Buscar

EXECUÇÃO CIVIL - QUESTIONÁRIO PARA ESTUDO GUIADO

Prévia do material em texto

Por Ueilon Teixeira 
Questionário para Estudo Guiado de Execução Civil 
 
O que é execução? 
É o conjunto de atos materiais destinados a assegurar a eficácia prática do título executivo que 
vem a concretizar o direito reconhecido ou restaurado em favor do credor, seja decorrente da 
sentença ou do título extrajudicial. 
Qual a diferença entre processo de conhecimento e processo de execução? 
No processo de conhecimento busca-se a declaração de um direito, sendo a atividade do juiz 
intelectiva e o conflito recai sobre o direito alegado. Já no processo de execução, busca-se a 
satisfação de um direito, a atividade do juiz é declaratória e o conflito recai sobre o 
inadimplemento. 
O que é título executivo? 
É um documento que certifica a existência de uma relação jurídica entre credor e devedor, que 
declara a existência de uma obrigação. 
Quais são os requisitos ou pressupostos do título executivo? Explique. 
Os requisitos são: 
Certo – precisa de elementos da obrigação. Exemplos: obrigação de fazer, não fazer, entregar. 
Líquido – mensura a obrigação. Exemplos: pagar R$100,00; entregar imóvel. 
Exigível – tem que ser um título vencido e sem termo ou condição para a execução. 
Quais os tipos de título executivo? 
Judiciais, que são aqueles provenientes de processos, que, portanto, autorizam o seu 
cumprimento forçado. Exemplos: decisão condenatória civil; decisão homologatória judicial; 
decisão homologatória de decisão extrajudicial de qualquer natureza. 
Extrajudiciais, que são aqueles que não são providos pelas vias judiciais, como, por exemplo, o 
cheque e a duplicata, ou o que qualquer pessoa pode emitir. Também geram a obrigação de 
pagar e execução com possível penhora, não necessitando de um processo de conhecimento, 
pois o título já assegura o direito de receber o valor devido. 
Discorra sobre a competência no processo de execução. 
A competência do processo de execução pode ser judicial ou extrajudicial. 
Na judicial, dever-se-á observar o que dispõe o art. 516, CPC, sendo que, via de regra, a execução 
é feita no foro que foi protocolada a petição inicial, mas faculta-se, porém, que a execução seja 
feita no atual domicílio do executado, no local em que se encontrem os bens, no local que se dê 
o cumprimento da obrigação ou em foro privilegiado, quando se tratar de alimentos. 
Na extrajudicial, não há ação. Há apenas o título de natureza executiva, e, portanto, será 
processada no juízo competente, desde que seja no foro do domicílio do executado, ou de 
eleição constante no título, ou ainda em local que estejam os bens, conforme prescrevem os 
artigos 781 e 797 do CPC. 
Por Ueilon Teixeira 
O que significa legitimidade ad causam? Quais os tipos de legitimidade? Explique cada uma 
delas. 
A legitimidade ad causam é a legitimidade para agir em um determinado processo. Trata-se de 
instituto de direito material e que importa no preenchimento de uma das condições da ação. 
Os tipos de legitimidade são: 
Ordinária primária: atine a quem figurou como parte no processo que originou o título executivo 
ou participou da constituição do título extrajudicial, nele se encontrando como credor ou 
devedor; 
Ordinária secundária: conhecida também como derivada ou superveniente, trata de 
circunstâncias legitimadoras posteriores à criação do título ou independentes deste; 
Extraordinária autônoma: pode ser exclusiva ou concorrente. A parte tem plenos poderes para 
agir, figurando como parte principal na relação processual com toda independência que tal 
status garante; 
Extraordinária subordinada: o legitimado extraordinário não se apresenta como parte 
independente e autônoma, mas como coadjuvante ou parte secundária, sem os poderes 
principais da parte principal. 
Legitimidade passiva: refere-se àquele que sofre o processo de execução. Art. 779, CPC. 
Quais são os bens sujeitos e não sujeitos à execução. 
Os bens sujeitos à execução são, via de regra, os bens presentes e futuros do devedor, 
ressalvadas as restrições estabelecidas em lei, e, excepcionalmente, os bens de pessoa 
diretamente vinculada ao título – p. ex., fiador – ou de terceiros – p. ex, adquirente do bem 
alienado em fraude à execução. 
Já os bens não sujeitos à execução são aqueles absoluta ou relativamente impenhoráveis 
previstos, respectivamente, nos artigos 833 e 834 do CPC. 
O devedor responde com bens futuros? 
Sim. Conforme prescreve o art. 789, o devedor responde com todos os seus bens presentes e 
futuros para o cumprimento de suas obrigações, salvo as restrições estabelecidas em lei. 
O que são impenhorabilidade absoluta e impenhorabilidade relativa? 
Discorra sobre a responsabilidade patrimonial de terceiros. 
A responsabilidade patrimonial de terceiros está prevista no Art. 790 do CPC e refere-se a uma 
obrigação puramente processual, de terceiros que não se obrigam e é uma responsabilidade 
secundária. 
Quais os tipos de execução? Explique cada um deles. 
Imediata, que é aquela que decorre de sentença judicial do processo de conhecimento (nem 
todo título executivo judicial decorre de sentença judicial; 
