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pdf 179296 Aula 09 LIMPAscurso 23196 aula 09 v1

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Aula 09
Direito Administrativo p/ OAB 1ª Fase - com videoaulas 
Professores: Érica Porfírio, Erick Alves
 Direito Administrativo para XXII Exame OAB 2017 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ʹ Aula 09
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 Direito Administrativo para XXII Exame OAB 2017 
Teoria e exercícios comentados 
Prof. Erick Alves ʹ Aula 09 
 
 
 
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AULA 09 
Olá pessoal! 
A aula de hoje é sobre ³serviços públicos´. 
Seguiremos o seguinte sumário: 
SUMÁRIO 
Serviços públicos ............................................................................................................................................................. 4 
Competência ...................................................................................................................................................................... 5 
Classificações ..................................................................................................................................................................... 9 
Originário e derivado .................................................................................................................................................. 9 
Exclusivo e não exclusivo ....................................................................................................................................... 10 
Próprio e impróprio .................................................................................................................................................. 11 
Administrativo, comercial e social ...................................................................................................................... 12 
Geral e individual ....................................................................................................................................................... 12 
Obrigatório e facultativo ......................................................................................................................................... 14 
Concessão e permissão de serviço público .................................................................................................... 18 
Requisitos do serviço público adequado .......................................................................................................... 25 
Licitação prévia ........................................................................................................................................................... 33 
Prazo................................................................................................................................................................................ 39 
Transferência de encargos ..................................................................................................................................... 40 
Política tarifária .......................................................................................................................................................... 43 
Direitos e obrigações ................................................................................................................................................ 47 
Intervenção ................................................................................................................................................................... 56 
Formas de extinção ................................................................................................................................................... 60 
Autorização de serviço público ............................................................................................................................ 79 
Parcerias público-privadas .................................................................................................................................... 82 
Modalidades ................................................................................................................................................................. 83 
Restrições ...................................................................................................................................................................... 84 
Tipos de contraprestação ....................................................................................................................................... 87 
Garantias ........................................................................................................................................................................ 88 
Fundo Garantidor de Parcerias Público-Privadas (FGP) ........................................................................... 90 
Sociedade de Propósito Específico (SPE) ......................................................................................................... 91 
Licitação prévia à PPP .............................................................................................................................................. 92 
Disposições aplicáveis apenas à União ............................................................................................................. 93 
Jurisprudência ............................................................................................................................................................. 106 
 Direito Administrativo para XXII Exame OAB 2017 
Teoria e exercícios comentados 
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RESUMÃO DA AULA ................................................................................................................................................... 108 
Questões comentadas na aula ............................................................................................................................. 111 
Gabarito ........................................................................................................................................................................... 124 
As leis necessárias para o acompanhamento da aula, além da 
Constituição Federal, são as seguintes: 
 Lei 8.987/1995: dispõe sobre o regime de concessão e permissão 
da prestação de serviços públicos previsto no art. 175 da Constituição 
Federal, e dá outras providências. 
 Lei 9.074/1995: estabelece normas para outorga e prorrogações 
das concessões e permissões de serviços públicos e dá outras 
providências. 
 Lei 11.079/2004: institui normas gerais para licitação e contratação 
de parceria público-privada no âmbito da administração pública. 
Destaco que observei uma tendência crescente de cobrança do tema 
nas provas recentes da OAB, com destaque para os tópicos ³formas de 
extinção´�GRV�FRQWUDWRV�GH�FRQFHVVmR�H�SHUPLVVmR H�³parcerias-público 
privadas´. Portanto, aprofundaremos um pouco mais os tópicos mais 
importantes, ok? 
Preparados? Aos estudos! 
 Direito Administrativo para XXII Exame OAB 2017 
Teoria e exercícios comentados 
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SERVIÇOS PÚBLICOS 
A Constituição Federal ou as leis do nosso país não apresentam, de 
forma expressa, um conceito de serviço público. No plano das normas, 
podemos encontrar um conceito de serviçopúblico apenas no nível 
infralegal, especificamente no Decreto 6.017/2007, que regulamenta os 
consórcios públicos: 
XIV - serviço público: atividade ou comodidade material fruível 
diretamente pelo usuário, que possa ser remunerado por meio de taxa ou preço 
público, inclusive tarifa; 
Não obstante a definição apresentada pelo Decreto, a doutrina 
enfatiza ser muito difícil apresentar um conceito único de serviço público 
que o diferencie categoricamente da atividade privada. Isso porque a 
atividade em si não permite concluirmos se um serviço é ou não público. 
Além disso, o conceito não é nada estático. Afinal, é o Estado quem 
escolhe, por meio da Constituição ou de lei, quais as atividades que, em 
determinado momento, são consideradas de interesse geral e as rotula 
como serviços públicos, dando-lhes um tratamento diferenciado. Em um 
dado momento, o Estado pode entender que determinada atividade, por 
sua importância para a coletividade, não deve ficar na dependência da 
iniciativa privada e, mediante lei, a transforma em um serviço público; em 
outro momento, determinada atividade hoje considerada pela lei como 
serviço público pode passar a ser exercida como atividade econômica, 
aberta à livre iniciativa. Enfim, é uma questão de escolha política. 
Para ter uma noção da dificuldade de estabelecer um conceito 
taxativo para serviço público, basta ver que existem atividades 
absolutamente essenciais à sociedade, como a educação e a saúde, que 
podem ser exploradas por particulares a partir de livre iniciativa, 
independentemente de delegação do Estado e sob regime de direito 
privado, ou seja, sem D� ³URXSDJHP´� GH� VHUYLoR� Súblico; por outro lado, 
outras atividades, um tanto quanto dispensáveis, a exemplo das loterias1, 
são prestadas pelo Estado como serviço público. 
A despeito da dificuldade relatada, a doutrina costuma propor seu 
conceito para serviço público. Vejamos o que dizem os principais autores: 
1 Nos termos da Lei 12.869/2013, os serviços de loterias federais são explorados pelos particulares 
mediante permissão do Poder Público (permissão lotérica), outorgada pela Caixa Econômica Federal, 
através de licitação. 
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¾ Hely Lopes Meirelles 
à“ e^rviço público é todo aquele prestado pela Administração ou por seus 
delegados, sob normas e controles estatais, para satisfazer necessidades essenciais 
ou secundárias da cŽůĞƚŝǀŝĚĂĚĞà唀àŽƵ�ƐŝŵƉůĞƐ�ĐŽŶǀĞŶŝġŶĐŝĂ�ĚŽ��ƐƚĂĚŽà?. 
¾ Maria Sylvia Di Pietro 
à“^ĞƌǀŝĕŽ�ƉƷďůŝĐŽ�Ġ�ƚŽĚĂ�ĂƚŝǀŝĚĂĚĞ�ŵĂƚĞƌŝĂů�ƋƵĞ�Ă�ůĞŝ�ĂƚƌŝďƵŝ�ĂŽ��ƐƚĂĚŽ�ƉĂƌĂ�ƋƵĞ�Ă�
exerça diretamente ou por meio de seus delegados, com o objetivo de satisfazer 
concretamente às necessidades coletivas, sob regime jurídico total ou parcialmente 
ĚĞ�ĚŝƌĞŝƚŽ�ƉƷďůŝĐŽà弃? 
¾ Celso Antônio Bandeira de Mello 
Serviço público é toda atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade 
material fruível diretamente pelos administrados, prestado pelo Estado ou por quem 
lhe faça as vezes, sob um regime de Direito Público t portanto, consagrador de 
prerrogativas de supremacia e de restrições especiais t instituído pelo Estado em 
favor dos interesses que houver definido como próprios no sistema normativo. 
¾ Carvalho Filho 
à“^ĞƌǀŝĕŽ�ƉƷďůŝĐŽ�Ġ�ƚŽĚĂ�ĂƚŝǀŝĚĂĚĞ�ƉƌĞƐƚĂĚĂ�ƉĞůŽ��ƐƚĂĚŽ�ŽƵ�ƉŽƌ�ƐĞƵƐ�ĚĞůĞŐĂĚŽƐà唀à
basicamente sob regime de direito público, com vistas à satisfação de necessidades 
ĞƐƐĞŶĐŝĂŝƐ�Ğ�ƐĞĐƵŶĚĄƌŝĂƐ�ĚĂ�ĐŽůĞƚŝǀŝĚĂĚĞà弃? 
6XSHUDGD� D� FRQFHLWXDomR� GH� ³VHUYLoR� S~EOLFR´�� YDPRV� DYDQoDU�
estudando a competência para prestá-lo. 
COMPETÊNCIA 
A Constituição Federal prevê uma repartição de competências para a 
prestação de serviços públicos entre União, Estados e Municípios. 
Essa repartição segue o princípio da predominância do interesse, 
pelo qual a União tem competência para prestar e regulamentar assuntos 
de interesse predominantemente nacional; aos Estados são reservadas 
as matérias de interesse predominantemente regional; e aos Municípios 
cabe a competência sobre assuntos de interesse predominantemente 
local; o Distrito Federal, em razão de seu hibridismo, acumula funções de 
interesse regional e local. 
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Além disso, a CF prevê algumas competências que são comuns a 
todas as esferas, ou seja, serviços que podem ser prestados por todos 
os entes, de forma paralela, e sem subordinação entre eles. Sobre o 
tema, a CF prevê a edição de leis complementares para fixar normas de 
cooperação entre a União e os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios, tendo em vista o equilíbrio do desenvolvimento e do bem-
estar em âmbito nacional (art. 23, parágrafo único). 
As competências exclusivas da União são enumeradas no art. 21 
(rol taxativo). Da mesma forma, são enumeradas as competências 
comuns a todos os entes federados no art. 23 (rol taxativo). 
Quanto às competências dos Municípios, o art. 30 da CF indica que 
abrange os serviços de interesse local, e enumera apenas alguns 
(rol exemplificativo). 
Já a competência dos Estados é residual (competência 
remanescente), ou seja, abrange tudo o que não estiver no âmbito da 
competência da União ou dos Municípios (CF, art. 25, §1º). 
Em relação ao Distrito Federal, como regra, cabem-lhe todas as 
competências dos Estados e Municípios. 
No quadro a seguir, estão destacados os principais serviços inseridos 
na competência de cada ente federado, conforme previsto na 
Constituição. 
ƒ Competência da União (art. 21): defesa nacional, emissão de moeda, serviço 
postal, telecomunicações, radiodifusão sonora e de sons e imagens (emissoras de 
rádio e de televisão), energia elétrica, navegação aérea e aeroespacial, transporte 
ferroviário, aquaviário e rodoviário interestadual e internacional, serviços nucleares. 
ƒ Competência dos Municípios (art. 30): serviços que sejam de interesse local, 
ou seja, aqueles que dizem respeito diretamente à população daquele Município. A 
CF enumerou alguns desses serviços, tais como programas de educação infantil e de 
ensino fundamental e atendimento à saúde da população (com a cooperação da 
União e do Estado), além do transporte coletivo, que tem caráter essencial, 
conforme o texto constitucional. Outro exemplo, não listado na CF, é a coleta de lixo 
e o serviço funerário (o rol da CF, para os Municípios, é exemplificativo). 
ƒ Competência dos Estados (art. 25): serviços que não sejam de competência da 
União ou dos Municípios, por isso chamados de competência remanescente ou 
residual, conforme dispõe a CF: ?ƐĆŽ� ƌĞƐĞƌǀĂĚĂƐ� ĂŽƐ� �ƐƚĂĚŽƐ� ĂƐ� ĐŽŵƉĞƚġŶĐŝĂƐ� ƋƵĞ�
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ŶĆŽ� ůŚĞ�ƐĞũĂŵ�ǀĞĚĂĚĂƐ�ƉŽƌ�ĞƐƚĂ��ŽŶƐƚŝƚƵŝĕĆŽ ?. Por exemplo: a CF estabelece que a 
União deve prestar os serviços de transporte interestadual ou internacional, e o 
Município o transporte coletivo (intramunicipal). Logo, o transporte intermunicipal, 
que sobra (não aprece na CF), compete ao Estado. Além disso, como exceção às 
competências de interesse regional, a CF prevê como de competência dos Estados o 
serviço de gás canalizado (art. 25, §2º), que é de interesse local. 
ƒ Competência do Distrito Federal: em regra, compete ao DF a prestação de 
serviços de competência dos Estados e dos Municípios, em razão da competência 
cumulativa ou múltipla. No entanto, nem todos os serviços de competência 
estadual são mantidos e organizados pelo DF. Alguns serviçosdo DF são mantidos 
pela União, por exemplo: Poder Judiciário, Ministério Público (CF, art. 21, XIII), 
polícia civil, polícia militar e bombeiros (CF, art. 21, XIV). Além disso, o art. 21, XIV 
ĞƐƚĂďĞůĞĐĞ�ƋƵĞ�ĐĂďĞ�ă�hŶŝĆŽ�à“prestar assistência financeira ao Distrito Federal para 
a execução de serviços públicos, por meio de fundo próprioà弃? 
ƒ Competência comum da União, Estados, Distrito Federal e Municípios 
(art. 23): os serviços públicos são prestados de forma paralela, em condições de 
igualdade, sem relação de subordinação (hierarquia) entre os entes federativos. A 
atuação (ou omissão) de um ente não impossibilita a atuação do outro. Exemplos: 
saúde, cultura, educação e proteção ao meio ambiente. 
ƒ Gestão associada de serviços públicos (art. 241): a CF prevê que a ?hŶŝĆŽ 唀 ŽƐ�
Estados, o Distrito Federal e os Municípios disciplinarão por meio de lei os consórcios 
públicos e os convênios de cooperação entre os entes federados, autorizando a 
gestão associada de serviços públicos, bem como a transferência total ou parcial de 
encargos, serviços, pessoal e bens essenciais à continuidade dos serviços 
ƚƌĂŶƐĨĞƌŝĚŽƐ ?. Como se vê, os entes federados podem prestar serviços públicos de 
forma associada, formando, entre eles, consórcios públicos ou convênios2. 
 
