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RESUMO DE DIREITO DAS OBRIGAÇÕES SOLIDÁRIAS

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Art. 264. Há solidariedade, quando na mesma obrigação concorre mais de um credor, ou mais de um devedor, cada um com direito, ou obrigado, à dívida toda.
 
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Usada quando há obrigação divisível. Ex.: dinheiro.
Obs.: se duas pessoas devem 10 toneladas de arroz, não havendo obrigação solidária, rege o art. 257 e cada um entrega 5 toneladas. Se houver obrigação solidárias as 10 toneladas podem ser exigidas integralmente de um dos credores.
Exemplo de Solidariedade ativa: conta-conjunta;
Exemplo de solidariedade passiva: as demais.
 
	Diz-se solidária a obrigação quando a totalidade da prestação puder ser exigida indiferentemente por qualquer dos credores de quaisquer dos devedores. 
Cada devedor deve o todo e não apenas sua fração ideal, como ocorre nas obrigações indivisíveis. Diferencia-se da indivisibilidade, visto que esta se relaciona ao objeto  da prestação, enquanto a solidariedade se funda em relação jurídica subjetiva. 
Tanto é assim que, convertida a obrigação  em perdas e danos, desaparece a indivisibilidade, permanecendo, no entanto, a solidariedade (art. 271).
 
CARACTERÍSTICAS DA OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA
 
a)    Pluralidade de sujeito;
b)    Multiplicidade de vínculo;
c)    Unidade da prestação;
d)    Corresponsabilidade;
 
PRINCÍPIOS
a)    VARIABILIDADE das obrigações – Art. 266
 
Art. 266. A obrigação solidária pode ser pura e simples para um dos  cocredores ou codevedores, e condicional, ou a prazo, ou pagável em lugar diferente, para o outro.
Apesar da solidariedade, posso variar a forma de como cobrar o devedor – exigindo formas distintas para que se efetive a obrigação solidária.
 
	O art. 266 procurou manter no novo diploma a disposição contida no art. 897 do 
Código Civil de 1916, além de promover o acréscimo da cláusula final “pagável em lugar diferente”, como aliás já havia feito o Projeto de Código de Obrigações (Art. 123). 
O modo de ser da obrigação solidária pode variar de um codevedor ou cocredor para outro.
 A obrigação pode até ser válida para um e nula para o outro, sem afetar a solidariedade. Observa a Profª Maria Helena Diniz não ser “incompatível com a sua natureza jurídica a possibilidade de estipulá-la como condicional ou a prazo para um dos cocredores ou codevedores, e pura e simples para outro, desde que estabelecido no título originário”. Assim, o codevedor condicional não pode ser demandado senão depois da ocorrência do evento futuro e incerto, e o devedor solidário puro e simples somente poderá reclamar reembolso do codevedor condicional se ocorrer a condição.
 Como se vê, não há prejuízo algum à solidariedade, visto que o credor pode cobrar a dívida do devedor cuja prestação contenha número menor de óbices, ou seja, reclamar o débito todo do devedor não atingido pelas cláusulas apostas na obrigação “ (Curso de direito civil brasileiro, 6. ed., São Paulo, Saraiva, 1990-1991, ‘.‘. 2. p. 131). 
O dispositivo inova o direito anterior somente quando fez inserir a clausula final acerca do pagamento em lugar diferente apenas em relação a alguns dos devedores solidários. A disposição foi transplantada do projeto de Código de Obrigações
 (art. 123). No caso de cláusula ou condição pactuada após o surgimento da obrigação, vide Art. 278.
 
b)    SOLIDARIEDADE NÃO SE PRESUME – Art. 265
 
Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.
Apesar do art. 265, em alguns casos é possível presumir a solidariedade da obrigação.
 Exemplo de solidariedade estabelecida por lei: Art. 942. Os bens do responsável pela ofensa ou violação do direito de outrem ficam sujeitos à reparação do dano causado; e, se a ofensa tiver mais de um autor, todos responderão solidariamente pela reparação.  
Parágrafo único. São solidariamente responsáveis com os autores os coautores e as pessoas designadas no art. 932.
 
