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1 FACULDADE ESTÁCIO DO PARÁ CURSO DE BACHARELADO EM ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA: ADMINISTRAÇÃO DE MARKETING PROFESSOR: ANTÔNIO FIDALGO AULA 4: CAPTAÇÃO DAS OPORTUNIDADES DE MARKETING: COLETA DE INFORMAÇÕES, PREVISÃO DE DEMANDA E CONDUÇÃO DE PESQUISA DE MARKETING Objetivos o Identificar os principais tipos de sistemas de informações de marketing para conquistar e manter seus mercados; o Conhecer a previsão e mensuração de demanda; o Reconhecer o que é controle de um sistema de pesquisa de marketing. Estrutura de Conteúdo 4.1. Projeto, implementação e controle de um sistema de informações de marketing: Objetivo fundamental de um sistema de informações de marketing é ajudar os gerentes a tomar decisões melhores. Kotler chamou inicialmente essa atividade de Marketing Information and Analysis Center. No entanto, em obras posteriores, adotou o termo Sistema de Informações de Marketing. O conceito de sistema de informações de marketing nasceu com as críticas que se faziam às deficiências da pesquisa de marketing, que eram basicamente as de não atender às necessidades do planejamento de marketing. Apesar de os objetivos, nas definições de sistema de informação de marketing e pesquisa de marketing, serem essencialmente os mesmos, a diferença ocorre na prática. A administração tem ficado desapontada com a pesquisa de marketing, cujas críticas mais frequentes são: 1. Produz dados não relevantes; 2. Preocupa-se com a pesquisa de problemas não repetitivos; 3. Tem falhado em prover informações de marketing relevantes e compensadoras. 4.2. Componentes do sistema de informações de marketing: registros internos e inteligência de marketing: Um SIM possui três componentes: 1. Um sistema de registros internos, que inclui informações sobre o ciclo pedido pagamento e sistemas de relatórios de vendas; 2. Um sistema de inteligência de marketing, isto é, um conjunto de procedimentos e fontes utilizado por gerentes para obter informações rotineiras sobre eventos pertinentes no ambiente de marketing; 3. Um sistema de pesquisa de marketing, que permite a elaboração, a coleta, a análise e a edição de relatórios sistemáticos de dados e descobertas relevantes sobre uma situação específica de marketing. 4.3. Projeto, implementação e controle de um sistema de pesquisa de marketing: Segundo Kotler (2000), o Sistema de Informações de Marketing é constituído de pessoas, equipamentos e procedimentos que reúnem, selecionam e avaliam e distribuem informações necessárias, atuais e precisas para que os profissionais de marketing possam tomar decisões. O SIM começa e termina com o gerente: o O sistema interage com gerentes a finalidade é identificar as necessidades de informações; o Desenvolve as informações a partir de registros internos da empresa, de atividades, inteligência de marketing e de pesquisa de marketing; o A análise de informações, que processam dados coletados para torná-los mais úteis; o Finalmente retorna aos gerentes quando o Sistema de Informações de Marketing distribui as informações da forma e no momento certo, para ajudá-los na tomada de decisão. O SIM ideal é aquele que combina o que os profissionais de marketing gostariam de obter com o que eles necessitam realmente e com o que é possível oferecer. O cuidado que se deve tomar é que com o estágio avançado da tecnologia de informações, é possível fornecer muit o mais informações do que o necessário e saber filtrá-las é um imperativo, pois se corre o perigo de se descartar informações necessárias e ficar com algumas desnecessárias, prejudicando as tomadas de decisões. 