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17. CRIMES CONTRA A HONRA

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ATUALIZADO EM 08/04/2017
CRIMES CONTRA A HONRA[1: Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas, referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas, artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.]
Pertencem ao bloco dos crimes contra a pessoa. Estão no título I. 
São três:
Calúnia
Difamação
Injúria
Também existem leis especiais prevendo esses crimes (Código Penal Militar, Lei de Segurança Nacional, Código Eleitoral). 
E os crimes contra a honra na Lei de Imprensa (Lei nº 5.250/67)? Essa lei não foi recepcionada pela Constituição Federal de 1988 (ADPF 130). Isso significa que no âmbito das relações de imprensa não existe mais os crimes contra a honra? Não, aplicam-se os crimes do Código Penal.
Houve abollitio criminis com a revogação da Lei de Imprensa? Não, segundo o princípio da continuidade normativa típica. A conduta não deixou de ser considerada crime; simplesmente migrou de um dispositivo para outro. Foi tudo para o Código Penal.
Os tipos previstos no Código Penal têm natureza subsidiária ou residual, pois serão aplicados sempre que não incidir alguma lei especial.
CÓDIGO BRASILEIRO DE TELECOMUNICAÇÕES: 
Lei 4.117 - Art. 53.  Constitui abuso, no exercício de liberdade da radiodifusão, o emprego desse meio de comunicação para a prática de crime ou contravenção prevista na legislação em vigor no País, inclusive:
caluniar, injuriar ou difamar os poderes legislativos, executivo ou judiciário ou os respectivos membros;
Código Eleitoral (os crimes são de ação penal publica incondicionada) 
Código Penal Militar (Art. 214, 215 e 216)
Lei de Segurança Nacional
I. Fundamento Constitucional
Um crime só é legítimo quando tutela valores consagrados na Constituição Federal. O fundamento constitucional está no art. 5º, X, CF. A honra é um direito fundamental do ser humano. X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação;
II. Conceito de honra
Honra é o conjunto de qualidades físicas, morais e intelectuais de uma pessoa, que tornam a pessoa merecedora de respeito na sociedade e que promove a sua autoestima.
III. Espécies de honra
a) Honra objetiva: é a visão que os demais membros de uma sociedade têm de uma pessoa. Ofendem a honra objetiva: calúnia e difamação. Por isso para a sua consumação exigem a imputação de um fato e o conhecimento desse fato a terceiro.
b) Honra subjetiva: é o que cada um pensa de si próprio. Essa honra subjetiva se divide em honra dignidade e honra decoro. Na injúria não há imputação de fato, bastando a atribuição de uma qualidade negativa. O crime se consuma no momento em que a ofensa chega ao conhecimento da vítima.
Honra dignidade diz respeito às qualidades morais da pessoa. Ex. mau caráter, caloteiro.
Honra decoro diz respeito às qualidades físicas e intelectuais das pessoas. 
c) Honra comum: é aquela que ofende a pessoa enquanto ser humano, ou seja, independe das atividades que ela exerce.
d) Honra especial/profissional: depende da atividade que a vítima exerce. Chamar médico de açougueiro.
RESUMO:
	CALÚNIA
	DIFAMAÇÃO
	INJÚRIA
	Art. 138 CP
	Art. 139 
	Art. 140 
	Imputa-se fato definido como crime determinado sabidamente falso. 
	Imputa-se fato desonroso determinado em regra não importando se verdadeiro ou falso. 
	Atribui-se qualidade negativa 
	FATO
DETERMINADO
CRIMINOSO.
SABIDAMENTE FALSO. 
	FATO 
DETERMINADO
DESONROSO.
	QUALIDADE 
NEGATIVA 
	HONRA OBJETIVA
	HONRA OBJETIVA
	HONRA SUBJETIVA
	HONRA OBJETIVA:
	HONRA SUBJETIVA:
	Conceito que a sociedade possui a respeito do indivíduo.
Reputação pessoal perante 3ºs. 
	Conceito que o indivíduo tem de si próprio.
- Dignidade / Decoro / Autoestima
É o que a vítima pensa dela mesma. 
	Crimes tutelados: calúnia, difamação
	Crimes tutelados: injúria
	Pessoa Jurídica: somente pode ser vítima de calúnia e difamação – Tem só honra objetiva. (há divergência)
	
	A pessoa jurídica pode ser vítima de calúnia (imputar crime) desde que a falsa imputação refira-se a fato definido como crime ambiental. (que é a única previsão de imputação de crime a pessoa jurídica)
	Inimputável pode ser vítima de injúria? 
Sim, dede que possua capacidade de compreender a ofensa. Ex. Ofender uma criança 
	Pessoa jurídica pode ser vítima de difamação. 
	
	CONSUMAÇÃO: (calúnia/ difamação)
	CONSUMAÇÃO: (Injúria)
	Consuma-se quando um 3º toma ciência da imputação. 
	Consuma-se quando a ofensa chega ao conhecimento do ofendido.
	CABE RETRATAÇÃO
Cuidado com a difamação, pois no caso específico é mais restrita – funcionário público.
	NÃO CABE RETRATAÇÃO 
IV. Calúnia
Art. 138 - Caluniar alguém, imputando-lhe falsamente fato definido como crime:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, e multa.
§ 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
§ 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
É um crime de menor potencial ofensivo.
MENOR DE 18 ANOS PODE SER VÍTIMA DE CALÚNIA? (INIMPUTÁVEIS) SIM, apesar do menor não praticar crime, ele pratica fato definido como crime (ato infracional). 
RECEBE-SE OU REJEITA-SE A QUEIXA? Vítima descrevendo uma difamação, mas capitula como calúnia-Juiz recebe a queixa e no momento da sentença aplica a emendatio libeli. 
a) Objetividade jurídica
Ofende a honra objetiva. O núcleo do tipo não é caluniar. A expressão ‘caluniar alguém’ era desnecessária. O núcleo do tipo é imputar. O que é imputar? Atribuir à alguém a prática de um fato.
O fato imputado tem que ser definido como crime, qualquer que seja a sua espécie (doloso, culposo, etc). Esse crime pode ser inclusive uma calúnia. O agente diz que a vítima praticou uma calúnia. Também é conhecida como difamação qualificada.
O fato tem que ser determinado e verossímil, ou seja, que pode ser verídico. Revestido de veracidade.
Deve ser imputado a uma pessoa certa e determinada. Ex. um professor da LFG roubou minha casa – não é calúnia. Ou ainda que pode ser determinada, pelas características dadas.
E se for contravenção penal? Não é crime de calúnia. É mero caso de difamação. 
A imputação tem que ser falsa. Se a imputação é verdadeira, paciência. O tipo penal serve para proteger a honra das pessoas de bem e não para acobertar criminosos. 
Imputa-se fato definido como crime determinado sabidamente falso.
Essa falsidade pode recair na existência do fato ou no envolvimento da vítima no fato. A falsidade é elemento normativo do tipo.
ATENÇÃO ADVOGADO NÃO TEM IMUNIDADE PROFISSIONAL PARA CALÚNIA
É CRIME A AUTO-CALÚNIA? SIM, É UM CRIME, MAS NÃO CONTRA HONRA, apesar de não punir a autolesão da honra, É CRIME CONTRA A ADMINISTRAÇÃO DA JUSTIÇA. AUTO-ACUSAÇÃO FALSA
CRIME CONTRA HONRA (calúnia/difamação) DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA PODE CONFIGURAR CRIME CONTRA A SEGURANÇA NACIONAL.
A HONRA É BEM DISPONÍVEL OU INDISPONÍVEL? Vítima que consente em ser caluniada haverá o crime? Hoje é pacífico que a honra é bem disponível, se a vítima consentir para a calúnia não haverá crime. 
SUJEITO PASSIVO:
Qualquer pessoa pode ser vítima de calúnia, mesmo o desonrado. Jurisprudência: prostituta pode ser vítima de calúnia.
MENORES, LOUCO PODEM SER VÍTIMAS DE CALÚNIA? 
	1ª CORRENTE: Menor e louco não praticam crimes. Logo não podem ser vítimas de calúnia, mas sim vítima de difamação. 
	2ª CORRENTE: A lei exige imputação de fato definido como crime, isto é fato típico. Logo sabendo que o menor e o louco praticam fato típico podem ser vítimas de calúnia. - PREVALECE. - STJ
b) Formas de calúnia
- Inequívoca ou explícita: A ofensa é direta. Ela é clara. Não deixa dúvida alguma. 
- Equívoca ou implícita: A ofensa é velada. O sujeito dá a entender que a vítima cometeu o crime.ex. se eu tivesse julgado aquele caso eu também estaria de carro novo.
- Calúnia reflexa: o agente ao atribuir um crime a determinada pessoa, acaba por também a imputar um crime a pessoa diversa. ex. aquele policial é corrupto porque recebeu x reais de Cléber Masson. A calúnia contra Cléber é reflexa.
c) Consumação
Atinge a honra objetiva e, por isso, se consuma quando a ofensa chega ao conhecimento de terceiro.
Basta que chegue ao conhecimento de uma única pessoa. Pouco importa se a vítima teve ou não conhecimento da ofensa. independentemente do efetivo dano a reputação da vítima. CRIME FORMAL. 
Cabe tentativa? Na calúnia oral não cabe (ou fala ou não fala). Doutrina majoritária. Se for escrita cabe tentativa – e-mail extraviado. Ex. carta caluniadora interceptada pela própria vítima.
d) Subtipos da calúnia
 -  § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
É o tipo da fofoca. Propalar é relatar verbalmente e divulgar é a transmissão por qualquer outro meio. Basta que a calúnia seja transmitida para uma única pessoa.
Admite apenas o dolo direto “sabendo falsa a imputação” – revela um juízo de certeza. Não pode ser dolo eventual.
 - § 2º - É punível a calúnia contra os mortos.
Quem é a vítima desse crime? Os familiares do falecido, que tem o interesse em preservar a sua memória.
e) Qual a diferença entre calúnia e denunciação caluniosa?
