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Sistematização da assistência a enfermagem na pessoa com Úlcera de Hanseníase Docente: Patrícia Andrade Discentes: Caroline Freitas; Mariana Borges; Naiana Rose; Stefani Rocha; Tiago Cruz. SC 2 - 3003 CONCEITO A hanseníase é uma doença de evolução crônica, causada pelo M. leprae, um bacilo álcool ácido resistente, que possui tropismo por nervos periféricos mistos. Sua transmissão ocorre através do contato direto com pacientes bacilíferos, principalmente por vias aéreas superiores. (GUZZO, 2007) A perda de sensibilidade tem papel importante no aparecimento e na evolução de lesões como fissuras, úlceras, infecções. (Brasil. M.S. 2008) CONCEITO As úlceras plantares em pacientes com hanseníase não ocorrem exatamente por causa da doença, mas sim devido aos efeitos neuropáticos sobre os pés. Isto aumenta o risco de trauma para os pés dos pacientes, levando ao desenvolvimento de úlceras crônicas de dificil cicatrização, principalmente se não aliviar a pressão, causada pela pisada, sobre a úlcera. (COSTA, 2011) Fonte: Feridas Complexas CARACTERÍSTICAS Mal perfurante plantar Borda circular Geralmente desenvolve em áreas de alta pressão plantar Área da úlcera é quente e rosada Pode ser superficial ou profunda Pode ser infectada ou não Associadas às calosidades (Brasil. M.S. 2002) Fonte: Dr Fabio Batista COMPLICAÇÕES As lesões devem ser abordadas e devidamente prevenidas, pois constituem porta de entrada para infecções que podem se agravar e conduzir o paciente a complicações graves e até mesmo à amputação ou osteomielite. (GUZZO, 2007) A hanseníase interfere no processo de cicatrização. Quando o bacilo M. leprae ataca as fibras do sistema nervoso periférico, levando a alterações sensitivas, motoras e autônomas, dificultando a autoproteção do paciente e causado incapacidades físicas, comumente encontradas na face, nas mãos e nos pés (Brasil. M.S. 2002) OBJETIVO DO TRABALHO Tem por objetivo identificar, descrever e estabelecer a Sistematização da Assistência a Enfermagem na pessoa com úlcera de hanseníase. CASO CLÍNICO A.S.V, sexo feminino, 60 anos, cor branca, cursou até 3ª série, casada, deu entrada na UPA se queixando de uma úlcera plantar no pé esquerdo que possui há 5 anos. Apresentando necrose, sendo profunda e indolor. Relatou que os tratamentos anteriores foram com colágeno, neomicina e refocila “remédio do mato”. Informou que inicialmente possuía apenas manchas na pele que utilizava remédios caseiros e não obteve resultados. Após insistência do seu marido, procurou atendimento na UBS, onde foi diagnosticada com Hanseníase. Realizou o tratamento para hanseníase via oral, pela poliquimioterapia (PQT), mas não finalizou. A paciente apresenta descontentamento com a permanência da úlcera, e com isso insegurança com a cicatrização. No exame físico geral apresenta-se consciente, orientada em tempo e espaço, eupneica, comunicativa e hidratada. TRATAMENTO PROPOSTO Desbridamento. Preenchimento de cavidade com alginato de cálcio. Cobertura secundária com placa de hidrocolóide com trocas a cada 3 dias. Adaptação de sapatos pelo ortesista e uso de muletas. Após ferida tornar-se superficial utilizou-se apenas o hidrocolóide. TIPOS DE COBERTURAS PARA O TRATAMENTO ALGINATO DE CÁLCIO Fonte: Curatec ALGINATO DE CÁLCIO Mecanismo de ação O sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio presente no curativo de alginato, auxiliando no desbridamento autolítico. Resultando na formação de um gel que mantém o meio úmido para a cicatrização. (FRANCO, 2008; GONÇALVES, 2008). Modo de Usar Remover exsudato e o tecido desvitalizado. Modelar o alginato no interior da ferida. Não deixar que a fibra de alginato ultrapasse a borda da ferida. (FRANCO, 2008; GONÇALVES, 2008). TIPOS DE COBERTURAS PARA O TRATAMENTO HIDROCOLÓIDE Fonte: Infomecum HIDROCOLÓIDES Mecanismo de ação Estimula angiogênese e o desbridamento autolítico. Acelera o processo de granulação tecidual. (FRANCO, 2008; GONÇALVES, 2008). Modo de Usar Lavar a ferida Escolher o hidrocolóide, com diâmetro que ultrapasse a borda da ferida pelo menos 3 cm. (FRANCO, 2008; GONÇALVES, 2008). Figura 1: Inicio do tratamento Figura 2: Alginato de cálcio Figura 3: Alginato de cálcio + Hidrocolóide Figura 4: Cicatrizado em 80 dias Fonte: Feridas Complexas DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM Integridade tissular prejudicada relacionada a fator mecânico, alteração na sensibilidade e mobilidade prejudicada caracterizado por tecido lesado. (NANDA 2015-2017) Risco de infecção, relacionado à enfermidade crônica, alteração na integridade da pele. (NANDA 2015-2017) Risco de baixa autoestima situacional, relacionado à alteração na imagem corporal. (NANDA 2015-2017) Comportamento de saúde propenso a risco relacionado a atitude negativa em relação aos cuidados de saúde caracterizado por falha em agir de forma a prevenir problemas de saúde e não aceitação da mudança no estado de saúde. (NANDA 2012 -2014) PLANEJAMENTO 1) Terá a integridade tissular melhorada. 2) Não deverá apresentar uma infecção. 3) Terá melhorara do bem-estar e equilíbrio do humor. 4) Terá o comportamento de saúde melhorado. IMPLEMENTAÇÃO DE ENFERMAGEM-PRESCRIÇÃO 1) Realizar curativo com a cobertura adequada. 2) Monitorar sinais e sintomas de infecção e manter a higiene. 3) Incentivar a interação e conversas com as pessoas. 4) Orientar o paciente a aderir ao tratamento correto. CONSIDERAÇÕES FINAIS Diante do exposto, com o estudo para a concretização desse trabalho, concluímos que a sistematização da assistência de enfermagem (SAE) é benéfica para a realização de um acompanhamento ao paciente, dispondo de um bom prognóstico e também auxilio no tratamento interdisciplinar e consequentemente, na qualidade da assistência ao paciente com úlcera de hanseníase. Além disso, é preciso salientar a importância do envolvimento do paciente e dos membros da equipe de saúde. Devemos sempre estabelecer metas de melhorias, oferecendo ao paciente os cuidados de enfermagem e iniciar ações efetivas de prevenção e tratamento, evitando assim as complicações. Fonte: Manual de Condutas para tratamento de úlcera em hanseníase e diabetes. REFERÊNCIAS Brasil. M.S. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Vigilância Epidemiológica. Manual de condutas para tratamento de úlceras em hanseníase 2. ed. 2008. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_condutas_ulcera_hanseniase.pdf COSTA, Idevânia. Blog de feridas complexas. Disponível em: http://www.feridascomplexas.com.br/p/ulcera-plantar-de-hanseniasecasos.html FRANCO, Diego. Feridas Cutâneas: A melhor escolha do curativo adequado. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/rcbc/v35n3/a13v35n3.pdf Brasil. M.S. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Manual de condutas para úlceras neurotróficas e traumáticas, 2002. http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_feridas_final.pdf GUZZO, Fernanda. Úlceras cutâneas na hanseníase: perfil clínico-epidemiológico dos pacientes http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0365-05962007000500006
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