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Cânce� d� mam� 1.1 Glândul� Mamári� A mama feminina é constituída por um corpo glandular que repousa sobre a parede do tórax. O corpo é envolto pela fáscia muscular e recoberto por pele até a região da axila. No região central a pele se divide para a formação da aréola daí que a pupila emerge e constrói o complexo areolopapilar. O corpo glandular é formado por dois sistemas: ● Sistema ductal: formados por ductos que iniciam na papila e possuem diversas ramificações; ● Sistema lobular: compostos por lóbulos que estão nas ramificações dos ductos. São os lóbulos que são responsáveis pela formação do leite, que será transportado pelos ductos; Esses sistemas são sustentados por tecido conjuntivo e gordura, por onde passam nervos, vasos sanguíneos e linfático. Os vasos linfáticos da mama drenam a linfa principalmente para os linfonodos das cadeias axilar e mamária interna; O assoalho muscular é composto principalmente pelo músculos peitoral maior, peitoral menor e serrátil anterior que os separam da gradil costal. Legenda: Fonte: (MAMA, 2012). 1. Parede Torácica 2. Músculo Peitoral Maior 3. Lóbulos 4. Papila (ou mamilo) 5. Aréola 6. Ductos 7. Tecido gorduroso 8. Pele 9. Músculo Peitoral Menor Geralmente, as mamas não são do mesmo tamanho, havendo uma discreta assimetria entre elas. A forma da mama pode variar em função da idade, lactação, gestação, obesidade e período menstrual. Topograficamente, as mamas são divididas em quadrantes superiores (lateral e medial), inferiores (lateral e medial) e região central. A divisão em quadrantes é importante para a localização e correlação dos achados de exame clínico e de imagem. . Ps: a maioria dos tumores malignos se encontram no quadrante superior lateral E. - Anomalias do desenvolvimento: - processos inflamatórios (ex. mastite) - displasia (alteração no crescimento celular que ainda não é considerado câncer) alteração histologia benigna; - fibroadenoma processo de fibrose -mamas extranumerárias - neoplasias pode ser benigna ou maligna O Tumor B. cresce lentamente e não espalha para outras partes do corpo. O Tumor M. cresce rapidamente e se espalha (metástase) 2.1 Porqu� u� olha� tã� impo�tant� a� C� d� Mam�? ↑ incidência – até mesmo na pop. Jovem -deficiência de promoção primária - estima da doença medo da morte -tratamento longos e agressivos e ↓efetivos - consequências físicas traz limitações - alterações emocionais, psicossociais impactos na autoimagem e autoestima, isolamento social - perdas econômicas emprego, estudo (também afetam a sociedade) 2.2 Fatore� d� risc� Eles estão ligados à idade, aos fatores genéticos e aos endócrinos. Idade= pelo tempo de exposição ao estrogênio (esse hormônio influencia a produção de células da mama e do estroma mamário ⇒ nesse meio tempo pode haver descontrole genéticos e dos mecanismos oncogênicos de proteção e levar a um crescimento descontrolado de células). Nos homens o CA de mama é mais raro e está associado a alteração nos níveis de estrogênio (estão elevados!!!); O tabagismo não é tanto um FR mas está associado a um estilo de vida inadequado. E se mulheres com CA de mama, infelizmente, com metástase pulmonar tem grande risco de complicações. Os fatores endócrinos estão relacionados principalmente ao estímulo estrogênico, seja endógeno ou exógeno, com aumento do risco quanto maior for o tempo de exposição. (menacme). Menarca antes dos 12 e menopausa tardia depois dos 50 anos; TRH 5 anos pós menopausa. Predisposição genética = 10/15% dos casos. Mutações genéticas relacionadas a uma história familiar (BCR 1, BCR2). 