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Aula Magna Direito Desportivo

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 Direito Desportivo:
 Temas Polêmicos
Gustavo Lopes Pires de Souza gustavolpsouza@hotmail.com 
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Gustavo Lopes Pires de Souza
Membro da Acadêmia Nacional de Direito Desportivo
Doutorando em Activitat Física i Esport – INEFC (Esp)
Mestre em Direito Desportivo – UDL (Espanha)
Vice Presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo
Auditor do STJD da Confederação Brasileira de Atletismo
Autor do livro “Estatuto do Torcedor: a evolução dos direitos do consumidor do esporte
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 LIÇÃO Nº 1 
O que é Direito Desportivo? 
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DIREITO DESPORTIVO
Conceito:
Conjunto de técnicas, regras, instrumentos jurídicos sistematizados que tenham por fim disciplinar os comportamentos exigíveis na prática dos desportos em suas diversas modalidades (MELO FILHO, 1986).
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 DIREITO DESPORTIVO
“O Direito Desportivo é o complexo de normas que preside toda a atividade do desporto, desde as regras do jogo, passando pela regulamentação das competições, ordenando o procedimento dos atletas, árbitros, técnicos, dirigentes, até a estruturação de clubes e entidades dirigentes por intermédio de seus estatutos, e que prevê os diversos tipos de sanções que correspondem a cada violação.” Valed Perry
O Direito Esportivo é um ramo do Direito Privado, projetando-se em diversas esferas onde atingem todos os particulares envolvidos com o Esporte em geral. 
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 LIÇÃO Nº 2 
Mercado de Trabalho 
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Advocacia 
  - Federações
- Clubes de Futebol
Intermediários
Atletas
Empresas
Ligas
 
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  Quanto ao Direito do Trabalho:
- assessoria na elaboração e administração dos contratos de trabalho entre atletas e entidades de prática desportiva;
- atuação em ações judiciais do contencioso trabalhista;
- assessoria em questões de Direito Previdenciário relacionadas com a atividade esportiva.
 
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Ramos
  Quanto ao Direito Civil:
- atuação em ações judiciais de contencioso cível oriundas de negócios e relações do esporte;
- orientação a agentes de jogadores no relacionamento com atletas e entidades de prática desportiva;
- acompanhamento e suporte jurídico em negociações e transferências de atletas de diversas modalidades como futebol, vôlei, futsal, dentre outras.
- assessoria na elaboração e administração de contratos de natureza civil oriundos dos negócios e relações do esporte;
- assessoria na aplicação dos dispositivos legais referentes ao relacionamento entre as entidades de prática desportiva entre si e com entidades de administração do desporto.
 
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Ramos
   Quanto ao Direito do Consumidor:
- assessoria na aplicação das normas às relações de consumo para a realização de eventos esportivos – aplicação da Lei 10.671/03 (Estatuto do Torcedor);
- atuação em ações judiciais para discussão da aplicação das normas às relações de consumo para a realização de eventos esportivos.
 
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Ramos
   Quanto ao Direito da Propriedade Intelectual:
- assessoria na elaboração e administração de contratos que tenham por objeto exploração de propriedade intelectual, direitos de imagem e direitos autorais de atletas e entidades desportivas;
- atuação em providências para registro de propriedades intelectuais;
- assessoria na elaboração e administração de contratos de licenciamento de marcas, nomes, imagem e outras propriedades;
- atuação em ações judiciais cujo objeto diga respeito a exploração de propriedade intelectual, direitos autorias e direito de imagem.
 
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Ramos
  Quanto ao Direito Penal:
- assessoria na forma de orientação sobre eventuais implicações penais dos atos de gestão de entidades desportivas;
- assessoria na forma de orientação sobre eventuais implicações penais na organização e promoção de eventos esportivos
 
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Ramos
  Quanto ao Direito Tributário:
- assessoria no planejamento tributário de entidades desportivas, atletas e empresas com atuação em negócios do esporte;
- assessoria para utilização de leis de incentivo fiscal voltadas à atividade esportiva – Timemania, Lei de Incentivo ao Esporte, Bolsa Atleta.
 
