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RESUMO DIREITO PENAL III – AV1 Todo crime tem que tutelar um bem jurídico A vida não pode ser interrompida por ação de outrem, dolosa ou culposamente Tribunal do Júri: julgamento colegiado por serem 7 jurados Plenitude de defesa Sigilo de votações Soberania dos veredictos Competência para julgar os CRIMES DOLOSOS CONTRA A VIDA (homicídio; induzimento, instigação ou auxílio a suicídio por terceiro; infanticídio; aborto provocado pela gestante ou com o seu consentimento (sanção penal para a gestante); aborto provocado por terceiro sem o consentimento da gestante (sanção penal só para o agente provocador) e aborto provocado com o consentimento da gestante (sanção penal para quem provoca o aborto)) – arts. 121 a 126, CP Crimes hediondos: aqueles que merecem maior reprovação do Estado; os indiscutivelmente repugnantes. São os crimes considerados de extrema gravidade, inafiançáveis e insuscetíveis de graça, recebendo tratamento mais rigoroso. Crime material: só se consuma com a produção do resultado naturalístico Dolo direto: o agente prevê um resultado, dirigindo sua conduta na busca de realiza-lo. Dolo indireto: o agente, com sua conduta, não busca resultado certo e determinado. Dolo alternativo: ocorre quando o agente prevê e quer um ou outro dos resultados possíveis de sua conduta. Dolo eventual: quando a intenção do agente se dirige a um resultado, aceitando, porém, outro previsto e consequente de sua conduta (não se quer o resultado, mas assume-se o risco de obtê-lo) Culpa consciente: o agente prevê o resultado, mas não quer e nem assume o risco e pensa poder evita-lo. Acredita-se sinceramente em sua não ocorrência Culpa inconsciente: ocorre quando o agente não prevê o resultado que era previsível TIPOS DE CRIME HOMICÍDIO (art. 121) É extermínio do ser humano, é MATAR alguém por ação ou omissão (injusta morte) Admite tentativa (pena nas 3 fases mais diminuição), desistência voluntária (art. 15, CP: ocorre quando o agente começa a praticar os atos executórios do tipo penal pretendido, mas voluntariamente impede a consumação do crime ao interromper sua conduta, ou seja, há o abandono voluntário da prática delitiva, cessando a fase executória da conduta e o resultado inicialmente esperado não ocorre) e arrependimento eficaz (art. 15, CP: “O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados”, ou seja, termina todos os atos executórios, mas se arrepende, muda sua conduta a fim de evitar o sacrifício do bem tutelado, revertendo o resultado) Exige uma intenção ou vontade consciente pelo agente (crime comissivo por ação ou omissão, ou seja, o agente faz o que a norma proíbe) Crime omissivo impróprio: é a simples omissão de quem tinha o dever de agir Crime omissivo impróprio (comissivo por omissão): exige do sujeito uma concreta atuação para impedir o resultado que ele devia e podia evitar Ou então assume o risco de produzir o resultado morte A consumação se dá com a morte cerebral da vítima Exame de corpo delito Necessita que a vítima esteja com vida no momento do crime, pois tentar matar alguém que já está morto configura crime impossível (art. 17, CP) Classificação: é crime comum quanto ao sujeito, doloso ou culposo, de forma livre (meios diretos, indiretos, psíquicos ou morais), instantânea, material e de resultado Ação penal pública incondicionada, competindo ao júri seu julgamento Obs: é crime hediondo quando o homicídio simples é atividade prática de grupos de extermínio, ainda que cometido por um só agente TIPOS: BÁSICO: Simples: matar alguém – pena de reclusão de 6 a 20 anos (caráter residual, pois verifica-se e não se encontra qualificadora ou privilégio) DERIVADOS: Privilegiado (art. 121, § 1º) - doloso: é de caráter subjetivo (motivacional), praticado sob o domínio de uma compreensível emoção violenta, desespero ou motivo de relevante valor social ou moral (em seguida à justa provocação da vítima), que diminuam sensivelmente a culpa do homicida. É uma causa especial de DIMINUIÇÃO DE PENA (1/6 a 1/3) Pena: 2 a 6 