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Direitos Basicos do Consumidor

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Direitos Básicos do/a
Consumidor/a
Profa. Ma. Ana Carolina Magalhães Fortes
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Art. 8° Os produtos e serviços colocados no mercado de consumo não acarretarão riscos à saúde ou segurança dos consumidores, exceto os considerados normais e previsíveis em decorrência de sua natureza e fruição, obrigando-se os fornecedores, em qualquer hipótese, a dar as informações necessárias e adequadas a seu respeito.
Parágrafo único. Em se tratando de produto industrial, ao fabricante cabe prestar as informações a que se refere este artigo, através de impressos apropriados que devam acompanhar o produto.
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
a) Vida, saúde e segurança
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Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança.
 § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários.
 § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço.
 § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito.
Vida, saúde e segurança
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Dever mais importante.
Diretamente ligado ao princípio da dignidade da pessoa humana.
Necessária qualidade – devida segurança. 
CDC trouxe instrumentos para concretizar tais direitos. No âmbito civil, responsabilidade civil objetiva do fornecedor. Na esfera administrativa, penas de apreensão, inutilização, suspensão de fornecimento, por ex (art. 58,CDC). No âmbito penal, arts. 63 a 68, CDC. 
Desenvolvido nos arts. 8º ao 17, CDC. 
Vida, saúde e segurança
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Arts. 8º, 9º e 63, CDC - Admitem-se riscos ao consumidor somente quando tais riscos decorrem da normal fruição do produto e do serviço e sejam previsíveis. – Fornecedor deve informar acerca dessas circunstâncias, configurando crime a omissão de informações dessa natureza. 
Art. 9º - alerta mais expressivo – símbolos, cores ou alertas, como a figura de uma caveira, de um raio (alta voltagem), palavras de alerta como “atenção” e “cuidado”. 
Situações de risco previsível e potencialmente nocivos: cigarros, bebidas alcoólicas, agrotóxicos, venenos, medicamentos, fogos de artifício, botijão de gás, esportes radicais, material radioativo, dentre outros. 
Riscos normais e previsíveis
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Arts. 10, 64 e 65, CDC. 
Níveis não previstos de periculosidade – caso diferente dos arts. 8º e 9º, CDC. 
Vedação atinge não só o fornecedor que sabe da nocividade mas o que deveria saber – responsabilidade civil objetiva – regra no CDC. 
Dar conhecimento ao mercado a respeito do alto grau de nocividade de produto indevidamente comercializado. 
Consumidor convocado para reparação ou ressarcimento
Recall
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Convocação não deve se restringir a meios de comunicação – imprensa, rádio e TV, mas também meio virtual e contato direto e pessoal com o consumidor por meios de correspondências, mensagens eletrônicas ou telefonemas.
Caso Ford – 1970 
Política de respeito ao consumidor – industrialização e produção em série. 
CDC não determina prazo para chamamento. Não fixar prazo significa que consumidor pode passar tempo indefinido para resolver. Fixação de prazo protege o consumidor e resguarda o fornecedor de futuras ações judiciais. 
Recall
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VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;
Instâncias administrativas e judiciais para consumidor que tiver seus direitos violados. 
Acesso à Justiça não é apenas acesso ao Judiciário, mas a uma ordem jurídica justa e a meios que possibilitem a defesa dos direitos lesados. 
Facilitação da defesa do consumidor – inovação do CDC – inversão do ônus da prova. 
b) Acesso à justiça e facilitação da defesa
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Presume-se que o fornecedor detém grande parte das informações sobre o produto e a contratação. 
Ponto alto: assistência jurídica gratuita – Defensorias Públicas. 
Vias administrativas – PROCONs e Agências Reguladoras
Acesso à justiça
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Requisitos: verossimilhança da alegação ou hipossuficiência do consumidor. – Requisitos alternativos. 
Verossimilhança: alegação irrefutável, forte presunção de veracidade.
Hipossuficiência: agravamento da vulnerabilidade em razão de fatores econômicos, sociais e/ou culturais. 
Pode ser determinada entre o despacho inicial e o fim da instrução, com intimação do fornecedor a respeito da decisão. 
