Buscar

Guia de Estudos da Unidade 3 Filosofia, Ética e Cidadania


Continue navegando


Prévia do material em texto

Filosofia e Ética
UNIDADE 3
1
FILOSOFIA E ÉTICA
UNIDADE 3
 Para início de conversa
Prezado(a) aluno(a) , seja bem-vindo(a) a mais uma unidade , daremos continuidade as nossas aulas da 
disciplina de Filosofia e Ética para que você possa complementar outros conteúdos importantes em sua 
caminhada acadêmica.
Vamos dar início ao nossos estudos e, com a ajuda das novas tecnologias, faremos a interação com o 
conhecimento no AVA, de forma agradável e prazerosa. 
 Orientações da Disciplina
De início iremos analisar os estudos realçando os valores e, efetivamente, a ética. Faremos uma in-
vestigação sobre a responsabilidade moral, a ética e os juízos morais, bem como a ética profissional e, 
consequentemente, a ética empresarial. Nesse sentido, analisaremos o contexto social e a reflexão de 
alguns filósofos que se dispuseram a pensar sobre a ética em sociedade e também autores contemporâ-
neos como Adolfo Sanches Vasquez. 
Para tanto vamos dar ênfase à ética e à práxis, ou seja, a prática, ou ainda a ação dos indivíduos com 
relação aos outros em coletividade. E, assim, analisaremos e procuraremos entender como se encon-
tram os valores e os costumes a fim de revelar a ética no ambiente social das coletividades modernas 
contemporâneas como um todo.
Você também irá observar que, durante o estudo da unidade 3, serão indicadas leituras e pesquisas 
na internet que trarão como referência teórica a potencialidade de ilustrar o seu conhecimento. Desse 
modo, você deverá fazer as leituras, bem como, analisá-las como objeto de reflexão dos estudos, além 
de outros recursos que serão utilizados ao longo da disciplina. 
Aqui será abordada a forma de reconhecer e sustentar valores e costumes encontrados em nossa 
cultura para a efetividade da ética como um bem essencial à harmonia dos indivíduos em sociedade. As 
sugestões feitas para estudo e análise têm como finalidades a maior interação do aluno com o conteúdo 
apresentado, a flexibilidade de acesso ao material de pesquisa e, consequentemente, o encontro com o 
conhecimento. 
Também serão indicados exercícios de ensino aprendizagem e fóruns de estudo, que serão disponibi-
lizados no ambiente virtual do aluno, onde se realizarão a apreensão e as trocas para a construção do 
conhecimento.
2
 Leitura complementar
Como sustentação teórica e leitura básica para nosso estudo da disciplina de Filosofia e Ética no 
ambiente virtual, indicamos o livro texto de Filosofia e Ética de João Mattar e Maria Thereza Antunes: 
Filosofia e Ética. São Paulo: Person Education do Brasil, 2012. Além de outros livros de Filosofia que 
estarão disponibilizados na Biblioteca Virtual.
Preparado? Então vamos em frente.
Lhe desejo sucesso na aquisição de mais informações importantes para sua caminhada acadêmica. 
Vamos lá !
MAS, O QUE SÃO VALORES EM SOCIEDADE? 
Caro(a) aluno(a), para melhor compreender o que se entende por valores, vamos nos reportar à natureza 
do homem em si mesmo. O ser humano está o tempo todo se colocando em questão, pois é no diálogo 
com o outro que encontramos dificuldades em revolver conflitos. Nós, humanos, por dispormos da capa-
cidade de pensar, dizemos sim e não, ou seja, decidimos o que queremos e o que não queremos. 
Diante da capacidade de decidir, racionalizar, também discordamos, e é nesse processo que nos depa-
ramos como agir diante do que é certo e do que é errado, e aí quem está com a razão? E é nesses casos 
que entendemos que cada um tem a sua interpretação da situação vivida, ou ainda, cada um tem uma 
posição embasada nos seus valores. Os valores são recebidos no convívio social, em coletividade. É na 
sua família, na escola onde estudou ou estuda, é no culto religioso no qual frequenta, na comunidade 
em que mora, no seu trabalho, no lazer, dentre outras instituições a que pertença.