Outro exemplo é a responsabilidade estabelecida no Código de Defesa do Consumidor.
 
	O artigo em comento elenca as duas únicas fontes da solidariedade: a lei ou a vontade das partes. Não havendo previsão expressa na lei ou no contrato, presume-se inexistente a solidariedade, salvo prova em contrário, admitida, aqui, inclusive a prova testemunhal.
OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA ATIVA
 
Dá-se entre os credores: polo ativo da ação.
Qualquer um dos credores da solidariedade pode cobrar a dívida.
A solidariedade não é muito usada. O mandado é mais comum, pela possibilidade de revogá-lo.
O exemplo mais comum solidariedade ativa é a conta corrente conjunta.
 
Art. 267. Cada um dos credores solidários tem direito a exigir do devedor o cumprimento da prestação por inteiro.
 
Pode-se cobrar a dívida integral ou sua cota-parte. Mesmo que a pessoa cobre menos que sua cota-parte ela deve dividir o valor pago aos demais credores solidários. Ex.: três pessoas são credores de uma dívida de R$ 9.000,00. O devedor paga somente R$ 2.000,00 a um dos credores. Esse valor dever ser dividido igualmente entre os três.
 
Art. 268. Enquanto alguns dos credores solidários não demandarem o devedor comum, a qualquer daqueles poderá este pagar.
 
Devedor só pode pagar a dívida para qualquer um dos credores enquanto não houver ação judicial de um dos credores cobrando a dívida. Se houver deve pagar somente ao sujeito ativo da ação.
 
Art. 269. O pagamento feito a um dos credores solidários extingue a dívida até o montante do que foi pago.
 
Se o devedor paga a um dos credores solidários exatamente o valor de sua cota-parte, não há necessidade de novo pagamento, restando a dívida, com o credor que recebeu sua cota-parte, quitada.
O devedor pode pagar integralmente a dívida ao credor que move a ação, tendo este que repassar os valores aos demais credores.
 
	O devedor, se não houver sido cobrado pelo todo, pode pagar apenas uma parcela da divida a qualquer dos cocredores, uma vez que permanece a obrigação solidária em relação ao remanescente. Qualquer dos demais cocredores poderá exigir do devedor o restante da dívida, abatendo o que foi pago.
 
Art. 270. Se um dos credores solidários falecer deixando herdeiros, cada um destes só terá direito a exigir e receber a quota do crédito que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível.
 
Não pode existir solidariedade entre os herdeiros.
Usando o exemplo citado, se um dos três credores falecer, tendo dois filhos, cada um terá direito a R$ 1.500,00.
Alguns doutrinadores afirmam que os herdeiros, entrando junto em uma ação, teriam a possibilidade de cobrar toda a dívida, pois os dois juntos representam o falecido. Outros afirmam que, juntos ou não, eles só podem cobrar os R$ 3.000,00, ou seja, a cota-parte do falecido. Essa são opiniões de muita discussão na doutrina.
O consenso é que, isoladamente, podem eles cobrar R$ 1.500,00; em conjunto podem cobrar R$ 3.000,00.
 
	A solidariedade desaparece para os herdeiros, mas permanece em relação aos demais cocredores sobreviventes. Ressalta Washington de Barros Monteiro que
“os herdeiros do credor falecido não podem exigir, por conseguinte, a totalidade do crédito e sim  apenas o respectivo quinhão hereditário, isto é, a própria quota no crédito solidário de que o de cujus era titular, juntamente com os outros credores”. 
Assim não acontecerá, todavia, nas hipóteses seguintes: a) se o credor falecido só deixou um herdeiro; b) se todos os herdeiros agem conjuntamente; c) se indivisível a prestação. Em qualquer desses casos, pode ser reclamada a prestação por inteiro. 
“Para os demais credores, nenhuma inovação acarreta o óbito do consorte; para eles permanece intacto, em toda a plenitude e em qualquer hipótese, o vínculo de solidariedade, com todos os seus consectários” (Curso de direito civil,cit., p. 170). 
Parece, no entanto, ser desnecessária a referência feita à obrigação indivisível. 
Qualquer dos herdeiros do credor solidário poderá exigir a totalidade do crédito, 
não em decorrência da solidariedade, mas pelo fato de ser indivisível a obrigação.
 Aplicar-se-iam, portanto, as regras dos arts. 257 a 263.
 