3.1 Impo�tânci� d� prevençã� � d� control�/diagn�stic� precoc�: ● 3.2 Promoção de saúde: ações principalmente da ABS Po� qu� fala� e� promoçã�? - é o CA que mais mata no BR é o mais frequente em todas as regiões; - atinge mulheres cada vez mais jovens ; - ↑custos de internação e utilização de medicação muito cara causam maior custo aos cofres públicos -comprometimento psicossocial; -os casos são diagnosticados mais tardiamente devido a ABS não ser fortalecida no rastreamento e a pop.não procurar os serviços de saúde; Aqui destaca-se em particular a importância de ações intersetoriais que promovam acesso à informação e ampliem oportunidades para controle do peso corporal e a prática regular de atividade física. - Atuar sobre os determinantes sociais do processo saúde-doença Controlar os FR; É possível prevenir 28% dos casos de câncer de mama por meio da alimentação, nutrição, atividade física e gordura corporal adequada (INCA, 2011b). A terapia hormonal, no período da menopausa, deve ter o seus risco-benefício avaliada, visto que, a sobrecarga hormonal pode levar a incidência do CA. -Qualidade de vida -Melhoria da saúde da pop e controle das doenças e agravos -Ampliar o acesso à informação A ABS, principalmente, e os serviços de saúde devem promover informações claras, consistentes e culturalmente apropriadas; - Redução das barreiras de acesso aos serviços de saúde para detecção precoce; ● 3.3 Prevenção de risco: Prevenção primária: aqui é proposto o controle dos fatores de risco modificáveis que a paciente pode apresentar. O controle contribui para a redução da incidência do CA. Ex: perda de peso ou manutenção do peso (principalmente a obesidade pós menopausa); estímulo a prática regular de atividade física (↓sedentarismo); redução do consumo de álcool e tabagismo; analisar custo/risco-benefício da Terapia de Reposição Hormonal (TRH) na menopausa. Prevenção secundária: aqui inicia-se o rastreamento (testes simples em pessoas sadias) de casos novos e de mulheres enquadradas em grupos de risco; Há também a ordenação dos casos positivos. Visar a detecção precoce e o encaminhamento a um serviço especializado (fazer contato com outros pontos da Rede de Atenção em Saúde). Apoiar integralmente a paciente e a família. Estar atento às queixas prestadas e realizar a investigação necessária. Mastectomia profilática podem acontecer em mulheres de alto risco porém não há evidências de ↓ mortalidade e incidência do CA. Quimioprofilaxia com Tamoxifeno + Raloxifeno ⇒ o INCA recomenda contra o uso da quimioprofilaxia do câncer de mama em mulheres assintomáticas com risco baixo ou intermediário. Prevenção terciária: auxilia na reabilitação e na reinserção dessa mulher na sociedade. Manter o acompanhamento clínico e o controle da doença. Orientar quanto aos direitos dos portadores de câncer. Prevenção quaternária: proteger a paciente a qualquer exposição danosa ⇒ não solicitar mamografia de rastreio na pop. ↓50 anos e ↑70 anos. ● 3.4 Detecção precoce: as lesões ↓2 cm de diâmetro quando descobertas previamente apresentam um prognóstico favorável 3.4.1. O diagnóstico precoce do CA contribui para a redução do estágio de apresentação do CA (down-staging)⇒ reflete a taxa de cresc., extensão da doença, tipo de tumor e hospedeiro. - Por isso, é importante para educação da mulher e dos profissionais da saúde sobre o reconhecimento dos sinais clínicos. Orientar a paciente das principais manifestações clínicas que acendem um sinal de alerta para procurar o sistema de saúde (Box Manifestações clínicas). ↑ É CONHECIDO COMO A POLÍTICA DE ALERTA DAS MAMAS! ↑ Ele é especialmente importante nos contextos de apresentação do CA em fases mais avançadas. 