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Plano de Aula: DO LENOCÍNIO. DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR DIREITO PENAL III - CCJ0110 Título DO LENOCÍNIO. DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR Número de Aulas por Semana Número de Semana de Aula 10 Tema DO LENOCÍNIO . DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR (227 a 230,225 e 226, 231 e 231-A, 233 e 234, do Código Penal.) Objetivos O aluno deverá ser capaz de: Reconhecer a subsunção das normas infraconstitucionais à força normativa da Constituição e seus princípios norteadores. Identificar os reflexos advindos da reforma penal de 2009 (Lei 12.015, que alterou o Título VI, do Código Penal) sobre a tipificação dos delitos contra a dignidade sexual e consequentes conflitos de Direito Intertemporal. Analisar criticamente a necessidade de tipificação das condutas de ultraje público ao pudor e a incidência do princípio da adequação social. Estrutura do Conteúdo Antes da aula, não esqueça de ler : Os artigos 227 a 230, 233 e 234, do Código Penal. A lei n.13344/2016, que dispõe sobre o tráfico interno e internacional de pessoas. ESTRUTURA DE CONTEÚDO DESTA AULA: I. DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL. 1. Mediação para servir à lascívia de outrem - art. 227, do Código Penal. a. Análise da figura típica: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Sujeitos do delito. Classificação doutrinária. Consumação e tentativa. Figuras típicas. b. Questões relevantes: ofensa ao princípio da lesividade quando o induzimento tem por objeto pessoa maior de 18 anos e não ocorre violência ou grave ameaça. 2. Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual - art. 228, do Código Penal. a. Análise da figura típica: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Sujeitos do delito. Classificação doutrinária. Consumação e tentativa. b. Conceito de prostituição e a ilicitude da prática da sua exploração. 3. Casa de prostituição - art. 229, do Código Penal. a. Análise da figura típica: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Sujeitos do delito. Classificação doutrinária. Consumação e tentativa. b. Questões relevantes: 4. A habitualidade do delito. 5. A prostituição na própria residência e a não ocorrência de crime. 6. O concurso de pessoas entre o proprietário e a pessoa que usa o imóvel como casa de prostituição - locador e locatário. 7. Desnecessidade de finalidade lucrativa. 4. Rufianismo - art. 230, do Código Penal. 4.1. Análise da figura típica: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Sujeitos do delito. Classificação doutrinária. Consumação e tentativa. 4.2. A habitualidade do delito. II. DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR. 1. Ato obsceno - art. 233, do Código Penal. 1.1 Análise da figura típica: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Sujeitos do delito. Classificação doutrinária. Consumação e tentativa. 1.2 Questões relevantes. a) A razoabilidade na aplicação do dispositivo legal. b) A adequação social de determinadas condutas que anteriormente poderiam ser classificadas como obscenas - Topless; Beijo lascivo; micção em público e outros exemplos. 2. Escrito ou objeto obsceno - art. 234, do Código Penal. 2.1. Análise da figura típica: Bem jurídico tutelado. Elementos do tipo. Sujeitos do delito. Classificação doutrinária. Consumação e tentativa. 2.2. Questões relevantes: a) Princípio da adequação social; b) Conflito aparente com os delitos da Lei 8.069/90 (E.C.A.). c) A inconstitucionalidade do art.234, CP. UM ESBOÇO CONCEITUAL DOS TÓPICOS RELACIONADOS: I. DO LENOCÍNIO E DO TRÁFICO DE PESSOA PARA FIM DE PROSTITUIÇÃO OU OUTRA FORMA DE EXPLORAÇÃO SEXUAL. 1. Mediação para servir à lascívia de outrem. Nesta infração penal tutela-se a integridade e autonomia sexual, não sendo exigida a habitualidade da conduta. Discute-se se o referido tipo penal afronta o princípio da lesividade quando o induzimento tem por objeto pessoa maior de 18 anos e não ocorre violência ou grave ameaça. Configura-se como delito comum, material, subjetivamente complexo, instantâneo unissubjetivo, plurissubsitente. 2. Favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual. O sistema penal vigente visa proteger a moralidade sexual pública (NUCCI, Guilherme de Souza. Manual de Direito Penal, 10 ed., pp 856), razão pela qual a conduta de prostituição é atípica e considera-se típica a conduta de quem (terceiro) a explora. Configura-se como delito comum, formal, subjetivamente complexo, habitual, unissubjetivo e plurissubsitente. Por ser um delito habitual não admite a modalidade tentada. 3. Casa de Prostituição. Nesta figura típica o bem jurídico extrapola a liberdade/autonomia sexual e passa-se a tutelar o interesse da coletividade de modo a evitar a proliferação de todas as formas de lenocínio (PRADO, Luiz Regis. Curso de Direito Penal.8.ed.v.2, pp 652). Configura-se como delito comum, habitual, subjetivamente complexo, unissubjetivo e plurissubsitente. Da mesma forma que o delito de favorecimento da prostituição ou outra forma de exploração sexual não admite a modalidade tentada. 4. Rufianismo Configura-se como delito permanente e habitual e a ação nuclear contempla a exploração econômica, direta ou indireta, da prostituição alheia. É plenamente possível a incidência de concurso de crimes com a figura prevista no artigo 229, do Código Penal. II. DO ULTRAJE PÚBLICO AO PUDOR. As figuras típicas deste capítulo tem por objeto jurídico o pudor público, ou seja, a compreensão da sociedade sobre a moralidade sob o aspecto sexual. Questiona-se a incidência dos princípios da intervenção mínima, fragmentariedade e adequação social para fins de exclusão do delito de ato obsceno. Já em relação ao delito de escrito ou objeto obsceno objeto de discussão versa sobre seu confronto com o disposto no art.5º, IV, da CRFB/1988. Aplicação Prática Teórica APLICAÇÃO: ARTICULAÇÃO TEORIA E PRÁTICA CASO CONCRETO Lenocínio, em sentido lato, é o fato de prestar assistência à libidinagem de outrem ou dela tirar proveito. A nota diferencial, característica do lenocínio (em cotejo com os demais crimes sexuais) está em que opera em torno da lascívia alheia. Lenões são aqueles que exercem o lenocínio. São as seguintes espécies: a) mediação para servir à lascívia de outrem (proxenetismo); b) favorecimento à prostituição (proxenetismo); c) manutenção de casa de prostituição (proxenetismo) e d) aproveitamento parasitário do ganho de prostitutas (rufianismo). Considerando a introdução acima, analise o seguinte caso concreto: ANA BELLA, 32 anos, mãe de MARVILLE, 11 anos, NAÍRA, 15 anos e ABRILINDA, 16 anos, tomou conhecimento de que APOLINÁRIO, 48 anos, pipoqueiro que trabalhava à porta do colégio onde as três irmãs estudam, estava assediando as meninas. As investidas de APOLINÁRIO se deram das seguintes maneiras: 1) Quanto a MARVILLE, APOLINÁRIO a assediava ofertando gratuitamente pipocas solicitando à menor que, ao final das aulas o acompanhasse até a garagem em que ele guardava seu carrinho de pipocas com o intuito de que a criança ficasse de ?calcinha? para CLAUDIOBERTO, pessoa que havia pedido ao referido pipoqueiro o respectivo serviço 2) Quanto a NAÍRA, APOLINÁRIO a induzia para que esta pudesse fazer um show de Striptease também para CLAUDIOBERTO, cujo pedido foi para este respectivo serviço na casa deste. 3) Quanto a ABRILINDA, APOLINÁRIO a fez uma proposta para que ela pudesse ?ganhar uns trocados?, consistente em fazer com que ela ficasse, após as aulas, duas vezes por semana, em um determinado apartamento do centro da cidade, atendendo sexualmente clientes que lá visitavam, em troca a jovem receberia R$ 100,00 porcada programa. Considerando que MARVILLE não aceitou o convite de APOLINÁRIO; considerando que NAÍRA não era mais virgem, aceitando o convite e, depois de ficar embriagada por exesso de vódika, CLAUDIOBERTO, aproveita a oportunidade e manteve relações sexuais com ela; considerando que ABRILINDA também não aceitou o convite de APOLINÁRIO e, finalmente, considerando que ANA BELLA, desde o início, já sabia das intenções de APOLINÁRIO, no entanto, por ser apaixonada por ele, nada fez, capitule a conduta de todos os envolvidos. QUESTÕES OBJETIVAS 1) Aquele que, durante o carnaval, em pleno bloco de rua, livre e consciente, embora jacandi animu, no alto do trio elétrico, arria sua sunga, expondo ao público suas partes íntimas: a) não comete crime por ausência de dolo. b) não comete crime por estado de necessidade. c) responde por ato obsceno (CP, art. 233). d) responde por atentado violento ao pudor.
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