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009 Respostas Caso Concreto 106821 Teoria Geral do Processo CCJ0053

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ 
Curso de Bacharel em Direito 
Teoria Geral do Processo – CCJ0053 
Prof. Marcelo Carneiro – marcelo.advogado@yahoo.com.br 
Crevelino Pereira França Filho – crevelino.filho@hotmail.com – cel.: (22) 9955-3618 
 
009 Respostas Caso Concreto 106821 
 
1ª Questão - Carlos Alberto promove demanda em face de uma empresa jornalística, 
requerendo a concessão de liminar para que a mesma publique uma retratação de notícia 
divulgada na semana anterior que lhe envolvia. O magistrado determinou a citação do réu para, 
somente após, analisar o requerimento de antecipação dos efeitos da tutela. Em resposta, a 
empresa aduziu que não seria possível a concessão da liminar, dado ao caráter da 
irreversibilidade dos seus efeitos. Indaga-se: como o magistrado deverá decidir? Justifique a 
resposta. 
Resposta: A natureza dos efeitos da tutela requerida é provisória. Em se tratando de divulgação 
na mídia, o cumprimento desta antecipação exaure o fim da ação proposta, havendo o perigo de 
irreversibilidade dos seus efeitos, que viola o art. 273, § 2º, CPC. A reversibilidade é uma das 
características da tutela antecipada, de modo que, via de regra, para que ocorra a concessão da medida 
urgente de caráter satisfatório, o provimento antecipado não pode ser irreversível. desta maneira cabe 
ao magistrado analisar se o pedido possui todos os requisitos do art. 273, CPC e assim decidir sobre o 
deferimento ou não da liminar. 
 
Art. 273. O juiz poderá, a requerimento da parte, antecipar, total ou parcialmente, os efeitos da tutela pretendida no pedido inicial, desde que, existindo prova 
inequívoca, se convença da verossimilhança da alegação e: 
I - haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação; ou 
II - fique caracterizado o abuso de direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. 
§ 1.º Na decisão que antecipar a tutela, o juiz indicará, de modo claro e preciso, as razões do seu convencimento. 
§ 2.º Não se concederá a antecipação da tutela quando houver perigo de irreversibilidade do provimento antecipado. 
§ 3.º A efetivação da tutela antecipada observará, no que couber e conforme sua natureza, as normas previstas nos arts. 588, 461, §§ 4.º e 5.º, e 461-A. 
§ 4.º A tutela antecipada poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, em decisão fundamentada. 
§ 5.º Concedida ou não a antecipação da tutela, prosseguirá o processo até final julgamento. 
6.º A tutela antecipada também poderá ser concedida quando um ou mais dos pedidos cumulados, ou parcela deles, mostrar-se incontroverso. 
§ 7.º Se o autor, a título de antecipação de tutela, requerer providência de natureza cautelar, poderá o juiz, quando presentes os respectivos pressupostos, deferir 
a medida cautelar em caráter incidental do processo ajuizado. 
 
2ª Questão - César, no curso de processo cautelar, pleiteia a concessão de medida liminar 
contrária a União, que foi indeferida pelo juiz, ao argumento de que existe vedação no art. 1° da 
Lei n° 8.437/92. De acordo com o narrado, assinale a alternativa correta: 
a) a lei acima mencionada, ao proibir ou limitar a concessão de medidas de urgência em face da 
Fazenda Pública, viola o princípio da inafastabilidade, além de permitir que o Poder Legislativo possa 
se imiscuir na atividade jurisdicional; 
b) a lei sobredita é inconstitucional, pois ao restringir a concessão de liminares apenas contra a 
Fazenda Pública viola o princípio da isonomia; 
c) para o STF, o dispositivo em comento, ao proibir ou limitar a concessão de medidas de 
urgência em face do Poder Público, é perfeitamente constitucional pois pautado em situações 
razoáveis e também em virtude de se tratar de uma decisão provisória; 
Quando proposta a Ação Direta de Inconstitucionalidade de tal Lei 8.437/92 perante o Supremo, este rejeitou-a, no 
entanto, salientou ‘que tal rejeição "não prejudica o exame judicial em cada caso concreto de constitucionalidade, incluída a 
razoabilidade, da aplicação da norma proibitiva da liminar" (ADIN 233-DF, Liminar, Pleno, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, 
ac. 05.04.90, RTJ, 132/572). 
d) a lei em epígrafe é flagrantemente inconstitucional, devendo ser realizado sempre, em qualquer grau 
de jurisdição, o mecanismo de controle previsto nos arts. 480/482 do CPC. 
 
Lei 8437/92 
Art. 1.º Não será cabível medida liminar contra atos do Poder Público, no procedimento cautelar ou em quaisquer outras ações 
de natureza cautelar ou preventiva, toda vez que providência semelhante não puder ser concedida em ações de mandado de 
segurança, em virtude de vedação legal. 
•• Vide Lei n. 9.494, de 10-9-1997. 
§ 1.º Não será cabível, no juízo de primeiro grau, medida cautelar inominada ou a sua liminar, quando impugnado ato de 
autoridade sujeita, na via de mandado de segurança, à competência originária de tribunal. 
§ 2.º O disposto no parágrafo anterior não se aplica aos processos de ação popular e de ação civil pública. 
§ 3.º Não será cabível medida liminar que esgote, no todo ou em parte, o objeto da ação. 
§ 4.º Nos casos em que cabível medida liminar, sem prejuízo da comunicação ao dirigente do órgão ou entidade, o respectivo 
representante judicial dela será imediatamente intimado. 
§ 5.º Não será cabível medida liminar que defira compensação de créditos tributários ou previdenciários. 
Art. 2.º No mandado de segurança coletivo e na ação civil pública, a liminar será concedida, quando cabível, após a audiência 
do representante judicial da pessoa jurídica de direito público, que deverá se pronunciar no prazo de 72 (setenta e duas) horas. 
Art. 3.º O recurso voluntário ou ex officio, interposto contra sentença em processo cautelar, proferida contra pessoa jurídica de 
direito público ou seus agentes, que importe em outorga ou adição de vencimentos ou de reclassificação funcional, terá efeito 
suspensivo. 
•• Vide Lei n. 9.494, de 10-9-1997. 
Art. 4° Compete ao presidente do tribunal, ao qual couber o conhecimento do respectivo recurso, suspender, em despacho 
fundamentado, a execução da liminar nas ações movidas contra o Poder Público ou seus agentes, a requerimento do Ministério 
Público ou da pessoa jurídica de direito público interessada, em caso de manifesto interesse público ou de flagrante 
ilegitimidade, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas.

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