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MpMagEst Civil PGeral FLoureiro Aula09 070613 CarlosEduardo

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MpMagEst 
Direito Civil 
Francisco Loureiro 
Data: 07/06/2013 
Aula 09 
 
MpMagEst – 2013 
Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
 
1. Prescrição e decadência. 
2. Responsabilidade Civil. 
 
 
1. PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA (continuação) 
 
1.1. Interrupção e suspensão da prescrição. Na suspensão o prazo continua correr de onde parou, ao 
contrário da interrupção onde o prazo volta a correr desde o início. 
A causa suspensiva tem prazo indeterminado, mas a causa interruptiva é instantânea, ou seja, 
volta do início do início. 
 
“Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá 
ocorrer uma vez, dar-se-á: 
I - por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a 
citação, se o interessado a promover no prazo e na forma da lei 
processual; 
II - por protesto, nas condições do inciso antecedente; 
III - por protesto cambial; 
IV - pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário 
ou em concurso de credores; 
V - por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor; 
VI - por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que 
importe reconhecimento do direito pelo devedor. 
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da 
data do ato que a interrompeu, ou do último ato do processo para 
a interromper.” 
 
Obs.: Decreto 20910/32 – regra que vale apenas para Fazenda Pública, que estabelece que o prazo 
da interrupção da prescrição contra a Fazenda Pública volta a correr da sua respectiva metade. 
 
Obs.: a interrupção pela citação é valida mesmo que a ordenada por juiz incompetente. 
 
Obs.: a prescrição é fenômeno de direito civil, contudo, sua forma de interrupção é realizada pela 
norma processual. Assim temos três artigos que aparentemente se conflitam, quais sejam Art. 202 
do CC, 219 e 263 do CPC: 
 
“Art. 219. A citação válida torna prevento o juízo, induz 
litispendência e faz litigiosa a coisa; e, ainda quando ordenada por 
juiz incompetente, constitui em mora o devedor e interrompe a 
prescrição.” 
 
 
2 de 6 
“Art. 263. Considera-se proposta a ação, tanto que a petição 
inicial seja despachada pelo juiz, ou simplesmente distribuída, 
onde houver mais de uma vara. A propositura da ação, todavia, só 
produz, quanto ao réu, os efeitos mencionados no art. 219 depois 
que for validamente citado.” 
 
Segundo STJ: a prescrição é norma de direito material e assim o que interrompe a prescrição é o 
despacho (art. 202) que deverá ser concretizada que retroagirá à data da distribuição da ação – 
uma vez no lapso entre a distribuição e a determinação a citação ocorra a prescrição da ação. 
 
“Súmula 106 do STJ: proposta a ação no prazo fixado para o seu 
exercício, a demora na citação, por motivos inertes ao interesse da 
justiça, não justifica o acolhimento da arguição de prescrição ou 
decadência.” 
 
Obs.: ainda que o processo seja extinto sem resolução do mérito, segundo entendimento do STJ, a 
citação causa a interrupção da prescrição, salvo nos casos em que há abandono da causa. Contudo 
se o processo for extinto sem resolução de mérito por ilegitimidade de parte (ativa ou passiva) não 
há interrupção porque não figurou contra o devedor correto. 
 
1.2. Prescrição intercorrente (art. 202, p. único). Quando o juiz determina alguma providencia e o 
autor permanece inerte, inicia-se um novo prazo prescricional. Trata-se de prescrição no curso do 
processo. Por outro lado, havendo outra movimentação do autor a prescrição intercorrente se 
suspende. 
 
1.3. Protesto judicial e protesto cambial: a remessa do título ao cartório de protesto provoca a 
interrupção da prescrição, não é qualquer notificação. O protesto judicial é previsto no art. 867 do 
CPC: 
 
“Art. 867. Todo aquele que desejar prevenir responsabilidade, 
prover a conservação e ressalva de seus direitos ou manifestar 
qualquer intenção de modo formal, poderá fazer por escrito o seu 
protesto, em petição dirigida ao juiz, e requerer que do mesmo se 
intime a quem de direito.” 
 
1.4. Reconhecimento do direito pelo devedor: sempre que o devedor reconhece o direito do credor, 
interrompe a prescrição. 
 
1.5. Principais questões sobre os prazos prescricionais (art. 205 e 206 do CC): 
 
“Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe 
haja fixado prazo menor.” 
 
