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Crimes Contra a Dignidade Sexual

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Crimes Contra a Dignidade Sexual
*Estupro
Bem jurídico: Liberdade sexual;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa (crime comum);
Sujeito passivo: Qualquer pessoa. Se menor de 14 anos, o delito será o do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável);
Tipo objetivo: Pune-se o ato de libidinagem forçado, buscando o agente que constrange a vítima à conjunção carnal (cópula entre pênis e vagina) ou a praticar ou permitir que com ele se pratique outro ato libidinoso (coito anal, oral, beijo lascivo, cópula entre os seios etc.); 
Tipo subjetivo: Dolo. Não há necessidade de nenhuma finalidade específica;
Consumação e tentativa: Consuma-se com a prática de ato de libidinagem, independentemente da ejaculação ou satisfação efetiva do prazer sexual. É possível a tentativa, mas de difícil comprovação, por já estar consumado o crime com a prática de qualquer ato libidinoso;
Figuras qualificadas: 
a) Se o crime for cometido contra vítima maior de 14 anos e menor de 18 anos. Ressalte-se que o estupro contra menor de 14 anos é regulado pelo artigo 217-A, estupro de vulnerável; 
b) Se a conduta do agente, praticada com violência ou grave ameaça, resultar em lesão corporal de natureza grave para a vítima;
c) Se da conduta exercida com violência ou grave ameaça sobrevier como resultado a morte.
*Violação sexual mediante fraude
Bem jurídico: Liberdade sexual;
Sujeito passivo: Qualquer pessoa (crime comum);
Sujeito passivo: Qualquer pessoa. Tratando-se de menor de 14 anos, o crime será o do art. 217-A do CP (estupro de vulnerável);
Tipo objetivo: Pune-se o chamado estelionato sexual, no qual o agente, sem emprego de qualquer forma de violência física ou moral, pratica com a vítima ato de libidinagem (conjunção carnal ou qualquer outro), usando de fraude ou outro meio que impeça ou dificulte a livre manifestação da vontade da vítima. É bom frisar que, para que o crime se configure, a fraude deve ser capaz de iludir a vítima, não só pelo meio empregado como pelas condições pessoais do ofendido;
Tipo subjetivo: O dolo;
Consumação: O crime se consuma com a prática de ato de libidinagem, independentemente da ejaculação ou satisfação efetiva do prazer sexual. É possível a tentativa;
Forma qualificada: A pena é acrescida de multa, caso o crime seja cometido com o fim de obter vantagem econômica;
*Assédio sexual
Bem jurídico: Liberdade sexual do indivíduo e também liberdade de exercício do trabalho e o direito de não ser discriminado;
Sujeito ativo: Trata-se de crime próprio, pois só pode ser praticado por pessoa que seja superior ou tenha ascendência em relação de emprego, cargo ou função;
Sujeito passivo: Subordinado ou empregado na relação de emprego, cargo ou função. Nada impede que autor e vítima sejam do mesmo sexo;
Tipo objetivo: Constranger alguém com o intuito de obter vantagem sexual, prevalecendo-se o autor de sua condição de superior hierárquico ou ascendência, inerentes ao emprego, cargo ou função. É a insistência inoportuna de alguém em posição privilegiada, que usa dessa vantagem para obter favores sexuais do subalterno. Quanto ao possível assédio sexual praticado por professor em relação a aluno, há uma discussão se a relação deve ser de emprego ou se a ascendência pretendida pelo tipo penal se configura na relação professor
e aluno;
Tipo subjetivo: O dolo, na vontade consciente de constranger a vítima, aliado à finalidade especial (elemento subjetivo especial do injusto) de obter vantagem ou favorecimento sexual;
Consumação e tentativa: Quanto à consumação, há duas correntes:
O delito se perfaz com o constrangimento, ainda que representado por um só ato e independente da obtenção da vantagem sexual;
O crime é habitual e somente pode ser consumado com a prática de reiterados atos constrangedores.
Se apenas um ato de assédio for o bastante, admite-se a tentativa, ainda que de difícil configuração. Considerando o delito como habitual, obviamente, não será possível a tentativa.
Causa de aumento de pena: Eleva-se a pena em um terço, se a vítima é menor de 18 anos e maior de 14 anos.
*Estupro de vulnerável  
Bem jurídico: A dignidade sexual do vulnerável;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: Pessoa vulnerável, que é o menor de 14 anos (caput) ou portador de enfermidade ou deficiência mental ou incapaz de discernimento para a prática do ato, ou que, por qualquer outro motivo, mostre-se sem condições de oferecer resistência (§ 1º);
Tipo objetivo: Pune-se o agente que tem conjunção carnal ou qualquer outro ato libidinoso com menor de 14 anos, com alguém enfermo ou deficiente mental, que não possua o necessário discernimento, bem como com alguém que, por outra razão, não possa oferecer resistência. Vale dizer que é irrelevante se a incapacidade de resistir foi ou não causada pelo agente;
Tipo subjetivo: O dolo, devendo o agente ter ciência de que age em face da pessoa vulnerável. No caso de enfermidade ou de deficiência mental, tal característica da vítima deve ser aparente, reconhecível por qualquer leigo em psiquiatria;
Consumação e tentativa: Consuma-se o delito com a prática do ato de libidinagem, sendo perfeitamente possível a tentativa quando iniciada a execução, o ato sexual visado não se consuma por circunstâncias alheias à vontade do agente;
Formas qualificadas: Se da conduta do agente, exercida com violência ou grave ameaça, resultar lesão corporal de natureza grave ou morte da vítima.
