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Cap´ıtulo 4 Equac¸o˜es Ba´sicas para o Volume de Controle 4.1 As Leis Ba´sicas do Sistema As 3 leis f´ısicas fundamentais no estudo do movimento dos fluidos sa˜o: • princ´ıpio de conservac¸a˜o da massa • segunda lei de Newton para o movimento • princ´ıpio de conservac¸a˜o de energia Na mecaˆnica e na termodinaˆmica, esses princ´ıpios se aplicam aos sistemas. Em mecaˆnica dos fluidos, especificamente, e´ mais conveniente focalizar a atenc¸a˜o numa determinada a´rea do fluxo e descrever o movimento a` medida que o fluido cruza essa regia˜o, conhecida como volume de controle. Volume de controle e´ portanto uma regia˜o arbitra´ria e imagina´ria, no espac¸o, atrave´s da qual o fluido escoa. A superf´ıcie de contorno geome´trico do volume de controle e´ conhecida como superf´ıcie de controle. 4.2 Conservac¸a˜o de Massa Um sistema consiste em uma quantidade definida e identificada de mate´ria. O princ´ıpio de con- servac¸a˜o da massa estipula que a massa de um sistema permanece constante, desprezando os efeitos relativos, de modo que: dMsist dt = 0 A taxa de variac¸a˜o de massa de um sistema e´ igual ao fluxo l´ıquido de massa que atravessa a superf´ıcie de controle mais a taxa de variac¸a˜o dessa massa dentro do volume de controle. 44 Dessa forma, temos que: dMsist dt = ∫ ∫ S.C. ρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ρdV onde ~v e´ o vetor velocidade de escoamento ~n e´ o vetor unita´rio normal ρ e´ a massa espec´ıfica do fluido Logo, pelo princ´ıpio da conservac¸a˜o de massa, temos:∫ ∫ S.C. ρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ρdV = 0 Observac¸o˜es: 1) No regime permanente, as propriedades do fluido e as caracter´ısticas do escoamento ficam invariantes no tempo, ou seja, qualquer derivada em relac¸a˜o ao tempo e´ nula, de modo que a equac¸a˜o da continuidade fica: ∫ ∫ S.C. ρ(~v.~n)dA = 0 2) Em um regime permanente e incompress´ıvel, ale´m da invariaˆncia no tempo, temos que a massa espec´ıfica e´ constante e, portanto, a equac¸a˜o fica reduzida a:∫ ∫ S.C. (~v.~n)dA = 0 Exemplo 4.1 Um o´leo incompress´ıvel e´ despejado com uma vaza˜o Q constante em um reservato´rio cil´ındrico de diaˆmetro D. O o´leo vaza atrave´s de um orif´ıcio de diaˆmetro d, localizado na base do reservato´rio, com uma velocidade de sa´ıda dada por v = √ 2gh , em que h e´ o n´ıvel de o´leo conforme mostrado na figura. Determine: a) a equac¸a˜o diferencial que descreve a evoluc¸a˜o, com o tempo, do n´ıvel h de o´leo no reservato´rio, supondo um n´ıvel inicial qualquer. b) o n´ıvel ma´ximo hmax de o´leo no reservato´rio a partir do qual o escoamento fica em regime permanente. Soluc¸a˜o: a) O volume de controle escolhido e´ o volume ocupado pelo o´leo no reservato´rio, de modo que a variac¸a˜o do n´ıvel h implica variac¸a˜o do volume de controle com o tempo. A equac¸a˜o da continuidade e´ dada por:∫ ∫ S.C. ρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ρdV = 0 Como o o´leo e´ incompress´ıvel, temos ρ = constante, de forma que:∫ ∫ S.C. (~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. dV = 0 A vaza˜o de o´leo que entra no V.C. e´ conhecida, enquanto que a que sai e´ calculada por: q = ∫ ∫ S.C. (~v.