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Resumo de Civil I

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Código civil de 2002
Princípios e Clausula Gerais
Três Princípios ou Cláusulas Gerais a serem obedecidos:
Socialidade: Por mais que o direito civil tenha a autonomia da vontade como principal marca de uma relação privada, os contratos e o exercício de um direito individual devem ser realizados de acordo com o interesse público, que poderá justificar a restrição ou até mesmo a perda de um direito.
 Os artigos 187 e 421 do CC servem de exemplos da aplicação da socialidade. 
Eticidade: Ao exercer um direito ou contratar, a pessoa deve se comportar atento ao que sociedade ou a outra parte espera dele, agindo assim de boa fé, de forma honesta. A falta de boa fé, ora provoca a invalidade de uma clausula e o não cumprimento de um contrato, como acontece no art. 769 e ora confere ha aquele que agiu de boa fé especial proteção como se vê no art. 1.255 do CC.
Operabilidade: Trata-se de uma técnica legislativa onde o legislador faz uso de normas e conceitos genéricos, indeterminados ou vagos, como o art. 927 parágrafo único, boa fé e função social dentre outros, com o objetivo de conferir a norma uma maior longevidade. O magistrado e os demais operadores do direito poderão trazer para o campo de incidência da norma qualquer situação que se aplique a esses valores imprecisos. Se a norma tem grande grau de detalhamento, trazendo em seu texto todas as hipóteses que comportam a sua incidência, ao surgir uma nova situação, não prevista naquela lei, a norma deverá ser modificada para contempla-la.
Toda vez que precisar usar um princípio para dar solução a um caso concreto, estaremos diante de uma Clausula Geral. 
NASCIMENTO
Art. 1o Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
Art. 2o A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
Nascer com vida significa respirar sem o auxilio materno.
Exame de Galeno: Quando há duvidas sobre a criança ter respirado ou não sem o auxilio materno, realiza-se esse exame, em que se submerge o pulmão do bebê, se ele soltar bolha significa que a criança respirou sem o auxilio materno e depois morreu, se não soltar bolha conclui-se que a criança nasceu morta.
Nascituro: O nascituro é aquele ser em desenvolvimento no ventre materno desde a concepção ate o momento que vier a respirar sozinho. A respeito da aquisição da personalidade pelo nascituro, três teorias defendem pontos de vista diversos. Art.2º
Teoria natalista: Para a Teoria Natalista, este só adquire personalidade com nascimento com vida.
Teoria condicionalista: 
- Quanto ao Direito da personalidade:
Entende que quanto aos direitos da personalidade o nascituro os adquire de imediato tal como o direito a vida, a integridade física etc. 
- Quanto ao Direito patrimonial
No que diz respeito aos direitos de ordem patrimonial a aquisição da personalidade fica condicionada ao nascimento com vida, evento futuro e incerto que pode não se concretizar, assim, na forma do art. 542 e no que diz respeito a possibilidade de fazer testamento em favor do nascituro, tais negócios só produziram efeitos se o nascituro vier a nascer.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal.
Teoria concepicionista: Sustenta a ideia de que a aquisição da personalidade se da desde a concepção. Se o nascituro tem a seu favor na constituição e código civil inúmeros direitos a ele assegurados, considerando que em nosso ordenamento apenas pessoas (natural ou jurídica) podem ser titulares de direito deve ser assegurado ao nascituro personalidade.
Natimorto (Lei 6015/73 art. 53 caput, art. 53, parágrafo 1º): Quando a criança nasce morta ou morre na ocasião do parto, sem ter respirado. Será feito o assento do óbito no cartório de RCPN. 
No caso de a criança ter nascido, respirado e depois morrido, será feito o assento de nascimento e o de óbito no cartório de RCPN
PERSONALIDADE
Com o nascimento com vida a criança adquire automaticamente personalidade que é a capacidade de direito ou de gozo, a possibilidade que todo individuo possui de ser titular de direitos e obrigações, sendo ela atributo da pessoa natural. Mesmo essa capacidade sendo adquirida com o nascimento com vida, deve-se fazer o registro do nascimento no cartório do RCPN. Esse registro possui eficácia declaratória, se limitando a reconhecer à aquisição de uma personalidade já consumada, atribuindo a mesma eficácia ERGA OMNES, que significa que a partir do registro, toda a coletividade tem o dever de respeitar a aquisição dessa personalidade, assim como o titular pode exigir que todos respeitem essa aquisição.
CAPACIDADE DE FATO OU DE EXERCÍCIO.
A capacidade de direito é inerente ao ser humano, é a possibilidade que toda pessoa tem de ser sujeito de Direito, isto é, figurar em uma relação jurídica. Em dado momento essa capacidade acaba se aliando a capacidade de fato ou de exercício, conduzindo à capacidade civil plena significa a possibilidade que o individuo tem de sozinho, sem auxilio de terceiros, exercer pessoalmente os direitos e obrigações de que é titular. No Brasil é obtida como regra, pela maioridade, e excepcional através da emancipação. A capacidade de fato não é inerente a todo individuo, pois todos que possuem dezoito anos têm presunção relativa de capacidade civil plena, admitindo-se prova em contrário, isso significa que nem todos os indivíduos com mais de 18 anos possuem capacidade civil plena, pois podem ter algum tipo de distúrbio.
Presunção absoluta é aquela que não admite prova em contrário.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
EMANCIPAÇÃO: 
A emancipação vem a ser a aquisição antecipada da capacidade civil plena. O código no artigo 5, parágrafo único, prevê três modalidades de emancipação: Voluntária, Judicial e legal.
Art. 5o A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.	
Parágrafo único. Cessará, para os menores, a incapacidade:
I - pela concessão dos pais, ou de um deles na falta do outro, mediante instrumento público, independentemente de homologação judicial, ou por sentença do juiz, ouvido o tutor, se o menor tiver dezesseis anos completos;
Emancipação Voluntária: Os pais fazendo valer o seu poder familiar, deliberam, com a participação do filho com 16 anos completos, se esse último possui discernimento suficiente para a prática dos atos da vida civil sozinho. Os três manifestam sua vontade em escritura pública que é levada à registro junto ao RCPN adquirindo eficácia ERGA OMNES.
Emancipação Judicial: Só é permitida aos 16 anos completos, acontece quando os pais divergem sobre a emancipação, ou quando o menor está sob o regime de tutela, que ocorre quando ambos os pais são mortos ou quando apesar de vivos perderam por sentença o poder familiar.
 O tutor não pode emancipar voluntariamente, considerando que o juiz deve verificar se realmente o menor tem discernimento ou se o tutor não pretende pela emancipação se livrar de seu encargo. A emancipação judicial tem caráter constitutivo, é dada por sentença e deve ser levada à registro junto ao RCPN adquirindo eficácia ERGA OMNES..
Emancipação Legal: A emancipação legal acontece nas 4 hipóteses dos incisos 2 ao 5 do artigo 5º. 
II - pelo casamento;
III - pelo exercício de emprego público efetivo;
IV - pela colação de grau em curso de ensino superior;
V - pelo estabelecimento civil ou comercial, ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com dezesseis anos completos tenha economia própria.
O casamento é a hipótese mais usual, no Brasil o matrimônio é admitido aos 16 anos completos, bastando para tanto o consentimento dos pais. 
A norma prevê uma única hipótese onde antes de 16 anos é possível o casamento e isso acontece quando a menor esta grávida. Nesse caso como a menor não possui idade núbio seránecessária à intervenção judicial permitindo o juiz o casamento. A emancipação validamente celebrada é irrevogável, irretratável de forma que não mais subsistindo a circunstancia que levou a emancipação, o individuo não recupera a incapacidade.
 A única exceção acontecerá quando a emancipação for fraudulenta, ou seja, os pais sabendo da falta de discernimento do filho, ainda assim o emancipa, procurando evitar problemas futuros como ações de responsabilidade civil contra eles.
REPRESENTAÇÃO/ASSISTÊNCIA
Antes que o individuo adquira capacidade de fato ele já possui a capacidade de direito e como não pode exercer sozinho os direitos e obrigações que é titular, a norma cria dois mecanismos, se valendo de terceiros, para que possa exercer esses direitos, a representação e a assistência. Ambos são idealizados como objetivo principal de proteger o incapaz e em segundo momento o seu patrimônio.
 
Absolutamente incapaz é representado 
Art. 3o São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil: 
São representados pelos pais ou tutores:    
I - os menores de dezesseis anos 
São representados pelos curadores:
II - os que, por enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para a prática desses atos;    . 
III - os que, mesmo por causa transitória, não puderem exprimir sua vontade.
Representação: Na representação o representado não tem a oportunidade de manifestar a sua vontade que é substituída pela do representante, que pratica um ato ou negócio que repercute diretamente sobre a esfera jurídica do absolutamente incapaz. 
 A curatela terá cabimento quando se pretender através da ação de interdição, retirar a capacidade civil plena daquele que ate então presumia possuí-la.
A ação de interdição pode ser proposta por qualquer familiar, tutor, ou Ministério Público, e o magistrado, caso se convença dessa incapacidade que pode ser absoluta ou relativa, decretará a interdição, nomeando nesse momento a pessoa de um curador, normalmente o cônjuge que tem todo interesse na conservação do patrimônio que lhe é comum. 
A sentença de interdição deverá ser levada a registro junto ao RCPN para que adquira eficácia Erga Omnes. A partir desse momento todos os atos praticados pelo incapaz sem a representação serão considerados nulos.
Antes da sentença de interdição os atos praticados por aquele individuo são validos, pela impossibilidade da outra parte ter conhecimento de sua incapacidade. São exceções quando a incapacidade é visível, notória ou conhecida pela outra parte, que age de má fé. Nessas hipóteses o negócio jurídico poderá ser desconstituído. 
 