*Mediação de vulnerável para servir à lascívia de outrem (art. 218)
Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade consciente de induzir a vítima a satisfazer a lascívia de outrem, sabendo que se trata de menor de 14 anos;
Consumação e tentativa: Consuma-se o crime com a prática de ato de natureza sexual com menor de 14 anos, independentemente de o destinatário se sentir satisfeito sexualmente. A tentativa é admissível.
*Satisfação de lascívia mediante a presença de criança ou adolescente (art. 218-A)
Trata-se, pois, de tipo misto alternativo, composto de duas condutas possíveis. A realização de ambas as condutas perfaz um único delito, desde que no mesmo lugar com a mesma vítima. O autor do crime não pode ter contato físico com a vítima, sob pena de configurar a figura de estupro de vulnerável (art. 217-A). 
Tipo subjetivo: Dolo, com a finalidade especial de satisfazer a lascívia própria ou de outrem. A idade da vítima deve ser conhecida pelo agente;
Consumação e tentativa: No caso da primeira conduta, consuma-se com a visualização, pelo menor de 14 anos, da prática de ato libidinoso. Já na modalidade de induzir, o delito se caracteriza com realização do núcleo, independentemente da consumação do ato de libidinagem. Admite-se a tentativa.
*Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável (art. 218-B)
Tipo objetivo: São seis as ações incriminadas: submeter, induzir, atrair a vítima à prostituição ou outra de facilitar a exploração sexual, facilitá-la ou impedir ou dificultar que alguém a abandone. O favorecimento pode ocorrer por ação ou por omissão. Se o crime for cometido com violência, grave ameaça ou fraude, diferentemente do art. 228, CP, tais circunstâncias qualificarão o crime, mas poderá haver concurso de crimes.
São figuras equiparadas (§ 2º): 
a) Quem pratica conjunção carnal ou outro ato libidinoso com pessoa menor de 18 anos ou maior de 14 anos na situação descrita no caput do art. 218-B;
b) O proprietário, o gerente ou o responsável pelo local em que se verifiquem as práticas de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual de vulnerável, constituindo efeito obrigatório da condenação a cassação da licença de localização (§ 3º).
Tipo subjetivo: O dolo, consistente na vontade consciente de induzir ou atrair alguém à prostituição, facilitá-la ou impedir que alguém a abandone. Há necessidade de haver um elemento objetivo específico, previsto no § 1º, com o fim de obter vantagem econômica;
Consumação e tentativa: Nas modalidades submeter, induzir, atrair ou facilitar, consuma-se o delito no momento em que a vítima passaa se dedicar à prostituição, colocando-se de forma constante, à disposição dos clientes, ainda que não tenha atendido nenhum. Na modalidade impedir ou dificultar o abandono da prostituição, o crime se consuma no momento em que a vítima delibera por deixar a atividade e o agente obstaculizar. A consumação se prolonga enquanto durar o impedimento. A tentativa é admissível nas formas de impedir e dificultar. Não cabe tentativa nas formas submeter, atrair, induzir ou facilitar, pois é crime condicionado. A simples atração, sem chegar à prostituição, é fato penalmente irrelevante.
Ação penal: Pública condicionada, transformando-se em pública incondicionada nos casos em que a vítima for menor de 18 anos ou pessoa vulnerável;
Aumento de pena: Se o crime for cometido com o concurso de duas ou mais pessoas; ou se o agente é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da vítima ou qualquer outro título de autoridade sobre ela. 
*Mediação para Servir a Lascívia de Outrem
Bem jurídico: A moralidade na vida sexual e, na forma qualificada, também a liberdade sexual;
Sujeito ativo: Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem (o prazer sexual de alguém);
Sujeito passivo: Qualquer pessoa que colabore com a ação do agente;
Tipo objetivo: Induzir alguém a satisfazer a lascívia de outrem (o prazer sexual de alguém);
Tipo subjetivo: O dolo, com o fim de satisfazer a luxúria ou o prazer sexual de terceiro;
Consumação e tentativa: Quando houver a satisfação da lascívia. A tentativa é admissível;
Figuras qualificadas: 
a) Se a vítima for menor de 18 anos e maior de 14 anos;
b) Se o agente for ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro, irmão, tutor ou curador ou pessoa que cuide da educação, tratamento ou guarda da vítima;
c) Se o crime for cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude;
d) Se o crime for cometido com intuito de lucro, aplica-se também a pena de multa.
*Favorecimento da Prostituição ou outra forma de Exploração Sexual (art. 228)
Bem jurídico: Moralidade sexual pública;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: Qualquer pessoa não menor de 18 anos, homem ou mulher, capaz de entender o ato que pratica, no momento da ação praticada;
Tipo objetivo: Induzir, atrair alguém à prostituição ou outra forma de exploração sexual, facilitá-la, impedir ou dificultar que alguém a abandone. O favorecimento pode ocorrer por ação ou omissão. Esta última, no caso de o agente, que possua o dever jurídico de impedir que a vítima ingresse na prostituição, nada fazer e aderir à sua conduta;
Tipo subjetivo: O dolo, com o fim de satisfazer a luxúria ou o prazer sexual de terceiro;
Consumação e tentativa: Nas modalidades induzir, atrair e facilitar, o delito se consuma no momento em que a vítima passa a se dedicar à prostituição ou outra forma de exploração sexual, colocando-se, de forma constante, à disposição dos clientes, ainda que não tenha atendido nenhum.
