- Não pode ser ao portador. 
Cheque de viagem: 
- Espécie de cheque administrativo; 
- O banco o emite contra um de seus 
estabelecimentos e é firmado pelo 
credor no momento da aquisição do 
título e quando da sua liquidação; 
- confere segurança ao turista, que não 
precisa transportar grandes somas de 
dinheiro. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revogação ou contra-ordem: 
- A pedido do emitente; 
- Pedida por aviso epistolar (carta) ou 
por via judicial ou extrajudicial, com as 
razões motivadoras do ato; 
- só pode ser feita depois de expirado o 
prazo de apresentação; 
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SUSTAÇÃO DO CHEQUE 
- Não sendo promovida, o sacado pode 
pagar o cheque até a prescrição. 
Oposição: 
- Pode ocorrer mesmo durante o prazo 
de apresentação; 
- A pedido do emitente ou do portador 
legitimado; 
- Manifestação ao sacado, por escrito, 
fundada em relevante razão de direito. 
Em qualquer caso, não cabe ao sacado 
julgar a relevância da razão invocada 
para sustar o cheque. 
A oposição do emitente e a revogação 
ou contra-ordem se excluem 
reciprocamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO CAMBIAL DO CHEQUE 
A ação contra o emitente e seu avalista 
pode ser ajuizada ainda que não 
apresentado o cheque ao sacado no 
prazo legal, desde que não prescrita a 
ação cambial (Súmula 600 do STF). 
Para a execução dos endossantes e seus 
avalistas, é preciso apresentação do 
cheque em tempo hábil, recusa de 
pagamento e protesto ou declaração do 
sacado ou de câmara de compensação. 
Portador que não apresenta o cheque 
em tempo hábil ou não comprova a 
recusa de pagamento perde o direito de 
execução contra o emitente, se este 
tinha fundos durante o prazo de 
apresentação e os deixou de ter, sem 
culpa. 
A execução independe de protesto ou 
declaração, se a apresentação ou o 
pagamento forem obstados por o sacado 
estar em intervenção, liquidação 
extrajudicial ou falência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO 
Ação do portador: seis meses, contados 
da expiração do prazo de apresentação. 
Ação de um obrigado contra outro: seis 
meses, contados do dia em que o 
obrigado pagou o cheque ou do dia em 
que foi demandado em juízo. 
A interrupção da prescrição produz 
efeito somente contra quem a causou. 
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CAMBIAL DO CHEQUE Após a prescrição da ação cambial, pode 
haver a ação de locupletamento, que 
prescreve em dois anos, contados da 
prescrição da ação de execução. 
Após a prescrição da ação de 
locupletamento, pode haver a ação 
ordinária de cobrança, na qual deverá 
ser provada a relação causal que deu 
origem ao título. 
Admite-se o ajuizamento de ação 
monitória fundada em cheque prescrito 
(Súmula 299 do STJ). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUPLICATA 
Título causal de modelo vinculado. Seus 
elementossão: 
- a denominação “duplicata”, a data de 
sua emissão e o número de ordem; 
- o número da fatura; 
- a data certa do vencimento ou a 
declaração de ser a duplicata à vista; 
- o nome e domicílio do vendedor e do 
comprador; 
- a importância a pagar, em algarismos 
e por extenso; 
- a praça de pagamento; 
- a cláusula à ordem; 
- a declaração do reconhecimento de 
sua exatidão e da obrigação de pagá-la, 
a ser assinada pelo comprador, como 
aceite cambial; 
- a assinatura do emitente. 
É uma ordem de pagamento: 
Sacador: vendedor ou prestador de 
serviços; 
Sacado: comprador ou recebedor dos 
serviços; 
Beneficiário: o próprio sacador. 
Fatura: deve ser extraída nas operações 
com prazo não-inferior a trinta dias. 
Duplicata: pode ser extraída quando a 
fatura for emitida. Uma só duplicata não 
pode corresponder a mais de uma 
fatura. Com a adoção da nota fiscal-
fatura, a duplicata passou a ser quase 
sempre é emitida. 
O vendedor não pode emitir outro título 
de crédito que não seja a duplicata para 
documentar a operação. 
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Empresário que emite duplicatas deve 
escriturar o Livro de Registro de 
Duplicatas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ACEITE DA DUPLICATA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aceite: reconhecimento expresso da 
dívida pelo sacado (aceitante), por 
escrito, na própria cártula. 
O aceite deve ser puro e simples e é 
irretratável. 
Para o aceite, a duplicata deve ser 
remetida ao sacado, no prazo de trinta 
dias de sua emissão. 
A duplicata, quando não for à vista, 
deverá ser devolvida pelo comprador ao 
apresentante no prazo de dez dias, 
contados da apresentação, assinada ou 
acompanhada de declaração, por 
escrito, das razões da falta do aceite. 
O aceite da duplicata é obrigatório, só 
podendo ser recusado pelo comprador 
se houver: 
- avaria ou não recebimento das 
mercadorias, quando não expedidas ou 
não entregues por sua conta e risco; 
- vícios, defeitos e diferenças 
comprovados na qualidade ou na 
quantidade das mercadorias; 
- divergência nos prazos ou nos preços 
ajustados. 
Modalidades de aceite: 
- Ordinário: aposição da assinatura do 
aceitante na duplicata; 
- Por presunção: recebimento pacífico 
das mercadorias, sem a assinatura na 
cártula, ainda que o título seja 
devolvido; 
- Por comunicação: se a instituição 
financeira cobradora concordar, o 
sacado poderá reter a duplicata em seu 
poder até o vencimento, comunicando 
por escrito à apresentante o aceite e a 
retenção do título. A comunicação 
substitui a duplicata no protesto ou na 
execução judicial. 
 
