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CONTRATOS BANCÁRIOS

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CONTRATOS BANCÁRIOS - V 
 
1. Aspectos gerais: 
 
- Considera-se atividade típica de banco a intermediação de recursos monetários – dinheiro, e 
a construção do conceito de contratos bancários insere-se neste contexto, uma vez que eles 
viabilizam esta atividade de intermediação efetuada pelos bancos; 
 
- De acordo com a Lei nº 4.595, de 31.12.1964, a qual dispõe sobre as instituições monetárias, 
bancárias e creditícias, consideram-se instituições financeiras, para efeitos da legislação em 
vigor, as pessoas jurídicas públicas ou privadas, que tenham como atividade principal ou 
acessória a coleta, intermediação ou aplicação de recursos financeiros próprios ou de 
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, e a custódia de valor de propriedade de terceiros 
(art.17). Somente as companhias empresárias nacionais, devidamente autorizadas pelo Banco 
Central, podem exercer tais atividades, e se estrangeiras a autorização deve ser dada pelo 
Presidente da República (art.18); 
 
- Quem realiza captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros de terceiros, em 
moeda nacional ou estrangeira, sem que esteja devidamente autorizado comete crime e 
poderá ser punido com reclusão de 1 a 4 anos e multa (art. 16/Lei 7.492/86); - Os contratos 
bancários são utilizados na atividade de intermediação monetária, e assim sendo constituem 
os instrumentos jurídicos utilizados para o exercício desta atividade. Devem ser celebrados 
somente com um banco, incorrendo em atividade ilícita aquela pessoa que, não estando 
autorizada exercer tal atividade, realiza contrato de intermediação de dinheiro. Assim se faz 
necessário que no contrato bancário exista a participação de um banco, num dos pólos da 
relação contratual. Os contratos bancários podem estar sujeitos ao Código de Defesa do 
Consumidor; 
 
- As operações bancárias, compreendendo estas os serviços que o banco coloca à disposição 
dos seus clientes, podem ser divididas em duas categorias, ou sejam: a) as típicas (ou 
exclusivas) relacionadas às atividades bancárias definidas em Lei, podendo as operações ser 
consideradas passivas, quando há a captações de recursos pelo banco, onde este se coloca na 
posição de devedor, ou ativas quando ele fornece recursos monetários, e, assim, se coloca na 
posição de credor; b) as atípicas (ou acessórias) relacionadas às atividades correlatas, as quais 
não estão definidas em Lei e podem ser exercidas por qualquer sociedade empresária 
(recebimento de contas, guarda de bens não monetários); 
 
2. Depósito bancário: 
 
- Nesta espécie de contrato bancário, conhecido como conta, o banco aparece como sujeito 
passivo da obrigação, onde a outra parte, o cliente, figura como depositante. Assim o depósito 
bancário é o contrato, através do qual o depositante entrega dinheiro ao banco, o qual se 
obriga a restituí-lo quando solicitado; 
 
- O depósito dos valores monetário, a restituição do mesmo, a entrega a terceiros, o 
pagamento pelos serviços prestados pelo banco são registrados em conta corrente 
individualizada, criada em nome do depositante, através de lançamentos de créditos e 
débitos. Os saques dos valores da conta corrente geralmente são efetuados através de cheque 
ou cartão eletrônico; 
 
 2 
- Existem três modalidades de depósitos bancários: à vista, e neste caso quando solicitado pelo 
depositante o banco de imediato deve restituí-lo; o pré-aviso, aqui cabe ao depositante 
comunicar com antecedência o banco, para que este possa restituir os recursos dentro de 
prazo fixado entre as partes; e a prazo fixo, neste o depositante somente poderá restituir o 
valor depositado depois de decorrido um determinado prazo; 
 
3. Mútuo bancário: 
 
- Nesta espécie de contrato o banco aparece na posição ativa, como credor, fornecendo 
recursos, e quem os recebe fica na posição passiva, como devedor. O mútuo bancário é o 
contrato através do qual o banco empresta certa quantia de dinheiro ao cliente, o qual se 
obriga a pagá-la, num determinado prazo, acrescida dos encargos remuneratórios contratados; 
 
- O mútuo bancário diferencia-se do mútuo civil pelo aspecto remuneratório, uma vez que 
neste existe limitação da sua incidência, e assim se forem fixados taxas de juros maiores do 
que permissivo legal, isto poderá ser tipificado como crime contra a economia popular (Lei da 
Usura), enquanto que naquele não vigora nenhuma limitação legal, sendo a taxa regulada pelo 
Conselho Monetário Nacional, que pode não estabelecer nenhuma limitação, deixando por 
conta da lei do mercado. No mais as duas espécies de mútuo se submetem às mesmas regras, 
como o de ser considerado um contrato real, ou seja, somente se aperfeiçoa com a entrega da 
coisa mutuada, sem o qual não se constitui o vinculo contratual; 
 
- As duas espécies de operações de mútuo bancário mais utilizadas são: o contrato de 
financiamento, através do qual o mutuário assume a obrigação de empregar o dinheiro 
mutuado em determinada finalidade, cujo desvirtuamento é considerado crime contra o 
sistema financeiro nacional, punido com pena de reclusão de 2 a 6 anos e multa (art. 20/Lei 
7.492/86); e o contrato de abertura de crédito, através do qual o banco põe certa quantia de 
dinheiro à disposição do cliente, o qual pode ou não utilizar tal recurso (cheque especial, conta 
garantida); 
 
