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01 INTRODUCAO CONC DE PESSOAS E DE CRIMES 2017.1

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DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 1 
 
PLANO DE DISCIPLINA 
 Concurso de Pessoas (arts. 29 a 31) 
 Concurso de Crimes (arts. 69 a 76) 
 Teoria da Pena (arts. 32 a 68; 77 a 90) 
 Efeitos da Condenação (arts. 91 a 92) 
 Reabilitação (arts. 93 a 95) 
 Medidas de Segurança (arts. 96 a 99) 
 Ação Penal (arts. 100 a 106) 
 Extinção da Punibilidade (arts. 107/108;119/120) 
 Prescrição (arts. 109 a 118) 
METODOLOGIA: 
O conteúdo programático será transmitido por meio de aulas expositivas, práticas e 
debates em sala de aula e aplicação de testes e/ou trabalhos individuais ou em grupo, 
além de todo o conteúdo disponibilizado pela Estácio, para uma melhor fixação da 
matéria. 
AVALIAÇÃO: 
As avaliações serão aplicadas no transcorrer desta disciplina e pautar-se-ão conforme o 
Regimento Interno desta IES (AV1, AV2, AV3). 
BIBLIOGRAFIA 
 Rogério Greco 
 Luiz Flávio Gomes 
 Zaffaroni/Pierangeli 
 Nucci 
 Damásio 
 Cezar Bitencourt 
 Flávio Augusto Monteiro de Barros 
 Mirabete 
 Fragoso 
 Capez 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 2 
 
PLATAFORMA ESTÁCIO 
 
 Livro Proprietário Estácio (Bruno Gilaberte Freitas) 
 Conteúdo Interativo 
 Leituras complementares 
 Vídeo-aulas (TV Justiça/Estácio) 
 Caso concreto 
 Avaliando 
 
 CONCURSO DE PESSOAS 
(CP, ARTS. 29 A 31) 
O crime (unissubjetivo) pode ser praticado: 
i) individualmente 
ii) por uma pluralidade de pessoas 
• CONJUNTAMENTE 
 Autoria/Co-Autoria 
• ATRAVÉS DE TERCEIRO, ATUANDO COMO INSTRUMENTO DO AGENTE 
 Autoria Mediata 
• COM COLABORAÇÃO SECUNDÁRIA DE OUTRAS PESSOAS 
 Participação 
CONCURSO DE PESSOAS - Requisitos 
i) Pluralidade de condutas 
ii) Relevância causal de cada conduta 
iii) Identidade de infração penal 
iv) Liame subjetivo 
AUTORIA MEDIATA 
Autor mediato é o agente que se utiliza de outra pessoa, como instrumento, para realização da 
conduta típica. 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 3 
 
• o executor age como “longa manus” do agente 
• não há, tecnicamente, concurso de pessoas 
• a ação delituosa pertence integralmente a quem se serve do executor 
 
AUTOR/PARTICIPE - DISTINÇÃO 
1) Extensiva (Subjetiva ou Unitária) 
todos que concorrem para o crime são considerados autores (ex. CP de 1940, art. 25) 
2) Restritiva 
2.1 Teoria objetiva formal 
Autor: quem realiza a conduta típica 
Partícipe: quem, sem realizar a conduta típica, contribui para a ação delituosa 
Adeptos: Fragoso, Aníbal Bruno, Federico Marques, Mirabete, Nucci, Capez 
2.2 Teoria do domínio do fato (objetivo-subjetiva) 
Autor: quem detém o domínio do fato (poder de decisão) 
Partícipe: quem, sem realizar a conduta típica, contribui para a ação delituosa, desde que não 
tenha o domínio do fato 
Adeptos: Roxin, Welzel, Zaffaroni, Alberto Silva Franco, Damásio, Luiz Flávio Gomes 
Problema: não se aplica aos delitos culposos nem aos omissivos 
Doutrina Alemã: Crimes dolosos: domínio do fato 
 Delitos culposos: teoria unitária 
CONCURSO DE PESSOAS – natureza jurídica 
Teoria Unitária, Monista ou Igualitária: Há apenas um crime para autores e partícipes 
Teoria Dualista: Há um crime para autores e outro para partícipes 
Teoria Pluralista: Há tantos crimes quantos forem os agentes do fato criminoso 
TEORIA ADOTADA PELO CP 
CP: Art. 29 - Quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este 
cominadas, na medida de sua culpabilidade. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) – 
Teoria monista mitigada 
CONCURSO DE PESSOAS - Exceções à Teoria Unitária 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 4 
 