 
 
2 Já estudamos os consórcios públicos na aula sobre organização da Administração Pública, e os convênios 
na aula sobre contratos administrativos. 
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1. (Cespe ± PRF 2012) Os serviços públicos outorgados constitucionalmente à 
União, como os serviços de transporte rodoviário interestadual e internacional de 
passageiros, estão enumerados taxativamente na CF. 
 Comentário: Os serviços públicos de competência da União são 
enumerados taxativamente na CF, daí a correção do item. Já a lista dos 
serviços de competência dos Municípios é meramente exemplificativa (outros 
serviços de interesse local, não enumerados na CF, como os funerários, 
também podem ser prestados pelos Municípios). Por fim, a competência dos 
Estados é residual (inclui tudo o que não for da competência da União ou dos 
Municípios). 
 Gabarito: Certo 
2. (Cespe ± MIN 2013) É da competência dos estados-membros explorar os 
serviços de energia elétrica. 
 Comentário: A exploração dos serviços de energia elétrica é de 
competência da União, que pode explorá-los diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão, em articulação com os Estados. Em 
muitas regiões, a exploração desses serviços é delegada para concessionárias 
de energia controladas pelos Estados-membros (ex: Cemig e CEB), mas o 
serviço, como em toda delegação, continua na titularidade da União, sendo 
regulados pela Aneel (agência reguladora federal). Eis o artigo da 
Constituição: 
Art. 21. Compete à União: 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais 
hidroenergéticos; 
 Gabarito: Errado 
3. (Cespe ± MPU 2013) Por expressa determinação constitucional, devem, 
obrigatoriamente, ser diretamente prestados pelo Estado os serviços postal, de 
aproveitamento energético dos cursos de água e de transporte ferroviário e 
aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras nacionais. 
 Comentário: Por expressa determinação constitucional, os serviços 
enumerados na questão devem ser prestados pela União; mas não 
obrigatoriamente de forma direta, daí o erro. 
Com efeito, os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos 
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brasileiros e fronteiras nacionais, e os de aproveitamento energético dos 
cursos de água (este último em articulação com os Estados onde se situam os 
potenciais hidroenergéticos) podem ser explorados diretamente ou mediante 
autorização, concessão ou permissão��QRV�WHUPRV�GR�DUW������;,,��³E´�H�³G´� 
Já o serviço postal, embora o art. 21, X da CF não preveja expressamente 
a possibilidade de prestação indireta, o art. 1º, VII da Lei 9.074/1995 dispõe que 
ele se sujeita ao regime de concessão, ou quando couber, de permissão. 
 Vejamos os dispositivos constitucionais citados: 
Art. 21. Compete à União: 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
XII - explorar, diretamente ou mediante autorização, concessão ou permissão: 
b) os serviços e instalações de energia elétrica e o aproveitamento energético dos 
cursos de água, em articulação com os Estados onde se situam os potenciais 
hidroenergéticos; 
d) os serviços de transporte ferroviário e aquaviário entre portos brasileiros e fronteiras 
nacionais, ou que transponham os limites de Estado ou Território; 
 Gabarito: Errado 
CLASSIFICAÇÕES 
A doutrina não apresenta uma classificação única para serviços 
públicos. Vamos ver as mais comuns e cobradas em prova: 
 