3.4.2 Implantação de um rastreamento efetivo que previna com antecedência as situações de CA O exame de mamografia é a estratégia de saúde pública que tem sido adotada em contextos onde a incidência e a mortalidade por câncer de mama são elevadas. Os países que adotaram essa medida conseguiram, de forma eficiente, reduzir a mortalidade por essa neoplasia. A mamografia é o único exame utilizado para rastreamento, com capacidade de detectar lesões não palpáveis e causar impacto na mortalidade por câncer de mama. Por isso, é recomendado no rastreio no BR. Apesar da insuficiência de evidências, a ressonância magnética tem sido utilizada em conjunto com a mamografia como modalidade de rastreamento em pacientes dealto risco (mutação dos genes BCR 1/2, histórico familiar, ). A ultrassonografia pode também detectar lesões não palpáveis. “A relação risco-benefício do rastreamento populacional, em mulheres na faixa etária de 40 a 49 anos, é pouco favorável (USPSTF, 2009).” Ao ofertar exames de mamografia à população assintomática, o SUS entende que os efeitos negativos incluem a indução do câncer de mama por radiação; a taxa de resultados falso-positivos que implicam nos exames complementares e maior ansiedade nas mulheres; etc. A recomendação para as mulheres de 50 a 69 anos é a realização de mamografia a cada dois anos e do exame clínico das mamas anual; Para as mulheres de 40 a 49 anos, a recomendação brasileira é o exame clínico anual e a mamografia diagnóstica em caso de resultado alterado. O rastreamento, de rotina, com a mamografia é contraindicado. Mulheres com risco elevado, o rastreamento deve começar aos 35 anos. O benefício do rastreamento deve ser sempre balanceado com os possíveis riscos e malefícios. Os efeitos gerados numa população assintomática podem ser:indução do câncer de mama por radiação; a taxa de resultados falso-positivos que implicam nos exames complementares e maior ansiedade nas mulheres; e o sobrediagnóstico (overdiagnosis) e sobre tratamento (overtreatment) de lesões malignas. O documento de Consenso do INCA (2004) define o Exame Clínico das Mamas (ECM) como ferramenta de rastreamento do CA na rotina de assistência integral. ECM parece ser uma alternativa importante para a detecção substancial de casos de câncer de mama 3.4.3 A participação da mulher: é fundamental no processo de detecção precoce. O autoexame era usado como método de rastreamento do CA, e tinha todo uma orientação e capacitação da mulher previamente tendo o objetivo que a mulher procurasse mensalmente por alterações. No entanto, notou-se, ao final dos anos 90 que o autoexame não reduzia a mortalidade do CA e estratégia do ensino do autoexame aumentaria o número de biópsias com resultados benignos. O recomendado é que a mulher realize a palpação sempre quando se sentir à vontade. Que ela procure o serviço de saúde se houver mudança nas mamas, em qualquer ciclo da vida. Que sempre participe das açoes de rastreamento e procure esclarecimento da equipe de saúde quando houve dúvidas. Os 5 sinais de alerta que devem despertar preocupação maior na mulher e a procura pelo sistema de saúde: 1) Nódulo ou espessamento que pareçam diferentes do tecido das mamas. 2) Mudança no contorno das mamas (retração, abaulamento). 3) Desconforto ou dor em uma única mama que seja persistente. 4) Mudanças no mamilo (retração e desvio). 5) Secreção espontânea pelo mamilo, principalmente se for unilateral Manifestaçõe� Clínica�: Fatore� protetore�: Históri� Natura� Fase pré clínica: é o intervalo de tempo entre o surgimento da primeira célula maligna e desenvolvimento do tumor até a detecção e diagnóstico clínico. Fase clínica: inicia a partir do momento do diagnóstico. Os eventos iniciais do CA são incertos, mas o que se sabe até aqui é: -Passa por uma fase in situ (Carcinoma in situ), na qual a membrana basal, antes protegida, rompe-se e aí ele progride para a fase invasora/infiltrativa (Carcinoma invasor ou infiltrativo). -Alguns outros estudiosos apontam a possibilidade do carcinoma in situ ter um início diferente. O carcinoma invasor pode permanecer por um tempo como doença local (limitada a mama), no entanto pode atingir outras proporções regional ou disseminação a distância. A disseminação ocorre principalmente por via linfática e mais raramente por uma via hematogênica pura (por meio de vasos sanguíneos ⇒ permeação por capilares e vênulas). a) Além da rede linfática rica que existe ao redor da mama, o CA leva a formação de novos linfáticos peritumorais, com uma parede