Já na modalidade de impedir ou dificultar o abandono da exploração sexual, o crime se consuma no momento em que a vítima delibera por deixar a atividade e o agente obsta esse intento, protraindo a consumação durante todo o período. Há quem considere que a tentativa é admissível e quem não sustente que não cabe tentativa nas formas induzir e atrair, pois o crime depende da efetiva ocorrência da prostituição.
Figuras qualificadas:
a) Se o agente for ascendente, padrasto, madrasta, irmão, enteado, cônjuge ou companheiro, tutor ou curador, preceptor ou empregador da vítima, ou por quem assumiu, por lei ou outra forma, obrigação de cuidado, proteção ou vigilância;
b) Se o crime for cometido com emprego de violência, grave ameaça ou fraude;
c) Se o crime for cometido com intuito de lucro. 
Ação penal: Pública incondicionada.
*Casa de Prostituição
Bem jurídico: Moralidade sexual e os bons costumes;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A pessoa explorada sexualmente e, mais remotamente, a coletividade;
Tipo objetivo: Manter, por conta própria ou de terceiros, estabelecimento em que ocorra exploração sexual, haja ou não intuito de lucro ou mediação direta do proprietário ou gerente. É indiferente que o proprietário do local ali compareça, já que o tipo não pune a conduta daquele que participa da exploração sexual, no local a ela destinada ou em qualquer outro.
Tipo subjetivo: O dolo consistente na vontade consciente de manter estabelecimento em que ocorre exploração sexual, dispensando, com a nova redação, elemento subjetivo especial consistente na intenção de satisfazer a lascívia de outrem;
Consumação e tentativa: Consuma-se o crime com a manutenção do estabelecimento, pois se trata de crime habitual. Por essa razão, não admite tentativa; 
Ação penal: Pública incondicionada.
*Rufianismo
Bem jurídico: A moralidade sexual;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A pessoa que exerce a prostituição e, secundariamente, a coletividade;
Tipo objetivo: Tirar proveito e fazer-se sustentar, no todo ou em parte, pela prostituição alheia. Na primeira hipótese (rufianismo ativo), o rufião obtém vantagem diretamente dos lucros obtidos pela prostituta, embora deles não necessite para seu sustento. Já na segunda modalidade (rufianismo passivo), o agente participa indiretamente do proveito da prostituição, vivendo às custas da meretriz, recebendo dinheiro, alimentação, vestuário, moradia e outros benefícios de que necessita para a sua manutenção;
Tipo subjetivo: O dolo consistente na vontade de tirar proveito da prostituição alheia ou de fazer-se sustentar, no todo ou em parte, por quem a exerça. Não se exige qualquer finalidade especial por parte do sujeito ativo;
Consumação e tentativa: A consumação ocorrerá com a prática reiterada de atos tendentes à obtenção de proveito ou de sustento por parte do rufião. Por se tratar de crime habitual, não se admite tentativa;
Ação penal: Pública incondicionada.
*Tráfico Internacional de Pessoa para Fim de Exploração Sexual 
Bem jurídico: A moralidade sexual e a liberdade sexual;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, seja como promotor do tráfico de pessoas seja como consumidor;
Sujeito passivo: A pessoa que exerce a prostituição ou que é sexualmente explorada e, secundariamente, a coletividade;
Tipo objetivo: Promover ou facilitar a entrada, no território nacional, de alguém que nele venha a exercer a prostituição ou outra forma de exploração sexual, ou a saída de alguém que vá exercê-la no estrangeiro. O § 1º estabelece que incorrem nas mesmas penas aquele que agenciar (servir de agente ou intermediário), aliciar (atrair) ou comprar a pessoa traficada, assim como, tendo o conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. A pena será aumentada de metade se houver emprego de violência, grave ameaça ou fraude (§2º, IV);
Tipo subjetivo: O dolo, com a finalidade especial por parte do sujeito ativo de promover a prostituição da pessoa que fez ingressar ou sair do país. Nas formas equiparadas, transportar, transferir e alojar a vítima traficada, deve o agente ter conhecimento de sua condição. Se o crime for cometido também com o fim de obter vantagem econômica, aplica-se também a multa (§3º);
Consumação e tentativa: Consumação ocorrerá com a entrada ou saída da pessoa do território nacional, dispensando-se que pratique algum ato fruto de exploração sexual. Tentativa é admissível em qualquer das formas previstas;
Ação penal: Pública incondicionada.
*Tráfico Interno de Pessoa para Fim de Exploração Sexual 
Bem jurídico: Moralidade sexual e a liberdade sexual;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa, seja como promotor do tráfico de pessoas seja como consumidor;
Sujeito passivo: A pessoa que exerce a prostituição ou que é sexualmente explorada e, secundariamente, a coletividade; 
Tipo objetivo: Promover e facilitar o deslocamento de pessoa dentro do território para o exercício da prostituição ou outra forma de exploração sexual. Incorrem nas mesmas penas aquele que agenciar, aliciar oucomprar a pessoa traficada, assim como, tendo o conhecimento dessa condição, transportá-la, transferi-la ou alojá-la. A pena será aumentada à metade, se houver emprego de violência, grave ameaça ou fraude;
Tipo subjetivo: O dolo, com o especial fim de promover a prostituição da pessoa em território nacional. Nas formas equiparadas, deve o agente ter conhecimento de sua condição;
Consumação e tentativa: A consumação ocorrerá com a entrada ou saída da pessoa do território nacional, dispensando-se que pratique algum ato fruto de exploração sexual. A tentativa é admissível em qualquer das formas previstas;
Ação penal: Pública incondicionada.