anos (menor que no tipo simples) Qualificado (art. 121, § 2º) – doloso: cometido em circunstâncias que tornam o crime mais grave do que já é. As qualificadoras criam um tipo penal derivado, com penas próprias mais gravosas, ou seja, alteram o patamar da pena base I – Paga ou promessa de recompensa (morte encomendada a assassino de aluguel) ou por outro MOTIVO TORPE, repugnante (quem ordenou e quem praticou o crime respondem) (ex: vingança, rejeição amorosa, disputa de terras, etc.) II – Motivo fútil, insignificante (desproporção entre o motivo e o resultado obtido) (ex: após discussão de casal, em virtude de insignificante dívida, ausência de motivos, etc.) III – (Meio de execução): emprego de *veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso (camuflado, traiçoeiro) ou cruel (desumano, que causa desnecessário sofrimento), ou de que possa resultar perigo comum (além de matar a vítima, pode causar lesões corporais e até morte de terceiros) IV – (Meio de execução): à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso (comportamento sorrateiro do agente) que DIFICULTE ou TORNE IMPOSSÍVEL a defesa do ofendido (redução ou eliminação da possibilidade de reação) V – (Motivo): para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime (quando o homicídio é meio para executar outro crime, finalidade última do agente, ou praticado para ocultar a prática de outro ilícito) VI – (Motivo): contra a mulher por razões da condição de sexo feminino VII – (motivo): contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da CF88, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até 3º grau, em razão dessa condição Circunstâncias subjetivas: dizem respeito aos MOTIVOS reprováveis (incisos I, II, V) Circunstâncias objetivas: dizem respeito aos MEIOS de execução (incisos III e IV) Obs: Qualificadora de caráter objetivo (meios, modos de execução) se compatibiliza com as causas de caráter subjetivo, tendo o privilégio afastando a hediondez), ou seja, a causa de privilégio é preponderante sobre as qualificadoras de caráter objetivo. Pena: 12 a 30 anos (maior, mais severa) Culposo (art. 18, II – crime culposo): ocorre quando a pessoa mata outra, MAS sem que tivesse tal intenção nem aceitando riscos que levassem à morte (por imperícia (incompetência), imprudência ou negligência) É sempre que uma conduta traduz violação do dever objetivo de cuidado. Não existe tentativa em crime culposo. CPB, CTB c.1.) Culposo qualificado (CTB, art. 302, PU): a pena é aumentada de 1/3 se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 anos ou maior de 60 i) se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício ii) se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima ou não procura diminuir as consequências de seu ato iii) foge para evitar prisão em flagrante (art. 121, §4º): a pena é aumentada de um terço, se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as consequências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de um terço, se o crime é praticado contra pessoa menor de catorze anos ou maior de 60 anos. Homicídio praticado por milícia privada ou por grupo de extermínio (art. 288-A): a pena deve ser aumentada de 1/3 a 1/2 “se o crime for praticado por milícia privada, sob pretexto de prestação de serviço de segurança ou por grupo de extermínio”. *Milícia privada: organização paramilitar, grupo ou esquadrão com a finalidade de praticar qualquer dos crimes previstos no CP. Pena: reclusão de 4 a 8 anos Feminicídio (art. 121, §2º, VI): consiste na morte dolosa de mulher por razão de suacondição de sexo feminino. É crime de ódio baseado no gênero, concernente com a perseguição e morte intencional de pessoas do sexo feminino, sendo considerado crime hediondo. Sendo considerado homicídio qualificado, a pena será aumentada quando o fato for praticado: Durante a gestação ou nos três primeiros meses posteriores ao parto Contra mulher menor de 14 anos, maior de 60 ou com deficiência Na presença de descendente ou ascendente da vítima PERDÃO JUDICIAL: é o instituto por meio do qual