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PROCESSUAL TRABALHO

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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO
SEMANA 1
Direito Processual do Trabalho
(Direito Público: Cabe a união legislar com exclusividade).
Um conjunto de normas jurídicas de instituições que têm como objetivo regular o funcionamento das instituições responsáveis pela atividade jurisdicional trabalhistas.
Dissídio: Conflito/discórdia decorrente da relação de trabalho e emprego, onde, por meio da ação, as partes buscam a Justiça do Trabalho para dirimir estes conflitos.
Dissídio coletivo é o instrumento pelo qual os Tribunais do Trabalho exercitam o poder normativo, solucionando os conflitos de toda uma categoria, criando normas e condições de trabalho de interesse de seus integrantes (ações ajuizadas pelos Sindicatos, Federações ou Confederações, para defesa dos interesses de seus filiados). No dissídio individual, o Judiciário Trabalhista soluciona conflito entre empregado (s) e empregador (es), aplicando a lei e a norma coletiva ao caso concreto. 
AUTONOMIA DO DIREITO PROCESSUAL
	Monista: Direito Processual é unitário, não há justificativa para diferenciar os direitos processuais.
Teorias
	Dualista: Sustenta a autonomia do Direito Processual do Trabalho, já que o mesmo possui regulamentação própria, sendo inclusive dotada de princípios próprios. (Processual Civil adotado de forma subsidiária). 
PRINCÍPIOS NORTEADORES DO PROCESSO DO TRABALHO
	Princípio da Aplicação Subsidiária e Supletiva do Processo Civil ao Processo do Trabalho (IN 39/16 do TST, em que pesem as divergências existentes diante do artigo 22 da CRFB/88)
	Princípio da Proteção
	Princípio da Celeridade 
	Princípio da Gratuidade 
	Princípio da Simplicidade 
	Princípio da Oralidade 
	Princípio da Concentração dos Atos em Audiência 
	Princípio da Conciliação 
	Princípio da Verdade Real (art. 765 CLT) 
	Princípio do Jus Postulandi 
	Princípio da Irrecorribilidade Imediata das Decisões Interlocutórias 
	Princípio da Normatização Coletiva (Poder Normativo da Justiça do Trabalho)
	Princípio do Dispositivo e do Inquisitivo/ da Iniciativa ex offício
	Princípio da Extrapetição 
CASOS CONCRETOS (SEMANA 1/2017)
1. Mévio, juiz do trabalho, indignado com determinadas situações que estão ocorrendo na Empresa Alfa, gostaria de instaurar reclamação trabalhista plúrima (Art. 842 CT). Pergunta-se: Diante do caso apresentado, o magistrado poderá instaurar o processo de ofício? Fundamente sua resposta com base nos princípios norteadores do Processo do Trabalho.
Na ação plúrima há um litisconsórcio ativo facultativo e a cada trabalhador equivale o seu interesse próprio; o pedido poderá ser julgado procedente para um e improcedente para outro. Já nas ações coletivas há uma coletividade indeterminada, porém determinável, como exemplo o reajuste salarial dos professores, no qual o sindicato dos professores de ensino superior entra com o dissídio coletivo pleiteando o reajuste para a categoria, essa decisão será igual para toda a classe de professores, o pedido é indivisível.
Artigo 842, CLT: Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento. 
RESPOSTA: O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso oficial, salvo as exceções previstas em lei, conforme Artigo 2º do NCPC. Este dispositivo, inerente, em regra, a todo sistema processual do ordenamento jurídico brasileiro, estabelece que a jurisdição apenas atua quando provocada, sendo inerte, ou seja, não atua por iniciativa própria, sem que haja alguma provocação, excetuando as situações legalmente previstas. Uma característica singular do processo trabalhista é a
possibilidade do juiz promover a execução ex officio, conforme preconiza o art. 878, caput, da CLT, que diz: “A execução poderá ser promovida por qualquer interessado, ou ex officio pelo próprio Juiz ou Presidente ou Tribunal competente”. 
Já visto que o juiz não pode de ofício iniciar um processo, mas
após a parte manifestar seu interesse, através da petição inicial e sua
distribuição, é dever do magistrado impulsionar o feito, tomando todas as
medidas necessárias ao desenvolvimento do processo.
2. (OAB/FGV 2012.3 IX EXAME NACIONAL UNIFICADO) Um dos princípios norteadores do Processo do Trabalho é o da celeridade, dada a natureza salarial do crédito trabalhista. Entretanto, por força de Lei, algumas causas especiais possuem preferência na tramitação. Das situações listadas a seguir, assinale aquela que terá preferência em todas as fases processuais. A) a que será executada contra a União, Estados ou Municípios. B) a que será executada perante o juízo da falência. C) a que será executada em face de empregador doméstico D) a que será executada em face de empresa pública.
Artigo 768, CLT: Terá preferência em todas as fases processuais o dissídio cuja decisão tiver de ser executada perante o Juízo da falência. 