	CALÚNIA
	DENUNCIAÇÃO CALUNIOSA
	Honra
	Administração de Justiça
	Regra: Ação privada
	Ação pública incondicionada
	Imputação falsa de crime
	Pode ocorrer imputação falsa de crime ou de contravenção penal
	Imputação falsa de crime se esgota em si mesma. O agente se contenta em macular a honra objetiva da vítima.
	 Ofende a honra para movimentar a maquina estatal. Há uma ação penal em curso
“A calúnia, como crime menor, é abrangida pela denunciação caluniosa, crime maior, quando ambos os delitos estiverem fundados em um mesmo fato”. 
e) Exceção da verdade
        Exceção da verdade
        § 3º - Admite-se a prova da verdade, salvo:
        I - se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível;
        II - se o fato é imputado a qualquer das pessoas indicadas no nº I do art. 141;
        III - se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
Exceção significa defesa.
A procedência da exceção da verdade acarreta a absolvição. Qual o fundamento da absolvição? Desaparece elementar do tipo, estamos diante de uma causa de atipicidade. 
Toda imputação criminosa é presumidamente falsa. Mas essa presunção é relativa (iuris tantum), admitindo prova em sentido contrário.
O acusado poderá então se defender por meio da exceção da verdade, provando que imputação era verdadeira. 
A exceção é um incidente processual (só ocorre na fase judicial. Nunca na fase investigatória) e prejudicial (impede a análise do mérito). 
É uma medida facultativa de defesa indireta. O réu não é obrigado a utilizar a exceção da verdade. Defesa direta – negativa de autoria.
Se a vítima da calúnia tem foro especial, a exceção da verdade vai ser processada nesse foro. Somente a exceção é processada no foro especial.[1: Essa temática foi objeto de questionamento na prova do TRF4/2016, sendo considerada correta a seguinte alternativa: “A exceção da verdade, quando deduzida nos crimes contra a honra que autorizam a sua oposição, deve ser admitida, processada e julgada, ordinariamente, pelo juízo competente para apreciar a ação penal condenatória. Tratando-se, no entanto, de exceptio veritati deduzida contra pessoa que dispõe, ratione muneris, de prerrogativa de foro perante o Supremo Tribunal Federal (Constituição Federal, art. 102, I, b e c), a atribuição da Suprema Corte restringir-se-á, unicamente, ao julgamento da referida exceção, NÃO assistindo a esse Tribunal competência para admiti-la, para processá-la ou, sequer, para instruí-la, razão pela qual os atos de dilação probatória pertinentes a esse procedimento incidental deverão ser promovidos na instância ordinária competente para apreciar a causa principal (ação penal condenatória).”]
Súmula 396 STF - Para a ação penal por ofensa à honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao desempenho de função pública, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que já tenha cessado o exercício funcional do ofendido.
A regra é o cabimento da exceção da verdade, pois a falsidade é elemento do tipo. 
Há três exceções: 
Se, constituindo o fato imputado crime de ação privada, o ofendido não foi condenado por sentença irrecorrível.
Streptus foro – escândalo do processo. Há crimes que muito transgridem a intimidade da vítima. ex. crime de injúria. Chamou a mulher de puta. A mulher não quis entrar com ação para não se expor. Ai vem uma pessoa e diz que aquilo ocorreu. Não pode. 
Presidente da República e Chefe de Governo Estrangeiro
Chefe de Governo estrangeiro é imune à legislação brasileira. Ex. não posso provar que Obama realmente estuprou. 
Presidente da República – não cabe exceção da verdade diante de toda sistemática da Constituição Federal para processar e julgar os crimes praticados contra o Presidente da República (tem que ter autorização da Câmara dos Deputados, tem que ser ação movida pelo PGR no STF, etc.) 
Se do crime imputado, embora de ação pública, o ofendido foi absolvido por sentença irrecorrível.
O fundamento é a coisa julgada.
Obs. qual o efeito do não cabimento da exceção da verdade? Existe calúnia na imputação verdadeira de crime? SIM, quando não cabe a exceção da verdade. 
Obs. Para Vicente Greco Filho essas hipóteses em que não se admite a exceção da verdade são inconstitucionais por ofender o princípio da ampla defesa. Ele está errado. Por quê? 1. É um meio facultativo. 2. A própria CF admite essa vedação.
V. Difamação 
Difamação
Art. 139 - Difamar alguém, imputando-lhe fato ofensivo à sua reputação:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
Exceção da verdade
Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções
É uma infração de menor potencial ofensivo (competência dos Juizados Especiais Criminais). É imputar à alguém fato ofensivo à sua reputação. O tipo foi redundante ao usar a expressão “difamar” como núcleo.
PESSOA JURÍDICA PODE SER VÍTIMA?
	1ª CORRENTE: Pessoa jurídica tem honra objetiva, tem reputação a ser preservada, logo pode ser vítima de difamação. (MAJORITÁRIA)
	2ª CORRENTE: (Mirabeti) Os crimes contra a honra somente protegem a honra da pessoa física, jamais da pessoa jurídica. 
MORTO PODE SER VÍTIMA DE DIFAMAÇÃO? Morto não pode ser vítima de nenhum crime. É PUNÍVEL A DIFAMAÇÃO CONTRA OS MORTOS? NÃO É PUNÍVEL a difamação contra os mortos, existia previsão legal na lei de imprensa, mas tal lei não foi recepcionada pela CRFB/88.
a) Objetividade jurídica: 
É um crime que atinge a honra objetiva, reclamando a imputação de um fato certo e determinado. É preciso que a imputação contenha circunstâncias descritivas do fato (tempo, local, pessoas envolvidas).
b) Núcleo do tipo
Difamar é desacreditar publicamente uma pessoa, mediante a imputação de um fato ofensivo à reputação. O agente vai macular a honra da vítima. Na difamação o tipo penal não contém a elementar “falsamente”. Essa imputação pode ser verdadeira ou falsa. O sentido da norma é o de que ninguém deve fazer comentários depreciativos sobre a vida alheia, ainda que verdadeiros. Basta um fato ofensivo à reputação da vítima, capaz de macular, ofender, desacreditar publicamente a vítima.
OFENSA DIRETAMENTE A VÍTIMA: Se o agente dirige a difamação diretamente à vítima não sendo espalhado para 3ºs não configura difamação, podendo configurar injúria, pois atinge a honra subjetiva. 
VÍTIMA QUE CONTA OS FATOSA TERCEIRA PESSOA: Se a vítima contar para terceira pessoa não caracteriza a difamação, mas tão somente, como afirma Rogério Greco, o delito de injúria, de menor gravidade, comparativamente ao crime de difamação. 
A prática de uma contravenção penal é um fato ofensivo à reputação, caracterizando a difamação.
O ARTIGO 138 PUNIA NÃO SÓ O CRIADOR DA CALÚNIA, COMO AQUELE QUE PROPALAVA OU DIVULGAVA, O FOFOQUEIRO. O ARTIGO 139 PUNE ALGUÉM MAIS QUE O CRIADOR?
 NÃO, pois não existe previsão expressa para isto. 
ENTRETANTO:
Entende a maioria da doutrina que PROPALAR E DIVULGAR não deixa de ser uma forma de difamar. 
c) Consumação
No momento em que um terceiro toma conhecimento da ofensa, já que atinge a honra objetiva, mesmo que a vítima não saiba da ofensa.
É possível a tentativa? Depende do meio de execução. Se for praticada verbalmente não cabe, mas por escrito sim (exemplo: carta que se extravia). Crítica – mesmo quando é verbal a tentativa é possível.
d) Exceção da verdade?
Não se admite. Afinal, a falsidade da imputação aqui não é elemento do tipo.
Há uma única exceção, em que cabe a exceção da verdade – quando o ofendido é funcionário público + ofensa relativa ao exercício se suas funções. Não basta ser funcionário público. São dois requisitos cumulativos. Art. 139, Parágrafo único - A exceção da verdade somente se admite se o ofendido é funcionário público e a ofensa é relativa ao exercício de suas funções. Qual o fundamento? O fundamento é o interesse público na fiscalização das atividades dos agentes públicos.
E se o ofendido deixou de ser funcionário público?
1ª posição (Magalhães Noronha e Heleno Cláudio Fragoso): se não for mais agente público não cabe exceção da verdade, por falta e previsão legal.
2ª posição (Bento de Faria): mesmo não sendo funcionário público, cabe a exceção da verdade desde que a ofensa seja relativa a um fato praticado quando ele era funcionário público. Defende o princípio da contemporaneidade, bastando que a ofensa seja contemporânea ao período em que era funcionário público. 
Súmula 396 STF - Para a ação penal por ofensa à honra, sendo admissível a exceção da verdade quanto ao desempenho de função pública, prevalece a competência especial por prerrogativa de função, ainda que já tenha cessado o exercício funcional do ofendido.
	138 – CALÚNIA
	139 – DIFAMAÇÃO 
	Procedência da exceção:
FUNDAMENTO:
Absolvição - Atipicidade.
A falsidade é elementar do tipo.
	Procedência da exceção:
FUNDAMENTO
Absolvição - Excludente especial da ilicitude.
É uma modalidade especial de exercício regular de direito. 
VI. Injúria
        Injúria
        Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro:
        Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
        Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
        § 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003)
        Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
a) Objetividade jurídica
Atinge a honra subjetiva, que se divide em dignidade de decoro. Se atinge a honra subjetiva, não há imputação de fato. Basta o xingamento ou a atribuição de uma qualidade negativa. É um crime de atinge a autoestima da vítima. 