o juiz, embora reconhecendo a prática do crime, deixa de aplicar a pena (desde que se apresentem determinadas circunstâncias excepcionais previstas em lei e que tornam inconvenientes ou desnecessárias a imposição de sanção penal ao réu). É, assim, causa de extinção de punibilidade, através de sentença declaratória. Ex: art. 121, §5º, CP Infanticídio (art. 123, CP): matar, sob a influência do estado puerperal (após romper a bolsa/desequilíbrio fisiopsíquico da mãe), o próprio filho, durante o parto ou logo após, por ação ou omissão (crime de mão própria). Ou seja, em estado puerperal, durante ou logo após o parto. Não há culpa. Na ausência de exame de sangue (hormonal) conclusivo, depoimentos de testemunhas auxiliam. In dubio pro reo expressando a presunção da inocência da mãe (“a lógica do in dubio pro reo é que se o magistrado, ao analisar o conjunto probatório, permanecer em dúvida sobre a condenação ou absolvição do réu, deve optar pela absolvição, até porque entre duas hipóteses não ideais é menos traumático para o direito absolver um réu culpado do que admitir a condenação de um inocente. ”) Há dolo e perda de refreio. É diferente de depressão pós-parto. Admite-se tentativa quando sobrevém circunstâncias alheias à vontade da mãe. O pai pode ser considerado coautor. Obs: Se for praticado antes do parto, será aborto. Se for praticado muito após o parto, será homicídio. Pena: detenção de 2 a 6 anos Crimes de participação em SUICÍDIO (art. 122, CP): “induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça” *Induzir: criar a ideia na cabeça do agente (é mais grave) *Instigar: reforçar uma ideia preexistente (a pessoa ainda está em dúvida) *Auxiliar: ajudar materialmente Consuma-se com a morte da vítima ou com a produção de lesão corporal grave Pena: reclusão de 2 a 6 anos SE o suicídio se consuma, OU reclusão de 1 a 3 anos SE da tentativa resulta lesão corporal grave PU: a pena é duplicada (aumento de pena): I – Se o crime é praticado por motivo egoístico II – Se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência Suicídio não é considerado crime no Dir. Penal Brasileiro. Crimes de ABORTO (arts. 124 a 127, CP): interrupção da gravidez com a morte do produto da concepção Conta a partir da implantação do óvulo fecundado no útero É crime de mão própria pela gestante O feto é potencial sujeito de direitos. Formas ilícitas do aborto: eugênico (técnica artificial de seleção do ser humano), social (falta de recursos financeiros da mãe), moral, econômico (miserabilidade da mãe), honoris causa (ocultar desonra própria) Formas lícitas do aborto: decorrente de estupro (sentimental) – com provas, sejam BO, bebê anencefálico e risco à vida da mãe (terapêutico/por médico/necessário – art.128) Sujeito ativo: mãe: Provocar aborto em si mesma (auto aborto, com ou sem partícipe) ou consentir que outrem lho provoque (partícipe que induz a gestante a permitir que alguém lho provoque) (art. 124, CP) Pena - detenção, de 1 a 3 anos. qualquer pessoa: provocar aborto sem o consentimento da gestante (pena: reclusão, de 3 a 10 anos) – art. 125, CP (mais grave) com o consentimento da gestante, durante toda a execução abortiva (pena: reclusão de 1 a 4 anos) – art. 126, CP (não admite concurso de pessoas por se tratar de crime de mão própria) Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior (art. 125, CP), se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência. Ou seja, se a gestante se enquadrar nessas situações, quem lhe provocou o aborto será enquadrado no art. 125, CP, pelo consentimento da gestante ser inválido. “Forma qualificada” (majorada): Art. 127, CP: As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. Quem induz, instiga ou auxilia a gestante no procedimento de aborto responde pelo art. 124, 1ª parte, CP, por ser partícipe (ex. fornecer medicamento abortivo) Terceiro que culposamente provoca o aborto responde por lesão corporal culposa. Se o feto foi expelido vivo, o crime é considerado como tentativa, mas se depois morreu, é considerado aborto consumado. Se o feto