2 O Sistema de Informações de Marketing (SIM) deve estar atento ao ambiente de marketing e enviar informações aos profissionais que tomam decisões centrais dessa área. No SIM, os gerentes de marketing analisam, planejam, implementam, organizam e controlam, desenvolvem as informações através de registros internos da empresa, serviço de inteligência de marketing e pesquisa de marketing. Os registros internos são informações coletadas dentro da empresa para avaliar o desempenho de marketing e identificar os problemas e as oportunidades. Por exemplo, a produção apresenta relatórios sobre prazos de produção, entregas e estoques. A inteligência em marketing é composta de informações diárias sobre o desenvolvimento do ambiente de marketing. Pode-se comprar informações sobre fornecedores nas empresas especializadas em bancos de dados. A pesquisa em marketing é o elo de ligação entre o consumidor, o cliente e o público profissional através de informações. Esta pesquisa de marketing pode ser feita pela própria empresa ou por terceiros. A análise das informações, que é outra etapa, permite que as informações coletadas pelo sistema de inteligência e de pesquisas em marketing sejam analisadas profundamente como exige a complexidade do marketing. Esta análise permite responder perguntas, abaixo descritas: o Quais são as principais variáveis que afetam minhas vendas e qual a importância de cada uma? o Quais são as melhores variáveis para segmentar o meu mercado e quantos segmentos existem? o Quais são os melhores meios de prever que consumidores comprarão minha marca e não a marca dos meus concorrentes? o O que acontecerá com as vendas se eu aumentar meu preço de 5% e meus gastos com propaganda em 15%? A análise de informações ajuda a responder perguntas do tipo “e se” ou “qual é o melhor”. DISTRIBUINDO AS INFORMAÇÕES o As informações devem chegar à gerência de marketing no momento certo de forma a validar essas informações e tomar decisões corretas; o A maioria das empresas tem o SIM centralizado para fornecer através de relatórios de desempenho, atualização de dados e resultados de estudos específicos; o Os gerentes usam os relatórios para decidir sobre o planejamento, implementação e controle de dados. A tecnologia computacional permite, por exemplo, o levantamento preciso das necessidades de uma rede de lojas de varejo, o produto não encontrado em determinada loja, poderá se acessar a rede no computador e localizar o produto em outra loja. A revolução do SIM de centralizado para descentralizado são os softwares, porque em algumas empresas os gerentes de marketing têm acesso direto à rede de informações, permitindo atender a necessidade do cliente de forma a criar um vínculo de fidelidade entre as partes interessadas. A pesquisa de marketing é um processo no qual se coletam informações relevantes ao problema específico de marketing da empresa. O processo é constituído de quatro etapas: definir o problema e estabelecer os objetivos da pesquisa, desenvolver um plano de pesquisa, implementar o plano de pesquisa e interpretar e apresentar os resultados. A DEFINIÇÃO DO PROBLEMA E OS OBJETIVOS DA EMPRESA: As questões de marketing são complexas e, como tal, para que sejam abordadas com competência é necessário que sejam definidas todas as especificidades possíveis. A questão é: Por que determinados produtos estão perdendo a rentabilidade? Quais as alternativas? 3 A eficácia e o custo do estudo de marketing estão diretamente relacionados como a clara definição do problema e da medida possível que poderão ser tomadas em reposta ao estudo. A DETERMINAÇÃO DO OBJETIVO DA PESQUISA: O objetivo da pesquisa deve ser determinado antes de ser encomendada e certificar-se de que todas as pessoas envolvidas, tanto da empresa como fora dela, o compreenderam bem. Existem três tipos de objetivos na pesquisa de marketing, que são: o A pesquisa exploratória: é reunir informações preliminares que ajudam a definir o problema e a sugerir hipóteses; o A pesquisa descritiva: descreve fenômenos ou objetos tais como: o potencial domercado para um dado ou certo produto, os dados demográficos e as atitudes dos consumidores que o compram; o A pesquisa casual: é testar hipóteses sobre relações de causa e efeito. A definição do problema e dos objetivos da pesquisa é a parte mais difícil do processo, portanto, o ponto chave do sucesso da pesquisa de marketing. Desenvolvimento do plano de pesquisa A discussão interna e junto ao pesquisador permite adequar as informações provenientes de fontes associadas e ajudar na formulação do plano de pesquisa. o Qual o tipo de informação necessária e em que quantidade? o O importante também é determinar quais as informações que não são necessárias? Existem fontes que podem ser utilizadas tais como: IBOPE, IBGE, INPI, A. C. Nielsen, etc. Ao selecionar uma técnica para a pesquisa de marketing pode-se planejar a