Art. 271. Convertendo-se a prestação em perdas e danos, subsiste, para todos os efeitos, a solidariedade.  Podem-se cobrar perdas e danos integrais de apenas um dos devedores.
 
	(...) reside aqui um dos principais traços diferenciadores entre solidariedade  e indivisibilidade. Nesta, resolvida a obrigação em perdas e danos, desaparece o vínculo e cada credor só poderá exigir do devedor a sua parte.
 
Art. 272. O credor que tiver remitido a dívida ou recebido o pagamento responderá aos outros pela parte que lhes caiba.
 
Há a possibilidade de perdão da dívida por somente um dos credores. Mas o credor que perdoa deve pagar aos demais. Ele pode perdoar somente a sua cota-parte. Perdão equivale à quitação da dívida, por isso o compartilhamento entre os solidários.
Se o que perdoou for insolvente, pode-se cobrar a cota do insolvente ao devedor.
 
	Quando o credor solidário, por ato pessoal, libera o devedor do cumprimento da obrigação, assume responsabilidade perante os demais cocredores, que poderão exigir do que recebeu ou remitiu a parte que lhes caiba. Só que aí cada um só poderá exigir a sua quota e não mais a dívida toda, uma vez que a solidariedade se estabelece apenas entre credor e devedor e não entre os diversos credores ou diversos devedores entre si. Nas relações dos credores solidários entre si, há tantos créditos quantos são os credores, e a responsabilidade entre eles é sempre pro parte.
 
Art. 273. A um dos credores solidários não pode o devedor opor as exceções pessoais oponíveis aos outros.
 
Defesa geral: pagamento integral a um dos credores; prescrição; exceção do contrato não cumprido – podem ser motivo para o não pagamento do débito a todos os credores.
Defesa pessoal: vício de vontade, incapacidade jurídica – é motivo para o não pagamento do débito ao credor individualmente, permanecendo a dívida aos demais.
 
	O dispositivo inova o direito anterior ao introduzir na Seção II, que trata da solidariedade ativa, comando antes presente apenas no regramento da solidariedade passiva (art. 911 do CC/1916). Apesar de criticado por alguns, entendemos merecer elogios a inserção do artigo, que se harmoniza com o disposto no art. 281. 
O dispositivo vem deixar expressa a regra de que as defesas que o devedor possa alegar contra um só dos credores solidários não podem prejudicar aos demais. 
Vale dizer, se a defesa do devedor diz respeito apenas a um dos credores solidários, sé contra esse credor poderá o vício ser imputado, não atingindo o vínculo do devedor com os demais credores (t’. art. 274). 
Observa, ainda, o Prof. Álvaro Vilaça Azevedo a propriedade de utilizar a palavra“exceção”, que tem significado técnico específico, previsto na lei processual. 
O melhor seria, na opinião do mestre, utilizar o vocábulo genérico “defesas”.
 
Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve. A ação imposta ao devedor por um dos credores aproveita os outros.
 
	O dispositivo, inexistente no Código Civil de 1916, complementa o art. 273 e constitui um dos desdobramentos da regra geral contida no art. 266 deste Código (Art. 897 do CC/1916), segundo a qual a obrigação pode ter características de cumprimento diferentes para cada um dos cocredores, podendo, inclusive, vir a ser considerada inválida apenas em  relação a um deles, sem prejuízo aos direitos dos demais
 
OBRIGAÇÃO SOLIDÁRIA PASSIVA
 
Muito importante na prática por trazer benefícios ao credor.
Avalista é um exemplo de solidariedade passiva.
A regra geral se encontra no Art. 275:
 
Art. 275. O credor tem direito a exigir e receber de um ou de alguns dos devedores, parcial ou totalmente, a dívida comum; se o pagamento tiver sido parcial, todos os demais devedores  continuam obrigados solidariamente pelo resto.
Parágrafo único. Não importará renúncia da solidariedade a propositura de ação pelo credor contra um ou alguns dos devedores.
 