Relativamente incapaz: Assistência
A assistência é conferida aos relativamente incapazes, que como regra, se não estão assistidos, praticam negócios jurídicos anuláveis. Na assistência, o ato ou negócio jurídico exigirá a manifestação conjunta de vontade do assistente e do assistido, para que se concretize validamente. 
Art. 4o São incapazes, relativamente a certos atos, ou à maneira de os exercer:  
I - os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II - os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido;   
III - os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo;   
IV - os pródigos.
I - Os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos: A regra a seu respeito é a assistência, que é dada pelos pais e, na falta deles pelos tutores. Porém, como esses incapazes já possuem discernimento só que reduzido, à norma permite em situações expressamente nela prevista, que o menor pratique alguns atos da vida civil sozinho como os artigos 1.860 parágrafo único, artigo 666, 180 dentre outros.
Art. 666. O maior de dezesseis e menor de dezoito anos não emancipado pode ser mandatário, mas o mandante não tem ação contra ele senão de conformidade com as regras gerais, aplicáveis às obrigações contraídas por menores.
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior.
Art. 1.860. Além dos incapazes, não podem testar os que, no ato de fazê-lo, não tiverem pleno discernimento.
Parágrafo único. Podem testar os maiores de dezesseis anos
II - Os ébrios habituais, os viciados em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido: Não são necessariamente, relativamente incapazes. É possível no processo de interdição chegar-se a conclusão que o individuo por conta de sua dependência é absolutamente incapaz.
III - Os excepcionais, sem desenvolvimento mental completo:   Excepcionalmente, será possível a interdição antes dos 18 anos do incapaz, quando ficar caracterizado que ele jamais poderá obter capacidade civil plena. 
VI - O pródigo: é tratado pela norma como relativamente incapaz e por consequência é interditado e terá nomeação de um curador. O curador do prodigo não lhe assistirá em todos os atos da vida civil, apenas naqueles que tenham reflexo direto, imediato sobre o seu patrimônio, já que a prodigalidade está presente quando o individuo não tem qualquer controle financeiro sobre o seu patrimônio. Assim, para comprar ou vender um bem, o pródigo precisará do seu curador. Porém se pretender reconhecer uma criança como sua filha ou se pretende se casar não precisará estar assistido, podendo assim praticar esse atos sozinhos. 
	Art. 1.782. A interdição do pródigo só o privará de, sem curador, emprestar, transigir, dar quitação, alienar, hipotecar, demandar ou ser demandado, e praticar, em geral, os atos que não sejam de mera administração
A interdição por incapacidade absoluta ou relativa pode ser revertida, dependendo do caso concreto, procedendo-se a baixa daquela interdição junto ao RCPN. 
(IN) CAPACIDADE É DIFERENTE DE LEGITIMAÇÃO (LEGITIMIDADE).
A capacidade civil plena habilita o individuo a prática dos atos da vida civil em geral. Porém para a prática de determinados atos ou negócios jurídicos o legislador exigirá um plus a essa capacidade, uma aptidão específica que, hora poderá ser obtida bastando que se cumpra um requisito específico, e hora o legislador não legitima o individuo, em virtude da posição que ele ocupa em relação a determinado grupo, pessoa, bens ou patrimônio. 
A legitimação quando puder ser alcançada como na hipótese do art. 496 exigirá que se cumpra requisito específico. 
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.
Já na hipótese do art. 497, inciso I o legislador proíbe terminantemente aquele ato faltando ao tutor legitimidade.
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
FIM DA PERSONALIDADE
Fim da personalidade: 
O fim da personalidade acontece com o óbito, momento em que o individuo transfere a titularidade dos seus direitos e obrigações aos seus herdeiros. 
Apesar da imediata perda da personalidade, o falecimento precisará ser levado a registro junto ao RCPN para que adquira eficácia erga omnes, possibilitando aos familiares dentre outras providências receber seguros de vida, abrir inventário etc. O registro do óbito possui eficácia declaratória e só será realizado pelo cartório do RCPN na situação do art. 77 da Lei de Registros Públicos onde estamos diante da morte real pela presença do corpo. 
Art. 77 - Nenhum sepultamento será feito sem certidão, do oficial de registro do lugar do falecimento, extraída após a lavratura do assento de óbito, em vista do atestado de médico, se houver no lugar, ou em caso contrário, de duas pessoas qualificadas que tiverem presenciado ou verificado a morte.
MORTE PRESUMIDA
Em algumas hipóteses pela ausência do corpo físico a situação concreta revela a chamada morte presumidaque poderá ser de duas espécies:
Morte Presumida sem declaração de ausência: Onde a situação revela que o indivíduo está seguramente morto, porém não é possível comprovar a morte pela ausência do corpo físico. Os familiares, com fundamento no art. 88 da Lei de Registros Públicos deverão ajuizar ação de justificação de óbito e o juiz convencido por testemunhas ou por prova documental do falecimento, determinará ao oficial do RCPN que registre aquele óbito.
 O art. 7º trata de algumas hipóteses, porém é possível imaginar outras situações onde o indivíduo esteja seguramente morto. Acidentes aéreos, bem como a catástrofe de 2011 ilustram essa espécie de morte presumida. 
Art. 7o Pode ser declarada a morte presumida, sem decretação de ausência:
I - se for extremamente provável a morte de quem estava em perigo de vida;
II - se alguém, desaparecido em campanha ou feito prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o término da guerra.
Parágrafo único. A declaração da morte presumida, nesses casos, somente poderá ser requerida depois de esgotadas as buscas e averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento.
Art. 88. Poderão os Juízes togados admitir justificação para o assento de óbito de pessoas desaparecidas em naufrágio, inundação, incêndio, terremoto ou qualquer outra catástrofe, quando estiver provada a sua presença no local do desastre e não for possível encontrar-se o cadáver para exame. 
        Parágrafo único. Será também admitida a justificação no caso de desaparecimento em campanha, provados a impossibilidade de ter sido feito o registro nos termos do artigo 85 e os fatos que convençam da ocorrência do óbito. 
Comoriência: Esta prevista no art. 8º e para que se configure, precisa da presença de dois requisitos cumulativos gerando uma única consequência. Inicialmente os envolvidos devem ter falecido em função do mesmo evento e não ser possível constatar quem faleceu em primeiro lugar. 
Presentes esses requisitos a consequência é de que não há entre os comoriêntes a transmissão de direitos sucessórios recíprocos, de forma que, cada um será tratado na sucessão do outro como se não existisse. Assim, se João e Maria são casados e sem filhos, possuindo apenas cada cônjuge sua respectiva mãe, caracterizada a comoriência, o que é de João é passado a sua mãe como se Maria não existisse, e o mesmo raciocínio se aplica a sucessão de Maria. 
Art. 8o Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros, presumir-se-ão simultaneamente mortos.
Morte Presumida com declaração de ausência:
A morte presumida pode ser antecedida da declaração de ausência nas hipóteses em que é possível afirmar com certeza o desaparecimento, porém o óbito é uma possibilidade, como acontece com a pessoa que sai para trabalhar e jamais volta, na hipótese do retirante nordestino etc.
Para que se cheque a morte presumida através da ausência, será necessário passar por duas etapas e possivelmente por uma terceira.
 
1ª etapa - Declaração de ausência: Constatado o desaparecimento, e se a pessoa desaparecida não tiver deixado pessoa encarregada da administração de seu patrimônio, a família deverá ajuizar ação de declaração de ausência, tendo por objetivo a proteção do patrimônio daquele que sumiu. A sentença de ausência deverá levada a registro junto ao RCPN, para produzir eficácia erga omnes. 
O ausente não é incapaz, pois possui capacidade civil plena, porém simplesmente não se encontra em seu domicílio, exercendo os atos da vida civil onde se encontra. 
O curador do ausente apenas exerce atos de conservação ao patrimônio.
2ª etapa – Sucessão Provisória: Caso o ausente tenha deixado procurador com poderes para administrar o patrimônio, a família deverá aguardar três anos, momento que presume a norma, que a procuração deixará de produzir efeitos. Se não deixou procurador, 1 ano depois da declaração de ausência, preferencialmente o cônjuge, ajuizará o pedido de sucessão provisória, cumulado com declaração de ausência, que tem como um dos efeitos principais a imissão dos herdeiros na posse.
 