~n)dA = ∫ ∫ S.C. √ 2gh dA = pid2 4 √ 2gh Temos ainda que: 45 ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. dV = dV dt onde V e´ o volume do V.C. dado por: V = piD2 4 h Logo: dV dt = piD2 4 dh dt Assim, a equac¸a˜o da continuidade fica sendo: −Q+ q + dV dt = 0 Substituindo os dados, temos: −Q+ pid 2 4 √ 2gh+ piD2 4 dh dt = 0 Essa equac¸a˜o diferencial, que descreve a evoluc¸a˜o do n´ıvel de o´leo h em func¸a˜o do tempo, pode ser escrita como: dh dt = 4Q piD2 − d 2 D2 √ 2gh b) No regime permanente, qualquer caracter´ıstica ou propriedade do escoamento e´ invariante no tempo. Logo, a partir do instante em que o regime fica permanente, temos: dhmax dt = 0 de forma que: 46 4Q piD2 = d2 D2 √ 2gh resultando hmax = 8Q2 pi2d4g 4.3 Segunda Lei de Newton A segunda lei de Newton para o movimento de um sistema em relac¸a˜o a um referencial inercial pode ser escrita como ∑ ~F = d ~P dt ou seja, a forc¸a resultante que atua sobre o sistema e´ igual a` taxa de variac¸a˜o do momento ( quantidade de movimento) linear total do sistema. Considerando o momento linear e a velocidade de escoamento do sistema, e lembrando que ~P = m~v , a equac¸a˜o de continuidade fica: d ~P dt = ∫ ∫ S.C. ~vρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ~vρdV ou ∑ ~F = ∫ ∫ S.C. ~vρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ~vρdV que e´ chamada de equac¸a˜o do momento linear. Decompondo as forc¸as, temos: ∑ ~Fx = ∫ ∫ S.C. ~vxρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ~vxρdV ∑ ~Fy = ∫ ∫ S.C. ~vyρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ~vyρdV ∑ ~Fz = ∫ ∫ S.C. ~vzρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ~vzρdV Exemplo 4.2 A figura abaixo mostra um esquema de um jato livre de a´gua, com vaza˜o Q0 e velocidade v0 , chocando-se contra uma placa inclinada estaciona´ria. Considerando que o jato se divide em dois (Q1 e Q2 ), determine essa divisa˜o do escoamento . Hipo´teses adotadas: jato livre, peso do jato e atrito desprez´ıveis, regime permanente. Soluc¸a˜o: Aplicando a equac¸a˜o da continuidade, temos que:∫ ∫ S.C. ρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ρdV = 0 Como o regime e´ permanente, ficamos com:∫ ∫ S.C. ρ(~v.~n)dA = 0 Ou 47 −ρQ0 + ρQ1 + ρQ2 = 0 o que resulta: Q0 = Q1 +Q2 Tem-se, portanto, uma equac¸a˜o com duas varia´veis. Para obter a outra equac¸a˜o, aplicamos a equac¸a˜o do momento linear na direc¸a˜o tangencial, dada por: ∑ ~Ft = ∫ ∫ S.C. ~vtρ(~v.~n)dA+ ∂ ∂t ∫ ∫ ∫ V.C. ~vtρdV Como o jato e´ livre e o regime e´ permanente: ∑ ~Ft = 0 ∫ ∫ S.C. ~vtρ(~v.~n)dA = (v0 cos θ)ρ(−Q0) + v0ρQ1 − v0ρQ2 = 0 Logo: Q0 cos θ = Q1 −Q2 O sistema resultante fica: { Q0 = Q1 + Q2 Q0 cos θ = Q1 − Q2 o que resulta: Q1 = Q0 2 (1 + cos θ) Q2 = Q0 2 (1− cos θ) 48 4.4 Princ´ıpio de Conservac¸a˜o da Energia Baseado no fato de que a energia na˜o pode ser criada nem destru´ıda, mas apenas transformada, e´ poss´ıvel construir uma equac¸a˜o que permitira´ fazer o balanc¸o das energias, da mesma forma como feito para as massas, atrave´s da equac¸a˜o da continuidade. Os tipos de energia associadas a um fluido sa˜o: • Energia potencial (Ep): e´ o estado