*Determinado Governador afirmou, em rede social, que certo Deputado Federal estava financiando, com a utilização de “dinheiro sujo”, a produção de injúrias contra ele e que o parlamentar estava sendo processado pelos crimes de tortura, corrupção e estupro. No dia seguinte, o Deputado, em resposta, afirmou, também em uma rede social, que o Governador era acusado de corrupção eleitoral, que tinha como costume fazer acusações falsas para tentar incriminar seus desafetos políticos, que costumava espancar seu pai e que era desequilibrado mental. O STF entendeu que o Deputado Federal praticou fato típico, antijurídico e culpável, mas que não deveria ser punido, com base no art. 140, § 1º, II, do CP. O Deputado postou as mensagens ofensivas menos de 24 horas depois de o Governador publicar a manifestação também injuriosa. Dessa forma, as mensagens do parlamentar foram imediatamente posteriores às veiculadas pelo ofendido e elaboradas em resposta a elas. Ao publicá-las, o acusado citou parte do conteúdo da mensagem postada pelo ofendido, comprovando o nexo de pertinência entre as condutas. Dessa maneira, o ofendido não só, de forma reprovável, provocou a injúria, como também, em tese, praticou o mesmo delito, o que gerou a retorsão imediata do acusado. Logo, o STF entendeu que não havia razão moral para o Estado punir o Deputado. STF. 1ª Turma. AP 926/AC, Rel. Min. Rosa Weber, julgado em 6/9/2016 (Info 838).
A petição inicial da ação penal, seja de uma queixa crime, seja de uma denúncia, deve indicar detalhadamente todas as palavras proferidas contra a vítima, ainda que de baixo calão, sob pena de inépcia. MP/SP – na peça tinha que escrever expressamente “filho da puta”. Se na oral o examinador perguntar, diga. 
	INJÚRIA ABSOLUTA
	INJÚRIA RELATIVA
	Existe quando a expressão tem por si mesma e para outrem um significado ofensivo constante e unívoco.
	Existe quando a expressão assume caráter ofensivo se proferida em determinada circunstancias ou condições de forma, tom, modo, lugar, etc.
b) Núcleo do tipo
Injuriar. O tipo foi repetitivo, mais uma vez. Injuriar é ofender, insultar, menosprezar alguém, de forma a diminuir o conceito que a vítima tem de si própria. Não há a imputação de fato algum. Ex. você é feio, igual a um cachorro.
A injúria é praticada por meio de ação, em regra. Também é possível praticar uma injúria por omissão. Ex. cumprimentou todo mundo, menos uma. 
O que se entende por injúria indireta ou reflexa? Para ofender uma pessoa, reflexamente o agente atine pessoa diversa. Ex. você é feio, igualzinho a Regina Casé; chamar o homem casado de corno.
c) Consumação
Quando a vítima toma conhecimento da ofensa, por ser crime contra a honra subjetiva.
A consumação pode ser mediata e imediata. 
Cabe tentativa? É possível diante da injúria praticada por escrito. Cabe a mesma crítica.
d) Exceção da verdade?
Nunca se admite a exceção da verdade. É meio lógico – teria que provar se a pessoa é realmente feia, por exemplo. Fundamentos: falta de previsão legal + não há fato a se provar (não há imputação de fato) + incompatível com a própria finalidade do instituto (a exceção traria mais danos que a própria injúria).
e) Perdão judicial
        § 1º - O juiz pode deixar de aplicar a pena:
        I - quando o ofendido, de forma reprovável, provocou diretamente a injúria;
        II - no caso de retorsão imediata, que consista em outra injúria.
O perdão judicial é causa de extinção da punibilidade. Art. 107, IX. Ele só é admitido nas hipóteses expressamente previstas em lei.
De acordo com a Súmula 18 do STJ a sentença que concede o perdão judicial, não é nem condenatória nem absolutória. É declaratória da extinção da punibilidade.
A regra no Brasil é perdão judicial para crime culposo. Aqui é uma exceção. A injúria é um crime doloso em que cabe perdão judicial.
Hipóteses:
I. O ofendido provocou diretamente a injúria, de forma reprovável.
CUIDADO: diretamente – as pessoas devem estar frente a frente. Reprovável – é um elemento normativo do tipo e tem que ser avaliado no caso concreto. Ex. homem que chama mulher de gostosa e é xingado.
II. Retorsão imediata que consista em outra injúria
É o revide instantâneo.Cuidado – É possível inclusive na injúria por escrito. A provocação é outra injúria. O perdão é cabível para quem revidou, mas não para quem injuriou primeiro. ATENÇÃO: TRF/LIVRO – perdoar as duas injúrias. Apesar de ser hipótese de perdão judicial, que exclui a punibilidade, o STJ disse que ela nada mais é senão uma modalidade anômala de legítima defesa da honra (não naquele sentido do passado do homem traído que podia matar a mulher). Informativo 443. 
VEDAÇÃO AO PERDÃO JUDICIAL AO §3º
Não se aplica o perdão judicial do § 1º quando a injúria for qualificada pelo preconceito. Não bastasse a posição topográfica do perdão judicial (indicando aplicar-se somente a forma simples), o preconceito manifestado viola de forma séria a honra da vítima e uma das metas fundamentais do estado democrático de direito que é erradicar qualquer forma de preconceito. 
f) Injúria real – cai bastante!
Art. 180, §2º 
§ 2º - Se a injúria consiste em violência ou vias de fato, que, por sua natureza ou pelo meio empregado, se considerem aviltantes:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.
É a modalidade de injúria em que o sujeito emprega como meio de execução uma agressão física capaz de humilhar a vítima. Essa agressão não busca atingir a integridade física. Ex. tapa na cara, cuspida.
Essa agressão pode ocorrer com:
Violência – aqui é sinônimo de lesão corporal. DICA – sempre que o CP utiliza a palavra violência ele o faz como sinônimo de lesão corporal. O tipo penal prevê o concurso penal obrigatório entre a injúria real e o crime resultante da violência. “detenção, de três meses a um ano, e multa, além da pena correspondente à violência.” Há aqui uma regra geral de intepretação do direito penal - Sempre que um crime tenha a violência como forma de execução (extorsão, roubo, injúria real), a lesão leve dele decorrente fica absorvida, salvo quando a lei previr o concurso material obrigatório entre o crime praticado e o crime produto da violência. Aqui o agente responde pela lesão leve e pela injúria.
Vias de fato – agressão física sem a intenção de lesionar – é contravenção penal. Se ele tinha a intenção de lesionar e não conseguiu é tentativa de lesão corporal e não vias de fato. As vias de fato são absorvidas pela injúria real. Só há concurso material obrigatório na violência.
Não é qualquer violência ou vias de fato – tem que ser aviltantes – sinônimo de humilhante. Seja em razão:
Da natureza do ato: rasgar a saia da vítima. 
Meio empregado: atirar fezes na vítima.
g) Injúria qualificada “racial”
§ 3o Se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião, origem ou a condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência: (Redação dada pela Lei nº 10.741, de 2003) Pena - reclusão de um a três anos e multa. (Incluído pela Lei nº 9.459, de 1997)
É mais adequado falar qualificada, pois a raça é uma das possibilidades. A pena aqui é bem maior. O STF no HC 109.676 (Informativo 710) disse que essa pena é constitucional, pois ela se justifica em proteção da dignidade da pessoa humana. Isso afeta a condição humana. 
Obs. Racismo x Injúria qualificada racial.
	Injúria qualificada racial
	Racismo
	Afiançável
	Inafiançável 
	Prescritível
	Imprescritível
	Ação penal pública condicionada à representação
	Ação Pública Incondicionada
	DOUTRINA:
RACISMO IMPRÓPRIO
	DOUTRINA:
RACISMO PRÓPRIO
Na injúria qualificada racial – ele utiliza um elemento de raça com o intuito de humilhar. Ex. jogador chamado de macaco. 
Racismo – são ofensas generalizadas em razão da raça ou age segregando alguém em razão da origem. Ex. não ofende o sujeito em si. Os negros são... é um crime de intolerância, preconceito, discriminação. 
INVICTOS – FILME . 
h) Injúria contra funcionário público x desacato.
Quem é este funcionário público?
É cada vez mais crescente a doutrina que aplica a majorante somente para o caput do artigo 327, não abrangendo o §1º do artigo 327, ou seja, não considera o funcionário público por equiparação - SOMENTE O CAPUT DO ART. 327.
	Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
	§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.  
Quando o funcionário público sofre ofensa em razão do exercício de suas funções, o crime pode ser:
	Injúria contra funcionário Público
	Desacato[2: *A banca FCC, na prova da DPE-BA, considerou correta a seguinte alternativa: “A Relatoria para Liberdade de Expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos já concluiu que as leis nacionais que estabelecem crimes de desacato são contrárias ao artigo 13 da Convenção Americana de Direitos Humanos, que prevê a liberdade de pensamento e de expressão.”]
	Pode ser praticada na presença ou na ausência da vítima
	Tem que ser praticado na presença do ofendido
	Ação pública condicionada
	Ação pública incondicionada
	Crime contra a honra
	Crime contra a Administração Pública
Ex. pessoa entre no gabinete do juiz e diz que ele é corrupto – o crime é de desacato, pois foi na presença dele. Na presença não tem que ser olho no olho. O juiz poderia estar no gabinete e o agente na sala de audiência. 
Ex: passa de carro na frente da casa do juiz e grita que ele é corrupto – o crime é de injúria. 
ATENÇÃO – desacato tem que ser em relação às suas funções. Ex. chamo o juiz de corno – injúria normal.
i) Injúria praticada nas redes sociais e competência
A injúria é, em regra, crime de competência na Justiça Estadual, mesmo quando praticada em redes sociais sediadas no exterior. STJ - Informativo 495. O STJ tem seis turmas. A 5ª e a 6ª têm natureza criminal. A 3ª Seção é a junção da 5ª e 6ª Turmas.
Informativo 744 STF junho/2014
VII. Observações comuns – calúnia, difamação e injúria.
*É possível que se impute, de forma concomitante, a prática dos crimes de calúnia, de difamação e de injúria ao agente que divulga, em uma única carta, dizeres aptos a configurar os referidos delitos, sobretudo no caso em que os trechos utilizados para caracterizar o crime de calúnia forem diversos dos empregados para demonstrar a prática do crime de difamação. Ex: João, síndico do prédio, brigou com Pedro em virtude de desavenças quanto à prestação de contas. Pedro escreveu, então, uma carta, distribuída a todos os demais condôminos, na qual dizia que João, no mês de 09/2014, desviou R$ 10 mil da conta do condomínio em proveito próprio (calúnia); que, no dia da assembleia ocorrida em 22/10/2014, estava tão bêbado que não conseguia parar em pé (difamação) e que ele era um gordo, feioso e burro (injúria). STJ. 5ª Turma. RHC 41.527-RJ, Rel. Min. Jorge Mussi, julgado em 3/3/2015 (Info 557). 