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Ramos
  Quanto ao Direito Administrativo:
- assessoria na relação com entes da administração pública em programas de fomento, incentivo e regulamentação de atividades esportivas.
 
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Ramos
  Quanto à Justiça Desportiva:
- Defesa junto aos Tribunais de Justiça Desportiva.
 
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Ramos
  Quanto aos Tribunais Internacionais:
- Demandas nos Tribunais da FIFA, TAS/CAS.
 
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 LIÇÃO Nº 3 
Direito Desportivo da Constituição Brasileira 
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Em 5 de outubro de 1988, foi promulgada a Constituição da República Federativa do Brasil e iniciou-se um novo ciclo legislativo aplicado ao desporto, notadamente por intermédio do artigo 5º da Constituição da República: 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
XVII: assegurou liberdade de associação para fins lícitos;
XVIII: dispensa autorização para criação de associações, vedando interferência estatal em seu funcionamento;
XXVIII: assegura a proteção à reprodução de imagem e voz humanas nas atividades desportivas.
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Os artigos 24 e 30 da CR/88 estabeleceram a competência legislativa concorrente dos três entes da Federação (União, Estados/DF e Municípios) acerca de questões desportivas. Em outras palavras, todos os entes da Federação podem fazer leis atinentes ao desporto.
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O artigo 217, por seu turno, faz menção expressa ao esporte como dever do Estado:
 
Art. 217. É dever do Estado fomentar práticas desportivas formais e não-formais, como direito de cada um, observados:
I – a autonomia das entidades desportivas dirigentes e associações, quanto a sua organização e funcionamento;
II – a destinação de recursos públicos para a promoção prioritária do desporto educacional e, em casos específicos, para a do desporto de alto rendimento;
III – o tratamento diferenciado para o desporto profissional e o não-profissional;
IV – a proteção e o incentivo às manifestações desportivas de criação nacional.
§ 1º O Poder Judiciário só admitirá ações relativas à disciplina e às competições desportivas após esgotarem-se as instâncias da justiça desportiva, regulada em lei.
§ 2º A justiça desportiva terá o prazo máximo de sessenta dias, contados da instauração do processo, para proferir decisão final.
§ 3º O Poder Público incentivará o lazer, como forma de promoção social.
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Dessa forma, a Constituição da República de 1988 reconheceu a Justiça Desportiva e estabeleceu limite formal de conhecimento dos litígios desportivos perante o Poder Judiciário, vinculando-o ao esgotamento das instâncias da Justiça Desportiva. 
Todavia, tal disposição contraria as normas da FIFA que proíbem as entidades de pratica desportiva de ajuizarem ações na seara da justiça comum no que pertine as questoes puramente disciplinares, as quais são de competencia da Justiça Desportiva.
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Evidenciou-se também que a interferencia estatal com relação as gestões e administrações das entidades de pratica e de administração do desporto restaram e muito limitadas, posto que como exemplo de tal fato, os estatutos destas associações ou mesmo clubes-empresa, não necessitavam mais ir ao CND, conforme previa o decreto n. 3.199 de 1941 do Estado Novo.
 