ORIGINÁRIO E DERIVADO 
O serviço público originário é aquele que, por essencial, é privativo 
do Estado e só por ele pode ser prestado (é indelegável, portanto). São 
serviços cuja prestação exige exercício de poder de império, tais como 
os serviços relacionados à defesa nacional, à segurança pública e à 
Serviços 
públicos
à?Originário e derivado
à?Exclusivos e não exclusivos
à?Próprios e impróprios
à?Administrativo, comercial e social
à?Geral e individual
à?Obrigatório e facultativo
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fiscalização de atividades. São também chamados de serviços públicos 
propriamente ditos. 
O serviço público derivado é o que não é considerado essencial, mas 
sim conveniente à coletividade, podendo ser prestado por particular 
(é delegável, portanto). O Estado pode prestá-lo diretamente ou 
delega-lo a terceiros, tais como telefonia, energia elétrica e transportes. 
São também chamados de serviços de utilidade pública. 
EXCLUSIVO E NÃO EXCLUSIVO 
Serviços públicos exclusivos são aqueles de titularidade do Estado, 
prestados diretamente pela Administração ou indiretamente mediante 
concessão, permissão ou autorização. 
Conforme a Constituição, são exemplos de serviços públicos 
exclusivos o serviço postal, o correio aéreo nacional (art. 21, X), os 
serviços de telecomunicações (art. 21, XI), os de radiodifusão, energia 
elétrica, navegação aérea, transportes e demais indicados no artigo 21, 
XII, e o serviço de gás canalizado (art. 25, §2º), este de competência dos 
Estados-membros. 
Atente que os serviços exclusivos não se confundem com serviços 
indelegáveis (originários). Por exemplo: o serviço de telecomunicações é 
competência da União, ou seja, é serviço de titularidade exclusiva da 
União, porém pode ser prestado por particulares, no caso, as 
concessionárias. 
Serviços não exclusivos são aqueles que não são de titularidade 
do Estado e, por isso, podem ser prestados pelos particulares 
independentemente de delegação. Tal é o caso dos serviços previstos 
no título VIII da Constituição, concernentes à ordem social, abrangendo 
saúde (arts. 196 e 199), previdência social (art. 201, § 8), assistência 
social (art. 204) e educação (arts. 208 e 209). 
Ressalte-se que os serviços não exclusivos podem ser prestados 
tanto pelo Estado, sob regime de direito público, como pelos 
particulares, neste último caso, sob o regimede direito privado, de livre 
iniciativa, independentemente de delegação estatal. Ou seja, são serviços 
que não são de titularidade exclusiva do Estado. 
 
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PRÓPRIO E IMPRÓPRIO 
Conforme ensina Maria Sylvia Di Pietro, quando serviços 
não exclusivos são prestados pelo Estado, também são chamados de 
serviços públicos próprios (ex: escola ou hospital públicos); quando 
prestados por particulares, denominam-se serviços públicos impróprios 
(ex: escola ou hospital particulares). 
 Para parte da doutrina, a definição de serviços públicos 
próprios é a mesma que a de serviços públicos exclusivos. 
Assim, também é certo afirmar que serviços públicos 
próprios são aqueles que atendem às necessidades coletivas e que o Estado executa 
tanto diretamente quanto indiretamente, por intermédio de empresas 
concessionárias ou permissionárias. 
Cabe comentar um pouco sobre os serviços públicos impróprios. 
Serviços públicos impróprios são aqueles que atendem às 
necessidades coletivas, mas que não são de titularidade e nem são 
prestados pelo Estado, mas apenas por ele autorizados, 
regulamentados e fiscalizados (são prestados por particulares, sob 
regime de direito privado). Na verdade, são verdadeiras atividades 
privadas controladas pelo poder de polícia do Estado. Segundo Maria 
Sylvia Di Pietro, são considerados serviços públicos, porque atendem a 
necessidades coletivas; mas impropriamente públicos, porque falta um 
dos elementos do conceito de serviço público, que é a gestão, direta ou 
indireta, pelo Estado. 
Registre-se que, relativamente aos serviços públicos impróprios, a 
³DXWRUL]DomR´� consiste numa anuência prévia do Estado, no exercício do 
poder polícia (ou seja, fiscalização e controle estatal de uma atividade 
privada), e não num ato administrativo de delegação de serviço público. 
Como exemplo de serviços públicos impróprios podem ser citados 
os serviços prestados por instituições financeiras, por seguradoras e os 
serviços de previdência privada, além dos serviços de educação e saúde 
prestados por entidades particulares. 
Vale salientar que, para boa parte da doutrina, os serviços impróprios 
sequer deveriam ser reconhecidos em sentido jurídico como serviço 
público (seriam simples atividades privadas). 
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ADMINISTRATIVO, COMERCIAL E SOCIAL 
Serviço público administrativo é aquele que a Administração 
executa para satisfazer suas próprias necessidades internas ou para 
preparar outros serviços que são prestados ao público (atividades-meio), 
tais como a imprensa oficial (impressão de diários oficiais). O usuário 
direto é a própria Administração. 
Serviço público comercial, também denominado econômico ou 
industrial, é o que atende às necessidades coletivas de ordem 
econômica, produzindo lucro para quem o presta, como os serviços de 
telecomunicações, de transportes e de energia elétrica. 
Saliente-se que não se enquadram nessa categoria as atividades 
econômicas em sentido estrito, regidas pelo art. 173 da Constituição 
Federal (ex: bancos públicos e Petrobras). Isso porque, mesmo se forem 
excepcionalmente desempenhadas pelo Estado, essas atividades o serão 
sob regime jurídico (predominante) de direito privado, e não como serviço 
público. 
Serviço público social é o que atende às necessidades coletivas de 
ordem social, como saúde, educação e cultura, abrangendo ainda os 
serviços assistenciais e protetivos (ex: assistência à criança e ao 
adolescente). Tais serviços são, em regra, deficitários (não geram lucro) e 
podem ser desempenhados por particulares, independentemente de 
delegação (como serviços privados). 
 GERAL E INDIVIDUAL 
Serviço público geral, ou uti universi, é aquele prestado a toda a 
coletividade, indistintamente, ou seja, beneficia grupos indeterminados 
de indivíduos, não sendo possível ao Poder Público identificar, de forma 
individualizada e exata, quanto cada usuário utiliza do serviço. São 
financiados pelas receitas dos impostos, a exemplo dos serviços de 
segurança pública, iluminação pública e saneamento básico. 
Serviço individual, ou uti singuli, é aquele usufruído individual e 
diretamente pelo cidadão, sendo possível mensurar, caso a caso, quanto 
do serviço está sendo consumido por cada usuário, separadamente. São 
mantidos por meio das receitas das taxas ou das tarifas, a exemplo da 
energia elétrica, telefone, água etc. 
 
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Gerais ʹ uti universi Individuais ʹ uti singuli 
Prestados à coletividade Disponíveis para a coletividade, mas 
prestados a cada pessoa, individualmente. 
ƒ Impostos à?> obrigatório 
Ex: saneamento, saúde, iluminação 
pública. 
ƒ Taxa à?> obrigatório 
Ex: coleta de lixo 
ƒ Tarifa à?> facultativo 
Ex: energia, água, telefone. 
 
 Os impostos são uma espécie de tributo que se paga sem 
que haja uma contraprestação direta pelo Poder Público. 
Por exemplo, os recursos arrecadados a título de IPTU, 
IPVA e IR são utilizados pelo Estado de forma 
indiscriminada para a saúde, educação, programas sociais, realização de obras, 
investimentos em infraestrutura e mesmo para o custeio da máquina pública. Ou seja, não 
há uma correlação direta entre o recurso do IPVA e a manutenção de rodovias, por 
exemplo. Os recursos oriundos de impostos não possuem destinação específica. 
As taxas, por sua vez, também são uma espécie de tributo. Mas, diferentemente dos 
impostos, são devidas em razão de serviço público específico e divisível, prestado ao 
contribuinte ou posto a sua disposição. As taxas, como todo tributo, são estabelecidas por 
lei e, ademais, são compulsórias, ou seja, a pessoa não pode deixar de pagá-la, ainda que 
não utilize o serviço (ex: taxa de coleta de lixo). 
Já a tarifa não é um tributo. Trata-se de uma espécie de preço público, cobrado por 
particulares delegatários de serviço público a título de contraprestação pecuniária pelo 
serviço prestado. São estabelecidas mediante contrato e apenas são cobradas no caso de 
utilização efetiva do serviço, a exemplo das tarifas de energia elétrica e de água. 
Ressalte-se que existem exceções à regra de que serviços uti universi são financiados por 
impostos e serviços uti singuli por taxas e tarifas. 
Com efeito, determinados serviços gerais à? uti universi à? também podem ser 
remunerados por tarifas (e não por impostos), como os serviços de saneamento básico e 
de limpeza urbana. A Lei 9.074/1995 permite que esses serviços sejam executados por 
meio de concessão ou permissão sem que, no entanto, tenham caráter individual. 
 