1) Cooperação dolosamente distinta (CP, art. 29, § 2º): 
“Se algum dos concorrentes quis participar de crime menos grave, ser-lhe-á aplicada a pena 
deste; essa pena será aumentada até metade, na hipótese de ter sido previsível o resultado 
mais grave.” 
2) CP, arts. 124 e 126 
Aborto provocado pela gestante ou 
com seu consentimento 
Aborto provocado por terceiro 
Art. 124 - Provocar aborto em si 
mesma ou consentir que outrem lho 
provoque: 
Pena - detenção, de um a três anos. 
Art. 126 - Provocar aborto com o 
consentimento da gestante: 
Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 
3) CP, arts. 342 e 343: STJ - RESP 169.212 (1999), HC 30858 (2006) / STF - HC 75037 
(1997), RHC 81327 (2001) 
STJ – RESP 169212 (1999): 
PENAL. CONCURSO DE AGENTES. NATUREZA JURÍDICA. TEORIA UNITÁRIA. EXCEÇÃO 
PLURALÍSTICA. FALSO TESTEMUNHO. PARTICIPAÇÃO DE ADVOGADO. 
IMPOSSIBILIDADE. 1. O ordenamento jurídico pátrio adotou, no concernente à natureza 
jurídica do concurso de agentes, a teoria unitária ou monista, segundo a qual todos 
aqueles que concorrem para o crime, incidem nas penas a ele cominadas (art. 29, do 
CP). Entretanto, exceções pluralísticas há em que o próprio Código Penal, desmembrando as 
condutas, cria tipos diferentes. É, por exemplo, o caso do falso testemunho, hipótese em 
que a testemunha que faz afirmação falsa responde pelo delito do art. 342 e quem dá, 
oferece ou promete dinheiro ou outra vantagem para que aquela cometa o falso no 
processo penal, incide nas penas do art. 343. Precedente da Corte. 2. Na espécie, a 
conduta da recorrida (advogada) é atípica, porquanto limitou-se a instruir a testemunha a 
dizer isso ou aquilo em juízo trabalhista sem, frise-se, conforme restou consignado pelo 
acórdão recorrido, dar, oferecer ou prometer qualquer vantagem. 3. Recurso especial não 
conhecido. 
 
STJ – HC 30858 (2006): 
HABEAS CORPUS. INÉPCIA DA DENÚNCIA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. FALSO 
TESTEMUNHO. COAÇÃO NO CURSO DO PROCESSO. PARTICIPAÇÃO DO ADVOGADO. 
GRAVE AMEAÇA. EXAME APROFUNDADO DE PROVAS. 1. Se a questão da inépcia da 
denúncia não foi enfrentada pelo Tribunal de origem, tampouco ali suscitada, não pode ser 
examinada, agora, por esta Corte, sob pena de supressão de instância. 2. O Superior 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 5 
 
Tribunal de Justiça firmou compreensão de que, apesar do crime de falso testemunho 
ser de mão própria, pode haver a participação do advogado no seu cometimento. 3. Os 
argumentos relativos à falta de provas para a condenação e à inexistência de grave ameaça a 
configurar o delito de coação no curso do processo não podem ser analisados na via estreita 
do habeas corpus por exigirem exame aprofundado de provas. 4. Ordem conhecida em parte e 
denegada. 
 
STF – HC 75037 (1997): 
EMENTA: HABEAS-CORPUS. CO-AUTORIA ATRIBUÍDA A ADVOGADO EM CRIME DE 
FALSO TESTEMUNHO. POSSIBILIDADE. Advogado que instrui testemunha a apresentar 
falsa versão favorável à causa que patrocina. Posterior comprovação de que o depoente 
sequer estava presente no local do evento. Entendimento desta Corte de que é possível, em 
tese, atribuir a advogado a co-autoria pelo crime de falso testemunho. Habeas-Corpus 
conhecido e indeferido. 
 