“Art. 206. Prescreve: 
§ 1o Em um ano: 
I - a pretensão dos hospedeiros ou fornecedores de víveres 
destinados a consumo no próprio estabelecimento, para o 
pagamento da hospedagem ou dos alimentos; 
II - a pretensão do segurado contra o segurador, ou a deste contra 
aquele, contado o prazo: 
 
3 de 6 
a) para o segurado, no caso de seguro de responsabilidade civil, da 
data em que é citado para responder à ação de indenização 
proposta pelo terceiro prejudicado, ou da data que a este 
indeniza, com a anuência do segurador; 
b) quanto aos demais seguros, da ciência do fato gerador da 
pretensão; 
III - a pretensão dos tabeliães, auxiliares da justiça, serventuários 
judiciais, árbitros e peritos, pela percepção de emolumentos, 
custas e honorários; 
IV - a pretensão contra os peritos, pela avaliação dos bens que 
entraram para a formação do capital de sociedade anônima, 
contado da publicação da ata da assembléia que aprovar o laudo; 
V - a pretensão dos credores não pagos contra os sócios ou 
acionistas e os liquidantes, contado o prazo da publicação da ata 
de encerramento da liquidação da sociedade. 
§ 2o Em dois anos, a pretensão para haver prestações 
alimentares, a partir da data em que se vencerem. 
§ 3o Em três anos: 
I - a pretensão relativa a aluguéis de prédios urbanos ou rústicos; 
II - a pretensão para receber prestações vencidas de rendas 
temporárias ou vitalícias; 
III - a pretensão para haver juros, dividendos ou quaisquer 
prestações acessórias, pagáveis, em períodos não maiores de um 
ano, com capitalização ou sem ela; 
IV - a pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa; 
V - a pretensão de reparação civil; 
VI - a pretensão de restituição dos lucros ou dividendos recebidos 
de má-fé, correndo o prazo da data em que foi deliberada a 
distribuição; 
VII - a pretensão contra as pessoas em seguida indicadas por 
violação da lei ou do estatuto, contado o prazo: 
a) para os fundadores, da publicação dos atos constitutivos da 
sociedade anônima; 
b) para os administradores, ou fiscais, da apresentação, aos 
sócios, do balanço referente ao exercício em que a violação tenha 
sido praticada, ou da reunião ou assembléia geral que dela deva 
tomar conhecimento; 
c) para os liquidantes, da primeira assembléia semestral posterior 
à violação; 
VIII - a pretensão para haver o pagamento de título de crédito, a 
contar do vencimento, ressalvadas as disposições de lei especial; 
IX - a pretensão do beneficiário contra o segurador, e a do terceiro 
prejudicado, no caso de seguro de responsabilidade civil 
obrigatório. 
§ 4o Em quatro anos, a pretensão relativa à tutela, a contar da 
data da aprovação das contas. 
§ 5o Em cinco anos: 
I - a pretensão de cobrança de dívidas líquidas constantes de 
instrumento público ou particular; 
II - a pretensão dos profissionais liberais em geral, procuradores 
judiciais, curadores e professores pelos seus honorários, contado o 
 
4 de 6 
prazo da conclusão dos serviços, da cessação dos respectivos 
contratos ou mandato; 
III - a pretensão do vencedor para haver do vencido o que 
despendeu em juízo.” 
 
Observações: 
 
§1º, II – modificação dos prazos pelo STJ 
 
“Súmula 229 do STJ - O pedido do pagamento de indenização à 
seguradora suspende o prazo de prescrição até que o segurado 
tenha ciência da decisão.” 
 
É muito comum que a seguradora tenha atitudes protelatórias a fim de não indenizar o seguro. 
 
“Súmula 278 do STJ – O termo inicial do prazo prescricional,na 
ação de indenização, é a data em que o segurado teve ciência 
inequívoca da incapacidade laboral.” 
 
A hipótese da súmula 278, foi publicada no sentido de proteger os acidentários que durante a 
internação e tratamento médico não tinha a exata extensão das suas capacidades. 
 
Obs.: seguro saúde – o prazo para ajuizar a ação contra as seguradoras de saúde é o prazo 
ordinário de 10 anos. Há decisões nos dois sentidos REsp 995.995, mas a tendência é a 
consolidação da jurisprudência que o prazo seja de 10 anos. 
 
Obs.: §3º, IV – prescrição da ação de enriquecimento sem causa (03 anos). Só se aplica o prazo 
trienal quando o código civil não estipula prazo especifico. 
 
Obs.: §3º, V – prescrição da pretensão de reparação civil. O entendimento atual do STJ tem vários 
acordos no sentido que o prazo trienal só se aplica a reparação civil aquiliana. Para reparação civil 
contratual é o prazo ordinário de 10 anos. REsp 1222423 (acórdão paradigma sobre o tema) 
 
1.6. Direito intertemporal (art. 2.028 do CC.) 
 
“Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos 
por este Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver 
transcorrido mais da metade do tempo estabelecido na lei 
revogada.” 
 