*Ato Obsceno 
Bem jurídico: O pudor público;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A coletividade;
Tipo objetivo: Praticar ato obsceno em lugar público, ou aberto ou exposto ao público. Ato obsceno constitui uma conduta positiva do agente, com conteúdo sexual, atentatória ao pudor público, suscitando repugnância;
Tipo subjetivo: O dolo;
Consumação e tentativa: Consuma-se com a prática do ato obsceno, bastando a possibilidade de ser contemplado. É admissível a tentativa, embora de difícil ocorrência;
Ação penal: Pública incondicionada.
*Escrito ou Objeto Obsceno
Bem jurídico: A proteção do pudor público;
Sujeito ativo: Qualquer pessoa;
Sujeito passivo: A coletividade;
Tipo objetivo: Fazer, importar, exportar, adquirir ou ter sob sua guarda, para fim de comércio, de distribuição ou de exposição pública, escrito, desenho, pintura, estampa ou qualquer objeto obsceno. Da mesma maneira, responderá aquele que vende, distribui ou expõe à venda ou ao público qualquer dos objetos referidos acima. Ainda, quem realiza, em lugar público ou acessível ao público, representação teatral, ou exibição cinematográfica de caráter obsceno, ou qualquer outro espetáculo, que tenha o mesmo caráter. Por fim, é punível aquele realiza, em lugar público ou acessível ao público, ou pelo rádio, audição ou recitação de caráter obsceno;
Tipo subjetivo: O dolo e o elemento subjetivo do injusto, nas condutas descritas, representados pelo fim de comércio, distribuição ou exposição pública;
Consumação e tentativa: Consuma-se no momento da realização de qualquer das ações representadas pelos verbos enunciados no tipo penal. É admissível a tentativa; 
Ação penal: Pública incondicionada.
Aumento de pena: Nos crimes previstos neste Título, a pena é aumentada de metade, se do crime resultar gravidez; e de um sexto até a metade, se o agente transmite à vítima doença sexualmente transmissível de que sabe ou deveria saber ser portador. A transmissão de doença sexualmente transmissível também gera aumento de pena;
*Bigamia
Bem jurídico - a organização da família;
Sujeito ativo - a pessoa que, casada, contrai novo matrimônio, ou que, solteira, viúva ou divorciada, se casa com pessoa que sabe ser casada;
Sujeito passivo - o Estado, o cônjuge do primeiro casamento e o contraente do segundo;
Tipo objetivo - alguém contrair, sendo casado, novo casamento. É pressuposto do delito a existência formal de casamento anterior. Se anulados, por qualquer motivo, o matrimônio anterior ou posterior – este por razão diversa da bigamia – inexiste o delito;
 Tipo subjetivo - o dolo;
 
 Consumação e tentativa - consuma-se com a celebração do novo casamento. É admissível a tentativa;
 Ação penal - pública incondicionada.
Induzimento a Erro Essencial e Ocultação de Impedimento
Bem jurídico - a regular formação da família, especialmente a ordem matrimonial;
Sujeito ativo - qualquer um dos cônjuges;
Sujeito passivo - o Estado e o cônjuge enganado;
Tipo objetivo - contrair casamento, induzindo, aliciando, persuadindo em erro essencial o outro contraente, ou ocultando-lhe impedimento que não seja casamento anterior;
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a celebração do novo casamento. É inadmissível a tentativa;
Ação penal - pública incondicionada.
*Conhecimento Prévio de Impedimento
Bem jurídico - a regular formação da família;
Sujeito ativo - qualquer pessoa que contraia casamento ciente da existência de impedimento absoluto. Se ambos os cônjuges conhecem o impedimento, são coautores do delito;
Sujeito passivo - o Estado e o cônjuge desconhecedor do impedimento;
Tipo objetivo - contrair casamento, conhecendo a existência de impedimento que lhe cause nulidade absoluta. Os impedimentos que tornam o matrimônio nulo estão previstos no Código Civil. Se o impedimento for casamento anterior, será crime de bigamia;
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a celebração do novo casamento. É admissível a tentativa; 
Ação penal - pública incondicionada.
*Simulação de Autoridade para Celebração de Casamento
Bem jurídico - a ordem jurídica matrimonial;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - o Estado e o(s) cônjuge(s) de boa-fé;
Tipo objetivo - atribuir-se falsamente autoridade para celebração de casamento. O matrimônio realizado perante autoridade incompetente é nulo. Porém, a nulidade, quando não alegada, considera-se sanada em dois anos, o que não obsta a configuração do delito. Trata-se de delito expressamente subsidiário, excluído se o fato constituir crime mais grave;
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a prática, pelo agente, de qualquer ato próprio da função que falsamente se atribui. É admissível a tentativa; 
 Ação penal - pública incondicionada.
*Simulação de Casamento
Bem jurídico - a ordem jurídica matrimonial;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - o Estado e o cônjuge enganado ou seu representante legal;
Tipo objetivo - simular casamento mediante engano de outra pessoa. É preciso que o casamento seja simulado por meio de engano de outra pessoa. Trata-se de delito expressamente subsidiário, excluído se constituir elemento de crime mais grave;
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a efetiva simulação. É admissível a tentativa;
Ação penal - pública incondicionada.