Em decorrência da CR/88, a Lei nº 8.028/90 tratou da reforma administrativa do Poder Executivo e determinou, em seu artigo 33, que a Lei Geral do Desporto dispusesse
sobre a Justiça Desportiva. 
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 LIÇÃO Nº 4 
Principais Normas 
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A Lei n. 9.615/98, que instituiu normas gerais sobre o Desporto sofreu significativas alterações em 2011, por meio da Lei 12.395.
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Lei n° 10.671/03 - Estatuto do Torcedor: Dispõe sobre o Estatuto de Defesa do Torcedor e dá outras providências.
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Lei n° 8.650/93 - Relações de trabalho do treinador profissional de futebol.
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Lei n° 10.220/2001 – Instituiu normais gerais relativas à atividade de peão de rodeio, equiparando-o a atleta profissional.
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A Lei de Incentivo ao Esporte – Lei 11.438/2006 – permite que empresas e pessoas físicas invistam parte do que pagariam de Imposto de Renda em projetos esportivos aprovados pelo Ministério do Esporte. As empresas podem investir até 1% desse valor e as pessoas físicas, até 6% do imposto devido.
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O CBJD foi criado em razão do comando do art. 42 de Lei nº 10.671/2003 (Estatuto do Torcedor) e aprovado pela Resolução CNE nº 01 de 23/12/2003, nos termos do art. 11, inciso VI, da Lei nº 9.615/1998 (Lei Pelé), concebido para ser aplicado em todas as modalidades desportivas praticadas formalmente, tendo sido reformado em 10 de dezembro de 2009, trazendo nova redação e novos dispositivos.
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Regulamentos Federativos Nacionais 
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Regulamentos Federativos Internacionais 
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Carta Olímpica
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Normativas do Tribunal Arbitral do Esporte
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Normativas da Wada contra dopagem
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 LIÇÃO Nº 5 
Sistema Federativo 
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Federações Internacionais
• União Internacional de corridas de Iates - 1875
• Federação Internacional de Ginástica - 1881
• Federação Internacional de Remo – 1892
• Federação Internacional de Futebol – 1904
Importância das FI:
•	Organização e Gestão do Esporte a nível mundial
•	Uniformização das regras
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Federações Internacionais
•	Monopólio: Uma para cada esporte
•	Podem ser Olímpicas ou não Olímpicas
•	As não olímpicas podem ser reconhecidas pelo COI
 Sem fins lucrativos (exceto o boxe)
 Sediam-se em locais onde haja pouca intervenção estatal e menos impostos.
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Confederações Continentais
Em conjunto com a Federação Internacional trabalham as confederações continentais, que organizam competições na sua área de atuação, seguindo as especificações da FI. 
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	CONTEXTO INTERNACIONAL DA ESTRUTURA ASSOCIATIVA DO ESPORTE
Federações Estaduais
Federações Nacionais
Federações Continentais
Federação Internacional
Cômites Olímpicos Nacionais
Cômite Olímpico Internacional
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 LIÇÃO Nº 6 
Movimento Olímpico 
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Movimento Olímpico
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Movimento Olímpico
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Comitê Olímpico Internacional
• Autoridade Suprema do Movimento Olímpico
• Se outorga natureza de PJ internacional no art. 11 da Carta Olímpica
• Divergências sobre normas aplicáveis: Suiça ou França?
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Comitês Olímpicos Nacionais
 Deve ser reconhecido pelo COI
 Deverão cumprir disposições da Carta Olímpica, ter territorialidade e cumprir leis do país
Deve ser um Estado independente com, pelo menos, 5 Federações Esportivas
 Quem compete nas Olimpíadas é o Comitê Nacional e não a Federação
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 LIÇÃO Nº 7 
Lei Geral do Desporto
(Lei Pelé) 
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02/12/02
 Lei Pelé (9.615/98), Lei 9.981/00 e MP 2141 (renumerada para 2193):
 transformação ou contratação de empresa para administrar as atividades profissionais facultativa (art. 27);
 cláusula penal para as hipóteses de rescisão contratual de até 100 vezes a remuneração anual pactuada (ilimitada para transferências internacionais) – art. 28;