A entrega dos bens do ausente para uso dos herdeiros será feita sem qualquer prestação quando o herdeiro for o cônjuge, companheiro, descendente ou ascendente do desaparecido. Caso o sumido só possua irmãos, sobrinhos, tios e primos nessa ordem estes para receberem a posse, precisarão prestar caução, ou seja, oferecerem garantia, bens ou valores de sua propriedade, que serão usados para a recomposição do patrimônio do ausente, caso o herdeiro proceda de forma dolosa ou culposa em relação à coisa. Se não puder prestar caução, não terá direito a posse dos bens, que permanecerão sob os cuidados do curador. 
Percepção dos frutos: Na sucessão provisória os herdeiros também terão direitos a receber os rendimentos que a coisa do ausente pode oferecer. Os irmãos, sobrinhos, tios e primos, deverão receber metade dos frutos, devendo depositar a outra metade em conta judicial. Se o ausente vier a aparecer e, justificar o seu sumiço, terá direito a levantar a verba depositada. Do contrário, perderá também as quantias depositadas. Os demais herdeiros percebem os frutos em sua totalidade, sem qualquer depósito a ser feito.
 Alienação de bens móveis/imóveis: Na sucessão provisória será também possível à alienação onerosa dos bens móveis e imóveis do ausente, sendo certo que, todo o valor apurado será depositado em conta judicial até a sucessão definitiva ou até que o ausente apareça. 
 
3ª etapa - Sucessão Definitiva: Dez anos depois da sucessão provisória o magistrado decretará a sucessão definitiva. Nesse momento reconhecerá que a pessoa está presumidamente morta, determinando ao oficial do RCPN que registre o óbito. A partir desse momento, os herdeiros tem total liberdade em relação ao patrimônio do desaparecido, que agora a eles pertencem. Assim podem livremente vender todos os bens que receberam. Porém, nos dez anos subsequentes a sucessão definitiva, se o ausente retornar, terá direito a recobrar de seus herdeiros os bens, os valores ao tempo do desaparecimento.
Exceção: 
A única exceção que dispensa aguardar dez anos da sucessão provisória é a hipótese prevista no art. 38 do código civil 
Art. 38. Pode-se requerer a sucessão definitiva, também, provando-se que o ausente conta oitenta anos de idade, e que de cinco datam as últimas notícias dele
Nada impede porém, que a família aguarde os cinco anos de desaparecimento, sem tomar qualquer providência para requerer a sucessão definitiva, sem passar pelas etapas anteriores.
		DOMICÍLIO:
O domicilio vem tratado no código civil, dos artigos 70 a 78 e é recorrentemente utilizado pelo legislador, tanto na parte geral, como na parte especial, como se extrai do artigo 1.785. A maior importância do domicílio é porém, de ordem processual, na medida em que a regra estabelecida pelo CPC é que a ação deva ser proposta no domicílio do réu. 
Domicilio Voluntário: Como regra a pessoa natural tem liberdade para fazer escolha do seu domicilio, sendo portanto voluntário e uma vez realizada a escolha, este se prestará a regular todas as relações jurídicas que o individuo é titular. Muito embora a escolha seja feita para durar por certo período, a pessoa natural pode transferi-lo, bastando que revele essa intenção. O domicílio é composto de um requisito objetivo e outro subjetivo.
Requisito objetivo (residência): O requisito objetivo esta relacionado ao local onde a pessoa natural exerce o centro de suas atividades trabalhistas, estudantis, de lazer etc. Esse requesito é chamado de Residência. É perfeitamente possível, que uma pessoa natural possua mais de uma residência, como aquele que possui casa de praia. 
Requisito subjetivo: O requisito subjetivo vem a ser a intenção de ali permanecer, o que se revela normalmente, por ser local onde está a família ou o endereço de correspondências por exemplo.
 
Domicilio Necessário (art. 78):
 Muito embora as pessoaspossam, em regra, fazer a escolha de seus domicílios, o artigo 76 do CC prevê algumas situações onde o domicílio geral é necessário, pela total impossibilidade de escolha, por determinação legal. O domicílio necessário é imposto, hora por uma questão funcional, e hora por que a pessoa não tem condições de optar por seu domicílio.
 
Art. 76. Têm domicílio necessário o incapaz, o servidor público, o militar, o marítimo e o preso.
Parágrafo único. O domicílio do incapaz é o do seu representante ou assistente; o do servidor público, o lugar em que exercer permanentemente suas funções; o do militar, onde servir, e, sendo da Marinha ou da Aeronáutica, a sede do comando a que se encontrar imediatamente subordinado; o do marítimo, onde o navio estiver matriculado; e o do preso, o lugar em que cumprir a sentença.
Domicilio de Eleição (clausula de eleição de foro):
Tanto aquele que possui domicílio voluntário quanto aquele que possui o necessário poderão se valer do domicilio de eleição que, na forma do artigo 78, se presta a regular uma relação jurídica especifica e afasta para um ou ambos os contratantes o seu domicílio geral. Trata-se de cláusula, entendida nos seguintes termos “As partes elegem a comarca de Nova Friburgo para decidir as questões provenientes desse contrato”
Art. 78. Nos contratos escritos, poderão os contratantes especificar domicílio onde se exercitem e cumpram os direitos e obrigações deles resultantes.
 
Nulidade da cláusula de eleição de foro
A cláusula de eleição de foro deve ser reputada como inválida, se o contrato que a consagrou é de adesão (contrato em que, uma das partes elaborou todas as cláusulas e a outra, simplesmente anuiu), se a relação é de consumo e a escolha do domicilio colocar o consumidor em dificuldade ou inviabilizar o seu acesso à justiça, será a disposição dada como nula, valendo o domicilio geral do consumidor, voluntário ou necessário.
Aqueles indivíduos que se quer possuem residência como o nômade, mendigo, circense, terão como domicílio, o local onde forem encontrados, na forma do artigo 73. 
Art. 73. Ter-se-á por domicílio da pessoa natural, que não tenha residência habitual, o lugar onde for encontrada.
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
O domicilio profissional pode não coincidir com o domicilio voluntário. Assim se a pessoa tem domicilio em Nova Friburgo, porém, também exerce seu trabalho como veterinário, no Rio de Janeiro e, naquela localidade vem a ter um cliente que deseja processá-lo civilmente, diz à norma que não será preciso vir ao seu domicilio geral, podendo ajuizar a ação no Rio de Janeiro, considerando que a profissão era la desenvolvida, ficando Nova Friburgo como seu domicilio, para todas as demais relações jurídicas. 
Art. 72. É também domicílio da pessoa natural, quanto às relações concernentes à profissão, o lugar onde esta é exercida.
Parágrafo único. Se a pessoa exercitar profissão em lugares diversos, cada um deles constituirá domicílio para as relações que lhe corresponderem.
Aquele individuo que divide igualmente, o seu tempo entre duas residências, sem criar vinculo maior de estabilidade em relação a nenhuma delas, poderá ter qualquer dos lugares como seu domicilio. 
Art. 71. Se, porém, a pessoa natural tiver diversas residências, onde, alternadamente, viva, considerar-se-á domicílio seu qualquer delas.
Art. 75. Quanto às pessoas jurídicas, o domicílio é:
§ 1o Tendo a pessoa jurídica diversos estabelecimentos em lugares diferentes, cada um deles será considerado domicílio para os atos nele praticados.
Pessoa Jurídica
No direito brasileiro, temos pessoa jurídica de direito público e Pessoa jurídica de Direito privado.
Pessoa jurídica de direito público:
 Direito público externo:
 art. 42: São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
 Direito público interno: É criada e extinta por lei,
 art. 41: São pessoas jurídicas de direito público interno:
 I- a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; 
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, às pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
Pessoa jurídica de direito Privado (Ato constitutivo somado ao registro)
Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; 
V - os partidos políticos. 
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. 
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
Muito embora a pessoa jurídica de direito público interno seja criada e extinta por lei, a pessoa jurídica de direito privado exige para sua criação a presença de dois requisitos que se complementam: o ato constitutivo e o registro. O primeiro vem a ser o documento que formaliza a existência daquela Pessoa Jurídica possuindo assim em seu texto tudo o que é relevante para o desenvolvimento da Pessoa Jurídica tais como sede, objetivo, patrimônio, forma de administração. O nome que se da a esse documento varia de acordo coma espécie de Pessoa Jurídica. O registro do ato constitutivo também é realizado em órgão que varia dependendo da espécie de Pessoa Jurídica como junta comercial e RCPJ. Diferentemente do que ocorre com a pessoa natural onde o registro de nascimento tem eficácia declaratória, o registro do ato constitutivo possui eficácia constitutiva já que é ele que cria, investe na Pessoa Jurídica, na aquisição de sua personalidade e por consequência da capacidade de direito. 
REGISTRO DO ATO CONSTITUTIVO
A grande vantagem em realizar o Registro do ato constitutivo junto ao órgão competente é de que com a aquisição da personalidade o patrimônio da PJ não se confundirá como de seus membros, ou seja, se o credor que contratou com aquela PJ não conseguir receber da pessoa jurídica não poderá em regra alcançar o patrimônio pessoal dos sócios e demais membros da PJ para que respondam por aquelas dividas, protegendo assim a pessoa dos membros.
Nas sociedades de fato onde os sócios atuam na total informalidade não dispondo se quer de ato constitutivo e nas sociedades irregulares onde o registro competente não revela o atual funcionamento da PJ que se encontra em mãos diversas das pessoas que constam na junta comercial caso a PJ não possua patrimônio para saldar suas dividas será possível acionar diretamente e pessoalmente o sócio que por ela contratou e não havendo patrimônio suficiente será possível alcançar o patrimônio pessoal dos demais sócios tudo porque não agiram em conformidade com a norma. Estes demais sócios responderão subsidiariamente já que tem direito de exigir que primeiro se cobre a sociedade e o sócio que por ela contratou
A pessoa jurídica de direito privado pode experimentar ser ré em ação penal na forma do artigo 225 parágrafo 3º CF e da mesma forma pode sofrer lesão aos direitos da personalidadeque titule na forma do artigo 52. Os direitos dessa espécie são inerentes a própria condição de ser humano podendo se afirmar que alguns como a vida, a integridade física só podem ser titulados pela pessoa natural. Porém é possível identificar alguns direitos dessa espécie aplicáveis a PJ como o nome e a honra objetiva. 
A honra é subjetiva e pode ser conceituada como aquilo que se pensa de si próprio, sua autoestima.
 