A tendência do código civil de 2002 foi diminuir os prazos prescricionais, contudo, na 
excepcionalidade do código ter aumentado algum prazo aplica-se este. 
Quando o prazo é reduzido e tiver corrido mais da mentada na vigência da lei velha, aplica-se a lei 
velha. No entanto, quando o prazo decorreu menos da metade do código civil de 1916, aplica-se a 
lei nova. 
 
Obs.: tal artigo é aplicável na prescrição aquisitiva? Sim, é portanto estendida nos casos de 
usucapião. 
Obs.: tal regra é limitada a prescrição e não se estende nos casos de decadência. 
 
1.7. Decadência (207 a 211 do CC) 
 
5 de 6 
 
É a perda do direito potestativo pela inercia do seu titular no prazo assinalado por lei. O prazo é 
contado da formação do seu direito, ao contrário da prescrição, onde o prazo nasce da violação do 
direito. 
 
“Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à 
decadência as normas que impedem, suspendem ou 
interrompem a prescrição.” 
 
“Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, 
inciso I.” 
 
“Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.” 
 
“Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando 
estabelecida por lei.” 
 
“Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem 
aproveita pode alegá-la em qualquer grau de jurisdição, mas o 
juiz não pode suprir a alegação.” 
 
Há direitos que a lei não estabeleça prazo para ser exercido? Sim (direitos perpétuos) ex.: 
adjudicação compulsória é exemplo de direito potestativo sem prazo estabelecido por lei. 
 
Os prazos decadenciais estão espalhados pelo código ou por lei especial. 
 
Obs.: regra geral aplicada a decadência é que não se sujeitam a interrupção ou suspensão da 
prescrição exceto art. 195 e 198, I: 
 
“Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm 
ação contra os seus assistentes ou representantes legais, que 
derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.” 
 
“Art. 198. Também não corre a prescrição: 
I - contra os incapazes de que trata o art. 3o;” 
 
Obs.: é instituto de ordem pública (decadência legal) e não pode ser renunciada. Contudo se a 
decadência for contratual (e não prevista por lei) é possível aumentar, diminuir ou renunciar o 
prazo decadencial (art. 209) 
 
2. RESPONSABILIDADE CIVIL 
 
Ao contrário dos demais livros do código civil, a responsabilidade civil está espalhada por todo o 
código. Artigos importantes da parte geral são os art. 186 a 188. Na parte especial atenção aos 
artigos 927 a 943 que trata da obrigação de indenizar e os art. 944 a 954 
Art. 389 a 395 são casos de força maior e caso fortuito. 
 
2.1. Ato ilícito como fonte de direito obrigacional: 
 
Responsabilidade civil é a obrigação de reparar o dano causado a alguém pela prática de um ato 
contrário a ordem jurídica. 
 
6 de 6 
 
A responsabilidade civil é contratual ou extracontratual – aquiliana. Nos dois casos tem como 
ponto comum a obrigação de indenizar em decorrência de uma ação ou omissão. 
A infração praticada na responsabilidade civil aquiliana acarreta a violação de um dever geral de 
conduta art. 186 do código civil. 
 
“Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência 
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito.” 
 
O ônus da prova nas obrigações contratuais de resultado deverá versar sobre a existência da 
obrigação. Ao réu incumbira provar o adimplemento. Na responsabilidade aquiliana, o credor 
ofendido deve provar a existência de um ato ilícito. 
 
A mora, também tem implicações diferentes de acordo com as responsabilidades (art. 398). Na 
aquiliana a mora se conta a partir do fato. 
 
“Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se 
o devedor em mora, desde que o praticou.” 
 
“Súmula 43 do STJ – Os juros moratórios fluem a partir do evento 
danoso, em caso de responsabilidade extracontratual.” 
 
Na responsabilidade contratual, os juros de mora contam a partir da citação. 
Também na responsabilidade contratual, havendo solidariedade, a obrigação é conjunta e não 
solidária. Ao contrário da aquiliana, onde a responsabilidade é solidária. 
 
2.2. Pressupostos da responsabilidade civil (elementos) 
 
2.2.1. Ação ou omissão ilícita do agente (comissivo ou omissivo) 
2.2.2. Desse comportamento ocorra um dano; 
2.2.3. Entre o dano e o comportamento deverá existir um nexo de causalidade; 
2.2.4. Culpa é um elemento não obrigatório – uma vez que há responsabilidade sem culpa. 
 
2.3. Ação ou omissão ilícita do agente: é um comportamento contrário ao direito e deve ser voluntário 
(uma conduta dominável pela vontade do agente). Se o comportamento não seja ilícito não há o 
dever de indenizar. 
 
Obs.: o ato ilícito pode ser comissivo ou omissivo. Se o ato for omissivo só gera o dever de 
indenizar, quando aquele que se omitiu tinha o dever jurídico de agir.

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