muito permeável que permite a penetração de células malignas no interior do vaso levando a disseminação por outras regiões do corpo. b) essas células são transportadas pela linfa até atingir o primeiro vaso linfático, que é chamado de Linfonodo Sentinela¹. Os êmbolos tumorais podem alcançar outras cadeias ganglionares (principalmente a cadeia axilar). c) podem atravessar o sistema linfático e alcançar a circulação sanguínea, levando alvos mais distantes, aumentando a chance de causar metástases. ¹Linfonodos Sentinelas: é o primeiro linfonodo (gânglio linfático) a receber células malignas oriundas de um tumor canceroso primário através da circulação linfática. Ele é a primeira barreira protetora contra a metástase, e só depois deles que outros linfonodos são atingidos. A condição que esse linfonodo é encontrado é indica, precisamente, como está os outros linfonodos da região. Porque mesmo assim acontece a metástase? Mesmo com todo o trabalho desenvolvido, algumas células neoplásicas podem fugir da ação dos linfonodos, alcançar a circulação linfática e sanguínea e alojar-se em outros órgãos. Os principais sítios de metástases do câncer de mama são ossos, pulmões e pleura, fígado, e com menor frequência cérebro, ovário e pele. Geralmente o CA cresce lentamente (início) e eventualmente apresenta um crescimento avançado e com maior possibilidade de disseminação. O comportamento heterogêneo está totalmente relacionado a características próprias do tumor (grau de diferenciação histológica, presença de receptores) determinam a sua velocidade de crescimento e potencial de gerar metástases. Esse comportamento pode ser influenciado por outros fatores como a exposição a estímulos hormonais (estrogênio!! exposição ao hormônio, terapia de reposição, etc), resposta imune e estado nutricional (levam a obesidade que é um FR). O cânce� d� mam� Assim como outras neoplasias malignas, o CA de mama surge em função de alterações genéticas, de crescimento celular, hereditárias ou adquiridas por exposição a fatores fisiológicos ou ambientais desencadeando uma proliferação incontrolável de células anormais. As alterações nos genes podem provocar mudanças no crescimento celular ou na morte celular programada, levando ao surgimento do tumor. O CA de mama é considerado um grupo heterogêneo de doenças, com comportamentos distintos. Essa forma heterogênea do câncer é manifestada pelas diferentes apresentações clínicas e morfológicas, variadas assinaturas genéticas e variação nas respostas terapêuticas. A carcinogênese do CA de mama é lenta e pode levar muito tempo que uma célula se origine um tumor palpável. O processo recebe três classificações distintas: 1) Iniciação: a fase em que os genes sofrem ação de fatores cancerígenos; 2) Promoção: fase em que os agentes oncopromotores atuam na célula já alterada; 3) Progressão: caracterizada pela multiplicação descontrolada e irreversível da célula. Existe a classificação em estágios: As lesões precursoras do carcinoma mamário como a hiperplasia ductal atípica, a neoplasia lobular e carcinoma ductal in situ apresentam alterações genéticas comuns aos carcinomas. Porém, nem todas as lesões proliferativas epiteliais são precursoras, como as hiperplasias usuais. Tip�� d� Cânce�: - Carcinoma ductal: (70-80%) - in situ É uma proliferação epitelial neoplasia intraductal que respeita a barreira da membrana basal. São classificados de baixo e alto grau, considerando o volume nuclear, a distribuição da cromatina e as características dos nucléolos. -invasor O carcinoma ductal invasivo (ou infiltrante) se inicia em um duto de leite, rompe a parede desse duto e cresce no tecido adiposo da mama. A partir daí, pode se espalhar (metástase) para outras partes do corpo através do sistema linfático e da circulação sanguínea. - Carcinoma lobular (10-15%) São lesões não invasivas, localizadas ou extensas, que comprometem a unidade lobular e podem disseminar-se para os ductos. São