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Imunidade Adaptativax Natural

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DEFINIR O SISTEMA IMUNE E IDENTIFICAR SUAS FUNÇÕES
O sistema imune é constituído principalmente pelos órgãos linfáticos e conjunto de células e moléculas que cooperam para nos proteger dos agentes infecciosos e também nos oferecem um sistema de vigilância capaz de monitorar a integridade dos nossos tecidos, com a finalidade de se manter a homeostasia do organismo.
Duas atividades essenciais: - reconhecimento das substâncias e dos microrganismos estranhos que conseguiram entrar no corpo 
- remoção desses elementos estranhos utilizando um conjunto de células e moléculas que atuam simultaneamente de forma a eliminar o risco potencial. Desse modo, um dos requisitos principais do sistema imune é ser capaz de diferenciar entre o que é estranho (o que os imunologistas chamam de “não próprio”) e o que está normalmente presente no corpo (i. e., próprio)
vírus, bactéria, fungo, célula maligna (cancerosa) ou protozoário. Este sistema trata as células cancerosas como estranhas porque elas contêm proteínas novas, que não existem nas células normais. Patógenos oportunistas: não causa nenhum dano em indivíduos saudáveis, mas provoca doença se a defesa do corpo estiver enfraquecida.
Após identificar os agressores, o sistema imunitário coordena a inativação ou a destruição deles.
Ocasionalmente, o sistema imunitário pode reagir contra moléculas do próprio organismo, causando as doenças autoimunes.
O sistema imunitário é formado por estruturas individualizadas, como nódulos linfáticos, linfonodos e baço, e por células livres, como linfócitos, granulócitos e células do sistema mononuclear fagocitário, existentes no sangue, na linfa e no tecido conjuntivo. Outro componente importante desse sistema são as células apresentadoras de antígenos, encontradas em muitos locais, como a pele, um órgão muito exposto a antígenos e microrganismos do meio externo. 
As células do sistema imunitário se comunicam entre si e com as células de outros sistemas, principalmente por intermédio de moléculas proteicas denominadas citocinas. (Quimiocinas: responsáveis pelo deslocamento de leucócitos para zonas de infecção, processo denominado diapedese)
Trabalha em três níveis de defesa: Primeiramente, há uma barreira física à infecção, que é formada pela pele das superfícies externas do corpo e pelas secreções mucosas que recobrem as camadas epidérmicas das 
superfícies internas dos tratos respiratório, digestivo e reprodutivo. Qualquer agente infeccioso que tente entrar no corpo precisa primeiro penetrar essas superfícies, que são praticamente impermeáveis aos microrganismos; isso explica por que os cortes e os arranhões que violam essas barreiras físicas frequentemente são seguidos por infecção. O segundo nível de defesa é formado pelo sistema imune inato, que constitui um sistema de defesa relativamente inespecífico mas extrema- mente efetivo, encarregado de tentar destruir os agentes infec- ciosos a partir do momento em que eles entram no corpo. As ações do sistema imune inato também são responsáveis por alertar as células que atuam no terceiro nível de defesa: o sistema imune adaptativo (ou adquirido). Essas últimas células representam as tropas de elite do sistema imune e podem desencadear um ataque adaptado especialmente ao tipo de agente infeccioso envolvido utilizando armas sofisticadas (inclusive anticorpos).
IDENTIFICAR OS COMPONENTES DE DEFESA INATA E DESCREVER OS MECANISMOS DE AÇÃO DOS COMPONENTES
A imunidade natural ou inata é conferida por diversos componentes celulares e subcelulares que o indivíduo já possui ao nascer. 
Os elementos do sistema imunológico natural ou inato incluem inclui as barreiras físicas e químicas externas fornecidas pela pele e pelas túnicas mucosas, defesas internas, como as substâncias antimicrobianas, as células NK, os fagócitos, a inflamação e a febre e reflexo da tosse; todos constituem barreiras eficazes contra agentes ambientais.
A influência química, como pH e ácidos graxos secretados, também constitui barreiras eficazes contra a invasão de muitos microrganismos. Outro elemento não celular do sistema imunológico natural é o sistema complemento.
Outras características da imunidade natural incluem o interferon(é uma proteína produzida pelas leucócitos e fibroblastos para interferir na replicação de fungos, vírus, bactérias e células de tumores e estimular a atividade de defesa de outras células), outras substâncias liberadas pelos leucócitos; moléculas de reconhecimento de padrões (receptores naturais), que podem ligar-se a vários microrganismos (por exemplo, receptores semelhantes a Toll [Toll-like] e proteínas séricas como a beta-lisina, a enzima lisozima, poliaminas e as cininas. Todos esses componentes atuam quer afetando diretamente os patógenos invasores quer potencializando a eficácia das reações do hospedeiro contra eles. Células fagocíticas como os granulócitos, macrófagos e células da micróglia do sistema nervoso central, que participam da destruição e eliminação do material estranho que penetrou. 
A disseminação periódica de células epidérmicas ajuda a remover os microrganismos da superfície da pele. As bactérias raramente penetram na superfície intacta da epiderme saudável. Se esta superfície for rompida por cortes, queimaduras ou perfurações, agentes patogênicos podem penetrar na epiderme e invadir tecidos adjacentes ou circular no sangue até outras partes do corpo. A camada epitelial das túnicas mucosas, que reveste as cavidades do corpo, secreta um líquido chamado de muco que lubrifica e umedece a superfície da cavidade. Como o muco é um pouco viscoso, retém muitos microrganismos e substâncias estranhas. A túnica mucosa do nariz tem pelos revestidos de muco que aprisionam e filtram microrganismos, poeira e poluentes do ar inalado. A túnica mucosa das vias respiratórias superiores contém cílios, projeções microscópicas piliformes na superfície das células epiteliais. A ação de ondulação dos cílios impulsiona a poeira inalada e os microrganismos que ficam presos no muco em direção à garganta. A tosse e os espirros aceleram a expulsão do muco e de seus patógenos aprisionados do corpo. A deglutição do muco envia os agentes patogênicos para o estômago, onde o suco gástrico os destrói. 
Outros líquidos produzidos por vários órgãos também ajudam a proteger as superfícies epiteliais da pele e túnicas mucosas. O aparelho lacrimal dos olhos produz e drena as lágrimas em resposta a substâncias irritantes. O piscar espalha as lágrimas sobre a superfície do bulbo do olho e a ação contínua de lavagem das lágrimas ajuda a diluir microrganismos e a impedir que eles se fixem à superfície do olho. As lágrimas também contêm lisozima, uma enzima capaz de quebrar as paredes celulares das bactérias. Além das lágrimas, a lisozima é encontrada na saliva, no suor, nas secreções nasais e nos líquidos teciduais. A saliva, produzida pelas glândulas salivares, “lava” os microrganismos das superfícies dos dentes e da túnica mucosa da boca, de modo semelhante a como as lágrimas lavam os olhos. O fluxo de saliva reduz a colonização da boca por microrganismos.
A limpeza da uretra pelo fluxo de urina retarda a colonização microbiana do sistema urinário. As secreções vaginais igualmente movem os microrganismos para fora do corpo nas mulheres. A defecação e o vômito também expulsam microrganismos. Por exemplo, em resposta a algumas toxinas microbianas, a musculatura lisa da parte baixa do sistema digestório se contrai vigorosamente; a diarreia resultante expele rapidamente muitos dos microrganismos.
Determinados produtos químicos também contribuem para o elevado grau de resistência da pele e das túnicas mucosas à invasão microbiana. As glândulas sebáceas da pele secretam uma substância oleosa chamada sebo, que forma uma película de proteção sobre a superfície da pele. Os ácidos graxos insaturados do sebo inibem o crescimento de determinadas bactérias e fungospatogênicos. A acidez da pele (pH de 3 a 5) é causada em parte pela secreção de ácidos graxos e ácido láctico. A transpiração ajuda a eliminar os microrganismos da superfície da pele. O suco gástrico, produzido pelas glândulas gástricas, é uma mistura de ácido clorídrico, enzimas e muco. A forte acidez do suco gástrico (pH 1,2 a 3,0) destrói muitas bactérias e a maior parte das toxinas bacterianas. As secreções vaginais também são discretamente ácidas, o que inibe o crescimento bacteriano.