de energia do sistema devido a` sua posic¸a˜o no campo da gravidade em relac¸a˜o a um plano horizontal de referaˆncia. Essa energia e´ medida pelo potencial de realizac¸a˜o de trabalho do sistema. Ep = mgh • Energia cine´tica (Ec): e´ o estado de energia determinado pelo movimento do fluido. Ec = mv2 2 • Energia de pressa˜o (Epr) : essa energia corresponde ao trabalho potencial das forc¸as de pressa˜o que atuam no escoamento do fluido. Epr = ∫ V pdV • Energia mecaˆncia total do fluido (E) : excluindo-se energias te´rmicas e pequenos efeitos mecaˆnicos, a energia total de um sistema de fluido sera´ E = Ep + Ec + Epr ou E = mgh+ mv2 2 + ∫ V pdV 49 4.4.1 Equac¸a˜o de Bernoulli A equac¸a˜o da energia geral de um sistema pode ser constru´ıda aos poucos, partindo-se de uma se´rie de hipo´teses simplificadoras. A equac¸a˜o de Bernoulli pode ser obtida como um caso particular da equac¸a˜o da energia e mostra que, para um escoamento sujeito a algumas restric¸o˜es, ela representa a conservac¸a˜o de energia mecaˆnica ao longo de uma linha de corrente. Dessa forma, podemos partir da equac¸a˜o da energia considerando as seguintes hipo´teses: • regime permanente • escoamento incompress´ıvel • escoamento sem efeitos viscosos (sem dissipac¸a˜o deenergia mecaˆnica) • escoamento sem troca de calor • escoamento com propriedades uniformes nas sec¸o˜es transversais Seja o tubo de corrente da figura, entre as sec¸o˜es (1) e (2). Deixando passar um intervalo de tempo dt , uma massa infinitesimal dm1 de fluido atravessa a sec¸a˜o (1) e penetra no trecho (1)-(2), acrescentando-lhe a energia: dE1 = dm1gy1 + dm1 v 2 1 2 + p1dV1 Na sec¸a˜o (2), uma massa dm2 de fluido que pertencia ao trecho (1)-(2) escoa para fora, levando a sua energia: dE2 = dm2gy2 + dm2 v 2 2 2 + p2dV2 Como as hipo´teses nos fornece que na˜o se fornece nem se retira energia do fluido, temos; dE1 = dE2 ou dm1gy1 + dm1 v 2 1 2 + p1dV1 = dm2gy2 + dm2 v 2 2 2 + p2dV2 Lembrando que 50 dV = dm ρ podemos escrever dm1gy1 + dm1 v 2 1 2 + p1 dm1 ρ1 = dm2gy2 + dm2 v 2 2 2 + p2 dm2 ρ2 Como o fluido e´ incompress´ıvel ( ρ1 = ρ2) e o regime e´ permanente ( dm1 = dm2 ), temos: gy1 + v21 2 + p1 ρ = gy2 + v22 2 + p2 ρ Dividindo a equac¸a˜o por g e lembrando que γ = ρ g , obtemos: y1 + v21 2g + p1 γ = y2 + v22 2g + p2 γ A equac¸a˜o acima e´ chamada de Equac¸a˜o de Bernoulli, que permite relacionar cotas, velocidades e presso˜es entre duas sec¸o˜es do escoamento de um fluido. Cada parcela possui um significado: y = mgy mg e´ a energia potencial por unidade de peso v2 2g = mv2 2mg e´ a energia cine´tica por unidade de peso p γ = pV γV e´ a energia de pressa˜o por unidade de peso. Exemplo 4.3 A´gua escoa em regime permanente no tubo da figura. No trecho considerado, supo˜e- se as perdas por atrito desprez´ıveis e as propriedades uniformes nas sec¸o˜es. A a´rea (1) e´ 20 cm2 e a da garganta e´ 10 cm2 . Um manoˆmetro de mercu´rio ( γHg = 136.000 N/m 3 ) e´ ligado entre as sec¸o˜es e indica o desn´ıvel mostrado na figura. Calcule a vaza˜o de a´gua que escoa pelo tubo ( γH2O = 10.000 N/m 3 ). 