coleta de dados, hoje bastante facilitada pelas inovações tecnológicas. A seguir, veremos um planejamento de coleta de dados primários em que é montado o método de pesquisa, formas de contato, plano de amostragem e instrumentos de pesquisa. Planejamento da coleta de dados primários Métodos de Formas de Plano de Instrumentos Pesquisa Contato Amostragem de Pesquisa Observação Postal Unidade de amostra Questionário Levantamento Telefônico Tamanho da amostra Instrumentos Mecânicos Pesquisa Pessoal Procedimento de Experimental amostragem Fonte: Princípios de marketing, 7ª edição, pág. 81 Philip Kotler As formas de contato descritas acima possuem vantagens e desvantagens, pontos fortes e fracos, conforme veremos a seguir: POSTAL TELEFÔNICO PESSOAL 1. Flexibilidade Fraco Bom Excelente 2. Quantidade de dados que podem ser coletados Bom Razoável Excelente 3. Controle das interfe- rências do entrevistador Excelente Razoável Fraco 4. Controle da amostra Razoável Excelente Razoável 5. Rapidez da coleta de dados Fraco Excelente Bom 6. Taxa de resposta e custo Fraco Bom Bom 7. Custo Bom Razoável Fraco Fonte: Princípios de marketing, 7ª edição, pág. 83 Philip Kotler No contato postal, o fato de a pesquisa ser padronizada retira a parcialidade do entrevistado, e o fato de ser anônima o entrevistado fica mais livre para fazer revelações pessoais. Por outro 4 lado, as entrevistas por correspondência vão muitas vezes para o lixo. A percentagem média de resposta é de 25%. A grande interrogação é o que pensam os outros 75%. No contato telefônico a rapidez é uma grande vantagem, a desvantagem, em termos de Brasil, são os serviços prestados pelas concessionárias de telefonia. O contato pessoal é o mais completo, até porque as pessoas se sentem prestigiadas. A desvantagem que pode advir é as pessoas não responderem adequadamente a pesquisa, por esquecimento, por não terem tempo. A escolha das amostras vai dar resposta e explicar porque o seu produto, por exemplo, está vendendo pouco, você deve dirigir as suas perguntas a uma amostra adequada. Não lhes interessa perder tempo e dinheiro em pessoas que nunca usaram ou vão usar o seu produto. BIBLIOGRAFIA KOTLER, Philip. Princípios de Marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2000. Capítulo 4 KOTLER, Philip. Administração de Marketing. São Paulo: Prentice Hall, 2001. Capítulo 4 SAMARA, Beatriz Santos. Pesquisa de Marketing. São Paulo, 1997. Capítulo 3-4. ESTUDO DE CASO No final da década de 90, a ideia de tratar cada cliente como se fosse único foi traduzida em três letras, CRM (Customer Relationship Management), e passou a representar um nicho de mercado promissor para as empresas de tecnologia. Empresas de diversos setores começaram a gastar fortunas para aprimorar a gestão do relacionamento com o cliente. A E.piphany, empresa americana de programas de CRM, que chegou ao Brasil em 2001, investiu U$ 1,8 milhão, em 2002, em pesquisa de produtos específicos para o mercado brasileiro. No mundo, a empresa investirá 35 milhões. "O potencial do mercado brasileiro de CRM é grande, já que cerca de 70% das grandes empresas ainda não usam a última geração do CRM", diz Todd Rowe, vice-presidente para a América Latina. A empresa vem apresentando um crescimento anual de 23% em média e faturou mais de R$ 130 milhões em 2002, esperando crescimento de 30% para os anos seguintes até 2015. No entanto, essa promessa da tecnologia, de que o computador ajudaria a melhorar o relacionamento com o consumidor está longe de ser cumprida. As empresas investem milhões para conquistar e fidelizar clientes; apesar disso: o Bancos continuam tentando vender apólices a quem já é segurado, o Empresas de cartões de crédito seguem oferecendo cartão adicional para quem é solteiro. O fato é que a implantação dos chamados sistemas integrados se tornou uma dor de cabeça para as empresas; um em cada três projetos de implementação de sistemas integrados de gestão, os ERP s, fracassa. Metade estoura o prazo ou o orçamento - em geral ambos. As estatísticas dos sistemas de CRM são ainda mais indigestas: 70% dos projetos não dão em nada. Segundo o Gartner Group, empresa de pesquisa e consultoria, 55% de todos os projetos de CRM não produzem resultados, e, embora o CRM tenha ficado no grupo das