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Língua Portuguesa – 2 Fundamental 1 LÍNGUA PORTUGUESA APOSTILA 2 Ensino Fundamental Índice 1. As classes de palavras ..................................................... 2 2. O substantivo .................................................................... 3 3. O adjetivo ......................................................................... 11 4. O artigo ............................................................................. 18 5. O pronome......................................................................... 19 6. O numeral ........................................................................ 25 7. Exercícios ......................................................................... 30 " As pessoas podem ser divididas em três grupos: Os que fazem as coisas acontecerem; os que olham as coisas acontecerem; e os que ficam se perguntando o que foi que aconteceu." H.J.Brown Língua Portuguesa – 2 Fundamental 2 AS CLASSES DE PALAVRAS Tenhamos bem claro o conceito de classificação. Classificar significa “distribuir em grupos (ou classes), segundo um critério”. Na língua portuguesa, existem milhares de palavras (cerca de quatrocentas mil), das quais usamos no máximo umas três mil. Como então estudar as palavras da língua uma a uma? Seria impossível, concorda? Por isso existe a necessidade de classificar, isto é, fazer agrupamentos de palavras que apresentam algo em comum entre si. Conforme a função que exercem, podemos agrupar todas as palavras da língua portuguesa em dez classes. Observe no quadro seguinte a função de cada uma das classes de palavras, bem com se admitem ou não flexão. Classe Definição Flexão Substantivo Nomeia os seres em geral. São, portanto, substantivos: a) os nomes de coisas, pessoas, animais, vegetais e lugares; b) os nomes de estados, ações, qualidades, tomados como seres. Varia em gênero, número e grau. Adjetivo Caracteriza o substantivo, indicando atributo, estado ou modo de ser. Varia em gênero, número e grau. Artigo Precede o substantivo, determinando-o de modo vago ou preciso, indicando o gênero e o número. Varia em gênero e número. Pronome Substitui ou acompanha o substantivo, relacionando-o a uma das pessoas do discurso. Varia em gênero, numero e pessoa. Numeral Indica a quantidade exata de seres, ou a posição que o ser ocupa numa série. Pode variar em gênero e número. Verbo Exprime um processo situado no tempo. Esse processo pode ser uma ação, um estado, um fenômeno ou uma mudança de estado. Varia em número, pessoa, tempo, modo e voz. Advérbio Modifica o verbo, o adjetivo ou um outro advérbio, exprimindo uma circunstância. A grande maioria não varia. Alguns podem variar em grau. Preposição Relaciona dois termos de uma oração, subordinando um ao outro. Não varia. Conjunção Liga duas orações ou dois termos da oração que exercem a mesma função. Não varia. interjeição Exprime sentimentos e emoções instantâneos. Não varia. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 3 As classes de palavras na oração A classificação das palavras deverá sempre levar em conta o contexto em que elas aparecem. Como classificar, por exemplo, palavras como a, casa, inglês isoladamente? Tais palavras, assim como muitas outras, serão classificadas de acordo com o contexto em que aparecem. Observe os exemplos: A casa é antiga. (artigo) Convidei-a para sair. (pronome) Estou disposto a estudar. (preposição) Ele casa em setembro. (verbo) Recebi o jornal em casa. (substantivo) O inglês recebeu o premio. (substantivo) Um avião inglês aterrissou. (adjetivo) Além disso, as classes gramaticais exercem diferentes funções sintáticas dentro da oração. O SUBSTANTIVO Tudo o que existe na natureza possui um nome. O conhecimento da realidade está intimamente ligado ao conhecimento dos nomes das coisas que formam a realidade. A palavra que dá nome a seres reais ou imaginários e a ações, estados ou qualidades, quando tomados como seres, denomina-se substantivo. São, portanto, substantivos: os nomes de coisas, pessoas, lugares, animais, vegetais. Sapato, caderno, Lúcia, aluna, Roma, Florianópolis, cachorro, Rex, rosa, bananeira, etc. os nomes de ações, qualidades e estados, quando tomados como seres. Corrida, trabalho, beleza, honestidade, tristeza, doença, etc. Formação Quanto à sua formação, o substantivo pode ser: primitivo – quando não provém de nenhuma outra palavra da língua portuguesa. pedra, rio, rosa derivado – quando provém de outra palavra da língua portuguesa. pedreiro, riacho e roseira simples – quando possui um único radical. couve, sol, tempo composto – quando possui mais de um radical, unidos ou não por hífen. couve-flor, girassol, passatempo Classificação Quanto à classificação, o substantivo pode ser comum ou próprio, concreto ou abstrato: Substantivo é a palavra variável em gênero, número e grau que dá nome aos seres em geral. Observação: A preposição e a conjunção não exercem função sintática: são palavras relacionadas. A interjeição é uma palavra-frase. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 4 comum – quando designa genericamente qualquer ser dentro de uma espécie. time, país, estádio, jogador, estudante, jornal, etc. próprio – quando designa um determinado ser da espécie. Corinthians, Brasil, Maracanã, Pelé, Lígia, Folha de S. Paulo, etc. concreto – quando designa os seres de existência real ou não, tais como coisas, pessoas, animais, lugares, etc. (Verifique que sempre é possível visualizar em nossa mente o ser que o substantivo concreto designa, mesmo que ele não possua existência real.) caderno, lousa, isqueiro, borracha, saci, Deus, Ogum, Iemanjá,marciano, cachorro, praia, etc. abstrato – quando designa as qualidades ou ações tomadas como seres. Os substantivos abstratos normalmente são derivados de adjetivos ou verbos. Beleza (de belo), altura (de alto), largura (de largo), estudo (de estudar), recordação (de recordar), etc. Entre os substantivos comuns, merecem destaque os substantivos coletivos. São aqueles que, mesmo no singular, designam um conjunto de seres da mesma espécie. Veja alguns exemplos: alcatéia (de lobos) arquipélago (de ilhas) banca (de examinadores) cáfila (de camelos) cardume (de peixes) constelação (de estrelas) coro: de cantores rebanho (de gado em geral) júri: de jurados manada: de animais de grande porte matilha: de cães molho: de chaves multidão: de pessoas tripulação: de marinheiros vara: de porcos Língua Portuguesa – 2 Fundamental 5 Flexão Como vimos, os substantivos admitem flexão em gênero, número e grau. flexão de gênero – o substantivo pode estar no masculino ou feminino menino/menina flexão de número – o substantivo