A) São crimes de dano – também chamados de crimes de lesão. O sujeito quer efetivamente lesar o bem jurídico. É diferente do crime de perigo.
CRIMES CONTRA HONRA SÃO CRIMES DE DANO OU PERIGO? Prevalece na doutrina que se trata de CRIME DE DANO. Doutrina diz que é um CRIME DE DANO QUE DISPENSA O RESULTADO NATURALÍSTICO, é um crime formal. Age-se com o dolo de dano, mas para a consumação dispensa-se o resultado naturalístico. 
B) Crimes de consumação antecipada ou de resultado cortado ou formal – ele quer abalar a honra da vítima, mas isso não precisa ocorrer. Basta a potencialidade de ofender a honra da vítima. 
C) Sujeito ativo
Comuns ou gerais – podem ser praticados por qualquer pessoa.
Algumas pessoas têm, no entanto, imunidade. 
Imunidades parlamentares: Deputados e Senadores – art. 53, caput. No recinto do CN ou fora dele. Essas imunidades são relativas, ou seja, devem guardar nexo com a atividade do parlamentar. Julgado clássico o STF – AI 473.092.
Obs.deputados estaduais – art. 27, §1º aplicam-se as regras de imunidade as Deputados Estaduais. Princípio da Simetria. No recinto ou fora dele
Obs. Vereadores – art. 29, VIII CF. Sim, desde que na circunscrição do Município. 
Advogado – Lei 8.906/94 (Estatuto da OAB) – art. 7º, §2º - INJÚRIA E DIFAMAÇÃO.
Não tem imunidade para calúnia.
Não tem imunidade para desacato – STF disse que é inconstitucional. Mas continua a imunidade para injúria e difamação contra o juiz, desde que haja relação com a causa.
Em juízo ou fora dele.
Também é relativa – STF HC 84446 – tem que ter relação com a causa.
   
§ 2º O advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8)
d) Sujeito passivo
Qualquer pessoa física, desde que certa e determinada ou determinável.
São crimes bicomuns, portanto.
Obs1. Os desonrados podem ser vítimas de crimes contra a honra. Qualquer pessoa tem um mínimo de honra e nessa parte ela pode ser atingida. Não existe pessoa completamente desonrada. 
Obs2. Doentes mentais e menores de 18 anos. 
Calúnia – SIM. O fato de eles poderem ser vítimas de calúnia é um argumento forte para quem adota um conceito bipartido de crime (fato típico e ilícito). Eles são inimputáveis e não tem culpabilidade e, mesmo assim podem ser vítimas de calúnia.
Difamação - SIM. Os menores de 18 anos e doentes mentais podem ser vítimas de difamação, pois tem um nome e uma honra a zelar.
Injúria – DEPENDE. Também podem ser vítimas de injúria, desde que eles tenham capacidade para entender a ofensa.
Obs3. Pessoas jurídicas
Calúnia – SIM, desde que seja em relação a um crime ambiental. 
Difamação – SIM. Ela tem honra objetiva a zelar. 
Injúria - NÃO. Ela não tem honra subjetiva. Ela não pensa nada de si própria.
Advertência: Magalhaes Noronha (minoria) dizia que não era possível ter pessoa jurídica como sujeito passivo, pois estão inseridos no título dos crimes contra a pessoa e, em sua visão, somente física.
Obs4. Índios – competência da JF. Informativo 527 - Conflito de competência STJ 123.016.
Obs5. Caluniar ou difamar Presidente da República, do Senado, da Câmara ou do STF - Crime contra Segurança Nacional. ATENÇÃO – se for injúria (o mais leve) aplica o CP.
- Não compete à Justiça Federal julgar queixa-crime proposta por particular contra outro particular pelo simples fato de as declarações do querelado terem sido prestadas na Procuradoria do Trabalho. A competência será da Justiça Estadual. Caso concreto: o querelante entendeu que as declarações prestadas pelo querelado no MPT ofenderam a sua honra e que o depoente praticou calúnia e difamação. Importante: se o MP entendesse que havia indícios de que o depoente praticou falso testemunho, a competência para apurar este delito (art. 342 do CP) seria da Justiça Federal, nos termos da Súmula 165-STJ ("Compete a justiça federal processar e julgar crime de falso testemunho cometido no processo trabalhista"). STJ. 3ª Seção. CC 148.350-PI, Rel. Min. Felix Fischer, julgado em 9/11/2016 (Info 593).
e) Elemento subjetivo
Dolo direto ou eventual.
Obs. no tipo do fofoqueiro só cabe dolo direto “sabendo falsa a imputação”: art. 138 § 1º - Na mesma pena incorre quem, sabendo falsa a imputação, a propala ou divulga.
Além do dolo, também se reclama um elemento subjetivo específico (finalidade), consistente na seriedade da conduta, no sentido de que o agente tenha intenção de macular a honra alheia. Essa seriedade é o animus injuriandi vel diffamandi. 
Não há crime contra a honra no animus jocandi, que é a mera intenção de brincar, nem no animus narrandi que é a intenção de narrar objetivamente o fato. ex. testemunha. É por isso que o CPP proíbe a valoração subjetiva da testemunha. 
Também não há crime contra a honra no animus corrigendi, que é a intenção de corrigir – exercício legal de um direito.
No animus defendend temos uma legítima defesa, com objetivo de se defender e não caracteriza crime contra a honra. 
No animus consulend verifica-se a intenção de aconselhar.
A honra é um bem jurídico disponível. Então, o consentimento do ofendido exclui o crime - ilicitude. Porém, se o crime foi praticado contra menor ou incapaz, o consentimento do representante legal não tem validade. Ninguém pode dispor daquilo que não lhe pertence.
f) Aumento de pena
Art. 141 - As penas cominadas neste Capítulo aumentam-se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
I - contra o Presidente da República, ou contra chefe de governo estrangeiro;
II - contra funcionário público, em razão de suas funções;
III - na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou portadora de deficiência, exceto no caso de injúria. (Incluído pela Lei nº 10.741, de 2003)
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante paga ou promessa de recompensa, aplica-se a pena em dobro.
São aplicáveis às três espécies.
Terceira fase da dosimetria da pena.
I. Contra Presidente da República (se for calúnia ou difamação com motivação política aplicar a LSN) ou Chefe de Governo Estrangeiro.
Fundamento? A conduta atinge os interesses da nação.
Para o chefe de governo estrangeiro sempre será aplicado o CP. se for calúnia ou difamação contra o Presidente, com motivação política, aplicar a LSN.
II. Funcionário público.
Tem que ser funcionário e a ofensa tem que ser relacionada ao exercício da função. Tem que haver uma relação de causalidade. O fundamento é a supremacia do interesse público.
	DESACATO CONTRA FUNCIONÁRIO
	CRIMES CONTRA HONRA DE FUNCIONÁRIO
	Pressupõe presença do funcionário público, vendo ou ouvindo. (toma conhecimento diretamente)
	Ausência do servidor, o fato chega a conhecimento dele por intermédio de 3ºs ou por escrito. 
*#DEOLHONAJURISPRUDÊNCIA: O crime de desacato previsto no art. 331 do CP não mais subsiste em nosso ordenamento jurídico por ser incompatível com o artigo 13 do Pacto de San José da Costa Rica. A criminalização do desacato está na contramão do humanismo, porque ressalta a preponderância do Estado - personificado em seus agentes - sobre o indivíduo. A existência deste crime em nosso ordenamento jurídico é anacrônica, pois traduz desigualdade entre funcionários e particulares, o que é inaceitável no Estado Democrático de Direito preconizado pela CF/88 e pela Convenção Americana de Direitos Humanos. STJ. 5ª Turma. REsp 1.640.084-SP, Rel. Min. Ribeiro Dantas, julgado em 15/12/2016 (Info 596).
OBSERVAÇÕES:
QUEM É ESTE FUNCIONÁRIO PÚBLICO?
 É cada vez mais crescente a doutrina que aplica a majorante somente para o caput do artigo 327, não abrangendo o §1º do artigo 327, ou seja, não considera o funcionário público por equiparação. - SOMENTE O DO CAPUT DO 327.
	Art. 327 - Considera-se funcionário público, para os efeitos penais, quem, embora transitoriamente ou sem remuneração, exerce cargo, emprego ou função pública.
	§ 1º - Equipara-se a funcionário público quem exerce cargo, emprego ou função em entidade paraestatal, e quem trabalha para empresa prestadora de serviço contratada ou conveniada para a execução de atividade típica da Administração Pública.  
III. Na presença de várias pessoas, ou por meio que facilite (ex. internet) a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
Fundamento: o meio de execução é capaz de causar um maior prejuízo à honra da vítima.
“várias pessoas”? Quantas? Sempre que o CP se contenta com 2 pessoas ou exige 4 ele o faz expressamente. Ex, antigo crime de quadrilha, constrangimento ilegal. Aqui ele não fez. Quanto ele não fala são três. Ex. crime de rixa, grupo de extermínio, milícia privada – ele não diz – pelo menos três.
Obs. essas três pessoas não contando com as que não têm capacidade de entender a ofensaex. bebês , nem a vítima e nem o agressor.
O QUE SE ENTENDE POR VÁRIAS PESSOAS?
	1ª Corrente: (Bento de Faria)
Exige pelo menos 2 pessoas presente na ofensa. 
- Minoritária
	2ª Corrente: (Nelson Hungria)
Exige pelo menos 3 pessoas presente na ofensa para configuração de várias pessoas. 
- MAJORITÁRIA
ATENÇÃO:
- Não se computa à CO-AUTORES, PARTICIPES E A PRÓPRIA VÍTIMA.
IV. Maior de 60 anos ou portadora de deficiência, exceto no caso da injúria – cai em prova.
Foi incluído pelo Estatuto do Idoso. Na injúria o crime cometido contra pessoa idosa ou pessoa com deficiência já é qualificadora, não podendo ser também causa de aumento da pena.