A honra objetiva é o conceito que se goza diante da coletividade, sua reputação. A PJ de direito privado experimenta lesão a essa última espécie de honra e por ela poderá requerer indenização por dano moral. 
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados
Art. 52. Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade.
Responsabilidade Civil da Pessoa Jurídica
A responsabilidade civil da pessoa jurídica de direito público interno vem regulada pelos artigos 37 parágrafo 6º CF, e 43 CC. Inicialmente a expressão “nessa qualidade” contida em ambas as leis significa que não é necessária à prova de que o fato se deu no efetivo desempenho de uma função pública, bastando à caracterização de que o cargo ou função pública influenciou diretamente na prática do ilícito civil, permitindo que ele ocorresse. A responsabilidade da PJ de direito público interno é objetiva, ou seja, para que a vitima tenha sucesso em seu pedido de indenização não precisará discutir dolo, que é a intenção do agente público em praticar aquele ato, nem mesmo culpa, que é quando ofuncionário age com negligencia, imprudência ou imperícia, bastando apenas à prova da ação estatal, do agente público. Prazo de 5 anos para ajuizar medida indenizatória
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§ 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
A vítima não tem a possibilidade de ajuizar ação indenizatória em face do agente público por duas razões.
1º Porque a responsabilidade civil doagente é subjetiva, ou seja, sujeita a comprovação do dolo ou culpa. Depois porque entende-se que o artigo 37 parágrafo 6º da CF estabeleceu uma norma de proteção em favor do agente público proibindo que o mesmo seja acionado diretamente já que essa possibilidade comprometeria ainda mais a prestação do serviço público pelo receio do funcionário em ser acionado diretamente pelo desempenho de suas funções. Assim, a vítima ajuíza a ação em face da PJ e esta em momento posterior recobra o prejuízo do agente público desde que fique caracterizado a sua culpa ou dolo. A ação contra a Pessoa Jurídica deve ser proposta em 5 anos, sendo certo que a Constituição Federal estendeu a responsabilidade objetiva para a Pessoa Jurídica de Direito Privado, que preste serviço público, como as concessionárias tais como Energisa, rota etc . Ação regressiva: só terá cabimento em caso de dolo ou culpa.
Em se tratando de Pessoa Jurídica de Direito Privado que não preste serviço público a responsabilidade das mesmas é subjetiva diante da vítima, tal como a responsabilidade de seu membro diante da vítima. Como ambos respondem subjetivamente a ação poderá ser proposta contra ambos. 
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
III - o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele;
O artigo 47 CC consagra a ideia de que todo individuo ao contratar com uma Pessoa Jurídica de Direito Privado deve ter o cuidado de verificar se a pessoa que se apresenta como representante da Pessoa Jurídica tem poderes para celebrar aquele contrato em específico. Assim, se o terceiro age de forma descuidada não pode após, pretender imputar responsabilidade a Pessoa Jurídica. 
Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo
A doutrina e a jurisprudência já sedimentaram o entendimento de que é possível excepcionalmente responsabilizar a Pessoa Jurídica naquelas situações em que fique evidenciada a legitima expectativa, de que aquele individuo pudesse contratar pela Pessoa Jurídica e ainda da prova de que a Pessoa Jurídica sabia dessa atuação, e se omitiu, no sentido de evitar que aquele individuo continuasse a se comportar daquela forma. Presentes os dois requisitos aplica-se a chamada teoria da aparência, mesmo que o indivíduo não tivesse poderes para aquele contrato, responsabilizando a Pessoa Jurídica. 
09/09/15
Entes despersonalizados
Família
Condomínio
Massa Falida: Conjunto de direitos e deveres 
Espólio: Conjunto de direitos e deveres do falecido.
Herança Jacente/Vacante: Pessoa que falece sem deixar herdeiros ou parentes, ficando o seu patrimônio para o município onde se localiza os imóveis.
A Pessoa Jurídica de direito privado é constituída validamente com o objetivo de se relacionar com a coletividade, contraindo a todo momento direitos e obrigações.
 Os entes sem personalidade não possuem ato constitutivo e por consequência não possuem registro e são assim denominados por não terem um objetivo de se relacionar com o mundo exterior, de forma que são constituídos por um conjunto de pessoas ou um conjunto de bens, que procuram regulamentar interesses internos. 
A Família, o condomínio são exemplos típicos destes entes sendo certo quanto a este último que os condôminos procuram regular interesses internos em sua criação. Na massa falida estamos diante de uma pessoa jurídica que por conta da falência decretada perde a sua personalidade de forma que o conjunto de direitos e obrigações ficarão sob a administração de pessoa designada pelo juiz sendo certo que a perda da personalidade se deve ao fato de que aquela PJ não mais poder se relacionar com o mundo exterior. O espólio consiste no conjunto de direitos e obrigações do morto, do momento do óbito até a partilha dos bens. Por fim a Herança Jacente, posteriormente Vacante estará presente quando a pessoa falece sem deixar herdeiros conhecidos nem testamento, hipótese em que estes bens, no futuro, serão entregues ao município. 
Capacidade processual dos entes despersonalizados:
Muito embora estes entes sem personalidade não tenham por objetivo o de se relacionar com o mundo exterior possuem capacidade processual, ou seja, com a exceção da família, todos os demais poderão figurar como autor ou como réu em uma determinada ação. Assim, se um determinado bem do espólio é invadido o espolio de João da Silva representado por seu inventariante poderá ajuizar ação visando recuperar a coisa. As sociedades de fato e irregular são as únicas que pretendem travar relações jurídicas como mundo exterior o que fica impedido legitimamente pela própia conduta dos sócios que não legalizam aquela pessoa jurídica.
Art. 12. Serão representados em juízo, ativa e passivamente
III - a massa falida, pelo síndico;
IV - a herança jacente ou vacante, por seu curador;
V - o espólio, pelo inventarianteIX - o condomínio, pelo administrador ou pelo síndico
Fundações
Art 62 CC (foi alterado lei 13.151/15)
As fundações podem ser de Direito Público ou Privado. 
● Fundações de direito público: São criadas por lei, extintas da mesma forma, e são mantidas com verba pública. 
● As fundações de Direito Privado: São instituídas a partir do patrimônio de uma pessoa física ou jurídica, que delibera em destacar de seu patrimônio determinados bens e/ou quantias, suficientes à criação dessa nova pessoa jurídica, que não possui finalidade lucrativa. Muito embora a fundação possa ter funcionários e patrimônio, este último essencial para atingir suas finalidades, toda e qualquer verba percebida com a atividade fundacional deve ser revertida em favor da própria fundação. O instituidor da fundação não é seu dono, de forma que ao adquirir personalidade jurídica própria, será administrada da melhor forma para atender os seus interesses.        
O artigo 62 parágrafo único foi alterado pela lei 13.151/15 de forma que a nova redação da norma prevê uma série de atividades que podem levar a criação de uma fundação, todas elas sem finalidade lucrativa. Muito embora a nova norma tenha previsto uma série de atividades como possíveis de se criar uma fundação é possível que outras situações permitam a criação de uma fundação bastando à ausência de finalidade lucrativa.
Art. 62. Para criar uma fundação, o seu instituidor fará, por escritura pública ou testamento, dotação especial de bens livres, especificando o fim a que se destina, e declarando, se quiser, a maneira de administrá-la.
Parágrafo único. A fundação somente poderá constituir-se para fins de:        
I – assistência social;        
II – cultura, defesa e conservação do patrimônio histórico e artístico;       
III – educação;      
IV – saúde;       
V – segurança alimentar e nutricional;       
VI – defesa, preservação e conservação do meio ambiente e promoção do desenvolvimento sustentável;   
VII – pesquisa científica, desenvolvimento de tecnologias alternativas, modernização de sistemas de gestão, produção e divulgação de informações e conhecimentos técnicos e científicos;        
VIII – promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos humanos;        
IX – atividades religiosas; e      
Etapas para a criação de uma fundação:
Fase de Afetação = Separação
 
A primeira etapa rumo à criação de uma fundação é a chamada fase de afetação, onde a pessoa física ou jurídica, de maneira formal, por escritura pública ou testamento, declara qual patrimônio será usado para a criação daquela fundação e sua finalidade. Em se tratando de escritura pública, muito embora a Pessoa Jurídica não esteja ainda constituída, o instituidor poderá ser compelido, obrigado a realizar a transferência patrimonial através do Ministério Público Estadual. Caso o Ministério Público Estadual entenda que o patrimônio afetado, separado, não será suficiente para desenvolver aquela Pessoa Jurídica, o patrimônio não retorna ao instituidor, mais sim, será usado por outra Pessoa Jurídica fundacional com o objetivo idêntico ou semelhante.
 