STF – RHC 81327 (2001): 
EMENTA: Recurso ordinário. Habeas corpus. Falso testemunho (art. 342 do CP). Alegação de 
atipicidade da conduta, consistente em depoimento falso sem potencialidade lesiva. Aferição 
que depende do cotejo entre o teor do depoimento e os fundamentos da sentença. Exame dematéria probatória, inviável no âmbito estreito do writ. Co-autoria. Participação. Advogado que 
instrui testemunha a prestar depoimento inverídico nos autos de reclamação trabalhista. 
Conduta que contribuiu moralmente para o crime, fazendo nascer no agente a vontade 
delitiva. Art. 29 do CP. Possibilidade de co-autoria. Relevância do objeto jurídico tutelado 
pelo art. 342 do CP: a administração da justiça, no tocante à veracidade das provas e ao 
prestígio e seriedade da sua coleta. Relevância robustecida quando o partícipe é 
advogado, figura indispensável à administração da justiça (art. 133 da CF). Circunstâncias que 
afastam o entendimento de que o partícipe só responde pelo crime do art. 343 do CP. Recurso 
ordinário improvido. 
 
PARTICIPAÇÃO 
Moral (Induzimento – faz nascer a idéia; Instigação – reforça idéia existente) 
Material Auxílio (cumplicidade) 
PARTICIPAÇÃO – Teorias (natureza jurídica e punição do partícipe) 
Acessoriedade da participação: CP, art. 31. 
Acessoriedade mínima: basta que a conduta do autor seja típica 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 6 
 
Acessoriedade limitada: exige que a conduta do autor seja típica e ilícita (DOUTRINA 
MAJORITÁRIA) 
Acessoriedade máxima (extremada): exige que a conduta do autor seja típica, ilícita e 
culpável 
Hiperacessoriedade: exige que a conduta do autor seja típica, ilícita, culpável, incluindo 
circunstâncias pessoais (ex.: agravantes e atenuantes) 
AUTORIA – CONCEITOS 
Autoria colateral: quando não há nenhum vínculo subjetivo entre os autores do crime 
Autoria incerta: quando, na autoria colateral, não é possível descobrir a ação determinante do 
crime (≠ autoria ignorada) 
CO-AUTORIA 
Co-autor intelectual: tem o domínio do fato (autor de escritório – atividade de planejamento) 
Co-autor executor: realiza diretamente a conduta típica 
Co-autor funcional: colabora com a execução (estando no cenário da execução do crime), 
sem realizar diretamente a conduta típica. 
Exemplo: assalto a agência bancária. 
CONCURSO DE PESSOAS EM DELITOS CULPOSOS 
Co-autoria – Ok (doutrina majoritária) 
Participação – Não (Há autores que admitem participação culposa em delito culposo – Greco, 
Capez) 
STJ – HC 40474: 
HABEAS CORPUS. PENAL E PROCESSUAL PENAL. HOMICÍDIO CULPOSO. DELITO DE 
TRÂNSITO. CO-AUTORIA. POSSIBILIDADE. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE NEXO 
CAUSAL ENTRE O COMPORTAMENTO DO PACIENTE E O EVENTO DANOSO. 
NECESSIDADE DE DILAÇÃO PROBATÓRIA. VIA INADEQUADA. 1. É perfeitamente 
admissível, segundo o entendimento doutrinário e jurisprudencial, a possibilidade de 
concurso de pessoas em crime culposo, que ocorre quando há um vínculo psicológico na 
cooperação consciente de alguém na conduta culposa de outrem. O que não se admite nos 
tipos culposos, ressalve-se, é a participação. Precedentes desta Corte. 2. Afigura-se 
inviável, conforme pretende o Impetrante, reconhecer, na via estreita do writ, a ausência, por 
falta de provas, do nexo causal entre o comportamento culposo do paciente - reconhecido na 
sentença - ao acidente em questão, uma vez que demandaria, necessariamente, a análise 
aprofundada do conjunto probatório dos autos. 3. Habeas Corpus denegado. 
 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 7 
 