Específica, que decorre de título extrajudicial – a ação foi impetrada propriamente para 
resolver pendência de título executivo; 
Por Ueilon Teixeira 
Provisória, que ocorre quando há um título líquido e certo, porém ainda não exigível. Só é 
possível em título executivo judicial. 
A caução pode ser dispensada? Se sim, em quais hipóteses? 
Via de regra, a satisfação da execução depende de caução, e esta deve ser suficiente e idônea, 
arbitrada pelo juiz nos autos do processo de execução. 
Entretanto, poderá ser dispensada nos casos de pensão alimentícia; por situação de 
necessidade; agravo de despacho denegatório; e decisão vinculante, conforme prescreve o art. 
521, CPC. 
A exigência de caução será mantida quando da dispensa possa resultar manifesto risco de grave 
dano de difícil ou incerta reparação. 
Como ocorre a execução provisória? 
A execução provisória ocorre em autos suplementares, nos termos do artigo 522 do CPC. Será 
requerida por petição dirigida ao juízo competente. 
Quais as consequências do não pagamento voluntário pelo devedor? 
Se o devedor não pagar voluntariamente no prazo de 15 dias, incidirá multa de 10% sobre o 
débito e honorários advocatícios. Se houver pagamento parcial no prazo, a multa incidirá sobre 
o restante. 
Toda decisão judicial se liquida? Justifique. 
Nem toda decisão judicial se liquida. 
O que se entende por liquidação de sentença e qual a sua função? 
Liquidação de sentença consiste no ato preliminar da execução de sentença ilíquida, que tem 
por fim apurar a quantidade certa do valor da condenação. Pode ser realizada por meio de 
cálculo aritmético, que será apresentado pelo próprio credor para cumprimento da sentença; 
por meio da instauração de procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e 
provar fato novo. 
Sua função é solucionar incerteza em relação ao “quantum debeatur” – quantia devida. 
Pode ser requerida pelo credor ou devedor. 
Pode ser provisória ou definitiva, e total ou parcial. 
Quando a liquidação de sentença será por arbitramento e quando será por procedimento 
comum? 
Será por arbitramento, quando determinado pela sentença, convencionado pelas partes ou 
quando exigido pela natureza do objeto da liquidação. 
Será pelo procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo. 
Quais as formas de liquidação previstas no CPC? Explique. 
As formas de liquidação são: por arbitramento, quando determinado pela sentença, 
convencionado pelas partes ou exigido pela natureza do objeto da liquidação. Há apresentação 
de documentos e pareceres, não admite prova oral e o juiz pode determinarperícia; por 
Por Ueilon Teixeira 
procedimento comum, quando houver necessidade de alegar e provar fato novo – fato novo 
não é somente aquele ocorrido após a sentença, mas também aquele que não tenham como ser 
definidos no momento da sentença Ex.: danos decorrentes de um acidente com vítima 
hospitalizada. A condenação poderá reconhecer o direito ao ressarcimento, que serão apurados 
posteriormente. 
Como se dá o pedido de execução? 
Como o executado será intimado para o cumprimento de sentença? 
Via de regra, na pessoa do seu advogado. 
Por carta com aviso de recebimento, se não tiver advogado. 
Se o pedido ocorrer 1 ano após o trânsito em julgado, nada impede o cumprimento espontâneo 
da obrigação. É lícito o réu comparecer em juízo e oferecer pagamento da quantia que entende 
ser devida. 
Como se dá a impugnação ao cumprimento de sentença? 
Obedece ao princípio da ampla defesa e contraditório. A lei não estabelece prazo, mas a o juiz 
pode determinar o prazo e, quando não determinar, será de 5 dias o prazo para o executado, 
independentemente de penhora ou nova intimação, apresentar impugnação nos próprios autos. 
Em regra, não tem efeito suspensivo. Pode ser deferido mediante caução. 
O executado poderá alegar, dentre outros, ilegitimidade de parte (ex., quando o espólio não 
possui valor do débito), inexequibilidade do título, inexigibilidade da obrigação, penhora 
incorreta ou avaliação errônea, e excesso de execução ou cumulação indevida de execuções. 
Qual a natureza jurídica da impugnação ao cumprimento de sentença? Explique. 
Mero incidente. 
O que é arresto e quais seus requisitos? 
Arresto é uma medida preventiva que consiste na apreensão judicial dos bens do devedor, para 
garantir a futura cobrança da dívida. 
Os requisitos são: ausência do executado, pouco importando se ocasional ou deliberada; e bens 
penhoráveis visíveis. 
Se houver o pagamento no prazo, torna-se sem efeito o arresto. Se houver inadimplemento, 
converte-se o arresto em penhora. 
O que é penhora e quais as suas funções? 
A penhora consiste na apreensão judicial dos bens do devedor com finalidade de garantir o 
pagamento de uma dívida. Os bens serão retirados da posse do devedor para garantir a 
execução do débito. A penhora poderá ser compulsória, mas não pode recair sobre os bens 
elencados no artigo 649, do Código de Processo Civil, como, por exemplo, o seguro de vida, o 
vestuário, os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução. 
Efetuada a penhora dos bens, será lavrado o respectivo auto, nomeando-se um depositário para 
os bens arrecadados, que poderá, inclusive, ser o próprio executado. 
 