V. mediante paga ou promessa de recompensa - DOBRO
Concurso necessário. Proveito econômico. Vide parte de homicídio. É igual.
        g) Exclusão do crime – excludente de ilicitude
Art. 142 - Não constituem injúria ou difamação punível:
I - a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador;
II - a opinião desfavorável da crítica literária, artística ou científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar;
III - o conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
Parágrafo único - Nos casos dos ns. I e III, responde pela injúria ou pela difamação quem lhe dá publicidade.
São causas especiais de excludentes de ilicitude. OBS: Adotando-se a tipicidade conglobante, o artigo 142 irá excluir a própria tipicidade.
Não se aplicam à calúnia, por expressa previsão legal. Já que na calúnia existe interesse público na apuração do crime imputado.
I. A ofensa irrogada em juízo na discussão da causa pela parte ou por seu procurador
Tem que haver uma ação judicial em curso.
Abrange as ofensas verbais, numa audiência, por exemplo, como as escritas, petições.
Hoje ele tem uma aplicação muito reduzida, pois não se aplica aos advogados, membros do MP e da Defensoria Pública. Só se aplica agora para as partes. ATEÇÃO: advogados se aplica o Estatuto da OAB, para os membros do MP se aplica a lei específica da carreira e para os Defensores também. 
Partes – relação com a causa e em juízo.
E o juiz? Ele não é parte. Então essa imunidade para ofendê-lo não está abarcada nesse inciso. Como ele não é parte não pode ofender ninguém.
II. Opinião literária, artística e científica, salvo quando inequívoca a intenção de injuriar ou difamar.
Protege a crítica sincera, não com a intenção de difamar ou injuriar. O art. 5º, IV, da CRFB, protege a liberdade de expressão. 
IMUNIDADE LITERÁRIA / ARTÍSTICA / CIENTÍFICA:
NÃO SÃO PERSONALÍSSIMAS.
III. O conceito desfavorável emitido por funcionário público, em apreciação ou informação que preste no cumprimento de dever do ofício.
IMUNIDADE FUNCIONAL: MESMO nesta imunidade não pode haver propósito de ofender.
Forma específica do estrito cumprimento do dever legal. Ex. juiz na sentença diz que o réu é um homicida frio e calculista.
O parágrafo único indica que nos casos do inciso I (ofensa irrogada em juízo) e III (conceito desfavorável emitido por funcionário público), responde pela injúria e pela difamação quem lhe dá publicidade. Isso denota o tom sigiloso das atividades tipificadas.
h) Retratação – excludente de punibilidade
Art. 143 - O querelado que, antes da sentença, se retrata cabalmente da calúnia ou da difamação, fica isento de pena.
Retirar do mundo o que se afirmou.
Natureza jurídica – é uma causa extintiva da punibilidade da calúnia e da difamação. Por que ela extingue a punibilidade? Nelson Hungria – para a vítima a retratação é melhor que a punição do agente, pois ela pode apagar aquilo que foi dito. O alcance é maior que a pena.
*#OUSESABER: Retratar significa assumir que errou ao fazer uma determinada imputação.  Nos termos do art.107, VI, do Código Penal a retratação é causa extintiva da punibilidade, e não causa de extinção da tipicidade, pois o fato, ainda que seja retratado, continua sendo típico, apenas não podendo ser mais punido. Por fim, urge salientar que a retratação, para produzir efeitos jurídicos, precisa ser total e incondicional, sendo uma circunstância de caráter pessoal, logo não se comunica aos demais coautores. 
E a injúria? Não. 
Por que não extingue na injúria? Por expressa previsão legal e porque na injúria (xingamento, imputação de qualidade negativa) não há imputação de fato. A retratação diz respeito a um fato. Ex. na injúria a retratação pode fazer estrago ainda maior – você é uma mostra de tão feia. Vou dizer agora que e bonita? Que hipocrisia. 
Obs. Só extingue a punibilidade quando for de ação privada. O artigo fala de querelado.
Tem um limite temporal – até a sentença. Nos crimes de competência originária dos tribunais tem que ser anterior ao acórdão. - NÃO EXISTE RETRATAÇÃO COM CAUSA DE EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE EM GRAU RECURSAL.
A retratação tem natureza subjetiva e só favorece o agente que se retratou – não se comunica. Caráter subjetivo não se estende aos querelados que não se retrataram. 
Só atinge o crime em que o agente se retratou. Ex. pratiquei dois crimes de calúnia – só extingue da que me retratei. No entanto, a retratação tem que ser cabal - total. Deve englobar tudo o que foi dito.
A retratação não se confunde com a confissão HC 107.206 – Informativo 657. Retratar é mostrar arrependimento. Eu vi, mas eu não deveria ter falado. 
É ato unilateral – independe da concordância da vítima. 
Não obsta ação civil.
A RETRATAÇÃO É CAUSA DE EXTINTIVA DE PUNIBILIDADE COMUNICA-SE?
	1ªCORRENTE: PERSONALÍSSIMA
	2ª CORRENTE:
	INCOMUNICÁVEL 
	PERSONALÍSSIMA à CRIMES CONTRA HONRA - INCOMUNICÁVEL
à Querelado fica isento de pena.
à SUBJETIVA 
 NÃO PERSONALÍSSIMO à FALSA TESTEMUNHO / FALSA PERÍCIA. à COMUNICÁVEL 
- Fato deixa de ser punível. 
- OBJETIVA. 
i) Pedido de explicações
Art. 144 - Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa. (Essa segunda parte é inconstitucional – fere contraditório e ampla defesa. O juiz não julga o pedido de explicações).
Só cabe o pedido de explicações quando houver ofensa equívoca, ambígua, obscura. É medida facultativa. Aquele que se sentiu ofendido pode utilizar ou ajuizar ação penal diretamente. Só pode ser usada antes da ação penal. Não suspende nem interrompe a prescrição ou decadência. Contudo, previne o juízo.
É medida preparatória e facultativa para o oferecimento da queixa quando, em virtude dos termos empregados ou do verdadeiro sentido das frases, não se mostra evidente a intenção de caluniar, difamar, ou injuriar (honra alheia), causando dúvida quanto ao significado da manifestação do autor. O pedido não interrompe e nem suspende o prazo decadência, pois é facultativo. 
A partir do momento que é feito o pedido de explicações, é obrigado a responder as explicações? Não, a resposta é facultativa. Há direito ao silêncio.
Não há rito específico para o pedido de explicações. Então, segue o rito das notificações avulsas. Antes da Lei de Imprensa ser declarada não recepcionada pelo STF, aplicava-se o artigo 25 dela.
Ler: STF Pet. AgR 4444.
j) Ação Penal – CAI MUITO!
Art. 145 - Nos crimes previstos neste Capítulo somente se procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único.  Procede-se mediante requisição do Ministro da Justiça, no caso do inciso I do caput do art. 141 deste Código, e mediante representação do ofendido, no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso do § 3o do art. 140 deste Código.
A regra geral é a de ação penal privada. Contudo, existem três exceções à regra: 
Injúria real cometida com violência (lesão corporal) – Ação pública incondicionada. Existem alguns doutrinadores que afirmam que se a lesão corporal forleve a ação penal será pública condicionada a representação. OBS: A injúria real com vias de fato é Ação penal privada. REGRA.
Ação penal pública condicionada à requisição do Ministro da Justiça no caso de crime contra a honra do Presidente da República ou de chefe de governo estrangeiro.
Ação pública condicionada à representação do ofendido na injúria racial e no crime contra a honra de funcionário público.
Súmula 714 do STF: legitimidade concorrente do ofendido mediante queixa e do Ministério Público. A opção do funcionário gera a preclusão da outra via. A legitimidade é concorrente e disjuntiva.
*#ALERTA:
#AGU/2016:
#DOUTRINA:
Foi cobrada na 2ª fase da AGU/2016 esta Súmula 714 do STF. No entanto, para acertar, integralmente, a questão da banca CESPE, o candidato deveria saber a crítica doutrinária a respeito desse entendimento do STF. O espelho foi enfático ao exigir a seguinte resposta:
“Embora o STF afirme tratar-se de legitimação concorrente, a doutrina tem entendido que a hipótese aventada na súmula é de legitimação alternativa. Essa conclusão é retirada de entendimento da própria Corte Suprema, que entende que, “se o funcionário público ofendido em sua honra apresenta representação, estaria preclusa a instauração penal de iniciativa privada, já que, em tal hipótese, o Ministério Público estaria definitivamente investido na legitimação para a causa”. (STF, Pleno, Inq. 1.939/BA, rel. min. Sepúlveda Pertence, j. 3/3/2004.) Ensina Oliveira (2009, p. 127) que, se o próprio Supremo entende que, uma vez oferecida a representação pelo ofendido, autorizando o Ministério Público a agir, não será mais possível o oferecimento da queixa-crime, forçoso é concluir que a legitimação, nesse caso, da Súmula n.º 714, não é concorrente, mas sim alternativa. Na verdade, sendo condicionada à representação, o Ministério Público jamais estaria legitimado a agir de ofício; caberia, portanto, ao ofendido fazer a opção entre a representação, escolhendo a via da ação penal pública, ou oferecer queixa-crime, optando pela ação penal de iniciativa privada. Para que fosse efetivamente concorrente, o ofendido deveria poder discordar da manifestação do Ministério Público — no sentido de arquivamento — e ingressar com a ação privada”.
Legitimidade Extraordinária 
A OPÇÃO POR UM CAMINHO GERA A PRECLUSÃO PARA O OUTRO? A opção do funcionário gera a preclusão da outra via. 
CONSEQÜÊNCIAS DA SUMULA 714: Crime contra honra de servidor em razão de suas funções.
	QUEIXA CRIME
	REPRESENTAÇÃO
	Possível perdão do ofendido.
Possível retratação extintiva da punibilidade.
Possibilidade de perempção.
	Não existe perdão do ofendido;
Não há retratação com extinção da punibilidade;
Não há perempção para o MP;
(Todos são exclusivos da ação privada)
OBSERVAÇÃO QUANTO A LEI DE IMPRENSA
OFENSA A HONRA:
	C.P.
Tutela crimes.
	C.C.