CONCURSO DE PESSOAS EM CRIME OMISSIVO 
Co-autoria – não há consenso 
Participação – não há consenso 
Luiz Flávio Gomes: é possível participação nos omissivos impróprios 
Bitencourt: é possível coautoria e participação nos omissivos (próprios/impróprios) 
CONCURSO DE PESSOAS – Punibilidade 
Regra: CP, art. 29, caput 
Participação de menor importância: CP, art. 29, § 1º. 
Circunstâncias/condições pessoais: CP, art. 30 
Incomunicáveis: se não forem elementares 
Comunicáveis: se constituírem elementares do crime 
Exemplos: 
1) A, por motivo fútil, com ajuda de B, mata C: A, responde por homicídio qualificado, B 
responde por homicídio simples. 
2) A, funcionário público, em razão do cargo, desvia bem móvel, com a ajuda de B, que 
não é funcionário: A e B respondem por peculato – CP, art. 321 
CASOS CONCRETOS ESTÁCIO/CEUT (semana 1) 
1) Ricardo, menor inimputável, com 14 anos de idade, disse para Lúcio, maior deidade, que pretendia 
subtrair aparelhos de som (CD player) do interior de um veículo. Para tanto, Lúcio emprestou-lhe uma 
chave falsa, plenamente apta a abrir a porta de qualquer automóvel. Utilizando a chave, Ricardo 
conseguiu seu intento. Na situação acima narrada, quem é partícipe de furto executado por menor de 
idade responde normalmente por esse crime? Fundamente sua resposta de acordo com teoria adotada 
pelo Código Penal quanto à natureza jurídica da participação (135° Exame de Ordem/SP – 2ª Fase 
Cespe/UnB). 
2) Caio, com a intenção de matar, coloca na xícara de chá servida a Tício certa dose de veneno. Mévio, 
igualmente interessado na morte de Tício, desconhecendo a ação de Caio, também coloca certa dose 
de veneno na mesma xícara. Tício vem a falecer por efeito combinado das duas doses ingeridas, já que 
cada uma delas, isoladamente, seria insuficiente para produzir a morte, segundo conclusão da perícia. 
Caio e Mévio agiram individualmente, cada um desconhecendo o plano, a intenção e a conduta do 
outro. (MPF- Procurador da República. 1ª Fase. XII Concurso). 
a) Caio e Mévio respondem como co-autores, por homicídio doloso, qualificado, consumado. 
b) Caio e Mévio respondem por lesão corporal dolosa, seguida de morte. 
c) Caio e Mévio respondem cada um, por homicídio culposo. 
d) Caio e Mévio respondem por tentativa de homicídio doloso, qualificado. 
 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 8 
 
3) Bruno, previamente ajustado com Eduardo, subtrai dinheiro de entidade paraestatal, valendo-se da 
facilidade que lhe proporciona o cargo que nela exerce, circunstancia, entretanto desconhecida de 
Eduardo. Mais tarde, em local seguro, dividem o produto do crime, quando são surpreendidos pela 
Polícia e presos em flagrante, sendo apreendido todo o dinheiro subtraído, enfim devolvido à vítima. 
Entende-se que: (Promotor de Justiça/SP). 
a) Bruno e Eduardo cometeram peculato consumado. 
b) Bruno cometeu peculato e Eduardo cometeu furto, consumados. 
c) Bruno e Eduardo cometeram furto tentado. 
d) Bruno e Eduardo cometeram furto consumado. 
e) Bruno cometeu apropriação indébita e Eduardo cometeu furto. 
CONCURSO DE CRIMES (CP, ARTS. 69 A 76) 
Ocorre quando o sujeito com uma ou várias condutas comete vários crimes. 
Espécies: 
Material: várias condutas, vários crimes 
Formal: uma conduta, vários crimes 
Crime continuado: várias condutas, vários crimes 
Concurso material (art. 69, CP) 
Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja 
incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro 
aquela. 
Requisitos: Várias condutas 
 Vários crimes 
Espécies: Homogêneo: crimes idênticos 
 Heterogêneo: crimes diferentes 
Aplicação da pena: Cumulativamente (soma) 
Concurso formal (art. 70, CP) 
Art. 70 - Quando o agente, mediante uma só ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, 
idênticos ou não, aplica-se-lhe a mais grave das penas cabíveis ou, se iguais, somente uma 
delas, mas aumentada, em qualquer caso, de um sexto até metade. As penas aplicam-se, 
entretanto, cumulativamente, se a ação ou omissão é dolosae os crimes concorrentes resultam de 
desígnios autônomos, consoante o disposto no artigo anterior. 
Requisitos: Uma conduta 
 Vários crimes 
Espécies: Homogêneo: crimes idênticos 
 Heterogêneo: crimes diferentes 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 9 
 