 Palavras do Professor
Todos os espaços sociais citados acima nos preparam para a vida em sociedade. São eles os responsá-
veis pela construção do nosso caráter e, consequentemente, demonstraremos o nosso comportamento 
em grupo. Os valores são repassados por meio da cultura, nela estão as mais variadas formas de 
reproduzir os gostos, atos, comportamentos e, efetivamente, os costumes. É por meio deles que deter-
minamos a moral em sociedade.
A ética se faz em sociedade para refletir a moral vivida em grupo. É provável que você já tenha ouvido 
falar em ética de várias formas. Por exemplo: “Os político do Brasil não têm ética”; “Nesse país a coisa 
mais difícil do mundo é ética”; “As pessoas não agiram de forma ética”. Nesses casos entendemos que 
a ética, no senso comum, manifesta a falta de respeito a tudo e a todos com os quais nos relacionamos. 
3
Pois é a ética que justifica a moral em sociedade, ou seja, é ela quem manifesta a conduta, o modo de 
ser de um grupo de indivíduos em sociedade.
 Veja o vídeo!
Para refletir sobre o que se entende por ética em sociedade, elegemos um vídeo muito bem elaborado 
sobre: O que é Ética? Esse vídeo trata de uma entrevista dada pelo Professor Doutor em Educação, 
Mário Cortella, cedido ao Programa do Gordo da Rede Globo. O vídeo tem uma duração de 7: 53, e se 
encontra disponível no Youtube.
 Você sabia?
Você sabia que Ética pode ser entendida como ciência, sendo ela parte da Filosofia Moral, e é a partir 
dessa compreensão que podemos entender o que é bom e o que é mau? Pois é, o que é justo e o que é 
injusto? O que é certo e o que é errado? Esses são alguns questionamentos feitos pelo homem na convi-
vência em sociedade, e a ética se propõe a responder.
Dentre as nossas ações em sociedade, também vale realçar o senso de responsabilidade de que dispo-
mos. A isso podemos chamar de senso moral. O senso moral se caracteriza por manifestar os nossos 
sentimentos no meio coletivo. Mas, ao mesmo tempo, de que dispomos do senso moral, este está ligado 
ao que recebemos dos costumes em sociedade. Também é bom lembrar que existe a consciência moral. 
Pois, tanto o senso moral quanto a consciência moral estão em harmonia e dizem respeito aos valores.
 Guarde essa ideia!
Para falar de valores em sociedade, vale realçar: o que se entende por valores? Podemos afirmar que os 
valores em sociedade estão baseados nos costumes apreendidos nos grupos dos quais fazemos parte. 
Para tanto, podemos destacar: honradez, espírito de abnegação, de sacrifício, integridade da alma, justi-
ça, injustiça, espírito de bondade, generosidade, sentimentos provocados pela admiração, de vergonha, 
culpa, remorso, contentamento, cólera, raiva, ódio, amor e medo, dentre outros. 
Todas essas formas de manifestar os sentimentos são expressões das ações do homem no mundo. Elas 
variam entre o bom e o mau ou entre o bem e o mal. Contudo, não podemos esquecer que a sociedade 
ocidental está voltada para a eternização do ser humano. Isso porque nós, ocidentais, nos eternizamos 
em tudo: é pela busca da fonte da juventude; é pela plasticidade das coisas e até do corpo; é pela divi-
nização do corpo; é quando não queremos envelhecer. Todos esses aportes citados justificam a nossa 
negação para o fim, ou seja, para a morte. De modo que o ser humano está o tempo todo voltado para a 
busca incessante da felicidade. Tudo isso ocorre porque nesse processo de eternização nós nos afasta-
mos dos sentimentos que provocam o sofrimento e a dor. 
???
4
 Leitura complementar
Que tal você ver o texto sobre ética, senso moral e consciência moral em o “Convite à Filoso-
fia”, de Marilena Chauí, editora Atlas, São Paulo, 2000. Disponível no site.
