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Unidade I EPIDEMIOLOGIA Profa. Sirlei Pires Terra Unidade I 1.1. Epidemiologia e bases históricas. 1.2. História natural da doença e níveis de prevenção. 2.1. Variáveis de tempo, espaço e pessoa. 2 2 Processo epidêmico: endemia2.2. Processo epidêmico: endemia, epidemia, surto epidêmico e pandemia. 3. Diagnóstico de saúde: principais indicadores de morbidade. 4. Diagnóstico de saúde: principais i di d d lid dindicadores de mortalidade. 1.1 Epidemiologia: conceitos e bases históricas Conceito de epidemiologia Estudo. Determinantes e distribuição. Doença. População. Aplicações da epidemiologia Descrever a distribuição das doenças. Planejamento e avaliação em saúde. Id tifi f t ti ló i i Identificar fatores etiológicos e riscos. Bases históricas da epidemiologia Civilizações antigas: pensamento mágico e sobrenatural. Hipócrates (a.C.): ares, águas e lugares. Influência geográfica e elementos físicos. John Graunt, em 1662: pioneiro naJohn Graunt, em 1662: pioneiro na utilização de taxas. Revolução Industrial: ambientes insalubres. “Estudos sobre as condições de saúde”. Louis Villermé: investigou pobreza e Louis Villermé: investigou pobreza e condições de trabalho. Bases históricas da epidemiologia Teoria miasmática. John Snow: estudos sobre cólera em Londres. Louis Pasteur: unicausalidade – contágio de germes.de germes. Multicausalidade: Estudo de Doll, Hill. Estudo de Framingham. 1.2 História natural da doença e níveis de prevenção Meio externo: interatuam determinantes e agentes. Meio interno: modificações bioquímicas, fisiológicas e histológicas. Período pré-patogênico e patogênico.Período pré patogênico e patogênico. Níveis de prevenção primária, secundária e terciária. Modelo de Leavell e Clark. Período pré-patogênico e período patogênico Período pré-patogênico: evolução das relações dinâmicas entre condicionantes: 1. Ecológicos. 2. Socioeconômicos e culturais. 3 Condições intrínsecas do sujeito3. Condições intrínsecas do sujeito. Período patogênico: 1. Interação agente-sujeito. 2. Alterações bioquímicas, histológicas e fisiológicas.g 3. Sinais e sintomas. 4. Cronicidade. Prevenção primária Promoção à saúde: diminuir risco de doenças – estabelecimento de padrões de vida, sociais, econômicos e culturais. Exemplos: moradia e alimentação adequadas, educação, áreas de lazer. Proteção específica: limitar incidência de doenças – controle de causas e fatores de risco. Exemplos: imunização, saúde ocupacional, higiene, proteção contra p , g , p ç acidentes, aconselhamento genético e controle de vetores. Prevenção secundária Curar e reduzir consequências da doença. Dirigido para o período entre o início da doença e o momento em que, normalmente, seria feito o diagnóstico. Diagnóstico precoce: inquéritos para descoberta de casos na comunidade, exames periódicos, individuais, para detecção precoce dos casos. Tratamento imediato/limitação da ç incapacidade: evitar progressão da doença e sequelas. Prevenção terciária Medidas para diminuir o sofrimento provocado pela doença e promover adaptações às doenças incuráveis, reabilitação. Exemplos: fisioterapia, terapia ocupacional, emprego para o reabilitado. Modelo de Leavel & Clark: história natural da doença e níveis de prevenção Interatividade Na história natural da doença, o período pré-patogênico é entendido como: a) A interação do hospedeiro com o agente, influenciado pelo ambiente. b) A manifestação clínica dos sintomas.b) A manifestação clínica dos sintomas. c) O período de incubação da doença, em que não são percebidos os sintomas. d) O período que ultrapassa o horizonte clínico. ) O d lie) O momento em que se deve realizar exames para comprovar clinicamente a doença. 2.1 Variáveis de tempo, espaço e pessoa Epidemiologia descritiva: Descrição do estado atual. Descrição da tendência histórica. Distribuição de frequência de doenças e agravosagravos. Detalhamento do perfil epidemiológico da população. Planejamento em saúde. Promoção à saúde e prevenção de ç p ç doenças. Variáveis relacionadas ao tempo Intervalo de tempo: tempo entre dois eventos. Exemplo: horas, dias, semanas, meses, anos. Intervalo cronológico: progressão de anos, meses ou semanas numerados sequencialmente. Período: partes de tempo delimitadas. Exemplo: mês de janeiro, quarta-feira. Variáveis relacionadas ao tempo Variação atípica e variação cíclica: ausência ou presença de padrão de variação em função do tempo. Variação sazonal: eventos esperados em estações e meses do ano, dias da semana ou horas do dia. Tendência: decrescente, constante ou crescente no período analisado. Variáveis relacionadas ao espaço Variáveis geopolíticas. Variáveis político-administrativas. Variáveis geográficas. a) Fatores ambientais: 1. Fatores ambientais naturais: localização, relevo, hidrografia, solo, clima, vegetação, fauna. 