 Perfeito: não há desígnios autônomos 
 Imperfeito: conduta dolosa com desígnios autônomos 
Aplicação da pena: Sistema da exasperação 
Exemplos: arts. 73, parte final, e 74, parte final, CP. 
Exceções: parte final art. 70 (concurso formal imperfeito) e p. único, art. 70 - Não poderá a pena 
exceder a que seria cabível pela regra do art. 69 deste Código (concurso material benéfico) 
CRIME CONTINUADO 
Art. 71 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes da 
mesma espécie e, pelas condições de tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem 
os subsequentes ser havidos como continuação do primeiro, aplica-se-lhe a pena de um só dos crimes, 
se idênticas, ou a mais grave, se diversas, aumentada, em qualquer caso, de um sexto a dois terços. 
REQUISITOS: 
 Várias condutas (mais de uma conduta) 
 Mais de um crime da mesma espécie (doutrina majoritária: mesmo tipo penal) 
 Requisitos (doutrina e jurisprudência do STF e STJ) – Teorias: 
 Objetiva: necessidade apenas dos requisitos objetivos - condições de tempo, lugar, 
maneira de execução e outras semelhantes 
 Subjetiva: necessidade apenas do requisito subjetivo - unidade de desígnios 
 Teoria Objetivo-Subjetiva: necessidade dos requisitos objetivos e subjetivo 
STF –HC 101049: HABEAS CORPUS. DIREITO PENAL. CRIME CONTINUADO. NECESSIDADE DE 
PRESENÇA DOS ELEMENTOS OBJETIVOS E SUBJETIVOS. REITERAÇÃO HABITUAL. 
DESCARACTERIZAÇÃO. ORDEM DENEGADA. 1. Para a caracterização do crime continuado faz-se 
necessária a presença tanto dos elementos objetivos quanto subjetivos. 2. Constatada a reiteração 
habitual, em que as condutas criminosas são autônomas e isoladas, deve ser aplicada a regra do 
concurso material de crimes. (...) 
STJ – HC 141744: (...) II. A jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido da aplicação da teoria 
objetiva-subjetiva, pela qual o reconhecimento da continuidade delitiva dependente tanto do 
preenchimento dos requisitos objetivos (tempo, modus operandi, lugar, etc.), como do elemento 
subjetivo, qual seja, a unidade de desíginos. III. A mera reiteração criminosa não é suficiente para a 
incidência do art. 71 do Estatuto Punitivo. 
Natureza jurídica: 
Unidade real: os diversos fatos constituem crime único 
Ficção jurídica: os diversos fatos, por ficção jurídica, constituem crime único 
Teoria mista: o crime continuado é modalidade própria de delito 
 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 10 
 
STF – HC 91370: DIREITO PENAL. CRIMES DE ESTUPRO E ATENTADO VIOLENTO AO PUDOR. 
MESMA VÍTIMA. CONCURSO MATERIAL (E NÃO CRIME CONTINUADO). 1. O Direito Penal 
brasileiro encampou a teoria da ficção jurídica para justificar a natureza do crime continuado (art. 
71, do Código Penal). Por força de uma ficção criada por lei, justificada em virtude de razões de 
política criminal, a norma legal permite a atenuação da pena criminal, ao considerar que as 
várias ações praticadas pelo sujeito ativo são reunidas e consideradas fictamente como delito 
único. 
STJ – HC 50157: (...) A continuidade delitiva consiste em uma ficção jurídica orientada a punir o 
agente pela prática de um “delito único”, se preenchidos os pressupostos legais, não obstante 
tenha cometido, de fato, diversos crimes. (...) 
CLASSIFICAÇÃO 
Art. 71 - (crime continuado comum) 
STF – SÚMULA 605 - NÃO SE ADMITE CONTINUIDADE DELITIVA NOS CRIMES CONTRA A VIDA. 
(sem efeito, após Lei 7.209/84 – STF HC 77786) 
Parágrafo único - Nos crimes dolosos, contra vítimas diferentes, cometidos com violência ou grave 
ameaça à pessoa, poderá o juiz, considerando a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a 
personalidade do agente, bem como os motivos e as circunstâncias, aumentar a pena de um só dos 
crimes, se idênticas, ou a mais grave, se diversas, até o triplo, observadas as regras do parágrafo único 
do art. 70 e do art. 75 deste Código. (crime continuado específico) 
STF – SÚMULA 711 - A LEI PENAL MAIS GRAVE APLICA-SE AO CRIME CONTINUADO OU AO 
CRIME PERMANENTE, SE A SUA VIGÊNCIA É ANTERIOR À CESSAÇÃO DA CONTINUIDADE OU 
DA PERMANÊNCIA. 
CASOS CONCRETOS ESTÁCIO/CEUT (semana 2) 
1) Hercílio e Arnaldo, em unidade de desígnios e fortemente armados, no dia 15 de março de 
2011, por volta das 23h, invadiram a residência de Hélio e Maria Rosa, na zona rural de Nova 
Iguaçu de Goiás, amarraram o casal e seus dois filhos, Vitória e Lélio, de 12 e 8 anos, 
cerceando sua liberdade pelo período de duas horas, causando-lhes extremo temor e traumas 
indeléveis. Durante o referido lapso temporal, os agentes vasculharam toda a casa e 
separaram alguns bens que a guarneciam (televisão, aparelho de som e alguns 
eletrodomésticos) para posterior subtração. Findo este prazo, levaram o casal à área externa 
da residência, com mãos e pés amarrados, os obrigaram a se ajoelhar no gramado e 
desferiram-lhes dois tiros pelas costas, tendo as vítimas morridas instantaneamente. Do feito, 
Hercílio e Arnaldo restaram denunciados e condenados pelos delitos de latrocínio consumado 
(roubo seguido de morte) em concurso formal de crimes. Inconformados com a decisão 
proferida interpuseram apelação criminal com vistas à reforma do julgado e conseqüente 
descaracterização da incidência do art.70, do Código Penal, sob o argumento de que apenas 
ocorrera uma subtração patrimonial e a morte de duas vítimas, o que configuraria crime único 
de latrocínio e não concurso formal impróprio. Ante o exposto, com base nos estudos 
realizados sobre o tema concurso de crimes responda de forma objetiva e fundamentada: A 
pretensão dos agentes é procedente? 
 