 Defesas internas: 
Quando os patógenos penetram as barreiras físicas e químicas da pele e túnicas mucosas, se deparam com uma segunda linha de defesa: as substâncias antimicrobianas internas, os fagócitos, as células NK, a inflamação e a febre.
Antes de discutirmos os mecanismos de defesa natural do hos- pedeiro, realizada por estas células, é importante compreender duas atividades celulares fundamentais associadas com muitos membros deste grupo de células: endocitose e fagocitose.
Endocitose.	A endocitose consiste na ingestão, realizada pelas células, das macromoléculas presentes no líquido extra- celular. O processo pode ocorrer por pinocitose, que envolve a invaginação inespecífica da membrana, ou por endocitose mediada por receptor, um processo envolvendo a ligação se- letiva de macromoléculas a receptores específicos na membra- na. Em ambos os casos, a ingestão de macromoléculas estra- nhas dá origem a vesículas de endocitose cheias de material estranho, que, a seguir, se fundem com compartimentos ácidos denominados endossomas. Posteriormente, os endossomas se fundem com os lisossomas contendo enzimas degradativas (por exemplo, nucleases, lípases, proteases) para reduzir as macro- moléculas ingeridas a pequenos produtos de degradação, in- cluindo nucleotídios, açúcares e peptídios (Fig. 2.2).
Fagocitose.	A fagocitose, que é a ingestão, por células individuais, de partículas estranhas invasoras, como bactérias, 
constitui um mecanismo protetor crítico do sistema imunoló- gico. Muitos microrganismos liberam substâncias que atraem células fagocíticas. A fagocitose pode ser potencializada por inúmeros fatores que tornam a partícula estranha um alvo mais fácil. Estes fatores, coletivamente conhecidos como opsoni- nas (da expressão grega que significa “temperar o alimento”), são constituídos pelo anticorpo e várias componentes séri- cos do complemento (ver Capítulo 13). Após a ingestão, a partícula estranha é colocada em um vacúolo fagocítico (fagossoma), que se funde com o lisossoma para formar o fagolisossoma (Fig. 2.2). O fagolisossoma libera suas pode- rosas enzimas, que digerem a partícula.
Os fagócitos também podem danificar os patógenos inva- sores através da geração de produtos tóxicos em um processo conhecido como explosão respiratória. A produção destes metabólitos tóxicos é induzida durante a fagocitose de pató- genos, tal como as bactérias, e é catalisada por um conjunto de vias enzimáticas inter-relacionadas. Os produtos tóxicos mais importantes, produzidos pela explosão respiratória, são o óxido nítrico (catalisado pela oxidase sintase nítrica indutível), peróxido de hidrogênio e ânion superóxido (ca- talisado por nicotinamida adenina dinucleotídio fosfato [NADPH] oxidase do fagócito), e ácido hipocloroso (catali- sado por mieloperoxidase). Além de ser tóxico para a bactéria, cada um desses produtos microbicidas pode também danificar as células do hospedeiro. Felizmente, inúmeras enzimas prote- toras produzidas pelos fagócitos limitam primariamente suas atividades microbicidas aos fagolisossomas, consequentemente concentrando sua toxicidade nos patógenos ingeridos. Estas enzimas protetoras incluem a catalase, que degrada o peróxido de hidrogênio, e o superóxido dismutase, que converte o ânion superóxido em peróxido de hidrogênio e oxigênio. A ausência ou uma anormalidade em qualquer um desses componentes da explosão respiratória resulta em uma forma de imunodeficiência que predispõe os indivíduos a re- petidas infecções
ismos de defesa natural do hospedeiro. Es- tes tipos celulares serão definidos com mais detalhes nesta seção. Após a ativação (por exemplo, contato com micror- ganismos) estas células produzem e frequentemente liberam substâncias solúveis biologicamente ativas, incluindo poten- tes produtos antimicrobianos (por exemplo, peróxido) e ci- tocinas, que causam diferentes efeitos sobre várias células do hospedeiro (ver Capítulo 11). Elas estão também envol- vidas em etapas importantes na indução da resposta imuno- lógica adquirida mediada por células B e T. Um exemplo desta inter-relação é a apresentação do antígeno, pelas cha- madas APC, realizada por tipos especiais de células do sis- tema imunológico natural. Como será discutido, com maio- res detalhes, nos capítulos subsequentes, as células T preci- sam interagir com a APC que exibe determinados antígenos, para gerar respostas antígeno-específicas. Assim, enquanto a descrição das células acima inicialmente relata seus envolvimentos na resposta imunológica natural, é importante reconhecer seu importante papel nas respostas imunológi- cas adquiridas neste primeiro estágio de estudo do sistema imunológico.
Leucócitos Polimorfonucleares (PMN). Os leucóci- tos PMN constituem uma população de células também co- nhecida como granulócitos. Os granulócitos incluem os ba- sófilos, mastócitos, eosinófilos e neutrófilos. Os granulóci- tos são células fagocitárias de vida curta que contêm lisosso- mas ricos em enzimas, que podem facilitar a destruição dos microrganismos infecciosos (Fig. 2.3). Eles também produ- zem radicais superóxido e peróxido que são tóxicos para muitos microrganismos. Alguns lisossomas também contêm proteínas bactericidas como a lactoferrina. Os leucócitos PMN desempenham um importante papel na proteção contra a in- fecção. Defeitos na função das células PMN são acompanha- das de infecções crônicas ou recorrentes.
Macrófagos. Os macrófagos são fagócitos derivados dos monócitos sanguíneos (Fig. 2.4). O monócito é uma cé- lula esférica, pequena, com poucas projeções, abundante ci- toplasma, pequeno retículo endoplasmático e muitos grânu- los. Após a migração dos monócitos do sangue para vários tecidos, eles sofrem diferenciação em inúmeras formas histológicas e todas desempenham um papel na fagocitose, in- cluindo as seguintes: • Células de Kupffer, no fígado, células grandes com muitas projeções citoplasmáticas.•
Macrófagos alveolares, no pulmão. Macrófagos esplênicos, na polpa branca do baço.
Macrófagos peritoneais, flutuando livres no líquido peritoneal.
Cada uma dessas populações de macrófagos constitui parte dos membros celulares do sistema reticuloendotelial (RES), que está amplamente distribuído no corpo. A principal função do RES é fagocitar microrganismos e substâncias estranhas que invadem a corrente sanguínea e vários tecidos. O RES também funciona na destruição de células velhas e imperfeitas como os eritrócitos gastos.
Embora associados com diversos nomes e localizações, muitos macrófagos compartilham características comuns, como a capacidade de se ligar e engolfar materiais particula- dos e antígenos. Devido a sua localização ao longo de capila- res, são estas células que provavelmente fazem o primeiro contato com patógenos invasores e antígenos, e, como vere- mos mais tarde, são responsáveis por grande parte do suces- so da imunidade natural assim como da adquirida.
Em geral, os macrófagos têm duas funções principais. Uma, como seu nome sugere (“comedores grandes”), implica o engolfamento e degradação de materiais capturados, até sim- ples aminoácidos, açúcares e outras substâncias para excre- ção ou reaproveitamento, com a ajuda de enzimas de degra- dação em seus grânulos lisossômicos. Desta maneira, estas células desempenhamum importante papel na remoção de bactérias e parasitas do corpo. Conforme observado anterior- mente, e discutido com maiores detalhes nos últimos capítu- los, a segunda principal função dos macrófagos é capturar an- tígenos, processá-los por desnaturação ou digestão parcial, e apresentar os fragmentos obtidos às células T antígeno-espe- cíficas (isto é, o processo de apresentação do antígeno).
