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MpMagEst SATPRES Tributário CaioBartine Aula02 170513 CarlosEduardo

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MpMagEst 
Tributário 
Caio Bartine 
Data: 17/05/2013 
Aula 02 
 
MpMasEst – 2013 
Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha 
Complexo Educacional Damásio de Jesus 
RESUMO 
 
SUMÁRIO 
 
1. Princípios constitucionais tributários 
 
 
1. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS TRIBUTÁRIOS 
 
1.1. Princípio da isonomia (art. 150, II da CF): 
 
Vetor axiológico/teológico: da não conferência de privilégios diferenciados entre contribuintes que 
se encontram na mesma situação de equivalência. Não pode a Fazenda dar tratamento 
diferenciado à pessoas que se encontrem na mesma situação jurídica. 
 
Possibilidade de tratamento diferenciado e simplificado das microempresas e empresas de 
pequeno porte. Dentro dos preceitos da ordem econômica há diferenciação. Art. 170, IX e 179 da 
CF: 
 
“Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do 
trabalho humano e na livre iniciativa, tem por fim assegurar a 
todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, 
observados os seguintes princípios: 
IX - tratamento favorecido para as empresas de pequeno porte 
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sua sede e 
administração no País.” 
 
“Art. 179. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios 
dispensarão às microempresas e às empresas de pequeno porte, 
assim definidas em lei, tratamento jurídico diferenciado, visando a 
incentivá-las pela simplificação de suas obrigações 
administrativas, tributárias, previdenciárias e creditícias, ou pela 
eliminação ou redução destas por meio de lei.” 
 
Segundo STF é absolutamente constitucional tais dispositivos baseando a decisão nos princípios da 
livre concorrência e livre iniciativa. 
 
Lei complementar 126/06 – simples nacional. É um sistema simplificado de arrecadação de 
impostos e contribuições sociais, mediante os seguintes objetivos: 
 
(i) Simplificar as obrigações administrativas; 
(ii) Trazer uma diminuição da carga tributária; 
 
O simples nacional é um sistema opcional para o microempresário e empresário de pequeno 
porte. 
 
Quais são os tributos que fazem parte do simples nacional? 
 
 
2 de 4 
(i) IRPJ Lei 8.981/95 e Lei 9.430/96 (RIR Decreto 3000/99) 
(ii) IPI Decreto 7.212/10 
(iii) INSS patronal Lei 8.212/91 
(iv) COFINS LC 70/01 e 10.833/03 
(v) PIS LC 7/70 e Lei 10.637/02 
(vi) CSSL Lei 7685/88 
(vii) ICMS LC 87/96 
(viii) ISS LC 116/03 
 
Encontra-se em repercussão geral a discussão de Estados e Municípios na inclusão de ISS e ICMS 
por ocasião do simples nacional. Tal situação é motivada ante a inclusão dos referidos impostos à 
revelia dos Estados e Municípios, acarretando afronta ao pacto federativo e ao disposto no art. 
179 da Constituição Federal. 
 
1.2. Princípio da capacidade contributiva (art. 145, §1º da CF): 
 
Sempre que possível os impostos terão caráter pessoal e serão graduados segundo a capacidade 
econômica do contribuinte. Fazer com que aquele que possui mais condição econômica seja mais 
onerado do que aquele com menor capacidade econômica. 
 
§ 1º - Sempre que possível, os impostos terão caráter pessoal e 
serão graduados segundo a capacidade econômica do 
contribuinte, facultado à administração tributária, especialmente 
para conferir efetividade a esses objetivos, identificar, respeitados 
os direitos individuais e nos termos da lei, o patrimônio, os 
rendimentos e as atividades econômicas do contribuinte.” 
 
1.2.1. Impostos pessoais: são aqueles que tributam a condição econômica do sujeito, permitindo 
adições e subtrações na base de cálculo para fins de ajuste fiscal. 
 
1.2.2. Impostos reais: são aqueles que tributam o patrimônio e demais condutas sem a 
observância de critérios subjetivos. O que se tributa é a presunção de riqueza. 
 
1.2.3. Progressividade: é uma regra de tributação para a implementação da capacidade 
contributiva mediante o aumento progressivo das alíquotas quando do aumento da base 
de cálculo. 
Tanto a base de cálculo quanto as alíquotas são variáveis. 
 
1.2.4. Proporcionalidade: a base de cálculo é variável, mas a alíquota é invariável. 
 
Obs.: todo imposto pessoal deve ser progressivo – imposto de renda. (art. 153, §2º, I da CF): 
Generalidade, universalidade e progressividade. 
 
“Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
III - renda e proventos de qualquer natureza; 
§ 2º - O imposto previsto no inciso III: 
I - será informado pelos critérios da generalidade, da 
universalidade e da progressividade, na forma da lei; 
 
Obs.: segundo o STF, os impostos reais podem ser progressivos mediante a observância de dois 
critérios: previsão constitucional e caráter extrafiscal (atividade regulatória). 
 