Tutela atos ilícitos
	Dto Administrativo
Atos ilícitos
	Tudo isto cedia espaço para a lei especial que era a lei de imprensa tutelava em sua as previsões acima diretamente nela.
	LEI DE IMPRENSA - NÃO RECEPCIONADA
	COMO FICAM OS CRIMES NA LEI DE IMPRENSA?
 Se existir infração com tipo correspondente no CP ou em alguma outra norma geral penal, será aplicada. Caso não haja a previsão em outra norma geral, será caso de atipicidade. O juiz não pode trabalhar com analogia. 
	COMO FICAM ATOS ILÍCITOS CIVIS?
 Aplica-se o CC. Cabe analogia, e princípios gerais de direito. 
	COMO FICAM ATOS ILÍCITOS ADMINISTRATIVO?
 Aplicam-se as leis especiais e até mesmo a CF.
COMO FICA A SITUAÇÃO DO PRAZO DECADENCIAL DE 3 MESES QUE EXISTIA NA LEI DE IMPRENSA PARA CALÚNIA / DIFAMAÇÃO / INJURIA? - A regra agora é 6 meses. 
- Lei de imprensa - 3 meses
- CP - 6 meses. 
O PRAZO DECADENCIAL PODE SER SUSPENSO? Existia a possibilidade na lei de imprensa. HOJE NÃO EXISTE MAIS A SUSPENSÃO.
DIREITO DE RESPOSTA NA LEI DE IMPRENSA - Impetrado o direito de resposta havia o impedimento da ação penal, a ação de reparação de danos. - Também não corria o prazo decadencial. Hoje pode ingressar com o direito de resposta, com a queixa crime e com a ação de reparação de danos - Uma não é mais prejudicial da outra.
CRIMES x A LIBERDADE INDIVIDUAL - CRIMES CONTRA A LIBERDADE PESSOAL
SÃO CRIMES SUBSIDIÁRIOS. Somente são usados caso não configurem lesões mais graves. Posição doutrinária
CONSTRANGIMENTO ILEGAL
Art. 146 - Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda:
Pena - DETENÇÃO, de três meses a um ano, ou multa.
SUJEITO ATIVO / SUJEITO PASSIVO: Crime comum em ambos os casos.
OBJETO MATERIAL / BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO: Liberdade Física / Psíquica. 
Objeto Material Pessoa que em razão dos meios utilizados pelo agente é obrigado a não fazer o que a lei permite ou fazer o que ela não manda.
CONSUMAÇÃO: Quando a vítima deixa de fazer o que a lei permite ou faz aquilo que ela não manda. Exige-se a produção do resultado naturalístico para que se consume o crime. 
TENTATIVA: Possível pois é crime plurissubsistente. Ex. Vítima que é intimada pelo agente, não deixa de fazer aquilo que a lei permite, ou deixa de fazer aquilo que ela não manda. 
CONDUTAS: COMISSIVA REGRA. VIOLÊNCIA / GRAVE AMEAÇA / OUTROS MEIOS CAPAZES DE REDUZIR A RESISTÊNCIA DA VÍTIMA.
 OMISSIVA. Somente quando tiver status de garantidor. 
		VIOLÊNCIA:
 Efetivo exercício de forca física ou mecânica sobre a vítima ou terceira pessoa que desde que, nesse caso, atinja indiretamente o individuo coagido. 	
	AMEAÇA:
Violência moral é o ultimato, a manifestação do propósito de causar a alguém, direta ou indiretamente, atual ou iminente, um mal injusto e grave, ainda que o seu autor de fato não tenha intenção de realizá-lo. 
	QUALQUER OUTRO MEIO QUE REDUZA A CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA DA VÍTIMA
VIOLÊNCIA IMPRÓPRIA 
TIPO SUBJETIVO: SOMENTE DOLO, VONTADE CONSCIENTE DE COAGIR A VÍTIMA. NÃO IMPORTA O MOTIVO QUE LEVOU O AGENTE A REALIZAR O CRIME.
	AUMENTO DE PENA
	§ 1º - AS PENAS APLICAM-SE CUMULATIVAMENTE E EM DOBRO, QUANDO, PARA A EXECUÇÃO DO CRIME, SE REÚNEM MAIS DE TRÊS PESSOAS, OU HÁ EMPREGO DE ARMAS.
	CONCURSO DE CRIMES
	§ 2º - ALÉM DAS PENAS COMINADAS, APLICAM-SE AS CORRESPONDENTES À VIOLÊNCIA. A lei penal pune de forma distinta, a violência neste crime, muito embora ela seja uma elementar integrante do tipo penal. Desta forma, as penas correspondentes a uma lesão corporal qualquer que seja a natureza deverão ser aplicadas cumulativamente com a pena do crime de constrangimento ilegal. 
	 HIPÓTESE DE CONCURSO FORMAL IMPRÓPRIO. Porque mediante uma só ação ele constrange a vítima e produz lesões corporais nela. 
§ 3º - NÃO SE COMPREENDEM NA DISPOSIÇÃO DESTE ARTIGO: HIPÓTESES QUE CONDUZEM A ATIPICIDADE DO FATO PRATICADO PELO AGENTE 
I - A INTERVENÇÃO MÉDICA OU CIRÚRGICA, SEM O CONSENTIMENTO DO PACIENTE OU DE SEU REPRESENTANTE LEGAL, SE JUSTIFICADA POR IMINENTE PERIGO DE VIDA;
II - A COAÇÃO EXERCIDA PARA IMPEDIR SUICÍDIO.
	Pode ser tanto exclusão da tipicidade ou exclusão da ilicitude. 
	
CONSENTIMENTO DO OFENDIDO: anterioridade ou simultaneidade, disponibilidade do bem e capacidade para consentir.
VIAS DE FATO EM CONCURSO COM CONSTRANGIMENTO ILEGAL: Vias de fato fica absorvida. A previsão do §2º abrange tão somente a lesão corporal. 
CONSTRANGIMENTO EXERCIDO PARA IMPEDIR A PRATICA DE UM CRIME.
	 Não configura constrangimento ilegal, razão da possibilidade de qualquer um do povo poder prender em flagrante. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL X EXERCÍCIO ARBITRÁRIO DAS PRÓPRIAS RAZOES.
	 Não configura constrangimento ilegal, mas sim o delito do 345. 
	CONSTRANGIMENTO ILEGAL X TORTURA:
	 A tortura traz um fim específico, que é causar sofrimento físico e mental, com o fim de obter informações, declarações ou confissão da vítima ou de terceira pessoa para provocar a ação ou omissão de natureza criminosaou em razão de discriminação racial ou religiosa. 
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA
	
AMEAÇA
	
ART. 147 - AMEAÇAR ALGUÉM, POR PALAVRA, ESCRITO OU GESTO, OU QUALQUER OUTRO MEIO SIMBÓLICO, DE CAUSAR-LHE MAL INJUSTO E GRAVE:
PENA - DETENÇÃO, DE UM A SEIS MESES, OU MULTA.
PARÁGRAFO ÚNICO - SOMENTE SE PROCEDE MEDIANTE REPRESENTAÇÃO.
SUJEITO ATIVO / PASSIVO
CRIME COMUM (regra)
	SUJEITO ATIVO
 Se for Funcionário público no exercício das funções: Crime de abuso de autoridade e a ameaça é elemento integrante da figura típica. 
	SUJEITO PASSIVO:
 Deve ter capacidade de discernir a promessa de mal injusto que é proferida contra a sua pessoa. 
INDISPENSÁVEL QUE A AMEAÇA SEJA CONTRA PESSOA DETERMINADA.
CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: CRIME FORMAL
Consuma-se ainda que concretamente a vítima não tenha se intimidado ou mesmo ficado receosa do cumprimento da promessa do mal injusto e grave. 
 Basta que a ameaça tenha capacidade de influir temor em um homem comum. Dispensável a presença da pessoa ameaçada.
TENTATIVA: Discussão doutrinária. Os que admitem a tentativa falam ser possível no caso da ameaça via carta. 
ELEMENTO SUBJETIVO: DOLO DIRETO / DOLO EVENTUAL
Indispensável que a vontade do agente seja dirigida finalisticamente a perturbar a tranqüilidade psíquica da vítima. 
CONSTRANGIMENTO ILEGAL 		X		 AMEAÇA
	Mal grave. 
Tenciona-se conduta positiva ou negativa da vítima 
	Mal injusto e grave. 
O agente pretende atemorizar o sujeito passivo.
	 SEQUESTRO E CÁRCERE PRIVADO
Art. 148 - Privar alguém de sua liberdade, mediante sequestro ou cárcere privado:
Pena - reclusão, de UM a TRÊS anos.
BEM JURÍDICO TUTELADO: LIBERDADE DE LOCOMOÇÃO.
SUJEITO ATIVO: Crime comum. Podendo ser praticado por qualquer pessoa. 
SUJEITO PASSIVO: Crime comum. Doutrina majoritária. Quando o crime for praticado por funcionário público podemos estar diante do abuso de autoridade. 
	SEQÜESTRO
	CÁRCERE PRIVADO
	Privação sem confinamento da vítima.
	Privação com confinamento da vítima	
	Vítima fica privada em um sítio, chácara. 
	Vítima privada da liberdade em um quarto, cômodo.
	(gênero)
	(espécie)
	
	O cárcere privado justifica uma pena base mais severa do que o sequestro, pois traz consequências maiores para a vítima. (art. 59)
OBS: Há doutrina minoritária que dize que é a mesma coisa, entretanto a previsão expressa é que são crimes diferentes. Doutrina costuma dizer que sequestro é gênero do qual o cárcere é espécie. 
CRIME PODE SER PRATICADO POR AÇÃO OU OMISSÃO.
ATENÇÃO: Não se exige o deslocamento da vítima de um local para o outro
CONDUTA OMISSIVA: Médico que não concede alta para paciente já curado. 
ELEMENTO SUBJETIVO: CRIME PUNIDO A TÍTULO DE DOLO, SEM FINALIDADE ESPECIAL.