*Registro de Nascimento Inexistente
Bem jurídico - o estado de filiação;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - o Estado e todas as pessoas eventualmente prejudicadas pelo registro;
Tipo objetivo: promover no registro civil a inscrição de nascimento inexistente. Trata-se de registro de nascimento inexistente, isto é, de nascimento que não ocorreu ou de nascimento de natimorto. O delito de falsidade é absorvido pelo registro de nascimento inexistente;
Tipo subjetivo - dolo (direto ou eventual);
Consumação e tentativa - consuma-se com a efetiva inscrição, no Registro Civil, de nascimento inexistente. É admissível a tentativa; 
 Ação penal - pública incondicionada.
*Parto Suposto, Supressão ou Alteração de Direito Inerente ao Estado Civil de Recém-Nascido (Art. 242)
Bem jurídico - o estado de filiação;
Sujeito ativo - na modalidade dar parto alheio como próprio, apenas a mulher (crime próprio); nas demais modalidades, qualquer pessoa;
Sujeito passivo - na modalidade dar parto alheio como próprio, o Estado e os herdeiros prejudicados; na modalidade registrar como seu o filho de outrem, o Estado e as pessoas eventualmente prejudicadas pelo registro; nas modalidades ocultar recém-nascido ou substituí-lo, o Estado e os recém-nascidos;
Tipo objetivo - dar parto alheio como próprio; registrar como seu o filho de outrem; ocultar recém-nascido ou substituí-lo, suprimindo ou alterando direito inerente ao estado civil. É nesse dispositivo que se insere a chamada adoção à brasileira, que se caracteriza pelo reconhecimento voluntário da maternidade/paternidade, na qual, fugindo das exigências legais pertinentes ao procedimento de adoção, o casal (ou apenas um dos cônjuges/companheiros) simplesmente registra o menor como seu filho, sem as cautelas judiciais impostas pelo estado, necessárias à proteção especial que deve recair sobre os interesses da criança, que é prática ainda frequente no Brasil;
Tipo subjetivo - o dolo e, nas modalidades ocultar recém-nascidoou substituí-lo, também o elemento subjetivo do injusto consubstanciado no especial fim de agir para suprimir ou alterar direito inerente ao estado civil;
Consumação e tentativa - consuma-se com a situação que altera o estado de filiação; com o efetivo registro. Com a supressão ou alteração de direito inerente ao estado civil. É admissível a tentativa; 
 
Ação penal - pública incondicionada.
Sonegação de Estado de Filiação 
Bem jurídico - o estado de filiação;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - o Estado e, em particular, a criança prejudicada em seu estado de filiação;
Tipo objetivo - deixar em asilo de expostos ou outra instituição de assistência filho próprio ou alheio, ocultando-lhe a filiação ou atribuindo-lhe outra, com o fim de prejudicar direito inerente ao estado civil. Abandonada a criança em local distinto daqueles descritos no tipo, é possível a caracterização dos delitos previstos nos arts. 133 ou 134, CP;
Tipo subjetivo - o dolo e o elemento subjetivo do injusto consubstanciado no especial fim de prejudicar direito inerente ao estado civil;
Consumação e tentativa - consuma-se com o efetivo abandono nos locais alternativamente previstos, acompanhado da ocultação da filiação ou da atribuição de outra. É admissível a tentativa; 
 Ação penal - pública incondicionada.
*Abandono Material
Bem jurídico - como, aqui, tem início os crimes contra a assistência familiar, esse ilícito protege o organismo familiar;
Sujeito ativo - os cônjuges, ascendentes ou descendentes;
Sujeito passivo - o cônjuge, o filho menor de 18 anos ou inapto para o trabalho, o ascendente inválido ou valetudinário, o descendente ou ascendente gravemente enfermo;
Tipo objetivo - deixar, sem justa causa, de prover a subsistência do cônjuge, ou de filho menor de 18 (dezoito) anos ou inapto para o trabalho, ou de ascendente inválido ou maior de 60 (sessenta) anos, não lhes proporcionando os recursos necessários ou faltando ao pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada; deixar, sem justa causa, de socorrer descendente ou ascendente, gravemente enfermo. Também incorre no mesmo delito o devedor que, embora solvente, frustra ou ilide, de qualquer modo, inclusive por abandono injustificado de emprego ou função, o pagamento de pensão alimentícia judicialmente acordada, fixada ou majorada.
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a recusa do agente em proporcionar os recursos necessários à subsistência da vítima, com a falta de pagamento da pensão ou com a não prestação do socorro, já que se trata de crime permanente. É admissível a tentativa; 
Ação penal - pública incondicionada. 
*Entrega de Filho Menor a Pessoa Inidônea
Bem jurídico - a assistência familiar;
Sujeito ativo - os pais, legítimos, naturais ou adotivos;
 Sujeito passivo - o filho menor de 18 anos;
 Tipo objetivo - entregar filho menor de 18 anos à pessoa em cuja companhia saiba ou deva saber que o menor fica moral ou materialmente em perigo. Se o agente pratica delito para obter lucro, ou se o menor é enviado para o exterior, a pena é de reclusão, de 1 a 4 anos, conforme o § 1º. Nessa pena, incorra também quem, embora excluído o perigo moral ou material, auxilia a efetivação de ato destinado ao envio de menor para o exterior, com o fito de obter lucro;
Tipo subjetivo - o dolo e, nas modalidades previstas nos§§ 1º e 2º, também a fim de obter lucro;
Consumação e tentativa - consuma-se com a efetiva entrega do menor à pessoa inidônea ou com a prestação de auxílio. É admissível a tentativa; 
Ação penal - pública incondicionada.