 
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OBRIGATÓRIO E FACULTATIVO 
Os serviços públicos obrigatórios são aqueles remunerados por 
tributos (impostos e taxas), enquanto os serviços facultativos são 
remunerados por tarifas. 
***** 
A seguir, um resumo das classificações de serviço público. 
 
Serviço Público Descrição Serviço Público Descrição 
Originário, 
indelegável 
Essencial, poder de império. 
Ex: segurança nacional. 
Derivado, 
delegável 
Conveniente, delegável. 
Ex: energia, telefonia. 
Exclusivo Titularidade do Estado, 
prestados diretaou 
indiretamente. Ex: energia. 
Não exclusivo Estado não é titular; podem 
ser prestados por 
particulares sem delegação. 
Ex: saúde, educação. 
Próprio Prestado pelo Estado, direta 
ou indiretamente. 
Ex: escola pública. 
Impróprio Prestado por particular, 
sem delegação. 
Ex: saúde, educação. 
Geral, 
uti universi 
Usuários indeterminados, 
financiados por impostos. 
Ex: iluminação pública, 
saneamento. 
Individual, 
uti singuli 
Usuários determinados, 
mensuração per capta, 
financiados por taxas e 
tarifas. Ex: água, exergia. 
Administrativo Atende necessidades 
internas da Administração. 
Ex: imprensa oficial 
Comercial Atende necessidades 
econômicas da população; 
gera lucro. Ex: transporte 
Social Atende necessidades de 
ordem social; não gera lucro. 
Ex: cultura, assistência social. 
 
Obrigatório Remunerado por tributos Facultativo Remunerado por tarifas 
 
 
 
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4. (FGV ± OAB 2012) Acerca dos serviços considerados como serviços públicos 
uti singuli, assinale a afirmativa correta. 
A) Serviços em que não é possível identificar os usuários e, da mesma forma, não é 
possível a identificação da parcela do serviço utilizada por cada beneficiário. 
B) Serviços singulares e essenciais prestados pela Administração Pública direta e 
indireta. 
C) Serviços em que é possível a identificação do usuário e da parcela do serviço 
utilizada por cada beneficiário. 
D) Serviços que somente são prestados pela Administração Pública direta do 
Estado. 
 Comentários: vamos analisar cada alternativa: 
 a) ERRADA. Trata-se da definição de serviços públicos uti universi ou 
gerais. 
 b) ERRADA. Nessa definição, podem-se enquadrar os serviços públicos 
originários, assim como os serviços públicos exclusivos, quando prestados 
diretamente pela Administração. 
 c) CERTA. É a exata definição de serviços públicos uti singuli ou 
individuais. 
 d) ERRADA. Trata-se da definição de serviços públicos originários. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³F´ 
5. (Cespe ± Câmara dos Deputados 2012) De acordo com critério de 
classificação que considera a exclusividade ou não do poder público na prestação 
do serviço, o serviço postal constitui um exemplo de serviço público não exclusivo do 
Estado. 
 Comentário: O serviço postal é um serviço exclusivo do Estado, prestado 
diretamente pela União, nos termos do art. 21, X da CF: 
Art. 21. Compete à União: 
X - manter o serviço postal e o correio aéreo nacional; 
 Gabarito: Errado 
6. (Cespe ± MDIC 2014) O serviço de uso de linha telefônica é um típico exemplo 
de serviço singular, visto que sua utilização é mensurável por cada usuário, embora 
sua prestação se destine à coletividade. 
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Comentário: O serviço de uso de linha telefônica é passível de 
mensuração individual (veja a sua conta telefônica); portanto, trata-se de 
serviço uti singuli ou individual. 
 Gabarito: Certo 
7. (Cespe ± PRF 2012) O serviço de iluminação pública pode ser considerado uti 
universi, assim como o serviço de policiamento público. 
 Comentário: Tanto o serviço de iluminação pública como o de 
policiamento não são mensuráveis individualmente, ou seja, não é possível 
dizer com certeza quanto que determinado indivíduo consome de iluminação 
pública ou de policiamento. Sendo assim, tais serviços são considerados uti 
universi ou gerais. 
 Gabarito: Certo 
8. (Cespe ± PC/BA 2013) Caracterizam-se como serviços públicos sociais 
apenas os serviços de necessidade pública, de iniciativa e implemento exclusivo do 
Estado. 
 Comentário: Serviço público social é o que atende às necessidades 
coletivas de ordem social, como saúde, educação e cultura, abrangendo ainda 
os serviços assistenciais e protetivos. O erro é que os serviços sociais não 
são privativos do Estado, podendo também ser desempenhados por 
particulares, independentemente de delegação. 
 Gabarito: Errado 
9. (Cespe ± MIN 2013) Os serviços de utilidade pública, a exemplo dos serviços 
de transporte coletivo, visam proporcionar aos seus usuários mais conforto e bem-
estar. 
 Comentário: Os serviços de utilidade pública são aqueles considerados 
não essenciais, mas sim convenientes à coletividade, podendo ser prestados 
por particulares. Portanto, são serviços delegáveis. São exemplos de serviço 
de utilidade pública: transporte coletivo, energia elétrica, telefonia, etc. 
 Gabarito: Certo 
10. (ESAF ± CGU 2012) A noção de "Serviço Público" é considerada por autores 
como Cretella Jr. "a pedra angular do direito administrativo". No caso brasileiro, os 
serviços públicos são classificados segundo algumas características. Os enunciados 
abaixo se referem a essas características. 
I. Os serviços públicos prestados diretamente pelo Estado ou indiretamente, 
mediante concessionários, são chamados Serviços Públicos Próprios. 
II. Apenas os serviços públicos prestados diretamente pelo Estado são chamados 
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Serviços Públicos Próprios. 
III. Os serviços públicos prestados indiretamente, mediante concessão, autorização, 
permissão ou regulamentação são Serviços Públicos Impróprios. 
Quanto a esses enunciados, indique a opção correta. 
a) Apenas o I está correto 
b) Apenas o II está correto 
c) Apenas o III está correto 
d) Todos estão corretos 
e) Nenhum está correto. 
 Comentários: Vamos analisar cada item. 
 I) CERTO. Na visão de parte da doutrina, os serviços públicos próprios 
são aqueles que, atendendo a necessidades coletivas, o Estado assume como 
seus e os executa diretamente (por meio de seus órgãos e agentes) ou 
indiretamente (por meio de concessionárias e permissionárias). 
 II) ERRADO. Também os serviços prestados indiretamente pelo Estado 
são chamados de serviços públicos próprios. 
 III) ERRADO. Os serviços públicos prestados indiretamente, mediante 
concessão, autorização, permissão ou regulamentação são serviços públicos 
próprios. Por sua vez, os serviços públicos impróprios não são de titularidade 
do Estado e nem por ele executados (ex: serviços relacionados no capítulo 
VREUH�D�³2UGHP�VRFLDO´�GD�&)��FRPR�VD~GH�H�HGXFDomR��TXDQGR�SUHVWDGRV�SRU�
particulares). Porém, não refogem ao poder de polícia, pois devem ser 
autorizados, regulamentados e fiscalizados. 
*DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³D´ 
 
 
 
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CONCESSÃO E PERMISSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO 
Nos termos do art. 175 da CF, o serviço público é incumbência do 
Estado, que pode prestá-lo diretamente ou indiretamente, neste último 
caso, mediante delegação a particulares: 
Art. 175. Incumbe ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou 
sob regime de concessão ou permissão, sempre através de licitação, a 
prestação de serviços públicos. 
Parágrafo único. A lei disporá sobre: 
I - o regime das empresas concessionárias e permissionárias de serviços 
públicos, o caráter especial de seu contrato e de sua prorrogação, bem como as 
condições de caducidade, fiscalização e rescisão da concessão ou permissão; 
II - os direitos dos usuários; 
III - política tarifária; 
IV - a obrigação de manter serviço adequado. 
A prestação de forma indiretase dá pela delegação do serviço 
público a um particular (pessoa jurídica ou física), que o prestará em seu 
próprio nome e por sua conta e risco, remunerando-se diretamente por 
meio das tarifas cobradas dos usuários, e sempre sob a fiscalização do 
Poder Público3. 
Perceba que, conforme o art. 175 acima transcrito, a execução 
indireta GH�VHUYLoRV�S~EOLFRV�GHYH�VHU�IHLWD�³VHPSUH�DWUDYpV�GH�OLFLWDomR´��
ou seja, na delegação de serviços públicos a licitação é obrigatória, não 
sendo possível a sua dispensa; excepcionalmente, a doutrina admite 
apenas a declaração de inexigibilidade, desde que se demonstre a 
inviabilidade de competição. 
As formas de delegação de serviços públicos são a concessão e a 
permissão, formalizadas mediante contratos administrativos; em 
determinados casos, o serviço público também pode ser delegado 
mediante autorização, formalizada por ato administrativo. 
Em qualquer hipótese, a delegação incide apenas sobre a execução 
do serviço, vez que a titularidade permanece com o Poder Público, que 
poderá, em determinadas situações, retomá-lo. 
Neste tópico, cuidaremos das concessões e permissões; quanto às 
autorizações, deixaremos para tópico específico, mais adiante. 
 