 Observações quanto ao ITR: 
 
3 de 4 
 
O art. 153, §4º, I da CF determina que o ITR pode ser progressivo para os fins de evitar a 
manutenção das propriedades improdutivas. Essa progressividade extrafiscal foi entendida pelo 
STF como constitucional. 
O limite temporal que se admite a progressividade deve ser de até 05 anos. O último ano de 
aumento progressivo não pode ultrapassar a alíquota de 20%. 
 Utilidade pública 
Art. 5º, XXIV da CF – desapropriação por: Necessidade pública 
 Interesse social 
 
A União realizará a desapropriação por interesse social para fins de reforma agrária. O 
expropriado receberá como forma de indenização em títulos da dívida agrária, resgatáveis a partir 
do segundo ano de emissão em até 20 anos. 
Os títulos da dívida agrária devem ser declarados para fins de imposto de renda? Sim, porque a 
declaração de imposto de renda é uma obrigação acessória, mas não irá pagar IR, porque em 
verbas indenizatórias não incidirá imposto de renda, pelo fato de não haver acréscimo 
patrimonial – foi uma compensação por uma perda de propriedade. 
 
Caso o aumento progressivo de alíquota faça com que o proprietário cumpra a função social da 
propriedade, no exercício financeiro seguinte, a alíquota deverá retroagir ao patamar anterior sob 
pena de utilização de um tributo com caráter sancionatório. 
 
 Observações sobre o IPTU – art. 182, §4º, II da CF: 
 
Pode ser progressivo para evitar o descumprimento da função social da propriedade. 
Obrigatoriamente deverá ser analisado o estatuto da Cidade lei 10.257/01, para verificar as 
hipóteses de descumprimento da função social da propriedade. 
 
O limite temporal para a progressividade do IPTU é de 05 anos, sendo que no último ano de 
aumento progressivo, a alíquota não poderá ultrapassar o limite de 15%. 
 
Aumentando progressivamente e sem resultado, o imóvel será desapropriado por interesse 
social, com caráter sancionatório. O expropriado receberá como forma de indenização títulos da 
dívida pública municipal, resgatáveis em até 10 anos. 
 
EC 29/00 – inseriu o §1º no artigo 126 da CF: autorizando que o IPTU pode ter alíquotas 
diferenciadas em razão do uso e localização do imóvel. O STF entendeu que tal possibilidade seria 
uma forma de progressividade fiscal, porque na verdade autoriza-se um aumento diferenciado 
que não tem caráter regulatório, mas sim fiscalizatório. A doutrina, contudo entente que não se 
trata de progressividade, mas sim de seletividade. Para concursos é progressividade fiscal, para 
fins arrecadatórios. 
 
“Súmula 668 do STF – qualquer progressividade fiscal no IPTU 
antes da EC 29 de 2000 é inconstitucional.” 
 
No IR admite-se uma progressividade fiscal 
No ITR admite-se uma progressividade extrafiscal 
No IPTU admite-se uma progressividade extrafiscal e fiscal após a EC 29/00 
 ITBI progressivo e ITCMD: 
“Súmula 656 do STF – a progressividade do ITBI é 
inconstitucional.” 
 
 
4 de 4 
A partir de 2005, se inicia uma mudança de paradigma no STF, segundo entendimento de que a 
capacidade contributiva não se estende apenas aos impostos pessoais, mas também as taxas. 
Mediante interpretação doart. 5º, LXXVI da CF: 
 
“LXXVI - são gratuitos para os reconhecidamente pobres, na forma 
da lei: 
a) o registro civil de nascimento; 
b) a certidão de óbito;” 
 
Em 2007, o STF passa a ter entendimento de que a capacidade contributiva como princípio 
constitucional, se estende a todo e qualquer tributo. 
Após os Municípios passam a instituir ITCMD progressivo. 
 
Repercussão geral em 2013 com decisão do pleno do STF – o ITCMD progressivo é constitucional. 
 
1.3. Princípio da vedação do confisco (art. 150, IV da CF): 
 
“Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao 
contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e 
aos Municípios: 
IV - utilizar tributo com efeito de confisco; 
 
Confisco é a expropriação do patrimônio particular por um caráter iminentemente sancionatório e 
sem qualquer possibilidade de indenização. Não confundir confisco com desapropriação. 
 
Segundo STF, uma tributação confiscatória seria aquela quando um único ente da federação 
institui uma carga tributária excessiva a ponto de acarretar a inviabilidade econômica do 
contribuinte. 
 
A base de cálculo dependerá da dinâmica e da regra de tributação a (seletividade) ex.: uma 
alíquota de 25% do IPTU é confiscatória porque em 04 anos o imóvel é perdido para o fisco. Não 
há como se determinar o caráter confiscatório da tributação pela simples análise de alíquota; isto 
porque, deve ser analisado a base de calculo utilizada na tributação, bem como, a regra de 
tributação aplicável aos respectivos tributos. Uma alíquota de 300% não necessariamente será 
confiscatória, ao passo que uma alíquota de 25% poderá ter tal natureza. 
 
De acordo com precedentes do STF a partir de 2005, o princípio da vedação do confisco, é 
plenamente aplicável às sanções pecuniárias. Isto não significa que o fisco não aplicará tal sanção, 
mas que esta será aplicada mediante a observância de dois outros princípios gerais (razoabilidade 
e proporcionalidade).

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