Art. 63. Quando insuficientes para constituir a fundação, os bens a ela destinados serão, se de outro modo não dispuser o instituidor, incorporados em outra fundação que se proponha a fim igual ou semelhante.
Art. 64. Constituída a fundação por negócio jurídico entre vivos, o instituidor é obrigado a transferir-lhe a propriedade, ou outro direito real, sobre os bens dotados, e, se não o fizer, serão registrados, em nome dela, por mandado judicial.
Elaboração do Estatuto (Art. 65 CC)
Após a efetiva separação patrimonial espontaneamente ou compulsoriamente o instituidor poderá eleger alguém para elaborar o ato constitutivo da fundação que vem a ser o estatuto. 
Aprovado
O Ministério Público Estadual aprovará o estatuto e havendo divergência entre o instituidor e o MP quem decidirá é o magistrado.
Registro Junto ao RCPJ (Art. 114 da lei 6.015/73 Registro Públicos)
 Após a aprovação, o ato constitutivo será levado a registro junto ao RCPJ e, a fundação se encontrará devidamente regularizada. O MP Estadual exercerá o controle na criação, desenvolvimento e extinção da fundação para assegurar que ela não seja utilizada como uma forma de desviar verba, nem mesmo para que o instituidor dela se valha, como se fosse uma PJ a ele pertencente, quando na verdade, com registro passa a desenvolver com autonomia uma finalidade não lucrativa.
 (Art 67 CC – inciso 3º foi modificado) 
Art. 65. Aqueles a quem o instituidor cometer a aplicação do patrimônio, em tendo ciência do encargo, formularão logo, de acordo com as suas bases (art. 62), o estatuto da fundação projetada, submetendo-o, em seguida, à aprovação da autoridade competente, com recurso ao juiz.
Muito embora o registro do ato constitutivo dure por prazo razoável é natural com o decorrer dos anos que ele precise ser alterado, principalmente por se tratar de um patrimônio que oscilará, para mais ou para menos, justificando a modificação estatutária. Diferentemente do que acontece com a sociedade, onde basta a vontade dos sócios para que se modifique o ato constitutivo, a modificação do estatuto fundacional exigirá rigoroso controle na forma do artigo 67 do CC merecendo destaque seu inciso 3º modificado pela lei 13.151/15 que estabelece que o MP tem 45 dias para aprovar a modificação e caso fique omisso, ou seja, contrário, o judiciário resolverá. 
Art. 67. Para que se possa alterar o estatuto da fundação é mister que a reforma:
I - seja deliberada por dois terços dos competentes para gerir e representar a fundação;
II - não contrarie ou desvirtue o fim desta;
III – seja aprovada pelo órgão do Ministério Público no prazo máximo de 45 (quarenta e cinco) dias, findo o qual ou no caso de o Ministério Público a denegar, poderá o juiz supri-la, a requerimento do interessado.
(Art 69 CC) 
Na forma do artigo 69 a fundação pode ser extinta, quando criada a prazo e findo ele, quando a finalidade se tornar inútil, porque por exemplo, foi criada para ter a cura de uma doença e essa cura foi obtida, quando tiver sendo utilizada para fins ilícitos ou impossíveis de serem alcançados. Presente uma dessas causas qualquer administrador ou o Ministério Público promoverá judicialmente a extinção da fundação e o patrimônio ainda existente, depois de pagas as dividas, será entregue a fundação semelhante ou idêntica, podendo o estatuto prever outro destino, desde que não seja o retorno ao patrimônio do instituidor. Em qualquer hipótese será determinada a baixa do ato constitutivo junto ao RCPJ.
Corporações:
As corporações se caracterizam pela reunião de esforços com o objetivo pré estabelecido e podem ser de duas espécies: Associações e Sociedade.
Enquanto nas fundações o que permite alcançar um objetivo é um conjunto bens, um patrimônio, nas corporações o que permite alcançar o objetivo traçado é a conjugação dos esforços dos sócios e associados.
● Sociedade: Os sócios se reúnem buscando um lucro e possuem direitos e obrigações recíprocas.
● Associações: A finalidade é não econômica sendo o patrimônio associativo ate mesmo dispensado. Os associados não possuem qualquer vinculo entre si, o vinculo do associado é com o objetivo traçado no ato constitutivo.
(Estatuto registrado no RCPJ) (CF art. 5º, XVII ao XXI)
Associação classista (professores)
Associação de moradores de bairro
Clubes
 
 A diferença é que nas sociedades os sócios se reúnem buscando um lucro ao passo que nas associações a finalidade é não econômica sendo o patrimônio associativo ate mesmo dispensado. O artigo 5º incisos XVII à XXI da CF assegurou como garantia individual o direito de se associar e isso precisou vir de maneira expressa na carta magna (Constituição) já que anteriormente a vigência da constituição de 88 o Brasil vivia em ditadura onde o direito associativo era proibido. Assim todo e qualquer individuo pode se associar livremente. 
(CC53, parágrafo único)A Constituição Federal estipula que as pessoa são livres se associar e se desassociar a qualquer momento. Nas associações de bairro ou de uma localidade devidamente constituída a jurisprudência discute a possibilidade de compelir alguém que se beneficia comprovada e diretamente da atuação da associação em pagar as taxas mensais que os demais associados pagam. Alguns julgados entendem que a pessoa física ou jurídica poderá ser obrigada a realizar esse pagamento desde que fique comprovado que o individuo se beneficia daquela atuação tudo com o objetivo de evitar o enriquecimento sem causa por parte daquele individuo ou pessoa jurídica. Outros julgados com base na ideia da livre iniciativa em se associar interpretando o artigo 5º, inciso XX da constituição defendem a ideia de que ninguém poderá ser obrigado a contribuir com uma associação.
Os associados não possuem qualquer vinculo entre si como acontece na sociedade onde os sócios possuem direitos e obrigações recíprocas. Na associação o vinculo do associado é com o objetivo traçado no ato constitutivo.
Pertinência temática:
Art. 54 cc e 57
A constituição Federal prevê no artigo 5º inciso XXI a possibilidade da associação figurar como autora em determinado processo exigindo-se para tanto a chamada pertinência temática, ou seja, para que a associação possa propor uma ação é imprescindível que aquilo que se discute no processo esteja relacionado aos fins traçados no ato constitutivo. Uma associação classista, por exemplo, não pode pretender discutir o aumento da tarifa de energia elétrica. O ato constitutivo de uma associação é o estatuto que também é registrado junto ao RCPJ. A associação pode ser composta de pessoas físicas ou jurídicas. O artigo 54 traça todos os requisitos que o ato constitutivo deve conter devendo se observar que a exclusão do associado exige obrigatoriamente que o ato constitutivo preveja procedimento de exclusão do associado assegurando ao mesmo o direito de se defender administrativamente, diante da própria associação. Não lhe sendo dado o direito a ampla defesa ou mesmo que isso tenha acontecido junto a associação o associado excluído poderá se dirigir ao judiciário pretendendo ser reintegrado já que a sua exclusão só pode ter sido motivada por um ato que atente a finalidade associativa. Comprovado esse ato estará presente a justa causa a que se refere o artigo 57 do código civil.
O MP Estadual não interfere na criação, desenvolvimento e extinção de uma associação já que a mesma não é criada a partir de um patrimônio que se quer pode existir e a união de pessoas não justifica a participação do MP. 
 