2) Simplício ingressou em um ônibus linha Centro Jardim Violeta, no centro da cidade do Rio 
de Janeiro com o dolo de subtrair pertences dos passageiros. Meia hora após o ingresso no 
ônibus sentou ao lado de um passageiro que cochilava e subtraiu-lhe a carteira dentro da 
DIREITO PENAL II (PARTE GERAL) - RESUMO ESQUEMÁTICO - Prof. PEDRO VIEIRA 
 
Material sujeito a alterações/correções em sala de aula 11 
 
mochila sem que ele percebesse. Em seguida, com emprego de grave ameaça, atemorizou 
Abrilina e Lindolfo, obrigando-os a entregar seus celulares. Ante o exposto, sendo certo que, no 
caso do primeiro passageiro Simplício praticou o delito de furto e, no caso de Abrilina e 
Lindolfo, os delitos de roubo, diferencie de forma objetiva e fundamentada concurso material e 
concurso formal de crimes a partir dos sistemas de aplicação de pena adotados em cada 
instituto e apresente o sistema aplicável ao caso concreto. 
 
3) (VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO TIPO 1 BRANCO. QUESTÃO 61) Otelo objetiva matar 
Desdêmona para ficar com o seguro de vida que esta havia feito em seu favor. Para tanto, 
desfere projétil de arma de fogo contra a vítima, causando-lhe a morte. Todavia, a bala 
atravessa o corpo de Desdêmona e ainda atinge Iago, que passava pelo local, causando-lhe 
lesões corporais. Considerando-se que Otelo praticou crime de homicídio doloso qualificado 
em relação à Desdêmona e, por tal crime, recebeu pena de 12 anos de reclusão, bem como 
que praticou crime de lesão corporal leve em relação a Iago, tendo recebido pena de 2 meses 
de reclusão, é correto afirmar que: 
 
a) o juiz deverá aplicar a pena mais grave e aumentá-la de um sexto até a metade. 
b) o juiz deverá somar as penas. 
c) é casode concurso formal homogêneo. 
d) é caso de concurso formal impróprio. 
 
4) Sobre os institutos do Concurso Material de Crimes, Concurso Formal de Crimes e 
Continuidade Delitiva, assinale a alternativa INCORRETA: 
 
a) No caso de crime continuado, o ordenamento jurídico pátrio adotou a teoria da ficção 
jurídica, segundo a qual a unidade delitiva caracteriza-se como criação da lei. 
b) No caso de incidência de concurso formal de crimes se a pena cominada em decorrência do 
sistema de exasperação de penas formais graves que a pena calculada pelo sistema do 
cúmulo material, será aplicada este. Tal situação denomina-se concurso material benéfico. 
c) Os desígnios autônomos, característicos do concurso formal imperfeito de crimes, aplicam-
se a delitos dolosos e culposos. 
d) No caso de conflito de leis penais no tempo não se aplica o princípio da irretroatividade da 
lei penal mais gravosa para as condutas praticadas em continuidade.

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