3 Knoplck (2013, p. 384). 
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Os regimes de concessão e permissão de serviços públicos são 
disciplinados pela Lei 8.987/1995. Essa é a lei cuja edição está prevista 
no art. 175 da CF. Ela estabelece ³normas gerais´ sobre os regimes de 
concessão e permissão4, sendo uma lei de caráter nacional, aplicável, 
portanto, à União, aos Estados, ao DF e aos Municípios. 
A Lei 8.987/1995 apresenta as seguintes definições para concessão e 
permissão: 
 Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita 
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à 
pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para 
seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado; 
 
 Permissão de serviço público: a delegação, a título precário, 
mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder 
concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu 
desempenho, por sua conta e risco. 
A lei define ainda a concessão de serviço público precedida da 
execução de obra pública5, que é quando o contrato de concessão 
impõe ao particular a obrigação de realizar determinada obra pública 
antes de iniciar a prestação do serviço, de forma que o investimento na 
obra seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço por 
prazo determinado (ex: concessão do serviço de administração de 
rodovias, em que a concessionária tem a obrigação de duplicar a estrada 
ou de fazer outras melhorias antes de começar a cobrar os pedágios). 
 Da leitura das definições acima, já é possível perceber que os 
regimes de concessão e permissão se diferenciam em poucos aspectos. De 
fato, as principais diferenças entre ambos são: 
 
 
4 A Lei 8.987/1995 também possui como fundamento o art. 22, XXVII da CF, o qual atribui à União 
competência para editar normas gerais sobre licitações e contratos, em todas as modalidades. Afinal, 
concessões e permissões são precedidas de licitação e formalizadas mediante contrato. 
5 Concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a construção, total ou parcial, 
conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de quaisquer obras de interesse público, delegada 
pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio 
de empresas que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que o 
investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a exploração do serviço ou da 
obra por prazo determinado; 
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Concessão Permissão 
Sempre precedida de licitação, na 
modalidade concorrência. 
Sempre precedida de licitação, mas não há 
modalidade específica. 
Celebração com pessoa jurídica ou 
consórcio de empresas, mas não com 
pessoa física. 
Celebração com pessoa física ou jurídica; 
mas não com consórcio de empresas. 
Não há precariedade. Delegação a título precário. 
Natureza contratual. Natureza contratual; a lei explicita tratar-se 
de contrato de adesão. 
Não é cabível revogação do contrato. A lei prevê a revogabilidade unilateral do 
contrato pelo poder concedente. 
Cumpre anotar que as concessões e permissões de serviços públicos 
são firmadas mediante contratos administrativos. Consequentemente, 
todo o regramento da Lei 8.666/1993 se aplica aos contratos de 
concessão ou permissão subsidiariamente. Ou seja, quando não houver 
disposição própria na Lei 8.987/1995 deve ser observada a Lei de 
Licitações e Contratos. Ademais, as características gerais dos contratos 
administrativos, como a bilateralidade, formalidade e o caráter intuitu 
personae, também valem para as concessões e permissões. 
Existe uma peculiaridade apenas em relação ao fato de os contratos 
administrativos serem qualificados como contratos de adesão. É que a 
Lei 8.987/1995, em seu art. 40 6 , menciona expressamente que a 
permissão de serviço público é um contrato de adesão, mas nada fala em 
relação à concessão. Entretanto, por ser um contrato administrativo, 
teoricamente a concessão também é um contrato de adesão, ainda que a 
lei seja omissa a respeito. Afinal, a minuta do contrato faz parte do edital 
da licitação que precede a concessão, e o particular, quando se inscreve 
para participar do certame, está aderindo às cláusulas postas. 
Importante saber que a Lei 9.074/1995 exige, para a concessão e 
permissão de serviços públicos, a edição de lei autorizativa. Em outras 
palavras, para que o Estado delegue determinado serviço público a 
 
6 Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de adesão, que observará os 
termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à 
revogabilidade unilateral do contrato pelo poder concedente. 
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particulares mediante concessão ou permissão deve haver uma 
autorização legislativa (consubstanciada em lei). 
São dispensados dessa exigência os serviços de saneamento básico 
e limpeza urbana, bem como os serviços públicos que a Constituição 
Federal, as Constituições estaduais e as Leis Orgânicas do Distrito Federal 
e dos Municípios, desde logo, indiquem como passíveis de delegação 
(ex: serviços de telecomunicações, radiodifusão sonora, e de sons e 
imagens, navegação aérea, energia elétrica, gás canalizado, transporte de 
passageiros etc.). Ou seja, esses serviços podem ser delegados sem que 
haja outra lei autorizativa específica para tanto. 
 Nem todos os serviços de transporte precisam ser 
formalmente delegados pelo Poder Público. Nos 
termos do art. 2º, §§2º e 3º da Lei 9.074/1995, 
independe de concessão ou permissão o transporte: (i) de cargas pelos meios 
rodoviário e aquaviário; (ii) aquaviário, de passageiros, que não seja realizado entre 
portos organizados; (iii) rodoviário e aquaviário de pessoas, realizado por operadoras 
de turismo no exercíciodessa atividade; (iv) de pessoas, em caráter privativo de 
organizações públicas ou privadas, ainda que em forma regular. 
Frise-se que a própria Lei 9.074/1995 expressamente autorizou a 
União a prestar mediante concessão ou permissão os seguintes 
serviços e obras públicas: 
ƒ vias federais, precedidas ou não da execução de obra pública; 
ƒ exploração de obras ou serviços federais de barragens, contenções, 
eclusas, diques e irrigações, precedidas ou não da execução de obras 
públicas; 
ƒ estações aduaneiras e outros terminais alfandegados de uso público, não 
instalados em área de porto ou aeroporto, precedidos ou não de obras 
públicas. 
ƒ os serviços postais. 
 