pode estar no singular ou plural. menino/meninos flexão de grau – além do grau normal, o substantivo pode apresentar-se no grau aumentativo ou diminutivo. Meninão/menininho Gênero Conforme assinalamos, o substantivo apresenta dois gêneros gramaticais: o masculino e o feminino. É muito importante que você não confunda gênero com sexo. O gênero é gramatical, isto é, mostra se a palavra é masculina ou feminina. Livro, relógio, caneta, escola são nomes de coisas, não possuem sexo, embora se apresentem no gênero masculino ou feminino. Já o substantivo vítima pertence exclusivamente ao gênero feminino (a vítima), embora possa se referir tanto a pessoas do sexo feminino quanto do masculino. Com relação ao gênero, podemos distinguir dois tipos de substantivos: biformes e uniformes. Substantivos biformes São aqueles que apresentam duas formas gramaticais: uma para o gênero masculino e outra para o gênero feminino.Masculino Feminino aluno aluna professor professora boi vaca homem mulher Verifique que a mudança de gênero do substantivo pode ser feita por meio das desinências – o e – a, como em menino/menina, ou até mesmo pela alteração do próprio radical, como em homem/mulher. Substantivos uniformes São aqueles que apresentam uma única forma gramatical para os dois gêneros. vítima, testemunha, colega, dentista, onça, borboleta. Os substantivos uniformes podem ser: Observação: Nem sempre as palavras terminadas em – o e – a serão masculinas e femininas, respectivamente. Por isso, é importante atentar para o emprego do artigo. Por exemplo: a tribo, o telefonema. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 6 epicenos – referem-se a certos animais, apresentando uma única forma gramatical para os dois gêneros. a onça, o jacaré, a borboleta, a foca, etc. Caso você queira especificar o sexo do animal, terá de acrescentar as palavras macho ou fêmea. Uma onça macho fugiu do zoológico na semana passada. Note que o substantivo onça pertence ao gênero feminino, embora esteja se referindo a um animal do sexo masculino. comuns de dois gêneros – referem-se a pessoas, apresentando uma única forma gramatical para ambos os gêneros. Dentista, estudante, jornalista, artista, etc. Nesse caso, a indicação do gênero do substantivo é feita pelo artigo ou por outro determinante (um adjetivo ou um pronome, por exemplo). Aquele dentista anunciava um tratamento sem dor. Era uma jornalista recém-formada. Duas estudantes foram premiadas. sobrecomuns – possuem um só gênero para designar pessoas de ambos os sexos. A criança, a vítima, a testemunha, a criatura, o carrasco, etc. Quando dizemos “a testemunha ausentou-se do julgamento”, o substantivo testemunha, que, do ponto de vista gramatical, pertence ao gênero feminino, pode estar se referindo tanto a uma pessoa do sexo masculino quanto a uma pessoa do sexo feminino. Caso queiramos especificar o sexo da pessoa, devemos dizer: “Uma testemunha do sexo masculino ausentou-se do julgamento”. Número Os substantivos, quanto ao número, podem apresentar-se no singular ou no plural. O plural dos substantivos é feito segundo regras que apresentamos a seguir. Substantivos simples Substantivos terminados em vogal ou ditongo formam o plural pelo acréscimo da desinência – s. livro/ livros estudante/ estudantes degrau/ degraus troféu/ troféus Língua Portuguesa – 2 Fundamental 7 Substantivos terminados pelo ditongo –ão formam o plural de três maneiras: -ões, - ães, -ãos. eleição/ eleições casarão/ casarões alemão/ alemães pão/ pães cidadão/ cidadãos órgão/ órgãos Substantivos terminados em – r e –z formam o plural pelo acréscimo de – es. açúcar/ açúcares talher/ talheres xadrez/ xadrezes cruz/ cruzes Substantivos terminados em –s, se não forem oxítonos, são sempre invariáveis. o pires/ os pires o lápis/ os lápis o ônibus/ os ônibus Se forem oxítonos, formam o plural pelo acréscimo de – es. país/ países ananás/ ananases japonês/ japoneses Substantivos terminados em –x são invariáveis. o tórax/ os tórax o telex/ os telex o ônix/ os ônix Substantivos terminados em –al, - el, - ol, -ul formam o plural pela troca do –l por –is. animal/ animais papel/ papéis farol/ faróis paul/ pauis Substantivos terminados em –il, se forme oxítonos, formam o plural trocando o –l por –s. barril/ barris funil/ funis fuzil/ fuzis Os paroxítonos formam o plural pela troca do –il por –eis. fóssil/ fósseis réptil/ répteis projétil/ projéteis Substantivos compostos Para formar o plural dos substantivos compostos, convém observar se os seus elementos são unidos por hífen. Caso os elementos não venham unidos por hífen, forma- se o plural segundo as regras dos substantivos simples, que apresentamos anteriormente. passatempo/passatempos aguardente/aguardentes girassol/girassóis Observação: Alguns substantivos terminados pelo ditongo –ão podem apresentar mais de uma forma para o plural: ancião/ anciões, anciãos ou anciães aldeão/ aldeões, aldeãos ou aldeães Plural dos diminutivos terminados em –zinho e zito O plural dos diminutivos com sufixos iniciados por –z e feito da seguinte forma: 1. Coloca-se a palavra primitiva no plural. bar – bares coronel – coronéis mulher – mulheres balão – balões 2. Retira-se o –s de plural da palavra primitiva. bares – bare coronéis – coronei mulheres – mulhere balões – balõe 3. Acrescenta-se o sufixo de diminutivo seguido de –s. bare – barezinhos coronei – coroneizinhos mulhere – mulherezinhas balõe – balõezinhos Língua Portuguesa – 2 Fundamental 8 Caso os elementos do substantivo composto venham ligados por hífen, o plural é feito segundo as seguintes regras: Nos substantivos compostos em que os elementos estão unidos por preposição, só o primeiro elemento varia. água-de-colônia/ águas-de-colônia mula-sem-cabeça/mulas-sem-cabeça Nos substantivos compostos formados por palavras repetidas (ou onomatopaicas), só o segundo elemento varia. tico-tico/tico-ticos reco-reco/reco-recos pingue-pongue/pingue-pongues Nos demais substantivos compostos, somente os elementos originariamente substantivos, adjetivos e numerais devem ir para o plural. Os outros elementos permanecem invariáveis. couve-flor/couves-flores guarda-noturno/guardas-noturnos amor-perfeito/amores-perfeitos primeiro-ministro/primeiros-ministros bem-amado/bem-amados ex-aluno/ex-alunos vira-lata/vira-latas guarda-roupa/guarda-roupas Observe que, em guarda-noturno, ambos os elementos variam, porque temos:guarda (= a pessoa do guarda; substantivo) mais noturno adjetivo). Já em guarda-roupa, somente o elemento roupa varia, porque, nesse caso, guarda é verbo. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 9 Grau Vejamos: o substantivo admite flexão de grau. Isso quer dizer que podemos indicar a variação do tamanho do ser que o substantivo representa tendo como referencia o grau normal, acrescentando a ele a ideia de aumento ou diminuição. Além do grau normal, o substantivo pode aparecer no grau aumentativo ou diminutivo, segundo indique aumento ou diminuição do ser. A mudança no grau do substantivo pode ser feita de duas maneiras diferentes: sinteticamente, acrescentando-se ao radical do substantivo um sufixo aumentativo ou diminutivo. Carlos era um meninão. (aumentativo sintético) Luciana era uma garotinha. (diminutivo sintético) Observação: Alguns substantivos apresentam uma forma erudita para o grau diminutivo: gota/gotícula parte/partícula corpo/corpúsculo pele/película globo/glóbulo verso/ versículo homem/homúnculo nó/ nódulo analiticamente, modificando-se o substantivo por meio de adjetivos que expressem a ideia de aumento ou diminuição. Carlos era um menino grande. (aumentativo analítico) Luciana era uma garota pequena. (diminutivo analítico) É importante notar que alguns substantivos, originalmente aumentativos ou diminutivos, deixaram de indicar ideia de aumento ou diminuição, sendo por isso mesmo chamados de aumentativos e diminutivos formais. É o que ocorre em palavras como: tampinha, cigarrilha, folhinha (calendário), cartão, portão, caldeirão, etc. Em outros casos, os sufixos aumentativos e diminutivos são utilizados com valor afetivo ou pejorativo: paizinho, painho, mãezinha, livreco, gentinha, etc. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 10 Morfossintaxe do substantivo Dentro da oração o substantivo pode funcionar como núcleo das seguintes funções sintáticas: sujeito Gasolina aumenta de novo. predicativo do sujeito A primeira colocada foi Heloísa. predicativo do objeto Consideram o técnico herói. objeto direto No aniversário, receberam flores. objeto indireto Acreditam em Deus. complemento nominal Tinham sede de vingança. agente da passivaA cidade foi invadida por turistas. aposto Pedro, a vítima, foi imediatamente socorrido. adjunto adverbial Compraram as frutas no mercado. vocativo Meninos, comportem-se. adjunto adnominal Casas de madeira são aconchegantes, mas inflamáveis. O ADJETIVO Observe os seguintes exemplos: Pedro é um homem bom. Trata-se de um indivíduo arrogante. Márcia é uma pessoa doente. Paulo é um rapaz honesto. Ele é tolo. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 11 Nas frases acima, as palavras bom, arrogante, doente, honesto e tolo referem- se respectivamente aos nomes homem, indivíduo, pessoa, rapaz e Ele a fim de caracterizá-los, indicando qualidade (ou defeito), estado ou modo de ser. A essas palavras damos o nome de adjetivos. O que determina se uma palavra é adjetivo é a função que ela exerce numa frase. Por exemplo, nas frases “O doente foi internado naquele hospital” e “O carioca adora o carnaval”, as palavras doente e carioca são substantivos, pois estão dando nomes a seres. Já nas rases “Márcia é uma pessoa doente” e “O futebol carioca é um dos melhores do país”, as palavras doente e carioca são adjetivos, uma vez que se refere a substantivos -pessoa e futebol -, atribuindo-lhes uma característica. Locução adjetiva Damos o nome de locução adjetiva ao conjunto de palavras (geralmente uma preposição mais um substantivo) que funciona como adjetivo. carne de boi (bovina) atitudes de anjo (angelicais) atletas do Brasil (brasileiros) Muitas vezes, a locução adjetiva não possui um adjetivo que lhe corresponda. Nem por isso deixa de ser classificada como locução adjetiva. È o que ocorre, por exemplo, em: instrumento de sopro piano de cauda caixa de papelão Adjetivos pátrios Adjetivo é a palavra variável em gênero, número e grau que caracteriza o nome, atribuindo- lhe qualidade (ou defeito), estado ou modo de ser. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 12 Os adjetivos que se referem a cidades, estados, países, regiões ou continentes, indicando a nacionalidade ou a origem do ser, são chamados adjetivos pátrios: Veja alguns exemplos: soldado japonês samba carioca praias catarinenses povo africano comida nordestina Apresentamos, a seguir, os adjetivos pátrios dos estados e capitais do Brasil: Estado Sigla Adjetivo pátrio Capital Adjetivo pátrio Acre AC acreano Rio Branco rio-branquense Alagoas AL alagoano Maceió maceioense Amapá AP amapaense Macapá macapaense Amazonas AM amazonense Manaus manauense Bahia BA baiano Salvador soteropolitano Ceará CE cearense Fortaleza fortalezense Espírito Santo ES espírito-santense ou capixaba Vitória vitoriense Goiás GO goiano Goiânia goianiense Maranhão MA maranhense São Luís são-luisense Mato Grosso MT mato-grossense Cuiabá cuiabano Mato Grosso do Sul MS mato-grossense-do-sul ou sul-mato-grossense Campo Grande campo- grandense Minas Gerais MG mineiro Belo Horizonte belo-horizontino Pará PA paraense Belém belenense Paraíba PB paraibano João Pessoa pessoense Paraná PR paranaense Curitiba curitibano Pernambuco PE pernambucano Recife recifense Piauí PI piauiense Teresina teresinense R.de Janeiro RJ fluminense Rio de janeiro carioca Rio Grande do Norte RN Rio-grandense-do-norte, norte-rio-grandense, potiguar Natal natalense Rio Grande do Sul RS Rio-grandense-do-sul, gaúcho, sul-rio-grandense Porto Alegre porto-alegrense Rondônia RO rondoniense Porto Velho porto-velhense Roraima RR roraimense Boa Vista Boa-vistense Santa Catarina SC catarinense Florianópolis florianopolitano São Paulo SP paulista São Paulo paulistano Sergipe SE sergipano Aracaju Aracajuense ou aracajuano Tocantins TO tocantinense Palmas palmense Flexão Os adjetivos, como vimos, podem variar em gênero, número e grau. Gênero Quanto ao gênero, o adjetivo pode ser: Língua Portuguesa – 2 Fundamental 13 uniforme – quando apresenta uma única forma para os dois gêneros. aluno inteligente/ aluna inteligente dia alegre/ semana alegre biforme - quando apresenta duas formas: uma para o masculino, outra para o feminino. aluno simpático/ aluna simpática dia chuvoso/ semana chuvosa Número Os adjetivos admitem a flexão de número, podendo estar no singular ou no plural, concordando com a palavra a que se referem. Adjetivos simples Os adjetivos simples formam o plural de maneira semelhante aos substantivos simples. Veja: máquina antiga/ máquinas antigas exercício fácil/ exercícios fáceis Quando o adjetivo simples for expresso por um substantivo, ele permanece invariável. blusa vinho/ blusas vinho comício monstro/ comícios mostro Veja que as palavras vinho e monstro, que normalmente são substantivos, foram empregadas nos exemplos como adjetivos pelo processo da derivação imprópria. Adjetivos compostos Nos adjetivos compostos, a flexão só ocorre no ultimo elemento. lente côncavo-convexa/ lentes côncavo-convexas sapato marrom-escuro/ sapatos marrom-escuros acordo sócio-político-econômico/acordos sócio-político-econômicos Há três casos de adjetivos compostos que não seguem essa regra: Os adjetivos compostos em que o último elemento é um substantivo não sofrem flexão. camisa verde-abacate/camisas verde-abacate cortina amarelo-ouro/cortinas amarelo-ouro Os adjetivos compostos azul-marinho e azul-celeste também não variam. terno azul-marinho/ternos azul-marinho carro azul-celeste/carros azul-celeste No adjetivo composto surdo-mudo, ambos os elementos variam. Homem surdo-mudo/ homens surdos-mudos Língua Portuguesa – 2 Fundamental 14 Menina surda-muda/ meninas surdas-mudas Grau A característica expressa pelo adjetivo pode sofrer variação com relação ao grau. O adjetivo apresenta dois graus: comparativo e superlativo. Grau comparativo O grau comparativo ocorre quando a característica de um ser expressa pelo adjetivo aparece em comparação com a de outro ser, ou quando uma qualidade é expressa em relação a outra qualidade do mesmo ser. Paulo é mais esperto (do) que Carlos. No exemplo acima, o adjetivo esperto é utilizado numa relação de comparação entre dois seres: Paulo e Carlos. Agora veja: Paulo é mais esperto (do) que inteligente. Nesse caso, há uma comparação de duas características de um mesmo ser. O comparativo pode ser: de superioridade – quando a característica comparada aparece em maior grau no primeiro elemento da comparação. Lúcia é mais simpática (do) que Márcia. de igualdade – quando a característica comparada aparece com a mesma intensidade em ambos os elementos da comparação. Lúcia é tão estudiosa quanto Márcia. de inferioridade – quando a característica comparada aparece em menor grau no primeiro elemento da comparação. Lúcia é menos alegre (do) que Márcia. Os adjetivos bom, mau, grande e pequeno apresentam também o comparativo de superioridade na forma sintética. Adjetivo Comparativo de superioridade analítico Comparativo de superioridade sintético bom mais bom Melhor Mau mais mau pior grande mais grande Maior pequeno mais pequeno menor Na comparação de uma mesma característica entre dois ou mais seres, devemos utilizar a forma sintética do comparativo de superioridade. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 15 Este lugar é melhor (do) que aquele. Esta sala é maior (do) que aquela. No entanto, quando se comparam duas características de um mesmo ser, devemos utilizar a forma analítica. Esta sala é mais grande (do) que confortável. Paulo é mais bom (do) que honesto. Grau superlativo O adjetivo estará no grau superlativo quando a característica por ele expressa apresentar-se intensificada. Paulo é espertíssimo ou Paulo é muito esperto. O superlativo pode ser absoluto ou relativo. Absoluto – a característica expressa pelo adjetivo não é apresentada em relação a outros seres. Este corredoré muito veloz ou Este corredor é velocíssimo. Veja que nos exemplos anteriores a característica veloz é apresentada de maneira absoluta, isto é, não é posta em relação a qualquer outro corredor. O superlativo absoluto pode ser: analítico: o adjetivo vem modificado por outra palavra, quase sempre um advérbio. Superlativo analítico. Este exercício é muito fácil. Era uma aluna bastante inteligente. Sandra é extremamente alegre. advérbio adjetivo sintético: o adjetivo vem acrescido de um dos sufixos superlativos (-íssimo, -ílimo ou –érrimo). Era um lugar agradabilíssimo. Este exercício é facílimo. Era uma pessoa celebérrima. Veja agora alguns superlativos absolutos sintéticos: ágil agílimo doce dulcíssimo Língua Portuguesa – 2 Fundamental 16 agradável agradabilíssimo feliz felicíssimo amargo amaríssimo livre libérrimo amável amabilíssimo pobre paupérrimo amigo amicíssimo sábio sapientíssimo antigo antiqüíssimo sensível sensibilíssimo belo belíssimo simpático simpaticíssimo claro claríssimo terrível terribilíssimo cruel crudelíssimo veloz velocíssimo difícil dificílimo vulnerável vulnerabilíssimo Relativo – a característica expressa pelo adjetivo é apresentada em relação a outros seres. “Você era a mais bonita/das cabrochas dessa ala” (Chico Buarque) Ele é o mais rápido de todos os corredores. Nos exemplos acima, veja que as característica expressas pelos adjetivos bonita e rápido indicam superioridade em relação a outros elementos de um determinado conjunto: a cabrocha era a mais bonita em relação às outras cabrochas da ala; ele é o mais rápido em relação aos demais corredores. Quando dizemos “Aquele jogador era o menos experiente do time”, também temos o adjetivo no grau superlativo relativo, só que desta vez exprimindo inferioridade. Por isso, podemos desdobrar o superlativo relativo em: superlativo relativo de superioridade Heloísa era a mais elegante da classe. superlativo relativo de inferioridade Sandra era a menos alegre de todas. Morfossintaxe do adjetivo Dentro da oração o adjetivo poderá exercer as seguintes funções sintáticas: adjunto adnominal – quando acompanha o substantivo diretamente, isto é, sem medição de verbo. Pessoas sensatas aplaudiram a decisão. Computadores modernos equipavam aquela empresa. predicativo do sujeito – quando se refere ao sujeito da oração através da medição de um verbo (de ligação ou não). Após a vitória, os torcedores ficaram contentes. Os torcedores saíram do estágio aborrecidos. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 17 predicativo do objeto – quando se refere ao objetivo, mediante um verbo transitivo. ARTIGO Artigos são palavras que antecedem os substantivos, definindo-os ou indefinindo- os, particularizando-os ou generalizando-os. Flexão e classificação dos artigos Os artigos concordam em gênero e número com os substantivos que acompanham. Assim, quando alguém diz “Por favor, traga-me um ...”, já se sabe que a palavra seguinte será um substantivo no singular e do gênero masculino. Como os artigos variam de acordo com os substantivos a que se referem, temos: o gato, os gatos, uma pergunta, umas perguntas. Os artigos classificam-se em: Definidos São os artigos o(s) e a(s), que definem os substantivos, indicando que se trata de seres já conhecidos. Exemplos: o anúncio, a pergunta, as revistas, os gatos. Geralmente empregamos o e a antes de um substantivo que já foi mencionado anteriormente. Veja: Nesse caso, a mãe diz o relógio porque o filho já havia falado do relógio anteriormente. Indefinidos São os artigos um (ns) e uma(as), que indefinem os substantivos, indicando que se trata de seres quaisquer de uma espécie. Exemplos: um relógio, uns meninos, uma escola, umas cartas. Às vezes o artigo aparece numa contração, isto é, unido a outras palavras, Por exemplo: - Mãe, ganhei um relógio que não atrasa nunca. - Se o relógio não atrasa, por que você chega sempre atrasado à escola, hein, seu malandro. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 18 Pronomes Compare os pares de frases abaixo: Veja que, na segunda frase, a palavra lhe se refere à moça e substitui essa palavra, a palavra ele se refere ao rapaz e também substitui essa palavra. A palavra sua, porém, não substitui beleza, mas acompanha essa palavra, indicando de quem é a beleza (da moça). Palavras como essas que substituem ou acompanham um nome, são chamadas pronomes. Pronomes são palavras que substituem ou acompanham um nome, principalmente o substantivo. Quando os pronomes são empregados no lugar de substantivos citados anteriormente no enunciado ou implícitos na situação, dizemos que eles são pronomes substantivos. Por exemplo, no texto, lido, na frase “Mas, se eu te picar com meu veneno, [...] morro também.”, as palavras eu e te são pronomes substantivos, porque estão no lugar de escorpião e sapo, respectivamente. Já em “meu veneno”, pelo fato de acompanhar o substantivo veneno, a palavra meu é um pronome adjetivo Os pronomes adjetivos transmitem a noção de posse, de quantidade indeterminada, de localização espacial ou temporal, etc. Os pronomes e a coesão textual Os pronomes contribuem decisivamente pra a construção da coesão textual, isto é, para a existência das conexões gramaticais que interligam as partes de um texto, fazendo com que este não seja um punhado de palavras e frases soltas. Releia estas frases do texto: Observe que os pronomes destacados se referem a palavras citadas anteriormente: que se refere ao sapo e ao escorpião e isso se refere à picada do escorpião. O emprego deles evita a repetição dessas palavras. Os pronomes têm, portanto, a função de retomar ou fazer referência a termos já citados no enunciado, realizado as ligações gramaticais que chamamos de coesão textual. Classificação dos pronomes “Era uma vez um sapo e um escorpião que estavam parados à margem de um rio”. “- Por que você fez isso, escorpião?” Apaixonado pela beleza da moça, o rapaz pediu à moça que se casasse com o rapaz. Apaixonado por sua beleza, o rapaz lhe pediu que se casasse com ele. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 19 Existem seis tipos de pronomes: os pessoais, os possessivos, os demonstrativos, os indefinidos, os interrogativos e os relativos. Neste capítulo, trataremos dos cinco primeiros. Pronomes pessoais Em toda situação de comunicação, há três pessoas envolvidas, chamadas pessoas do discurso. São elas: o locutor (quem fala): 1ª pessoa: eu (singular) ou nós (plural); o locutário ( com quem se fala): 2ª pessoa: tu (singular) ou vós (plural); o assunto (de quem ou do que se fala): 3ª pessoa: ele (singular) ou eles (plural). Para indicar essas três pessoas que participam das situações de comunicação, empregamos os pronomes pessoais. Observe a presença de pronomes neste poema: Eu ia trabalhar Eu ia fazer meu trabalho, hoje cedo, Mas um passarinho cantou no arvoredo, E as borboletas no campo esvoaçavam, E as verdes folhagens todas me acenavam (Richard le Gallienne. In: Tatiana Belinki, org. Um caldeirão de poemas. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2003.p.29.) Note que, no poema, os pronomes eu e me dizem respeito à pessoa que fala, ao locutor; por isso, são pronomes de 1ª pessoa. O pronome lhes diz respeito ao assunto de que o locutor fala, isto é, aos elementos da natureza (passarinho, borboletas, folhagens, brisa, relva e arco-iris) e, por isso, é um pronome de 3ª pessoa. Eis os pronomes pessoais de nossa língua: E a brisa soprava suave no prado Balançando a relva, prum lado e outro lado, E o lindo arco-íris a mão me estendeu: Como resistir-lhes? Sorri – e lá fui eu! Língua Portuguesa – 2 Fundamental 20 Os pronomes oblíquos o, a, os, as assumem as formas lo, la, los, las, quando são empregados após formas verbais terminadas em r, s ou z e as formas no, na,nos, nas quando são empregados após fonemas nasais (am, em, õe, etc.). Observe: Vamos enviar os postais agora? Vamos enviá-los agora? Eles mandaram a conta pela internet. Eles mandaram-na pela internet. Observação No passado, o pronome pessoal vós era empregado com maior frequência do que hoje e servia para o locutor se dirigir de modo cerimonioso tanto a uma única pessoa quanto a um conjunto de pessoas. Atualmente esse pronome é empregado apenas em situações muito formais, como em textos bíblicos, jurídicos e políticos. No lugar dele, emprega-se o pronome de tratamento você. Veja: Vós me destes vossa palavra. Você me deu sua palavra. Pronomes de tratamento Toda vez que interagimos com outras pessoas por meio da linguagem, esta varia de acordo com a situação. E nem sempre temos consciência disso. Se nosso interlocutor, por exemplo, é um amigo íntimo, de nossa idade, temos uma forma de tratá-lo,; se é uma pessoa mais velha, temos outra; se é um desconhecido ou uma autoridade, temos outra ainda. Essas diferenças manifestam-se de várias formas: no vocabulário, na entonação da fala, na altura da voz, nas formas como nos dirigirmos ao interlocutor, etc. Para tratarmos nosso interlocutor com respeito, com cerimônia ou com informalidade, empregamos pronomes de tratamento, que são palavras e expressões como senhor, senhora, Vossa Senhoria, Vossa Excelência e você, entre outras. Apesar de serem empregados para designar o nosso interlocutor (a 2ª pessoa da situação de comunicação), os pronomes de tratamento são, gramaticalmente, pronomes de 3ª pessoa, e não de 2ª pessoa. Veja: Você se dirigiu a pessoa errada. (3ª pessoa do singular) Tu te dirigiste à pessoa errada. (2ª pessoa do singular) Língua Portuguesa – 2 Fundamental 21 Veja no quadro a seguir o pronome de tratamento mais adequado a cada tipo de interlocutor. Devemos empregar tu ou você? Tanto faz. As duas formas são válidas. Embora muitas pessoas atualmente empreguem você para se dirigir ao interlocutor, em algumas cidades e Estados brasileiros predomina o emprego do pronome reto tu. Também é comum haver a mistura das duas formas de tratamento, como, por exemplo, na frase: “Não te convidei porque você não poderia i r”. Se, entretanto, o locutor pretende usar a língua de acordo com a variedade padrão, deve optar por uma das formas de tratamento: “Não te convidei porque tu não poderias ir” ou “Não o convidei porque você não poderia ir”. Pronomes possessivos Língua Portuguesa – 2 Fundamental 22 Na frase “Há 18 anos no nosso sangue”, a palavra nosso indica posse; sangue é a coisa possuída e o pronome nós (subentendido) indica possuidor. Os pronomes possessivos variam de acordo com as três pessoas do discurso (o possuidor) e concordam em gênero e número com a coisa possuída. Assim, nosso é um pronome possessivo de 1ª pessoa e concorda com sangue; por isso, está no masculino singular. Então, concluímos: Pronomes possessivos são aqueles que indicam relações de posse referentes às três pessoas do discurso. São estes os pronomes possessivos de nossa língua, referente às três pessoas do discurso: Pronomes demonstrativos Compare estas situações: Língua Portuguesa – 2 Fundamental 23 Na primeira situação, o garoto diz “Este livro é demais” porque ele, que é a pessoa que está falando (1ª pessoa do discurso), tem o livro nas mãos. Na segunda situação, a garota pergunta “Esse é o livro que a professora sugeriu?”