Células Dendríticas.: o sistema imune inato também desempenha um papel funda- mental na iniciação da resposta imune especialmente adap- tada à infecção existente. Isso é conseguido com o recrutamento das células do sistema imune adaptativo e com a instrução dessas células quanto à natureza dos antígenos específicos que causam o problema. Essa função — conhecida como apre- sentação de antígenos — é desempenhada principalmente, embora não exclusivamente, por uma célula que entrou em cena há relativamente pouco tempo como elemento funda- mental à interligação dos sistemas imunes inato e adaptativo: a célula dendrítica As células dendríticas são células de vida longa que residem em estado imaturo na maioria dos tecidos onde reconhecem e fagocitam patógenos e outros antí- genos. Elas são encontradas como células interdigitantes do timo. As células dendríticas encontradas na pele são denomi- nadas células de Langerhans. Estas células são derivadas da mesma célula precursora hematopoiética dos monócitos. O contato direto de todas as células dendríticas com o patógeno acarreta a sua maturação e permite que elas aumentem signifi- cativamente a sua capacidade de apresentar antígenos. Além disso, as células dendríticas maduras possuem a capacidade de ativar as células T “inocentes” antígeno-específicas. T. Dadas estas propriedades gerais das células dendríticas, deve ficar claro que estas células são im- portantes participantes tanto na resposta imunológica natural quanto no começo das respostas imunológicas adquiridas.
Existem quatro tipos principais de substâncias antimicrobianas que inibem o crescimento microbiano: interferonas, complemento, proteínas de ligação ao ferro e proteínas antimicrobianas: 
1.- Os linfócitos, macrófagos e fibroblastos infectados com vírus produzem proteínas chamadas interferonas (IFN). Uma vez liberadas por células infectadas por vírus, as IFN se difundem para as células vizinhas não infectadas, onde induzem à síntese de proteínas antivirais que interferem na replicação viral. Embora a IFN não impeça que os vírus se fixem e penetrem nas células hospedeiras, eles interrompem sua replicação. Os vírus só causam doença se conseguirem se replicar dentro das células do corpo. A IFN é uma importante defesa contra a infecção por muitos vírus diferentes. Os três tipos de interferonas são IFN alfa, IFN beta e IFN gama. 
2.- O sistema complemento é formado por um grupo de cerca de 20 ou mais proteínas plasmáticas que são ativadas em série depois da ligação a determinados polissacarídios microbianos que normalmente não estão presentes nos vertebrados, mas são encontrados comumente nas membranas das bactérias. Muitos fatores do complemento são proteases produzidas inicialmente na forma de precursores inativos que são ativa- dos depois da detecção dos PAMP, quando cada protease ativa o próximo componente da cadeia. A ativação do comple- mento pode resultar na ligação dos seus componentes às superfícies da célula bacteriana (processo conhecido como opsonização em termos imunológicos), que pode facilitar acentuadamente sua captação pelos fagócitos. A deposição dos fatores do complemento em sua superfície também pode resultar na destruição direta da bactéria que teve a infelicidade de iniciar essa reação em série. Outra consideração igualmente importante é que alguns fragmentos do complemento, que são formados como subprodutos da ativação desse sistema, podem atuar como fatores quimiotáxicos de maneira a dirigir as células fagocitárias (p. ex., neutrófilos e macrófagos) para a bactéria desafortunada, resultando em sua captura por fagocitose. Esses últimos fatores do complemento também podem ativar os mastócitos locais (que estão descri- tos com mais detalhes logo adiante) a liberarem moléculas que ajudam a recrutar neutrófilos e outras células do sistema imune ao foco infeccioso, por meio do aumento da permeabi- lidade dos vasos sanguíneos locais. De qualquer modo, a ati- vação do complemento traz problemas para nossos pequenos adversários bacterianos. Quando se consideram as diversas proteínas envolvidas, o sistema complemento pode parecer inicialmente atemorizante, mas é importante ter em mente os objetivos gerais de facilitar a fagocitose, recrutar outras células imunes e dirigir a destruição dos microrganismos, à medida que aprofundemos a discussão a seguir.
O complemento e sua ativação
Além dos sistemas da coagulação sanguínea, da fibrinólise e da síntese de fibrina, o complemento constitui um dos sistemas enzimáticos ativáveis do plasma. Em geral, esses sistemas produzem respostas rápidas e altamente amplificadas a um estímulo desencadeante, que são mediadas por uma reação em cascata na qual o produto de uma reação é o catalisador enzimático da próxima. 
3.As proteínas de ligação ao ferro inibem o crescimento de determinadas bactérias, reduzindo a quantidade de ferro disponível. Exemplos incluem a transferrina (encontrada no sangue e nos líquidos teciduais), a lactoferrina (encontrada no leite, na saliva e no muco), a ferritina (encontrada no fígado, no baço e na medula óssea) e a hemoglobina (encontrada nos eritrócitos).
4.As proteínas antimicrobianas (PAM) são peptídios curtos que têm um largo espectro de atividade antimicrobiana. Exemplos de PAM são a dermicidina (produzida pelas glândulas sudoríferas), as defensinas e catelicidinas (produzidas por neutrófilos, macrófagos e epitélios) e a trombocidina (produzida pelas plaquetas). Além de matar uma vasta gama de microrganismos, as PAM podem atrair células dendríticas e mastócitos, que participam das respostas imunes. Curiosamente, os microrganismos expostos à PAM não parecem desenvolver resistência, como muitas vezes acontece com os antibióticos.
Células NK e fagócitos
Quando microrganismos penetram na pele e nas túnicas mucosas ou passam pelas substâncias antimicrobianas do sangue, a próxima defesa inespecífica consiste nas células NK e fagócitos. Aproximadamente 5 a 10% dos linfócitos do sangue são células NK (natural killer). Elas também são encontradas no baço, nos linfonodos e na medula óssea. As células NK não apresentam moléculas de membrana que identificam os linfócitos B e T, mas têm a capacidade de matar uma vasta variedade de células infectadas do corpo e algumas células tumorais. As células NK atacam as células do corpo que apresentam proteínas de membrana plasmática anormais ou incomuns.
A ligação das células NK a uma célula-alvo, como uma célula humana infectada, provoca a liberação de grânulos que contêm substâncias tóxicas das células NK. Alguns grânulos contêm uma proteína chamada perforina, que se insere na membrana plasmática da célula-alvo e cria canais na membrana. Como resultado, o líquido extracelular flui para a célula-alvo e a célula explode, em um processo chamado de citólise. Outros grânulos de células NK liberam granzimas, que são enzimas que digerem as proteínas que induzem as célula-alvo à apoptose, ou autodestruição. Este tipo de ataque mata as células infectadas, mas não os microrganismos intracelulares; os microrganismos liberados, os quais podem ou não estar intactos, podem ser destruídos pelos fagócitos.
Os fagócitos são células especializadas que realizam a fagocitose, a ingestão de microrganismos ou outras partículas como os restos celulares (ver Figura 3.13). Os dois tipos principais de fagócitos são os neutrófilos e os macrófagos. Quando ocorre uma infecção, os neutrófilos e monócitos migram para a área infectada. Duranteessa migração, os monócitos aumentam de tamanho e se desenvolvem em macrófagos ativamente fagocíticos chamados macrófagos errantes. Outros macrófagos, chamados de macrófagos fixos, montam guarda em tecidos específicos. Entre os macrófagos fixos estão os histiócitos(macrófagos do tecido conjuntivo), as células reticuloendoteliais estreladas no fígado, macrófagos alveolares nos pulmões, células microgliais no sistema nervoso e macrófagos teciduais no baço, nos linfonodos e na medula óssea. Além de ser um mecanismo da defesa inata, a fagocitose desempenha um papel vital na imunidade adaptativa, como discutido mais adiante neste capítulo.
A fagocitose ocorre em cinco fases: quimiotaxia, aderência, ingestão, digestão e morte:
Quimiotaxia. A fagocitose começa com a quimiotaxia, um movimento estimulado quimicamente dos fagócitos para um local de dano. Os produtos químicos que atraem os fagócitos poderiam vir de microrganismos invasores, leucócitos, células teciduais danificadas ou proteínas do complemento ativadas.
Aderência. A fixação do fagócito ao microrganismo ou outro material estranho é denominada aderência. A ligação de proteínas do complemento ao agente patogênico invasor aumenta a aderência.
Ingestão. A membrana plasmática do fagócito estende projeções, chamadas pseudópodos, que engolfam o microrganismo em um processo chamado de fagocitose. Quando os pseudópodos se encontram, eles se fundem, envolvendo o microrganismo em uma bolsa chamada de fagossomo.