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11. (FGV ± OAB 2014) Caso o Estado delegue a reforma, manutenção e 
operação de uma rodovia estadual à iniciativa privada, com a previsão de que a 
amortização dos investimentos e a remuneração do particular decorram apenas da 
tarifa cobrada dos usuários do serviço, estaremos diante de uma 
A) concessão de obra pública. 
B) concessão administrativa. 
C) concessão patrocinada. 
D) concessão de serviço público precedida da execução de obra pública. 
 Comentário: Uma vez que a concessão do serviço de manutenção e 
operação da rodovia também compreende a sua prévia reforma, estamos 
diante de uma concessão de serviço público precedida da execução de obra 
pública, conforme definido do art. 2º, III da Lei 8.987/95: 
III - concessão de serviço público precedida da execução de obra pública: a 
construção, total ou parcial, conservação, reforma, ampliação ou melhoramento de 
quaisquer obras de interesse público, delegada pelo poder concedente, mediante 
licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas 
que demonstre capacidade para a sua realização, por sua conta e risco, de forma que 
o investimento da concessionária seja remunerado e amortizado mediante a 
exploração do serviço ou da obra por prazo determinado; 
 Detalhe é que, como a remuneração da concessionária irá decorrer 
apenas da tarifa cobrada dos usuários do serviço, o gabarito não poderia ser 
nenhuma das modalidades de parceria público-privada (concessão 
administrativa ou concessão patrocinada). 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³G´ 
12. (Cespe ± TCU 2008) Um parlamentar apresentou projeto de lei ordinária cujos 
objetivos são regular integralmente e privatizar a titularidade e a execução dos 
serviços públicos de sepultamento de cadáveres humanos, diante da falta de 
condições materiais de prestação desse serviço público de forma direta. Aprovado 
pelo Poder Legislativo, o referido projeto de lei foi sancionado pelo chefe do Poder 
Executivo. 
Com base na situação hipotética descrita acima, julgue os itens subsequentes. 
A delegação do serviço de sepultamento de cadáveres humanos, por meio de 
contrato de concessão, dependeria da prévia edição de lei ordinária que autorizasse 
essa delegação. 
Comentário: O art. 2º da Lei 9.074/1995 dispõe sobre a obrigatoriedade de 
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lei autorizativa para que os entes federativos possam conceder seus serviços 
públicos a particulares, dispensando dessa exigência os serviços de 
saneamento básico e limpeza urbana, além dos serviços expressamente 
indicados na Constituição como passíveis de delegação. Os serviços de 
sepultamento não foram excetuados pela lei. Portanto, a concessão depende 
de prévia edição de lei autorizativa. 
Gabarito: Certo 
13. (Cespe ± TCU 2013) A permissão de serviço público possui contornos 
bilaterais, mas, diferentemente da concessão de serviço público, não pode ser 
caracterizada como de natureza contratual. 
Comentário: Antes de qualquer coisa, cumpre enfatizar um ponto 
importante: a permissão de ³uso de bem público´ não se confunde com a 
permissão de ³serviços públicos´. 
 Com efeito, a permissão de uso de bem público é efetuada mediante 
ato administrativo, discricionário e revogável, utilizada, por exemplo, para 
autorizar o uso de espaço em praça pública para montagem de banca de 
revistas (em caso de dúvida, revise a aula sobre atos administrativos). Como 
se trata de um ato administrativo (e não de um contrato) a permissão de uso 
de bem público não está sujeita a prévia licitação. 
 Já a permissão de serviços públicos é uma modalidade de delegação de 
serviços públicos a particulares, prevista no art. 175 da CF (ao lado da 
concessão), formalizada mediante contrato administrativo e sujeita a licitação 
prévia. 
Em suma: 
ƒ Permissão de serviço público Ö contrato administrativo 
ƒ Permissão de uso de bem público Ö ato administrativo 
 Vencidas essas considerações preliminares, percebe-se claramente que 
o quesito erra ao afirmar que a permissão de serviço público não pode ser 
caracterizada como de natureza contratual. Sobre a natureza contratual da 
permissão de serviços público, está prevista no art. 40 da Lei 8.987/95: 
Art. 40. A permissão de serviço público será formalizada mediante contrato de 
adesão, que observará os termos desta Lei, das demais normas pertinentes e do 
edital de licitação, inclusive quanto à precariedade e à revogabilidade unilateral do 
contrato pelo poder concedente. 
 Gabarito: Errado 
14. (Cespe ± MIN 2013) Um item que caracteriza a diferenciação entre permissão 
e concessão de serviço público é a delegação de sua prestação a título precário. 
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Comentário: Nos termos do art. 2º, IV da Lei 8.987, 
IV - permissão de serviço público: a delegação, a título precário, mediante 
licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa 
física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e 
risco. 
A doutrina critica bastante esse dispositivo da lei (assim como o art. 40, 
transcrito no comentário da questão anterior), por ele afirmar que a permissão 
de serviço público é formalizada por contrato e, ao mesmo tempo, possui 
natureza precária e pode ser revogada unilateralmente. Isso porque, segundo 
a doutrina, precariedade e revogabilidade são características de atos, e não de 
contratos. Tanto é verdade que o contrato de permissão, nos termos da lei, 
deverá ter prazo determinado e, se rescindido antes do termo, ensejará 
indenização do permissionário; portanto, não poderia ser chamado de 
precário. Tampouco poderia ser revogado, pois contrato não é revogado, e 
sim rescindido ou extinto; revogação é utilizada para suprimir atos 
administrativos, por razões de conveniência e oportunidade. A doutrina 
WDPEpP�FULWLFD�D�SDUWH�TXH�GL]�VHUHP�DV�SHUPLVV}HV�³FRQWUDWRV�GH�DGHVmR´��
porque, afinal, qualquer contrato administrativo é um contrato de adesão, 
sendo desnecessária a referência na lei. 
Não obstante a crítica da doutrina, na prova devemos considerar a letra 
da lei (a menos, é óbvio, se o enunciado mencionar a doutrina). Dessa forma, 
p�FRUUHWR�DILUPDU�TXH�DV�SHUPLVV}HV�VmR�³FRQWUDWRV�GH�DGHVmR´��³SUHFiULRV´�H�
³UHYRJiYHLV´� como na presente questão. 
 Gabarito: Certo 
15. (Cespe ± TCU 2011) Tanto a concessão quanto a permissão de serviço 
público serão feitas pelo poder concedente a pessoa física ou jurídica que 
demonstre capacidade para desempenho, por sua conta e risco. 
 Comentário: O contrato de concessão pode ser celebrado com pessoas 
jurídicas ou consórcio de empresas, mas não com pessoa física; já o contrato 
de permissão podeser celebrado com pessoas físicas ou jurídicas, mas não 
com consórcios. 
Gabarito: Errado 
16. (Cespe ± TCU 2011) A respeito da delegação de serviço público e do instituto 
da licitação para a correspondente outorga, julgue o item subsequente. 
Embora o instituto da permissão exija a realização de prévio procedimento 
licitatório, a legislação de regência não estabelece, nesse caso, a concorrência 
como a modalidade obrigatória, ao contrário do que prescreve para a concessão de 
serviço público. 
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 Comentário: Tanto as concessões como as permissões de serviços 
públicos exigem a realização de prévio procedimento licitatório. A diferença é 
que, nos termos da Lei 8.987/1995, as concessões são sempre realizadas na 
modalidade concorrência, enquanto as permissões não requerem modalidade 
específica, ou seja, outras modalidades podem ser adotadas, dependendo do 
valor e das características do contrato a ser celebrado. 
Gabarito: Certo 
A seguir, vamos estudar as diretrizes básicas previstas na 
Lei 8.987/1995, aplicáveis às concessões e permissões de serviços 
públicos. 
REQUISITOS DO SERVIÇO PÚBLICO ADEQUADO 
Os serviços públicos, por serem voltados aos membros da 
coletividade, devem obedecer a certos padrões compatíveis com o regime 
de direito público a que se sujeitam. Nesse sentido, o art. 6º da 
Lei �����������SUHFHLWXD�TXH�³Woda concessão ou permissão pressupõe a 
prestação de serviço adequado ao pleno atendimento dos usuários, 
conforme estabelecido nesta Lei, nas normas pertinentes e no respectivo 
contrato´. 
No §1º do mesmo art. 6º, a lei define serviço adequado como 
aquele que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, 
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua 
prestação e modicidade das tarifas. 
Tais requisitos do serviço público adequado são verdadeiros 
princípios a serem observados tanto pelo Poder Público concedente como 
pelos particulares delegatários. Vejamos a descrição dos principais 
atributos. 
Continuidade 
Também denominado de princípio da permanência, indica que os 
serviços públicos não devem sofrer interrupção, a fim de evitar que 
sua paralisação provoque, como às vezes ocorre, o colapso nas múltiplas 
atividades particulares (veja, por exemplo, o transtorno causado pela falta 
de energia, água ou sinal de celular). 
Entretanto, há exceções. Nos termos do art. 6º, §3º da 
Lei 8.987/1995, não caracteriza descontinuidade do serviço a sua 
interrupção: 
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¾ Em situação de emergência (ex: queda de raio na central elétrica); ou 
¾ Após prévio aviso, quando: 
ƒ motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das 
instalações (ex: manutenção periódica e reparos preventivos); e, 
ƒ por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da 
coletividade. 
A emergência, evidentemente, não pressupõe aviso prévio; caso 
contrário, não seria emergência. As outras duas situações, 
obrigatoriamente, exigem aviso antes da paralisação do serviço. 
Perceba que a lei possibilita a paralisação do serviço em razão do 
inadimplemento do usuário, após aviso prévio. É o caso, por exemplo, 
do corte de energia elétrica do usuário que não pagou a conta. 
Contudo, na hipótese de inadimplemento do usuário, a lei exige que 
VHMD� ³FRQVLGHUDGR� R� LQWHUHVVH� GD� FROHWLYLGDGH´�� ,VVR� VLJQLILFD� TXH� a 
concessionária ou permissionária não pode interromper a prestação do 
serviço quando isso implicar prejuízos à coletividade, ainda que o usuário 
esteja inadimplente, a exemplo da interrupção do fornecimento de energia 
para um hospital, escola ou delegacia. Nesses casos, ao invés de 
interromper o serviço, a concessionária de energia deverá cobrar a dívida 
no Poder Judiciário. 
Em relação ao princípio da continuidade, a doutrina costuma tratar de 
forma diferente os serviços obrigatórios e os serviços facultativos. 
Os serviços facultativos são os regidos pela Lei 8.987/1995, em 
que a remuneração é formalizada por tarifa (o cidadão usa se e quando 
quiser). Nesse caso, pela inadimplência do usuário, a concessionária pode 
suspender a prestação do serviço. 
Já em relação aos serviços obrigatórios, o usuário não tem a 
faculdade de escolher se paga ou não, pois são cobrados de forma 
compulsória mediante tributos (impostos ou taxas). Tais serviços não 
podem sofrer solução de continuidade, pois não é possível relacionar o 
tributo devido ao serviço prestado. Ademais, a Fazenda Pública conta com 
instrumentos hábeis de cobrança, como a inscrição em dívida ativa para 
futura execução do devedor. 
Finalizando, é importante destacar que o princípio da continuidade 
impossibilita a ³H[FHSWLR� QRQ� DGLPSOHWL� FRQWUDFWXV´ (exceção do 
contrato não cumprido) contra o Poder Público. Em outras palavras, nos 
contratos de serviços públicos, o descumprimento pelo poder concedente 
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não autoriza que a concessionária interrompa a execução dos serviços. 
Nos termos da Lei 8.987/1995, quando a inadimplência decorre do poder 
concedente, a interrupção dependerá de sentença judicial transitada 
em julgado. 
Atente para não confundir a regra dos serviços públicos com a 
prevista na Lei 8.666/1993. Nos contratos administrativos regidos pela 
Lei de Licitações, depois de 90 dias de inadimplência do Poder Público, 
faculta-se a interrupção dos serviços contratados. Nas concessões e 
permissões de serviços públicos, os particulares não possuem faculdade 
semelhante, devendo aguardar o trânsito em julgado da sentença judicial. 
 