*Lenocínio, Tráfico de Pessoas e Ultraje Público ao Pudor
-Abandono Intelectual:
Bem jurídico - a educação primária das crianças;
Sujeito ativo - os pais, legítimos, naturais ou adotivos;
Sujeito passivo - o filho, natural ou adotivo, em idade escolar. Se anteriormente a idade escolar se estendia dos 7 aos 14 anos, a Lei nº 9.394/1996, que fixa as diretrizes e bases da educação nacional, fixou em 6 anos a idade mínima para o ensino fundamental obrigatório;
 Tipo objetivo - deixar, sem justa causa, de prover a instrução primária de filho em idade escolar. É crime omissivo próprio. Não se configura delito a educação ministrada em casa, em razão das características do local em que se encontra; 
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se quando, por tempo juridicamente relevante, o agente não providencia a instrução primária do filho em idade escolar (crime permanente). É inadmissível a tentativa; 
Ação penal - pública incondicionada.
-Abandono Moral:
Bem jurídico - a formação moral do menor de 18 anos;
Sujeito ativo - os pais ou qualquer pessoa a quem o menor tenha sido confiado;
Sujeito passivo - o menor de 18 anos;
Tipo objetivo - permitir alguém que menor de dezoito anos, sujeito a seu poder ou confiado à sua guarda ou vigilância, frequente casa de jogo ou de má fama, ou conviva com pessoa viciosa ou de má vida; frequente espetáculo capaz de pervertê-lo ou de lhe ofender o pudor, ou participe de representação de igual natureza; resida ou trabalhe em casa de prostituição; mendigue ou sirva a mendigo para excitar a comiseração pública;
Tipo subjetivo - o dolo e, na figura descrita no IV, também o especial fim de agir para excitar a comiseração pública;
Consumação e tentativa - consuma-se no caso de permissão anterior, quando o menor pratica qualquer uma das condutas previstas; na hipótese de anuência posterior, com o assentimento do agente. É admissível a tentativa apenas em se tratando de permissão prévia;
Ação penal - pública incondicionada.
-Induzimento a Fuga, Entrega Arbitrária ou Sonegação de Incapazes:
Bem jurídico - o poder familiar, a tutela ou a curatela;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - os pais, o tutor ou curador, assim como o menor de 18 anos;
Tipo objetivo - induzir menor de dezoito anos, ou interdito, a fugir do lugar em que se acha por determinação de quem sobre ele exerce autoridade, em virtude de lei ou de ordem judicial; confiar a outrem sem ordem do pai, do tutor ou do curador algum menor de dezoito anos ou interdito, ou deixar, sem justa causa, de entregá-lo a quem legitimamente o reclame.
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a efetiva fuga do menor ou interdito, com a sua entrega ou com a recusa do agente em entregá-lo a quem legitimamente o reclame. É admissível a tentativa apenas no induzimento a fuga e na entrega arbitrária; 
Ação penal - ação penal pública incondicionada.
-Subtração de Incapazes:
Bem jurídico - a proteção da guarda do menor ou do interdito;
Sujeito ativo - qualquer pessoa, inclusive o pai, o tutor ou o curador destituído ou temporariamente privado do poder familiar, da guarda, da tutela ou da curatela;
Sujeito passivo - os pais, o tutor ou curador, assim como o menor ou o interdito;
Tipo objetivo - subtrair menor de dezoito anos ou interdito ao poder de quem o tem sob sua guarda em virtude de lei ou de ordem judicial;
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a efetiva subtração do menor ou interdito. É admissível a tentativa; 
Ação penal - pública incondicionada.
A garantia da segurança e da harmonia da população é um dever do Estado e, por isso, foram inseridas na categoria de crimes as condutas que possam perturbar a tranquilidade dos indivíduos.
O Código Penal tipifica as condutas que atentam contra a incolumidade pública, saúde pública e a paz pública, que são interesse da coletividade, uma vez que representam perigo para um número indeterminado de pessoas. 
Tais crimes são os chamados crimes de perigo e, caso venha a ocorrer concretamente um dano aos bens e interesses particulares, este dano funcionará como qualificadora do delito-base.
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*Crimes de Perigo
Quanto ao resultado, os crimes podem ser classificados emcrimes de dano, que só se consumam com a efetiva lesão do bem jurídico, e em crimes de perigo, que consumam-se com a criação de perigo ao bem jurídico.
Crimes de perigo podem ser divididos em:
De perigo individual – que expõem ao risco o interesse de uma só pessoa ou de um grupo determinado de pessoas;
De perigo coletivo ou comum – que ficam expõem ao risco os interesses jurídicos de um número indeterminado de pessoas;
De perigo abstrato ou presumido – nos quais a lei presume ser o fato perigoso, independentemente de comprovação do risco no caso concreto;
De perigo concreto – exige-se a demonstração de ter o fato realmente causado a situação de probabilidade de dano.