 - Aval em preto: avalizado é quem o 
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AVAL DA DUPLICATA 
aval indicar; 
- Aval em branco: avalizado é aquele 
abaixo de cuja firma o avalista lançar a 
sua ou então o comprador. 
O aval pode ser dado antes do aceite do 
sacado. 
Os avais em branco e superpostos 
consideram-se simultâneos e não 
sucessivos (Súmula STF 189). 
 
 
 
TRIPLICATA 
Cópia da duplicata. 
Deve ser emitida quando houver perda 
ou extravio da duplicata. 
Pode ser emitida quando o devedor não 
restitui o título ao vendedor. 
 
 
 
 
 
 
 
 
DUPLICATA DE SERVIÇOS 
As entidades que se dediquem à 
prestação de serviços também podem 
emitir fatura e duplicata. 
Aplicam-se à fatura e à duplicata ou 
triplicata de serviços, com as 
adaptações cabíveis, as disposições 
referentes à fatura e à duplicata ou 
triplicata de venda mercantil. 
o sacado só pode deixar de aceitar a 
duplicata de serviços por motivo de: 
- não-correspondência com os serviços 
efetivamente contratados; 
- vícios ou defeitos na qualidade dos 
serviços prestados, devidamente 
comprovados; 
- divergência nos prazos ou nos preços 
ajustados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PROTESTO DA DUPLICATA 
A duplicata pode ser protestada por falta 
de aceite, falta de devolução ou falta de 
pagamento. 
O protesto pode ser tirado com a 
duplicata, a triplicata ou por simples 
indicações, na falta de devolução do 
título (tem sido admitida a emissão da 
triplicata, neste caso). 
Não se admite o protesto por indicações 
com base em boleto bancário. 
A ausência da duplicata ou triplicata de 
serviços pode ser suprida por 
documento que comprove a prestação 
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dos serviços e o vínculo contratual que a 
autorizou. 
É de 30 dias o prazo para protesto, 
contado da data do vencimento, sob 
pena de perda do direito de regresso 
contra os endossantes e seus avalistas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AÇÃO CAMBIAL DA DUPLICATA 
Para executar o devedor da duplicata, o 
credor pode se valer: 
- de duplicata ou triplicata aceita, 
protestada ou não (para executar os 
endossantes e seus avalistas exige-se o 
protesto); 
- de duplicata ou triplicata não aceita, 
desde que: 
• haja protesto; 
• haja documento que comprove a 
entrega da mercadoria; e 
• o sacado não tenha, recusado 
legítima e tempestivamente o aceite. 
A comprovação da entrega da 
mercadoria (duplicata não aceita) é 
exigida apenas para a execução do 
sacado, não dos demais coobrigados. 
Sendo o aceite por comunicação, o 
comunicado substitui a duplicata na 
execução. Se houver duplicata ou 
triplicata não devolvida, deve haver o 
protesto por indicações. Neste caso, 
porém, o vendedor tem se valido da 
triplicata. 
Não havendo duplicata ou triplicata hábil 
para a execução, ou se o credor quiser 
refutar a recusa de aceite, poderá ser 
ajuizada uma ação ordinária comum. 
 
