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um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama, abaixo dos 50 anos de idade. • Mulheres com história familiar de pelo menos um parente de primeiro grau (mãe, irmã ou filha) com diagnóstico de câncer de mama bilateral ou câncer de ovário, em qualquer faixa etária. • Mulheres com história familiar de câncer de mama masculino. • Mulheres com diagnóstico histopatológico de lesão mamária proliferativa com atipia ou neoplasia lobular in situ. Fatores protetores - Prática de atividade física; - Aleitamento materno. Detecção e diagnóstico precoce Todos os profissionais de saúde devem estimular a mulher a examinar as mamas e ensiná-la a reconhecer as alterações iniciais que possam indicar problemas. A enfermeira tem um papel central na educação preventiva. É importante: • Reconhecer os sinais e sintomas do câncer de mama; • Ensinar a autopalpação das mamas e realizar sempre que se sentir confortável para tal. O câncer de mama quando identificado em estágios iniciais (lesões menores que dois centímetros de diâmetro) apresenta prognóstico favorável. Para isso é necessário implantar estratégias para a detecção precoce da doença. Sinais e sintomas do Câncer de Mama - Dor localizada em pontada na mama - Retração ou saliência na mama - Modificação do contorno da mama - Edema sem relação com o ciclo menstrual - Excessiva vascularização num ponto particular da mama - Nódulo geralmente unilateral - Á palpação o tumor maligno é indolor - Pele em casca de laranja - Ulceração da mama - Saída de secreção sanguinolenta RASTERAMENTO DO CÂNCER DE MAMA O rastreamento com o exame de mamografia é a estratégia de saúde pública que tem sido adotada em contextos onde a incidência e a mortalidade por câncer de mama são elevadas. Estudos realizados sugerem que, quando a mamografia é ofertada às mulheres entre 50 e 69 anos, a cada dois anos, com cobertura igual ou superior a 70% da população-alvo, é possível reduzir a mortalidade por câncer de mama em 15% a 23%. No Brasil a mamografia é o único exame utilizado para rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e causar impacto na mortalidade por câncer de mama, sendo por isso o exame de imagem recomendado para o rastreamento do câncer de mama. O auto exame das mamas está associado especificamente ao método de rastreamento, que pressupõe treinamento para a realização de exames padronizados, sistemáticos e periódicos, com o objetivo de que mulheres assintomáticas, treinadas segundo técnicas específicas, realizem seu próprio exame mensalmente, em busca de alterações. Ao final da década de 90, grandes ensaios clínicos não demonstraram redução da mortalidade por câncer de mama por meio da educação para o autoexame das mamas. A partir de então, diversos países passaram a adotar a estratégia de breast awareness, que significa estar alerta à saúde das mamas (THORNTON; PILLARISETTI, 2008). Aprender como as mamas aparentam em diferentes situações pode ajudar a mulher a reconhecer o que é normal para ela. De maneira resumida, cinco alterações devem chamar a atenção da mulher (sinais de alerta): • Nódulo ou espessamento que pareçam diferentes do tecido das mamas. • Mudança no contorno das mamas (retração, abaulamento). • Desconforto ou dor em uma única mama que seja persistente. • Mudanças no mamilo (retração e desvio). • Secreção espontânea pelo mamilo, principalmente se for unilateral. RASTREAMENTO Mulheres de 40 a 49 anos • Exame clínico das mamas (ECM) anual; • Mamografia diagnóstIca em caso de resultado alterado do ECM. Mulheres de 50 a 69 anos • Exame clínico das mamas (ECM) anual; • Mamografia a cada dois anos. Mulheres com risco elevado de câncer de mama • A rotina deve ser iniciada aos 35 anos; • ECM e Mamografia anuais; • Acompanhamento individualizado. EXAME CLÍNICO DAS MAMAS É parte fundamental da propedêutica para o diagnostico de câncer. Deve ser realizado como parte do exame físico e ginecológico, e constitui a base para a solicitação dos exames complementares. Como tal, deve contemplar os seguintes passos para sua adequada realização: • Inspeção estática e dinâmica • Palpação dos linfonodos cervicais, axilares, supra e infra- claviculares e das mamas. • Expressão. Mamografia Ultrassonografia das Mamas Inspeção estática e dinâmica INSPEÇÃO ESTÁTICA: observar simetria, abaulamentos, retrações ou presença de edema cutâneo das mamas, aspecto da aréola e papilas. INSPEÇÃO DINÂMICA: solicite que a mulher eleve os braços lentamente, acima de sua cabeça e que coloque os braços na cintura e aperte-a. através da compressão dos músculos peitorais, ambos movimentos servem para salientar ou evidenciar abaulamento e retrações INSPEÇÃO ESTÁTICA INSPEÇÃO DINÂMICA Palpação das axilas e regiões supraclaviculares Para examinar os linfonodos axilares direitos o examinador deve suspender o braço direito da paciente, utilizando o seu braço direito; deve então fazer uma concha com os dedos da mão esquerda, penetrando o mais alto possível em direção ao ápice da axila. A seguir, trazer os dedos para baixo pressionando contra a parede torácica. O mesmo procedimento deve ser realizado na axila contralateral. Palpação do tecido mamário Palpação: Inicia-se o exame com uma palpação mais superficial, utilizando as polpas digitais em movimentos circulares no sentido horário, abrangendo todos os quadrantes mamários. Repete-se a mesma manobra, porém com maior pressão (não esquecer de palpar o prolongamento axilar mamário e a região areolar). • Técnica de Bloodgood: movimentos circulares com as polpas digitais 2ª, 3ª, 4ª dedo da mão. • Técnica de Vealpeau: mão espalmada. Expressão A pesquisa de descarga papilar deve ser feita aplicando-se compressão unidigital suave sobre a região areolar, em sentido radial, contornando a papila. A saída da secreção pode ser provocada pela compressão digital de um nódulo ou área de espessamento, que pode estar localizado em qualquer região da mama. A descrição da descarga deve informar se é uni ou bilateral, espontânea ou provocada pela compressão de algum ponto específico, coloração e relação com algum nódulo ou espessamento palpável. Pacientes com alterações no ECM que sejam sugestivas de câncer devem ser encaminhados para complementação da investigação diagnóstica em um serviço de referência para o diagnóstico do câncer de mama. Os principais achados no ECM que necessitam de referência urgente para investigação diagnóstica são os seguintes (NICE, 2005): Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo, independente da idade. Nódulo mamário persistente por mais de um ciclo menstrual em mulheres com mais de 30 anos ou presente depois da menopausa. Nódulo mamário em mulheres com história prévia de câncer de mama. Nódulo mamário em mulheres com alto risco para câncer de mama. Alteração unilateral na pele da mama, como eczema, edema cutâneo semelhante à casca de laranja, retração cutânea ou distorções do mamilo. Descarga papilar sanguinolenta unilateral e espontânea (secreções transparentes ou rosadas também devem ser investigadas). Homens com 50 anos ou mais com massa subareolar unilateral de consistência firme com ou sem distorção de mamilo ou associada a mudanças na pele. Mamografia Os resultados do exame mamográfico são classificados de acordo com o Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS®), publicado pelo Colégio Americano de Radiologia (ACR) e traduzido pelo Colégio Brasileiro de