Inversão do ônus da prova
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II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;
Art. 46 e ss., CDC. 
Art. 30 e ss. – parte pré-contratual e publicidade.
Art. 39 e ss. – práticas comerciais abusivas. 
Discriminação – art. 39, II, IV, V e IX, CDC. 
Art. 4º, VI e art. 39, I – práticas anticoncorrenciais e vendas casadas. 
A educação e divulgação sobre o consumo adequado assegura liberdade mínima de escolha, o que concretiza igualdade na contratação. 
CDC – Estatuto do Idoso. 
b) Liberdade de escolha
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Sérgio Cavalieri Filho:
IGUALDADE ENTRE CONSUMIDORES: 
“Não é mais de se admitir a diferenciação dos consumidores entre si pelos fornecedores, o que igualmente afronta o art. 52, caput, da Constituição Federal. Assim o fornecedor deverá oferecer as mesmas condições para todos os consumidores, só se justificando um tratamento diferenciado naqueles casos em que a própria lei autorizar, como se dá, a título de ilustração, com os idosos, gestantes, crianças.” 
Igualdade
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Art. 6º, III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
Presença do Estado para proteger o consumidor. 
Contratos cativos de longa duração ou contratos relacionais – art. 31, CDC. 
Compromisso positivo com destinatários individualizados (tratativa, contrato) e indeterminados (publicidade). 
c) Informação 
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Arts. 36 a 38, CDC. 
d) Transparência e Boa-fé
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Art. 6º, V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;
Preservação do contrato de consumo, ainda que de forma implícita. 
Mero fato da desproporção permite modificação. 
Não precisa ser fato imprevisível. 
Exige quebra da base objetiva – EQUILÍBRIO – Teoria da base objetiva do negócio jurídico – o que importa é se o fato superveniente alterou objetivamente as bases pelas quais as partes contrataram, alterando o ambiente econômico inicialmente presente. 
Não precisa ser extrema vantagem. 
e) Proteção contratual (revisão por onerosidade excessiva)
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Teoria da Imprevisão (CC) 
Exige a imprevisibilidade e a extraordinariedade do fato superveniente;
Exige a extrema vantagem para o credor;
Implica RESOLUÇÃO (a revisão somente com a voluntariedade do credor).
Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico 
Somente exige fato superveniente,
que não precisa ser imprevisível nem extraordinário;
Não exige extrema vantagem;
Implica REVISÃO (resolução somente quando não houver possibilidade de revisão). Aplicação do Princípio da Conservação dos Contratos. 
Teoria da Imprevisão x Teoria da Base Objetiva do Negócio Jurídico
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VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;
Aplicação sem distinção – contra discriminação no mercado.
Art. 28, CDC
Primeiro prevenção e depois reparação. 
Proteção efetiva. 
Quebra de dogma. 
CDC não permite limitações ou tarifações de indenizações por danos, tendo o consumidor direito à reparação integral
f) Prevenção e reparação de danos morais e materiais (desconsideração da PJ)
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Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.
Este artigo evidencia que o CDC é apenas uma lei inserida no sistema de proteção ao consumidor. Se surge outro direito ao consumidor em outra norma, é automaticamente integrado ao sistema protetivo. 
Complementação
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Direito das Relações de Consumo possui outras fontes legislativas que não apenas o CDC , podendo ser também tratados, leis ordinárias, princípios gerais, costumes, regulamentos administrativos e até mesmo a equidade, caso haja necessidade de preenchimento de lacuna em favor do consumidor. 
Destaque-se que CDC é a norma maior: nenhuma lei ou tratado pode restringir ou limitar qualquer direito previsto nesse código.
Para Cláudia Lima Marques, se uma lei estende um prazo previsto no CDC, passa a prevalecer a lei mais favorável ao consumidor. No CC, por ex, alguns prazos prescricionais ou decadenciais são mais amplos, por isso, devem prevalecer sobre os que constam no CDC. Ainda há conflitos jurisprudenciais sobre o tema. 
Complementação
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Fonte internacional muito citada pela doutrina é a Resolução n. 39/248, de 1985, da Organização das Nações Unidas. – Direitos fundamentais dos consumidores. 
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