Por Ueilon Teixeira 
A penhora pode ser substituída? Se sim, quais as regras? 
Em regra, não, mas o executado pode solicitar substituição, explicando os motivos e indicando 
novo bem, desde que comprove que lhe será menos oneroso e não haverá prejuízo para o 
exequente. Se o exequente concordar, altera-se o bem penhorado, se não, o juiz decidirá de 
plano. 
Qual a diferença entre penhora e arresto? 
O arresto é medida cautelar de apreensão de bens, que tem por fim garantir futura execução 
por quantia certa. Tal como a penhora, consiste na apreensão judicial de bens do devedor, a fim 
de que sobre eles incida a execução. Distingue-se, entretanto, da penhora, porquanto não 
constitui ato do processo de execução, mas sim de medida acautelatória que antecede a 
penhora e que se exaure quando nesta se converte ou quando a obrigação é extinta. 
O que é avaliação e como ela pode ser efetuada? 
Pode ser efetuada pelo oficial de justiça ou, se necessário conhecimento especializado e o 
valor da execução suportar, por avaliador nomeado pelo juiz. 
A avaliação pode ser dispensada? Justifique 
Sim. Se uma das partes aceitar a estimativa da outra ou quando avaliado por cotação oficial. 
O que é expropriação e qual a sua finalidade? 
Expropriação consiste no ato de autoridade pública por meio do qual se retira da propriedade 
ou posse de alguém o bem necessário ou útil a uma função desempenhada em nome do 
interesse público. De ordinário, a desapropriação transfere o bem do domínio privado para o 
domínio público do próprio órgão expropriante. No processo executivo, a expropriação dá-se 
por via de alienação forçada do bem que se seleciona no patrimônio do devedor para servir de 
instrumento à satisfação do crédito. 
Sua finalidade é a satisfação da execução. 
Quais os tipos de expropriação? Há ordem preferencial entre eles? 
Adjudicação, alienação (particular ou leilão judicial) e apropriação. Há ordem preferencial 
entre a alienação e a adjudicação. Esta é preferencial àquela. Na alienação, a particular é 
preferencial ao leilão judicial. 
O que é adjudicação? Qual o seu objetivo? 
É uma forma indireta de satisfação do crédito, que guarda semelhanças coma dação em 
pagamento, pois se realiza com a transferência da propriedade do bem penhorado ao credor. 
Mas dela difere, porque a dação em pagamento é negócio jurídico civil, que deriva da vontade 
das partes, ao passo que a adjudicação é uma forma de alienação forçada, não se confunde com 
a arrematação, porque o bem não é convertido em dinheiro, mas transferido coativamente ao 
credor ou demais legitimados. 
O seu objetivo é evitar a alienação forçada. 
O que é alienação por iniciativa privada? 
 