3. Após a entrada em vigor do CPC/15, o Tribunal Superior do Trabalho editou a Instrução Normativa de nº 39, segundo a qual, no Processo do Trabalho: A) os prazos contados em dia só serão contados em dias úteis. B) aplica-se a regra do foro de eleição e as partes podem pactuar nos contratos trabalho qual será a Vara do Trabalho competente para dirimir eventuais lides trabalhistas. C) as tutelas provisórias de urgência e evidência não se aplicam; D) aplica-se o Código de Processo Civil, subsidiária e supletivamente, em caso de omissão e desde que haja compatibilidade com as normas e princípios do Direito Processual do Trabalho.
CASOS CONCRETOS ANTERIORES
1. Numa ação trabalhista Leonardo Maia postulou sua reintegração ao emprego, com fundamento na estabilidade assegurada ao acidentado (art. 118, da Lei nº 8.213/91). Na sentença, o juiz não deferiu a reintegração postulada, apesar de não ter transcorrido o prazo da estabilidade, mas condenou a empregadora ao pagamento dos salários e demais parcelas do período da estabilidade, em virtude do grau de incompatibilidade resultante do dissídio, na forma do art. 496, da CLT. A empresa, inconformada, pretende recorrer da decisão sustentando a nulidade da sentença por julgamento extra petita, pois o obreiro em sua petição inicial não formulou pedido de indenização decorrente da estabilidade. Diante do caso apresentado, informe se a empresa está correta em sua argumentação, bem como aponte e explique qual o princípio do processo do trabalho envolvido na situação narrada.
Art. 118. O segurado que sofreu acidente do trabalho tem garantida, pelo prazo mínimo de doze meses, a manutenção do seu contrato de trabalho na empresa, após a cessação do auxílio-doença acidentário, independentemente de percepção de auxílio-acidente.
Art. 496. Quando a reintegração do empregado estável for desaconselhável, dado o grau de incompatibilidade resultante do dissídio, especialmente quando for o empregador pessoa física, o tribunal do trabalho poderá converter aquela obrigação em indenização devida nos termos do artigo seguinte.
Sentença extra petita: o juiz concede algo distinto do que foi pedido na petição inicial.
RESPOSTA: O princípio envolvida no caso concreto narrado é o princípio da extrapetição, que permite ao juiz, nos casos expressamente previstos em lei, condene o réu em pedidos não contidos na petição inicial, ou seja, autoriza o julgador a conceder mais do que o pleiteado, ou mesmo vantagem diversa da que foi requerida. A empresa não está correta em uma argumentação, uma vez que a Súmula 396, II do TST, afirma que não há nulidade por julgamento “extra petita” da decisão que deferir salário quando o pedido for de reintegração, dados os termos do art. 496 da CLT.
2. Considere: 
I. De acordo com o artigo 2º do Código de Processo Civil brasileiro: nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional
senão quando a parte ou o interessado a requerer, nos casos e formas legais. 
II. De acordo com o artigo 765 da Consolidação das Leis do Trabalho: os Juízos e Tribunais do Trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária ao esclarecimento delas. Nas hipóteses apresentadas estão presentes, respectivamente, os princípios:
A) Juiz natural e Inquisitivo. 
B) Imediação e Dispositivo. 
C) Imediação e Extrapetição. 
D) Dispositivo e Instrumentalidade. 
E) Dispositivo e Inquisitivo. 
PRINCÍPIO DISPOSITIVO / INÉRCIA ---> nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional, exceto quando a parte ou interessado a requerer. Ou seja, processo começa por iniciativa da parte, embora se desenvolva ´por impulso oficial.
PRINCÍPIO INQUISITIVO OU INQUISITÓRIO ---> os juízes e os tribunais do trabalho terão ampla liberdade na direção do processo e velarão pelo andamento rápido das causas, podendo determinar qualquer diligência necessária aos esclarecimento delas.
SEMANA 2
FORMAS DE SOLUÇÃO DOS CONFLITOS TRABALHISTAS
	Autodefesa: As partes defendem seus interesses. “Justiça com as próprias mãos” (Ex: greve)
	Autocomposição: é modalidade de solução dos conflitos coletivos de trabalho pelas próprias partes interessadas sem a intervenção de um terceiro que irá ajudá -las ou até propor a solução do conflito. Com o exemplo temos: a negociação coletiva p ara os conflitos coletivos e o acordo ou a transação para os conflitos individuais.
	
	Heterocomposição: Meio utilizado para solucionar os conflitos decorrentes da relação de trabalho em que as partes utilizando-se de suas próprias forças não conseguem dirimi-lo, e utiliza-se, para resolução dos mesmos, de um órgão ou um agente externo e desinteressado a lide que irá solucioná-lo e sua decisão será imposta às partes de forma coercitiva. (Mediação, arbitragem e jurisdição).
Comissão de Conciliação Prévia (CCP): Adota o Princípio da Paridade, ou seja, é formada por igual número de representantes dos empregados e dos empregadores.
Artigo 625-A, CLT: As empresas e os sindicatos podem instituir Comissões de Conciliação Prévia, de composição paritária, com representante dos empregados e dos empregadores, com a atribuição de tentar conciliar os conflitos individuais do trabalho. 