Digestão. O fagossomo entra no citoplasma e se funde aos lisossomos para formar uma estrutura única e maior chamada fagolisossomo. O lisossomo auxilia a lisozima, que quebra as paredes celulares microbianas, e outras enzimas digestivas que degradam carboidratos, proteínas, lipídios e ácidos nucleicos. O fagócito também forma oxidantes letais, como ânion superóxido (O2–), ânion hipoclorito (OCl–) e peróxido de hidrogênio (H2O2), em um processo chamado de explosão oxidativa.
Morte. O ataque químico fornecido pela lisozima, pelas enzimas digestivas e pelos oxidantes dentro de um fagolisossomo mata rapidamente muitos tipos de microrganismos. Qualquer material que não pode ser degradado permanece em estruturas chamadas corpos residuais.
Inflamação
A inflamação é uma resposta de defesa não específica do organismo à lesão tecidual. Entre as condições que podem provocar inflamação estão patógenos, abrasões, irritações químicas, distorções ou distúrbios celulares, e temperaturas extremas. Os quatro sinais e sintomas característicos da inflamação são vermelhidão, dor, calor e edema. A inflamação também pode causar uma perda funcional no local da lesão (p. ex., a incapacidade de detectar sensações), dependendo da localização e extensão da lesão. A inflamação é uma tentativa de eliminar microrganismos, toxinas ou material estranho do local da lesão, evitar sua propagação para outros tecidos, e preparar o local para o reparo tecidual em uma tentativa de restaurar a homeostasia do tecido.
Como a inflamação é um dos mecanismos de defesa inespecíficos do corpo, a resposta de um tecido a um corte é semelhante à resposta aos danos causados por queimaduras, radiação ou invasão bacteriana ou viral. Em cada caso, a resposta inflamatória tem três fases básicas: (1) vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, (2) migração dos fagócitos do sangue para o líquido intersticial e, por fim, (3) reparo tecidual.
VASODILATAÇÃO E AUMENTO DA PERMEABILIDADE DOS VASOS SANGUÍNEOS. Duas alterações imediatas ocorrem nos vasos sanguíneos em uma região de lesão tecidual: dilatação das arteríolas e aumento da permeabilidade dos capilares (Figura 22.10). O aumento da permeabilidade significa que as substâncias normalmente retidas no sangue são autorizadas a sair dos vasos sanguíneos. A vasodilatação possibilita maior fluxo sanguíneo na área danificada, e o aumento da permeabilidade possibilita que as proteínas de defesa, como os anticorpos e fatores de coagulação, entrem na área da lesão provenientes do sangue. O aumento do fluxo sanguíneo também ajuda a eliminar toxinas microbianas e células mortas.
Entre as substâncias que contribuem para a vasodilatação, aumento da permeabilidade e outros aspectos da resposta inflamatória estão:
•Histamina. Em resposta a uma lesão, os mastócitos no tecido conjuntivo e os basófilos e plaquetas no sangue liberam histamina. Os neutrófilos e macrófagos atraídos ao local da lesão também estimulam a liberação de histamina, que causa vasodilatação e aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos
•Cininas. Polipeptídios formados no sangue a partir de precursores inativos chamados cininogênios (cininas) induzem vasodilatação e aumento da permeabilidade e servem como agentes quimiotáticos para os fagócitos. Um exemplo de cinina é a bradicinina
•Prostaglandinas. As prostaglandinas (PG), especialmente aquelas da série E, são liberadas por células danificadas e intensificam os efeitos da histamina e das cininas. As PG também podem estimular a migração de fagócitos através das paredes dos capilares
•Leucotrienos. Produzidos por basófilos e mastócitos, os leucotrienos (LT) causam aumento da permeabilidade; também atuam na adesão dos fagócitos aos patógenos e como agentes quimiotáticos que atraem os fagócitos
•Complemento. Diferentes componentes do sistema complemento estimulam a liberação de histamina, atraem neutrófilos por quimiotaxia e promovem a fagocitose; alguns componentes também podem destruir bactérias.
A dilatação das arteríolas e o aumento da permeabilidade dos capilares produzem três dos sinais e sintomas da inflamação: calor, vermelhidão (eritema) e tumefação (edema). O calor e a vermelhidão resultam da grande quantidade de sangue que se acumula na área danificada. À medida que a temperatura local sobe discretamente, as reações metabólicas decorrem mais rapidamente e liberam calor adicional. O edema resulta do aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos, que possibilita que mais líquido se mova do plasma sanguíneo para os espaços teciduais.
A dor é o principal sintoma da inflamação. É decorrente da lesão dos neurônios e de produtos químicos tóxicos liberados por microrganismos. As cininas afetam algumas terminações nervosas, causando grande parte da dor associada à inflamação. As prostaglandinas intensificam e prolongam a dor associada à inflamação. A dor também pode ser decorrente do aumento da pressão pelo edema.
O aumento da permeabilidade dos capilares possibilita o vazamento de fatores de coagulação do sangue para os tecidos. A cascata de coagulação é colocada em movimento, e o fibrinogênio é por fim convertido em uma malha espessa insolúvel de fios de fibrina que localiza e aprisiona microrganismos invasores e bloqueia sua propagação.
MIGRAÇÃO DOS FAGÓCITOS. Dentro de 1 h do início do processo inflamatório, os fagócitos aparecem em cena. Como grandes quantidades de sangue se acumulam, os neutrófilos começam a aderir à superfície interna do endotélio dos vasos sanguíneos (Figura 22.10). Em seguida, os neutrófilos começam a se espremer através da parede do vaso sanguíneo para alcançar a área danificada. Este processo, chamado de migração, depende da quimiotaxia. Os neutrófilos tentam destruir os microrganismos invasores por fagocitose. Um fluxo constante de neutrófilos é assegurado pela produção e liberação de células adicionais pela medula óssea. Esse aumento de leucócitos no sangue é chamado de leucocitose.
Embora os neutrófilos predominem nas fases iniciais da infecção, eles morrem rapidamente. Conforme a resposta inflamatória continua, os monócitos seguem os neutrófilos em direção à área infectada. Uma vez no tecido, os monócitos se transformam em macrófagos errantes, que contribuem para a atividade fagocitária dos macrófagos fixos já presentes. Fiéis ao seu nome, os macrófagos são fagócitos muito mais potentes do que os neutrófilos. Eles são grandes o suficiente para engolfar o tecido danificado, os neutrófilos rompidos e os microrganismos invasores.
Por fim, os macrófagos também morrem. Dentro dealguns dias, forma-se um bolsão de células fagocíticas mortas e tecidos danificados; esta coleção de células mortas e líquido é chamada de pus. A formação de pus ocorre na maior parte das respostas inflamatórias e geralmente continua até que a infecção desapareça. Às vezes, o pus alcança a superfície do corpo ou drena para dentro de uma cavidade interna e é dispersado; em outras ocasiões, o pus permanece mesmo depois de a infecção ter terminado. Neste caso, o pus é destruído gradualmente ao longo de um período de dias e é absorvido.
Febre
A febre consiste em uma temperatura anormalmente elevada do corpo que ocorre porque o termostato hipotalâmico é reconfigurado. Geralmente ocorre durante uma infecção e inflamação. Muitas toxinas bacterianas elevam a temperatura corporal, às vezes ao desencadear a liberação de citocinas que causam febre, como a interleucina-1 dos macrófagos. A temperatura corporal elevada intensifica os efeitos das interferonas, inibe o crescimento de alguns microrganismos e acelera a reação do corpo que auxilia no reparo.
IDENTIFICAR OS COMPONENTES DE DEFESA ADAPTATIVA E DESCREVER OS MECANISMOS DE AÇÃO
é a imunidade que um indivíduo recebe após ter tido contato com agentes invasores específicos, como bactérias, toxinas, vírus e tecidos estranhos.
