Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MpMagEst Tributário Ricardo Alexandre Data: 01/03/2013 Aula 02 MpMasEst – 2013 Anotador(a): Carlos Eduardo de Oliveira Rocha Complexo Educacional Damásio de Jesus RESUMO SUMÁRIO 1. Espécies tributárias 1. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 1.1. Imposto Os impostos, por definição, são tributos não vinculados que incidem sobre a manifestação de riqueza do sujeito passivo. Logo, as pessoas que manifestam riquezas ficam obrigadas a contribuir com o Estado. Por sua vez, os impostos não necessitam que seja declarada a destinação da arrecadação, assim, são tributos não vinculados e de arrecadação não vinculada e sua receita são destinadas ao financiamento das atividades gerais do Estado. Fato gerador é sempre a manifestação de riqueza. CTN Art. 16 “Art. 16. Imposto é o tributo cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte.” Base de cálculo – calcular o imposto sobre qual valor? É a quantificação da riqueza que foi manifestada pelo contribuinte. Obs.: taxa não pode ter base de cálculo própria de imposto. A taxa tem o fato gerador à atuação do Estado, portanto a constituição não diz especificamente quem pode instituir taxa, por raciocínio lógico será, poderá instituir que prestará o serviço. 1.1.1. Competência para criação do Imposto. Competência para instituição do imposto é privativa de cada ente da federação Terminologia constitucional: Privativa: a autoridade recebe a competência e têm o poder de delegação. Exclusiva: a autoridade que tem a competência não pode delegar. Cuidado: para direito tributário a expressão privativa é indelegável Art. 7º CTN “Art. 7º A competência tributária é indelegável, salvo atribuição das funções de arrecadar ou fiscalizar tributos, ou de executar leis, serviços, atos ou decisões administrativas em matéria tributária, 2 de 5 conferida por uma pessoa jurídica de direito público a outra, nos termos do § 3º do artigo 18 da Constituição.” A competência para a criação do imposto é privativa, mas indelegável. A União é competente para criar os seguintes impostos (Art. 153 CF): Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: I - importação de produtos estrangeiros; II - exportação, para o exterior, de produtos nacionais ou nacionalizados; III - renda e proventos de qualquer natureza; IV - produtos industrializados; V - operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários; VI - propriedade territorial rural; VII - grandes fortunas, nos termos de lei complementar. Obs.: imposto sobre grandes fortunas (ainda não instituídos) Os Estados poderão criar (Art. 155 CF): “Art. 155. Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituir impostos sobre: I - transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos; II - operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as prestações se iniciem no exterior III - propriedade de veículos automotores” Os municípios poderão criar (Art. 156 CF): “Art. 156. Compete aos Municípios instituir impostos sobre: I - propriedade predial e territorial urbana; II - transmissão "inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição; III - serviços de qualquer natureza, não compreendidos no art. 155, II, definidos em lei complementar.” Obs.: o DF agrega as competências municipais e estaduais Art. 157 CF. Obs.: a União pode ampliar sua competência de duas formas (só serve para provas de concursos): Art. 154 CF. Art. 154. A União poderá instituir: 3 de 5 I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; II - na iminência ou no caso de guerra externa, impostos extraordinários, compreendidos ou não em sua competência tributária, os quais serão suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. a) Competência Residual: competência residual tributária é sempre da união – é a competência para criar impostos sobre os que não estão instituídos. Porém depende de três requisitos: (i) Lei complementar (maioria absoluta da câmara e do senado); (ii) As bases de cálculo e fatos geradores devem ser diferentes daquelas já instituídas (visa garantir o critério residual do novo tributo); (iii) Não cumulativo Ex.: empresa “a” vende para por R$ 300,00 empresa “b” que vende por R$ 400,00 para a empresa “c”, vende a mercadoria por R$ 700,00 para o consumidor final. A não cumulatividade permite que a carga tributária não dependa da quantidade de elos da cadeia produtiva, mas que incida sobre o produto. Logo a empresa “c” que vende ao consumidor final, abate os tributos recolhidos pela empresa “a” e “b”. b) Competência Extraordinária: se estiver havendo guerra externa ou na sua iminência (IEG) – nesse caso a união “pode tudo” Obs.: não pode existir imposto residual para calamidade, só em casos de guerra. Nesse caso é empréstimo compulsório. 