	A constituição da CCP sindical e as suas normas de funcionamento serão definidas em instrumentos de negociação coletiva (Convenção Coletiva de Trabalho ou Acordo Coletivo de Trabalho) 
A CCP apenas soluciona conflitos individuais, e não coletivos. Além disso, a sua criação é facultativa. Conforme determina o parágrafo único do artigo citado, a CCP pode ser sindical (formada no âmbito de um sindicato ou com caráter intersindical) ou empresarial (formada no âmbito de uma empresa ou por grupo de empresas).
As comissões de conciliação prévia são órgãos criados no âmbito d os sindicatos ou das em presas, coma finalidade de resolução do conflito individual trabalhista por meio da autocomposição. Trata -se de um meio alternativo, extrajudicial, de solução do conflito a fim de propiciar maior celeridade à resolução da lide, sem a burocracia do Poder Judiciário Trabalhista. Diante da presença de conciliadores, os empregados e os empregadores poderão, consensualmente, colocar fim ao conflito. A criação das comissões de conciliação prévia é facultativa, podem ser criadas no âmbito das em presas ou dos sindicatos e terão o m esmo número de representantes dos empregados e dos em pregadores, conforme disciplina o art. 625 -A da CLT . 
ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO
I. Tribunal Superior do Trabalho (3º grau);
II. Tribunais Regionais do Trabalho (2º grau);
III. Juízes do Trabalho (1º grau).
Órgãos da Justiça do Trabalho
Artigo 111, CF/88
I. Tribunal Superior do Trabalho (Órgão cúpula da Justiça do Trabalho)
Composto por 27 ministros (+ de 35 anos e – de 65 anos).
 * quinto constitucional (MP e OAB - advogado) - + de 10 anos de atividade
Nomeados pelo Presidente APÓS aprovação da maioria absoluta do Senado Federal.
Para desenvolver as atribuições jurisdicionais o TST atua por meio de seus órgãos. São órgãos que compõe o TST:
I. Tribunal Pleno;
II. Órgão Especial;
III. Seção Especializada em dissídios coletivos;
IV. Seção Especializada em dissídios individuais;
V. Turmas.
II. Tribunais Regionais do Trabalho (Substituiu os Conselhos Regionais do Trabalho)
Composto por no MÍNIMO 7 juízes (+ 30 anos e – de 75 anos)
 * quinto constitucional (MP e OAB - advogado) - + de 10 anos de atividade
			 
Nomeados pelo Presidente.
IMPORTANTE
Artigo 674 da CLT: O território nacional está dividido em 24 regiões para efeitos de jurisdição dos Tribunais Regionais. Há portanto 24 Tribunais Regionais.
* Os TRT's poderão funcionar descentralizadamente, constituindo Câmara Regionais (principalmente nos Estados que não possuem TRT).
III. Juízes do Trabalho (Extinção das Juntas de Conciliação e Julgamento)
Exercido por um juiz singular (juiz do trabalho)
CASOS CONCRETOS (SEMANA 2/2017)
1. O sindicato da categoria profissional dos bancários celebrou com a categoria econômica correspondente - sindicato dos bancos - convenção coletiva de trabalho fixando o reajuste salarial para os bancários no patamar de 8%, dentre outros benefícios. Já o sindicato da categoria profissional dos professores teve frustrada a tentativa de negociação coletiva junto ao sindicato dos estabelecimentos de ensino, o que resultou na propositura do Dissídio Coletivo perante o Tribunal Regional do Trabalho daquela localidade. Diante dos casos apresentados, indique e explique qual foi o método de solução dos conflitos coletivos utilizado pelo sindicato dos bancários e pelo sindicato dos professores
RESPOSTA: No caso do sindicato da categoria profissional dos bancários foi utilizado o método da autocomposição, que caracteriza-se pela forma de solucionar um conflito a partir do consentimento em sacrificar o interesse próprio, em todo ou em parte, em favor do interesse de outrem buscando a resolução de um conflito. Já sindicato da categoria profissional dos professores, no insucesso da negociação, passou a utilizar o método da heterocomposição, que é o meio utilizado para solucionar os conflitos decorrentes da relação de trabalho em que as partes utilizando-se de suas próprias forças não conseguem dirimi-lo, e utiliza-se, para resolução dos mesmos, de um órgão ou um agente externo e desinteressado a lide que irá solucioná-lo e sua decisão será imposta às partes de forma coercitiva.
2. (OAB/RJ/ CESPE - 2008.3) Manuel, contratado por uma empresa de comunicação visual, no dia 8/9/2005, para prestar serviços como desenhista, foi dispensado sem justa causa em 3/11/2008. Inconformado com o valor que receberia a título de adicional noturno, férias e horas extras, Manuel firmou, no dia 11/11/2008, acordo com a empresa perante a comissão de conciliação prévia, recebendo, na ocasião, mais R$ 927,00, além do valor que a empresa pretendia pagar-lhe. A comissão de conciliação prévia ressalvou as horas extras. Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. A) O título decorrente da homologação somente pode ser questionado perante a comissão de conciliação prévia. B) Manuel não poderá reclamar na justiça do trabalho nenhuma parcela, visto que o acordo ocorreu regularmente. C) Manuel pode postular na justiça do trabalho o pagamento de horas extras, dada a ressalva apresentada pela comissão de conciliação prévia. D) A comissão de conciliação prévia não poderia firmar acordo parcial indicando ressalvas.