Características: Especificidade: As respostas imunes são específicas para cada antígeno, podendo apresentar distinção para diferentes porções de uma proteína complexa, um polissacarídeo ou qualquer macromolécula. As partes dos antígenos que são reconhecidas pelos linfócitos são denominadas determinantes antigênicos ou epítopos. Isso ocorre porque o linfócito apresenta em sua superfície, receptores que são capazes de distinguir pequenas diferenças entre antígenos distintos. Diversidade: O repertório linfocitário é o número total de especificidade antigênica de um indivíduo e, esse pode ser de 107 a 109 . Isso significa que um indivíduo pode reconhecer 10000000 a 1000000000 determinantes antigênicos diferentes, sendo este número determinado geneticamente. Memória: Quando um indivíduo entra em contato pela primeira vez com um antígeno e ocorre a ativação da resposta imune, são produzidas células com elevada especificidade e poder de proliferação. Caso ocorra uma segunda estimulação do sistema imune deste indivíduo por este mesmo agente, estas células de memória originarão rapidamente uma resposta imune reconhecidamente mais eficaz que a desenvolvida no primeiro contato. 
Especialização: Cada tipo de resposta, isto é, humoral ou celular é desencadeada por diferentes classes de microrganismos ou pelo mesmo microrganismo em diferentes estágios da infecção (extracelular ou intracelular), maximizando a eficiência do tipo de resposta. Autolimitação: Todas as respostas corporais, desencadeadas por um determinado estímulo, são autolimitantes; não sendo diferente em relação ao sistema imune. Após a eliminação do antígeno, os linfócitos deixam de ser estimulados, cessando a produção de citocinas estimulatórias. 
Tolerância a antígenos próprios: A tolerância a antígenos próprios se dá pela capacidade que o sistema imune tem de eliminar linfócitos que expressam receptores para antígenos próprios - denominados autoreativos. Quando os mecanismos de tolerância não são efetivos, ocorre o desenvolvimento de doenças autoimunes.
O composto que induz a resposta imunológica adquirida é denominado antígeno, que faz o corpo produzir anticorpos.
Os anticorpos são produzidos pelos linfócitos: A maioria dos linfócitos inativos é formada por células pequenas com núcleo intensamente corado em razão da cromatina condensada e citoplasma relativamente escasso, que contém as mitocôndrias singulares necessárias ao fornecimento básico de energia O antígeno seleciona os linfócitos que possuem o anticorpo específico
Existem dois tipos principais de linfócitos: linfócitos T (células T) e linfócitos B (células B). Embora os linfócitos T (assim chamados porque se diferenciam no timo) desem- penhem várias funções, apenas os linfócitos B (que se dife- renciam na medula óssea) são capazes de sintetizar anticorpo para produzir imunidade humoral. Cada célula B está programada para produzir um e apenas um tipo específico de anticorpo e expõe uma versão transmembrana desses anticor- pos em sua superfície, que atuam como receptores para o antígeno específico.
Pode ser alcançada de várias maneiras:
• Imunização ativa se refere à imunização de um indivíduo pela administração de um antígeno. Imunização ativa natural: É desenvolvida pelo contato do indivíduo com o agente agressor, observado nos processos infecciosos. Exemplos: gripe, infecção alimentar, parasitose como ascaridíase, entre outras. Imunização ativa artificial: Este processo de imunização ocorre quando o indivíduo é vacinado, sendo que as vacinas podem conter imunógenos inertes (microrganismos mortos) ou com virulência atenuada, ou ainda possuir partes de microrganismos.
• Imunização passiva se refere à imunização através da transferência de anticorpos específicos de um indivíduo imunizado para um indivíduo não imunizado. Não apresenta ação duradoura, pois não houve a produção de células de memória uma vez que o sistema imune do indivíduo não foi estimulado. A imunização passiva ainda se divide em natural e artificial: 
Imunização passiva natural: É aquela que ocorre pela passagem de moléculas de anticorpos da classe IgG da mãe para o feto em desenvolvimento ao longo do processo gestacional e de moléculas de IgA durante a amamentação. Dados experimentais e epidemiológicos demonstram que este tipo de imunização possui elevada importância na proteção da criança nos primeiros períodos de vida. 
Imunização passiva artificial: É o tipo de imunização empregado nos processos em que há a necessidade de se eliminar rapidamente um determinado agente agressor, como, por exemplo, nos casos dos envenenamentos por picada de animais peçonhentos.
• Imunização adotiva se refere à transferência da imunidade pela transferência de células imunológicas.
Seleção clonal 
Como você acabou de ver, quando um antígeno específico está presente no corpo, geralmente há muitas cópias desse antígeno localizadas nos tecidos e líquidos do corpo. As inúmeras cópias do antígeno inicialmente superam o pequeno grupo de linfócitos T auxiliares, linfócitos T citotóxicos e linfócitos B com os receptores de antígenos corretos para responder a esse antígeno. Por conseguinte, quando cada um destes linfócitos encontra uma cópia do antígeno e recebe sinais estimulatórios, ele subsequentemente sofre seleção clonal. A seleção clonal é o processo pelo qual um linfócito prolifera e se diferencia em resposta a um antígeno específico. O resultado da seleção clonal é a formação de uma população de células idênticas, chamada clone, que é capaz de reconhecer o mesmo antígeno específico que o linfócito original (Figura 22.11). Antes da primeira exposição a um determinado antígeno, apenas alguns linfócitos são capazes de reconhecê-lo, mas uma vez que a seleção clonal ocorre, existem milhares de linfócitos que podem responder a esse antígeno. A seleção clonal dos linfócitos ocorre nos órgãos e tecidos linfáticos secundários. O aumento de tamanho das tonsilas ou dos linfonodos em seu pescoço que você apresentou da última vez que esteve doente provavelmente foi causado pela seleção clonal dos linfócitos que participam de uma resposta imune.
Um linfócito que sofre seleção clonal dá origem a dois tipos principais de células no clone: as células efetoras e as células de memória. Os milhares de células efetoras de um clone de linfócito realizam respostas imunes que por fim resultam na destruição ou inativação do antígeno. As células efetoras incluem os linfócitos T auxiliares ativos, que fazem parte de um clone de linfócito T auxiliar; os linfócitos T citotóxicos ativos, que fazem parte de um clone de linfócitos T citotóxicos; e os plasmócitos, que são parte de um clone de linfócitos B. A maior partedas células efetoras por fim morre, depois de a resposta imune ter sido concluída.
As células de memória não participam ativamente da resposta imune inicial ao antígeno. No entanto, se o mesmo antígeno entrar no corpo novamente no futuro, os milhares de células de memória de um clone de linfócitos estão disponíveis para iniciar uma reação muito mais rápida do que a que ocorreu durante a primeira invasão. As células de memória respondem ao antígeno proliferando e diferenciando-se em mais células efetoras e mais células de memória. Consequentemente, a segunda resposta ao antígeno normalmente é tão rápida e vigorosa que o antígeno é destruído antes que quaisquer sinais ou sintomas de doença possam surgir. As células de memória incluem os linfócitos T auxiliares de memória, que são parte de um clone de linfócito T auxiliar; os linfócitos T citotóxicos de memória, que são parte de um clone de linfócitos T citotóxicos; e os linfócitos B de memória, que são parte de um clone de linfócitos B. A maior parte das células de memória não morre ao término de uma resposta imune. Em vez disso, têm expectativa de vida longa (muitas vezes com duração de décadas). 
Os anticorpos possuem dois componentes principais — um conhecido como região variável, encarregada de ligar-se ao antígeno específico (função de reconhecimento dos antí- genos), e outra conhecida como região constante, utilizada para ligar-se ao complemento, aos fagócitos, às células NK e a outros elementos (função efetora). Desse modo, o orga- nismo precisa produzir centenas de milhares ou milhões de moléculas de anticorpos com regiões de reconhecimento de antígenos diferentes, embora todas compartilhem a pro- priedade de recrutar outros elementos da resposta imune
O anticorpo facilita a fagocitose: Em algumas condições, os microrganismos conseguem resistir à fagocitose. Quando pequenas quantidades de anticorpo são acrescentadas, o fagócito entra imediatamente em ação. Isso ocorre depois do reconhecimento de duas ou mais moléculas ligadas ao micróbio por meio dos receptores Fc especializados, que estão presentes na superfície celular do fagócito
Existem dois tipos de imunidade adaptativa: a imunidade celular e a imunidade humoral. Ambos os tipos são desencadeados por antígenos. 