Durante toda a história do pensamento ocidental, o homem buscou e busca, até hoje, formas de como 
chegar à felicidade. Nas sociedades simples dos grupos sociais menos complexos, os povos adoravam 
a natureza como forma de sentir a felicidade. Na antiguidade, a grande busca da felicidadefoi a relação 
do homem com o transcendente, ou seja, a relação com as divindades, isso justificava o bem estar e a 
harmonia em sociedade. 
Com relação a idade medieval, com a instituição e regulamentação da religião do Cristianismo, se esta-
beleceu uma moral cristã, que determinava a felicidade por meio da crença no amor de Jesus, por meio 
da revelação divina. Na Idade Moderna, a busca da felicidade se encontrava na realização do projeto 
da ciência, sendo ela a grande aliada das relações ligadas à felicidade humana. Nessa época a razão 
humana foi chamada de deusa Razão. Muito embora o projeto iluminista tenha contribuído muito para 
uma vida prática em sociedade com o apoio das técnicas e das tecnologias, esse projeto não atinge a 
solução eficaz para a realização da felicidade do homem contemporâneo. Sendo assim, surgem novas 
formas de repensar a vida em sociedade, e em especial as relações éticas. Uma das formas de reela-
borar as relações sociais está na responsabilidade social, parte da ética que compromete a sociedade 
como um todo.
O QUE SE ENTENDE POR RESPONSABILIDADE SOCIAL? 
Para responder a essa investigação, podemos afirmar que responsabilidade é quando colocamos os 
nossos compromissos em evidência, ou seja, estamos comprometidos com o que nos rodeia. Podem ser 
as relações com o outro, com o mundo, ou com o universo, com a natureza e também com as coisas em 
si mesmas, para as questões que dizem respeito ao comportamento das indústrias no atual mercado 
globalizado. Essa preocupação se deu em virtude das questões de cuidados com as relações de traba-
lho, influenciados pelos sistemas capitalistas, onde a imagem da empresa está atrelada ao compromis-
so com o bem estar social e do meio ambiente.
Caro(a) aluno(a), durante o final dos anos 40, após a Segunda Guerra Mundial, muitas coisas mudaram 
em relação às liberdades individuais e coletivas. Para melhor compreensão do que estamos afirmando, 
foi efetivamente a partir dos anos 50, nos Estados Unidos, e, posteriormente, nos anos 60, na Europa, 
que as indústrias se preocuparam com as expectativas dos cidadãos. Pois, nesse momento, brotava um 
gosto pelo consumo das coisas, nasciam novos consumidores. As autoridades públicas e os investidores 
de grandes organizações vislumbraram um avanço no comércio e na indústria com as livres concorrên-
cias e o novo liberalismo.
5
 
 Guarde essa ideia!
O que houve com a nova conduta adotada pelo homem no mundo foi a ação de trazer à tona 
uma nova postura das organizações em relação aos indivíduos em sociedade. No que diz respeito a 
essa nova postura, ela foi adotada tanto por investidores como por consumidores. No que diz respeito 
às relações das indústrias, com as novas rou- pagens da economia em vigor nasce uma preocupação 
na sociedade como um todo. Pois os indivíduos sentem uma necessidade de convocar a sociedade para 
repensar a harmonia e bem estar dos grupos humanos. Desse convite, convoca-se o repensar das ações 
éticas no mundo.
Os avanços das técnicas e das tecnologias fizeram a sociedade repensar as relações com a natureza de 
um modo geral. Aos poucos as ações das indústrias contra a natureza foram sendo interpretadas como: 
destruidoras, demolidoras e até as responsáveis pela posteridade da vida no planeta. O que desenca-
deou acusações de todas as formas. Mas, ao mesmo tempo, surgiram outras manifestações entre os 
indivíduos, como: as de fiscalizar as ações das indústrias sobre a respeito da questão da ética no meio 
ambiente e, consequentemente, surgiu a responsabilidade moral, que tanto compromete as empresas, 
indústrias, como o grupo social, trazendo ganhos para toda a sociedade.