sobreviveu, mas ficou com sequelas, é tentativa. O consentimento de gestante menor de 14 anos é inválido. Ação penal pública incondicionada LESÕES CORPORAIS (art. 129) É dano às funções biológicas, anatômicas, fisiológicas ou psíquicas de alguém; ofensa à integridade corporal ou saúde de outrem (externa ou internamente), bastando o nexo causal com a ação do autor Por comissão ou omissão no sentido de proteger alguém de uma lesão Dolosa: quando o agente quer ou assume o risco de produzir o resultado Culposa: quando o agente infringe seu dever de cuidado (negligência, imprudência ou imperícia) O sujeito ativo é qualquer pessoa (autolesão não é crime) e o sujeito passivo também Pode-se receber perdão judicial nos moldes daquele concedido ao homicídio culposo Comprova-se através do exame de lesões corporais Pena: detenção de 3 meses a 1 ano Admite-se tentativa quando, apesar de não alcançado o resultado lesivo, o efetivo dano corporal, prevalecer na conduta do autor o elemento subjetivo de ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem. MAS, de acordo com o profº Rodrigo, não admite-se tentativa, por ser tipo penal condicionado ao resultado. É crime de passagem, posto que é uma lesão de menor entidade, havendo resultado maior e pior (crime maior) posterior a esse. Ou seja, esse crime menor pelo qual passa necessariamente o delito maior. Não há Tribunal do Júri com lesão corporal, ainda que seguida de morte Intencionalidade de agir: Lesão corporal (quis-se o resultado da lesão, mas não a morte, ainda que o resultado morte fosse previsível) x homicídio (quis-se a morte da pessoa, não apenas lesioná-la) Lesão corporal x injúria real (é aquela em que a ofensa à dignidade ou decoro é praticada mediante vias de fato (se não constitui crime) ou lesão corporal, ou seja, se visa ofender a honra da pessoa, sendo prática agressiva dirigida a ela, sem causa-lhe ofensa à sua integridade física e saúde) Animus necandi: intento de MATAR Animus laedendi: intento de prejudicar, de causar lesão corporal Animus nocendi: intento de prejudicar, explicitamente, com a ação pelo dolo In dubio pro reo ou favor rei (implica em que na dúvida interpreta-se em favor do acusado. Isso porque a garantia da liberdade deve prevalecer sobre a pretensão punitiva do Estado. O mencionado princípio deve orientar, inclusive, as regras de interpretação, de forma que, diante da existência de duas interpretações antagônicas, deve-se escolher aquela que se apresenta mais favorável ao acusado.) MODALIDADES: Lesão corporal de natureza leve (caput) – simples (JECRIM) “Ofender a integridade corporal ou a saúde de outrem”. Ação penal pública condicionada à representação Lesão corporal de natureza grave (§1º) – Justiça comum São as punidas com mais rigor, que se resultam: I - Incapacidade para as ocupações habituais, por mais de trinta dias, ou seja, temporariamente (profissionais e do dia a dia) – prazo conta a partir do dia do começo e exclui-se o último; (Caso a incapacidade dure menos que 30 dias, será considerada lesãocorporal leve) II - perigo de vida (concreto e demonstrável, mediante realização de prova técnica); III - debilidade permanente de membro, sentido ou função (redução de uma capacidade), com continuidade, permanência. OBS: sua perda torna-se lesão corporal gravíssima; IV - aceleração de parto (nascimento do feto com vida). OBS: se nascer natimorto, será considerado aborto, configurando-se lesão corporal gravíssima. Pena - reclusão, de um a cinco anos. Lesão corporal gravíssima (§2º) Penas mais graves por afetarem severamente a vítima, que se resultam: I - Incapacidade permanente para o trabalho (impedindo o exercício de qualquer atividade profissional remunerada); II - enfermidade incurável (inexistência de terapia pela Medicina); III - perda ou inutilização do membro, sentido ou função; IV - deformidade permanente (alteração no aspecto físico); V – aborto (tem que haver conhecimento da gravidez) Pena - reclusão, de dois a oito anos. Lesão corporal seguida de morte (§3º) – dolosa (homicídio