 
 
 
 
PRESCRIÇÃO DA AÇÃO 
CAMBIAL DA DUPLICATA 
Ação contra o sacado e respectivos 
avalistas: três anos, contados da data 
do vencimento do título. 
Ação contra endossante e seus 
avalistas: um ano, contado da data do 
protesto. 
Ação promovida por coobrigado contra 
os demais: um ano, contado da data em 
que foi pago o título. 
 
 
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6 – EXERCÍCIOS COMENTADOS NESTA AULA 
 
1 - (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SENADO FEDERAL/2002) Quanto ao 
princípio da cartularidade, aplicável aos títulos de crédito, exige-se que o 
credor apresente o título – cártula – a fim de que possa obrigar o devedor a 
efetuar o pagamento de sua dívida. Não se admite, assim, que se inicie a 
ação cambial sem que a petição inicial esteja acompanhada do respectivo 
título de crédito. 
 
2 - (CESPE/ADVOGADO/HEMOBRAS/2008) Segundo a doutrina dominante, 
são princípios gerais do direito cambiário a cartularidade, literalidade e 
autonomia das obrigações. 
 
3 - (ESAF/DEFENSOR PÚBLICO/CE/2002) “Título de crédito é o documento 
necessário ao exercício do direito literal e autônomo nele mencionado” 
(César Vivante). Na expressão documento necessário do conceito transcrito 
é identificável o princípio da: 
a) literalidade; 
b) abstração; 
c) autonomia; 
d) incorporação. 
 
4 - (CESPE/CONSULTOR LEGISLATIVO/SENADO FEDERAL/2002) Se Renato 
emitir determinado cheque em favor de André, e este o endossar em favor 
de Aldo, sustando-o em seguida, caso o título não seja pago, em decorrência 
do princípio da literalidade, Renato nãopoderá, em regra, opor contra Aldo a 
causa que o levou a sustar o pagamento do cheque. 
 
5 - (ESAF/ADVOGADO/IRB/2006) Considere-se um título de crédito emitido 
parcialmente em branco, devendo ser preenchido pelo portador segundo os 
termos de um pacto adjecto. Nesse caso, 
a) o devedor poderá impugnar perante terceiro, em qualquer situação, o seu 
preenchimento em desconformidade com os ajustes realizados. 
b) se o preenchimento se deu em desconformidade com os ajustes e depois 
foi assim endossado a terceiro, o devedor poderá impugnar o pagamento 
apenas em relação ao favorecido original. 
c) o portador do título, preenchido indevidamente e objeto de uma série 
regular de endossos, poderá sofrer oposição do devedor, pois as 
transmissões ficaram contaminadas pelo vício referido. 
d) se o pacto adjecto não acompanhar a circulação do título, jamais 
qualquer credor poderá sofrer impugnação por parte do devedor diante do 
descumprimento indevido. 
e) a emissão de um título incompleto é risco absoluto que o emitente 
assume ao fazê-lo. 
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6 - (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2012)O título que for emitido em 
favor de pessoa cujo nome conste no registro do emitente e que for 
transferido mediante termo assinado pelo proprietário e pelo adquirente 
constituirá título à ordem. 
 
7 - (CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE RIO BRANCO/2007) 
Assim como o cheque, a nota promissória é uma ordem de pagamento. 
 
8 - (CESPE/JUIZ FEDERAL/TRF 1.ª REGIÃO/2009) A abstração – princípio 
absoluto dos títulos de crédito – é característica que serve à autonomia 
desses títulos e que é fundamental para a sua circulação. 
 
9 - (ESAF/AGENTE AUXILIAR E ARRECADADOR TRIBUTÁRIO/SEFAZ-
PI/2001) Títulos de créditos são: 
a) documentos públicos 
b) documentos que legitimam o exercício de direitos cartulares 
c) instrumentos de dívida 
d) únicos instrumentos cuja circulação se faz por tradição 
e) instrumentos que só podem ser endossados em preto 
 
10 - (CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE RIO BRANCO/2007) O 
endosso lançado em uma duplicata, em regra, acarreta a condição de 
coobrigado do respectivo endossante. 
 
11 - (ESAF/FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/PA/2002) O endosso é 
instituto de direito cambiário que 
a) se aplica apenas para representar a transferência de titularidade. 
b) serve para determinar a legitimação cambiária. 
c) impõe ao endossante o dever de garantir a legitimidade dos endossos 
anteriores. 
d) deve ser em preto para garantir a formação da cadeia de regresso. 
e) serve para indicar que alguém deixa de ser titular do direito cambiário. 
 