2. Fatores ambientais artificiais: poluentes, desmatamento, i ã d licontaminação de alimentos. b) Fatores populacionais: demografia, cultura, religião, condições socioeconômicas. Variáveis relacionadas à pessoa 1. Características gerais: idade e gênero. 2. Características familiares: estado civil, idade dos pais, tamanho da família, ordem de nascimento e morbidade familiar. 3. Características étnicas: raça, cultura, religião. Variáveis relacionadas à pessoa 4. Nível socioeconômico: ocupação, renda pessoal e familiar, escolaridade. 5. Antecedentes pessoais: peso ao nascer, morbidade, internações, cirurgias. 6. Características endógenas: constituição física, estado fisiológico, estado nutricional. 7. Hábitos e atividades: atividade física, uso de medicamentos, drogas ilícitas, , g , etilismo e tabagismo. 2.2 Processo epidêmico Endemia: presença usual de uma doença – dentro dos limites esperados – em uma determinada área geográfica por um período de tempo ilimitado. E id i l ã b t á i Epidemia: elevação brusca, temporária e significantemente acima do esperado para a incidência de uma determinada doença. Processo epidêmico Surto epidêmico: ocorrência epidêmica restrita a um espaço extremamente delimitado: colégio, quartel, edifício, bairro etc. Todos os casos estão relacionados entre sirelacionados entre si. Pandemia: ocorrência epidêmica caracterizada por uma larga distribuição espacial, atingindo várias nações, podendo passar de um continente a outro.podendo passar de um continente a outro. Definição de caso Caso: pessoa ou animal infectado. Caso alóctone: importado de uma outra localidade. Doente, atualmente presente na área sob consideração, que tenha adquirido a sua doença em outra região. Caso autóctone: oriundo do mesmo local onde ocorreu a doença. Diagrama de controle Gráfico para o acompanhamento da evolução da doença no tempo. Visa a detectar alterações na variação habitual de uma doença. Eixo y: incidência da doença.Eixo y: incidência da doença. Eixo x: intervalo de tempo (dia, semana, mês, ano). Diagrama de controle 0,3 0,35 0,4 0,45 0,5 Diagrama de Controle Meningite, SP, 1960-69 0 0,05 0,1 0,15 0,2 0,25 Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez Limite Superior Valor Central Limite Inferior Interatividade A Aids é uma doença presente em todos os continentes e em progressão lenta. Tecnicamente, essa doença é: a) Uma endemia. b) Um surto epidêmico.b) Um surto epidêmico. c) Uma pandemia.d) Uma epidemia explosiva. e) Uma sequência de múltiplos casos alóctones. 3. Principais indicadores de morbidade Indicadores de saúde Definição: parâmetros para avaliar a saúde das populações. Valores absolutos: dados coletados diretamente de fontes de informação, nãodiretamente de fontes de informação, não trabalhados (contagem simples). Valores relativos: dados trabalhados (proporção, taxa, razão). Para comparar frequência de eventos, é necessário transformar valor absolutonecessário transformar valor absoluto em relativo. Diferenças entre razão, proporção e taxa 1. Razão: divisão de duas medidas relacionadas entre si – numerador não é parte do denominador. Ex.: razão de masculinidade. 2. Proporção: divisão entre duas medidas - numerador está contido no denominador. Ex.: proporção de menor de um ano na população. 3. Taxa: variação de uma medida y em função de uma medida x. Associada à rapidez de mudança de fenômenos. Ex.: taxa de mortalidade geral. Indicadores de morbidade Prevalência: frequência de casos existentes de uma determinada doença, em uma determinada população, em um determinado período de tempo. Incidência: frequência de casos novos de uma determinada doença, em uma determinada população, em um determinado período de tempo. Diferenças entre prevalência e incidência Prevalência: “fotografia” tirada da população em um momento específico – é apenas determinado quem tem a doença e quem não tem. Não podemos determinar quando é que a doença se desenvolveu. Incidência: em contraste com a prevalência, só inclui novos casos ou eventos e considera o tempo de exposição. Prevalência e incidência Fatores que interferem na prevalência Aumentam Casos novos. Melhoria no tratamento com o prolongamento do tempo de sobrevivência.sobrevivência. Diminuem Número de casos novos. Tempo de duração da doença. Cálculo da prevalência Prevalência pontual: frequência de casos existentes em um dado instante no tempo. Ex.: prevalência de ITU ontem na UBS. Prevalência de período: frequência de casos existentes em um período de tempo. Ex.: prevalência de ITU em 2010 na UBS. Prevalência na vida: frequência de pessoas que apresentaram a doença em algum momento da vida até a realização do estudo. Ex.: prevalência de ITU entre entrevistados. Cálculo da taxa de prevalência Taxa de prevalência TP = nº casos conhecidos da doença x 10n População em risco Ex.: 400 crianças acompanhadas na UBS em 2010; 40 com resultado positivo para ITU2010; 40 com resultado positivo para ITU. Prevalência no período de ITU: 40 casos em 2010. Taxa de prevalência de ITU em 2010: TP = 40/400 = 0 1 x 100 = 10%TP 40/400 0,1 x 100 10% 10 casos para 100 crianças em 2010. Cálculo da incidência Incidência: medida pela frequência absoluta de casos novos relacionados a uma unidade de tempo (dia, mês, ano). Ex.: 3 casos novos/dia; 300 casos novos/ano. Incidência acumulada (taxa de ataque): medida calculada dividindo-se o no de casos novos pelo no de pessoas não doentes no início do período. Representa o risco médio de adoecimento. Cálculo da taxa de incidência Taxa ou densidade de incidência TI = nº de casos novos da doença x 10n população em risco x tempo em risco Pessoa-tempo: período durante o qual um indivíduo esteve exposto ao risco deindivíduo esteve exposto ao risco de adoecimento. Ex.: 400 crianças acompanhadas durante 1 ano na UBS, 80 casos de anemia. Cálculo da taxa de incidência de anemia: 80 ÷ (400 crianças x 1 ano) = 0,2 200 casos por 1000 crianças por ano. Interatividade Sobre a ocorrência de diabetes nos anos de 2001 a 2010, em São Paulo, verificou-se um aumento da prevalência da doença no período estudado. Uma possível explicação para isso seria: a) Melhora da taxa de cura. b) Menor incidência da doença. c) Diminuição da duração da doença. d) Melhoria nos métodos diagnósticos. ) A l lid d d de) Aumento na letalidade da doença. 4. Principais indicadores de mortalidade Registro de eventos vitais Óbito Registro civil. Óbito: Declaração de Óbito (DO). Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM): Ministério da Saúde. Traçar o perfil de mortalidade no país. Fatores limitantes: Sub-registro de óbitos (regiões Norte e Sub-registro de óbitos (regiões Norte e Nordeste; < 1 ano; área rural). Qualidade do preenchimento da DO (causa básica). Principais indicadores de mortalidade Registro de eventos vitais Nascimento Registro civil. Nascimento: Declaração de Nascido Vivo (DNV)(DNV). Emissão obrigatória no serviço de saúde onde ocorreu o parto. Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC). Caracterizar as condições de nascimento. Principais indicadores de mortalidade Taxa de mortalidade geral. Taxa de mortalidade infantil. Neonatal precoce, neonatal tardia, pós-neonatal e perinatal. Taxa de mortalidade em menores de 5 Taxa de mortalidade em menores de 5 anos. Taxa de mortalidade em idosos. Taxas específicas por causa. Taxas específicas por gênero.p p g Indicadores de mortalidade: taxas Taxa de mortalidade infantil: Taxa de mortalidade neonatal precoce: Taxa de mortalidade neonatal tardia: Taxa de mortalidade pós-neonatal: Indicadores de mortalidade: proporções Mortalidade proporcional Causa: causas mal definidas; doenças infecciosas; Aids; causas externas. Idade: < 1 ano. 50 (S U ) > 50 anos (Swaroop e Uemura). Gênero: masculino/feminino. Indicadores de mortalidade: proporções Mortalidade proporcional por causa, idade e gênero MP = óbitos (causa, idade, gênero) x 100 total de óbitos Estima a fração de contribuição de Estima a fração de contribuição de determinada causa/idade/gênero com relação ao total de óbitos. MP < 1 ano = no óbitos < 1 ano de idade x 100 total de óbitos MP neoplasias = no óbitos neoplasias x 100 total de óbitos Indicador de Swaroop e Uemura Mortalidade específica por faixa de idade. % de óbitos de pessoas ≥ 50 anos em relação ao total de óbitos da população. ISU = nº óbitos de pessoas ≥ 50 anos total óbitos na populaçãototal óbitos na população Correlação com condições sociais e de assistência. Classificação: 1o grupo de países: ISU ≥ 75%g p p 2o grupo de países: ISU entre 50 e 74% 3o grupo de países: ISU entre 25 e 49% 4o grupo de países: ISU < 25% Curvas de Nelson Moraes Tipo 1 (N invertido) = condições de vida e saúde muito baixas. Tipo 2 (L ou J invertido) = condições de vida e saúde baixas. Tipo 3 (V ou U) = condições de vida e saúde regulares. Tipo 4 (J) = condições de p ( ) ç vida e saúde elevadas. Indicadores de mortalidade: letalidade Letalidade Óbitos pela doença x 100 Total de acometidos pela doença. Estima o risco de morrer por determinada doença dado que apresentou a doençadoença dado que apresentou a doença. Permite avaliar a gravidade de uma doença, considerando-se as variáveis: idade, sexo, condições socioeconômicas da região onde ocorre. Interatividade Na Cidade Nova, em 2009, foram confirmados 60 casos de meningite C. Dentre os casos da doença, constataram-se 30 óbitos, ou seja, 50% das pessoas que contraíram a doença morreram. Com base nesses dados, assinale a alternativa correta: a) O indicador de Swaroop e Uemura na Cidade ) p Nova, em 2009, foi de 50%. b) A taxa de mortalidade infantil na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%. c) A taxa de letalidade de meningite C na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%. d) A taxa de mortalidade geral na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%. e) Oindicador de mortalidade proporcional por meningite C na Cidade Nova, em 2009, foi de 50%. ATÉ A PRÓXIMA!
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