*Incêndio
Bem jurídico - a incolumidade pública (a segurança e a tranquilidade de um número indeterminado de pessoas); 
Sujeito ativo - qualquer pessoa; 
Sujeito passivo - a coletividade e também a pessoa que é ameaçada por tal conduta;
Tipo objetivo - causar incêndio, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem. Incêndio é fogo perigoso, potencialmente lesivo à vida, à integridade corporal ou ao patrimônio de um número indeterminado de pessoas. É irrelevante a natureza da coisa incendiada e os meios utilizados pelo agente, desde que idôneos para a configuração do incêndio. É possível ocorrer o delito de incêndio por omissão;
Tipo subjetivo - o dolo. A modalidade culposa está prevista no § 2º do artigo 250, do CP;
Consumação e tentativa - consuma-se com o estabelecimento da situação de perigo comum. É cabível a tentativa;
Ação penal - pública incondicionada;
Formas qualificadas - as penas aumentam-se de um terço: 
I - se o crime é cometido com intuito de obter vantagem pecuniária em proveito próprio ou alheio;
II - se o incêndio é:
a) em casa habitada ou destinada à habitação;
b) em edifício público ou destinado ao uso público ou à obra de assistência social ou de cultura;
c) em embarcação, aeronave, comboio ou veículo de transporte coletivo;
d) em estação ferroviária ou aeródromo;
e) em estaleiro, fábrica ou oficina;
f) em depósito de explosivo, combustível ou inflamável;
g) em poço petrolífico ou galeria de mineração;
h) em lavoura, pastagem, mata ou floresta.
*Explosão
Bem jurídico - a incolumidade pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - a coletividade e todos aqueles ameaçados pela explosão, arremesso ou colocação de dinamite ou substância de efeitos análogos;
Tipo objetivo - expor a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou colocação de engenho de dinamite. Se a substância utilizada na explosão não é dinamite ou possui efeitos análogos, mas sim explosivo com menor potencial ofensivo, como a pólvora, aplica-se a causa de diminuição do § 1º (figura privilegiada);
Tipo subjetivo - o dolo de perigo. A Modalidade culposa está prevista no§ 3º do artigo 251 CP;
Consumação e tentativa - consuma-se com a explosão, o arremesso ou a colocação do engenho, instalando-se uma situação de perigo comum. A tentativa é cabível nas duas primeiras modalidades;
Formas qualificadas - se da explosão resulta lesão grave, aumenta-se a pena de metade, ou o dobro, no caso de morte (artigo 258 CP, 1ª parte);
Ação penal - pública incondicionada.
*Uso de Gás tóxico ou Asfixiante (art. 252)
Noção - por força do art. 54 da Lei 9.605/98 (Lei dos Crimes Ambientais), permanece em vigor quando houver a exposição a perigo do patrimônio alheio por meio do uso de gás tóxico ou asfixiante;
Bem jurídico - a incolumidade pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - a coletividade e todos aqueles que têm sua vida, integridade física ou patrimônio, ameaçados;
Tipo objetivo - é expor a perigo a vida, integridade física ou patrimônio de outrem, usando gás tóxico ou asfixiante, capaz de expandir-se indefinidamente, preenchendo o ambiente que a contém; 
Tipo subjetivo - o dolo de perigo. Admite-se modalidade culposa;
Consumação e tentativa - consuma-se com o surgimento da situação de perigo. Admite-se a tentativa;
Ação penal - pública incondicionada.
*Fabrico, Fornecimento, Aquisição, Posse ou Transporte de Explosivos ou Gás Tóxico, ou Asfixiante
Bem jurídico - a incolumidade pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - coletividade;
Tipo objetivo - fabricar, fornecer, adquirir, possuir ou transportar, sem licença da autoridade, substância ou engenho explosivo, gás tóxico ou asfixiante, ou material destinado à sua fabricação;
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se este crime com a efetiva prática das ações típicas. Não admite tentativa;
Ação penal - pública incondicionada.
*Inundação
Bem jurídico - incolumidade pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - a coletividade e as pessoas ameaçadas pela inundação;
Tipo objetivo - causar inundação, suscetível de gerar perigo a número indeterminado de pessoas. A conduta do agente deve ser perigosa, ou seja, requer-se que da inundação decorra perigo comum, concreto ou efetivo, a um número indeterminado de pessoas ou bens;
Tipo subjetivo - o dolo. Admite-se, ainda, a culpa, prevista no parágrafo único do artigo 254 CP;
Consumação e tentativa - consuma-se o crime com a superveniência do perigo concreto comum. Admite tentativa;
Ação penal - pública incondicionada.
*Perigo de Inundação
Bem jurídico - incolumidade pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa, inclusive o proprietário do local;
Sujeito passivo - a coletividade;
Tipo objetivo - são três as condutas alternativamente descriminadas: remover; destruir; inutilizar;
 Tipo subjetivo – dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se esse crime com a criação do perigo comum. A tentativa é inadmissível;
Ação penal - pública incondicionada.
*Desabamento ou Desmoronamento
Bem jurídico - incolumidade pública; 
Sujeito ativo - qualquer pessoa, inclusive o dono do imóvel;
 Sujeito passivo - a coletividade e, eventualmente, as pessoas diretamente atingidas em sua vida, integridade física ou patrimônio;
 Tipo objetivo - causar desabamento ou desmoronamento, expondo a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de um número indeterminado de pessoas ou bens. Deve haver perigo concreto e efetivo a um número indeterminado de pessoas;
Tipo subjetivo - dolo de perigo. Há previsão da modalidade culposa no parágrafo único;
Consumação e tentativa - consuma-se quando o desabamento cria uma situação efetiva de perigo concreto comum;
Ação penal - pública incondicionada.