ferramentas gerenciais mais populares, um, em cada cinco usuários, afirmou que suas iniciativas não apenas falharam como prejudicaram as relações com os clientes mais antigos. Mas, por que as iniciativas de CRM falham com tanta frequência? A pesquisa concluiu que a maioria dos executivos simplesmente não entende o que está implementando, desconsiderando seu custo e o tempo de resposta. A consultoria Roland Berger fez uma pesquisa com os varejistas brasileiros e encontrou que: a) A maioria das respostas obtidas para a definição do que é CRM foram: telemarketing, serviço de atendimento a clientes ou processo de integração de dados. "As companhias não exploram o CRM por uma razão elementar: elas não o compreendem", afirma Wolfgang Pelousek, diretor de projetos da empresa. b) Sem entender o conceito, as empresas também não conseguem identificar as quatro dimensões do CRM eficaz: conhecimento do cliente, criação de produtos diferenciados e adequados, atração de novos clientes rentáveis e retenção dos clientes antigos ou recentes. Muitos pesquisados demonstraram relegar a segundo plano o entendimento do mercado. Ou, se preocupam principalmente com a retenção dos clientes já existentes. 5 c) O estudo mostrou que a falta de integração dos sistemas de informação é o maior empecilho para o conhecimento do mercado. O curioso é que as empresas geralmente já possuem dados relevantes de seus clientes, mas eles ficam perdidos nos diversos departamentos, que na maior parte das organizações ainda trabalham isolados. A boa notícia é que a pesquisa encontrou, sim, projetos avançados de CRM. Um exemplo é o de uma rede de varejo que combina o perfil socioeconômico com o perfil de consumo de seus clientes, extraídos com base em informaçõesde seus cartões de crédito e de fidelidade. "Eles descobriram que têm um banco de dados de ouro e estão fazendo ofertas customizadas". PESQUISA EXCLUSIVA: OS HÁBITOS DO SEU CLIENTE NA PÁSCOA Estudo feito pela Around Research mostra que o brasileiro leva mais de dois ovos para casa e opta por marcas conhecidas. Entenda o que o seu consumidor prefere, para atendê-lo melhor. O ano mal começou e já é hora de pensar na Páscoa. E um bom início é conhecer o comportamento do consumidor de ovos de chocolate. Para ajudá-lo nessa tarefa, SM publica uma pesquisa exclusiva com 750 consumidores de todo o País, feita pela consultoria Around Research por meio da internet. Entre as conclusões, o estudo mostra que a maioria das pessoas adquire mais de dois ovos no período, tanto para adultos quanto para crianças, prefere marcas conhecidas, pesquisa os preços de seus produtos preferidos e deixa para comprar na última semana. Há também algumas surpresas, como o fato de que as versões com brinquedos e personagens infantis agradam, mas não são determinantes na hora da compra. Quer saber mais? Confira a seguir os resultados. Eles contribuirão para um melhor planejamento do mix e das promoções. 69% compram mais de dois ovos Nada menos de 69% dos respondentes afirmam comprar mais de dois ovos na Páscoa. Desse total, 38% dizem adquirir acima de 3 unidades. E mais: 56% levam tanto ovos para crianças quanto para adultos. Segundo Daniela Casabona, coordenadora de pesquisa da Around Research, o consumidor presenteia várias pessoas, como filhos, sobrinhos, namorado. “O ovo de chocolate é o símbolo da data, assim como ocorre com o panetone no Natal”, diz ela. O fato de comprar uma grande quantidade faz com que as pessoas prefiram ovos pequenos. Segundo a pesquisa, 43% optam por aqueles com 220 g a 270 g e 33% pelos que têm entre 160 g e 180 g. “Nos últimos anos, a indústria também aumentou a oferta dos tamanhos inferiores a 300 g para tornar o preço mais acessível ao consumidor”, acredita Marco Quintarelli, consultor de varejo e diretor do Grupo Azo. 30% preferem ovos com personagens infantis Um dado curioso da pesquisa SM/Around é que apenas 30% dos respondentes preferem os ovos com personagens infantis. Segundo a Nestlé, o percentual está alinhado com a participação de mercado dessa versão. Para Simone Terra, antropóloga e pesquisadora de varejo e consumo, os produtos com brinquedos interessam mais às crianças entre oito e dez anos. A partir daí, a preferência recai sobre ovos de marcas que expressam status