A responsabilidade social traz, aos poucos, as preocupações e os cuidados das empresas com o meio 
ambiente e com os que dele fazem parte. Isso fortaleceu os laços entre o individual e o coletivo, ou seja, 
as relações entre os homens e também as suas relações com a natureza em si. Diante do comprometi-
mento da sociedade surge um novo comportamento: é a preocupação com a regulamentação da res-
ponsabilidade social. Ela será tratada e regulamentada com bases na instituição de um direito legal,no 
qual será cobrada a fiscalização das ações dos responsáveis pelas práticas éticas em sociedade. Ficará 
claro o comprometimento das partes envolvidas nas ações em benefício do social, bem como da pessoa 
jurídica, representante legal das indústrias e empresas para com a ética em sociedade.
Para classificarmos a ética como responsabilidade social, é necessário um agrupamento de conhecimen-
tos que possam traduzir as relações desde as formas mais simples até as relações sociais mais comple-
xas exigidas pela legislação e apropriadas para cada realidade social.
Poderíamos dizer que, quando nascemos, recebemos dos nossos cuidadores e responsáveis o necessário 
para nossa efetividade no mundo. Ao entrar na fase do crescimento, desenvolvemos competências que 
merecem maior atenção para o crescimento, nossos responsáveis deverão estar alerta para nos guiarem 
em coletividade. Em seguida, com os cuidados da família, vamos encontrar o apoio e os cuidados da 
escola. 
Essas instituições são responsáveis pelas ações que definirão nosso caráter e nosso comportamento 
moral em sociedade. Mas, sem dúvida, é na família que encontramos os responsáveis primários pela 
educação das crianças. De modo que, os responsáveis estão sempre colocando os menores, a saber, 
sobre o que é permitido e o que é proibido; o que pode e o que não pode ser feito por aquele que ainda 
não tem o discernimento, ou ainda, a responsabilidade apropriada para a responsabilidade de si mesmo. 
6
Pois, é assim que surge outra questão: a da “liberdade”.
Quando falamos em liberdade, podemos dizer que há pelo menos dois sentidos entre o que é permitido 
e o que é proibido. E nesse sentido podemos afirmar “liberdade” no sentido civilmente legal. E em outro 
sentido, podemos dizer que há lugares em que a “liberdade” é permitida e para outros não comporta a 
mesma condição. Mais adiante podemos destacar outro exemplo de “liberdade”, e quanto à responsabi-
lidade moral: nela podemos pressupor que uma pessoa é moralmente responsável e quando ela é uma 
pessoa livre, mas nem sempre isso é verdadeiro. Pois bem, falando de outra forma, a “liberdade” se faz 
necessária para a realização da responsabilidade moral.
Então caro(a) aluno(a), a palavra responsabilidade já impõe uma condição estabelecida pela moral na 
qual está inserido. Desse modo, para exercer a moral, ou seja, dar seguimento as regras e aos costumes 
em sociedade, é ser livre. Para falarmos do “indivíduo como um ser livre”, nos remete à ideia de “liber-
dade”, utilizada sabiamente em um tempo passado pelo filósofo Thomas Hobbes. 
 Fique atento!
Segundo o pensamento do nobre filósofo, que nos permite uma analogia com a realidade de que esta-
mos falando, quando o filósofo afirma que “O homem é o lobo do próprio homem”, ele está se reportan-
do às ações do próprio homem. Pois, quando entregamos as nossas liberdades ao Estado, representante 
imparcial dos interesses públicos e privados, aí estamos também entregando as nossas liberdades. 
 
 
 Praticando
Por exemplo: quando dizemos e legitimamos ao Estado que não se pode matar em sociedade, estamos 
afirmando que nós também não podemos matar. E, se assim o fizermos, estamos nos colocando à dispo-
sição do Estado, para que ele possa nos punir pelo ato proibido de matar.
Para atribuímos à responsabilidade moral por determinado ato ou ação dos indivíduos em sociedade, 
temos duas formas de compreender a responsabilidade moral:
A primeira é quando o sujeito conhece as circunstâncias e consequências da sua ação no mundo, ou 
seja, ele tem consciência do seu ato em sociedade, ou ainda, ele está consciente de sua ação no grupo.
A segunda é quando outro sujeitointerfere na ação do sujeito que age, e para tanto, esse segundo su-
jeito é forçado a manifestar um ato ou uma conduta de ser livre. Pois a conduta do sujeito que age deve 
ser livre para ético.