*Subtração, Ocultação ou Inutilização de Material de Salvamento (Art. 257)
 Bem jurídico - a incolumidade pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa, incluindo o dono do material de salvamento;
Sujeito passivo - a coletividade. Os proprietários dos aparelhos, quando não sujeitos ativos, podem ser vítimas de outros crimes (furto, dano etc.), em concurso formal; 
Tipo objetivo - subtrair, ocultar ou inutilizar, por ocasião de incêndio, inundação, naufrágio, ou outro desastre ou calamidade, aparelho, material ou qualquer meio destinado a serviço de combate ao perigo, de socorro ou salvamento; ou impedir ou dificultar serviço de tal natureza;
Tipo subjetivo - o dolo de perigo. Não há modalidade culposa; 
Consumação e tentativa - consuma-se o crime nas figuras descritas na 1ª hipótese, com a prática das ações de subtrair, ocultar ou inutilizar, enquanto na 2ª hipótese com o efetivo impedimento ou dificuldade. Admite-se a tentativa em ambas as hipóteses;
Ação penal - pública incondicionada.
Formas Qualificadas de Perigo Comum
Se do crime doloso de perigo comum resulta lesão corporal de natureza grave, a pena privativa de liberdade é aumentada de metade; se resulta morte, é aplicada em dobro. 
No caso de culpa, se do fato resulta lesão corporal, a pena aumenta-se de metade; se resulta morte, aplica-se a pena cominada ao homicídio culposo, aumentada de um terço.
Trata-se de hipóteses em que do crime de perigo comum resulta lesão corporal ou morte, ou seja, de preterdoloso.
Na hipótesede resultar lesão ou morte em várias pessoas, o aumento é único e não aplicado em concurso formal. 
*Formas Falsificação, Corrupção, Adulteração ou Alteração de Substância ou Produto Destinado a Fins Terapêuticos ou Medicinais
Bem jurídico - incolumidade pública, em especial da saúde pública (individual ou coletiva;
Sujeito ativo - qualquer pessoa. Apesar de não de exigir qualquer requisito, normalmente é o comerciante o agente do delito; 
Sujeito passivo - a coletividade e as pessoas que adquiriram o produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais corrompidos, adulterados ou alterados;
Tipo objetivo - Falsificar, corromper, adulterar ou alterar produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. Trata-se de um tipo misto alternativo. No § 1º estão previstas outras condutas alternativamente incriminadas: importar; vender; expor à venda; ter em depósito para vender; distribuir: dar, repartir; entregar a consumo. Trata-se de um rol não taxativo, permitindo o legislador a interpretação analógica, quando se refere à expressão “de qualquer forma”;
Tipo subjetivo - o dolo. No §1º, na modalidade “ter em depósito”, encontra-se presente o elemento subjetivo do tipo: “para vender”. A Modalidade culposa está prevista no §2º. 
Consumação e tentativa - a modalidade prevista no caput consuma-se com a efetiva falsificação, corrupção, adulteração ou alteração do produto destinado a fins terapêuticos ou medicinais. No § 1º. Consuma-se o crime com a prática das ações ali descritas. A tentativa é cabível, com exceção das modalidades “expor à venda”, e “ter em depósito”, que são crimes permanentes.
*Exercício Ilegal da Medicina, Arte Dentária ou Farmacêutica
Bem jurídico - a incolumidade pública e, em especial, a saúde pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa que exerça a profissão de médica, de dentista ou de farmacêutico sem autorização legal ou o médico, o dentista ou o farmacêutico que exceda os limites da sua profissão;
Sujeito passivo - a coletividade e a pessoa atendida pelo médico, dentista ou farmacêutico;
Tipo objetivo - são duas modalidades previstas neste tipo penal. A primeira é a de exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, de dentista ou de farmacêutico, sem autorização legal. A finalidade de lucro qualifica o delito. Nesse caso, não basta a habilitação profissional, é ainda necessário o registro do título, do diploma ou licença na repartição federal competente. A outra é a conduta de exercer a profissão de médico, de dentista ou de farmacêutico, excedendo-lhe os limites, que são fixados em lei especial (norma penal em branco);
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com o exercício habitual e reiterado. Não se admite tentativa;
Forma qualificada - agente pratica o delito com intenção de obter vantagem econômica;
Ação penal - pública incondicionada.
*Charlatanismo
Bem jurídico - a incolumidade pública e, em especial, a saúde pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - a coletividade;
Tipo objetivo - inculcar ou anunciar de cura por meio secreto ou infalível; 
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com a inculca ou o anúncio. Não se admite tentativa;
Ação penal - pública incondicionada.
*Curandeirismo
Bem jurídico - a incolumidade pública e, em especial, a saúde pública;
Sujeito ativo - qualquer pessoa;
Sujeito passivo - a coletividade e a pessoa tratada pelo agente;
Tipo objetivo - exercer o curandeirismo, prescrevendo, ministrando ou aplicando, habitualmente, qualquer substância; usando gestos, palavras ou qualquer outro meio; fazendo diagnósticos;
Tipo subjetivo - o dolo;
Consumação e tentativa - consuma-se com o exercício reiterado do curandeirismo. Não se admite tentativa;
Ação penal: pública incondicionada.

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