reconhecidas como lesões precursoras, as neoplasias lobulares constituem achados incidentais de biópsias da mama, tendem à multicentricidade e à bilateralidade. -invasivo Começa nas glândulas produtoras de leite (lobos). Assimcomo o carcinoma ductal invasivo pode se disseminar para outras partes do corpo. Quando o lóbulo está cheio de proliferação maligna, a membrana basal pode romper-se e as células podem ir para os ductos. Carcinoma inflamatório (1%) A Doença de Paget, um tumor raro que representa 0,5% a 4% dos casos de CA de mama. Ele provoca prurido no complexo areolopapilar e apresenta-se inicialmente como um eritema e espessamento cutâneo, evoluindo para uma erosão cutânea eczematoide ou exsudativa. ps: Noventa e sete por cento das pacientes portadoras dessa patologia apresentam um carcinoma subjacente. Este tipo de câncer de mama começa nos ductos mamários e se dissemina para a pele do mamilo e para a aréola. - Carcinoma invasivo da mama Constitui um grupo de tumores epiteliais malignos que transpassam a membrana basal da unidade ducto lobular terminal, invade o estroma e tem potencial para produzir metástases. O carcinoma ductal infiltrante é o tipo mais prevalente. 4.1 Investigaçã� Diagn�stic� 4.1.2 Exam� Clínic� da� Mama� (ECM) É um procedimento feito para analisar os sinais e sintomas apresentados pela paciente a fim de realizar um diagnóstico diferencial entre condições benignas e alterações relacionadas ao CA. Essa também é uma oportunidade para o profissional de saúde informar a população feminina sobre o câncer da mama, sinais de alerta, fatores de risco, detecção precoce e a composição e variabilidade da mama normal. Ele é complementar e feito anualmente, programado junto às consultas de prevenção ginecológicas. É um diagnóstico precoce e é instrumento de rastreamento com busca ativa em possíveis alterações e lesões. Ele é dividido em 4 partes: 1) Inspeção dinâmica: tem o objetivo de identificar visualmente sinais sugestivos de câncer, como alterações no contorno da mama, ulcerações cutâneas ou do complexo areolopapilar. A paciente estará sentada, com os dois pés firmados no chão e braços levantados acima da cabeça ou pendentes ao lado, enquanto o profissional irá observar assimetrias, diferenças na cor da pele, textura, e padrão de circulação venosa. 2) Inspeção Dinâmica: examinador deve solicitar que a mulher eleve e abaixe os braços lentamente, e realize contração da musculatura peitoral, comprimindo as palmas das mãos uma contra a outra adiante do tórax, ou comprimindo o quadril com as mãos colocadas uma de cada lado. 3) Palpação: toda as áreas do tecido mamário e sistema linfático são analisados. **SEMPRE DO PROXIMAL PARA O DISTAL; PALPAÇÃO SUAVE E PROFUNDA!** Palpação das cadeias ganglionares axilares ⇒ paciente deverá estar sentada, o braço homolateral relaxado e o antebraço repousando sobre o antebraço homolateral do examinador ⇒ contrai a musculatura e projeta a mama. Palpação das cadeias ganglionares supraclaviculares ⇒ paciente sentada, mantendo a cabeça semi fletida e com leve inclinação lateral. 4) Palpação da mama: a paciente está em decúbito dorsal (deitada) e com a mão acima da cabeça. Cada área de tecido deve ser examinada aplicando-se três níveis de pressão em sequência: leve, média e profunda, correspondendo ao tecido subcutâneo, ao nível intermediário e mais profundamente à parede torácica. Com movimentos circulares com as polpas digitais do 2º, 3º e 4º dedos da mão devem palpar toda a extensão da mama como se estivesse contornando as extremidades de uma moeda. A aréola e mamilo devem ser apalpadas e NÃO comprimidas! Durante a palpação, deve-se observar possíveis alterações na temperatura da pele e a existência de nódulos. A descrição de nódulos deve incluir informações quanto ao seu tamanho, consistência, contorno, superfície, mobilidade e localização. A pesquisa da descarga papilar, se houver, deve ser feita por compressão