De modo que a responsabilidade moral pressupõe a possibilidade de decidir e agir vencendo a coação 
externa ou interna dos indivíduos em sociedade. Para tanto, somente haverá responsabilidade moral se 
existir liberdade.
7
Para ilustrar nossa compreensão sobre a responsabilidade moral, destacamos três posições fundamen-
tais do problema da liberdade. São elas:
•	 O determinismo da ação é incompatível com a liberdade.
•	 A liberdade é incompatível com qualquer determinação externa ao sujeito.
•	 A liberdade concilia os juízos.
A ÉTICA E OS JUÍZOS MORAIS 
Quando falamos de juízos morais, estamos nos reportando aos estados de julgamentos sobre as coisas 
e o que pensamos sobre elas, ou ainda a respeito das coisas, das pessoas, dos fatos, acontecimentos, 
das obras de arte, da literatura, enfim das coisas e das realizações feitas pelos homens. 
É assim que fazemos os juízos de fato e de valor. 
Entende-se por juízos de fato aqueles que dizem o que as coisas são em si mesmas. Para os juízos de 
valor, são aqueles dentre os quais nós avaliamos sobre as coisas, pessoas, situações, e também avalia-
mos as artes, a política e a religião, dentre outros. 
Também para os juízos de valor podemos afirmar que eles são também normativos, ou aqueles que 
determinam o dever dos nossos sentimentos, atos, comportamentos e intenções das ações. Para tanto, 
esses juízos adotam critérios de valores como o que é correto ou não é correto. Veja o link.
A ÉTICA PROFISSIONAL E A ÉTICA EMPRESARIAL 
De acordo com o comportamento profissional e ético nas empresas no momento atual, nós podemos 
destacar as relações sociais no ambiente de trabalho.
Para ilustrar o nosso estudo sobre a ética nas relações sociais e empresariais, vamos realçar, em 
primeiro lugar, a filosofia de Epicuro, ao pensamento chamado Epicurismo. Muito embora Epicuro tenha 
dividido sua forma de pensar em três aspectos como: a lógica, a física e a ética; aqui nós vamos eleger 
a ética para sustentar as nossas reflexões.
Caro(a) aluno(a), o pensamento epicurista traz, no bojo da ética, a filosofia moral como a forma de 
superar os desconfortos dos homens em sociedade. Para tal fim, Epicuro afirma que a filosofia é a arte 
da vida e, assim, ela é capaz de pensar como conduzir a vida de forma harmônica. Epicuro diz que, para 
o homem viver em sociedade, ele deve liberta-se dos grandes temores que a vida lhes impõe. São eles: 
os temores que temos a respeito da vida, da morte, do além – túmulo e de Deus. Pois, segundo o filó-
sofo, o homem não deve sentir esses medos já que, embora o seu corpo pereça como as coisas, a sua 
alma jamais perece; mas ela segue à morte, ou seja, ela vai além da morte do corpo. 
8
Isso se dá porque o pensamento de Epicuro, também ao estudar a física, afirma que a alma do homem 
é formada de átomos sutis, mas que não são idênticos aos átomos da matéria, são materiais. Esse é o 
argumento físico sobre a composição da alma, aquela que anima o corpo material, que vem justificar a 
ética, bem como a harmonia em sociedade. Desse modo, o homem não necessita preocupar-se com algo 
que não perece após o fim do corpo.
Mas é bom lembrar que a ética epicurista é também hedonista, isto quer dizer que ela está centrada nos 
valores sensíveis, ou ainda, que os critérios da moralidade são os sentimentos. Sendo assim, a finali-
dade dessa ética não cabe os valores espirituais. O bem supremo da vida é o prazer, e que em nenhum 
momento da vida devem ser negados os prazeres que a vida pode oferecer. Também aqui não se trata 
dos prazeres imediatos, ligados a um imediatismo sem pensar nas consequências dos atos ou ações 
humanas, mas em prazeres refletidos pela razão, pensados prudentemente. 