 indenizações de formação e promoção (art. 29);
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02/12/02
rescisão contratual e liberação do atleta em caso de atraso no pagamento das verbas salariais por três meses ou mais (art. 31);
anuência expressa do atleta em caso de cessão (art. 38);
obrigatoriedade da contratação de seguro de acidentes de trabalho por parte do clube (art. 45);
obrigatoriedade da elaboração e publicação das demonstrações contábeis e balanços patrimoniais, independentemente da forma jurídica adotada. Inelegibilidade dos dirigentes (art. 46-A);
art 27, 28, 29 e 45 obrigatórios p/ o futebol (art. 94) 
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 LIÇÃO Nº 8 
Justiça Desportiva 
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 JUSTIÇA DESPORTIVA
 “Conjunto de instâncias desportivas, consideradas poderes autônomos das entidades de administração do desporto de personalidade jurídica de direito público ou privado, com atribuições de dirimir os conflitos de natureza desportiva e de competência limitada ao processo e julgamento de infrações disciplinares definidas em códigos desportivos.”
 PAULO M. SCHMITT – CEV LEIS – CNOJDD Comentado
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JUSTIÇA DESPORTIVA
2ª INSTÂNCIA
	STJD ou TJDs
Composição: 09 membros
Mandato: 04 anos + 01 recondução
Função de relevante interesse público
Contraditório e ampla defesa
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PROCESSO DISCIPLINAR
APLICAÇÃO DO DIREITO DESPORTIVO AO CASO CONCRETO
PRINCÍPIOS:
LEGALIDADE
PUBLICIDADE
MORALIDADE
IMPESSOALIDADE
EFICIÊNCIA 
OFICIALIDADE
CONTRADITÓRIO
AMPLA DEFESA
VERDADE REAL
ORALIDADE
LEALDADE
ECONOMIA PROCESSUAL
DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
INSTRUMENTALIDADE 
SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
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 LIÇÃO Nº 9 
Estatuto do Torcedor 
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 - Disciplina os direitos e os deveres de uma determinada categoria de consumidor.
- Aplica-se subsidiariamente o Código de Defesa do Consumidor. (art. 1º)
- Aplicável ao desporto profissional. (art. 43)
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- Define como Fornecedor a Entidade Organizadora do Evento esportivo e Clube Mandante. (art. 3º)
- Responsabilidade Objetiva do fornecedor. (art. 14)
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- Responsabilização dos Dirigentes. (arts. 14 e 37, I e II)
- Punição aos Torcedores. (arts. 37 ao 41-G)
- Torcidas Organizadas. (art. 2º-A)
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Ampliação da aplicabilidade da CDC ao Torcedor.
- Aplica-se o CDC subsidiariamente em um sistema de comunicação de fontes.
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 LIÇÃO Nº 10
Dopagem 
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 DOPAGEM é a utilização de substância, método ou qualquer outro meio proibido, com o objetivo de obter modificação artificial de rendimento mental ou físico de um atleta, que agrida à saúde ou o espírito de jogo, por si mesmo ou por intermédio de outra pessoa, devidamente configurado mediante processo regular de análise, observadas as normas nacionais e internacionais.
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Considera-se doping o uso de qualquer droga ou medicamento que possa aumentar o desempenho dos atletas durante uma competição. Também é considerado doping a utilização de substâncias que não tragam necessariamente ganho esportivo como a maconha.
A proibição da dopagem tem por objetivo assegurar a paridade de condições entre os competidores. Assim, garante-se que as regras desportivas estabelecidas sejam respeitadas, permitindo-se que os atletas, individualmente ou em equipe, possam disputar as competições com fair play (o jogo limpo).
 
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A fim de uniformizar as regras do doping e as substancias proibidas, foi a criada em 1999, pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), a Agência Mundial Antidopagem (WADA).
 
A WADA, por sua vez, criou um Código Mundial Antidopagem que deve ser respeitado por todas as Federações filiadas ao Comitê Olímpico Internacional.
 
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Os casos de doping ocorridos no Brasil são julgados pela Justiça Desportiva utilizando-se o Código da Wada.
 
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GUSTAVO LOPES PIRES DE SOUZA www.gustavolpsouza.com.br www.gustavolpsouza.blogspot.com www.facebook.com/gustavolpsouza www.twitter.com/gustavolpsouza gustavolpsouza@hotmail.com gustavolpsouza@gmail.com
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