unidigital suave sobre a região areolar, em sentido radial, contornando a papila. A compressão digital de um nódulo ou área de espessamento pode levar essa descarga. No registro deve ser descrito se é uni bilateral ou multiductal, se foi espontânea ou pela compressão, e coloração. Os resultados precisam ser avaliados e em casos de suspeita deve haver encaminhamento para realização de testes mais específicos. Achados que indicam urgência: 1. Nódulo mamário de consistência endurecida e fixo (independente da idade); 2. Nódulo mamário persistente por mais de um ciclo menstrual em mulheres com mais de 30 anos ou presente depois da menopausa. 3. Nódulo mamário em mulheres com história prévia de câncer de mama. 4. Nódulo mamário em mulheres com alto risco para câncer de mama. 5. Alteração unilateral na pele da mama, como eczema, edema cutâneo semelhante à casca de laranja, retração cutânea ou distorções do mamilo. 6. Descarga papilar sanguinolenta unilateral e espontânea (secreções transparentes ou rosadas também devem ser investigadas). 7. Homens com 50 anos ou mais com massa subareolar unilateral de consistência firme com ou sem distorção de mamilo ou associada a mudanças na pele. 4.1.3 Métod�� d� image� Esses são indicados em situações de rastreamento e em situações diagnósticas. Eles confirmam ou negam a suspeita de CA. 1) Mamografia: exame de rastreio por imagem, que tem como finalidade estudar o tecido mamário. Eles são classificados segundo Breast Imaging Reporting and Data System (BI-RADS®). Esse sistema utiliza categorias de 0 a 6 para descrever os achados do exame e prevê recomendações de conduta. Ela é indicada e realizada nas mulheres com sinais e/ou sintomas de câncer de mama, tais como nódulo, espessamento e descarga papilar e sua prescrição deve ser bem analisada com o risco-benefício. 2) Ultrassonografia: ela é indicada em algumas situações específicas e alternativas como: • Diagnóstico diferencial entre lesão sólida e lesão cística. • Alterações no exame físico (lesão palpável), no caso de mamografia negativa ou inconclusiva. • Na jovem com lesão palpável. • Nas alterações do exame clínico no ciclo grávido-puerperal. • Na doença inflamatória e abscesso. • No diagnóstico de coleções. Os resultados também são baseados no critério BIRADS. As vezes ela pode ser complementar à mamografia (lesão palpável sem expressão na mamografia - jovens; nódulos regulares ou lobulados, que possam representar cisto etc). 3) Ressonância Magnética: existem casos especiais que esse exame de imagem é solicitado: ❏ casos não conclusivos nos métodos tradicionais; carcinoma oculto; ❏ planejamento terapêutico; ❏ avaliação de resposta à quimioterapia neoadjuvante; ❏ suspeita de recidiva e avaliação das complicações dos implantes. 4.1.4 Métod�� invasiv�� O achado final e que conclui o diagnóstico é o achado histopatológico. A biópsia cirúrgica é o padrão ouro na confirmação do diagnóstico Em contexto apresentação de câncer de mama em estádios avançados, biópsias minimamente invasivas podem desempenhar um importante papel por fornecer o diagnóstico antes da terapêutica. A escolha do método de biópsia vai depender da classificação radiológica, do tipo e da localização da lesão, da composição e do tamanho da mama da paciente, do material e dos equipamentos disponíveis. As existentes são: Biópsia cirúrgica, Biópsia percutânea com agulha grossa (PAG), Punção por agulha fina (PAAF) e Biópsia percutânea a vácuo (mamotomia). 5.1 Qua� condut� adota� par� inicia� � tratament�? Conforme o resultado do ECM e dos exames de imagem, a mulher pode ser encaminhada a um serviço de referência para prosseguir a investigação diagnóstica ou retornar à rotina do rastreamento. 