preterdoloso) Se resulta morte e as circunstâncias evidenciam que o agente não quis o resultado, nem assumiu o risco de produzi-lo. Pena - reclusão, de quatro a doze anos. (Embora a morte não tenha sido pretendida (não se conclua pela existência de dolo na morte da vítima), a responsabilidade por ela é imputada ao autor na forma deste parágrafo, desde que previsível em face das circunstâncias.) Lesão corporal privilegiada (diminuição de pena de 1/6 a 1/3) – (§4º) “Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral ou sob o domínio de violenta emoção (estado emotivo que domina o autor ao ponto de reduzir o juízo crítico de sua conduta), logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço. ” Substituição da pena (§5º) – em caso de lesões corporais leves O juiz, não sendo graves as lesões, pode ainda substituir a pena de detenção pela de multa, de duzentos mil réis a dois contos de réis: I - se ocorre qualquer das hipóteses do parágrafo anterior (lesão corporal qualificada); II - se as lesões são recíprocas. Lesão corporal culposa (§6º) Ocorre quando da imprudência, da negligência ou da imperícia do autor advém apenas ofensa à integridade corporal da vítima. Independentemente da gravidade das lesões, por não terem sido pretendidas pelo autor do fato (já que ausente o dolo) Pena: detenção de 2 meses a 1 ano Aumento de pena em 1/3 (§7º, 9º e 11) Se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos, se a vítima é deficiente ou se sofreu violência doméstica OBS: Militar que mata militar, reformado ou na ativa – Justiça Militar Militar que mata civil – Tribunal do Júri Abandono de incapaz (art. 133, CP) “Abandonar pessoa que está sob seu cuidado, guarda, vigilância ou autoridade e, por qualquer motivo, incapaz de defender-se dos riscos resultantes do abandono” (impossibilidade de defesa pessoal) – o menor, o idoso e o incapaz Pena - detenção, de seis meses a três anos. § 1º - Se do abandono resulta lesão corporal de natureza grave: Pena - reclusão, de um a cinco anos. § 2º - Se resulta a morte: Pena - reclusão, de quatro a doze anos. Aumento de pena § 3º - As penas cominadas neste artigo aumentam-se de um terço: I - se o abandono ocorre em lugar ermo; II - se o agente é ascendente ou descendente, cônjuge, irmão, tutor ou curador da vítima. III - se a vítima é maior de 60 (sessenta) anos (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003) Exposição ou abandono de recém-nascido RIXA (art. 137, CP) É o embate violento, travado entre 3 ou mais pessoas, tendo como essência a confusão e a reciprocidade das agressões. Consuma-se com o surgimento do perigo decorrente da violência. CRIMES CONTRA A LIBERDADE INDIVIDUAL (arts. 146 a 154, CP) A liberdade individual é a faculdade de exercer a própria vontade, nos limites do direito. Se exaurem com a própria lesão à liberdade Forma qualificada ou concurso material de crimes se há outra tipificação ulterior Constrangimento ilegal (art. 146, CP): “Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda” Pena – detenção, de três meses a um ano, ou multa. Aumento de pena (majoradas) § 1º – As penas aplicam-se cumulativamente e em dobro, quando, para a execução do crime, se reúnem mais de três pessoas, ou há emprego de armas. § 2º – Além das penas cominadas, aplicam-se as correspondentes à violência. (CONCURSO MATERIAL) Exclusão da tipicidade § 3º – Não se compreendem na disposição deste artigo: I – a intervenção médica ou cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente perigo de vida; II – a coação exercida para impedir suicídio. Consuma-se no momento em que o indivíduo faz ou deixa de fazer a coisa a que foi constrangido Admite-se tentativa Constrangimento ilegal x ameaça (art.147, CP): esta visa apenas atemorizar a vítima Sequestro e cárcere privado (art. 148, CP): Dolo, que se consuma no momento em que ocorre a privação São crimes permanentes e permitem flagrante delito “Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado” Pena – reclusão, de um a três anos. Sequestro: privação (cercear) da liberdade de locomoção