16/09/15
A regra é que a qualidade de associados seja intransmissível, na medida em que para algumas associações, é necessário que o associado preencha uma qualidade especial, que os herdeiros não possuem, e ainda devido ao fato de que, o direito de se associar é uma garantia individual, não significando que os herdeiros tenham essa mesma intenção. É possível porém, que o estatuto preveja em contrário, tanto no que diz respeito a transmissão em virtude do óbito, como a realizada entre vivos. Muito embora o estatuto tenha liberdade para distribuir suas atribuições entre os órgãos da associação, duas atribuições pertencem com exclusividade as assembleias, que são o momento em que os associados podem se manifestar sobre os objetivos traçados no ato constitutivo. A norma prevista no artigo 59 do CC tem caráter imperativo, inderrogável pela vontade das partes, podendo apenas o estatuto deliberar quanto ao quorum.
A extinção de uma associação não passa em regra pelo crivo, analise do poder judiciário, bastando que se proceda a baixa do ato constitutivo junto ao RCPJ. É possível que o estatuto expressamente preveja a possibilidade dos associados receberem de volta o que contribuíram até aquele momento. O patrimônio faltante terá o destino que o estatuto traçar podendo se afirmar que em caso de omissão será destinado à uma associação pública na forma do artigo 61 do CC.
Caso 6 – A maneira é criar uma Associação, elaborando um estatuto e registrando-o no RCPJ, associação pois as pessoas reuniram os seus esforços buscando atingir um fim pré estabelecido (A formatura) sem fim de lucrativo.
 Classificação pessoa jurídica de direito privado, corporação pois estamos diante de uma união de pessoas. (B e A)
Teoria da desconsideração da personalidade da Pessoa Jurídica de Direito Privado
Ao se criar uma Pessoa Jurídica de direito privado a principal vantagem de tanta burocracia a ser cumprida é que fica evidente a separação patrimonial da Pessoa Jurídica e do patrimônio de seus membros, de forma que como regra é impossível alcançar o patrimônio pessoal dos membros da Pessoa Jurídica, para que respondam por dividas da mesma. No curso dos anos os membros da Pessoa Jurídica conhecedores dessa separação patrimonial proporcionada pela aquisição da personalidade começam a praticar inúmeras condutas contrarias a essa separação, podendo no futuro se valer exatamente da irresponsabilidade pessoal para não cumprir aquelas obrigações. Assim é possível constatar algumas condutas intencionalmente praticadas como a colocação da pessoa jurídica em nome de laranja, desvio patrimonial de bens da pessoa jurídica para o patrimônio de seus membros, bem como a constatação de retiradas mensais superiores as permitidas nos atos constitutivos. É possível ainda identificar algumas condutas contrárias a existência de uma personalidade autônoma que não são necessariamente intencionais, práticas com o objetivo de lesionar terceiros como a ausência de escrituração contábil, a contabilidade única da PJ e da Pessoa natural ou ainda quando o membro da PJ usa dinheiro da mesma para pagar suas dividas pessoais. Em todas essas hipóteses convencido o magistrado da prática dessas condutas permitirá excepcionalmente e apenas naquele processo que se alcance o patrimônio pessoal do membro da PJ para que responda por aquela divida.
Imprimir o Artigo 133 a 137 do novo CPC
Na desconsideração a responsabilidade pessoal é apenas daquele sócio ou membro que praticou a conduta ilícita ou fraudulenta não podendo assim ser estendida a todos os membros da PJ. A responsabilidade desses membros é subsidiária e não solidaria, ou seja, o credor deverá primeiro tentar receber da PJ e caso ela não possua patrimônio suficiente para saldar a dívida será possível se alcançar o patrimônio do membro que praticou a conduta em desrespeito a personalidade da PJ. A simples falência da PJ ou o encerramento de suas atividades não é suficiente pra que o juiz autorize a desconsideração devendo o credor provar a conduta ilícita.
O novo CPC nos artigos 133 a 137 prevê procedimento para a desconsideração. Constatada a insuficiência patrimonial da PJ, o credor comprovando a conduta daquele membro ou sócio requererá ao juiz a desconsideração, o membro da PJ se defenderá e o magistrado após produzidas as provas que ele entender relevante, autorizará a desconsideração, devendo assim ser assegurada a ampla defesa ao sócio, antes de desconsidera-lo, permitindo o ataque sobre seus bens. 
 