e valores reconhecidos pelos jovens e adolescentes. Esse comportamento justifica também o fato de que 46% afirmam comprar ovos com e também sem brinquedos. Outros 47% dizem preferir unicamente as versões que não trazem brindes. E uma pequena parcela opta somente pelos que trazem esse diferencial – 7% dos participantes. A valorização da marca como um dos principais atributos da categoria é outra constatação do levantamento. Em primeiro lugar, aparece a Nestlé, com 87% das respostas. É seguida pela Lacta, com 65% e pela Garoto, com 59%. As demais marcas aparecem com menos de 25% de citações. Para a Nestlé, o resultado não é surpresa. Ela afirma ser Top of Mind de chocolates há 12 anos. Já a Kraft Foods, dona da Lacta, informou por meio de sua assessoria de imprensa que não seria possível comentar os resultados da pesquisa devido à agenda lotada de seus executivos. Daniela, da Around Research, atribui a preferência por essas três marcas aos altos investimentos em marketing realizados por seus fabricantes. “O consumidor confi a nessas empresas e reconhece a qualidade e o sabor de seus produtos”, afirma. Para a pesquisadora Simone, a Páscoa é uma data especial e, por isso, as pessoas ficam mais propensas a adquirir marcas que gozam de maior prestígio. Ela também credita a vantagem da Nestlé ao bom trabalho de distribuição da empresa nos pequenos e médios varejos, que supera o dos concorrentes. 6 O ranking das marcas mais vendidas, no entanto, pode variar de loja para loja. No Grupo Carvalho, com 41 lojas no Piauí, Garoto assume a primeira colocação. “A marca é sinônimo de Páscoa na região”, afirma Sérgio Barroso, coordenador comercial. Em contrapartida, o Breithaupt, 12 filiais em Santa Catarina, tem na Lacta a sua campeã de vendas. O chocolate puro ainda é o mais consumido. Segundo a pesquisa, 75% afirmam comprar essa versão. O branco fica na vice-liderança, com 64%, e o crocante aparece como terceiro da lista, citado por 54% dos respondentes. Mas é importante ficar de olho em produtos que atendem nichos de mercado. Para a especialista Simone, uma loja frequentada por idosos pode incluir mais opções de ovos trufados e bombons. Em supermercados voltados às classes A e B, uma alternativa são as versões orgânicas. Estabelecimentos que atendem jovens, como aqueles próximos a universidades, podem optar por marcas bem aceitas por esse público, como o Kinder Ovo. Convém ainda ficar atento às preferências da região. O diet/light, por exemplo, encontra no sul o maior índice de compradores. Lá as respostas alcançaram 32% dos participantes do levantamento – o dobro do percentual nacional. Preço é outro ponto importante. Entre os respondentes, 73% procuram preços baixos na hora de comprar ovos de Páscoa. “A comparação de preços ocorre dentro de um rol de marcas que o consumidor elege como as mais importantes para ele”, explica Simone Terra. No grupo que se importa com preços, 64% pesquisam os ovos mais baratos no ponto de venda. Simone comenta que a proliferação das lojas de vizinhança favorece esse comportamento. “O consumidor pode sair de um supermercado e andar poucos metros até uma Americanas Express e desta para uma loja de conveniência a fim de comparar os preços”, afirma ela. NORDESTE: COMPORTAMENTO DIFERENTE Norte e Nordeste são as regiões onde o comportamento do consumidor apresenta as diferenças mais significativas, em comparação ao resultado nacional. Nelas, o ovo de chocolate branco, por exemplo, é campeão absoluto de vendas, com 97% da preferência, contra 64% do resultado Brasil. “O paladar do nordestino é voltado para sabores mais fortes e doces”, afirma Daniela Casabona, coordenadora de pesquisa e atendimento da Around Research, responsável pelo estudo. “No Piauí, o ovo branco é o que acaba primeiro”, confirma Sérgio Barroso, coordenador comercial do Grupo Carvalho. Além disso, o Nordeste também é a única região do País em que a maioria dos consumidores parcela a compra: 57% dos respondentes. Barroso acredita que, ao oferecer essa forma de pagamento, estimula o cliente a comprar um número maior de ovos. “O preço não pesa no bolso e viabiliza a compra de cestas básicas para doação, muito comum na região”, explica. Simone Terra, pesquisadora de varejo e consumo, também atribui o alto percentual