	§ 1º - A PENA É DE RECLUSÃO, DE DOIS A CINCO ANOS:
	I - SE A VÍTIMA É ASCENDENTE, DESCENDENTE, CÔNJUGE OU 	COMPANHEIRO DO AGENTE OU MAIOR DE 60 (SESSENTA) ANOS;
	II - SE O CRIME É PRATICADO MEDIANTE INTERNAÇÃO DA VÍTIMA EM 	CASA DE SAÚDE OU HOSPITAL;
	III - SE A PRIVAÇÃO DA LIBERDADE DURA MAIS DE 15 (QUINZE) DIAS.
	IV - SE O CRIME É PRATICADO CONTRA MENOR DE 18 (DEZOITO) ANOS;
	V - SE O CRIME É PRATICADO COM FINS LIBIDINOSOS. (Incluído pela Lei nº 	11.106, de 2005): pena 2 a 5 anos.
	Lei 11.106/2005 ANTES
	Lei 11.106/2005 DEPOIS
	SEQÜESTRAR + FINS LIBIDINOSOS 
Art. 219 Rapto violento
ou
Art. 220 Rapto consensual 
	SEQÜESTRAR + FINS LIBIDINOSOS 
Art. 219 transforma-se Art 148 §1º V
(Princípio da continuidade normativo-típica)
Art. 220 ABOLITO (abolitio criminis)
	Abolitio criminis 
	Principio da continuidade normativa típica.
	Revogação formal
A intenção do legislador é não mais considerar o fato criminoso.
 Revogação material 
	 Revogação material
A intenção é manter o caráter criminoso do fato. 
 Manutenção substancial
	Ex. Sedução, Adultério.
	Ex. Tráfico de drogas.
Repercussão prática:
	Antes da lei 11.106/2005
	Depois da lei 11.106/2005
	Art. 219 CP.
Pena de 2 a 4 anos.
	Art. 148 §1º V
Pena de 2 a 5 anos. 
	 Ação penal de iniciativa privada.
	 Ação penal de iniciativa pública incondicionada.
REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA À DE ESCRAVO
Art. 149. Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto:
Pena - reclusão, de DOIS a OITO anos, e multa, além da pena correspondente à violência. (Redação dada pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
§ 1o NAS MESMAS PENAS INCORRE QUEM: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I - cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
II - mantém vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
Doutrina chama este crime de plágio: sujeição de uma pessoa a outra. 
BEM JURÍDICO TUTELADO:
QUAL O BEM JURÍDICO PROTEGIDO?
	1ª Corrente:
	2ª Corrente:
	Liberdade individual
(status libertatis) 
	Organização do trabalho (Primário)
Liberdade individual (secundário) – crime pluriofensivo
	Argumentos:
 Posição topográfica do artigo 149, está no capítulo dos crimes contra a liberdade individual.
 A exposição de motivos do CP diz que é crime contra a liberdade individual. 
	Argumentos:
 O tipo está equivocadamente introduzido no CP.
	
	COMPETÊNCIA JUSTIÇA FEDERAL – atualmente é o que prevalece. No passado se entendia que era competência da justiça estadual (CC 62156/STJ). 
SUJEITO ATIVO: Crime comum.
SUJEITO PASSIVO: Crime comum. Greco discorda, para ele a relação de trabalho entre os sujeitos torna o crime próprio. 
CONDUTA:
PUNE A ESCRAVIZAÇÃO DE FATO DO HOMEM.
Sujeição de uma pessoa ao domínio da outra.
	ANTES DA LEI 10.803
	DEPOIS DA LEI 10.803/2003
	CRIME ERA DE EXECUÇÃO LIVRE
	CRIME DE EXECUÇÃO VINCULADA.
Somente podendo ser praticado nas 5 hipóteses do 149. 
CONDUTAS:
Submeter a vítima a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva;
Sujeitá-la a condições degradantes de trabalho;
Restringir, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída 		com o empregador ou preposto. 
Cercear o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, 			com o fim de retê-lo no local de trabalho. 
Manter vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apoderar de 			documentos ou objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no 			local de trabalho. 
JURISPRUDÊNCIA O DELITO DE SEQUESTRO FICA ABSORVIDO PELO DE REDUÇÃO A CONDIÇÃO ANÁLOGA DE ESCRAVO. (apesar de os bens jurídicos serem diversos).
ELEMENTO SUBJETIVO:
Pune-se somente o dolo ou dolo com finalidade especial?
CAPUT: SOMENTE A TÍTULO DE DOLO
§ 1º: DOLO + FINALIDADE ESPECIAL
TENTATIVA: O crime é plurisubsistente, sendo assim admite-se a tentativa.
AUMENTO DA PENA: § 2o A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: (Incluído pela Lei nº 10.803, de 11.12.2003)
I - contra criança ou adolescente; 
ATENÇÃO: NÃO ABRANGE O IDOSO.
Indispensável que o dolo do agente abranja esta circunstância. 
II - por motivo de preconceito de raça, cor, etnia, religião ou origem. 
Não abrange o preconceito sexual nem o econômico. 
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DO DOMICÍLIO
	VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO
	ART. 150 - ENTRAR OU PERMANECER, CLANDESTINA OU ASTUCIOSAMENTE, OU CONTRA A VONTADE EXPRESSA OU TÁCITA DE QUEM DE DIREITO, EM CASA ALHEIA OU EM SUAS DEPENDÊNCIAS:
	PENA - DETENÇÃO, DE UM A TRÊS MESES, OU MULTA.
	 Protege a liberdade privada e doméstica do indivíduos 
	SUJEITO ATIVO
	SUJEITO PASSIVO
	Qualquer pessoa.
	Morador (não necessariamente o proprietário)
 
NÃO CONFIGURA O DELITO A ENTRADA OU PERMANÊNCIA EM CASAS VAZIAS OU DESABITADAS.TIPO SUBJETIVO: SOMENTE PUNIDO A TITULO DE DOLO.
CONSUMAÇÃO / TENTATIVA: Delito de mera conduta. 
 Primeira Parte: Instantâneo/Segunda Parte: Permanente. 
TENTATIVA: Mesmo sendo de mera conduta, ele admite a tentativa. 
Ingressar poderá haver tentativa, quando
 o agente é pego escalando o muro por policial que fazia ronda noturna.
Permanecer,
 quando manifestada a vontade de ficar, a permanência por circunstancias alheias à vontade do agente, não atinge um limite de tempo considerável que permite ter o crime por consumado. 
VIOLAÇÃO DE DOMICÍLIO É CRIME SUBSIDIÁRIO
QUALIFICADORAS:
§ 1º - SE O CRIME É COMETIDO DURANTE A NOITE, OU EM LUGAR ERMO, OU COM O EMPREGO DE VIOLÊNCIA OU DE ARMA, OU POR DUAS OU MAIS PESSOAS:
AUMENTO DE PENA:
§ 2º - AUMENTA-SE A PENA DE UM TERÇO, SE O FATO É COMETIDO POR FUNCIONÁRIO PÚBLICO, FORA DOS CASOS LEGAIS, OU COM INOBSERVÂNCIA DAS FORMALIDADES ESTABELECIDAS EM LEI, OU COM ABUSO DO PODER.
Cuidado com o princípio da especialidade no caso do servidor público. Abuso de autoridade é lei especial em face ao CP, devendo ser aplicada ela. 
EXCLUDENTE DE ILICITUDE:
§ 3º - NÃO CONSTITUI CRIME A ENTRADA OU PERMANÊNCIA EM CASA ALHEIA OU EM SUAS DEPENDÊNCIAS:
I - DURANTE O DIA, COM OBSERVÂNCIA DAS FORMALIDADES LEGAIS, PARA EFETUAR PRISÃO OU OUTRA DILIGÊNCIA;
II - A QUALQUER HORA DO DIA OU DA NOITE, QUANDO ALGUM CRIME ESTÁ SENDO ALI PRATICADO OU NA IMINÊNCIA DE O SER.
§ 4º - A expressão "casa" compreende:
I - qualquer compartimento habitado;
II - aposento ocupado de habitação coletiva;
III - compartimento não aberto ao público, onde alguém exerce profissão ou atividade.
Deve o entendimento de casa ser entendido de forma mais ampla possível, abrangendo qualquer compartimento habitável, ainda que em caráter eventual (quarto hotel), independentemente da sua destinação, bem como suas dependências. . 
§ 5º - Não se compreendem na expressão "casa":
I - hospedaria, estalagem ou qualquer outra habitação coletiva, enquanto aberta, salvo a restrição do n.º II do parágrafo anterior;
II - taverna, casa de jogo e outras do mesmo gênero.
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIA
Magalhães Noronha fala que é forma de proteção da manifestação da liberdade individual. 
Direito que o homem tem de comunicar-se com outros, na vida comunitária, o que evidentemente não se concilia com a indébita intromissão de outrem. É a liberdade de comunicação de pensamento que aqui se tem em vista. 
 em regras os crimes desta seção III são subsidiários, desaparecendo, ficando absorvido pelo crime mais grave.
VIOLAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
Art. 151 - DEVASSAR INDEVIDAMENTE o conteúdo de correspondência fechada, dirigida a outrem: PENA - DETENÇÃO, DE UM A SEIS MESES, OU MULTA.
TENTATIVA: É possível, momento que o agente viola a carta, mas não toma conhecimento do conteúdo.
SONEGAÇÃO OU DESTRUIÇÃO DE CORRESPONDÊNCIA
§ 1º - Na mesma pena incorre:
I - QUEM SE APOSSA INDEVIDAMENTE DE CORRESPONDÊNCIA ALHEIA, EMBORA NÃO FECHADA E, NO TODO OU EM PARTE, A SONEGA OU DESTRÓI;
Neste caso o agente dolosamente e indevidamente, se apossa de correspondência alheia e no todo ou em parte, a sonega ou destrói, ferindo os interesses do remetente e do destinatários. 
CONDUTA: ocultação / destruição. 
CRIME FORMAL: Consuma-se com o simples apossamento. 
OBS: Agente que se apossa de correspondência, e antes de destruir ou sonegar toma conhecimento de seu conteúdo, o crime de violação é tido como mero exaurimento do primeiro que já se consumou em momento anterior. 
