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Direito das Coisas – Prof. Rodrigo Duarte Material 02 1. Espécies de Posse a) POSSE DIRETA – art. 1.197, CC - A pessoa tem a coisa em seu poder (temporariamente) Não anula a posse indireta. O possuidor direto pode defender sua posse. POSSE INDIRETA - É o proprietário Concede o direito de usar a outro b) POSSE JUSTA – ART. 1.200, CC - É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária. Não apresenta vícios. POSSE INJUSTA - Apresenta um dos seguintes vícios: Violência – ocorre quando a posse é adquirida mediante violência ou grave ameaça (“Roubo”) Clandestinidade – a posse é adquirida às ocultas do proprietário ou do possuidor (“Furto”) Precariedade – quando o possuidor direto se recusa a restituir a coisa (“apropriação indébita”) Os vícios citados podem convalescer? R. Só os praticados por violência ou clandestinidade (art. 1.208, CC) Qual o período de tempo para o vício convalescer? R. após ano e dia (posse nova) Após esse período a posse passa a ser justa. c) POSSE DE BOA FÉ - O possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa. Art. 1.201, CC Posse de boa fé (critério subjetivo) X Posse justa (critério objetivo) POSSE DE MÁ FÉ - Se o vício é de conhecimento, então a posse é de má fé. d) POSSE AD INTERDICTA - Aquela que pode ser defendida pelos interditos (ações possessórias) - Seu prolongamento não é capaz de conduzir à usucapião (não há o “animus domini”) POSSE AD USUCAPIONEM - É exercida com a intenção de ter a coisa em definitivo. Deve ser: Mansa, Pacífica, Ininterrupta, Justa (durante o tempo previsto) e) POSSE NOVA - É a que conta menos de ano e dia. POSSE VELHA - É a que conta mais de ano e dia - A influência dessa classificação gera efeitos na esfera processual, interferindo nos ritos processuais. f) POSSE PRO INDIVISO - Trata-se de uma COMPOSSE de direito e de fato, onde cada compossuidor tem o direito de exercer a posse sobre o todo. POSSE PRO DIVISO - É a composse de direito, mas não de fato. AUISIÇÃO DA POSSE (art. 1.204, CC) - Ocorre quando a pessoa puder exercer, em nome próprio, alguns dos poderes inerentes à propriedade: - Gozar; - Reaver; - Usar; - Dispor. A posse pode ser adquirida (art. 1.205, CC) Pela própria pessoa que a pretende; Representante legal (incapacidade do titular); Procurador; Terceiro sem mandato (dependendo de ratificação) OBS: MANDADO é sinônimo de ordem, diligência. É o ato de mandar exarado por autoridade judicial ou administrativa. Assim, temos, por exemplo, mandado de citação, mandado de segurança. MANDATO é sinônimo de procuração, delegação. É com o instrumento de mandato que o advogado atua em nome do cliente ou assistido. A mesma palavra também designa período de exercício de cargo eletivo. ACESSÃO DA POSSE - É a soma do tempo da posse do atual possuidor mais seus antecessores. a) acessão por sucessão – ocorre na sucessão a título universal; b) acessão por união – ocorre na sucessão a título singular EFEITOS DA POSSE Faculdade de usar os interditos - Ação de reintegração de posse: * Quando ocorrer o desapossamento * Esbulho - Ação de manutenção de posse: * Quando o possuidor, sem perder a sua posse, vem a ser perturbado nela. * Turbação. - Interdito proibitório: * Ação de natureza preventiva; * Visa uma ordem judicial proibitória; * Ameaça comprovada - Imissão na posse: * Proprietário adquire o domínio da coisa que o alienante, ou terceiro, persistem em não lhe entregar. - Nunciação de obra nova: * Visa impedir nova obra em prédio vizinho que possa prejudicar. - Embargos de terceiro senhor e possuidor: * Existência de um processo (não sendo parte) * Sofre turbação ou esbulho por ato judicial. Defesa direta da Posse – art. 1210, §1º, CC - Legítima defesa da posse (turbação) * reação imediata; * moderação - Desforço Imediato (esbulho) * reação imediata; * moderação. Obs: Reação tardia irá caracterizar o crime do art. 345, CP – Exercício arbitrário das próprias razões. Percepção dos frutos - Trata-se de produções normais e periódicas da coisa. Quanto à origem: - Naturais (frutos produzidos pela natureza); - Industriais/artificiais (dependem da intervenção do homem); - Civis (os rendimentos que a coisa se presta de forma contínua e frequente). Quanto ao estado: - Pendentes (estão presos ao principal); - Percebidos/colhidos (frutos separados do principal); - Estantes (armazenados e separados para seus devidos fins); - Percipiendos (deveriam ter sido colhidos, mas não foram); - Consumidos (não mais existem). Art. 1214, CC – Possuidor de boa fé tem direito aos frutos percebidos ou colhidos. Momento que são considerados percebidos: Frutos naturais e industriais – separação do bem principal. Frutos civis (juros e alugueis) – dia a dia Obs: O possuidor de má fé responde por tudo (art. 1.216, CC) Indenização por benfeitorias e direito de retenção - Necessárias (boa fé + má fé) - Úteis (boa fé) - Voluptuárias (boa fé com relação as que não foram pagas nem levantadas sem detrimento da coisa) Valores para ressarcir: Má fé – Aquele que vai pagar pode optar pelo valor atual ou o valor de custo. Boa fé – Sempre valor atual. RESPONSABILIDADE PELAS DETERIORAÇÕES - O possuidor de boa fé não responde pela perda ou deterioração da coisa, a que não der causa. Má fé – responde (salvo se provar que de igual modo teria ocorrido). PERDA DA POSSE - Quando não há mais os poderes do “GRUD” (Art. 1.196, CC) - Fim da posse nova.
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