17. (FGV ± OAB 2016) Determinada empresa apresenta impugnação ao edital de 
concessão do serviço público metroviário em determinado Estado, sob a alegação 
de que a estipulação do retorno ao poder concedente de todos os bens reversíveis 
já amortizados, quando do advento do termo final do contrato, ensejaria 
enriquecimento sem causa do Estado. Assinale a opção que indica o princípio que 
justifica tal previsão editalícia. 
A) Desconcentração. 
B) Imperatividade. 
C) Continuidade dos Serviços Públicos. 
D) Subsidiariedade. 
 Comentário: Com o advento do termo contratual, os bens reversíveis 
especificados no contrato passam à propriedade do poder concedente, a fim 
de assegurar a continuidade do serviço público prestado com aqueles bens. 
Logo, o princípio que justifica a previsão editalícia em tela é o princípio da 
continuidade dos serviços públicos. 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³F´� 
18. (Cespe ± TCU 2011) Se a prestação do serviço público vier a ser interrompida 
pela empresa concessionária por motivo de ordem técnica, o usuário terá o direito 
de exigir, judicialmente, o cumprimento da obrigação, visto que a interrupção 
motivada por motivo de ordem técnica caracteriza efetiva descontinuidade do 
serviço. 
 Comentário: Não há dúvida de que o princípio da continuidade deve ser 
observado na prestação dos serviços públicos. Contudo, existem situações 
excepcionais em que Lei 8.987 admite a interrupção do serviço. Vamos ver o 
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que diz a lei: 
Art. 6o Toda concessão ou permissão pressupõe a prestação de serviço adequado ao 
pleno atendimento dos usuários, conforme estabelecido nesta Lei, nas normaspertinentes e no respectivo contrato. 
§ 1o Serviço adequado é o que satisfaz as condições de regularidade, continuidade, 
eficiência, segurança, atualidade, generalidade, cortesia na sua prestação e 
modicidade das tarifas. 
§ 2o A atualidade compreende a modernidade das técnicas, do equipamento e das 
instalações e a sua conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço. 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em 
situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 Portanto, a interrupção por motivo de ordem técnica, desde que 
comunicada previamente, não caracteriza descontinuidade do serviço, de 
modo que o usuário não terá o direito de exigir judicialmente o cumprimento 
da obrigação. 
 Gabarito: Errado 
19. (Cespe ± OAB 2010) Júlia, que está desempregada, não conseguiu pagar a 
tarifa de energia elétrica de sua residência, referente ao mês de janeiro de 2010. 
Por esse motivo, o fornecimento de energia foi suspenso por ordem da diretoria da 
concessionária de energia elétrica, sociedade de economia mista. 
Considerando essa situação hipotética, assinale a opção correta. 
A) O fornecimento de energia elétrica à residência de Júlia não poderia ter sido 
suspenso em razão do inadimplemento, visto que, conforme entendimento do STJ, 
constitui serviço público essencial. 
B) A lei de regência autoriza a suspensão do serviço desde que haja prévia 
notificação do usuário. 
C) Lei estadual poderia, de forma constitucional, criar isenção dessa tarifa, nos 
casos de impossibilidade material de seu pagamento, como no caso do 
desemprego do usuário. 
D) Não caberia mandado de segurança contra o ato da diretoria da concessionária, 
porque ela não é autoridade pública. 
 Comentários: vamos analisar cada alternativa: 
 a) ERRADA. Ainda que seja um serviço público essencial, a 
jurisprudência do STJ admite a suspensão do fornecimento de energia 
elétrica em caso de inadimplência: 
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ENERGIA ELÉTRICA. SUSPENSÃO. ENTIDADE PÚBLICA. 
A Turma, ao prosseguir o julgamento, por maioria, proveu o recurso, entendendo que, 
embora inadimplente, cabe a suspensão do fornecimento de energia elétrica a 
prestador de serviço público essencial de interesse coletivo (art. 22 do 
CDC). REsp 628.833-RS, Rel. originário Min. José Delgado, Rel. para acórdão Min. 
Francisco Falcão, julgado em 22/6/2004. 
 b) CERTA, nos termos do art. 6º, §3º da Lei 8.987/95: 
§ 3o Não se caracteriza como descontinuidade do serviço a sua interrupção em 
situação de emergência ou após prévio aviso, quando: 
I - motivada por razões de ordem técnica ou de segurança das instalações; e, 
 II - por inadimplemento do usuário, considerado o interesse da coletividade. 
 c) ERRADA. Segundo a jurisprudência do STF, uma lei estadual não 
poderia alterar as condições da relação contratual de concessões de serviços 
públicos federais e municipais. No caso, o serviço de energia elétrica é um 
serviço público de titularidade da União, portanto, não poderia sofrer a 
interferência de uma lei estadual. Veja: 
"EMENTA: Ação direta de inconstitucionalidade. Arguição de inconstitucionalidade da 
Lei 11.462, de 17.04.2000, do Estado do Rio Grande do Sul. Pedido de liminar. 
Plausibilidade jurídica da arguição de inconstitucionalidade com base na alegação de 
afronta aos artigos 175, caput, e parágrafo único, I, III e V, e 37, XXI, todos da 
Constituição Federal, porquanto Lei estadual, máxime quando diz respeito à 
concessão de serviço público federal e municipal, como ocorre no caso, não 
pode alterar as condições da relação contratual entre o poder concedente e os 
concessionários sem causar descompasso entre a tarifa e a obrigação de 
manter serviço adequado em favor dos usuários. Caracterização, por outro lado, 
do periculum in mora. Liminar deferida, para suspender, ex nunc, a eficácia da Lei n.º 
11.462, de 17.04.2000, do Estado do Rio Grande do Sul" (ADI 2299 MC, Relator(a): 
min. Moreira Alves, Tribunal Pleno, julgado em 28/03/2001, DJ 29-08-2003 PP- 00017 
EMENT VOL-02121-03 PP-00420). 
 d) ERRADA. Ao contrário do que afirma o item, é possível sim a 
interposição de mandado de segurança contra ato da diretoria de 
concessionária de serviço público. É o que diz a jurisprudência do STF: 
Recurso especial. Processual civil. Mandado de Segurança. Ato praticado por 
dirigente de sociedade de economia mista. Corte de energia elétrica. Possibilidade de 
impugnação pela via mandamental. Recurso provido. 1. É impugnável, por 
Mandado de Segurança, o ato de autoridade dirigente de Sociedade de 
Economia Mista, quando praticado com abuso e de forma ilegal. In casu, trata-
se de ato do Superintendente de Distribuição Norte das Centrais Elétricas de 
Goiás (CELG) e seu representante local, que visando a compelir o recorrente ao 
pagamento de contas em atraso, determinou a supressão do fornecimento de 
energia elétrica em outras unidades ao mesmo pertencentes, que estavam com 
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o seu pagamento em dia, constituindo tal prática, medida passível de 
impugnação pela via mandamental. 2. Tem-se, atualmente, procurado emprestar 
ao vocábulo autoridade o conceito mais amplo possível para justificar a impetração de 
Mandado de Segurança, tendo a lei adicionado-lhe o expletivo ''seja de que natureza 
for'' (REsp 84.082/RS, Rel. min. Demócrito Reinaldo). 3. Recurso Especial a que se 
dá provimento" (REsp 174.085/GO, Rel. Ministro José Delgado, Primeira Turma, 
julgado em 18/08/1998, DJ 21/09/1998 p. 96). 
 *DEDULWR��DOWHUQDWLYD�³E´ 
 