Art. 112, CF/88: A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
Súmula 10 STJ - Instalada a Junta de Conciliação e Julgamento, cessa a competência do Juiz de Direito em matéria
trabalhista, inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas" 
3. (OAB/RJ – CESPE/2009.1) Considere que, em determinado município, uma reclamação trabalhista tramite perante vara cível, dada a inexistência, na localidade, de vara do trabalho e dada a falta de jurisdição das existentes no estado. Nessa situação, caso venha a ser instalada uma vara trabalhista nessa localidade, a ação deve A) continuar no âmbito da competência da justiça comum, caso ainda não tenha sido prolatada a sentença, cabendo à vara do trabalho a execução da decisão. B) continuar sendo processada e julgada junto à justiça comum em razão do princípio da perpetuatio jurisdictionis, independentemente da fase em que esteja. C) ser remetida à vara do trabalho, seja qual for a fase em que esteja, para que lá continue sendo processada e julgada, sendo esse novo juízo o competente, inclusive, para executar as sentenças já proferidas pela justiça estadual. D) ser remetida à vara do trabalho apenas se ainda não tiver sido prolatada a sentença, cabendo à justiça comum executar a sentença proferida.
SEMANA 3
COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (Competência é a distribuição interna do exercício da atividade jurisdicional, ou seja, é a “medida” da jurisdição).
Art.114, CF/88: Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
	As ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios;
	As ações que envolvam exercício do direito de greve;
	As ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
	Os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição;
	Os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, ressalvado o disposto no art. 102, I, o;
	As ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes da relação de trabalho;
	As ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho;
	A execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que proferir;
	Outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma da lei.
§1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
§ 2º Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas anteriormente.
§ 3º Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho decidir o conflito.
Conceito – é a distribuição interna do exercício da atividade jurisdicional. Tal divisão é feita pelo uso de três critérios doutrinários, segundo lições de Chiovenda. 
1 – Objetivo/matéria; que leva em conta o objeto do litígio, compreendendo a matéria, o valor e as pessoas envolvidas 
2 – Territorial; que leva em conta o local ou território 
3 – Funcional; que leva em conta critérios de divisão de atribuições dentro de um órgão jurisdicional. 
Tais critérios podem ser de ordem absoluta, quando tutelam o interesse público, e de ordem relativa, quando tutelam interesses privados. 
A incompetência absoluta deve ser declarada de ofício e pode ser alegada em qualquer tempo e grau de jurisdição, independentemente de exceção. Em regra, ela é arguida como preliminar da contestação. Declarada a incompetência absoluta, os atos decisórios serão nulos, remetendo-se os autos ao juízo competente.
Absoluta: fixada em razão da matéria, em razão da pessoa ou pelo critério funcional;
Relativa: fixada em razão do território ou em razão do valor da causa.
A incompetência relativa é arguida por meio de exceção. Caso o réu não o faça, no momento oportuno, dar-se-á a prorrogação da competência e o juiz que era incompetente passa a ser competente, embora pudesse ter sido afastado. O juiz não pode declarar a incompetência relativa de ofício, pois não pode ele conhecer de questões suscitadas, a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte. 
Competências 
Caso de assédio moral, sexual acidente do trabalho foro competente é a justiça do trabalho.(Súmulas 392 do TST e 736 do STF).
Acidente de Trabalho – ainda continua na Justiça Comum, por força da interpretação do artigo 109, I da CF/88, não alterado mesmo após a EC 45.
Justiça do Trabalho: 
	Competência absoluta: material e a funcional;
	Competência relativa: territorial. 
Sistemas Jurídicos de competência 
Unificados – concentram em um só órgão a competência para julgar as questões trabalhistas e todas as correlatas, como previdenciárias e acidentárias. Ex. Espanha e Itália 
Fragmentados – separam as competências para julgamento dessas matérias em órgãos distintos. Ex. Brasil 
Como visto, o Brasil adota o Sistema Fragmentado: a matéria trabalhista é julgada pela Justiça do Trabalho; a matéria previdenciária, pela Justiça Federal; e a matéria acidentária, pela Justiça Estadual. 
CASOS CONCRETOS (SEMANA 3/2017)
1. O viajante comercial Saulo pretende mover ação trabalhista em face da sua empregadora Empresa Delta Ltda, por entender que o seu gerente cometeu ato ilícito que lhe feriu a honra e boa fama, postulando indenização por danos morais a ser arbitrada pelo juiz diante da extensão e complexidade do dano, cumulada com pedido de pagamento de diferenças de comissões ajustadas no valor de R$ 10.000,00. Diante do caso exposto, responda de forma fundamentada: A) Segundo as regras contidas em legislação própria quanto à competência territorial, informe aonde a ação deve ser proposta. Fundamente. B) O Judiciário Trabalhista possui competência para apreciar e julgar a presente ação? É possível pleitear que o juiz arbitre o montante da postulada indenização por danos morais?