12-(ESAF/AFTN/TRIBUTAÇÃO E JULGAMENTO/1996/ADAPTADA) Nos títulos 
de crédito, o aval é uma garantia acessória do pagamento do título. 
 
13 - (CESPE/FISCAL DE TRIBUTOS/PREFEITURA DE RIO BRANCO/2007) 
Depois do novo Código Civil, conforme sucede com a fiança, em regra, 
nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do outro, prestar aval. 
 
14 - (ESAF/AFTN/TRIBUTAÇÃO E JULGAMENTO/1996/ADAPTADA) Nos títulos 
de crédito, a falta do protesto necessário, nos prazos legais, exonera os 
coobrigados. 
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15 - (FCC/JUIZ ESTADUAL/TJ-GO/2012) No tocante ao título de crédito, é 
correto afirmar que: 
a) quando não indicado, considera-se lugar de sua emissão e de pagamento 
o domicílio do credor. 
b) sua transferência não implica a de todos os direitos que lhe são inerentes. 
c) pode-se reivindicá-lo do portador que o adquiriu de boa-fé e na 
conformidade das normas que disciplinam sua circulação. 
d) não tendo ele indicação de vencimento, entende-se que o prazo de 
pagamento é o de sessenta dias. 
e) enquanto estiver em circulação, só ele poderá ser dado em garantia, ou 
ser objeto de medidas judiciais, e não, separadamente, os direitos ou 
mercadorias que representa. 
 
16 - (CESPE/EXAME DE ORDEM/OAB/2008.2) Os títulos de crédito são 
tradicionalmente concebidos como documentos que apresentam requisitos 
formais de existência e validade, de acordo com o regulado para cada 
espécie. Quanto aos seus requisitos essenciais, a nota promissória: 
a) poderá não indicar o nome do sacado, permitindo-se, nesse caso, saque 
ao portador. 
b) precisa ser denominada, com sua espécie identificada no texto do título. 
c) poderá ser firmada por assinatura a rogo, se o sacador não puder ou não 
souber assiná-la. 
d) conterá mandato puro e simples de pagar quantia determinada. 
 
17 - (ESAF/DEFENSOR PÚBLICO/CE/2002) A nota promissória: 
a) pode ser emitida ao portador; 
b) deve, obrigatoriamente, conter o nome da pessoa a quem ou à ordem de 
quem deve ser paga; 
c) não pode ser endossada; 
d) precisa, necessariamente, ser avalizada. 
 
18 - (FCC/JUIZ ESTADUAL/TJ-GO/2012)Em relação aos seguintes títulos de 
crédito é correto afirmar: 
I - Se o cheque pós-datado for apresentado em data anterior à indicada para 
pagamento, não poderá ser pago de imediato, pois se terá descaracterizado 
como ordem de pagamento à vista. 
II - Como regra, o sacado de um cheque não tem qualquer obrigação 
cambial; assim, o credor do cheque não pode responsabilizar o banco sacado 
pela inexistência ou insuficiência de fundos disponíveis. 
 
19 - (FCC/DEFENSOR PÚBLICO/SP/2009) Considerando as espécies de 
cheques, assinale a definição correta. 
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a) O cheque administrativo é aquele em que o emitente, para os fins de 
liquidez e tranquilidade do beneficiário, solicita do sacado que aponha visto 
ou certificado, bem como reserve o valor. 
b) Cheque marcado é aquele que é pago somente ao beneficiário que tiver o 
nome indicado e, por isso, não comporta endosso. 
c) Diz-se visado o cheque emitido pelo sacado contra ele mesmo em favor 
da pessoa indicada por terceiro, geralmente o correntista do banco. 
d) Cheque cruzado especial é aquele em que o emitente apõe dois traços no 
anverso do título e escreve entre estes o dizer “banco”. 
e) Cheque de viagem é o emitido em moeda estrangeira e pago na moeda 
do país em que é apresentado, conforme com o câmbio do dia. 
 
20 - (ESAF/DEFENSOR PÚBLICO/CE/2002) No cheque: 
a) contra-ordem e oposição ao pagamento têm o mesmo significado; 
b) a lei do cheque exige boletim de ocorrência para que seja dada a contra-
ordem; 
c) a contra-ordem só pode ser dada pelo emitente e a oposição ao 
pagamento pode ser feita pelo emitente e pelo portador legitimado; 
d) a oposição ao pagamento e a contra-ordem não se excluem 
reciprocamente. 
 