Atualidade 
O princípio da atualidade é o único que possui definição na 
Lei 8.987/1995. 
Segundo o art. 6º, §2º da lei, a atualidade compreende a 
³modernidade das técnicas, do equipamento e das instalações e a sua 
conservação, bem como a melhoria e expansão do serviço´� 
Em outras palavras, os serviços públicos devem ser continuamente 
atualizados, assimilando novas tecnologias e tendências, evitando-se a 
obsolescência. A doutrina costuma denominá-lo de princípio do 
aperfeiçoamento, da adaptabilidade ou da mutabilidade, também 
sendo reconhecido como cláusula do progresso. 
Generalidade 
Por força dos princípios da generalidade e da universalidade, os 
serviços públicos devem ser prestados, sem discriminação, a todos que 
satisfaçam as condições para sua obtenção, sendo imprescindível a 
observância de um padrão uniforme em relação aos administrados 
(princípio da igualdade ou neutralidade). 
Nota-se, assim, um duplo sentido quanto ao princípio. De um lado, os 
serviços públicos devem ser prestados ao maior número possível de 
usuários, é dizer, deve ter o máximo de amplitude. Por outro lado, a 
prestação de serviço público não deve conter discriminações, quando, 
é claro, as condições entre os usuários sejam técnica e juridicamente 
idênticas. Em última análise, nada mais representa do que um específico 
desdobramento do princípio da isonomia. 
Embora a regra geral seja a concessionária ou permissionária cobrar 
tarifas uniformes para um mesmo serviço por ela prestado, é 
importante ressaltar que o art. 13 da Lei 8.987/1995 prevê a possibilidade 
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de cobrança de tarifas diferenciadas em função das característicastécnicas e dos custos específicos provenientes do atendimento aos 
distintos segmentos de usuários. A concessão de qualquer benefício 
tarifário somente poderá ser atribuída a uma classe ou coletividade de 
usuários dos serviços (ex: gratuidade aos maiores de 65 anos nos 
transportes coletivos ± CF. art. 230), sendo vedado, sob qualquer 
pretexto, o benefício singular, a um único indivíduo. 
Frise-se que a estabelecimento de tarifas diferenciadas com base nos 
critérios previstos na lei não importa ofensa ao princípio da generalidade 
ou da igualdade. Aqui vale a máxima de que os desiguais devem ser 
tratados desigualmente na medida em se desigualam. 
Por fim, em observância ao princípio da generalidade, a 
Lei 9.074/1995 estabelece que a concessionária ou permissionária deverá 
atender o mercado de forma abrangente, sem exclusão das populações de 
baixa renda e das áreas de baixa densidade populacional inclusive as 
rurais. 
 
20. (Cespe ± TCU 2011) Nos contratos de concessão de serviço público, vigora a 
regra da unicidade da tarifa, vedado o estabelecimento de tarifas diferenciadas em 
função das características técnicas e dos custos específicos, ressalvados os casos 
provenientes do atendimento a segmentos idênticos de usuários que, pelo vulto dos 
investimentos, exijam tal distinção. 
 Comentário: Nos termos do art. 13 da Lei 8.987/1995, podem sim ser 
cobradas tarifas diferenciadas em função das características técnicas e dos 
custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de 
usuários. Veja bem: as tarifas diferenciadas visam a atender os segmentos 
distintos de usuários, e não os idênticos, como afirma o quesito. Em relação 
aos usuários que estejam em idêntica situação, a regra é a cobrança de tarifas 
uniformes, como consequência do princípio da generalidade. Vejamos o que 
diz a lei: 
Art. 13. As tarifas poderão ser diferenciadas em função das características técnicas 
e dos custos específicos provenientes do atendimento aos distintos segmentos de 
usuários. 
 Gabarito: Errado 
 
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Modicidade de tarifas 
O prestador do serviço público deve ser remunerado de maneira 
razoável, a fim de assegurar o equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato. Contudo, os usuários não devem ser onerados de maneira 
excessiva, ou seja, as tarifas devem ser módicas, acessíveis. 
Com efeito, o Poder Público, ao fixar a remuneração das prestadoras, 
deve aferir o poder aquisitivo dos usuários, para que eles não fiquem 
privados do serviço em razão de dificuldades financeiras. Inclusive, com o 
propósito de manter a tarifa cada vez mais atrativa e acessível, a 
Lei 8.987/1995 permite que, nos termos do edital da licitação, as 
concessionárias explorem receitas alternativas, complementares, 
acessórias ou de projetos associados, que poderão ser geradas com a 
concessão, a exemplo da exploração de lanchonetes e estacionamentos 
nos aeroportos ou de outdoors nas rodovias. 
 
21. (Cespe ± PRF 2012) A prestação de serviços públicos deve dar-se mediante 
taxas ou tarifas justas, que proporcionem a remuneração pelos serviços e garantam 
o seu aperfeiçoamento, em atenção ao princípio da modicidade. 
 Comentário: A questão apresenta a definição correta do princípio da 
modicidade, pelo qual os serviços públicos devem ser prestados a preços 
razoáveis, ao alcance de seus destinatários. 
 Gabarito: Certo 
22. (Cespe ± TCU 2011) Acerca de contrato de concessão de serviço público, 
julgue o item que se segue. 
Na referida espécie de contrato, a tarifa deve ser fixada de modo a assegurar ao 
concessionário a justa remuneração do capital e o equilíbrio econômico e financeiro, 
uma vez que a lei não admite a fixação de outras fontes financeiras no contrato. 
 Comentário: Com vistas a favorecer a modicidade das tarifas cobradas 
dos usuários, o edital de licitação e o contrato poderão permitir que o 
concessionário explore fontes alternativas de receita, como propagandas em 
outdoors e aluguel de espaços. Em outras palavras, a justa remuneração do 
investimento feito pela concessionária e o equilíbrio econômico-financeiro do 
contrato não precisam advir apenas da cobrança de tarifas, fato que 
certamente contribui para a redução destas. Sobre o assunto, vamos ver o 
que diz a Lei 8.987/1995: 
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Art. 11. No atendimento às peculiaridades de cada serviço público, poderá o poder 
concedente prever, em favor da concessionária, no edital de licitação, a possibilidade 
de outras fontes provenientes de receitas alternativas, complementares, 
acessórias ou de projetos associados, com ou sem exclusividade, com vistas a 
favorecer a modicidade das tarifas, observado o disposto no art. 17 desta Lei. 
Art. 23. São cláusulas essenciais do contrato de concessão as relativas: 
(...) 
VI - as possíveis fontes de receitas alternativas, complementares ou acessórias, 
bem como as provenientes de projetos associados; 
 Gabarito: Errado 
LICITAÇÃO PRÉVIA 
O art. 175 da Constituição Federal é expresso ao estabelecer que as 
concessões e permissões de serviço público devem ser sempre 
precedidas de licitação. 
Desse modo, o Estado não pode escolher livremente o concessionário 
ou permissionário de seus serviços; este deverá ser selecionado mediante 
a realização de processo licitatório. 
Sobre o tema, Maria Sylvia Di Pietro ensina que não se aplicam às 
licitações para concessão de serviço público os casos de dispensa 
previstos na Lei 8.666; contudo, esclarece a autora, admite-se a 
declaração de inexigibilidade, desde que se demonstre a inviabilidade 
de competição7. 
Além de o procedimento licitatório ser, de regra, obrigatório, deve o 
certame guiar-se por todos os princípios correlatos, como legalidade, 
moralidade, publicidade, igualdade, publicidade, igualdade, julgamento 
objetivo e vinculação ao instrumento convocatório. 
A Lei 8.987/1995 exige que a licitação prévia às concessões seja 
realizada exclusivamente na modalidade concorrência. Diversamente, 
quanto às permissões de serviços públicos, a lei não define a modalidade 
a ser utilizada. Por isso, a doutrina admite que, nas permissões, outras 
 
7 A Lei 9.472/1997 (art. 91), que instituiu a Anatel, prevê expressamente a possibilidade de 
inexigibilidade de licitação para outorga de concessão de serviço público de telecomunicações, nos 
casos em que a disputa for considerada inviável (quando apenas um interessado puder realizar o serviço) 
ou desnecessária (quando se admita a exploração do serviço por todos os interessados). Detalhe é que a 
lei estipula que o procedimento para verificação da inexigibilidade compreenderá chamamento público 
para apurar o número de interessados. 
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modalidades, além da concorrência, podem ser adotadas, dependendo do 
valor e das características do contrato a ser celebrado. 
 Em alguns casos, é facultado o uso do leilão previamente a 
determinadas concessões de serviços públicos. É o exemplo 
do leilão para promover a privatização de pessoas jurídicas 
sob controle direto ou indireto da União, simultaneamente com a outorga de nova 
concessão (art. 27 da Lei 9.074/1995) e as concessões de geração, transmissão e 
distribuição de energia elétrica (art. 8º da Lei 12.783/2013). 
Quanto ao procedimento da licitação,

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