RESPOSTA: 
A) De acordo com o Artigo 651 – A da CLT, a competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o em pregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao em pregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. Ainda de acordo com o § 1º do mesmo artigo, quando for parte de dissídio agente ou viajante comercial, a competência será da Junta da localidade em que a em presa tenha agência ou filial e a esta o em pregado esteja subordinado e, na falta, será competente a Junta da localização em que o em pregado tenha domicílio ou a localidade mais próxima. 
B) A Súmula 392 do TST, diz que nos termos do art. 114, VI, da CF/88, a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ações de indenização por dano moral e material, decorrentes da relação de trabalho, inclusive as oriundas de acidente de trabalho e doenças a ele equiparadas, ainda que propostas pelos dependentes ou sucessores do trabalhador falecido.
2. Os normativos constitucionais NÃO atribuem competência material à Justiça do Trabalho para processar e julgar A) as ações que apuram os crimes contra a organização do trabalho e envolvendo retenção dolosa de salários e contribuições previdenciárias. B) as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. C) as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores. D) as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações
de trabalho. E) o dissídio coletivo ajuizado pelo Ministério Público do Trabalho no caso de greve em atividade essencial, com possibilidade de lesão do interesse público.
3. (FCC AJAJ TRT 20 2016) Hera participou de processo seletivo e foi contratada como música instrumentista da Orquestra do Banco Ultra S/A, no Município de Itabaiana/SE, onde tem o seu domicílio. No contrato de trabalho foi estipulado como foro de eleição para propositura de demanda trabalhista o Município de Aracaju/SE. O banco possui agências em todos estados do Brasil e a sua sede está localizada em Brasília/DF. Durante os oito meses em que foi empregada do Banco, Hera exerceu suas funções apenas no Município de Aracaju/SE. Caso decida ajuizar reclamação trabalhista em face de seu ex-empregador, deverá propor em: A) Aracaju, porque foi o local da prestação dos serviços. B) Aracaju, por ser o foro de eleição previsto em contrato de trabalho. C) Itabaiana, porque é o foro do seu domicílio. D) Brasília, por estar situada a sede do Banco reclamado. E) Aracaju, Itabaiana ou Brasília, dependendo da sua própria conveniência como reclamante.
Art. 651, CLT - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, PRESTAR SERVIÇOS ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro.
REGRA: LOCAL DA PRESTAÇÃO DOS SERVIÇOS!! 
CASOS CONCRETOS ANTERIORES
1. (OAB/FGV 2 010.3) O Banco Ômega S.A. ajuizou ação de interdito proibitório em face do Sindicato dos bancários de determinado Município, nos termos do artigo 932 do CPC, postulando a expedição de mandado proibitório, para obrigar o réu a suspender ou a não mais praticar, durante a realização de movimento paredista, atos destinados a mo lestar a posse mansa e pacífica do autor sobre os imóveis de sua propriedade, com a retirada de pessoas, veículos, cavaletes, correntes, cadeados, faixas e objetos que impeçam a entrada de qualquer empregado ao local de trabalho, abstendo-se, também, de realizar piquetes com utilização de aparelhos de som, sob pena de aplicação de multa diária no valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais), por agência. Em contestação, o sindicato-réu sustentou que a realização de piquetes decorre do legítimo exercício do direito de greve assegurado pelo artigo 9º da Constituição da República e que o fechamento das agências bancárias visa a garantir a adesão de todos os empregados ao movimento grevista. Com base na situação hipotética, responda aos itens a seguir, empregando os argumentos jurídicos apropriados e a fundamentação legal pertinente ao caso. 
A) Qual será a Justiça competente para julgar essa ação de interdito proibitório? 
		 (possuidor de um bem sofrer uma ameaça de turbação ou de esbulho).
RESPOSTA: De acordo com o artigo 114, inciso II, da Constituição da República, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 45/2004, compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações que envolvam exercício do direito de greve. Por sua vez, a Súmula Vinculante nº 23 do STF dispõe que a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada. No caso de que trata a questão, o interdito proibitório, que consiste em modalidade de ação possessória, foi ajuizado em razão do movimento grevista deflagrado por categoria profissional do setor privado. Dessa forma, a competência para julgamento é da Justiça do Trabalho, com fundamento no artigo 114, inciso II, da CRFB/88, ou na Súmula Vinculante nº 23 do STF. 
B) Durante a greve, é lícita a realização de piquetes pelo Sindicato com utilização de carros de som? 