Na imunidade celular, os linfócitos T citotóxicos atacam diretamente os antígenos invasores. (mediada por linfócitos e macrófagos) 
Uma resposta imune celular começa com a ativação de uma pequena quantidade de linfócitos T por um antígeno específico. Uma vez que o linfócito T tenha sido ativado, é submetido à seleção clonal. Recorde-se de que a seleção clonal é o processo pelo qual um linfócito prolifera e se diferencia em resposta a um antígeno específico. O resultado da seleção clonal é a formação de um clone de célula que pode reconhecer o mesmo antígeno como o linfócito inicial (ver Figura 22.11). Algumas das células de um clone de linfócitos T se tornam efetoras, enquanto outros clones de célula se tornam células de memória. As células efetoras de um clone de linfócitos T efetuam respostas imunes que por fim resultam na eliminação do invasor.
Ativação dos linfócitos T
Em um determinado momento, a maior parte dos linfócitos T está inativa. Conforme visto na última seção, os receptores de antígeno da superfície dos linfócitos T, chamados de receptores de linfócitos T (TCR), reconhecem e se ligam a fragmentos de antígeno estranhos específicos que são apresentados nos complexos antígeno-MHC. Há milhões de linfócitos T diferentes; cada um tem TCR únicos, que conseguem reconhecer um complexo antígeno-MHC específico. Quando um antígeno entra no corpo, apenas alguns linfócitos T têm TCR que são capazes de reconhecer e se ligar ao antígeno. O reconhecimento do antígeno envolve também outras proteínas de superfície nos linfócitos T, as proteínas CD4 ou CD8. Estas proteínas interagem com os antígenos do MHC e ajudam a manter o acoplamento TCR-MHC. Por isso são chamados de correceptores. O reconhecimento do antígeno por um TCR com proteínas CD4 ou CD8 é o primeiro sinal de ativação de um linfócito T.
Um linfócito T se torna ativado apenas se ele se ligar ao antígeno estranho e ao mesmo tempo receber um segundo sinal, um processo conhecido como coestimulação. Dos mais do que 20 coestimuladores conhecidos, alguns são citocinas, como a interleucina-2 (IL-2). Outros coestimuladores incluem pares de moléculas localizadas na membrana plasmática, uma sobre a superfície do linfócito T e uma segunda sobre a superfície de uma célula apresentadora de antígeno, o que possibilita que as duas células adiram uma à outra por um período de tempo.
A necessidade de dois sinais para ativar um linfócito T é um pouco como ligar e dirigir um carro: quando você insere a chave correta (antígeno) na ignição (TCR) e gira-a, o carro liga (reconhecimento de antígeno específico), mas não começa a andar até que você pise no acelerador (coestimulação). A necessidade de coestimulação pode evitar que respostas imunes ocorram acidentalmente. Diferentes coestimuladores afetam o linfócito T ativado de diferentes maneiras, assim como andar em um carro em marcha a ré tem um efeito diferente do que andar para a frente. Além disso, o reconhecimento (ligação a um receptor de antígeno) sem coestimulação leva a um estado de inatividade prolongada denominado anergia tanto nos linfócitos T quanto nos linfócitos B. A anergia é um pouco como deixar um carro em ponto morto com o motor ligado até que acabe a gasolina!
Uma vez que o linfócito T tenha recebido estes dois sinais (reconhecimento de antígeno e coestimulação), é ativado. Um linfócito T ativado subsequentemente sofre seleção clonal.
Ativação e seleção clonal de linfócitos T auxiliares
A maior parte dos linfócitos T que exibe CD4 se desenvolve em linfócitos T auxiliares, também conhecidos como linfócitos T CD4 positivos. Os linfócitos T auxiliares inativos reconhecem fragmentos de antígenos exógenos associados a moléculas de complexo principal de histocompatibilidade de classe II (MHC-II) na superfície de uma CAA (Figura 22.15). Com o auxílio da proteína CD4, o linfócito T auxiliar e a CAA interagem entre si (reconhecimento antigênico), ocorre a coestimulação, e o linfócito T auxiliar torna-se ativado.
Uma vez ativado, o linfócito T auxiliar é submetido à seleção clonal (Figura 22.15). O resultado é a formação de um clone de linfócitos T auxiliares que consiste em linfócitos T auxiliares ativos e linfócitos T auxiliares de memória. Em poucas horas depois da coestimulação, os linfócitos T auxiliares ativoscomeçam a secretar diversas citocinas (ver Tabela 22.2). Uma citocina importante produzida pelos linfócitos T auxiliares é a interleucina-2 (IL-2), que é necessária para virtualmente todas as respostas imunes e é o principal gatilho da proliferação de linfócitos T. A IL-2 pode atuar como um coestimulador para os linfócitos T auxiliares em repouso ou linfócitos T citotóxicos, e aumenta a ativação e proliferação de linfócitos T, linfócitos B e células NK. Algumas ações da interleucina-2 são um bom exemplo de um benéfico sistema de feedback positivo. Como já mencionado, a ativação de um linfócito T auxiliar o estimula a começar a secretar IL-2, que então atua de modo autócrino pela ligação a receptores IL-2 na membrana plasmática da célula que a secreta. Um efeito é a estimulação da divisão celular. À medida que os linfócitos T auxiliares proliferam, ocorre um efeito de feedback positivo, porque eles secretam mais IL-2, que causa mais divisão celular. A IL-2 pode também atuar de modo parácrino ao se ligar a receptores de IL-2 nos linfócitos T auxiliares, linfócitos T citotóxicos ou linfócitos B vizinhos. Se alguma destas células vizinhas já se ligou a uma cópia do mesmo antígeno, a IL-2 funciona como um coestimulador.
Os linfócitos T auxiliares de memória de um clone de linfócito T auxiliar não são células ativas. No entanto, se o mesmo antígeno entrar no corpo novamente no futuro, os linfócitos T auxiliares de memória podem proliferare se diferenciar rapidamente em mais linfócitos T auxiliares ativos e mais linfócitos T auxiliares de memória. Ativação e seleção clonal de linfócitos T citotóxicos
A maior parte dos linfócitos T que exibe CD8 se desenvolve em linfócitos T citotóxicos, também chamados de linfócitos T CD8 positivos. Os linfócitos T citotóxicos reconhecem antígenos estranhos combinados a moléculas de complexo de histocompatibilidade de classe I (MHC-I) sobre a superfície de (1) células do organismo infectadas por microrganismos, (2) algumas células tumorais e (3) células de um tecido transplantado (Figura 22.16). O reconhecimento exige que o TCR e a proteína CD8 mantenham o acoplamento com o MHC-I. Depois do reconhecimento antigênico, ocorre a coestimulação. A fim de se tornarem ativados, os linfócitos T citotóxicos demandam coestimulação pela interleucina-2 ou outras citocinas produzidas pelos linfócitos T auxiliares ativos que já aderiram às cópias do mesmo antígeno. (Recorde-se de que os linfócitos T auxiliares são ativados por antígenos associados a moléculas do MHC-II.) Assim, a ativação máxima dos linfócitos T citotóxicos requer a apresentação de antígenos associados tanto a moléculas de MHC-I quanto MHC-II.
Uma vez ativado, o linfócito T citotóxico é submetido à seleção clonal. O resultado é a formação de um clone de linfócitos T citotóxicos, que consiste em linfócitos T citotóxicos ativos e linfócitos T citotóxicos de memória. Os linfócitos T citotóxicos ativos atacam outras células do corpo que tenham sido infectadas com o antígeno. Os linfócitos T citotóxicos de memória não atacam as células do corpo infectadas. Em vez disso, podem proliferar e se diferenciar rapidamente em mais linfócitos T citotóxicos ativos e mais linfócitos T citotóxicos de memória se o mesmo antígeno entrar no corpo no futuro.