sem confinamento Cárcere privado: privação (cercear) da liberdade em recinto fechado Detenção: levar a vítima de casa e prendê-la em outro quarto Retenção: impedir que a vítima saia de casa Aumento de pena (§1º) – 2 a 5 anos I – em razão da vítima (+60 anos, ascendente, descendente, cônjuge ou companheiro) II – (Meio de execução): mediante internação da vítima em casa de saúde ou hospital III – (Duração): se dura mais de 15 dias *IV – contra menor de 18 anos (criança e adolescente) V – com fins libidinosos (abrange homem ou mulher) – apenas se não consumar o ato, pois se ele se consuma, há concurso material (sequestro + estupro) Qualificadoras (§2º) – 2 a 8 anos Em caso de maus tratos e sofrimento físico e moral OMISSÃO DE SOCORRO (art. 135, CP) Deixar de prestar assistência: à criança abandonada ou extraviada (perdida) à pessoa inválida, ferida ou desamparada Em grave e iminente perigo (risco de morrer ou sofrer lesões graves) ou sem pedir ajuda à autoridade Pena: detenção de 1 a 6 meses ou multa Exclui-se a tipicidade em caso de risco pessoal Art. 13, §2º: “A omissão é penalmente relevante quando o omitente devia e podia agir para evitar o resultado. ” (agente garantidor) Sujeito ativo: qualquer pessoa, exceto o agente garantidor CRIMES CONTRA A HONRA (arts. 138 a 140, CP) Honra objetiva: o que as pessoas pensam sobre mim (caráter concreto) Honra subjetiva: o que eu penso sobre mim Personalíssimo: ataque pessoal e direto (processa-se mediante queixa-crime) Peça inaugural nos crimes de ação penal privada, em que o próprio ofendido, ou quem tiver qualidade para representá-lo, faz uma exposição do fato criminoso com todas as suas circunstâncias. Quando é coletivo: discriminação de ódio racial Calúnia (art. 138, CP): caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como CRIME (fato criminoso falso) Se consuma com o conhecimento de terceiros (honra objetiva) Terceiro que propaga incorre no mesmo crime Pena: detenção de 6 meses a 2 anos e multa É punível contra memória de quem já morreu Cabe exceção da verdade (incidente processual concedido ao réu a fim de provar que os fatos imputados ao autor são verdadeiros), o que exclui a tipicidade em caso de comprovação NÃO se admite contra Presidente ou Chefe de Estado estrangeiro Calúnia x denunciação caluniosa é punida porque o criminoso faz com que o aparato estatal perca tempo e recursos investigando alguém por um crime que não ocorreu ou do qual ele é inocente Difamação (art.139, CP): difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivoà sua REPUTAÇÃO (visa denegrir a imagem da vítima) Se consuma com o conhecimento de terceiros (honra objetiva) Descrédito quando à opinião pública Constitui crime em ambas as situações de imputação verdadeira ou falsa, por denegrir a reputação Pena: detenção de 3 meses a 1 ano e multa Exceção da verdade apenas no caso do funcionário público no exercício de sua função Injúria (art. 140, CP): injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou decoro Não há fato, apenas ofensa à dignidade e ao decoro (injustiça) Xingamentos, denominações pejorativas Se consuma com o conhecimento da vítima (honra subjetiva) Pena: detenção de 1 a 6 meses e multa É o menos grave dos crimes contra a honra Não cabe exceção da verdade Simples: mera ofenda ao decoro ou à dignidade Real: ofensa à integridade física, visando atingir à honra (violência/vias de fato – lesão corporal) Racial: consiste em ofender a honra de alguém, valendo-se de elementos referentes à raça, cor, etnia, religião ou origem (infração grave) RETRATAÇÃO X PERDÃO DO OFENDIDO A retratação significa voltar atrás no que se disse, assumindo o erro ao fazer uma imputação a alguém (calúnia ou difamação), ANTES da sentença, ficando isento de pena. O perdão do ofendido é a desistência do prosseguimento do feito ou o desinteresse em que haja uma condenação, sendo necessária a aceitação pelo querelado. Havendo concurso de pessoas, o perdão ofertado a um dos querelados se estende aos demais.
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