RESPOSTA: Conforme a norma prevista no artigo 6º, I, da Lei 7.783/89, são assegurados aos grevistas, entre outros direitos, o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve. A realização de piquetes com utilização de carros de som é permitida pela ordem jurídica, como meio pacífico tendente a persuadir ou aliciar os trabalhadores para aderirem ao movimento. É vedada, contudo, a prática de atos de violência moral e/ou material que possam vir a constranger direitos e garantias fundamentais de outrem, nos moldes do artigo 6º, §1º, da Lei 7.783/89.Desse modo, com base no artigo 6º, I, da Lei 7.783/89 é assegurado aos grevistas o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a aderirem à greve. 
C) Procede a pretensão veiculada na ação no sentido de que o réu se abstenha de impedir o acesso dos empregados às agências bancárias? 
RESPOSTA: procede a pretensão, fundamentando no sentido de que as manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não podem impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou à pessoa, nos termos do artigo 6º, §3º, da Lei 7.783/89. 
2. (Procurador do Trabalho/2006) - Em relação à competência da Justiça do Trabalho, é INCORRETO afirmar que:
A) a Presidência do Supremo Tribunal Federal, em decisão liminar em sede de ação direta de inconstitucionalidade, suspendeu toda e qualquer interpretação que inclua na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo;
B) compete à Justiça do Trabalho processar e julgar as ações oriundas da relação de trabalho;
C) é competência da Justiça do Trabalho a apreciação de ação proposta por empresa para anulação de penalidade imposta em auto de infração lavrado por auditor fiscal do trabalho, por inobservância da cota de contratação de pessoas com deficiência;
D) as ações de indenização por dano moral decorrentes da relação de trabalho são de competência da Justiça do Trabalho somente a partir da Emenda Constitucional 45, conforme a jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho, que antes não admitia o processamento de tais ações na Justiça Especializada.
O erro se encontra em afirmar que a jurisprudência do TST não admitia o processamento de indenizações por dano moral (ação ordinária, com aplicação do Direito Civil), pelo contrário, a EC/45 apenas inseriu no texto constitucional o que já estava pacificado no entendimento jurisprudencial. 
3. (OAB/SP -126º EXAME) Em se tratando de empresa que promova realização das atividades fora do lugar da celebração do contrato de trabalho, a competência para julgamento da causa é do lugar da: 
A) prestação de serviço ou da celebração do contrato, a critério do empregado. Art. 651 § 3º CLT
B) prestação de serviço ou do estabelecimento principal, a critério do empregado.
C) prestação de serviço.
Art. 651 - A competência das Juntas de Conciliação e Julgamento é determinada pela localidade onde o empregado, reclamante ou reclamado, prestar serviços ao empregador, ainda que tenha sido contratado noutro local ou no estrangeiro. (Vide Constituição Federal de 1988)
§ 3º - Em se tratando de empregador que promova realização de atividades fora do lugar do contrato de trabalho, é assegurado ao empregado apresentar reclamação no foro da celebração do contrato ou no da prestação dos respectivos serviços.
D) celebração do contrato de trabalho
SEMANA 4
CAPACIDADE PARA SER PARTE, CAPACIDADE PROCESSUAL E CAPACIDADE POSTULATÓRIA.
Capacidade de ser parte: aptidão de ser titular de direitos e deveres.
Capacidade processual: aptidão para a prática de atos processuais sem a necessidade de assistência ou representação. Ex: Maiores de 18 anos (empregado e empregador) ou emancipados (CC, art. 5º, parágrafo único)
Incapazes: A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado em juízo.
 
Capacidade postulatória: jus postuland 
Art. 791, CLT: Os empregados e os empregadores poderão
reclamar pessoalmente perante a Justiça do Trabalho e acompanhar as suas reclamações até o final.
(o próprio trabalhador ou empregador pode ir a juízo sem necessidade de advogado) 
1º – Nos dissídios individuais os empregados e empregadores poderão fazer-se representar por intermédio do sindicato, advogado, solicitador, ou provisionado, inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil.
2º – Nos dissídios coletivos é facultada aos interessados a assistência por advogado.
Súmula nº 425 do TST: O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando:
	ação rescisória;
	ação cautelar;
	mandado de segurança;
	recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. 
REPRESENTAÇÃO
Súmula 436, TST: I - A União, Estados, Municípios e Distrito Federal, suas autarquias e fundações públicas, quando representadas em juízo, ativa e passivamente, por seus procuradores, estão dispensadas da juntada de instrumento de mandato e de comprovação do ato de nomeação. 
II - Para os efeitos do item anterior, é essencial que o signatário ao menos declare-se exercente do cargo de procurador, não bastando a indicação do número de inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil.
Conceitos:
Partes: Parte é quem demanda em juízo, seja colocando à luz do judiciário uma pretensão, seja respondendo uma pretensão de outro. Parte é quem litiga em juízo.
Legitimidade Ativa: Aquele que propõe a ação: o autor, o reclamante.
Legitimidade Passiva: Aquele que responde à pretensão do outro.  É o réu, o reclamado.
Legitimação Ordinária: Diz respeito ao sujeito que ajuiza ação em nome próprio, defendendo interesse próprio. Exemplo: o José ajuiza uma Reclamação Trabalhista, em que ele é autor e defende direitos que são devidos a ele mesmo. Isso, independente dele estar representado por advogado ou não. Em meu nome, em meu benefício (defendendo meu direito).