1.2. Taxas (Art. 145, II) As taxas são tributos retributivo ou contraprestacionais, uma vez que não podem ser cobradas sem que o Estado exerça o poder de polícia ou preste ao contribuinte, ou coloque a sua disposição, um serviço público especifico e divisível. Art. 145. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: (...) II - taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição; São duas as hipóteses que ensejam a cobrança das taxas: a) O exercício do poder de polícia (taxa de polícia); b) A utilização efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição (taxa de serviço). 1.2.1. Taxas de polícia. Exercício ao Poder de polícia: as taxas de polícia têm o fato gerador o exercício regular do poder de polícia fundamentado na supremacia do interesse público sobre o interesse particular. 4 de 5 As taxas são cobradas para situações concretas. A lei deve dizer exatamente as situações de cobrança – paga-se para ser fiscalizado. Só se pode cobrar taxa de polícia pelo efetivo exercício desse poder, sendo ilegítima a cobrança da taxa de polícia sem a respectiva fiscalização. Ex.: expiração de alvará – porque os requisitos são cumpridos num determinado momento, é necessária nova fiscalização para nova concessão de alvará. Não se pode cobrar taxa para renovação de alvará sem que haja exercício do poder de polícia. Presunção: não dá certeza, mas se há órgão competente para fiscalização, presume-se que há fiscalização (STF decidiu numa situação concreta do IBAMA). A presunção se dá na existência do órgão com servidores competentes para potencial fiscalização. 1.2.2. Taxas de serviço. É cobrada pela utilização que pode ser efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis (as duas coisas ao mesmo tempo), prestados ao contribuinte ou postos a sua disposição. Obs.: não pode generalizar que taxa de serviço pode ser cobrada mesmo que o serviço esteja a disposição e não utilizado. Lembrar da taxa judiciária. O legislador ao regulamentar o serviço público e a taxa deve observar se o serviço é tão relevante a ser necessário que todo mundo tenha. Se uma pessoa não utilizar paraeconomizar dinheiro e por esse ponto prejudicar as demais. Ex.: não quer recolher taxa de lixo por não utilizar ou por não ligar que o lixo fique exposto. Ver art. 79 do CTN- explica o que potencia, divisível, indivisível etc. “Art. 79. Os serviços públicos a que se refere o artigo 77 consideram-se: I - utilizados pelo contribuinte: a) efetivamente, quando por ele usufruídos a qualquer título; b) potencialmente, quando, sendo de utilização compulsória, sejam postos à sua disposição mediante atividade administrativa em efetivo funcionamento; II - específicos, quando possam ser destacados em unidades autônomas de intervenção, de unidade, ou de necessidades públicas; III - divisíveis, quando suscetíveis de utilização, separadamente, por parte de cada um dos seus usuários.” O serviço deve estar à disposição do contribuinte numa atividade em efetivo funcionamento. Específico e divisível: se não tiver essas características não pode cobrar a taxa. Lógica do sistema tributário: o Estado presta vários serviços (saúde, educação, taxa de lixo). Para alguns serviços é possível o Estado identificar com clareza que utilizará estes serviços. Nesses casos, que deve pagar pelo serviço é o usuário do serviço (eu te vejo e tu me vês). Quando não estiverem as claras não pode haver cobrança de taxa ex.: iluminação pública quem é o usuário? É a coletividade. Segurança pública quem é o usuário? A coletividade. (nesses casos servem o imposto). 5 de 5 Específico: quando o usuário do serviço sabe o motivo da cobrança Divisível: quando é possível identificar quais são os usuários. Coleta domiciliar de lixo é diferente de limpeza de logradouro público. O serviço de limpar é prestado à coletividade e, portanto não pode ser cobrado por taxa. Súmula vinculante taxa – próxima aula.
Compartilhar