Segundo essa forma de pensar, os prazeres da vida em sociedade, vale repensar como essa ética de 
Epicuro nos atrai para junto do que entendemos pelos valores nas empresas atualmente. Pois, parece-
nos bastante cabível o hedonismo perante o comportamento ético nos dias atuais. Nos quais as pessoas 
se comportam sempre da mesma forma, pois estão muito preocupadas com a busca pelos prazeres 
sensíveis, das coisas como, por exemplo: tem de adquirir as coisas, porque tem de ter o que todo mundo 
tem; tem de sentir prazer em consumir de alguma forma; tem de ter interesse nas amizades, ou usar as 
pessoas como objetos. 
Esses são alguns exemplos que nos fazem pensar: como será que nós estamos repassando o compor-
tamento em sociedade? Ou, será que estamos contaminados por uma busca infinita de prazeres das 
coisas? Bom, para refletir, segue a sugestão: leia sobre a ética segundo o pensamento de Epicuro e 
reflita sobre o comportamento dos indivíduos no ambiente de trabalho. O texto se encontra na página da 
internet, conforme o link.
 Veja o vídeo!
Para ilustrar a compreensão sobre a ética epicurista, fazemos a seguinte sugestão, assista ao vídeo 
que fala sobre o tema aqui estudado. Ele tem 27min de duração, é apresentado e representado pelo 
Prof. Paulo Ghiraldelli, professor de Filosofia e autor de vários livros de Introdução à Filosofia, Filosofia e 
Ética, Filosofia da Educação. Seus livros são indicados pelo nosso curso e estão disponíveis na Bibliote-
ca Virtual do nosso portal. Esse vídeo também repercute bem, porque ele é transmitido pelo Programa 
A Hora da Coruja, ele encontra-se disponível no link.
Toda a formação profissional requer a prática ética nas relações sociais, e a ética é a reflexão da moral 
estabelecida pelo grupo, pela sociedade, coletividade ou instituição na qual estamos inseridos. A prá-
tica da ética em coletividade suscita habilidades referentes às práticas específicas numa determinada 
área, setor no qual deveremos incluir a reflexão para o bem em comum.
9
 Dica!
Para tratarmos da ética empresarial é bom lembrar que, para ter ética, é preciso realçar um 
modo de ser do indivíduo em coletividade. Para tanto, o homem é um ser social. Portanto, o indivíduo 
é um ser que interage com os demais seres em seus grupos. A sociedade se estabelece pelos valores 
e neles se encontram as virtudes, nelas se dão as relações sociais, dentre as quais a necessidade de 
organização dos grupos, e eles estabelecem regras que são instituídas e legitimadas pelos membros da 
sociedade.
O que entendemos por ética empresarial ou ética na empresa?
A ética profissional é considerada um conjunto de práticas que vão determinar as relações dos indivídu-
os no exercício de qualquer profissão.
É por meio da ética nas relações interpessoais, no trabalho, que se estabelece o respeito e o bem-estar 
no ambiente profissional.
As posturas adotadas acima destacam muito bem como os homens devem se com- portar em coletivi-
dade. O meio profissional requer um comportamento sociável de respeito às diferenças. Não apenas 
arte de viver, mas racionalizar sobre as formas de entendimento que o ser humano pode conquistar. A 
postura ética é necessária, isso facilita a aceitação no ambiente profissional. Para conviver em socieda-
de, é indispen- sável que as atitudes sejam pensadas, pois isso permite a produtividade e não afeta as 
relações pessoais no grupo.
Caro(a) aluno(a), é bem provável que você já tenha escutado alguém falar assim: “Amigos, amigos; ne-
gócios à parte”. Se nós trocarmos o termo “negócios” por “ética”, vamos nos deparar com uma situação 
delicada, pois entre amigos as relações podem ser fragmentadas por uma atitude não ética, ou seja, na 
intimidade as pessoas ficam à vontade e acabam invadindo o território do outro, em virtude da amizade. 
Esses comportamentos ocorrem de forma muito espontânea e inconsciente, pois a intimidade permite a 
invasão.
Para a prática atual dos negócios, é importante lembrar quemuitos executivos manifestam desprezo 
pela integridade nos negócios, enquanto aqueles que se preocupam com o comportamento ético são 
apontados como ingênuos e inocentes. 
Mas fica um questionamento: será que é possível manter um comportamento ético e manter o lucro? 