Legitimação Extraordinária – Substituição Processual: Diz respeito ao sujeito que ajuiza ação em nome próprio, defendendo direito alheio. Entende-se que seja sinônimo de substituição processual. Exemplo: sindicato que atua em substituição processual, defendendo direito da categoria que ele representa
Em regra – CPC, art. 6º (regra: legitimidade ordinária) – Art. 6º Ninguém poderá pleitear, em nome próprio, direito alheio, salvo quando autorizado por lei.
ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA
Súmula 219, TST: 
I - Na Justiça do Trabalho, a condenação ao pagamento de honorários advocatícios não decorre pura e simplesmente da sucumbência, devendo a parte, concomitantemente: a) estar assistida por sindicato da categoria profissional; b) comprovar a percepção de salário inferior ao dobro do salário mínimo ou encontrar-se em situação econômica que não lhe permita demandar sem prejuízo do próprio sustento ou da respectiva família. (art.14,§1º, da Lei nº 5.584/1970). (ex-OJ nº 305da SBDI-I).
II - É cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista. 
III – São devidos os honorários advocatícios nas causas em que o ente sindical figure como substituto processual e nas lides que não derivem da relação de emprego. 
IV – Na ação rescisória e nas lides que não derivem de relação de emprego, a responsabilidade pelo pagamento dos honorários advocatícios da sucumbência submete-se à disciplina do Código de Processo Civil (arts. 85, 86, 87 e 90).
V - Em caso de assistência judiciária sindical ou de substituição processual sindical, excetuados os processos em que a Fazenda Pública for parte, os honorários advocatícios são devidos entre o mínimo de dez e o máximo de vinte por cento sobre o valor da condenação, do proveito econômico obtido ou, não sendo possível mensurá-lo, sobre o valor atualizado da causa (CPC de 2015, art. 85, § 2º).
VI - Nas causas em que a Fazenda Pública for parte, aplicar-se-ão os percentuais específicos de honorários advocatícios contemplados no Código de Processo Civil.
MANDATO E REPRESENTAÇÃO
Na seara laboral, é admissível o mandato tácito, situação na qual o advogado pratica uma série de atos em nome do litigante ou simplesmente comparece na audiência, mas não apresenta a procuração nos autos. Nesta hipótese, o procurador poderá atuar no feito, todavia seus poderes se restringirão aos atos decorrentes da outorga ad judicia, ou seja, não poderá confessar, desistir, transigir, renunciar, receber, dar quitação, dentre outros, nos moldes do artigo 38 do CPC. Apesar de muitos estudiosos não diferenciarem o mandato tácito do apud acta, convém ressaltar que este é configurado quando o patrono da parte comparece em audiência e solicita que seu nome conste na ata. Neste caso, o advogado também não possuirá poderes especiais para atuar na demanda, a menos que tal outorga conste na ata. Sendo assim, no processo trabalhista, os atos praticados por advogado desprovido de procuração serão válidos e aproveitados.
CASOS CONCRETOS (SEMANA 4/2017)
1. Marcelo Antonio, por intermédio do seu advogado, ajuizou ação trabalhista postulando a condenação da ex-empregadora ao pagamento das horas extras. Na sentença o juiz do trabalho julgou improcedente o pedido condenando o Autor ao pagamento das custas processuais. O advogado de Marcelo, inconformado, interpôs recurso ordinário requerendo o deferimento da gratuidade de justiça, declarando, expressamente, no recurso que o Autor não tem condições financeiras para recolher o valor das custas sem prejuízo do próprio sustento e de sua família, mas não juntou declaração de miserabilidade nem na petição inicial nem no recurso. Diante do caso narrado responda de forma justificada, se de acordo com o entendimento do Tribunal Superior do Trabalho, o advogado de Marcelo terá êxito quanto ao deferimento da gratuidade de justiça para o processamento do seu recurso.
RESPOSTA: Sim, terá êxito, já que a gratuidade pode ser requerida a qualquer tempo até a fase recursal, bastando a simples declaração da parte ou do seu advogado (que tem fé pública), sem a necessidade da juntada da declaração de hipossuficiência, de acordo com as OJ 269 e 304 do SDI 1 do TST. Existindo algum recurso em andamento, é necessário que a gratuidade seja requerida dentro do prazo do recurso, caso contrário o recurso será deserto. 