de parcelamento à elevada penetração do cartão Hipercard na região. “Ele começou na rede Bompreço, mas hoje é aceito em diversos estabelecimentos. Creio que seja um dos cartões mais populares da região”, esclarece. PERDAS E RUPTURA: COMO EVITAR Apenas 32% dos respondentes afirmam estar insatisfeitos com o atendimento nos super e hipermercados. Entre esses consumidores, 64% reclamam do estado de conservação dos produtos. Para Daniela Casabona da Around Research, empresa de pesquisa de mercado que fez o estudo para SM, isso é fruto de um comportamento identificado na pesquisa: fazer as compras tardiamente. O calor típico do período e o excesso de consumidores nas lojas são apontados pelo supermercadista como as principais causas de ovos quebrados e derretidos. Para evitar 7 perdas, a Nestlé recomenda que os ovos fiquem à uma temperatura de 20oC a 25oC, com umidade relativa do ar de no máximo 70%. As lojas quenão são climatizadas dificilmente têm como fugir da parreira próxima à área de resfriados e congelados. Devem evitar, nesses casos, que os ovos fiquem perto de produtos com cheiro forte, como carnes, peixes, queijos ou artigos de limpeza. Como o chocolate é rico em gordura, absorve facilmente odores do ambiente, explica a Nestlé. Outros motivos de insatisfação do cliente: não encontrar sabor ou tamanho (56% dos entrevistados) e não encontrar a marca desejada (43%). Para Simone Terra, pesquisadora de varejo e consumo, esses dados reiteram desafio do varejo no período: oferecer o mix que o consumidor deseja. “O que mais vale a pena: ter uma variedade exagerada no sortimento ou se concentrar nas marcas preferidas do cliente? Melhor a segunda opção, mas sempre lembrando das versões diferentes”, completa. O varejista incentiva a compra de última hora O tumulto de gente nas lojas tentando pegar seus ovos na última hora é um comportamento enraizado entre os consumidores. A pesquisa SM/Around aponta que 77% deixam as compras para a semana anterior à data. Desse total, 34% compram apenas três dias antes, 26% com antecedência de sete dias e 17% fazem as compras na véspera. “No Brasil, a Páscoa acontece no calor. Por isso, é difícil para o consumidor estocar os ovos em casa”, acredita Daniela. Para Barroso, do Grupo Carvalho, o público aguarda o último minuto para pegar boas promoções. “Algumas pessoas também esperam para encontrar ovos quebrados, que custam bem menos”. Já o consultor de varejo Marco Quintarelli acredita que o próprio supermercadista incentiva essa concentração. “Nos últimos três dias é que os descontos aparecem”, constata. Ele desaprova a estratégia, uma vez que ela prejudica a margem de lucro. “Os ovos pequenos, mais vendidos no início do período, proporcionam rentabilidade superior à dos produtos que saem no fim da data.” Apesar das dificuldades, o varejista pode criar ações para que as compras aconteçam antes. Uma delas é oferecer brindes para quem adquirir os ovos com 15 a 20 dias de antecedência. “Se a pessoa constatar que pode sair da loja com um miniovo de chocolate ou um bichinho de pelúcia, se sentirá motivada a levar quanto antes o seu ovo para casa”, defende a consultora Simone. Pense nisso. AMOSTRAGEM E METODOLOGIA A pesquisa sobre comportamento de compras na Páscoa contou com a parceria da Around Research. Participaram do levantamento 750 consumidores de todo o País que responderam às questões por meio da internet. Dos respondentes, 64% são mulheres e 36%, homens. A faixa predominante é a que vai de 24 a 29 anos (21%). Na sequência, vêm 19% de pessoas entre 36 e 41 anos, 18% de 30 a 35 anos, 12% de 42 a 47 anos, 11% de 18 a 23 anos, 10% de 47 a 50 anos e 9% com mais de 50 anos. Predominam ainda as classes A e B, com 34% e 45,5% dos participantes. O público C corresponde a 20% da amostra e o D, a 0,5%. A Around possui um painel com 120 mil consumidores ativos pela web. Realiza pesquisas quali e quantitativas e atende clientes como Carrefour, Redecard, Porsche, entre outros. Contato com a Around: (11) 3255-7294, www.aroundresearch.com 8 9 MAIS INFORMAÇÕES Breithaupt: www.hiperb.com.br Grupo Azo: (21) 2496-6439 Grupo Carvalho: www.comercialcarvalho.com.br Nestlé: www.nestle.com.br Simone Terra: www.sterra.com.br
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