Por Ueilon Teixeira 
O que é leilão judicial e como ele pode ser realizado? 
É a venda de bens penhorados através de mandado judicial, para garantia de uma execução. 
Poderá ser eletrônico ou presencial. Serão designadas 2 datas pelo juiz: 1ª data: o bem será 
levado a leilão pelo valor da avaliação da penhora; 2ª data: o juiz fixará um valor piso para o 
bem, e caso não seja fixado, será iniciado o leilão com lance pela metade do valor da avaliação 
da penhora. 
O juiz fixará ainda o valor mínimo, condições de pagamento, garantias, e o leiloeiro. 
O executado e todos os interessados serão cientificados com prazo mínimo de 5 dias (por 
edital). 
O que são embargos à execução e qual a sua finalidade? 
Via principal para opor-se à execução forçada. Configuram eles incidentes em que o devedor 
procura defender-se dos efeitos da execução, não só visando evitar a deformação dos atos 
executivos e do descumprimento de regras processuais, como também resguardar direitos 
materiais supervenientes ou contrários ao título executivo, capazes de neutralizá-lo ou reduzir-
lhe a eficácia, como pagamento, novação, compensação, etc. 
Sua finalidade é desconstituir o crédito ou extinguir a execução. 
Qual a natureza jurídica dos embargos à execução? 
Ação de cognição incidental (ampla produção de provas) de caráter constitutivo (modificar 
decisão). 
Os embargos à execução dependem de garantia em juízo? Explique. 
Não. Conforme prescreve o art. 914 do CPC, o executado, independentemente de penhora, 
depósito ou caução, poderá se opor à execução por meio de embargos. 
Qual a classificação dos embargos à execução. 
Embargos aos atos de execução: nulidade da citação, excesso na penhora, irregularidades 
processuais, etc. 
Embargos aos direitos de execução (ou de mérito): atacar o direto material, como que o título 
não está exigível, o valor está em desacordo, o direito não é devido ao autor; etc. 
Os embargos podem ser rejeitados liminarmente? Se sim, em quais hipóteses? 
Sim, conforme prescreve o art. 918 do CPC, quando intempestivos; nos casos de indeferimento 
da petição inicial e de improcedência liminar do pedido; quando manifestamente protelatórios. 
O que é precatório? 
É uma espécie de requisição de pagamento de determinada quantia a que a Fazenda Pública foi 
condenada em processo judicial, para valores totais acimade 60 salários mínimos por 
beneficiário 
As requisições de pequeno valor estão sujeitas a precatório? 
A CF diz que requisições de pequeno valor não estão sujeitas a precatório e poderão ser pagas 
em dinheiro.

Continue navegando