17/09/15
Teorias a cerca do pedido de desconsideração
No curso dos nos foram desenvolvidas duas teorias acerca do pedido de desconsideração: 
Teoria maior: A teoria maior que se subdivide em:
Teoria Maior Objetiva: 
O nosso código no art. 50 adotou como regra a teoria maior objetiva onde para que o juiz permita o avanço sobre o patrimônio pessoal dos membros ou administradores da PJ deverá ficar caracterizada a insuficiência patrimonial da PJ aliada a prática de uma conduta abusiva ou fraudulenta praticada por aquele sócio
b) Teoria Maior Subjetiva:
 O magistrado deve estar convencido ainda de que o sócio, administrador ou simples membro daquela PJ praticou aquela conduta com a intenção de prejudicar terceiros. Como a prova dessa intenção normalmente é difícil de ser produzida o nosso código optou pela objetiva. (apenas o sócio que praticou a conduta será atingido)Teoria menor da desconsideração (Recomposição por danos ambientais e art 28, par 5 CDC)
Permite se chegar ao patrimônio dos sócios e administradores da PJ, toda vez que a mesma não tenha patrimônio suficiente para pagar uma divida determinada por sentença, sendo irrelevante discutir se o sócio praticou conduta ilícita ou contrária a separação patrimonial. Muito embora a responsabilidade dos membros da PJ continue subsidiária, caso a PJ não tenha patrimônio, será possível a desconsideração, mesmo que os seus membros tenham sempre agido em conformidade com a lei. A teoria menor é adotada nas relações de consumo e na recomposição por danos ambientais, muito embora, nas relações trabalhistas também seja possível visualizar a sua ocorrência para assegurar o crédito do empregado diante do empregador. (todos os sócios serão atingidos) 
3) Teoria da desconsideração inversa: Consagra a ideia de que a pessoa natural transfira bens ou valores para uma pessoa jurídica, para com essa providência fugir a incidência de suas responsabilidades pessoais. Em partilha de bens realizada em um divórcio a mulher pode ser surpreendida com essa transferência do patrimônio do casal para o da pessoa jurídica. Caso descubra que isso foi realizado, poderá requerer a desconsideração do patrimônio da pessoa natural alcançando a PJ, de forma a trazer de volta para o patrimônio do casal aquilo que foi desviado. 
Direitos da Personalidade
Os direitos da personalidade não vinham tratados no código revogado, considerando que aquele diploma tinha como única preocupação a defesa do patrimônio. Na medida em que a constituição federal modifica o centro das normas para assegurar como principal valor a dignidade da pessoa humana, o novo código civil prevê em 11 artigos os direitos da personalidade. As normas do atual código não tem por objetivo tratar de todos os direitos dessa espécie, apenas trazendo para seu texto os direitos da personalidade, que em 2002, eram entendidos como mais relevantes e as questões que a jurisprudência enfrentava naquele momento. Muito embora alguns doutrinadores entendam que o fundamento de validade dos direitos da personalidade é o direito positivo, levando-se a conclusão que só existem os direitos da personalidade previstos em lei, é melhor entender que essa espécie de direito tem apoio no direito natural, na medida em que a simples condição de ser humano permite a aquisição desses direitos, independentemente de lei, permitindo-se assim a cada momento presenciar o aparecimento de um novo direito de assistência. O direito ao esquecimento é prova disso, tanto que o STF o consagrou. As pessoas envolvidas em fatos públicos tem direito, passado tempo razoável, a não serem mais mencionadas ou lembradas por tais fatos.
Características típicas comuns dos direitos da personalidade:
Absolutos: Inicialmente são os mesmos absolutos, oponíveis ERGA OMNES, de forma que toda a coletividade tem a obrigação de respeitar os direitos da personalidade de cada individuo.
Inatos: São também direitos inerentes a própria condição do ser humano, independentemente de classe social, bem como da intenção de pratica-los.
3) Vitalícios: São também vitalícios, na medida em que acompanham o indivíduo durante toda a sua existência, sendo concedido até mesmo ao nascituro. A possibilidade de elaboração do testamento vital é exemplo disso na medida em que a pessoa no gozo de suas faculdades mentais, tem direito através de escritura pública, a declarar que não deseja ser submetido a tratamentos protelatórios e experimentais em caso de morte medicamente comprovada. O testamento vital revela que a pessoa natural não tem direito a qualquer vida mais a uma vida digna. 
Extrapatrimoniais: São direitos extrapatrimoniais na medida em que enquanto considerados no plano abstrato não são suscetíveis de apreciação econômica já que não se pode por exemplo estimar em dinheiro quanto vale a integridade física de alguém. 
5) Imprescritíveis: Os direitos da personalidade são também imprescritíveis na medida em que se determinada pessoa sofre lesão sistemática a um direito, de maneira prolongada, poderá defende-lo a qualquer tempo e da mesma forma, se a pessoa deixa de exercer os direitos dessa espécie por grande lapso temporal, ainda assim, a qualquer tempo poderá exercê-la. Porém havendo violação a um direito dessa natureza a vitima ou seus familiares dispõe do prazo de 3 anos para exigir a respectiva reparação. Art 206, parágrafo 3º, V do CC.
Formas de prever a tutela dos direitos da personalidade: Art. 12
A tutela dos direitos da personalidade acontece de duas formas distintas: A tutela inibitória e a condenatória, podendo se afirmar que o um único fato pode ensejar o uso de ambas as medidas. 
Tutela Inibitória (ação de obrigação de fazer/ não fazer): Na tutela inibitória a vitima pretende que a ameaça a um direito da personalidade não se concretize ou que a lesão efetivada deixe de produzi efeitos. 
Tutela Condenatória: Na tutela condenatória a vitima pretende uma indenização pela lesão ocorrida. A tutela condenatória admite a presença de no mínimo três espécies de dano. 
 Dano material/patrimonial: O mais comum vem a ser o dano patrimonial onde é possível constatar a presença de uma lesão de ordem material. São espécies de dano patrimonial o dano emergente e o lucro cessante
 Dano Emergente: É aquilo que resulta direta e imediatamente da pratica do ilícito civil, podendo ser calculado tomando por base o patrimônio da vitima, que existia antes e depois do ilícito. Servem de exemplo as despesas medicas, de conserto do carro, funeral, etc. 
 Lucro Cessante: O lucro cessante vem a ser aquilo que razoavelmente deixou de ser lucrado tomando por base um juízo de probabilidade objetiva e não de possibilidade, eventualidade. Em caso de óbito, por exemplo, os descendentes terão direito de 2/3 dos rendimentos prováveis da vitima ate a data em que ela completaria 70 anos, considerada essa sua sobrevida provável. 
Dano Moral: O dano moral não possui um conceito em doutrina de maneira unanime, de forma que pode ser compreendido como a lesão a um direito da personalidade em caráter relevante, merecedor de ser resguardado pela jurisprudência, sendo certo que quanto a pessoa natural, deve ter repercussões internas, subjetivas. 
Dano Estético: Quanto ao dano estético, pode ser compreendido como uma lesão a integridade física da pessoa natural, em caráter duradouro ou permanente, sendo certo que pode não ser aparente, como a perda de um órgão, sendo mais habitual o dano aparente como perda de membro, função ou grandes cicatrizes.
6) Irrenunciáveis (art. 11): Os direitos da personalidade são também irrenunciáveis, ou seja, não é possível que o individuo abra mão de um direito dessa natureza podendo apenas deixar de exercê-lo. Pela própria redação do artigo 11 é possível afirmar que a irrenunciabilidade é relativa considerando que a própria norma se excepciona. 
Exceções:
Nome: É renunciável, 
Imagem: É renunciável não se admitindo que a pessoa abra mão da mesma, mas sim, que ceda seu uso formalmente a titulo oneroso ou gratuito, atendidos a dois requisitos, quais sejam, que a cessão seja feita em caráter temporário e para o atendimento de uma finalidade especifica determinada em contrato. 
● Integridade física (lei 9434/97): Também é relativizada na forma do artigo 13 quando não atentar aos bons costumes, como as cirurgias estéticas e ainda na forma da lei 9434/97 que admite o transplante de órgão. 
A lei de transplante de órgão de numero 9434/97 prevê não só a doação em vida como para depois da morte. No primeiro caso só poderá acontecer a título gratuito, com a autorização judicial para os parentes do doador e em relação a órgãos duplos ou que se regeneram. Exige-se ainda a capacidade civil plena, salvo em caso de transplante de medula óssea, em que o doador pode ser incapaz, exigindo-se porem alem da autorização judicial, a autorização dois pais, tutores ou responsável. Quanto ao destino dos órgão para depoisda morte, a pessoa em vida pode fazer documento formal se declarando doadora ou não. Caso não tenha feito qualquer disposição a família poderá deliberar em seu lugar, podendo se afirmar que isso acontecerá sem autorização judicial, sem indicação de beneficiado e a titulo gratuito. Art. 14 
A cirurgia de transgenitalização é feita pela pessoa que se adéqua aos requisitos estabelecidos pelo Conselho Regional de Medicina porque possui comprovadamente tipo físico diverso daquilo que consta em seu aspecto psicológico e psiquiátrico podendo se afirmar que a cirurgia se dá por exigência médica na forma do art. 13 do CC. Mudar o sexo, a pessoa devera ajuizar ação de alteração de registro civil para que o juiz determine a mudança de sexo e nome junto ao RCPN.
7) INTRASMISSIBILIDADE:
A última característica dos direitos da personalidade é a sua intransmissibilidade, ou seja, apenas o próprio titular pode exercer e promover a defesa de seus direitos da personalidade mesmo quando incapaz, hipótese em que agirá representado ou assistido. Em caso de óbito opera-se a extinção dos direitos desta espécie de forma que o artigo 12, parágrafo único trata dos chamados lesados indiretos, que por fato atribuível a um morto podem promover a defesa de seus direitos da personalidade já que o respeito aos mortos daquele grupamento familiar também é direito da personalidade. Assim, se uma editora ameaça publicar uma biografia não autorizada que traga prejuízo ou ofenda o nome ou honra do morto poderão os familiares por fato atribuível ao falecido, promover a defesa de seu direito da personalidade de ver a imagem do ente querido preservada.
Na analise do caso concreto é comum verificar a presença de dois direitos da personalidade que estejam em rota de colisão na medida em que o magistrado para proteger um direito necessitará obrigatoriamente de sacrificar outro. O artigo 15 resolve questão que em 2002 chegava de maneira recorrente aos tribunais onde de um lado se encontrava o direito a vida e de outro lado o direito a liberdade religiosa. Para a solução dessa questão prevalece a liberdade de credo desde que o indivíduo possua capacidade cível plena, se oponha a cirurgia por circunstancia a ele atribuível e no momento da declaração de vontade esteja manifestando-a de forma livre e consciente e por escrito.
Outros direitos da personalidade usualmente em rota de colisão são de um lado a liberdade de informação, de imprensa de outro lado a proteção a intimidade e á vida privada. O artigo 20 pretende resolver o problema, sem sucesso, estabelecendo a jurisprudência alguns critérios inclinando-se pela liberdade de informação. Para que a imagem ou a informação seja divulgada sem autorização do interessado será necessário que o caso seja verídico, que o fato ou imagem seja publica e que o envolvido tenha notoriedade além do meio de informação escolhido, a forma de divulgação ser a melhor possível sendo certo que as opiniões daquele que revela a informação devem ser desconsideradas. 
A divulgação da imagem por si só, enseja dano próprio, na forma da súmula 403 do STJ. A violação a vida privada, a intimidade, da margem a caracterização desse dano, sendo certo que as pessoas públicas por sua própria condição possuem menos proteção do que as outras, muito embora possam valer a sua intimidade em vigens, em sua residência.
Nome:
O nome é composto de:
Prenome: simples ou composto
Sobrenome: materno e paterno 
Agnome: onde é possível constatar uma referencia a relação de parentesco, como neto, filho.
 A regra em relação ao nome é que ele seja imutável, ou seja, impossível de ser alterado. Em algumas hipóteses porém, será admitida a mudança. No caso do artigo 55, parágrafo único da lei de registros públicos, o prenome que expõe a pessoa ao ridículo se quer deverá ser registrado pelo oficial do RCPN, que diante da insistência da família deverá submeter ao magistrado a analise da questão, podendo ele permitir o nome ou determinar que os pais escolham outro. De qualquer forma até os 19 anos qualquer pessoa poderá administrativamente, junto ao cartório do RCPN, requerer a alteração do pré-nome e do sobrenome, sendo certo neste último caso, que não pode ocorrer prejuízo a sua identificação.
Após os 19 anos, a mudança só será admitida com autorização judicial, e na forma do artigo 57 de maneira motivada. A própria lei 6.015/73 prevê algumas hipóteses tais como, a mudança do pré-nome ou do sobrenome por apelidos públicos notórios artigo 58. A pessoa inserida em programa de proteção a testemunha na forma do artigo 58 parágrafo único e as hipóteses de erro de grafia. 
Além dessas hipóteses, a troca do pré-nome na adoção é facultativa e a do sobrenome é obrigatória, e em processo de naturalização do estrangeiro este poderá mudar o seu pré-nome. 
	Duas hipóteses para a troca de sobrenome: art. 57, § 2./ 1.565, parágrafo 1º - Ação de alteração do registro civil.
A situação mais usual de alteração de sobrenome diz respeito ao casamento, onde por ocasião de sua realização qualquer um dos nubentes, tanto homem, quanto mulher, pela redação expressa da norma podem acrescentar o sobrenome do outro. A maioria dos cartórios do RCPN admite a substituição do sobrenome desde que aquilo não provoque prejuízo a sua identificação paterna e materna. Assim, mantendo um sobrenome de cada ascendente é possível acrescentar o sobrenome do cônjuge. Caso o casal troque o sobrenome, no momento do divórcio, aquele que acrescentou não poderá ser obrigado pelo outro a voltar a usar o nome de solteiro considerando se tratar de direito da personalidade daquele cônjuge que modificou o nome de forma que não pode ser o mesmo compelido a troca-lo.
Teoria ou Estatuto do Patrimônio Mínimo: 
Lei 8009/90 – Lei do bem de família legal
Trata-se de assegurar o mínimo existencial como forma de preservar a dignidade da pessoa humana, mais também possibilitando o devedor que com um patrimônio mínimo possa saldar suas dívidas 
Impenhorável: O imóvel único do casal, bem como da entidade familiar que pode ser composta até mesmo pessoa solteira é impossível de ser apreendido por ato judicial de acordo com a lei 8009/90. 
A impossibilidade de se utilizar os bens do devedor se estende aos bens móveis usualmente encontrados em um lar de classe média: Como fogão, geladeira, micro-ondas. etc. 
Os bens que se qualifiquem como de uso profissional não podem ser utilizados: Veículos de transportes e obras de arte do devedor não podem ser utilizados para o pagamento de suas dívidas se qualifiquem como de uso profissional. 
Na hipótese do devedor possuir dois imóveis residenciais, a impenhorabilidade recairá sobre o imóvel de menor valor: Mesmo que não seja aquele o domicilio do devedor. 
Pelas dividas previstas no artigo 3º o devedor poderá vir a perder todos os seus bens: 
II - pelo titular do crédito decorrente do financiamento destinado à construção ou à aquisição do imóvel, no limite dos créditos e acréscimos constituídos em função do respectivo contrato;
III – pelo credor da pensão alimentícia, resguardados os direitos, sobre o bem, do seu coproprietário que, com o devedor, integre união estável ou conjugal, observadas as hipóteses em que ambos responderão pela dívida;   
IV - para cobrança de impostos, predial ou territorial, taxas e contribuições devidas em função do imóvel familiar;
V - para execução de hipoteca sobre o imóvel oferecido como garantia real pelo casal ou pela entidade familiar;
VI - por ter sido adquirido com produto de crime ou para execução de sentença penal condenatória a ressarcimento, indenização ou perdimento de bens.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS: 
1º - MOVEIS E IMÓVEIS
Bem imóvel: São bens imóveis o solo e tudo quanto se lhe incorporar natural ou artificialmente.
A declaração de vontade visando a aquisição de um bem imóvel deve ser formalizada por escritura pública, a aquisição da propriedade imobiliária acontece em regra pelo registro e a venda ou doação dos bens imóveis exigirá a outorga uxória ou marital. 
Propriamentedito: É todo bem que não pode ser deslocado de um lugar para o outro sem que isto cause a sua destruição ou altere a sua forma.
Por acessão natural: Que se dá por força da natureza, exemplo, árvores, frutos, lagos etc
Por acessão artificial: Ocorre em decorrência das atividades do homem, exemplo, pontes, muros etc.
Por definição legal:
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram: Ex Usufruto, hipoteca, servidão. 
II - o direito à sucessão aberta: Ex Todos os bens levados a inventário, será considerados bens imóveis, mesmo tratando-se de talheres, carro, etc. 
Se momento em que a pessoa separa da coisa imóvel bens móveis, como azulejos e vitrais, se o objetivo for de reempregar, jamais deixará de ser imóvel, porém, se o objetivo for de revender ou jogar fora, serão tratados como móveis. 
Bem móvel: São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social
A aquisição da propriedade acontece com a simples tradição, entrega, não precisando de procedimentos formais.
Propriamente dito: Aquele que se desloca com a participação humana, sem que aja prejuízo a sua substancia.
Semoventes: São os animais que se movem por força própria sem prejuízo de sua substância. 
Por definição legal: São bens incorpóreos que a lei resolveu tratar como bens móveis como a ação indenizatória, buscando reparação pela ofensa a direito da personalidade. 
I - as energias que tenham valor econômico: Energia elétrica. 
II - os direitos reais sobre objetos móveis e as ações correspondentes: Aluguéis, despejos.
III - os direitos pessoais de caráter patrimonial e respectivas ações: Direitos autorais, direito a crédito, ação de cobranca. 
Por antecipação: São bens que no momento da conclusão do negócio jurídico se encontram imobilizados normalmente na qualidade de imóvel por acessão artificial, mas já se sabe desde a conclusão do negócio jurídico que no futuro serão tratados como móveis propriamente ditos. Ex: a compra da produção de eucalipto ainda em desenvolvimento é móvel
 