Parece que há uma contradição no pensamento ou não? É possível manter uma conduta ética e prospe-
rar nos negócios?
Bom, o Brasil é um país que tem se preocupado, há um bom tempo, com as questões éticas nos ambien-
tes coorporativos das organizações. Essa questão pode ser observada no ambiente das universidades de 
todo o país. Elas têm, em seus currículos, disciplinas que abordam a ética como uma forma de conduzir 
os futuros profissionais a conhecer e interagir com a realidade social e política das empresas.
10
É por meio de pesquisas e estudos de caso que demonstram a realidade no mundo, que necessita de 
muita ética e muito de ética. Isso tem repercutido muito e de um modo geral, mas, apesar dessa preocu-
pação, ainda encontramos muitas empresas desconectadas das questões éticas. Muitas delas tratam os 
seus funcionários como verdadeiros objetos de uso. São apenas como peças de uma engrenagem que, 
a qualquer momento, vão descartar: quando o funcionário não mais estiver disponível, será dispensado, 
ele não é mais interessante para a empresa.
Embora em outras empresas o ambiente coorporativo ainda careça muito de uma postura ética, elas 
manifestam preocupação com o que as pessoas pensam da empresa diante do meio social. Sendo as-
sim, elas manifestam preocupação com um trabalho de responsabilidade social, além do mais, isso traz 
vários ganhos, como a publicidade e a propagada da sua empresa, os negócios aparecem envolvidos, 
seus nomes, suas marcas, além da isenção de impostos, e outros tributos mais.
O CONTEXTO SOCIAL E AS REFLEXÕES ÉTICAS CONTEMPORÂNEAS DE ADOLFO VASQUEZ 
Caro(a) aluno(a), a moral, conforme o pensamento de Vasquez, é “um sistema de normas e princípios 
que, segundo o qual, são regulamentadas as relações mútuas entre os indivíduos e a comunidade.” A 
esses indivíduos, a ética aplicada será um modo de ser baseado nessa relação: essa ética possui, es-
sencialmente, um caráter histórico social. É como se as pessoas de que dela dependem apreendessem 
um comportamento moral que resulta de uma concordância com as normas estabelecidas, pois elas são 
conscientes e livres.
Diante do que foi abordado, do que se entende por valores morais, sobre ética, responsabilidade social, 
juízos morais, bem como a ética profissional e, consequentemente, a ética empresarial, podemos afirmar 
que chegamos à seguinte conclusão: a ética é essencial para manter os grupos humanos em harmonia 
na sociedade. Então, a partir de agora, fica o entendimento de que a ética é a reflexão prática dos indiví-
duos perante o grupo ou a coletividade em que se encontram inseridos. 
 Palavras do Professor
Caro(a) aluno(a), chegamos ao fim de nossa Terceira Unidade.
Espero que tenha gostado pois,todo conteúdo sera aproveitado em sua caminhada acadêmica e em 
breve estaremos na quarta e última Unidade.
Peço que qualquer dúvida procure o seu tutor para esclarecer o que for preciso.
Então é isso, até breve !
 
11
 
 Referências Bibliográficas
CESCON, Everaldo; NODARI, Paulo César. Temas de Filosofia da Educação. EDU- CS, Caxias do Sul, RS, 
2009.
CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia, editora Atlas, São Paulo, 2000.
GHIRALDELLI, Paulo Jr. Introdução à Filosofia, textos básicos de Filosofia e Ciências Humanas. Paulo 
Ghiraldelli Jr. Manole, Barueri, SP, 2003.
MATTAR, João; ANTUNES, Maria Thereza. São Paulo: Person Education do Brasil, 2012.
VASCONCELOS, José Antônio. Fundamentos de Filosóficos da Educação. Manole, Barueri, SP, 2003.
Links:
http://bahiapsicosocial.com.ar/biblioteca/Convite%20%20Filosofia%20-%20Marilena%20Chaui.pdf
http://problemasfilosoficos.blogspot.com.br/2010/06/liberdade-e-responsabilidade-moral.html 
http://sereduc.com/wOoMTx
http://www.significados.com.br/responsabilidade-social/