. Ela usa esse porque o livro não está em suas mãos, mas nas mãos de seu interlocutor (2ª pessoa do discurso). Na terceira situação, o garoto responde apontando para o balcão: “O que ela sugeriu é aquele”. Note que o livro não está próximo nem do garoto, nem de seu interlocutor (a garota). Ele está próximo da bibliotecária (3ª pessoa do discurso). Palavras como este, esse e aquele são pronomes demonstrativos. Esses pronomes indicam a posição da pessoa ou coisa demonstrada em relação às três pessoas do discurso. Pronomes demonstrativos são aqueles que situam a pessoa ou coisa demonstrada em relação às três pessoas do discurso. Essa localização pode se dar no espaço, no tempo ou no próprio texto. São estes os pronomes demonstrativos, referentes às três pessoas do discurso: Pronomes indefinidos: São aqueles que se referem a um ser (3ª pessoa) de modo impreciso ou genérico. Alguns pronomes indefinidos são variáveis, isto é, sofrem flexão de gênero e número; outros são invariáveis. São pronomes indefinidos: variáveis: algum, nenhum, todo, outro, certo, bastante, qualquer, quanto, qual, etc. invariáveis: alguém, ninguém, tudo, nada, algo, cada, quem, que, etc. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 24 Como a maior parte dos pronomes, os indefinidos também podem ser pronomes substantivos ou pronomes adjetivos. Veja: Quando temos um grupo de palavras com valor de pronome indefinido, nós o chamamos de locução pronominal indefinida. Veja: Outras locuções: qualquer um, cada qual, seja qual for, quem for, todo o mundo, todo aquele que. Observe que a palavra quem do título do texto se refere a alguém de forma indefinida, imprecisa. Sua função, contudo, é interrogar, perguntar sobre a identidade dos seres a que se refere (os vikings). A palavra quem é, nesse caso, um pronome interrogativo. Pronomes interrogativos: São os pronomes indefinidos quem, quanto, qual e (o) que quando empregados em frases interrogativas. Veja outros exemplos de emprego de pronomes interrogativos: Língua Portuguesa – 2 Fundamental 25 Numeral Numeral é a palavra que expressa a ideia de quantidade ou de posição numa determinada sequência. Classificação dos numerais Os numerais podem ser: Cardinais São os que dão nome ao número de seres: Engordei um quilo... Ordinais São os que indicam a posição de um ser em determinada sequência: Você nem sequer pensou no primeiro número. Multiplicativos São os que indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é multiplicada: Se quiser engordar, você precisa comer o dobro do que come. Fracionários São os que indicam o número de vezes pelo qual uma quantidade é dividida: Se quiser emagrecer, coma um terço do que costuma comer. Flexão dos numerais Gênero Língua Portuguesa – 2 Fundamental 26 Os numerais um e dois e os que indicam centenas, a partir de duzentos, apresentam também forma feminina. Os demais cardinais são invariáveis. Veja: Os numerais ordinais apresentam forma masculina e forma feminina: Número Numerais cardinais como milhão, bilhão, trilhão, etc. admitem o plural (milhões, bilhões, trilhões, etc.). Os demais cardinais são invariáveis. Eis uma tabela de algarismos e numerais para consulta: Língua Portuguesa – 2 Fundamental 28 Língua Portuguesa – 2 Fundamental 29 Multiplicativos Os numerais multiplicativos só variam quando tiverem valor de adjetivo, isto é, quando estiverem se referindo a um substantivo. Ele fez dois palpites triplos. Na loteca, marcou duas apostas triplas. Fracionários Os numerais fracionários concordam em gênero e número com o cardinal que os antecede. Ele recebeu um terço do que merecia. Ele recebeu uma terça parte do que merecia. Flexão de grau e neologismos Embora a norma culta não reconheça, na linguagem coloquial é comum a flexão dos numerais em grau, bem como a criação de novos numerais. Esses neologismos têm, normalmente, uma significação hiperbólica. É um produto de primeiríssima qualidade. Apesar de quarentona, tinha atitudes de criança. “será que essa minha estúpida retórica / Terá que soar, terá que se ouvir / Por mais zil anos?” (Caetano Veloso) Repetiu as mesmas palavras pela enésima vez. Emprego dos cardinais e ordinais Na grafia de nomes de reis e papas, de séculos e partes em que se divide uma obra, empregamosgeralmente os algarismos romanos, que devemos ler ora como numerais ordinais, ora como numerais cardinais. Os ordinais são usados na leitura dos romanos até X; a partir daí, devemos empregar os numerais cardinais. século I – século primeiro João Paulo II – João Paulo segundo capítulo III – capítulo terceiro século V – século quinto capítulo XV – capítulo quinze Luís XVI – Luís dezesseis século XX – século vinte IX Copa do Mundo – Nona Copa do Mundo III Salão do Automóvel – Terceiro Salão do Automóvel A palavra UM Observação: Caso o numeral venha antes do substantivo a que se refere, será sempre lido com ordinal. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 30 A palavra um pode ser artigo, numeral ou pronome indefinido. Para classificá-la corretamente, pense no significado da frase e em alguns conceitos gramaticais. pronome – o pronome indefinido um geralmente vem empregado em construções combinadas com o pronome indefinido outro. Um gosta de futebol, outro de vôlei. Repare, ainda, que no exemplo dado a palavra um está substituindo um substantivo, papel típico do pronome, e desempenha a função sintática de núcleo do sujeito. numeral - o numeral um necessariamente nos remete à ideia de quantidade. Para classificar-mos a palavra um como numeral, é fundamental que a frase apresente uma construção paralela empregando outro numeral. O juiz mostrou um cartão vermelho e três amarelos. “Um elefante incomoda muita gente, Dois elefantes incomodam muita gente”. artigo – o artigo indefinido um necessariamente precede o substantivo, acrescentando-lhe ideia de indeterminação. Um elefante sempre faz sucesso no circo. Na frase anterior, fica clara a noção de um ser indeterminado, não específico. Sintaticamente, o artigo sempre desempenha a função de adjunto adnominal. Morfossintaxe do numeral Como vimos, o numeral pode substituir um nome (numeral substantivo) ou acompanhar um substantivo (numeral adjetivo). A partir daí, podemos concluir que, no primeiro caso, o numeral exercerá funções substantivas (sujeito, objeto direto, objeto indireto, predicativo, etc.); no segundo caso, funções adjetivas (adjunto adnominal). Um é pouco, dois é bom, três é demais. (numeral substantivo na função de sujeito) Gostavam de ambos. (numeral substantivo na função de objeto) Esse número é quinze. (numeral substantivo da função de predicativo) Quinze pessoas comparecerem. (numeral adjetivo na função de adjunto adnominal). .............................................. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 31 Exercícios de fixação Texto para as questões 1 e 2 O quereres “O quereres e o estares sempre a fim Do que é em mim tão desigual Faz-me querer-te bem, querer-te mal Bem a ti, mal ao quereres assim Infinitamente pessoal E eu querendo querer-te sem ter fim E, querendo, aprender o total Do querer que há e do que na há em mim” (Caetano Veloso) 1- Aponte duas palavras substantivadas artigo 2- Aponte uma ocorrência de artigo combinado à preposição a. Texto para as questões de 3 a 5. “O orvalho vem caindo Vai molhar o meu chapéu E também vão sumindo As estrelas lá do céu Tenho passado tão mal A minha cama é uma folha de jornal” (Noel Rosa e Kid Pepe) 3- Quantos artigos há no texto? 4- Aponte um exemplo em que o artigo apareça unido à preposição em. 5- Aponte um artigo indefinido. Que substantivo está determinando? 6- Assinale a alternativa em que o emprego do artigo definido está substantivando uma palavra. a) A liberdade vai marcar a poesia social de Castro Alves. b) Leitor perspicaz é aquele que consegue ler as entrelinhas. c) A navalha ia e vinha no couro esticado. d) Haroldo ficou encantado com o andar de bailarina de Joana. e) Bárbara dirigia os olhos para a lua encantada. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 32 Leia esta fábula: 7- No trecho “- Você me carrega nas costas para eu poder atravessar o rio? – perguntou o escorpião ao sapo”, que palavra o escorpião usa para se dirigir ao sapo? 8- Na frase “Mas, se eu te picar com meu veneno”, que sentido a palavra meu acrescenta à palavra veneno? Língua Portuguesa – 2 Fundamental 33 9- Durante a travessia do rio, o escorpião pica as costas do sapo e este, aborrecido, exclama: “Agora nós dois morreremos afogados!”. A quem se refere a palavra nós? 10- Leia a fala do escorpião no final da fábula e responda: A palavra la na expressão mudá-la se refere a que termo, citado anteriormente? Texto para as questões de 11 a 18 Eu te amo Ah, se já perdemos a noção da hora Se juntos já jogamos tudo fora Me conta agora como hei de partir Se ao te conhecer, dei pra sonhar, fiz tantos desvarios Rompi com o mundo, queimei meus navios Me diz pra onde é que ainda posso ir Se nós nas travessuras das noites eternas Já confundimos tanto as nossas pernas, Diz com que pernas eu devo seguir Se entornaste a nossa sorte pelo chão Se na bagunça do teu coração Meu sangue errou de veia e se perdeu Como, se na desordem do armário embutido Meu paletó enlaça o teu vestido E o meu sapato ainda pisa no teu Como, se nos amamos feito dois pagãos Teus seios ainda estão nas minhas mãos Me explica com que cara eu vou sair Não, acho que estás te fazendo de tonta Te dei meus olhos para tomares conta Agora conta como hei de partir (Chico Buarque de Holanda e Tom Jobim) 11. Aponte no texto dez palavras que dão nome a seres. 12. Aponte duas palavras que substituem substantivos. 13. Aponte duas palavras que caracterizam substantivos, indicando atributo, estado ou modo de ser. 14. Aponte cinco palavras que exprimam ação. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 34 15. Aponte dois artigos do texto, bem como os substantivos que eles estão determinam ação. 16. Aponte uma palavra do texto que está ligando duas orações. 17. Que palavra do texto exprime uma emoção espontênea? 18. Aponte, no texto, cinco palavras invariáveis. 19. “Te dei meus olhos para tomares conta Agora conta como hei de partir”. Dê a classe gramatical das palavras em destaque. 20. Leia este texto: a)Lua é um substantivo próprio. Que outros substantivos próprios há no texto? b) Dos substantivos origem, amor, mar e rio, quais são concretos e quais são abstratos? Texto para questões de 21 a 24 “Um fiapo de gente e um feixe de problemas. Agora é uma perguntação que não tem mais fim. Papai, o plural de segunda-feira? Tira os óculos, pára de ler a revista. Daqui a pouco é hora do telejornal. Dia cansativo, mas pai é pai. Segunda-feira, segunda-feira. Murmurinha como se procurasse na memória algo que não sabe o que é. Segunda-feira, pai. Ah, sim! O plural dos nomes compostos. Ao menos isto não terá mudado. ................................................................................................................................................ Língua Portuguesa – 2 Fundamental 35 Nem tinha retomado a leitura e lá vem outra perguntinha. Quarta-feira é abstrato ou concreto? Essa, agora. Primeiro vamos saber se é mesmo substantivo. Nenhuma dúvida. É substantivo. Abstrato? Concreto. A professora disse que é concreto. Pai é pai. Põe tudo de lado e sai sem bater a porta. Concreto, está lá no Celso Cunha, é substantivo que designa um ser propriamente dito. Nomes de pessoas, de lugares, de instituições. Etc. Quarta-feira. Vamos raciocinar. Nome de um dia. Abstrato designa noção, ação, estado e qualidade. Desde que consideramos como seres. Quarta-feira é um ser? Se é um dia, é um ser. Mas concreto? Abstrato. Deve ser abstrato”. (RESENDE, Otto Lara. Folha de S. Paulo, 13 de set. 1992, p.2.) 21. Qual é mesmo o plural de segunda-feira? 22. Resolva a dúvida do autor: quarta-feira é concreto ou abstrato? 23. Aponte um substantivo do texto empregado no grau diminutivo. 24. Aponte um substantivo coletivo. 25. Utilizandoo processo da derivação, forme substantivos abstratos conforme o exemplo. menina feliz a felicidade da menina. a) homens tristes b) rapazes altos c) mulheres viúvas d) lembrar o passado e) atualizar os dados 26. Escreva no plural as frases seguintes. a) O guarda-civil esqueceu as chaves no guarda-comida. b) A ex-aluna compareceu ao chá-de-cozinha. c) O vice-diretor encontrou o vira-lata com o primeiro ministro. d) O irmão do recém-nascido foi ao supermercado e comprou água-de-colônia, guarda-chuva, cachorro-quente e pé-de-moleque. e) O livre-docente, em seu abaixo assinado, pediu demissão do cargo. 