4. Desconto bancário: 
 
- Através do contrato de desconto bancário o banco (descontador) antecipa ao seu cliente 
(descontário) o valor de crédito que este titulariza perante terceiro, na maioria das vezes não 
vencido, e o recebe em cessão. Assim o banco paga pelo crédito descontado, representado 
geralmente por título de crédito, como duplicata, notas promissórias e outros, deduzindo os 
juros correspondente ao período compreendido entre a data da antecipação e do vencimento 
do título, e outras despesas; 
 
- É considerado contrato real, uma vez que se aperfeiçoa com a transferência do crédito ao 
banco descontador. O cliente garante ao banco o pagamento do crédito transferido, se o 
devedor, com quem o descontário estabeleceu a relação jurídica originária do crédito, não 
cumprir a obrigação na data do seu vencimento, podendo o banco cobrar do seu cliente em 
regresso; 
 
5. Fiança: 
 
- Os bancos podem exercer operações ativas ou passivas nos chamados contratos bancários de 
garantia. Na operação ativa ele exige fiança de terceiros em relação a empréstimo que 
concede ao seu cliente, onde o fiador também assume obrigação de devedor solidário e 
principal pagador. Na operação passiva, as garantias bancárias são concedidas pelo banco, 
tornando-se fiador do seu cliente numa determinada obrigação, como por exemplo na fiança 
bancária de locação; 
 
 3 
6. Fomento mercantil (factoring): 
 
- O contrato de fomento mercantil, também denominado por faturização, tem por objetivo 
estabelecer facilidades ao empresário que concede créditos aos seus clientes, ou seja, por este 
contrato uma das partes (faturizador) presta ao empresário (faturizado) o serviço de 
administração do crédito, garantido o pagamento das faturas por este emitidas. O faturizador, 
também assume as seguintes obrigações: a) administrar os créditos do faturizado, provendo o 
controle dos vencimentos, remetendo comunicações de vencimento das obrigações e ou 
cobrando os devedores das faturas; b) assumir riscos pelo inadimplemento do devedor; c) 
garantir o pagamento da fatura objeto da faturização; 
 
- Existem duas modalidades de fomento mercantil: a) convencional factoring: nesta o 
faturizador garante o pagamento das faturas antecipando o seu valor ao faturizado, sendo 
que nesta modalidade estãocompreendidos: os serviços de administração do crédito; seguro; 
e financiamento; 
 
b) maturity factoring: nesta o faturizado paga o valor das faturas ao faturizado somente por 
ocasião do vencimento, e nesta modalidade estão compreendidos: a prestação de serviços de 
administração do crédito; seguro, excluindo-se o financiamento; 
 
- O BC anteriormente a 1989 considerava este contrato como tendo a natureza bancária, a 
partir deste ano liberou a atividade de fomento mercantil, a qualquer sociedade empresária 
que pretenda exercer esta atividade, sem que haja qualquer autorização por parte do mesmo. 
Em 1995 o BC estabeleceu que qualquer atividade do faturizador que fosse estranho a sua 
definição legal, estabelecida pela legislação tributária e adiante mencionada, caracteriza 
infringência à Lei 7.492/86. Assim conceitua factoring, os arts. 28 e 48, da Lei 8.981/95, 
revogados pela Lei 9.249/95: “a prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, mercadológica, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar 
e a receber, compra de direitos creditórios resultantes de vendas mercantis a prazo ou de 
prestação de serviço.”; 
 
- A diferença entre o contrato de desconto e o de fomento mercantil é que naquele existe o 
direito de regresso, na hipótese do não cumprimento da obrigação pelo terceiro devedor, ou 
seja, o banco descontador pode cobrar o que lhe é devido, em regresso do cliente 
descontário, enquanto que no contrato de fomento mercantil o faturizador não tem nenhum 
direito contra o faturizado; 
 
- Os faturizadores estão impedidos de cobrar juros acima do permissivo legal (art. 406 e 
591/CC), porque não são consideradas instituições financeiras. Podem cobrar pelos serviços de 
administração e seguro de crédito, sem qualquer limitação de preço; 
 
7. Câmbio: 
 
- A moeda possui uma multiplicidade de funções: a) ela é meio de pagamento, considerada um 
instrumento de troca, e na maioria das vezes de curso forçado por lei, nos limites de um país 
em que a mesma tem origem; b) também é medida de valor, servido como parâmetro entre 
bens ou direitos de diferentes naturezas; 
 
- Algumas moedas por ser mais fortes que outras, atendem integralmente as suas funções, e 
por esta razão as pessoas as adotam como instrumento de troca por bens ou serviços. O dólar 
 4 
americano, constitui um exemplo deste tipo de moeda, embora não seja, na economia 
brasileira, uma moeda de curso forçado, serve como meio de pagamento nas importações e 
exportações; 
 
- O dinheiro pode ser uma mercadoria como qualquer outra. Assim a compra e venda que tem 
por objeto a moeda estrangeira denomina-se câmbio. Neste a moeda nacional é o meio de 
pagamento do preço, e a estrangeira a coisa vendida. No plano do direito privado, ou seja, no 
que diz respeito as obrigações que as partes estabelecem incidem as regras da compra e 
venda, sendo que no plano do direito público, em razão dos controles do fluxo da saída e da 
entrada de divisas, a lei distingue as operações legítimas das ilegítimas. Desta forma somente 
algumas instituições financeiras ou empresas devidamente autorizadas pelo BC podem operar 
câmbio, em determinadas hipóteses, como no comércio exterior e turismo, onde cada 
contrato de câmbio deve ser registrado no BC.

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