2. (FCC AJAJ TRT 20 2016) Vênus atuou durante 6 anos como preposta da Cia de Bebidas Fonte de Amor. Por força da crise econômica foi dispensada sem receber alguns direitos trabalhistas. Em razão de sua experiência, ingressou com reclamação trabalhista de forma verbal, sem constituir advogado. Conforme súmula do Tribunal Superior do Trabalho e dispositivo processual trabalhista, a capacidade postulatória de Vênus em relação a essa reclamatória A) está restrita a fase de conhecimento na Vara do Trabalho. B) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a fase executória. C) limita-se às Varas do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando os recursos de competência do Tribunal Superior do Trabalho. D) é ilimitada quanto a fase processual, bem como em relação à instância, alcançando inclusive o Tribunal Superior do Trabalho, porque a lei permite o acompanhamento das reclamações até o final. E) está restrita à fase de conhecimento, incluindo recursos em todas as instâncias trabalhistas, Varas do Trabalho, Tribunais Regionais do Trabalho e Tribunal Superior do Trabalho, mas não envolve a fase de execução
Comentário: A questão é respondida com base na Súmula nº 425 do TST, que trata do tema jus postulandi. A reclamante poderá realizar os atos processuais sem a assistência de Advogado na Vara do Trabalho e no Tribunal Regional do Trabalho, não podendo interpor recursos dirigidos ao TST, pois a súmula restringe o jus postulandi naquele último tribunal. 
2. (OAB/FGV - VI EXAME NACIONAL UNIFICADO 2011.3) Quanto à nomeação de advogado na Justiça do Trabalho, com poderes para o foro em geral, é correto afirmar
que: A) na Justiça do Trabalho, a nomeação de advogado com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada mediante simples registro na ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado e com a anuência da parte representada. B) as partes que desejarem a assistência de advogado sempre deverão outorgar poderes para o foro em geral por intermédio de instrumento de mandato, com firma devidamente reconhecida. C) na Justiça do Trabalho, o advogado pode atuar sem que lhe sejam exigidos poderes outorgados pela parte, haja vista o princípio do jus postulandi. D) somente o trabalhador poderá reclamar na Justiça do Trabalho sem a necessidade de nomeação de advogado, uma vez que o princípio do jus postulandi somente se aplica à parte hipossuficiente.
Comentário: Artigo 791, § 3º, CLT: A constituição de procurador com poderes para o foro em geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte representada. 
SEMANA 5
ATOS, TERMOS, PRAZOS E NULIDADES PROCESSUAIS 
O Processo do Trabalho apresenta quatro procedimentos: 
	Procedimento Comum (ordinário) Trata-se do procedimento mais complexo / completo. Tem as regras previstas na CLT. E abrange as demandas cujo valor da causa esteja acima de 40 Salários Mínimos
	Procedimento Sumário (dissídio de alçada) Trata-se de um rito célere. As regras estão previstas no artigo 2º,§3º e 4º da Lei 5584/70. Valor da causa até 2 Salários Mínimos. 
	Procedimento Sumaríssimo Trata-se de um rito célere. As regras estão previstas nos artigos 852-A a 852-I CLT (Lei 9957/00). Valor da causa: prevalece o entendimento, na doutrina e na jurisprudência, de que o advento do procedimento sumaríssimo não revogou o sumário. Valor da causa: acima de 2 até 40 Salários Mínimos.
	Procedimentos Especiais Trazem regras especiais. Principais exemplos: Inquérito Judicial para Apuração de Falta Grave, Dissídio Coletivo, Ação de Cumprimento, dentre outros. 
Formas de Comunicação dos Atos Processuais Trabalhistas 
No Processo Civil há duas formas. 
	1º. Citação Segundo o artigo 213 (CPC) citação é o ato pelo qual se chama a juízo o réu o interessado a fim de se defender. Diferença entre réu e interessado é que o primeiro atua no caso de jurisdição contenciosa (há lide) e o segundo atua no caso de jurisdição voluntária, graciosa ou administrativa (citação não como forma de defesa em si, mas para manifestação).
	2º. Intimação Conforme o artigo 234 (CPC) intimação é o ato pelo qual se dá ciência a alguém (juiz, partes, auxiliares, etc.) dos atos e termos do processo para que faça ou deixe de fazer alguma coisa.
No Processo do Trabalho a regra é Notificação. 
CONTAGEM DOS PRAZOS
TST: súmulas 1 (“Quando a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia útil que se seguir.”) e 262, I (“intimada ou notificada a parte no sábado, o início do prazo se dará no primeiro dia útil imediato e a contagem, no subsequente”.) 
	A premissa básica é a exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
	O dia do início do prazo (referência) é o dia da ciência ou do conhecimento (recebimento da notificação postal ou notificação feita pessoalmente ou dia da publicação. 
	O dia do início da contagem do prazo ocorre no 1º dia útil subsequente ao dia do início do prazo.
	Se o dia do início do prazo ou o dia do início da contagem do prazo cai em dia não útil, prorroga-se para o 1º dia útil subsequente. 
	Se o dia do vencimento cair em dia não útil, prorrogação para o 1º dia útil subsequente. 
	Os prazos processuais são contínuos e irreleváveis, não se interrompendo em dias não úteis (se tiver um dia não útil no meio é contado normalmente). 
TIPOS DE PRAZOS:
	Legal (o prazo é previsto em lei);
	Judicial (determinado pelo juiz);
	Convencional (é entre as partes).
NULIDADES NO PROCESSO DO TRABALHO 
 
Nulidade é a sanção determinada pela lei, que priva o ato jurídico de seus efeitos normais, em razão do descumprimento das formas mencionadas na norma jurídica.

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