27. Nas frases seguintes, destaque os adjetivos. a) “Enquanto os homens exercem seus podres poderes / Motos e fuscas avançam os sinais vermelhos.” (Caetano Veloso). b) “Uma moça bonita / de olhar agateado / deixou em pedaços / o meu coração”. (Alceu Valença) Língua Portuguesa – 2 Fundamental 36 c) “Um dia ele chegou tão diferente do seu jeito de sempre chegar / Olhou-a dum jeito muito mais quente do que costumava olhar” (Vinicius de Moraes e Chico Buarque) d) “Deus me fez um cara fraco, desdentado e feio” (Chico Buarque) e) “Amanhã / Será um lindo dia / Da mais louca alegria / Que se possa imaginar” (Guilherme Arantes) f) ”Estou farto do lirismo namorador / Político / Raquítico / Sifilítico” (Manuel Bandeira) 28. Leia esta piada: a) A que o pronome os se refere? b) O pronome minha é um pronome substantivo ou um pronome adjetivo? 29. Leia o texto a seguir, observando as palavras destacadas. Em seguida, para evitar repetição, substitua-as por pronomes, procurando manter o sentido das frases. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 37 30. Reescreva as frases a seguir, substituindo por pronomes oblíquos as palavras destacadas: a) Espero conhecer sua nova amiga em breve. b) Quero emprestar este livro a você, assim que eu terminar de ler este livro. c) Ana, põe os pratos e os talheres no armário, por favor. d) Você não vai cumprimentar seus avós? e) Ela não encontrou a amiga na festa. 31. Empregue adequadamente pronomes de tratamento nas frases a seguir, observando as pessoas às quais eles se referem. a) Só há um caixa aberto e a fila está demorada. O(A) * não quer passar na minha frente? b) Maria, * poderia me fazer um favor? (pessoa íntima) c) Os funcionários pedem que * marque uma reunião para a discussão do projeto. (chefe, autoridade) d) * gostaria de manifestar sua opinião neste momento? (autoridade do governo) Leia o anúncio abaixo. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 38 32. O anúncio foi produzido para comemorar um aniversário. a) Quem é o aniversariante? b) De que tipo é esse aniversariante e há quanto tempo ele atua? 33. A imagem estampada no anúncio representa um coração. a) De que são constituídas as artérias e as veias? b) Que relação se pode estabelecer entre a imagem e o texto do anúncio? c) Qual é a palavra da frase que indica inclusão de todas as pessoas que compõem a fundação? Língua Portuguesa – 2 Fundamental 39 d) Na sua opinião, de acordo com o contexto, qual é o significado da expressão nosso sangue. 34. Compare estas expressões: nosso sangue meu sangue seu sangue Que tipo de noção as palavras nosso, meu e seu acrescentam ao substantivo sangue? 35. Empregue adequadamente pronomes demonstrativos nas frases: a) lápis aqui estão sem ponta. Não posso usá-los. b) pontos no céu parecem estrelas, mas infelizmente são balões. c) Adoro teus olhos sorridentes. d) O que é que você escondeu? e) é o dia mais feliz da minha vida. f) Não encontrei livros que você pediu. Então trouxe aqui. 36. Leia esta tira, de Fernando Gonsales. a) A que se refere o pronome isso? b) Se o objeto a que o pronome se refere está próximo de quem fala, qual seria a forma adequada, de acordo com a variedade padrão? c) Em sua opinião, a baratinha gostou do que aconteceu? Leia a tira ao lado, de Laerte. Língua Portuguesa – 2 Fundamental 40 37. A palavra algum empregada na tira indica de modo preciso ou de modo impreciso o bicho a que o leão faz referência? 38. Por que a tira é engraçada? 39. Leia esta tira, de Angeli. a) No 1º quadrinho da tira, qual é o sentido do pronome todos na expressão “todos os”? b) A palavra todos, no trecho “Vocês demoraram tanto que os pretendentes, cansados, foram todos embora!”, adquire um significado diferente daquele que normalmente tem. Qual é o sentido dessa palavra no contexto? Língua Portuguesa – 2 Fundamental 41 c) A palavra nenhum, no trecho “Não sobrou nenhum?”, é pronome indefinido ou pronome interrogativo? 40. Identifique e classifique os pronomes deste texto: Texto para as questões de 41 a 44. Caldo verde Ingredientes: duzentos gramas de couve-manteiga sem os talos, seiscentos gramas de batatas descascadas, uma cebola, um litro e meio de água, cento e cinqüenta ml de azeite, cinco rodelas de chouriço, sal e pimenta-do-reino a gosto. Preparo: Em primeiro lugar, lavar bem a couve e cortá-la bem fininho. Cozinhar as batatas e a cebola em um litro e meio de água com a metade do azeite. Depois de vinte minutos, retirar tudo e passar pelo liquidificador. Voltar o caldo ao fogo e deixar engrossar por cinco minutos. Juntar a couve e tampar a panela. Cinco minutos depois, acrescentar as rodelas de chouriço e a outra metade do azeite. Salgar e apimentar a gosto. A sopa deverá estar pronta dez minutos depois de a couve ter sido colocada. 41. Quais são os numerais que aparecem no texto? Língua Portuguesa – 2 Fundamental 42 42. Aponte dois numerais cardinais que admitem flexão. 43. Aponte um numeral ordinal. 44. Aponte dois numerais fracionários. 45. Nas frases seguintes, destaque e classifique os numerais. a) “Como, se nos amamos feito dois pagãos. Meus seios ainda estão nas tuas mãos Me explica com que cara eu vou sair (Chico Buarque e Tom Jobim) b) ”Mais vale uma filha na mão Do que dois pais sobrevoando” (“Julinho da Adelaide”) c) Pela segunda vez no dia, comprou meio quilo de carne. d) Ele passou a ganhar o triplo do que ganhava. e) Pela décima vez ele repetiu a mesma coisa. f) Metade da sala faltou. g) O governador escolherá o reitor a partir de uma lista tríplice. 46. Escreva por extenso os numerais ordinais das frases seguintes. a) Sandra mora no 22º andar. b) Amanhã, meu avô, completará o seu 76º aniversário. c) No concurso, ela foi a 88ª classificada. d) Ele obteve o 123º lugar. e) O 65º da fila só será atendido amanhã. 47. Escreva por extenso. a) 2/4 b) 6/8 c) 5/9 d) 11/12 e) 4/23 f) Dom Pedro I g) capítulo XXII h) Henrique VIII i) Luís XIV j) XXIII Olimpíadas de Inverno 48. (FAAP–SP) Um, dois, três lampiões, acende e continua Outros mais a acender imperturbavelmente, À medida que a noite aos poucos se acentua E a palidez da lua apenas se presente. No primeiro verso, um é: a) artigo definido b) artigo indefinido c) numeral ordinal d) numeral cardinal e) pronome Língua Portuguesa – 2 Fundamental 42 49. (Fuvest-SP) a) Dê os numerais correspondentes a três vezes maior e a três vezes menor. b) Dê o numeral ordinal correspondente a 1 075. 50. (FUPE-SP) Indique o item em que os numerais estão corretamente empregados. a) Ao papa Paulo seis sucedeu João Paulo primeiro. b) Após o parágrafo nono, virá o parágrafo décimo. c) Depois do capítulo sexto, li o capítulo décimo primeiro. .....................................
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