Eliminação de invasores
Os linfócitos T citotóxicos são os soldados que marcham para frente para lutar com invasores estranhos nas respostas imunes celulares. Eles deixam os órgãos e tecidos linfáticos secundários e migram para procurar e destruir células-alvo infectadas, células cancerígenas e células transplantadas (Figura 22.17). Os linfócitos T citotóxicos reconhecem e se ligam às células-alvo. Em seguida, os linfócitos T citotóxicos destroem as células-alvo. Os linfócitos T citotóxicos matam as células-alvo infectadas do corpo de modo muito parecido com o utilizado pelas células NK. A diferença principal é que os linfócitos T citotóxicos têm receptores específicos para um microrganismo em particular e, portanto, só matam células-alvo infectadas por um tipo específico de microrganismo; as células NK podem destruir uma grande variedade de células do corpo infectadas por microrganismos.
Na imunidade humoral, os linfócitos B se transformam em plasmócitos, que sintetizam e secretam proteínas específicas chamadas anticorpos (Ac) ou imunoglobulinas (Ig). Um dado anticorpo pode se ligar a um antígeno específico e inativá-lo. Os linfócitos T auxiliares ajudam nas respostas imunes, tanto celular quanto humoral. Os linfócitos B possuem em sua superfície moléculas de anticorpos específicos a um antígeno. Quando estas células encontram o antígeno específico, ocorre a ativação e expansão do clone celular. Além do aumento do número de células capaz de reagir contra o antígeno, os linfócitos B sofrem alterações morfológicas, transformando-se em plasmócitos. Essas células transformadas em plasmócitos são capazes de produzir e secretar anticorpos. O primeiro contato com o antígeno (resposta primária) leva a produção de anticorpos vários dias – podendo demorar semanas – após o estímulo. Estes anticorpos pertencem a classe IgM. Isto ocorre, pois o número de linfócitos específicos a um determinado antígeno (clone celular) é reduzido. Com o passar do tempo, ocorre a troca do isótipo de imunoglobulina, ou seja, os plasmócitos param de produzir IgM e passam a produzir IgG, uma molécula com especificidade elevada. Após a eliminação do estímulo, a resposta imune cessa, porém o clone celular foi ampliado, e, ao longo da vida do indivíduo, continuará a produzir baixas concentrações de anticorpos da classe IgG, caracterizando a cicatriz sorológica. Em um segundo contato com este mesmo antígeno (resposta secundária), estas células de memória serão rapidamente ativadas, sendo capazes de produzir elevadas concentrações de anticorpos de elevada especificidade em um espaço de tempo significativamente inferior ao observado na resposta primária. A ativação dos linfócitos B pode ocorrer de duas formas: Antígenos timo-dependentes: Necessita da ação de citocinas liberadas por linfócitos TCD4+ para uma ativação completa dos linfócitos B. Antígenos timo-independentes: Os linfócitos B são ativados diretamente pela presença do antígeno, sem a necessidade de citocinas de TCD4+. A ativação de linfócitos B sem a presença de citocinas liberadas por TCD4+ possui algumas características específicas: É uma ativação rápida; As moléculas de anticorpos produzidas apresentam baixa afinidade ao antígeno; Não ocorre a troca na produção de isótipos, isto é, ocorre apenas a produção de IgM, sem que ocorra a produção posterior de IgG; Não ocorre a produção de células de memória.
A imunidade celular é particularmente efetiva contra (1) agentes patogênicos intracelulares, que incluem quaisquer tipos de vírus, bactérias ou fungos que estejam no interior das células; (2) algumas células cancerígenas e (3) tecidos transplantados. Assim, a imunidade celular sempre envolve células que atacam células. A imunidade humoral atua principalmente contra microrganismos patogênicos extracelulares, os quais incluem vírus, bactérias ou fungos que estejam nos líquidos corporais fora das células. Uma vez que a imunidade humoral envolve anticorpos que se ligam a antígenos em humores ou líquidos corporais (como sangue e linfa), ela recebe este nome.
Na maior parte dos casos, quando um antígeno específico entra pela primeira vez no corpo, existe apenas um pequeno grupo de linfócitos com os receptores de antígenos corretos para responder a esse antígeno; este pequeno grupo de células inclui alguns linfócitos T auxiliares, linfócitos T citotóxicos e linfócitos B. Dependendo da sua localização, um dado antígeno pode provocar ambos os tipos de respostas imunes adaptativas. Isto se deve ao fato de que quando um antígeno específico invade o corpo, geralmente há muitas cópias desse antígeno espalhadas pelos tecidos e líquidos do corpo. Algumas cópias do antígeno podem ser encontradas no interior de células (o que provoca uma resposta imune celular dos linfócitos T citotóxicos), enquanto outras cópias do antígeno podem estar presentes no líquido extracelular (o que provoca uma resposta imune humoral dos linfócitos B). Assim, as respostas imunes celular e humoral frequentemente atuam em conjunto para eliminar do corpo a grande quantidade de cópias de um antígeno específico.
Uma forma conveniente de definir os tipos celulares envolvi- dos na imunidade adquirida é dividir os mecanismos de defesa do hospedeiro em duas categorias; as respostas das células B e as respostas das células T. Embora seja uma definição bastante simplificada, ela é, de uma forma geral, o resultado funcional da resposta imunológica adquirida. Como discutido em detalhes nos Capítulos 7 e 8, respectivamente, as células B e as células T são derivadas de uma célula linfoide precursora comum, mas se di- ferenciam por diferentes linhas de desenvolvimento. Resumida- mente, as células B se desenvolvem e maturam na medula ós- sea, enquanto as células T se desenvolvem na medula óssea, porém sofrem as etapas críticas da maturação no timo.
Células Apresentadoras de Antígeno (APC), como os ma- crófagos e as células dendríticas, as APCs constituem o terceiro tipo celular que participa da resposta imunológica adquirida. Embora estas células não apresentem receptores antígeno-espe- cíficos, elas processam e apresentam os antígenos a receptores antígeno-específicos existentes nas célulasT. A APC expressa inúmeras moléculas de superfície celular que facilitam sua inte- ração com as células T. Entre essas estão as moléculas do com- plexo principal de histocompatibilidade (MHC) discutidas no Capítulo 8. As moléculas do MHC são codificadas por inúme- ros genes polimorfos expressos dentro da população. Do ponto de vista clínico, as moléculas do MHC determinam o sucesso ou o fracasso do transplante de órgãos ou tecidos. Na verdade, esta observação facilitou a sua descoberta e a terminologia atual (com- plexo principal de histocompatibilidade) utilizada para definir estas moléculas. (Atualmente sabemos que o seu papel fisioló- gico está relacionado às interações das células T e APC). Fisiologicamente, as APC processam intracelularmente os antígenos proteicos, resultando na formação de vários peptídios que se li- gam, de forma não covalente, às moléculas do MHC sendo, pos- teriormente, distribuídas na superfície celular.
Outros tipos celulares, como os neutrófilos e mastócitos, também participam da resposta imunológica adquirida. Na verdade, eles participam tanto da imunidade natural quanto da imunidade adquirida. Embora estas células não possuam propriedades de reconhecimento de antígeno-específico e possam ser ativadas por inúmeras substâncias, elas são con- sideradas partes integrantes do conjunto de células que par- ticipam das defesas do hospedeiro e, com frequência apresen- tam grandes propriedades imunorreguladoras.
DIFERENCIAR AS CARACTERÍSTICAS DA DEFESA INATA E ADAPTATIVA
Para a compreensão de como as imunidades inata e adaptativa se complementam para proteção contra patógenos, é instrutivo ressaltar suas importantes diferenças: • As respostas imunes inatas aos microrganismos são imediatas e não necessitam de uma primeira exposição ao microrganismo. Em outras palavras, as células e moléculas efetoras imunes inatas estão completamente funcionais mesmo antes da infecção ou são rapidamente ativadas pelos microrganismos para prevenir, controlar ou eliminar infecções. Em contrapartida, as respostas imunes adaptativas efetivas a um microrganismo recentemente introduzido se desenvolvem ao longo de vários dias como clones de linfócitos, se expandem e se diferenciam em células efetoras funcionais. • Não há alteração considerável na qualidade ou magnitude da resposta imune inata ao microrganismo após exposição repetida, ou seja, existe pouca ou nenhuma memória. Em contrapartida, a exposição repetida a um microrganismo aumenta a rapidez, magnitude e efetividade das respostas imunes adaptativas. • A resposta imune inata é ativada pelo reconhecimento de um quadro relativamente limitado de estruturas moleculares que são produtos dos microrganismos ou são expressas por células do hospedeiro que estão mortas ou lesionadas. É estimado que o sistema imune inato reconheça somente cerca de 1.000 produtos de microrganismos ou células danificadas. Em contrapartida, o sistema imune adaptativo potencialmente pode reconhecer milhões de diferentes estruturas moleculares de microrganismos e, também, antígenos ambientais não microbianos, assim com os próprios antígenos que normalmente estão presentes em tecidos saudáveis. Os vários tipos de receptores que são responsáveis pelas diferentes especificidades dos sistemas imunes inato e adaptativo serão descritos mais adiante neste capítulo e em capítulos subsequentes.