51 Soluc¸a˜o: Aplicando a equac¸a˜o de Bernoulli y1 + v21 2g + p1 γ = y2 + v22 2g + p2 γ e verificando que y1 = y2 , obtemos v22 − v21 2g = p1 − p2 γ A equac¸a˜o manome´trica pode ser escrita como: p1 + γH2Oh− γHgh = p2 ou p1 − p2 = −γH2Oh+ γHgh = (γHg − γH2O)h Substituindo os valores, obtemos: p1 − p2 = (136.000− 10.000)× 0, 1 = 12.600 N/m2 Portanto: v22 − v21 2g = 12.600 10.000 Adotando g = 9, 8 : v22 − v21 = 2× 9, 8× 1, 26 ou v22 − v21 = 24, 7 m2/s2 Como a equac¸a˜o da energia possui duas varia´veis, havera´ necessidade de outra equac¸a˜o que relacione as velocidades, que e´ a equac¸a˜o da continuidade: Q1 = Q2 → v1A1 = v2A2 → v1 = v2A2 A1 → v1 = v2 2 Substituindo na outra equac¸a˜o v22 − v22 4 = 24, 7 m2/s2 52 v2 = √ 4× 24, 7 3 = 5, 74 m/s Portanto: Q = v2A2 = 5, 74× 10× 10−4 = 5, 74× 10−3 m3/s ou Q = 5, 74 l/s 4.4.2 Equac¸a˜o de Bernoulli com perda de carga ( dissipac¸a˜o de energia mecaˆnica) Os escoamentos reais apresentam dissipac¸a˜o de energia mecaˆnica por causa do atrito viscoso, que provoca perda de carga. Assim, o balanc¸o de energia, considerando as outras hipo´teses, fica: y1 + v21 2g + p1 γ = y2 + v22 2g + p2 γ + hp onde hp e´ a perda de carga correspondente a` energia mecaˆnica dissipada pelo atrito viscoso entre as sec¸o˜es (1) e (2). Existem dois tipos de perdas de carga: • perda de carga distribu´ıda ( ph,d ), devido ao atrito viscoso ao longo da tubulac¸a˜o entre duas sec¸o˜es consideradas. • perda de carga localizada ou acidental ( ph,l ), devido aos acesso´rios ou acidentes localizados em determinadas posic¸o˜es da tubulac¸a˜o, tais como va´lvulas, filtros, curvas, reduc¸o˜es, etc. A perda de carga total e´ a soma de todas as perdas distribu´ıdas e localizadas: hp = ∑ hp,d + ∑ hp,l A perda de carga distribu´ıda pode ser calculada por meio da equac¸a˜o de Darci-Weisbach, que pode ser escrita como: hp,d = f L D v2 2g onde: • f e´ um coeficiente de proporcionalidade chamado de fator de atrito • L e´ o comprimento considerado do duto • D e´ o diaˆmetro interno da tubulac¸a˜o • v e´ a velocidade me´dia do escoamento • g e´ a acelerac¸a˜o da gravidade O fator de atrito f , que e´ determinado experimentalmente, e´ func¸a˜o de duas grandezas adi- mensionais: o nu´mero de Reynolds (Re ) e a rugosidade relativa do duto ( e/D ). O valores podem ser obtidos pelo diagrama de Moody ou tabelados. As perdas de cargas localizadas variam de acordo com os acesso´rios da tubulac¸a˜o e sa˜o obtidas atrave´s de expresso˜es emp´ıricas, gra´ficos e tabelas. 53 Exemplo 4.4 Determinar a perda de carga distribu´ıda em um escoamento de a´gua com vaza˜o Q = 0, 02 m3/s num duto com parede de ferro fundido, sec¸a˜o circular com diaˆmetro D = 10 cm e comprimento L = 300 m. Dados: µ = 0, 001 Pa.s ρ = 1.000 kg/m3 e f = 0, 0024. Soluc¸a˜o: Q = v piD2 4 → v = 4Q piD2 = 2, 5 m/s Logo: hp,d = f L D v2 2g = 0, 024 300 0, 1 2, 52 2× 9, 8 = 22, 96m 4.4.3 Equac¸a˜o de Bernoulli na presenc¸a de uma ma´quina Ma´quina, para efeito de estudo, e´ qualquer equipamento introduzido no escoamento, que fornec¸a ou retire energia dele, na forma de trabalho. Por exemplo, uma bomba instalada na tubulac¸a˜o fornece energia ao sistema, enquanto que um turbina retira energia dele. Chamando essa energia de carga, temos que: • para o