	Na solidariedade passiva, cada um dos devedores está obrigado ao cumprimento integral da obrigação, que pode ser exigida de todos conjuntamente ou apenas de algum deles. Como a  solidariedade passiva é constituída em benefício do credor, pode ele abrir mão da faculdade que tem de exigir a prestação por inteiro de um só devedor, podendo exigi-la, parcialmente, de um ou de alguns. Só que nesta última hipótese permanece a solidariedade dos devedores quanto ao remanescente da dívida. 
Nesse sentido é a doutrina consolidada. 
Observa o mestre Alves Moreira que “o direito que o credor tem de exigir a dívida de qualquer dos devedores pode ser limitado pelo acordo feito entre ele e os devedores, em virtude do qual se determine a ordem por que deve ser feito o pedido” 
(Guilherme Alves Moreira).
O parágrafo único, que no Código Civil de 1916 estava posto como artigo autônomo, estabelece que o fato de o credor propor demanda judicial contra um dos devedores não o impede de acionar os demais. Isso porque, “enquanto não for integralmente paga a dívida, mantém-se íntegro o direito do credor em relação a todos e a qualquer dos outros devedores, não se podendo, mesmo, presumir a renunciar de tais direitos do fato de já ter sido iniciada a ação contra um dos devedores” (J. M. de Carvalho Santos, Código Civil Brasileiro Interpretado, cit., p. 250). Se, no entanto, for proposta mais de uma ação pelo credor, deve os processos Ser reunidos, a fim de se evitar julgamentos contraditórios (v. Art. 77, inciso li!, do Código de Processo Civil).
 
O parágrafo único diz que cobrar um dos devedores solidários não significa a renúncia da dívida aos demais.
 
Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.
 
Os herdeiros, em conjunto, podem ser acionados para o pagamento da dívida toda.
 
	O artigo dá aplicação ao princípio geral de que os herdeiros só respondem pelos débitos do de cujus até os limites de suas quotas na herança. 
Não há qualquer inovação em relação ao direito anterior. Sobre o assunto, 
Lacerda de Almeida, citado por João Luiz Alves, já explanava:
“Falecendo um dos devedores solidários, a obrigação, obedecendo a um princípio geral, divide-se de pleno direito entre os herdeiros”. Em virtude deste princípio ficamos herdeiros do devedor solidário na posição entre si de devedores simplesmente conjuntos (pro parte).
 Todavia, como pelo fato de passar a herdeiros a condição da dívida não se transmuta, são eles coletivamente considerados e em relação aos codevedores originários como constituindo um devedor solidário (Obrigs. 5 41, pdg. 53) 
(Código Civil anotado, cit.. p. 618).
Sobre o assunto, vide ainda comentários ao art. 270.
 
Art. 277. O pagamento parcial feito por um dos devedores e a remissão por ele obtida não aproveitam aos outros devedores, senão até à concorrência da quantia paga ou relevada.
 
	Essa disposição vem desde o Digesto Português, não implicando inovação, nem mesmo quando da publicação do Código Civil de 1916. 
Divergindo aqui do Código francês, o nosso Código não exonera os coobrigados solidários na hipótese de o credor perdoar um deles ou receber de apenas um o pagamento parcial das dívidas. A solidariedade subsiste quanto ao débitoremanescente, ou seja, os outros devedores permanecem solidários, descontada a parte do codevedor que realizou o pagamento parcial ou foi perdoado. 
Sobre remuneração  da solidariedade em face de um dos codevedores, ver Art. 282.
 
Art. 278. Qualquer cláusula, condição ou obrigação adicional, estipulada entre um dos devedores solidários e o credor, não poderá agravar a posição dos outros sem consentimento destes.
 
