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IV VONTADE GERAL E DEMOCRACIA EM ROUSSEAU, HEGELE GRAMSCI

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FAMA - FACULDADE DE MAUÁ
Monique Cruz de Araujo
FILOSOFIA II
Resumo dos textos estudados no 2° semestre de Serviço Social
MAUÁ
2017
IV
VONTADE GERAL E DEMOCRACIA EM ROUSSEAU, HEGELE GRAMSCI
1.
Na teoria da Democracia, Gramsci tem como conceito central a hegemonia. Foi pouco observado, mas nos Cadernos do Cárcere, ele a apresenta como uma problemática da filosofia política moderna. Para desenvolver sua teoria de hegemonia dialogou com Marx, Lenin, Maquiavel, Rousseau e Hegel, e assim problematizou a democracia.
2.
Para Rousseau a sociedade só é legítima se a vontade geral estiver em primeiro lugar. Em seu Discurso sobre a desigualdade, apresenta as causas e efeitos de um Estado liberal, capitalista.
A desigualdade é culpa da propriedade privada, que traz com ela a divisão de trabalho e a formação da sociedade civil. Denuncia os mitos da economia política liberal que surge com o capitalismo, e também Adam Smith que fala que a ação de mercado gera bem-estar. Rousseau diz que existe uma “mão invisível” e ela gera uma luta de todos contra todos.
Crítica também as ilusões políticas do contrato liberal defendido por Locke. Esses contratos eram feitos para garantir a propriedade privada e a desigualdade aumentava, pois eram feitos por interesses pessoas.
Rousseau dá bases a Marx, mostrando como surge as classes do Estado, e um Estado fundado com contrato liberal. 
Mesmo fazendo uma crítica ou contrato ele não o descarta, um tempo depois escreve um livro com o título de O contrato Social, sua proposta é uma sociedade legítima que só é legítima se for fundada pela soberania popular e não só um governo legítimo, diferente da proposta de Locke e liberais. Não existe privilégios e interesses pessoais, a vontade geral é dominante, e os interesses são coletivos e não garante propriedade privada aos contratantes. 
A democracia para Rousseau está vinculada organicamente ao contrato, e que a sociedade se organiza em sujeitos coletivos por consenso. A aproximação de Rousseau com Gramsci é pela hegemonia, que é construída pelo consenso e não pela repressão, mas Rousseau diz que existem diferentes formas de contrato. O contrato da democracia nasce através do ético-político e cria uma sociedade que se autogoverna, e Gramsci confirma dizendo que uma “sociedade regulada”, é onde o Estado repressor não mais força sobre ela. Com essa democracia não existe o capitalismo, porque não vai ter ninguém para vender sua força de trabalho, e com a “sociedade regulada” não vai mais existir as classes sociais.
Mas seu pensamento tem limitações citadas por Marx, coloca a vontade geral como algo que é superior, onde o indivíduo tem que reprimir sua vontade para que a geral funcione. Sobre a propriedade o que defendia era que ninguém podia ter excesso de propriedades e nem a falta dela, não era uma visão para os proletários e sim para os camponeses e artesões que sofriam com o novo modo de produção. Essa divisão igualitária da propriedade não era para colocar na mão do povo, então a privatização continuava e possibilitava a existência da economia mercantil simples, chamada assim por Marx. A sociedade mercantil não é capitalista, mas o interesse individual a qualquer momento pode começar a querer impedir a vontade geral.
Essa proposta é parecida com a de Kant com o “ imperativo categórico” que a razão se opõe a ao interesse. E é por isso que Mara crítica os jacobinos, pois a tentativa de pôr o citoyem acima do bourgeois, traz de volta o capitalismo.
“ Contudo apesar desses limites, é importante destacar o que me parece fundamental na reflexão de Rousseau: a democracia tem como base o contrato, ou consenso, e um contrato que se funda e precisamente na vontade geral, ou seja na prioridade do público sobre o privado.” 
A vontade geral é, a reunião das vontades e interesses comuns em cada indivíduo no pacto social. Rousseau refuta tanto a noção de consistência coletiva, como a de interesse coletivo, porque tudo que é útil a todos é útil também a cada um. Por conseguinte, seria equivocado supor que o corpo social pudesse se constituir numa totalidade orgânica. Para Rousseau o Estado não passa de um corpo artificial instituído por convenção, incapaz, portanto, de sobrepujar legitimamente a vontade de seus convenentes

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