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PEDAGOGIA LIBERTARIA

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1 
 
Pedagogia libertária 
 
Célestin Freinet (1896-1966) — Entre 1921 e 1924 pensou em práticas pedagógicas que 
pudessem originar atividades de aula voltadas para os interesses dos alunos. A 
Pedagogia de Freinet influencia, até os dias de hoje, diversas escolas no mundo, 
incluindo as brasileiras. 
 
As suas ideias são marcadas por alguns pressupostos básicos, dentre os quais: 
 O desenvolvimento do senso de responsabilidade dos alunos; 
 O desenvolvimento do respeito e da cooperação entre alunos, professores e 
funcionários e; 
 A preocupação com a socialização do grupo e o desenvolvimento do julgamento, 
da autonomia pessoal, da expressão livre de ideias, da criatividade, da 
comunicação, da reflexão crítica e da afetividade entre todos que convivem no 
ambiente escolar. 
 
A pedagogia proposta por Freinet, diz que: 
 As notas e as classificações atribuídas aos alunos se constituem como um erro no 
sistema de ensino; 
 Os professores devem falar o menos possível; possibilitando mais a fala dos 
alunos; 
 A ordem e a disciplina são necessárias, mas não devem ser impostas, mas sim, 
discutidas e votadas democraticamente pelo grupo e; 
 A vida escolar supõe cooperação e gestão e a democracia não é um conceito que 
se aprende, mas sim, que se vivencia na escola. 
 
Para Freinet o regime autoritário (tanto nas escolas, como na vida) não é capaz de 
formar cidadãos democratas. Assim, uma das primeiras condições para a renovação das 
escolas deveria estar relacionada ao respeito às crianças que, por sua vez, deveriam 
respeitar os professores e os funcionários. 
 
 
 
 2 
 
A seguir, encontram-se os principais aspectos metodológicos da pedagogia criada por 
Freinet: 
 
 Aula Passeio — seu objetivo principal era motivar os alunos para a 
construção de novos conhecimentos em um ambiente não escolar; 
 Texto livre e correção — partiam da livre expressão, podendo ser realizada 
através de desenhos, poemas, textos ou pinturas. Os alunos estabeleciam 
a forma, o tema e o tempo para sua realização. Porém, caso um aluno 
desejasse publicar seu texto no jornal escolar, ele deveria passar pela 
correção coletiva e pela autocorreção, pois para Freinet o "erro" deveria 
ser trabalhado com e pelo os alunos; 
 Imprensa escolar — partiam de entrevistas, pesquisas, vivências e aulas 
passeio. Freinet utilizou o tipógrafo para o processo de impressão do jornal 
escolar em construção coletiva; 
 Livro da vida — funcionava como um diário de classe, onde se registrava, 
livremente, os diferentes modos de compreender a aula e a vida; 
 Fichário de Consulta — Freinet criticava duramente os livros didáticos por 
estarem desvinculados da realidade dos alunos. Ele propôs a elaboração 
de exercícios e apostilas construídos pelos professores, em parceria com 
os alunos, destinados à aquisição dos mecanismos de Cálculo, Ortografia, 
Gramática, História e outros conteúdos das diversas áreas do 
conhecimento; 
 Plano de trabalho — o currículo escolar é seu ponto de partida, os alunos 
deveriam escolher as estratégias das atividades que poderiam ser 
realizadas em grupos, duplas ou individualmente. E, para o registro do 
plano de trabalho, deveriam ser elaboradas fichas com as atividades 
semanais; 
 Correspondência interescolar — atividade que permitia a correspondência 
entre os alunos da própria escola e entre alunos de escolas diferentes; 
 
 
 
 3 
 Autoavaliação — os alunos registravam os resultados dos trabalhos em 
fichas, permitindo o acompanhamento dos seus progressos e de suas 
dificuldades. Para Freinet, a avaliação deveria ser um processo contínuo 
entre professores e alunos na perspectiva da aprendizagem e não da 
punição. 
 
Maurice Tragtenberg (1929-1998) — Através de uma crítica incisiva ao modelo 
pedagógico burocrático, Tragtenberg chega à teoria da pedagogia libertária, que se 
expressa pelo questionamento de toda e qualquer relação de poder estabelecida no 
processo educativo e das estruturas que proporcionam as condições para que essas 
relações se reproduzam no cotidiano das instituições escolares. 
 
Em sua visão, a própria prática de ensino pedagógica-burocrática permite a dominação 
na medida em que reduz o aluno ao papel de mero receptáculo de conhecimento e fixa 
uma hierarquia rígida e burocrática na qual o principal interessado encontra-se em uma 
posição submissa. 
 
E nessa ordem o professor é o ‘símbolo vivo’ da dominação. Em resposta a tudo isso, a 
pedagogia libertária propõe uma série de mudanças nas instituições de ensino, fundadas 
na: 
 autogestão da educação pelos diretamente envolvidos no processo educacional 
e a ‘devolução do processo de aprendizagem às comunidades onde o indivíduo se 
desenvolve (bairro, local de trabalho)’; 
 autonomia do indivíduo, solidariedade, crítica permanente de todas as formas 
educativas que estimulam ou fundamentem-se na competição e incentivo a 
liberdade de organização para os trabalhos da educação. 
 
Miguel Arroyo — Formado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Minas 
Gerais (UFMG) é doutor em Educação pela Stanford University na Califórnia, além de 
ser professor titular emérito da Faculdade de Educação da UFMG. 
 
 
 
 
 4 
Para esse estudioso, a educação não se limita apenas a aprender as coisas, mas, 
sobretudo, a aprender a conhecer a si mesmo. Diante dessa perspectiva, a escola deve 
garantir o direito à humanidade de jovens e crianças. 
 
Para que essa ação seja efetivada, faz-se necessária uma participação ativa do gestor, 
por sua vez, discutindo os direitos dos estudantes em sala de aula. Para o educador, a 
escola é um espaço de aprendizagem e liberdade de atuação dos estudantes. Por isso, 
o professor deve respeitar o pensamento e a opinião dos alunos com relação aos 
conteúdos didáticos, assim como, ajudá-los a desenvolverem a consciência crítica. 
 
Sistematizando informações sobre o modelo pedagógico libertário 
 
Papel da escola: Exercer uma transformação da personalidade dos alunos em um 
sentido libertário e autogestionário. 
 
Organização da escola: Democrática, participativa, de qualidade, Igualitária, plural. 
 
Professor: Autoridade democrática. 
 
Aluno: Livres, autodisciplinados. 
 
Relação aluno-professor: Baseada no respeito mútuo, visando objetivos comuns. 
 
Pressupostos de aprendizagem: Aprendizagem informal, via grupo (ex.: diretórios 
acadêmicos, sindicatos etc.) 
 
Objetivos educacionais: Autogestão, construção de uma nova ordem social. 
 
Conteúdos escolares/programáticos: A matéria está disponível, mas não é exigida. 
 
Método: Vivência grupal, tomada de decisões, votações. 
 
 
 
 
 5 
Avaliação: Participação. Assistemática.

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