caso das bombas, o fluido recebera´ uma carga de energia entre as sec¸o˜es (1) e (2), de modo que a equac¸a˜o fica: y1 + v21 2g + p1 γ + hB = y2 + v22 2g + p2 γ • para as turbinas, que retiram energia do sistema: y1 + v21 2g + p1 γ − hT = y2 + v 2 2 2g + p2 γ A carga da ma´quina esta´ relacionada com duas grandezas: poteˆncia (trabalho por unidade de tempo) e rendimento ( relac¸a˜o entre poteˆncia recebida e poteˆncia fornecida). A poteˆncia referente ao fluido e´ dada por: N = γ Qh onde h = y + v2 2g + p γ Similarmente, temos que a poteˆncia da bomba e da turbina sa˜o: NB = γ Qhb ; NT = γ QhT Adicionalmente, classificamos o rendimento como: ηB = N NB ; ηT = NT N 54 4.4.4 Equac¸a˜o de Bernoulli para fluido real Considerando-se as hipo´teses de regime permanente, fluido incompress´ıvel, propriedades uniformes nas sec¸o˜es e auseˆncia de troca de calor, podemos analisar a equac¸a˜o da energia na presenc¸a de ma´quina e atrito interno no escoamento do fluido. Dessa forma, entre as sec¸o˜es (1) e (2), ter´ıamos: y1 + v21 2g + p1 γ + hM = y2 + v22 2g + p2 γ + hp onde hM = hB (bombas) ou hM = −hT (turbinas) e hp e´ a perda por atrito. Exemplo 4.5 No esquema da figura abaixo, a sec¸a˜o (1) representa um grande reservato´rio, onde podemos considerar a pressa˜o relativa nula e a velocidade de escoamento tambe´m nula. Conside- rando um regime de escoamento permanente, verificar se a ma´quina e´ uma bomba ou uma turbina e determinar a sua poteˆncia, sabendo que seu rendimento e´ de 75%. Dados: vaza˜o de 10 l/s, a´rea da sec¸a˜o dos tubos de 10 cm2, perda de carga entre as sec¸o˜es (1) e (4) de 2 m e γH2O = 10 4 N/m3. Soluc¸a˜o: Na sec¸a˜o (1), a carga e´ calculada por: h1 = y1 + v21 2g + p1 γ = 24 + 0 + 0 = 24 m Sec¸a˜o (2): h2 = y2 + v22 2g + p2 γ onde v2 = Q A2 = 10× 10−3 10× 10−4 = 10 m/s Logo: h2 = 4 + 102 2× 9, 8 + 0, 16× 106 104 = 25, 1 ∼= 25 m Como h2 > h1 , conclui-se que o escoamento tem o sentido de (2) para (1). Portanto a ma´quina do problema e´ uma bomba. 55 A equac¸a˜o da energia entre as sec¸o˜es (4) e (1) sera´ dada por: h4 + hB = h1 + hp onde: h4 = y4 + v24 2g + p4 γ = 0 Logo: hB = h1 + hp = 24 + 2 = 26 mA poteˆncia da bomba e´ obtida por: NB = γ QhB ηB = 104 × 10× 10−3 × 26 0, 75 = 3.467W = 3, 47kW Exemplo 4.6 Na instalac¸a˜o da figura, a ma´quina e´ uma bomba e o fluido e´ a´gua. A bomba tem poteˆncia de 5 kW e seu rendimento e´ de 80%. A a´gua e´ descarregada a` atmosfera com uma velocidade de 5 m/s pelo tubo, cuja a´rea de sec¸a˜o e´ de 10 cm2. Determinar a perda de carga do fluido entre (1) e (2) e a poteˆncia dissipada ao longo da tubulac¸a˜o. Dado: γH2O = 10 4 N/m3 Soluc¸a˜o: A equac¸a˜o de energia e´ dada por: h1 + hB = h2 + hp Sec¸a˜o (1): h1 = y1 + v21 2g + p1 γ = 5 + 0 + 0 = 5 m Sec¸a˜o (2): h2 = y2 + v22 2g + p2 γ = 0 + 5 2× 9, 8 + 0 = 1, 28 m/s Como NB = γ QhB ηB temos: hB = ηB NB γ Q = ηB NB γ v A = 0, 8× 5× 103 104 × 5× 10× 10−4 = 80 m 56 Substituindo esses valores na equac¸a˜o da energia: hp = h1 − h2 + hB = 5− 1, 28 + 80 = 83, 72 m A poteˆncia dissipada e´ obtida por: Ndiss = γ Qhp = 10 4 × 5× 10× 10−4 × 83, 72 = 4186W = 4, 19 kW 57
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