TENTATIVA: Possível nas hipóteses de iniciada a iter criminis não consuma o delito por circunstancias alheias à vontade. 
	
VIOLAÇÃO DE COMUNICAÇÃO TELEGRÁFICA, RADIOELÉTRICA OU TELEFÔNICA
II - QUEM INDEVIDAMENTE DIVULGA, TRANSMITE A OUTREM OU UTILIZA ABUSIVAMENTE COMUNICAÇÃO TELEGRÁFICA OU RADIOELÉTRICA DIRIGIDA A TERCEIRO, OU CONVERSAÇÃO TELEFÔNICA ENTRE OUTRAS PESSOAS;
Pune-se a indevida divulgação da transmissão do conteúdo da comunicação telegráfica ou radioelétrica dirigida a terceiro, ou conversação telefônica entre outras pessoas.
CUIDADO COM A LEI DE INTERCEPTAÇÃO TELEFÔNICA.
Art. 10. Constitui crime realizar interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática, ou quebrar segredo da Justiça, sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.
1ª Parte. Não revogou o delito previsto no CP. No CP pune-se a indevida divulgação ou transmissão de conteúdo de comunicação.
2ª Parte. Aqueles que quebram o segredo inerente ao procedimento, divulgando o conteúdo da diligencia a pessoa alheia ao ato. 
Esta segunda parte é uma lei especial, que trata de um delito próprio, praticado por algum tipo de agente que tenha participação no procedimento judicial. 
III - QUEM IMPEDE A COMUNICAÇÃO OU A CONVERSAÇÃO REFERIDAS NO NÚMERO ANTERIOR;
IV - QUEM INSTALA OU UTILIZA ESTAÇÃO OU APARELHO RADIOELÉTRICO, SEM OBSERVÂNCIA DE DISPOSIÇÃO LEGAL.
 Revogado pelo artigo 70 da lei 4.117/62 Código Brasileiro de Telecomunicações. 
CORRESPONDÊNCIA COMERCIAL
Art. 152 - Abusar da condição de sócio ou empregado de estabelecimento comercial ou industrial para, no todo ou em parte, desviar, sonegar, subtrair ou suprimir correspondência, OU revelar a estranho seu conteúdo:
Parágrafo único - Somente se procede mediante representação.
SEÇÃO IV DOS CRIMES CONTRA A INVIOLABILIDADE DOS SEGREDOS
DIVULGAÇÃO DE SEGREDO
ART. 153 - DIVULGAR ALGUÉM, SEM JUSTA CAUSA, CONTEÚDO DE DOCUMENTO PARTICULAR OU DE CORRESPONDÊNCIA CONFIDENCIAL, DE QUE É DESTINATÁRIO OU DETENTOR, E CUJA DIVULGAÇÃO POSSA PRODUZIR DANO A OUTREM:
Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa.
VIOLAÇÃO DO SEGREDO PROFISSIONAL
ART. 154 - REVELAR ALGUÉM, SEM JUSTA CAUSA, SEGREDO, DE QUE TEM CIÊNCIA EM RAZÃO DE FUNÇÃO, MINISTÉRIO, OFÍCIO OU PROFISSÃO, E CUJA REVELAÇÃO POSSA PRODUZIR DANO A OUTREM:
PENA - DETENÇÃO, DE TRÊS MESES A UM ANO, OU MULTA.
PARÁGRAFO ÚNICO - SOMENTE SE PROCEDE MEDIANTE REPRESENTAÇÃO.
	
INVASÃO DE DISPOSITIVO INFORMÁTICO (Incluído pela Lei nº 12.737, de 2012). 
Art. 154-A – Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter vantagem ilícita: 
Pena - detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, e multa. 
§ 1° Na mesma pena incorre quem produz, oferece, distribui, vende ou difunde dispositivo ou programa de computador com o intuito de permitir a prática da conduta definida no caput. 
§ 2° Aumenta-se a pena de um sexto a um terço se da invasão resulta prejuízo econômico. 
§ 3° Se da invasão resultar a obtenção de conteúdo de comunicações eletrônicas privadas, segredos comerciais ou industriais, informações sigilosas, assim definidas em lei, ou o controle remoto não autorizado do dispositivo invadido: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, se a conduta não constitui crime mais grave. 
§ 4° Na hipótese do § 3°, aumenta-se a pena de um a dois terços se houver divulgação, comercialização ou transmissão a terceiro, a qualquer título, dos dados ou informações obtidos. 
§ 5° Aumenta-se a pena de um terço à metade se o crime for praticado contra: 
I - Presidente da República, governadores e prefeitos;
II - Presidente do Supremo Tribunal Federal; 
III - Presidente da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, de Assembleia Legislativa de Estado, da Câmara Legislativa do Distrito Federal ou de Câmara Municipal; ou
IV - dirigente máximo da administração direta e indireta federal, estadual, municipal ou do Distrito Federal. 
Ação penal
Art. 154-B. Nos crimes definidos no art. 154-A, somente se procede mediante representação, salvo se o crime é cometido contra a administração pública direta ou indireta de qualquer dosPoderes da União, Estados, Distrito Federal ou Municípios ou contra empresas concessionárias de serviços públicos. 
Crimes de Imprensa (Lei n. 5.250, de 9 fevereiro de 1967)
adpf 130: A LEI DE IMPRENSA NÃO FOI RECEPCIONADA PELA CF, ENTÃO SE APLICA O CP. VIDE TÓPICO DE CRIMES CONTRA A HONRA.
Crimes de manipulação genética (Lei nº 11.105/05 – Lei de Biossegurança):
Dos crimes e das penas
Art. 24. Utilizar embrião humano em desacordo com o que dispõe o art. 5° desta lei:
Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa.
Art. 25. Praticar engenharia genética em célula germinal humana, zigoto humano ou embrião humano:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
Art. 26. Realizar clonagem humana:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 27. Liberar ou descartar OGM no meio ambiente, em desacordo com as normas estabelecidas pela CTNBIO e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa.
§ 2° agrava-se a pena:
I – de 1/6 (um sexto) a 1/3 (um terço), se resultar dano à propriedade alheia;
Ii – de 1/3 (um terço) até a metade, se resultar dano ao meio ambiente;
Iii – da metade até 2/3 (dois terços), se resultar lesão corporal de natureza grave em outrem;
Iv – de 2/3 (dois terços) até o dobro, se resultar a morte de outrem.
Art. 28. Utilizar, comercializar, registrar, patentear e licenciar tecnologias genéticas de restrição do uso:
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.
Art. 29. Produzir, armazenar, transportar, comercializar, importar ou exportar ogm ou seus derivados, sem autorização ou em desacordo com as normas estabelecidas pela ctnbio e pelos órgãos e entidades de registro e fiscalização:
Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa.
Somente encontrei jurisprudência anterior à nova Lei de Biossegurança, em que afirmada a competência da Justiça Federal para processar e julgar crime de manipulação genética:
CRIMINAL. CONFLITO DE COMPETÊNCIA. LIBERAÇÃO DE ORGANISMO GENETICAMENTE MODIFICADO NO MEIO AMBIENTE. SEMENTES DE SOJA TRANSGÊNICA. FALTA DE AUTORIZAÇÃO DA CNTBIO. EVENTUAIS EFEITOS AMBIENTAIS QUE NÃO SE RESTRINGEM AO ÂMBITO DE ESTADOS DA FEDERAÇÃO INDIVIDUALMENTE CONSIDERADOS. POSSIBILIDADE DE CONSEQÜÊNCIAS À SAÚDE PÚBLICA. INTERESSE DA UNIÃO NO CONTROLE E REGULAMENTAÇÃO DO MANEJO DE SEMENTES DE OGM. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA FEDERAL.
A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CNTBIO) - órgão diretamente ligado à Presidência da República, destinado a assessorar o governo na elaboração e implementação da política nacional de biossegurança – é a responsável pela autorização do plantio de soja transgênica em território nacional.
Cuidando-se de conduta de liberação, no meio ambiente, de organismo geneticamente modificado – sementes de soja transgênica – em desacordo com as normas estabelecidas pelo órgão competente, caracteriza-se, em tese, o crime descrito no art. 13, inc. V, da lei de biossegurança, que regula manipulação de materiais referentes à biotecnologia e à engenharia genética.
Os eventuais efeitos ambientais decorrentes da liberação de organismos geneticamente modificados não se restringem ao âmbito dos estados da federação em que efetivamente ocorre o plantio ou descarte, sendo que seu uso indiscriminado pode acarretar consequências a direitos difusos, tais como a saúde pública.
Evidenciado o interesse da União no controle e regulamentação do manejo de sementes de soja transgênica, inafastável a competência da Justiça Federal para o julgamento do feito.
Conflito conhecido para declarar a competência o juízo federal da vara criminal de passo fundo, sj/rs, o suscitado (CC 41.301/rs, Rel. Ministro Gilson Dipp, Terceira Seção, julgado em 12/05/2004, DJ 17/05/2004, p. 104).
# NOVIDADE – PROIBIÇÃO DE REVISTA ÍNTIMA EM MULHERES NOS SETORES PRIVADO E PÚBLICO: A FAMOSA “MINUNCIOSA”
LEI Nº 13.271, DE 15 DE ABRIL DE 2016.
	Mensagem de veto
	Dispõe sobre a proibição de revista íntima de funcionárias nos locais de trabalho e trata da revista íntima em ambientes prisionais.
A PRESIDENTA DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o  As empresas privadas, os órgãos e entidades da administração pública, direta e indireta, ficam proibidos de adotar qualquer prática de revista íntima de suas funcionárias e de clientes do sexo feminino.
Art. 2o  Pelo não cumprimento do art. 1o, ficam os infratores sujeitos a:
I - multa de R$ 20.000,00 (vinte mil reais) ao empregador, revertidos aos órgãos de proteção dos direitos da mulher;
II - multa em dobro do valor estipulado no inciso I, em caso de reincidência, independentemente da indenização por danos morais e materiais e sanções de ordem penal.
Art. 3o  (VETADO).
Art. 4o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília,  15  de  abril  de 2016; 195o da Independência e 128o da República.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO

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