2º - BENS CORPÓREOS E INCORPÓREOS.
Os bens corpóreos: São aqueles concretos, suscetíveis ao toque e por consequência serão sempre móveis ou imóveis. 
Os bens incorpóreos: São abstratos e por consequência não são suscetíveis ao toque. O artigo 80 resolveu tratar alguns bens como imóveis por simples opção do legislador já que se trata de bens incorpóreos. 
I - os direitos reais sobre imóveis e as ações que os asseguram;
II - o direito à sucessão aberta.
3º FUNGÍVEL E INFUNGÍVEL
BENS FUNGÍVEIS (MUTUO): São fungíveis os móveis que podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
 
 INFUNGIVEIS (COMODATO): São fungíveis os móveis que não podem substituir-se por outros da mesma espécie, qualidade e quantidade.
Infungibilidade natural: Onde o bem por suas qualidades, por seus atributos não pode ser substituído como uma obra de arte e um carro de coleção.
Infungibilidade contratual: Quando aquele bem inicialmente fungível e se torna Infungível porque as partes deliberaram expressamente.
Infungibilidade afetiva: Quando aquele bem por laços afetivo se torna único, insubstituível.
4º CONSUMÍVEIS E INCONSUMÍVEIS
Bens consumíveis – são os bens móveis cujo uso importa destruição imediata da própria 
substância, bem como aqueles destinados à alienação (um sanduíche).
Consuntibilidade natural: bens cujo o uso importa em imediata destruição, seja porque são alimentos, seja porque são bens descartáveis como seringa e camisinha, sendo certo que a doutrina estende essa classificação aos bens que possuo curtíssimo tempo de existência.
Consuntibilidade jurídica: Hipóteses em que o bem esta destinado a alienação de forma que um carro na garagem do dono é inconsumível e este mesmo carro na concessionária é consumível. Os bens infungíveis também podem ser consumíveis por estarem destinados a alienação como uma obra de arte objeto leilão
Bens inconsumíveis – são aqueles que suportam uso continuado (um avião, um carro).
5º - INDIVISÍVEL E DIVISÍVEL
Bens divisíveis Bens divisíveis são os que se podem fracionar sem alteração na sua substância, diminuição considerável de valor, ou prejuízo do uso a que se destinam (uma saca de café).
Os bens naturalmente divisíveis podem tornar-se indivisíveis por determinação da lei ou por vontade das partes.
Bens indivisíveis: Não admitem divisão cômoda sem desvalorização ou dano (um cavalo).
Indivisibilidade natural: Não se trata de um bem que não possa ser fisicamente fracionado. Estamos diante de um bem, móvel ou imóvel, que naturalmente se vier a ser dividido se tornará imprestável ou perderá o ser valor.
Indivisibilidade Voluntária: Está presente quando o bem só não pode ser dividido por que as partes deliberaram como acontece, por exemplo, quando um pai em testamento determina que imóvel de sua propriedade seja transferido aos filhos impondo aos mesmos que não dividam aquele bem.
Indivisibilidade legal: é determinada pela lei muito embora aquele bem pudesse ser naturalmente fracionado.
6º - UNIVERSALIDADE DE FATO E UNIVERSALIDADE DE DIREITO
Universalidade de Fato: Constitui universalidade de fato a pluralidade de bens singulares que, pertinentes à mesma pessoa, tenham destinação unitária e o titular resolveu por bem em reunir para sua maior comodidade, facilidade tais como uma biblioteca, o rebanho. Muito embora estes bens estejam reunidos, não perdem a sua identidade na medida em que podem ser objeto de relação jurídica autônoma. Assim, alguns dos livros que integrem uma biblioteca podem ser negociados isoladamente.
Universalidade de Direito: Estamos diante de um complexo de relações jurídicas envolvendo direitos e obrigações, complexo esse que compreende bens concretos e abstratos. O patrimônio da pessoa natural, bem como o espólio e a massa falida, podem ser considerados como Universalidade de direito.
7º - PRINCIPAL E ACESSÓRIO:
Bem principal: É o bem que existe sobre si, abstrata ou concretamente.
Bem acessório: Aquele cuja existência supõe a do principal.
Frutos: (Rentabilidade, periodicidade) São as utilidades que a coisa principal oferece de maneira sistemática e a cada vez que são percebidos, não importam em diminuição do bem principal. São caracterizados pela sua renovabilidade já que não diminuem a coisa principal e também se caracterizam pela sua periodicidade na medida em que são percebidos de maneira sistemática, reiterada. são gerados pelo bem principal sem necessidade da intervenção humana direta (laranja, café);
- Frutos Naturais: São percebidos sem a participação humana. Ex: frutas, leite.
- Frutos Industriais: São percebidos com a participação humana. são decorrentes da atividade industrial humana (bens manufaturados); Ex: borracha.
 - Frutos Civis: São os rendimentos que o titular da coisa principal percebe ao permitir o seu uso por terceiro, como aluguel e os juros. são utilidades que a coisa frugífera periodicamente produz, viabilizando a percepção de uma renda (juros, aluguel).
Produtos: (Esgotáveis): Os produtos se assemelham aos frutos, com a grande distinção de que não são renováveis, ou seja, cada vez que são retirados da coisa principal, impotam na sua diminuição, tais como minérios, petróleo e pedras preciosas.
O princípio da gravitação jurídica revela que os negócios jurídicos envolvendo o bem principal compreendem imediatamente aos acessórios, mesmo que não exista previsão expressa neste sentido. Assim, se o indivíduo comprar uma casa por exemplo, está compreendida nessa aquisição a piscina nela existente, independentemente de previsão expressa, já que o acessório segue a sorte do principal. Esse principio incide em relação aos frutos, produtos e benfeitorias. 
Benfeitorias: As benfeitorias são obras ou despesas realizadas pelo homem com o objetivo de conservar, melhorar ou embelezar a coisa principal. 
O código prevê importância prática para

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