CARACTERIZAR ANTÍGENOS (PROPRIEDADES)
 Antígenos são substâncias que reagem com os produtos de uma resposta imune específica. Podem ser reconhecidos pelas células T, células B ou ambas através dos receptores representados por anticorpos. A relação antígeno-anticorpo é específica, significa que cada antígeno tem o anticorpo direcionável à sua molécula. Um exemplo é a vacinação, ela induz a imunidade adquirida, pois é injetado no indivíduo antígenos de certa doença, os quais vão estimular a produção dos anticorpos que irão atacar aquele determinado antígeno. Há os antígenos T-independentes, que estimulam diretamente as células B a produzirem anticorpo sem o auxílio da célula T( são os polissacarídeos); e os T-dependentes, que necessitam das células T para estimular a produção dos anticorpos pelas células B( são as proteínas).
Os antígenos podem ser proteínas, carboidratos, lipídios, ácidos nucleicos ou pequenos agrupa- mentos químicos conhecidos como haptenos, ou seja, na verdade qualquer coisa pode ser um antígeno. Os antígenos podem ser componentes dos microrganismos, dos agentes infecciosos maiores (como vermes parasitos), das substâncias ingeridas (tais como alimentos), das substâncias inaladas (p. ex., pólen), dos órgãos ou dos tecidos transplantados, ou até do nosso próprio organismo (antígenos “próprios”). 
1. Carboidratos(polissacarídios). Ospolissacarídiospo- dem induzir a resposta de anticorpo na ausência da célu- la T auxiliar. Os polissacarídios que constituem parte de moléculas mais complexas (glicoproteínas) são capazes de desencadear respostas imunológicas dependentes da célula T, sendo parte desta resposta especificamente di- recionada contra a região polissacarídica da molécula. Uma resposta imunológica, formada inicialmente por an- ticorpos, pode ser induzida contra muitos tipos de molé- culas de polissacarídios, como componentes de micror- ganismos (por exemplo, o ácido teicoico de bactérias Gram-negativas). Além disso, os polissacarídios asso- ciados ao grupo sanguíneo ABO na superfície dos eri- trócitos também constituem bons exemplos de carboi- dratos que são imunogênicos.
2. Lipídios. Oslipídiossãoraramenteimunogênicos,mas uma resposta imunológica para os lipídios pode ser in- duzida se eles estiverem conjugados a proteínas carreadoras. Desta forma, os lipídios podem ser consi- derados haptenos. Também foram demonstradas respos- tas imunológicas contra os glicolipídios e esfingolipídios.
3.	Ácidos nucleicos.	Os ácidos nucleicos, por si sós, são imunógenos fracos, mas tornam-se imunogênicos quando conjugados a proteínas carreadoras. O DNA, em seu estado helicoidal nativo, é normalmente não imunogênico em animais normais. Entretanto, foram relatadas respostas imunológicas para os ácidos nucleicos em várias situações. Um importante exem- plo clínico é o aparecimento dos anticorpos anti-DNA em pacientes com lúpus eritematoso sistêmico
4. Proteínas. Pelofatodetodasasproteínasseremvir- tualmente imunogênicas, as respostas imunológicas mais comuns são aquelas desencadeadas contra elas. Quanto maior for o grau de complexidade da proteí- na, mais vigorosa será a resposta imunológica. Devi- do ao seu tamanho e complexidade as proteínas contêm múltiplos epítopos.
IDENTIFICAR AS CLASSES DE ANTICORPOS CONCEITUANDO-OS
A molécula de anticorpo de todos os isótipos é esquematizada por um modelo básico, composto por duas cadeias polipeptídicas leves e duas cadeias pesadas, sendo ligadas entre si por pontes dissulfídicas. As regiões formadas pela união entre as cadeias leves e pesadas são denominadas sítios combinatórios, sendo os locais em que ocorre a interação do antígeno com as moléculas de anticorpos
Porção Fab ou variável da molécula de anticorpo A porção Fab da molécula de anticorpo é aquela que possui os sítios de ligação ao antígeno. Esta região varia de um linfócito B pertencente a um clone para outro, formando assim o repertório de linfócitos B capaz de reconhecer diversos antígenos distintos. Porção Fc da molécula de anticorpos Quando a molécula de anticorpo se liga ao antígeno específico, o faz pela porção Fab, ficando então a porção Fc voltada para o lado de fora. Esta porção da molécula de anticorpos possui como características: Possuir receptores para macrófagos, facilitando o processo da fagocitose; Possui receptores para molécula do sistema complemento, ativando este mecanismo de defesa pela via clássica; Possui receptor para células NK, facilitando a eliminação de células alvo; Eosinófilos, basófilos e mastócitos possuemreceptores para a porção Fc de IgE que, ao ligar-se à membrana destes grupos celulares preparam nas para o desenvolvimento do processo alérgico. Levando-se em consideração a estrutura da molécula e as características gerais, os anticorpos podem ser classificados em 5 isótipos – ou classes: Essas classes são: IgG, IgA, IgM, IgD, IgE.
 Imunoglobulina M (IgM) – Trata-se de uma molécula grande (pentâmero), sendo produzida ainda na fase aguda dos processos infecciosos. Possui baixa especificidade na ligação ao antígeno e é incapaz de atravessar a barreira placentária. Possui a capacidade de ativar o sistema complemento. 
 Imunoglobulina G (IgG) – É uma molécula pequena (monômero), sendo a única classe de anticorpos humano capaz de atravessar a barreira placentária. É um marcador de fase crônica dos processos infecciosos, sendo encontrado também após a imunização por meio de vacinas. A pesquisa de IgG também é realizada para se determinar se o indivíduo entrou em contato com um determinado patógeno, pois, uma vez produzido, este isótipo estará sempre presente na circulação do indivíduo em questão, caracterizando o processo denominado cicatriz sorológica. 
A IgG presente no soro dos seres humanos adultos representa cerca de 15% do total das proteínas do corpo (outras proteí- nas incluem a albumina, as globulinas e as enzimas). A IgG encontra-se distribuída em quantidades aproximadamente iguais entre os espaços intravascular e extravascular
 Imunoglobulina A (IgA) – É o isótipo encontrado em maior concentração nas secreções, sendo importante na proteção de recémnascidos, que recebem este anticorpo pelo aleitamento materno. Observam-se elevadas concentrações deste anticorpo na saliva, lágrima, colostro e nos fluidos do trato respiratório, gastrintestinal e urinário. Nas secreções essa imunoglobulina apresenta na forma de dímero e contém um componente secretor que impede que ela seja degrada por enzimas presentes. Não possui a capacidade de ativar sistema complemento, mas é importante na neutralização de toxinas e essencial para impedir entrada de microrganismos presentes no meio extracorpóreo. 
Imunoglobulina E (IgE) – Elevados títulos deste isótipo são encontrados em processos alérgicos e infecções parasitárias, principalmente por helmintos. O papel protetor desta classe de anticorpos ainda é controverso. Essa imunoglobulina encontra-se ligada à superfície de mastócitos e basófilos e quando se ligam aos antígenos liberam mediadores químicos como a histamina, o leucotrienos e a prostagladinas. Imunoglobulina D (IgD) – É encontrada em baixas concentrações em soros de indivíduos normais e na membrana de linfócitos B em fase de maturação. O papel biológico deste isótipo ainda é indefinido.
RELACIONAR A INFLUÊNCIA NUTRICIONAL, PSICOLÓGICA, GENÉTICA COM O SISTEMA IMUNE

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