Um devedor só pode agravar sua situação, nunca pode falar em nome dos demais.
 
Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos os encargos de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.
 
Inverso ao art. 271.
 
	O princípio é o mesmo do direito romano. Não havendo culpa, resolve-se a obrigação. 
Havendo culpa de todos os codevedores, todos eles responderão solidariamente pelo valor da prestação. Além das perdas e danos. 
Se a culpa, no entanto, foi de apenas um dos codevedores, só o culpado responderá pelas perdas e danos, mas a obrigação de repor ao credor o equivalente em dinheiro pela prestação que se impossibilitou será de todos e, quanto a esta, permanece a solidariedade.
 
Art. 280. Todos os devedores respondem pelos juros da mora, ainda que a ação tenha sido proposta somente contra um; mas o culpado responde aos outros pela obrigação acrescida.
 
Mesmo que só um seja culpado todos pagam juros de mora.
 
	Se todos são solidários na dívida, devem responder conjuntamente pelas consequências do inadimplemento, ainda que um só deles seja culpado pelo atraso. Como assinala
 Washington de Barros Monteiro, “embora o retardamento culposo imputável  seja a um só devedor, respondem todos perante o credor pelas consequências da inexecução da obrigação, entre as quais se incluem juros da mora. Essa responsabilidade coletiva decorre da força comunicativa inerente à constituição em mora. Se, do ponto de vista das relações externas, oriundas da solidariedade, todos os devedores respondem pelos juros moratórios, do ponto de vista interno, concernente às relações particulares dos devedores entre si, só o culpado suporta o acréscimo, só a este se carregará dita verba, no acerto interno e final das contas. Trata-se de outra aplicação do princípio da responsabilidade pessoal e exclusiva, pelos atos eivados de culpa, há pouco referido 
(auctore non egrediuntur)” (Curso de direito civil, cit., p. 185).
Art. 281. O devedor demandado pode opor ao credor as exceções que lhe  forem pessoais e as comuns a todos; não lhe aproveitando as exceções pessoais a outro codevedor.
Pode ser feita analogia com o art. 273.
 
	O dispositivo foi praticamente copiado do Código Civil francês (Art. 1.208), não constituindo novidade, mesmo à época de elaboração do Código Civil de 1916.  
Já nos ensinava Alves Moreira que “quanto às exceções ou meios de defesa pessoais, o devedor solidário não pode invocar os que sejam pessoais dos outros devedores, mas só os que pessoalmente lhe competem. E assim que ele não poderá defender-se, quando seja demandado pelo credor, com a não realização duma condição suspensiva, nem com o fato do dolo, erro ou violência, ou por qualquer incapacidade relativa, quando os fatos e a incapacidade referidos não digam respeito a ele, mas a outros dos codevedores solidários” (Guilherme Alves Moreira). 
Explica, ainda, Silvio Venosa que “podem existir meios de defesa, exceções particulares e próprias só a um (ou alguns) dos devedores. 
Aí então, só o devedor exclusivamente atingido por tal exceção é que poderá alegá-la. 
São as exceções pessoais, que não atingem nem contaminam o vínculo dos demais devedores. Assim, um devedor que se tenha obrigado por erro, só poderá alegar esse  vício de vontade em sua defesa. Os outros devedores, que se obrigam sem qualquer vício, não podem alegar da sua defesa a anulabilidade da obrigação, porque o outro coobrigado laborou em erro. Destarte, cada devedor pode opor em sua defesa, nas obrigações solidárias, as exceções gerais (todos coobrigados podem fazê-lo), bem como as exceções que lhe são próprias as pessoais Assim, não pode o coobrigado, que se comprometeu livre e espontaneamente, tentar invalidar a obrigação porque outro devedor entrou na solidariedade sob coação” (Silvio de Salvo Venosa, Direito civil, cit., p. 129). 
Sobre propostas de alteração deste artigo, vide comentários ao Art. 273.
 
Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores.
Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.
 
Com a renúncia de um dos devedores, por parte do credor, há também o  desconto da dívida. Ver art. 266.

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