5.1.2 E� lesõe� palpávei� Quando suspeito no ECM há existência dessas lesões as mulheres ↓35 anos indicar US. Mulheres ↑35 anos mamografia, e se necessidade associada a US. As de achados benignos sem indicação cirúrgica devem continuar sendo acompanhadas pela ABS. As de achados benignos com indicação (↑3cm, devem ser encaminhadas para avaliação na atenção secundária. Todas as mulheres com achados clínicos suspeitos, mesmo com exame de imagem negativo, devem ser submetidas à investigação. 5.1.3 E� lesõe� nã� palpávei� O resultado da mamografia de rastreamentodeve ser analisado pelo profissional solicitante, seguindo a conduta de acordo com a classificação BI-RADS®. Mulheres com resultado BI-RADS® 0 deverão ser submetidas a novos exames de imagem para reclassificação da lesão e deliberação da conduta conforme categoria final. BI-RADS® 1 e 2 devem ser orientadas para acompanhamento de rotina, na unidade de atenção primária, com repetição do exame de acordo com a faixa etária. BI-RADS® 3 devem permanecer em acompanhamento por três anos, com repetição do exame a cada seis meses. As mulheres com resultado BI-RADS® 4 ou 5 deverão ser encaminhadas para a unidade de referência secundária para investigação por exame histopatológico da lesão. Se a malignidade for encontrada deverão ser encaminhadas para a unidade de referência terciária para início do tratamento. O resultado BI-RADS® Categoria 6 é pouco provável na Atenção Primária à Saúde pois a mulher com diagnóstico de câncer já deve estar inserida em unidade terciária para tratamento. 6.1 Tratamento Conforme prevê a Política Nacional de Atenção Oncológica, deve ser feito em Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) e Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon) que são hospitais de atenção terciária, e devem estar capacitados para capacitado: ⇒ determinar a extensão da neoplasia (estadiamento), tratar, cuidar e assegurar a qualidade da assistência oncológica; Os tratamentos fundamentais e principais são: Controle locorregional ⇒ cirurgia e radioterapia; O tratamento conservador atualmente consiste na retirada do segmento ou setor mamário onde se localiza o tumor com margens de tecido mamário microscopicamente sadio, associada à radioterapia complementar pós ou pré-operatória, obrigatória em qualquer tipo de cirurgia conservadora e tem o objetivo de de eliminar lesões microscópicas não retiradas pela cirurgia, buscando diminuir as recidivas locais. A sua indicação consiste em tumores pequenos, palpáveis ou não, sem evidência de multicentricidade, e sem metástases a distância. Controle sistêmico ⇒ quimioterapia, a hormonioterapia e a terapia biológica; Esse é determinado de acordo com o risco de recorrência (idade da paciente, comprometimento linfonodal, tamanho tumoral, grau de diferenciação) e as características tumorais. Ela se apropria na mensuração dos receptores hormonais (receptor de estrogênio e progesterona), quando a hormonioterapia pode ser indicada, e também do HER-2 (fator de crescimento epidérmico 2). O tratamento deve ser sempre individualizado orientado não apenas pela extensão da doença, mas também por suas características biológicas, e condições da paciente (idade, comorbidades, menopausa, etc). Na doença localmente avançada, o tratamento deve ser inicialmente sistêmico, e o tratamento cirúrgico estará indicado após resposta adequada com redução do tumor. OBS: Havendo metástases a distância, o tratamento cirúrgico tem indicações restritas, sendo o tratamento sistêmico a principal opção. No Brasil/Ministério de Saúde, há um Sistema de Informação do CA de mama. As primeiras informações inseridas no sistema são geradas na atenção básica, com a requisição do exame de mamografia. ↓ Todos os profissionais precisam entender a dimensão da importância de abastecer o sistema, e devem levar isso como uma obrigação. Ao profissional da Atenção Primária deve se atentar ao registro de dados do ECM e a correta solicitação dos exames de diagnóstico. A informação sobre o seguimento da mulher deve ser adequadamente buscada e inserida no sistema, a fim de prover dados confiáveis e úteis.
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