21 - (ESAF/FISCAL DE RENDAS/SMF-RJ/2010) Marque a opção que contém 
um título de crédito que não admite emissão com cláusula “não à ordem”. 
a) A letra de câmbio. 
b) A duplicata mercantil. 
c) A nota promissória. 
d) O cheque. 
e) A cédula de crédito bancário. 
 
22 - (ESAF/AGENTE FISCAL DE TRIBUTOS ESTADUAIS/SEFAZ-PI/2001) 
Tendo sido enviada uma duplicata para aceite pelo sacado, 
a) o título não precisa ser devolvido, caso tenha sido sacado à vista. 
b) a remessa precisa ser feita necessariamente por meio de instituição 
financeira. 
c) a recusa do aceite sem justa causa caracteriza uma das hipóteses da 
falência. 
d) ela deverá ser devolvida ao sacado em qualquer hipótese, com o aceite 
ou acompanhada de declaração contendo as razões de sua recusa. 
e) presume-se o aceite, caso não seja devolvida no prazo de dez dias do seu 
recebimento. 
 
23 - (ESAF/ANALISTA JURÍDICO/SEFAZ/CE/2006) Em matériade títulos de 
crédito, 
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a) o aval em uma duplicata pode ser dado antes mesmo do seu aceite pelo 
sacado. 
b) o banco que desconta a duplicata em uma operação de crédito recebe-a 
tão-somente por meio de endosso-mandato. 
c) tendo em vista a criação das duplicatas para documentar as vendas a 
prazo no mercado interno, as letras de câmbio somente podem ser usadas 
no comércio internacional. 
d) o cheque não é um título de crédito, porque foi proibido por lei que seja 
endossado mais de uma vez. 
e) o padrão formal das notas promissórias é definido em lei. 
 
24 - (FCC/JUIZ ESTADUAL/TJ-GO/2012) 
I - A duplicata mercantil é protestável somente por falta de pagamento e 
não admite ser garantida por aval, uma vez que se trata de título causal. 
II - A duplicata não permite reforma ou prorrogação de seu prazo de 
vencimento, que é imutável. 
 
25 – (ESAF/AFRFB/2012) A respeito da nota promissória, do cheque e da 
duplicata, assinale a opção correta. 
a) O cheque apresentado para pagamento antes do dia indicado como data 
de emissão é pagável no dia da apresentação. 
b) Enquanto o cheque é uma ordem de pagamento à vista, a duplicata e a 
nota promissória não podem ser emitidas à vista. 
c) A nota promissória, o cheque e a duplicata são títulos causais. 
d) Não é lícito ao comprador resgatar a duplicata antes de aceitá-la ou antes 
da data do vencimento. 
e) Para ser admitido o endosso de uma nota promissória, é necessária a 
previsão expressa da cláusula “à ordem”. 
26 - (CESPE/TABELIÃO/TJDFT/2008) Havendo o saque de uma duplicata 
mercantil contra a sociedade em questão, relativa à compra de matéria-
prima, sem a remessa à sacada para aceite, seria válido o protesto da 
duplicata por indicação, a ser realizado por meio de boleto bancário. 
 
27 - (ESAF/AFT/2010) Todos os títulos de crédito abaixo têm força 
executória, exceto: 
a) a duplicata de serviços aceita. 
b) o cheque administrativo. 
c) a nota promissória protestada. 
d) a duplicata mercantil, não aceita e sem protesto. 
e) o cheque cruzado. 
 
28 - (OAB-RJ/28.º EXAME/2005) Quanto aos títulos de crédito, assinale a 
alternativa correta: 
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a) Pode o portador promover a execução do cheque em até 6 meses, 
contados da expiração do prazo para apresentação para pagamento, que é 
de 15 dias; 
b) É de 10 dias o prazo para remessa da duplicata ao comprador, contado da 
data de sua emissão; 
c) O cheque se constitui numa ordem de pagamento à vista, sendo 
permitido o seu endosso total ou parcial; 
d) O endosso transmite a propriedade do título de crédito e se completa com 
a sua tradição. 
 
 
 
Gabarito: 
 
01 – CORRETO 15 – E 
02 – CORRETO 16 – B 
03 – D 17 – B 
04 – ERRADO 18 – ERRADO/CORRETO 
05 – B 19 – E 
06 – ERRADO 20 – C 
07 – ERRADO 21 – B 
08 – ERRADO 22 – A 
09 – B 23 – A 
10 – CORRETO 24 – ERRADO/ERRADO 
11 – B 25 – A 
12 – ERRADO 26 – ERRADO 
13 – CORRETO 27 – D 
14 – CORRETO 28 – D

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